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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO –

UEMASUL
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS, TECNOLÓGICAS E LETRAS –
CAMPUS AÇAILÂNDIA
CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

BIANCA DA SIVA MARTINS


ERICA DA COSTA MELO
LOHANA LIMA OLIVEIRA
LUCIENE DE OLIVEIRA
MIKAELY ALENCAR BARBOSA
PAULO HENRIQUE FREITAS DA SILVA
TAYNARA BARBOSA

ENERGIAS RENOVAVEIS: Meio Ambiente e Desenvolvimento

Açailândia
2018
BIANCA DA SIVA MARTINS
ERICA DA COSTA MELO
LOHANA LIMA OLIVEIRA
LUCIENE DE OLIVEIRA
MIKAELY ALENCAR BARBOSA
PAULO HENRIQUE FREITAS DA SILVA
TAYNARA BARBOSA

ENERGIAS RENOVAVEIS: Meio Ambiente e Desenvolvimento

Trabalho entregue ao Curso de Tecnologia em Gestão


Ambiental da Universidade Estadual da Região
Tocantina do Maranhão - UEMASUL como requisito
para obtenção de nota parcial no curso de Tecnólogo em
gestão Ambiental, na disciplina de Economia e meio
ambiente.

Prof. Airton Pereira Leão

Açailândia
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 5
2.1 Energias renováveis .................................................................................................... 5
2.2 Energia da Biomassa .................................................................................................. 5
2.3 Energia Hídrica .......................................................................................................... 7
2.4 Energia Eólica ............................................................................................................. 9
2.5 Energia solar ............................................................................................................. 14
2.6 Energia maremotriz ................................................................................................. 23
2.7 Energia geotérmica................................................................................................... 24
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 26
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 27
3

1 INTRODUÇÃO

Todo desenvolvimento vem acompanhado de um consumo, quanto mais


desenvolvimento maior o consumo dos bens finitos, com fonte de energia. O ser humano
interfere de forma direta nos bens naturais, com a geração de energia que cresce junto com a
população. A geração de energia a partir de uma matriz de bens finitos, possui um alto poder
de poluição, é o exemplo de energias derivadas de combustíveis fósseis. Nesta área surge a
preocupação com o esgotamento desses recursos não renováveis e com seus efeitos negativos
ao ambiente. Com isso novas tecnologias são utilizadas, e novas fontes de energias que tenha
cunho renovável e menos poluentes são recomendadas como substitutas, na tentativa de ter uma
sustentabilidade.
A sustentabilidade tem a cada dia estado mais presente em práticas empresária e
sociais, dos mais diversos setores. Sendo vista não somente como modismo, mas como um
amadurecimento de temas interdisciplinares com a concepção que abrange o tripé da
sustentabilidade, com as dimensões sociais, econômicas e ambientais. (WESENDONCK;
ROHRICK, 2012 p.4). Esse conceito passou ser mais aceito, a partir do ano de 1972 com a
primeira conferência das nações Unidas sobre o meio ambiente humano, ou mais conhecida
como conferência de Estocolmo, realizada na capital da Suécia, Estocolmo. Amplamente
conhecida como uma tentativa de melhorar a relação do homem com o meio ambiente, e a busca
por desenvolvimento econômico e redução da degradação ambiental, com inovações
relacionadas ao meio ambiente.
Com o surgimento de diversas inovações, em cunho ambiental como as
certificações ISO 14001 e outras, fez-se surgir uma preocupação entre grandes empresas em se
adaptar-se, com isso manter uma boa imagem perante a sociedade, e minimizando custo de
produção, e impactos como e emissão de gases do efeito estufa, com a implantação de sistemas
recomendados pela ISO, e inovações tecnológicas.
Uma boa forma de minimizar a emissão de gases do efeito estufa é a utilização de
energias limpas e renovais, como energia solar, eólica biomassa, hídrica, geotérmica,
maremotriz. O Brasil dispõe de várias fontes de energias renovais devido, as condições naturais,
que como exemplo são favoráveis para a instalação de usinas hidrelétricas, e eólicas.
As fontes de energias renováveis são a opção mais indicada para substituição dos
combustíveis fósseis objetivando a geração de energia, pelo fato de quando comparados a outras
fontes energéticas, provocam um menor impacto ambiental e, reduzem o uso de produtos
derivados do petróleo. Além disso, dependendo do local, como em algumas comunidades
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isoladas, as energias renováveis podem ser consideradas como alternativa para geração de
energia, devido à falta de disponibilidade de combustíveis fósseis. No entanto, todas as fontes
de energia devem ser utilizadas de maneira sustentável e econômica para que possam garantir
sua utilização de forma contínua e segura
De acordo com Braz; Rodrigues; Siqueira (2017) “Fontes renováveis de energia são
aquelas sem fim, pois são encontradas facilmente na natureza e em grande quantidade, ou ainda,
aquelas que possuem capacidade de regeneração por meios naturais.” Com isso a capacidade
de resiliência de determinado produto de consumo determina se ele é renovável ou não, se a
taxa de consumo desse bem natural e maior do que sua capacidade de se regenerar, ele se tona
um bem não renovável, mesmo que sua regeneração exista mais de forma lenta, que é o caso
do petróleo.
Com uma crescente demanda de energética as fontes de recursos não renováveis
tentem a ser esgotar. Mas as fontes de combustíveis fósseis tendem a ser o principal componente
da matriz energética por pelo menos mais uma geração, no entanto a as energias renováveis
como eólica, solar, e biomassa, são economicamente viáveis na atualidade. Tendem sobre o
mercado de energia renováveis um forte crescimento em todos os setores de mercado, entre o
período de 2005 a 2012, o setor cresceu a taxa média variando de 15% a 55% a o ano
(BORGES.et al 2016).
A metodologia adotada para a realização da pesquisa está constituída como
pesquisa bibliográfica, documental e levantamentos Revisão de literatura, baseada em temas
ligados a sustentabilidade, gestão ambiental e recurso renovais e energias renováveis, quanto a
forma de abordagem, método quantitativo baseado em aspectos ilustrados e acontecimentos
reais.
O presente trabalho está disposto em três partes, e algumas subpartes, a primeira de
caráter Introdutório, a segunda com a fundamentação teórica e terceira trata da conclusão
simples do trabalho. Tendo isso em mente o trabalho tem como objetivo, desperta o interesse
pelo estudo das melhores fontes de energia, e disseminar o conhecimento sobre
desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e energias renováveis e seus benefícios para as
presentes e futuras gerações, e debater sobre inovações, e gestão ambiental.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Energias renováveis

As energias renováveis são provenientes de ciclos naturais de conversão da radiação


solar, fonte primária de quase toda energia disponível na Terra e, por isso, são praticamente
inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do planeta e se configuram como um conjunto de
fontes de energia que podem ser chamadas de não-convencionais, ou seja, aquelas não baseadas
nos combustíveis fósseis e grandes hidroelétricas. Atualmente, tem-se procurado mais
apropriadamente usar as denominações
Energias Renováveis e Novas Energias, para delimitar o conceito naquelas com
ciclos de renovação natural, que, em última análise, se originam da energia solar como fonte
primária. Incluindo-se nesta categoria a energia eólica, de biomassa e a solar, estas são formas
de energia que se regeneram de uma forma cíclica em uma escala de tempo reduzida.
Estas energias estão passo a passo conquistando o espaço que antes era ocupado
totalmente pelas fontes fósseis, o que tem sido propiciado pelo desenvolvi mento tecnológico
que permite o aproveitamento dessas fontes renováveis como combustíveis alternativos.

2.2 Energia da Biomassa

A Biomassa também é considerada uma fonte de energia renovável proveniente da


matéria orgânica vegetal ou animal e estão divididas em diversas subcategorias, as modernas e
as tradicionais. As biomassas modernas compreendem os biocombustíveis (etanol e biodiesel),
derivados do bagaço de cana-de-açúcar, da madeira de reflorestamento e de outras fontes, desde
que aproveitadas de modo sustentáveis e com métodos tecnológicos eficientes e avançados. As
chamadas biomassas tradicionais são aquelas empregadas de maneira rústica, geralmente
utilizada para suprir a classe residencial (aquecimento de ambientes e alimentação) em
comunidades isoladas. Podem-se enfatizar os resíduos florestais, a madeira de desflorestamento
e os dejetos de animais (VICHI e MANSOR, 2009; DHILLON e WUEHLISCH, 2013).
Além de programas que incentivam a utilização de fontes renováveis também
existem políticas públicas para estimular a diversidade da matriz energética brasileira, como é
o caso do Projeto de Lei 3.529/2012, que de acordo com o Art. 1°:
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Art. 1º Esta lei institui a política nacional de geração de energia elétrica a partir da
biomassa e estabelece a obrigatoriedade de contratação de energia elétrica produzida
a partir dessa fonte a ser agregada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

O Projeto visa a diversificação da matriz energética brasileira através da utilização


da Biomassa como fonte de energia. Com a sanção desta lei, é inevitável a geração de energia
elétrica a partir da biomassa e a maior participação de fontes renováveis na matriz energética
brasileira (ABRAF, 2013).
A ANEEL (2015) divide as fontes de biomassa para as UTEs entre os tipos:
agroindustriais (bagaço da cana-de-açúcar, biogás (AGR), capim elefante e casca de arroz);
biocombustíveis líquidos (óleos vegetais); floresta (carvão vegetal, gás de alto forno, licor negro
e resíduos de madeira); resíduos animais (biogás – RA); e resíduos sólidos urbanos (biogás –
RU). Embora exista essa variedade de fontes para a cogeração de energia da biomassa, o bagaço
de cana-de-açúcar é a fonte com maior representatividade. A biomassa no Brasil representa hoje
em 27,6% do consumo total de energia (incluindo o consumo de lenha e produtos da cana,
principalmente), sendo que é possível aumentar significativamente esta porcentagem através da
expansão da cultura da cana de açúcar, que representa apenas 5% da área cultivada no país.
As energias renováveis representaram 19 % do total de energia final a nível mundial
em 2012, destes, 9,3 % representa a biomassa tradicional e os outros 9,7 % distribuídos pela
eólica, solar, hídrica, geotérmicas e combustíveis, conforme Figura 2. A energia hidrelétrica
representou 3,7 % e está crescendo moderadamente, e as outras fontes representaram cerca de
6,0 %, também com fortes crescimentos, especialmente em países desenvolvidos, bem como
em alguns países em desenvolvimento (REN, 2013).

Figura 1: Consumo Global de Energia Renovável em 2012


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A cogeração de energia da biomassa tem uma certa importância social, pois


contribui com a geração de empregos nas regiões em que as geradoras estão instaladas. Além
disso, permite uma certa independência energética dessa região, uma vez que a energia da
biomassa pode contribuir para suprir as necessidades energéticas local.

2.3 Energia Hídrica

Devido planeta possuir cobertura de aproximadamente 70% de agua, a energia


hidráulica acaba tendo uma parcela significativa na matriz energética mundial, a sua grande
disponibilidade de recursos, facilidade de aproveitamento e, principalmente, ser renovável a
tornou mais viável na sua utilização Essa energia é resultante da irradiação solar e da energia
potencial gravitacional onde ocorre a conversão dessa energia em elétrica através das massas
de água, tal processo ocorre em usinas hidrelétricas construídas em locais onde obtém-se e
represam-se grandes volumes de água, gerando assim uma diferença e nível elevada e uma
quantidade de energia potencial maior.
Essa energia é uma fonte segura, devido haver o fluxo constante dos rios, as
principais variáveis utilizadas na classificação de uma usina hidrelétrica são a altura da queda
da água, vazão, capacidade ou potência instalada, tipo de turbina empregada, localização, tipo
de barragem e reservatório. Todos são fatores interdependentes. Pode se encontrar hidrelétricas
em inúmeros países no mundo.

Figura 2: Perfil esquemático de usina hidrelétrica


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Figura 3 Geração Hidrelétrica

Fonte: Agência Nacional de Energia elétrica (ANEEL 2016).

Energia Hídrica No Brasil

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no Brasil,


aproximadamente 66, 2% da produção anual de eletricidade são provenientes de hidrelétricas,
estando entre os 10 maiores produtores do mundo.

Vantagens e Desvantagens

Múltiplos aspectos são encontrados nesse quesito, tanto positivos quanto negativos.
As vantagens da energia hidráulica são os volumes de água por todo o globo terrestre, é
considerada como energia limpa, comparada com outras fontes energéticas torna-se evidente a
diferença de impacto que a mesma causa, hidrelétrica emite aproximadamente 60 vezes menos
gases que as usinas de carvão e 18 vezes menos que as usinas movidas a gás natural, e o
reservatório implantado na usina funciona como forma de abastecimento local.
Desvantagens da energia hidráulica é que as usinas hidrelétricas tem um grande
custo de implantação, faz-se delas objetos de muitos estudos prévios à implantação, erros de
projeção que podem gerar grandes prejuízos e a desativação de uma usina hidrelétrica, possui
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custos elevados, danos para a fauna e flora de uma região, alteração de ecossistemas inteiros,
deslocação populações inteiras, busca por características geográficas que permitam um grande
potencial energético para o curso hídrico e uma menor área impactada.

2.4 Energia Eólica

É a energia que provém do vento. O termo eólico vem do latim aeolicus, pertencente
ou relativo a Éolo, deus dos ventos na mitologia grega e, portanto, pertencente ou relativo ao
vento.
A Energia Eólica é toda energia que durante o seu processo ou consumo, não produz
e nem libera nenhum tipo de gás ou até mesmo resíduos poluentes geradores do efeito estufa.
Possui uma redução no índice de desmatamento, favorecendo a conservação e biodiversidade.
Para se tornar competitiva, é necessária atingir maior potencial de crescimento econômico e
baixo custo de instalação de operação frente a outras fontes renováveis, contribuindo para
redução na tarifa do consumidor final e se tornando viável.
O vento é gerado pelo aquecimento não homogêneo da atmosfera, que é uma
consequência das irregularidades da superfície terrestre. As massas de ar mais quentes sobem
na atmosfera e geram zonas de baixa pressão junto à superfície da terra. Como consequência,
massas de ar frio deslocam-se para essas zonas de baixa pressão e dão origem ao vento.

O panorama da energia eólica no mundo

Há vários séculos a força mecânica dos ventos vem sendo utilizada pelo homem,
impulsionando velas acopladas a embarcações, a moinhos de grãos e a aparatos de
bombeamento de água. O trabalho escravo e o de animais foram sendo complementado ou
substituído pela energia do vento.
O primeiro registro histórico da utilização da energia eólica para bombeamento de água
e moagem de grãos através de cata-ventos é proveniente da Pérsia, por volta de 200 A.C. Esse
tipo de moinho de eixo vertical veio a se espalhar pelo mundo islâmico sendo utilizado por
vários séculos. Acredita-se, todavia, que antes da invenção dos cata-ventos na Pérsia, a China
(por volta de 2000 A.C.) e o Império Babilônico (por volta 1700 A.C) já se utilizavam de cata-
ventos rústicos para irrigação.
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Energia Eólica no Brasil

As pesquisas sobre energia eólica no Brasil começaram tarde em relação a outros países,
afirma Carvalho (2003), principalmente devido ao seu grande potencial hídrico.
Nos dias de hoje o governo tem papel fundamental para o crescimento da energia eólica,
através de incentivos financeiros e estabelecendo leis, atraindo investimentos para o
desenvolvimento do setor eólico brasileiro. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia
Eólica (Abeeólica), revelam que, até 2013, foram investidos no país R$ 25 bilhões em 141
projetos no setor eólico, espalhados pelos estados de Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe,
Bahia e Rio Grande do Sul.
A energia eólica ainda tem muito a crescer dentro da matriz energética brasileira, se
comparado com hidrelétricas e termelétricas.
De acordo com a 12 º
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a energia hidrelétrica atualmente
representa 70,7% da matriz energética nacional, seguida da termelétrica (23,9%), pequenas
usinas hidrelétricas (2,77%), energia termonuclear (1,88%) e energia eólica (0,56%). O
desenvolvimento dessa fonte de energia no país ainda é recente, porém o setor é promissor e
tudo indica um crescimento da energia eólica.
A energia eólica tem, atualmente, mais de 450 parques instalados no país, No ano
passado, abasteceu, por mês, cerca de 18 milhões de residências, com aproximadamente 54
milhões de habitantes. Pelos cálculos da ABEEólica, levando em consideração os projetos já
assinados que estão com empreendimentos em fase de construção ou contratados, até 2020,
serão instalados mais 270 novos parques eólicos.

Figura 4: Principais estados brasileiros em produção de energia eólica


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Aerogerador

Um aerogerador é a parte mecânica de uma ventoinha eólica que se serve da energia do


vento para produzir energia, ou seja, transforma a energia cinética em energia elétrica. A
dimensão e o número de pás que tem um aerogerador dependem da força média do vento em
determinada região. Quanto mais pás tiver e/ou maiores elas forem, maior é a rotação e por isso
maior é a energia eletromotriz induzida.
Fadigas (2011) afirma que a primeira turbina eólica instalada no país, em 1992, no
Arquipélago de Fernando de Noronha, possuía gerador com potência de 75kW, rotor de 17m
de diâmetro e torre de 23m de altura.
Um único aerogerador pode produzir 1,67 MWh, atendendo até 9 mil pessoas com
consumo moderado. Para aproveitar com maior eficiência a força do vento, as pás usam
princípio aerodinâmico onde a velocidade varia de 10 a 12 m por segundo, o ideal para alguns
geradores, mas se ultrapassar de 23 m por segundo as pás ficam paralelas ao vento e o sistema
é interrompido para evitar danos ao equipamento.

Os Principais componentes de um aerogerador do tipo horizontal são

1. Pás;
2. Rotor;
3. Eixo do Rotor (eixo de baixa velocidade);
4. Caixa multiplicadora de velocidades;
5. Série de Engrenagens (na caixa multiplicadora de velocidades;
6. Travão;
7. Eixo gerador de eletricidade (eixo de alta velocidade);
8. Gerador (alternador ou dínamo) de eletricidade;
9. Cabos que transportam a energia produzida à linha de distribuição;

O funcionamento de uma turbina eólica funciona basicamente convertendo a força do


vento que fazem girar as aspas do rotor em eletricidade, através de uma caixa multiplicadora de
velocidades. O eixo de baixa velocidade do rotor transfere a força multiplicada ao eixo de alta
velocidade do gerador de eletricidade. As turbinas eólicas desenham-se para converter a energia
do movimento do vento (energia cinética) em energia mecânica, através do movimento de um
eixo. Logo nos geradores da turbina, esta energia mecânica se converte em eletricidade. A
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eletricidade gerada pode ser armazenada em baterias, ou utilizadas diretamente, enviando a


energia às linhas de distribuição.
A potência mecânica disponível numa turbina depende grandemente da velocidade do
caudal de ar que passa através dela, o que faz com que o aproveitamento deste recurso varie
muito com a intensidade e a direção do vento.

Tipos de parques eólicos

Parques Eólicos com sistemas offshore e onshore

Os parques eólicos dotados com sistema offshore são aqueles instalados em superfícies
aquáticas, como mares e grandes lagos. Eles ganharam força na última década, onde um número
bem maior de países passou a instalar essas turbinas gigantes em suas águas (CINTRA, 2012).
O maior parque eólico do mundo com sistema offshore, entrou em operação
recentemente ao largo da costa do Reino Unido. Os benefícios destes tipos de turbinas, são que
elas são menos agressivas ao meio ambiente e à paisagem, que as instaladas em terra, uma vez
que seu tamanho e ruído são atenuados pela distância. Como a água tem menor coeficiente de
atrito que as superfícies de terra (especialmente água profunda), a velocidade média do vento é
geralmente muito maior sobre a água em alto mar., no entanto, seu custo de instalação é bem
maior que aquelas instaladas em terra (CINTRA, 2012).
Os parques eólicos onshore, existentes em maior escala, são aqueles parques compostos
por aerogeradores com sua base instalada no solo. Seu principal ponto positivo é o baixo custo
de instalação, quando comparado com os sistemas offshore. O lado ruim são os ruídos que os
aerogeradores produzem e a poluição visual, dada pela quantidade de turbinas.
Os parques eólicos, solo e seu uso, não causam danos ao lençol freático por consumo,
resíduos, contaminação ou geração, por não ocorrer movimentação de terra, e por questões
corretas de ser seguidas no dimensionamento e determinados padrões geométricos para que não
haja interferência de um aerogerador em outro (BREITENBACH, 2016).

Vantagens e desvantagens da Energia Eólica

Como a energia eólica é uma fonte de energia quase 100% limpa, uma vez que mesmo
os subprodutos dos aerogerador sejam recicláveis e o impacto ambiental seja relativamente
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baixo, é possível verificar que os pontos positivos de sua utilização superam os negativos. Como
todas as fontes de energia, ela também possui pontos negativos. Já o aspecto da viabilidade
econômica de sua obtenção e uso, que foi grande empecilho para seu maior desenvolvimento
no passado, será discutido em capítulos posteriores.

Vantagens

 É inesgotável;
 Não emite gases poluentes nem gera resíduos;
 Diminui a emissão de gases de efeito de estufa (GEE);
 Criação de emprego;
 Geração de investimento em zonas desfavorecidas;
 Reduz a elevada dependência energética do exterior, nomeadamente a dependência
em combustíveis fósseis;
 É uma das fontes mais baratas de energia podendo competir em termos de
rentabilidade com as fontes de energia tradicionais;
 Os aerogeradores não necessitam de abastecimento de combustível e requerem
escassa manutenção, uma vez que só se procede à sua revisão em cada seis meses;
 Excelente rentabilidade do investimento. Em menos de seis meses, o aerogerador
recupera a energia gasta com o seu fabrico, instalação e manutenção.

Conama (2014) classifica os empreendimentos eólicos como baixo poluidor, e tem


um papel imprescindível na contribuição para uma matriz energética nacional.

Desvantagens

 A intermitência, ou seja, nem sempre o vento sopra quando a eletricidade é


necessária, tornando difícil a integração da sua produção no programa de
exploração;
 Provoca um impacto visual considerável, principalmente para os moradores em
redor, a instalação dos parques eólicos gera uma grande modificação da paisagem;
 Impacto sobre as aves do local: principalmente pelo choque destas nas pás, efeitos
desconhecidos sobre a modificação de seus comportamentos habituais de migração;
 Impacto sonoro: o som do vento bate nas pás produzindo um ruído constante (cerca
de 40dB). As habitações mais próximas deverão estar, no mínimo a 200 metros de
distância.
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Novas tecnologias de energia eólica

 Novas tecnologias de energia eólica incluem sistemas voadores e novos materiais


para as pás dos geradores eólicos.
 As tecnologias de produção de energia a partir do vento que não estão instaladas no
solo apresentam diversas vantagens como a portabilidade e o aproveitamento de
ventos mais fortes localizados a altitudes mais elevadas. A NASA está a ajudar a
desenvolver estas tecnologias.
 Uma turbina que gerar seis vezes mais energia e que não mata nenhuma ave!
Solução.
 Parques Eólicos com sistemas offshore que são aqueles instalados em superfícies
aquáticas, como mares e grandes lagos.

2.5 Energia solar

A energia solar é uma energia renovável obtida pela luz do sol, é utilizada por
diferentes meios de tecnologia que se encontram em constante evolução, tais como, o
aquecimento solar, a energia solar fotovoltaica, a energia hipotérmica, a arquitetura solar e a
fotossíntese artificial.
A energia solar tem um carácter seguro, limpo, renovável e autónomo. Seguro
porque não utiliza meios que ponham em perigo a vida, limpo porque não gera resíduos no seu
processo, renovável porque a sua fonte de matéria-prima é o sol e autónomo porque permite
uma utilização independente pois pode ser usada individualmente ou em comunidade.
Segundo a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica (2005), o
aproveitamento da energia solar pode ser realizado diretamente para iluminação, aquecimento
de fluidos e ambientes ou ainda para geração de potência mecânica ou elétrica, como fonte de
energia térmica. A energia solar pode ainda ser convertida diretamente em energia elétrica por
meio de efeitos sobre materiais, dentre os quais o termoelétrico e fotovoltaico.

Histórico da energia solar

De uma forma ou de outra, a energia solar sempre esteve presente na vida do planeta
sendo imprescindível para o desenvolvimento da vida, já que o Sol é indispensável para a
existência da vida no planeta sendo responsável pelo ciclo da água, fotossíntese, etc.
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As primeiras civilizações perceberam isso e, à medida que as civilizações


evoluíram, também desenvolveram as técnicas para aproveitar sua energia. No entanto, a
maneira pela qual a civilização humana explorou inventou novas estratégias e ferramentas que
sofreram uma longa evolução.
Em 1792 o químico Lavoisier criou o “forno solar”, resumido em duas lentes
poderosas, que ao concentrarem a radiação solar em um foco, permitia altas temperaturas a
ponto de derreter certos metais.
Já em 1874 o inglês Charles Wilson, projetou e dirigiu a implantação de uma
estação para a destilação das águas do mar no deserto do Atacama (Chile) com capacidade de
dessalinizar cerca de 22.500 litros de água por dia.
Em 1767, o cientista suíço Horace Bénédict De Saussure inventou o
heliotermômetro, que era um instrumento com o qual a radiação solar poderia ser medida, dando
origem posteriormente aos instrumentos atuais para medir a radiação solar.
Mais recentemente, em 1865, o inventor francês Auguste Mouchout criou a
primeira máquina capaz de converter energia solar em energia mecânica que gerava vapor
através de um coletor solar e o movia com auxílio de um motor pela sua pressão. Posteriormente
foi contratado para a implantação na Argélia francesa, mas infelizmente os altos custos
impediram que sua invenção fosse usada comercialmente.
No entanto após outras descobertas e experimentos constatou-se o crescimento
elevado desta indústria até meados dos anos 50, quando o baixo custo do gás natural e a
melhoria da extração de carvão fizeram desta fonte de energia a principal fonte de aquecimento.
Considerou-se então, a energia solar como cara e abandonada para fins industriais. O abandono,
para fins práticos industriais da energia solar durou até os anos 70. Mas, naqueles anos, o
aumento do preço do petróleo e do gás levou ao ressurgimento do uso de energia solar para o
aquecimento de casas e água, bem como para a geração de eletricidade. Além do preço, no caso
de aquecedores domésticos de gás e carvão, eles eram perigosos, uma vez que a combustão
pobre poderia gerar gases tóxicos, o monóxido de carbono. O aquecedor solar de água tornou-
se popular nessa época na Flórida, na Califórnia e em outros lugares dos EUA.
Na década de de 90 com a Guerra do Golfo, aumentou ainda mais o interesse pela
energia solar, utilizada como uma alternativa viável de petróleo.
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Fundamentos da energia solar

As novas tecnologias baseadas na utilização da luz solar na produção de energia


podem ser denominadas ativas ou passivas, na verdade, o uso de painéis fotovoltaicos e
coletores solares térmicos para aproveitar a energia solar são considerados técnicas ativas.
Nesse caso a energia solar proveniente da luz do sol e obtida por meio de placas solares, que
têm como função captar toda a energia luminosa e assim transformá-la em energia térmica ou
elétrica. Além disso, esse tipo de energia pode ser obtido nas usinas solares compostas por
inúmeros painéis que captam a energia do sol.
Algumas técnicas passivas são, por exemplo, a orientação de um edifício para o Sol,
a seleção de materiais com massa térmica favorável ou propriedades translúcidas e projetar
espaços que façam o ar circular naturalmente. Assim como a energia eólica é uma das formas
limpas de produção de energia que mais cresce no mundo.

Tipos de energia solar

Os métodos de captura de energia solar dividem-se em diretos e indiretos e ativos


e passivos:
 Diretos – significa que há apenas uma transformação possível para fazer, da
energia solar um tipo de energia utilizável pelo homem. Exemplos: quando a energia solar
atinge uma célula fotovoltaica cria eletricidade; quando atinge uma superfície escura e é
transformada em calor aquecerá uma certa quantidade de água.
 Indiretos – significa que é necessário ocorrer mais de uma transformação para que
surja energia utilizável.
 Sistemas Passivos – são geralmente diretos, apesar de envolverem (algumas
vezes) fluxos em convecção, que é tecnicamente uma conversão de calor em energia mecânica.
 Sistemas Ativos – são geralmente indiretos e são considerados sistemas que
apelam ao auxílio de dispositivos elétricos, mecânicos ou químicos para aumentar a capacidade
de produção de energia.
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Vantagens e desvantagens da energia solar

Como todos os recursos utilizados pelo ser humano, a energia solar também possui
vantagens e desvantagens:

Vantagens

 Renovável;
 Abundante;
 Não polui o ambiente pois não emite gases poluentes para a atmosfera;
 Manutenção mínima;
 o Útil em locais com difícil acesso.

Desvantagens

 Dispendiosa;
 Dependente das condições atmosféricas;
 Baixo rendimento;
 Rendimento pouco elevado;
 Armazenamento pouco eficiente comparado ao de combustíveis fósseis, etc.

Como Transformar Energia solar em energia Elétrica

Depois de uma grande evolução na forma como se transformava a energia solar em


energia elétrica, pois inicialmente não se utilizava a energia proveniente do sol para produzir
eletricidade, o que por vezes poluía o ambiente, finalmente surgiram as duas formas mais
reconfortantes para o nosso ambiente de como produzir energia elétrica, que surgiram da
utilização de energias renováveis: energia fotovoltaica e térmica.
De forma resumida, a energia fotovoltaica é produzida através de células
fotovoltaicas, constituídas normalmente por silício. Estas células têm como base de
funcionamento a receção de fotões (presentes nos raios solares) para prosseguirem à formação
de elétrons, gerando o efeito fotoelétrico, descoberto pelo cientista Albert Einstein.
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Por outro lado, a energia térmica é produzida a partir do aquecimento gerado pelo
sol, isto é, o calor é transformado em eletricidade através da produção de vapor, que é
responsável por girar turbinas ligadas a geradores de energia.
Os países que mais geram energia a partir de centrais solares e placas residenciais
são, respetivamente, Alemanha, China, Itália, Estados Unidos e Japão.

Energia fotovoltaica

O painel fotovoltaico é um conjunto de células fotovoltaicas ligadas entre si, que,


quando conectados, formam um módulo fotovoltaico. A conversão da energia solar em energia
elétrica é feita através do efeito fotovoltaico descoberto pelo físico francês Alexander Edmond
Becquerel em 1839. A conversão dá-se através de uma reação fotoquímica que ocorre no
interior dos painéis solares fotovoltaicos, onde se encontram instaladas células. Para perceber
como funcionam as células fotovoltaicas é fundamental saber que a luz é constituída por
pequenas partículas chamadas fotões. As células fotovoltaicas na sua maioria são compostas
por uma camada positiva e negativa, constituídas de materiais semicondutores, por exemplo o
silício, com características cristalinas. Deve-se realçar que estas células não permitem o
armazenamento de energia. A absorção da energia dos fotões pela célula permite a libertação
dos elétrons que se movimentam para a parte inferior da célula e assim criam uma corrente de
elétrons, ou seja, eletricidade. Estas células são agrupadas e formam os painéis ou módulos
fotovoltaicos.

Figura 5: Construção de painel solar fotovoltaico

O material maioritariamente usado em células fotovoltaicas é o silício, no entanto


também se utiliza o arsenieto de gálio, camadas finas de CdTe (telureto de cádmio), o CIS
(cobre, índio, selénio) e ainda o arsênio de gálio (GaAs).
19

Vantagens e Desvantagens de um Painel Fotovoltaico

Este tipo de energia, apesar de não necessitar de qualquer tipo de manutenção, e de


ser uma energia limpa, não poluente, tem vantagens e desvantagens na sua utilização.

Vantagens

 Alta fiabilidade, não tem peças móveis, o que é muito útil em aplicações em locais
isolados;
 O fácil manuseamento dos módulos permite montagens simples e adaptáveis;
 O custo de operação é reduzido, não necessita manutenção, combustível ou
transporte;
 A tecnologia fotovoltaica apresenta qualidades ecológicas pois o produto é não
poluente, silencioso e não perturba o ambiente.

Desvantagens

 O custo do fabrico dos módulos fotovoltaicos é bastante elevado, embora cada vez
mais barato;
 O rendimento real de conversão de um módulo é reduzido face ao custo do
investimento;
 Os geradores fotovoltaicos raramente são competitivos do ponto de vista
económico, face a outros tipos de geradores (exemplo dos geradores a gasóleo).

Energia Térmica

Um outro método para a captação dos raios solares e consequente utilização dos
mesmos para produção de energia são as centrais solares térmicas. Estas utilizam o calor do sol,
neste caso, tal como todas as outras centrais térmicas, contudo não sendo necessária a queima
de combustíveis fosseis para produção de energia.
Ao contrário das centrais fotovoltaicas que convertem os fotões provenientes do sol
diretamente em energia elétrica, neste tipo de centrais os raios solares são refletidos por
20

espelhos, que variam na forma conforme o método de captura, estando por sua vez orientados
para o coletor, direcionando os raios de forma a aquecerem um fluido, mais recentemente sódio
liquido devido à sua alta capacidade de aquecimento permitindo reter o calor durante vários
dias, aumentando a rentabilidade, por sua vez este fluido fará girar uma turbina, devido ao seu
vapor ou à força mecânica exercida pelo mesmo, e produzirá energia elétrica.
Pode ser utilizada para produzir energia térmica, através do método de aquecimento
solar. Os coletores solares, basicamente, são sistemas com uma superfície escura que absorvem
a luz solar e transmitem o calor para a água, que por sua vez fica armazenada em reservatórios
térmicos chamados boilers.

Figura 6: Coletor solar para aquecimento solar residêncial. O boiler fica acima das placas.

Sistemas De Captação Da Energia Térmica

 Torre solar : Este método de captura de energia solar requer uma área ampla de
grandes dimensões onde são colocados helióstatos, espelhos retangulares, orientados para o sol,
refletindo a luz solar para o topo de uma torre, onde está presente o receptor que aquecerá o
fluido que consequentemente aquecerá a água, fazendo a mesma evaporar e seu vapor fará
movimentar uma turbina que produzirá eletricidade. Esta torre fica no centro do terreno pelo
qual se espalham os helióstatos.
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Figura 7: torre Solar

Stirling: Esta forma de captura consiste na utilização de um espelho semelhante a


um satélite. Este mesmo recolhe os raios solares e dirige-os para um recetor que transfere o
calor para um fluido dentro do motor, o calor provoca a expansão do fluido contra uma turbina
e por sua vez a energia mecânica obtida é usada para mover um gerador e produzir energia.

Figura 8: Stirling

 Coletor em cilindro: Os raios solares são refletidos por espelhos retangulares


cilíndricos de forma a aquecerem um tubo que passa por vários módulos, sendo este calor
utilizado para evaporar o fluido que por sua vez fará girar uma turbina ligada a um gerador de
forma a produzir energia.
22

Figura 9: Coletor em cilindro

Tubo absorvedor

Espelho curvo

Tubo com fluido termal

Vantagens E Desvantagens Da Energia Térmica

Vantagens

 Suas usinas térmicas podem ser construídas com maior rapidez e próximas às
regiões de consumo, resultando assim economia no custo das linhas de transmissão.
 Usa o gás natural como alternativa menos poluente que os combustíveis derivados
do petróleo e o carvão que podem ser produzidas através do bagaço da cana de
açúcar, casca de cereais, lenha, entre outros. Além de ser uma alternativa para países
que não possuem outros tipos de fontes de energia.

Desvantagens

 Seu maior ponto negativo é a queima de derivados de petróleo (recursos não


renováveis), que resulta na poluição do ar.
 Outros impactos ambientais que podem ser observados é o aquecimento da água
dos rios – uma vez que ela é utilizada em forma de vapor para acionar a turbina e
gerar energia, devendo ser resfriada adequadamente quando devolvida – e, às vezes,
a necessidade de construção de estradas para levar o combustível até a usina.
 Também o elevado o gasto com a compra de combustíveis fósseis e,
consequentemente, o preço final da energia térmica.
23

2.6 Energia maremotriz

Energias renováveis são definidas como toda energia proveniente de fontes naturais
que podem se renovar e não se esgotam. Uma dessas fontes de energia que tem sido explorada
para a produção de eletricidade, é proveniente da amplitude de marés. A maremotriz gera
energia elétrica utilizando a energia contida no movimento de massas de água devido às marés,
que poderá ser convertida com princípios similares aos da energia eólica. A mais comum utiliza
uma turbina, posicionada na direção normal ao escoamento e montada sob uma base submarina
ou suspensa em uma plataforma flutuante. O movimento das águas movimenta a turbina ligada
a um gerador que transforma esse movimento em energia.
Benefícios: Com relação aos aspectos socioeconômicos, haverá geração de postos
de trabalhos com a instalação da usina. Assim como, trarão benefícios à comunidade gerando
atividades turísticas no entorno das usinas (ROQUE, 2015).
A exploração da energia maremotriz, não produz nenhuma poluição direta ao meio-
ambiente, pelo fato de ser uma fonte de energia considerada limpa.
Alguns dos aspectos que devem ser analisados são as possíveis alterações na
qualidade da água, que podem gerar mudanças nas características químicas da água, como a
salinização e a oxigenação; e devido a prováveis alterações nos regimes de sedimentação e
erosão, é possível que haja alteração na morfologia do estuário (NETO et al., 2011).
A exploração da energia maremotriz, não produz nenhuma poluição direta ao meio-
ambiente, pelo fato de ser uma fonte de energia considerada limpa. Porém, para a construção e
operação de uma usina maremotriz é necessário que se tenha um cuidado adequado com relação
aos estuários, pois a instalação pode resultar em efeitos diretos sobre o ecossistema local e
causar algumas modificações nas características naturais do local (SANTOS; MOREIRA
,2015).
No Brasil, o projeto do Bacanga é um estudo piloto, que se encontra em São Luís
no Maranhão e que possui quatro turbinas, com uma potência estimada de 10MW. Porém, ela
está sendo utilizada apenas para fins de pesquisa, pois ainda não tem capacidade para tornar o
Maranhão autônomo em abastecimento, mas faz parte de uma estratégia nacional de fontes
alternativas de geração de energia limpa (SANTOS; MOREIRA ,2015).
Entre todas as ondas oceânicas, as geradas pelos ventos são as que possuem maior
concentração de energia. As ondas que possuem maior amplitude vêm de enormes distâncias,
da ordem de milhares de quilômetros desde sua região de formação, possuindo uma forma mais
regular.
24

2.7 Energia geotérmica

Energia Geotérmica é uma fonte de energia renovável, não poluidora, que se torna
muito atraente e promissora por carregar essas características, entretanto, os países que mais se
utilizam desse recurso são os que estão situados em lugares onde ocorrem atividades vulcânicas
e tectônicas de forma mais intensa. Ela é originada do calor proveniente do interior da terra.
O calor proveniente da formação original da Terra em combinação com o
movimento de placas tectônicas estabelece em algumas regiões da crosta terrestre forte
gradientes de temperatura. A presença de falhas em rochas permite que a água da superfície
infiltre em formações profundas de até vários quilômetros, retornando aquecida até a superfície
na forma de geysers. Encontrando rochas impermeáveis em seu movimento de ascensão, o
fluido pode ser confinado em poros e falhas, preenchendo de 2 a 5% do volume das rochas,
dando origem aos reservatórios geotérmicos. Do fluido captado desses reservatórios pode-se
retirar calor e, em seguida, reinjetar a água no manancial subterrânea.
A energia geotérmica é uma das mais limpas formas de energia disponíveis
atualmente em quantidade comercial. O uso dessa energia alternativa, com baixa emissão
atmosférica, cresce significativamente em diversas partes do mundo, trazendo benefícios
ambientais e contribuindo para um menor consumo de combustíveis fósseis e nucleares.
Atualmente seu uso é diversificado pelo desenvolvimento de novas tecnologias e
pela possibilidade de adequar as atividades produtivas às características da fonte geotérmica
disponível. Na produção de energia geotérmica, poços profundos são usados para transportar
água ou gás aquecidos de reservatórios subterrâneos até a superfície. A energia térmica retirada
do fluido pode ser usada para uso direto, entre 35oC e 148oC, com aplicação residencial, na
agricultura e na indústria ou, em caso de temperaturas elevadas (300oC ou mais), utilizada para
produção de eletricidade.
Apenas uma parte insignificante do potencial geotérmico global tem sido utilizada.
Apesar disso, seu uso direto evita a combustão anual de 830 milhões de barris de petróleo, e
com a produção de eletricidade, 5,4 bilhões de barris.
A relação custo/benefício na implantação dos diversos sistemas geotérmicos passa,
entre outros, pela adequação das atividades produtivas desejadas às características da fonte
geotérmica disponível. Entre as possibilidades de uso desta forma de energia, dois grandes
grupos se destacam: a produção de energia elétrica e o uso direto do calor com o aproveitamento
de fontes de baixas temperaturas.
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Uso Direto do Calor

As fontes geotérmicas de baixas temperaturas (35oC a 148oC), são mais indicadas


para o aproveitamento direto do calor. A água naturalmente aquecida a uma temperatura acima
de 35°C pode fornecer as condições adequadas ao desenvolvimento de uma série de atividades
realizáveis através do uso dessa energia. O aquecimento das águas em parques aquáticos,
calefação de ambientes e o uso doméstico da água quente são alguns exemplos.

Produção de Energia Elétrica

Para fontes geotérmicas de temperaturas elevadas e médias (acima de 150oC) a


aplicação mais adequada é, em geral, a produção de eletricidade. Basicamente três sistemas são
utilizados nas usinas geotérmicas para geração de energia elétrica. A escolha por um desses
sistemas está primeiramente condicionada à natureza da fonte geotérmica disponível no local.
O primeiro, conhecido como dry steam (DS), é utilizado quando a fonte geotérmica produz
diretamente vapor através do poço. Possuindo sempre temperaturas elevadas, essas fontes
produtoras essencialmente de vapor são, infelizmente, as mais raras fontes geotérmicas, estando
na sua maioria disponíveis em algumas formações de geysers.
Single flash (1F) é o segundo método, utilizado em casos onde os recursos
geotérmicos produzem, água com temperaturas elevadas ou uma combinação de vapor e água
aquecida. O vapor deve ser separado do restante do fluido para ser utilizado como propulsão
dos geradores elétricos. Quando o processo de separação é realizado duplamente dá-se a esse
método o nome de double flash (2F).
O terceiro método, conhecido como binário (B), diferentemente dos outros dois,
pode funcionar com fontes geotérmicas com temperaturas médias, ou até mesmo, baixas. Neste
sistema, o vapor que movimenta a turbina não é o fluido geotérmico e sim um fluido refrigerante
que circula em circuito fechado. Este método de geração de energia essencialmente elimina
qualquer uso consuntivo da água, uma vez que após ter trocado calor, o fluido geotérmico é ré-
injetado no poço.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O País vem despontando na produção de energia via fontes alternativas. Destaca-se


aí o crescimento da geração de energia a partir da biomassa, com o aproveitamento de resíduos
vegetais, como o bagaço de cana, casca de arroz e madeira. Além disso, o Brasil avança nas
pesquisas e projetos pioneiros na produção de energia eólica e solar.
Com isso, o Brasil registra atualmente, 45% da oferta interna de energia de origem
em fontes renováveis.
Sendo assim, a dependência em relação ao petróleo torna-se menor, no que tange à
geração de energia elétrica, isso por conta das energias renováveis. Um outro ponto importante
foi o desenvolvimento dos motores bicombustível e a maior preocupação ambiental que fizeram
o álcool firmar-se no mercado brasileiro e ganhar espaço no mercado internacional. O biodiesel,
que aos poucos vem se destacando, deverá seguir o mesmo nível de desempenho do álcool.
Os benefícios são muitos na geração de energia através das fontes renováveis, como
a emissão nula ou reduzida de gases de efeito estufa, a diversificação da matriz energética, o
que contribui para aumentar a segurança energética, a criação de maiores oportunidades de
trabalho, com o aproveitamento da biomassa.
Porém, apesar dos investimentos, dos estudos e pesquisas desenvolvidos na área
das energias alternativas para geração de energia, o Brasil ainda necessita de uma política
pública estruturada para garantir uma participação compatível com a dimensão do nosso
potencial energético renovável.
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REFERÊNCIAS

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