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3.1Sistema de combustível
O objetivo deste sistema é fazer com que o óleo combustível ou a mistura ar-gasolina
chegue aos cilindros do motor em condições adequadas (pressão, temperatura, viscosidade,
proporção da mistura e etc.) sob a qual o mesmo opera.
• recebimento e armazenamento;
• transferência;
• separação ou purificação;
• alimentação; e
• injeção.
Como sabemos, nos motores dos automóveis o combustível utilizado pode ser:
gasolina, álcool ou gás e que esses motores funcionam sob o “ciclo de Otto” nos quais a
ignição se dá por centelha.
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SMA
O sistema no motor à gasolina compreende basicamente:
• tanque de gasolina;
• bomba de gasolina; e
• carburador.
Bomba de Gasolina
Carburador
O carburador é montado no coletor de admissão, que, por sua vez, se liga a cada
uma das válvulas de admissão nos cabeçotes dos cilindros. Sua função é dosar ou misturar
as quantidades corretas de ar e gasolina, para a combustão nos cilindros. O carburador
regula, automaticamente, as proporções de gasolina e de ar sob quaisquer condições de
funcionamento do motor e, ainda, permite ao operador controlar no acelerador a quantidade
de mistura fornecida, variando, dessa forma, a velocidade e a potência desenvolvida.
Válvula borboleta
Venturi
Válvula agulha
Giglê
Cuba
Bóia
Esquema básico de um carburador
Filtro principal
Bomba injetora
Bomba alimentadora
Pré-filtro
Bico injetor Reto
rno
Reservatório
Sistema de combustível num motor Diesel de pequeno porte
• bomba alimentadora;
• filtros;
• bomba injetora;
• bico injetor; e
• redes e tubulações.
Nas praças de máquinas de navios, o consumo dos motores diesel de grande potência
faz com que esses tanques tenham capacidades superiores a 10.000 litros.
Os motores de grande porte costumam usar combustíveis ainda mais baratos que o
óleo diesel. São produtos menos nobres, derivados também do petróleo e de obtenção
90 mais simples. Conhecidos como óleos combustíveis pesados, têm uma aparência escura e
altamente viscosa que faz lembrar a lama asfáltica ou piche, como costumamos chamar.
Devido à sua alta viscosidade, o óleo pesado, para ser bombeado através do sistema
e consumido nos motores, precisa ser pré-aquecido. Sua temperatura para injeção deve
alcançar valores na ordem de 120° C. Assim, os tanques de óleo combustível para as grandes
instalações, além de todas as características já descritas, são dotados também de meios
próprios de aquecimento, normalmente serpentinas por onde circula vapor .
Bomba Alimentadora
O combustível é aspirado do tanque por uma bomba alimentadora. Esta bomba nos
pequenos motores, é acionada pelo eixo de cames ou por outro arranjo de transmissão de
movimento proveniente do eixo de manivelas. Já nos grandes motores, é uma bomba
independente acionada por motor elétrico, e recebe o nome de bomba de recalque.
Daí, até o bico injetor, o serviço é realizado pela bomba injetora , em alta pressão,
como veremos em seguida.
Filtros
Os filtros estão instalados no sistema para evitar que partículas contaminantes possam
ser conduzidas junto ao combustível, causando entupimentos e desgaste das peças móveis
do sistema de injeção . Diversos são os arranjos possíveis para a filtragem do combustível.
Isto varia, também, em função do porte do motor ou da complexidade da instalação.
Um arranjo simples, como o aqui ilustrado, está constituído por um filtro no interior do
reservatório, um pré-filtro ligado à bomba alimentadora e um filtro principal antes da bomba
injetora.
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Filtros dúplex SMA
Bomba Injetora
O débito da bomba injetora pode ser variado pelo operador. Em outras palavras:
Já a pressão de descarga de uma bomba injetora não pode ser variada pois, para
um dado motor, ela é projetada para fazer o bico injetor abrir a um valor fixo e constante de
pressão, seja qual for a quantidade de combustível a ser injetado. Pressões abaixo do valor
recomendado não conseguem fazer funcionar corretamente o injetor. Pelo que foi exposto,
entende-se que:
A bomba injetora é acionada pelo próprio motor, conforme já dissemos antes. Sua
atuação se dá por transmissão de rotação recebida do eixo de manivelas do motor,
normalmente por meio de um jogo de engrenagens.
Nos motores de pequeno porte, uma única bomba injetora debita o combustível para
92 todos os cilindros, é a chamada bomba injetora de corpo único. Nesta versão, a bomba
é constituída por tantos elementos quantos sejam os cilindros do motor. Cada elemento é
formado por um pequeno cilindro e seu êmbolo. Um eixo de cames (ressaltos) no interior da
bomba aciona os êmbolos, em seqüência, pressionando o combustível através de uma
válvula de pressão e, pelo tubo de pressão, força-o a cada um dos bicos injetores.
Essas bombas injetoras individuais são acionadas pelo mesmo eixo de cames que
comanda o mecanismo de abertura das válvulas de admissão e descarga nos motores a 4
tempos.
Assim, neste tipo de motor, o eixo de cames, para cada cilindro, possui três cames
(ressaltos) distintos: um para acionar a válvula de admissão, um para acionar a válvula de
descarga e outro para acionar a bomba injetora. Podemos, então, dizer que, neste tipo de
motor, para 6 cilindros, o eixo de cames apresenta um total de 18 ressaltos.
As bombas injetoras mais empregadas nos motores Diesel de pequeno porte, são
as do tipo Bosch. O nome é uma referência ao fabricante que desenvolveu o sistema.
Os injetores são fixados diretamente nos cabeçotes por abas laterais (sobrepostas
fixas) que são atravessadas por estojos e porcas.
Por estarem em contato direto com a câmara de combustão, os injetores estão sujeitos
a um regime constante de alta pressão e temperatura. É comum que, com o tempo de
funcionamento, os injetores sofram os efeitos de uma carbonização. Isto faz com que os
diminutos orifícios de pulverização fiquem obstruídos, dificultando seu bom funcionamento.
Daí, a necessidade de serem periodicamente revisados, limpos ou até mesmo substituídos.
Nos motores Diesel de pequeno porte, cada cilindro é servido por um injetor instalado
em seu cabeçote. É comum, nos motores de grande porte, a existência de dois injetores
por cilindro, conforme se observa na maioria dos MCP a bordo.
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SMA
Tubulaçães
Não devemos esquecer que o sistema de óleo combustível de um motor está dividido
em dois circuitos distintos: o de baixa pressão e o de alta pressão, sendo a bomba injetora
o elemento de divisão.
• uma de dreno, que sai do injetor, devolvendo também ao reservatório o óleo que
não foi injetado.
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3.2 Sistema de ignição
Este sistema só existem nos motores que funcionam segundo o ciclo Otto, ou seja,
motores à gasolina. O conjunto de componentes do sistema trabalha com a finalidade de
proporcionar uma centelha à câmara de combustão, para inflamar a mistura no momento
correto.
Para que você entenda todo o complexo eletromecânico envolvido neste sistema, é
necessário um bom entendimento de eletricidade. A Unidade 1 deste manual, lhe será
bastante útil.
• bobina;
• distribuidor; e
• velas de ignição.
Bobina
Distribuidor
Bobina
Chave de igniçao
Bateria
Velas de ignição 95
Sistema de ignição SMA
O fornecimento de baixa voltagem é obtido da bateria, quando se dá partida, ou
ainda, do alternador, quando o motor já está funcionando. Os meios de produzir e interromper
esse fornecimento estão incorporados ao distribuidor.
Distribuidor
Tampa do distribuidor
Contato da vela
Contato da tampa
Rotor ou cachimbo
Excêntrico
Platinado
Velas de ignição
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SMA
3.3 Sistema de lubrificação
Além disso, num motor, a lubrificação ajuda a vedar, ou seja, a evitar que escapem
os gases da combustão através dos anéis de segmento do êmbolo.
Numa máquina, o atrito produz calor que, entre outros inconvenientes, representa
perda direta de energia. Com a continuação do atrito, as peças ficam cada vez mais quentes,
até que uma paralisação é causada pela grande dilatação e soldagem entre elas.
• óleo de mamona;
• óleo de oliva;
• óleo de baleia; e
• óleo de peixe.
As propriedades dos óleos lubrificantes são analisadas para que se faça uma pré-
avaliação de desempenho visando a melhor aplicação em cada caso.
• densidade;
• ponto de fulgor;
• ponto de ignição;
• ponto de fluidez; e
• viscosidade.
• manual;
• por arrastamento;
• por salpico;
• por gravidade; e
• forçada.
Nesse sistema uma bomba aspira o óleo do cárter e o envia sob pressão através de
100 todo o sistema, lubrificando as peças móveis e retornando de volta ao cárter num circuito
fechado.
Vejamos o circuito básico de
lubrificação de um motor de pequeno porte e Resfriador
Filtro
de aplicação marítima.
Bomba
O óleo lubrificante é aspirado do cárter
pela bomba, através do ralo de aspiração,
onde as impurezas mais grossas ficam
retidas. As impurezas menores metálicas,
ficam retidas num bujão magnético existente
no cárter.
Ralo
Da bomba, o óleo é descarregado Sistema de lubrificação forçada
para o um trocador de calor, que é o resfriador
de óleo lubrificante.
Do filtro, o óleo sai pelo coletor geral, que é uma tubulação que corre ao longo do
motor, e faz a distribuição para as várias partes do motor, na seguinte seqüência:
• do coletor, uma linha segue para os mancais fixos, e outra sobe para os balancins
através das hastes dos tuchos;
• dos mancais móveis para os pinos dos êmbolos, subindo pelos canais internos
das conectoras;
Como você pode perceber, num circuito de lubrificação forçada, o papel da bomba
de óleo lubrificante é essencial, pois dela depende a distribuição de óleo com pressão
para todas as peças móveis do motor.
Sobre os filtros de óleo lubrificante, devemos aqui repetir, basicamente, o que já foi
dito sobre sua aplicação no sistema de óleo combustível.
Nos motores de pequeno porte, os filtros de óleo lubrificante são do tipo descartável,
ou seja, após um determinado período de funcionamento, recomendado pelo fabricante do
motor, tornam-se de tal forma impregnados pela sujeira retida que a única alternativa é a
completa substituição. Um filtro saturado provoca diminuição do fluxo de óleo e queda de
pressão no sistema, o que pode provocar avarias irreversíveis no motor. Para minimizar
esse risco, alguns fabricantes de filtros, criaram um sistema de “by pass” (contorno) que
permite que o fluxo de óleo seja desviado internamente do filtro quando o elemento estiver
completamente obstruído por sujeira. Isto evita o colapso total do sistema por queda da
pressão de lubrificação. Mas é preciso que levemos em consideração que um filtro nessas
condições não estará mais retendo impurezas, trazendo ao motor o risco de um rápido
desgaste ou de uma avaria causada pela má qualidade do óleo lubrificante.
O purificador é uma máquina acionada por motor elétrico, que consiste em um vaso
em forma de bacia girando em alta velocidade (rotor). Uma bomba acoplada aspira o óleo
do cárter e o distribui para o interior do rotor. Devido ao efeito da força centrífuga, as
impurezas vão se depositando em camadas nas paredes do vaso giratório. A água que
esteja misturada ao óleo separa-se também numa camada intermediária e é descarregada
para um tanque de dreno. O óleo, elemento mais leve, separa-se em outra camada, mais
próxima ao centro do rotor, por onde será descarregado de volta ao cárter, já limpo e livre
de contaminações. As impurezas sólidas, normalmente formações de carbono, que são
lançadas contra as paredes do vaso, formam com o tempo uma crosta de borra negra. O
operador deverá saber, pela experiência, a freqüência com que deve abrir o purificador
para retirar as impurezas ali acumuladas.
Conforme já foi dito, existe uma relação direta entre a temperatura de um óleo e sua
viscosidade. Assim, à medida que se aquece, o óleo lubrificante torna-se mais fino (menos
viscoso), diminuindo conseqüentemente sua capacidade de reduzir o atrito.
No verão, seu corpo pede, por exemplo, o conforto de um bom banho frio ou de um
ventilador no ambiente. Eis aí então, dois bons agentes arrefecedores: a água e o ar. 103
SMA
Um resfriador pode funcionar por meio da troca de calor com a água ou com o ar. O
agente arrefecedor natural por excelência é a água, pois tem maior capacidade de
retirar calor de um corpo e é de fácil obtenção.
A maior parte dos motores equipados com resfriador de óleo lubrificante utilizam a
água como agente arrefecedor. Os motores de uso terrestre usam a água potável, que
chamaremos de água doce, como agente arrefecedor. Já os motores marítimos, pela própria
natureza do meio onde funcionam (no mar, em rios ou lagos), utilizam normalmente a própria
água do ambiente onde flutuam, como agente arrefecedor. Desta maneira, se a embarcação
estiver navegando no mar, o agente arrefecedor natural e abundante será a água salgada.
Se estiver navegando num rio ou num lago, a mesma bomba do sistema estará, então,
aspirando água doce.
Os resfriadores circulados por água podem ser basicamente de dois tipos: de feixe
tubular ou de placas.
Os mais utilizados são os de feixe tubular, onde o óleo lubrificante, forçado pela bomba,
circunda um feixe de tubos existentes no interior do resfriador. Esses tubos são circulados
internamente pelo líquido de resfriamento: a água.
Desta forma, o calor do óleo é retirado indiretamente pela água mais fria, que será,
em seguida, descarregada ligeiramente aquecida de volta ao mar.
Nos motores marítimos, é comum, depois de algum tempo, que o resfriador começa
a perder sua capacidade de retirar calor. Isto acontece porque o feixe tubular vai aos poucos
ficando entupido com impurezas arrastadas junto à água, tais como: lama, sal, algas,
pequenos mariscos e até lixo jogado ao mar, especialmente pedaços de saco plástico.
O sistema de lubrificação forçada, amplamente utilizado nos motores, está por sua
vez dividido em dois subgrupos, os sistemas de lubrificação:
• simultânea; e
104 • separada.
A lubrificação simultânea é empregada nos motores de pequeno porte, de média a
alta rotação, onde um só tipo de óleo, normalmente na faixa de viscosidade SAE 40, atende
a todos os componentes do motor.
Os motores que utilizam este sistema, como dissemos, são de grande porte, a
exemplo do MCP instalado para a propulsão dos grandes navios, e possuem um componente
do qual ainda não falamos. Trata-se da cruzeta, que é uma espécie de articulação
intermediária da biela. Isto porque a grande dimensão desses motores faz com que o curso
do êmbolo seja tão longo que é necessário dividir e articular a biela a fim de que esta
consiga alcançar o eixo de manivelas sem os esforços originados pelos grandes ângulos
que se formariam entre as duas peças. Neste caso, o conjunto fica assim constituído: êmbolo,
haste do êmbolo, cruzeta, conectora e eixo de manivelas.
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SMA
Com este arranjo, o ambiente do cárter pode ser separado do ambiente dos cilindros,
de forma que óleos lubrificantes de propriedades diferentes podem ser empregados em
partes diferentes do motor sem se misturar.
Nos motores atuais do tipo com cruzeta, o óleo lubrificante está dividido em três
sistemas independentes:
Cada sistema utiliza um tipo de óleo lubrificante apropriado para o trabalho a ser
executado naquela parte do motor.
Cada sistema possui também suas próprias bombas, filtros e resfriadores. As bombas
são acionadas por motores elétricos e todo o conjunto aqui descrito já começa a dar uma
boa idéia da quantidade de equipamentos e sistemas auxiliares existentes numa praça de
máquinas.
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3.4 Sistema de arrefecimento
Nas instalações de bordo e, portanto, dentro dos objetivos específicos deste curso,
o termo refrigeração está ligado normalmente à frigorífica de rancho do navio, aos porões
de carga dos navios frigoríficos e ao sistema de ar condicionado central para as
acomodações. Por esta razão, para que não haja interpretações equivocadas, adotaremos
aqui, apenas, resfriar o nosso motor de combustão interna.
No caso citado, estávamos apenas resfriando o óleo lubrificante para que sua
viscosidade pudesse ser mantida. Entretanto, para o bom funcionamento de um motor, outros
sistemas precisam ser resfriados. Você se lembraria de mais algum?
O aço, por exemplo, a partir dos 400° C, já começa a perder suas características.
Ora, considerando que num motor diesel, as temperaturas de combustão são da ordem de
1500° C, bem se vê a necessidade incontestável de um resfriamento eficiente.
Portanto, está claro que o rendimento térmico de um motor diminui com o resfriamento.
Por isso, os motores só são resfriados em razão da impossibilidade prática de seu
funcionamento à altíssimas temperaturas.
Motor aquecido demais: as peças se dilatam, o lubrificante fica muito fino (pouco
viscoso), há um aumento de atrito e do desgaste entre os elementos móveis.
Nos motores de uso terrestre e de pequeno porte, há uma combinação dos dois
agentes arrefecedores - a água e o ar.
1 radiador
7 válvula de pressão
8 ventilador
9
9 orifício de esvaziamento
2
10 bomba d'água
Motor circulado por água com radiador
11 termostato
A água, sob pressão de uma bomba, circula o motor num circuito fechado em torno
dos cilindros, entre as paredes do bloco ou camisas e nas câmaras de resfriamento dos
cabeçotes. Retira o calor gerado pela combustão e, assim aquecida, chega ao radiador,
onde é resfriada pela passagem de ar através dos tubos que formam a chamada colméia
do radiador. Daí, retorna à aspiração da bomba, completando o circuito e reiniciando o
mesmo trajeto.
Deve-se, por outro lado, evitar que o motor funcione muito frio e, por isso, a temperatura
da água deverá ser controlada, dentro de certos limites, por meio de um dispositivo chamado 109
termostato. SMA
Descrito o circuito básico, vejamos agora, separadamente, cada um dos
componentes citados .
Bomba de água
Radiador
Ventilador
Lado do
radiador
Lado do
motor
De forma lenta e progressiva, somente quando a água estiver mais quente ainda, é
que a segunda válvula termostática atuará, seguindo o mesmo processo, permitindo então
que toda a água circule através do radiador.
Por causa da larga utilização dos motores diesel no meio marítimo, podemos
praticamente afirmar que o emprego da água do mar como agente arrefecedor é uma
característica dos motores diesel aplicados à propulsão naval e à geração de energia elétrica
para embarcações.
Assim, com esta grande disponibilidade, a água do mar é aspirada por uma bomba,
desempenha seu papel de agente arrefecedor na instalação e é, em seguida, descarregada
de volta ao mar.
Já a água doce ou água potável deve ser considerada uma preciosidade a bordo.
Seu consumo deve ser mantido dentro dos mais restritos padrões de economia e
planejamento. Situações de escassez de água potável a bordo, tanto para uso da tripulação
como para utilização nas máquinas e motores, podem levar ao colapso total da embarcação
quando se trata de longas travessias com duração de até 40 dias.
Por isso, embora na prática sejam toleradas pequenas perdas, o circuito de água
doce de resfriamento de um motor deve ser estanque, ou seja, um circuito fechado.
No circuito fechado, a água doce resfria o motor, passa depois por um trocador de
calor circulado pela água fria do mar, perde calor e volta para resfriar novamente o motor. A
água doce resfria o motor num circuito fechado. A água do mar circula os resfriadores num
circuito aberto.
Tudo isto poderia ser mais simples se pudesse ser utilizada somente a água do mar
num circuito aberto, ou seja: a água do mar resfriaria diretamente o motor e seria, em seguida,
descarregada de volta ao mar, onde mais água fria estaria sempre disponível para continuar
resfriando o motor por quanto tempo fosse preciso.
Já foi assim no passado. Porém, o sistema teve logo que ser abandonado porque a
água do mar contém considerável concentração de sais de cálcio e magnésio, o que
ocasiona a formação de depósitos nas câmaras de resfriamento dos motores. Esses
depósitos, formando crostas espessas, acabam por se constituir num isolante térmico
impedindo a troca de calor e levando os motores ao superaquecimento e a avarias. Contudo,
esse sistema, devido à simplicidade e baixo custo, ainda é empregado em motores de
pequenas embarcações e embarcações de recreio.
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Sistema de Arrefecimento em Motores Marítimos
Uma bomba, envia água doce sob pressão através das câmaras de resfriamento
entre o bloco e as camisas, indo daí para os cabeçotes, onde válvulas termostáticas vão
controlar o fluxo de volta à aspiração da bomba ou através de um trocador de calor, que já
não será mais aqui um radiador arrefecido por ar, mas um resfriador, normalmente do tipo
feixe tubular, onde o agente arrefecedor passa a ser a água do mar, que o circula também
sob pressão de outra bomba. Os circuitos são distintos e as águas não se misturam. A
água do mar é aspirada pela bomba através de um ralo no fundo da embarcação, atravessa
em seqüência os aparelhos trocadores de calor e é, em seguida, descarregada pela borda
da embarcação. A água doce, por sua vez, circula o motor retirando-lhe calor e vai ao
resfriador, onde perderá calor, retornando ao sistema para executar um novo circuito.
Nos pequenos motores de uso marítimo, tanto a bomba de água doce como a bomba
de água salgada são acionadas pelo próprio motor por meio de correias. O resfriador de
água tem pequenas dimensões e está posicionado junto ao motor, assim como o resfriador
de óleo lubrificante descrito na unidade anterior. Esta disposição compacta de acessórios
e sistemas auxiliares nos pequenos motores é fundamental ao seu sucesso comercial, visto
que serão utilizados em pequenas embarcações onde o aproveitamento dos espaços livres
é um item bastante considerado pelos projetistas.
Tanque de expansão
Por essas razões, adota-se o uso de tanques de água de resfriamento dos motores
em posições elevadas nas praças de máquinas, conhecidos como tanques de expansão.
Os tanques de expansão estão ligados aos seus sistemas por meio de redes próprias de
entrada e saída de água.
Finalizando o tema, recomenda-se que a água doce nos circuitos fechados para
resfriamento dos motores seja tratada com produtos químicos. Esses produtos, basicamente,
são inibidores de corrosão, anticongelantes ou aumentam sensivelmente o ponto de ebulição
114 da água. São produtos recomendados pelos fabricantes dos motores, e seu uso é
acompanhado de assistência técnica prestada pelos próprios laboratórios fabricantes.
3.5 Sistema de ar de alimentação
No ciclo de Otto, ficou claro que o motor aspira na fase de admissão uma mistura
gasosa constituída por ar e combustível. Na fase de descarga ou exaustão, o motor expele
os gases queimados resultantes da combustão. Sem ar, o ciclo não seria possível.
Falaremos nesta unidade, portanto, sobre o ar de que o motor precisa para executar
seus ciclos de funcionamento, ou seja, o ar de alimentação. A propósito, você já pensou
como funciona um submarino equipado com motor diesel em baixo d’água?
Motores Aspirados
Nesses motores não há dispositivo algum para forçar o ar para o interior dos cilindros.
O simples movimento de descida do êmbolo já provoca uma natural depressão no interior
do cilindro, fazendo com que o ar atmosférico ocupe aquele volume.
Assim, seja um motor à gasolina, seja um motor a diesel, o tipo denominado aspirado
admitirá sempre uma mesma quantidade de ar equivalente ao volume de seus cilindros e à 115
pressão igual ou ligeiramente abaixo da atmosférica. SMA
Nos motores a 4 tempos, o ar de alimentação será aspirado para cada cilindro durante
o período de abertura da válvula de admissão. Se for um motor diesel, apenas ar estará
entrando no cilindro. Se for um motor a gasolina, uma mistura de ar e gasolina proveniente
do carburador estará sendo aspirada durante o curso de descida do êmbolo.
Seja qual for o tipo empregado, é importante que sejam mantidos sempre em boa
condição de limpeza. Um filtro sujo dificulta a passagem de ar, causando a
asfixia do motor. A dificuldade da passagem de ar através do filtro faz com que
o cilindro de um motor do tipo aspirado inicie o ciclo com pressões abaixo da atmosférica.
Motores Superalimentados
Nos dias atuais, com relação aos carros, podemos encontrar uma plaqueta colada
na carroceria com os dizeres Turbo ou ainda, pessoas se expressando dessa forma: meu
carro é turbinado. Para essas situações o que temos tecnicamente é um motor com um
superalimentador (compressor de ar rotativo) acionado por uma turbina a gás, ou seja,
motores turbinados.
Já vimos que uma das características dos motores diesel é sua robustez quando
comparados aos motores à gasolina. Isto se deve às suas elevadas taxas de compressão.
Em nossa frota mercante atual, tanto o MCP como os MCA são motores cujo
funcionamento esta baseados no ciclo Diesel e são dotados de superalimentadores. Assim,
justifica-se desenvolveremos o tema da superalimentação, direcionada particularmente aos
motores Diesel de aplicação marítima. No entanto, quer tenham aplicação terrestre, quer
tenham aplicação marítima, o princípio básico da superalimentação é o mesmo.
Carcaça dos
mancais
Eixo Compressor
Entrada de ar
Turbine
• turbina;
• carcaça de mancais e
• compressor.
No lado dos gases, a turbina consiste em uma roda dotada de palhetas em ângulo,
fabricada de aço resistente ao calor, que será acionada pelo fluxo constante dos gases
quentes provenientes da exaustão do motor. Os gases de exaustão, a uma faixa de 400°C,
após acionarem a turbina, seguirão em direção à chaminé do navio, podendo passar primeiro
através de uma caldeira de recuperação, que é um vaso gerador de vapor, ou ser diretamente
118 descarregados para a atmosfera.
No lado do compressor, uma roda fabricada em ligas leves de alumínio, também
dotada de palhetas em ângulo, vai girar por estar ligada ao mesmo eixo da turbina.
Funcionando como uma bomba centrífuga, a roda compressora aspira o ar pelo centro e
pressiona-o radialmente contra as paredes da carcaça. Desta maneira, o ar ganha velocidade
e depois pressão. Pressurizado, o ar é canalizado para o coletor de admissão do motor,
chegando, finalmente, aos cilindros.
Vejamos, agora, como este acessório tão importante interage com os demais
sistemas auxiliares de um motor.
Turboalimentador
Alguns turboalimentadores possuem seu sistema próprio de lubrificação, com tanque
e bomba independentes.
Qualquer fluido, ao ser comprimido, aumenta sua temperatura. Assim é também com
o ar. O turboalimentador aspira o ar do ambiente. Numa praça de máquinas, por exemplo, o
ar encontra-se a uma temperatura em torno dos 40° C. Após a compressão, o ar que sai do 119
turboalimentador estará aquecido a uma média de 120° C. SMA
Ocorre que o ar muito quente sofre uma redução de densidade, tornando-se muito
leve. Encher um cilindro com ar quente não resolve o problema da superalimentação, pois
este volume de ar estaria sob pressão, porém com pouca massa, o que resultaria numa
combustão deficiente.
120
3.6 Sistema de partida
Introdução
Este é o princípio básico para fazer funcionar qualquer motor, seja pequeno, seja
grande, a gasolina ou a diesel, de carro, navio ou avião.
Com o passar do tempo, os motores foram evoluindo, e se tornando cada vez mais
potentes e, consequentemente, mais pesados. Movimentá-los manualmente já não era uma
tarefa das mais simples. Desenvolveu-se, então, o sistema de arranque com motor elétrico
alimentado por bateria.
Até os dias atuais, diversos métodos são empregados para se dar partida ou arranque
num motor. Tudo vai depender do seu tamanho e da forma de energia disponível para realizar
este trabalho.
• partida por motor elétrico (para motores de pequeno a médio porte em automóveis,
embarcações e instalações estacionárias);
• partida por injeção direta de ar comprimido sobre os êmbolos (utilizada nos motores
de médio à grande porte sobretudo nas grandes instalações marítimas).
O motor de partida tem em sua extremidade um eixo com uma engrenagem na ponta.
Esta engrenagem recebe o nome particular de pinhão. O eixo encontra-se normalmente
retraído no interior do motor de partida. Apenas ao ser comandado, este eixo é projetado
para fora, fazendo com que o pinhão em sua ponta encoste no volante de inércia do motor.
Este conjunto eixo/pinhão é conhecido como Bendix, numa alusão à firma que patenteou
o invento. O Bendix, quando é acionado, já se projeta para fora girando a fim de transmitir
rotação ao volante do motor.
Por sua vez, o volante de inércia do motor possui, ao seu redor, dentes especialmente
posicionados para serem engrazados ao pinhão do motor de partida. A esse conjunto de
dentes do volante dá-se o nome de cremalheira.
Pois bem, o motor de arranque está posicionado muito próximo ao volante do motor
sem, contudo, encostar nele. Quando o operador aciona a partida, a bateria alimenta o
motor de arranque, o Bendix é projetado para fora, girando, seu pinhão engrena-se à
cremalheira, o volante de inércia começa a girar, os êmbolos se movimentam e o motor
parte.
O motor de arranque elétrico consome muita carga de uma bateria. Se a bateria não
estiver com um bom nível de carga, não conseguirá fazer com que o motor de arranque
tenha força suficiente para arrastar o peso do motor. Esta é a situação clássica que tantos
motoristas enfrentam, restando como alternativa empurrar o carro para que o motor pegue
122 no tranco. No nosso caso, infelizmente, não podemos empurrar uma embarcação ou um
navio para que o motor pegue no tranco.
Se o motor não partir em mais ou menos dez segundos, deve-se dar um intervalo de
cerca de meio minuto antes de tentar novamente. Tentativas repetidas podem rapidamente
descarregar a bateria. Antes que isso aconteça, deve-se procurar algum defeito ligado,
principalmente, ao sistema de combustível.
Este método vem sendo bastante utilizado nos motores de médio porte,
particularmente nos MCA de bordo empregados na geração de energia elétrica.
A única diferença é que em vez de serem acionados por energia elétrica, são
acionados por pressão de ar comprimido, o que faz com que, naturalmente, seu mecanismo
interno seja bem diferente.
Este método de partida está restrito aos motores de médio a grande porte,
notadamente os motores utilizados nas grandes instalações marítimas como os MCP e
MCA.
São motores diesel superalimentados que desenvolvem grandes potências, podendo 123
chegar à ordem dos 20.000 HP, como é o caso dos motores empregados na propulsão. SMA
Para que este sistema possa funcionar, é preciso que a praça de máquinas do navio
disponha de uma instalação de ar comprimido bastante sofisticada e suficientemente
dimensionada para atender ao alto consumo de ar que ocorre durante a partida desses
motores de grande porte.
Para isso, cada cabeçote do motor possui uma válvula de ar de partida por onde o
ar comprimido será injetado para o interior do cilindro no momento certo.
É o momento em que aquele êmbolo estiver no PMS. Isto fará com que a pressão do
ar comprimido empurre o êmbolo violentamente para baixo, provocando o giro do eixo de
manivelas. Ora, este giro do eixo de manivelas fará com que outro êmbolo do motor se
posicione no PMS, tornando-se pronto a receber também uma forte injeção de ar comprimido
que o deslocará em direção ao PMI. E assim por diante, um após outro, os êmbolos vão se
movendo, sob ação do ar comprimido até que o motor ganha um pouco de velocidade, os
ciclos se completam, ocorrem as primeiras ignições, os cilindros queimam e o motor começa
a funcionar.
Em poucos segundos, o motor diesel estará funcionando, seja ele de 4 tempos, seja
ele de 2 tempos. E, melhor ainda, o ar de partida injetado no interior do cilindro ainda
estará dando uma mãozinha ao sistema de ar de alimentação, facilitando a combustão nos
124 primeiros ciclos, enquanto o motor ainda está lento.
Que dispositivo comanda a abertura das válvulas de ar de partida para cada cilindro,
no momento exato em que o respectivo êmbolo esteja no PMS? Esse dispositivo é o
distribuidor de ar de partida. Trata-se de um mecanismo acionado por um eixo de cames
ligado à distribuição do motor. Os ressaltos desse eixo, posicionados em perfeito sincronismo
com os cursos dos êmbolos, informarão ao distribuidor de ar de partida para quais cilindros
e, em que seqüência, deverá ser liberado o ar de partida.
Distribuidor de ar
Chave Mestra
Ampola de ar
Compressor
Pelo que se pode perceber, esse sinal tem bastante força, pois, afinal consegue
vencer e contrariar por alguns instantes a mola que mantém a válvula de ar de partida
normalmente fechada. Esse sinal é também ar comprimido. Tem a função de comandar as
válvulas de ar de partida e, por isso, recebe o nome de ar de comando.
126
3.7 Sistema de reversão
Introdução
Reverter um motor é fazer com que seu eixo de manivelas passe a girar no sentido
inverso. Alguns motores são reversíveis e outros são irreversíveis. Trata-se de uma opção
de projeto do motor. Dependendo da finalidade a que se destina o motor, ele poderá ser ou
não reversível. Um motor que vá se destinar à geração de energia elétrica, por exemplo,
não precisa ser reversível. Afinal, para esta finalidade, seu sentido de rotação deverá ser
sempre o mesmo. Já um motor que se destine a um veículo deve atender ao requisito básico
de permitir deslocamentos para frente e para trás, seja num veículo terrestre, seja num veículo
aquático.
• a segunda alternativa é fazer com que o eixo propulsor inverta seu sentido de
rotação, sem que haja inversão no eixo de manivelas do motor. Neste caso, entre
o motor e o eixo propulsor, estará instalada uma caixa de reversão. O motor
será, então, do tipo irreversível; e
A caixa de reversão ou caixa reversora aplicada aos motores marítimos pode ser de
dois tipos:
• mecânica; e
• hidráulica.
A caixa de reversão hidráulica, por sua vez, funciona com um conjunto de discos de
fricção comandados hidraulicamente e que fazem a transmissão do movimento do eixo de
manivelas do motor para o eixo propulsor, permitindo os dois sentidos de rotação.
As caixas reversoras possuem cárter próprio e seu nível de óleo lubrificante merece
uma atenção especial. Nas inversões de marcha, o motor deve estar sempre em pequena
rotação para evitar quebra de dentes das engrenagens da caixa redutora/inversora, ou
grandes esforços de torção no eixo propulsor.
A utilização das caixas de reversão é um recurso restrito portanto aos motores que
só funcionam num sentido único de rotação.
Motores reversíveis
À medida que o motor está funcionando, esta seqüência de combustão dos cilindros
vai se repetindo sempre na mesma ordem, o que significa escrever: 1-5-3-6-2-4-1-5-3-6-2-
4-1-5-3-6-2-4-1-5-3-6-2-4-1-5-3-6-2-4 ..., e assim sucessivamente.
Isto significa que, para inverter o sentido de rotação de um motor, é preciso inverter a
ordem de queima dos cilindros.
Vamos, agora, transformar a teoria em prática. Num motor diesel, que mecanismo
de acionamento já existente seria capaz de alterar a ordem de queima dos cilindros?
Vejamos a seguir.
Quando estudamos o sistema de combustível dos motores diesel, vimos que a injeção
de combustível é feita pela bomba injetora, cada vez que o êmbolo está nas proximidades 129
do PMS concluindo a fase de compressão no cilindro. O acionamento de cada bomba SMA
injetora é feito pelo eixo de cames. Assim, os ressaltos para atuação nas bombas injetoras
estão distribuídos ao longo do eixo de cames em posições que obedecem à seqüência de
ordem de queima estabelecida pelo fabricante do motor.
Isto significa dizer que, alterando-se as posições desses ressaltos ao longo do eixo
de cames, estaremos também alterando a seqüência de injeção nos cilindros. Estaremos,
portanto, alterando a ordem de queima.
É claro que esta alteração de posição dos ressaltos do eixo de cames não é feita
com ferramentas na hora da inversão. O eixo de cames de um motor diesel reversível já vem
preparado para oferecer as duas opções de ordem de queima, permitindo, portanto, que o
motor funcione nas duas direções.
Na primeira, o eixo de cames possui dois ressaltos distintos para cada bomba
injetora, localizados lado a lado, e cada um numa posição angular diferente. Quando se
comanda a inversão de marcha, com o motor parado, o eixo de cames é deslocado
mecanicamente no sentido “axial ”, selecionando qual dos dois ressaltos vai atuar na bomba
injetora. Conforme seja assumida uma das duas posições do eixo de cames, teremos
selecionada a ordem de queima dos cilindros que fará com que o motor funcione a vante ou
a ré. Este é o sistema de inversão por deslocamento axial do eixo de cames.
130
4 Equipamentos da Propulsão
• a remo
• a vela
• a máquinas térmicas:
a vapor
motores diesel
motores a asolina
motor Semi-Diesel
turbina a gás
Propulsão a remo
131
SMA
• mista:
turbo-eléctrica
diesel-eléctrica
• propulsão nuclear
1
2
3
13
19 18 4 5
14
20 8
9 6
15
21
10
22
23 12 7
16
24 11
17
• vela;
• remo;
• roda de pás;
• hélice;
• Voith-Schneider; e
• jato de água.
• mancais (chumaceiras);
• flanges (acoplamento);
• tubo telescópio; e
• hélice.
Mancais (Chumaceiras)
Hélice
134
5 Máquinas de Sistemas Auxiliares
5.1 Compressores
Introdução
Sacudir para cima e para baixo o cabo da bomba não produzirá nenhum aquecimento
apreciável; mas, se a bomba for usada continuamente para forçar a saída de ar sobre
pressão, ela acabará ficando bastante quente, assim como o ar que a deixa.
Antes de mais nada, é importante que você saiba que o ar comprimido é uma forma
de energia de enorme utilidade e com muitas aplicações. Em muitos campos de utilização
compete com a energia elétrica e em outros é um complemento necessário a ela.
Um pouco de história
Sabe-se, então, que por volta do ano 2.500 a.C. foram feitas aplicações do ar
comprimido, em foles e que mais tarde o ar comprimido também foi utilizado em
equipamentos de mineração, em usinas siderúrgicas e em órgãos musicais.
135
SMA
Porém, a aplicação da pneumática na indústria passou a ocorrer sistematicamente
somente em meados do século XIX em ferramentas de perfurar, correio de tubos, em
locomotivas e outros dispositivos acionados por ar comprimido. Por volta de 1920, começou
a ser empregado na automatização e racionalização dos processos de trabalho, tendo se
acentuado a partir de 1950.
A bordo dos navios o ar comprimido é utilizado para dar partida no motor principal e
nos motores auxiliares, para fazer limpezas, para acionar máquinas pneumáticas e como
meio de energia nos sistemas de controle automático, neste caso, denominado de ar de
controle.
A superfície terrestre é totalmente cercada por uma camada de ar. Este ar, que é de
interesse vital, é uma mistura gasosa da seguinte composição:
Dióxido de carbono,
argônio, hidrogênio,
Nitrogênio Oxigênio neônio, hélio,
criptônio e xenônio
Com aproximadamente
+ Com aproximadamente
+ Outros componentes
78% do volume 21% do volume químicos
Como todos os gases, o ar comprimido não tem uma forma definida, ou seja, ele se
adapta á forma do ambiente em que for confinado. O ar se deixa comprimir, mas tende
sempre a se expandir.
O comportamento físico dos gases, na concepção que temos hoje, é o resultado das
investigações iniciadas em 1787, pelo francês Jacques Alexandre Cesar Charles e
formalizadas, em 1802, por outro francês, Joseph-Luis Gay-Lussac, que resumiu em uma
única expressão, conhecida como equação geral dos gases.
Produção de Ar Comprimido
Só por meio de uma instalação que envolve equipamentos específicos, dos quais o
principal é o que denominamos de compressor.
136
Um sistema adequado de produção e tratamento do ar comprimido para ser utilizado
em sistema de comando/controle necessita de vários componentes.
Resíduos de óleo do compressor em contato com o ar de controle formam uma mistura 137
gasosa de ar e óleo que pode provocar explosões à temperatura acima de 80 °C. SMA
5.1.1 Compressores Alternativos
Funcionamento
Ar
360º
Aspiração Compressão
Assim sendo, o êmbolo (ou pistão) deve se deslocar para cima e para baixo no
interior do cilindro a fim de realizar a compressão do ar. Por esse motivo é que chamamos
este tipo de compressor de “compressor alternativo”.
No passeio de ponto morto superior (PMS) para ponto morto inferior (PMI), as válvulas
de sucção (admissão) se abrem devido em razão de a pressão exterior se tornar maior do
que a pressão interna do cilindro. Uma determinada diferença de pressão gerada durante
esse movimento é o suficiente para agir nas superfícies das palhetas das válvulas, vencendo
a tensão das molas que ficam instaladas nas superfícies opostas dessas palhetas ou contra-
sedes de válvula.
138
Válvula de
Válvula de Válvula de
aspiração aberta
descarga fechada aspiração fechada
Fluxo de ar Válvula de descarga
Abre quando a
Mola Mola pressã atinge
Mola
distendida distendida certo valor
comprimida
Admissão Compressão
• cabeçote;
• juntas e vedações;
140
5.1.2 Compressores Rotativos
• palhetas;
• anel líquido;
• parafusos;
• lóbulos.
São pouco empregados a bordo, mas dependendo do serviço a ser prestado, todos
eles podem ser encontrados. Neste momento iremos considerar apenas os de palhetas,
por serem os mais usados e permitirem um compreensão mais fácil de como se efetua o
processo de compressão dos gases no seu interior.
141
Compressor rotativo de palhetas SMA
A localização excêntrica do rotor em relação à carcaça forma um espaço de folga de
seção transversal crescente. À medida que o rotor gira, o ar entra através das aberturas nos
compartimentos formados pelas palhetas, sendo então aprisionado; e seu volume é
gradativamente reduzido, até ser descarregado do lado oposto.
As modernas utilizações e projetos exigem uma outra função essencial do óleo, que
é remover o calor gerado pela compressão do gás. Nos compressores de dois estágios,
esse sistema de resfriamento permite que o primeiro estágio descarregue diretamente no
segundo estágio sem necessidade da instalação de um trocador de calor (resfriador) entre
eles.
Tanque Bomba
receptor de
óleo
Pela lei da Física, tudo que se comprime (aumenta a pressão) eleva a temperatura.
Considere um compressor de um estágio de compressão (baixa pressão e volumétrico)
aplicado a bordo dos navios mercantes com a finalidade de serviços gerais, automação,
limpeza e para ferramentas pneumáticas, etc.
142
Podemos assim listar as seguintes partes básicas:
• corpo;
• eixo;
• rotores;
• válvulas;
• filtros;
• resfriador;
• juntas e vedações; e
• purgadores.
Compressores Dinâmicos
Esse tipo de compressor é caracterizado pelo fluxo radial. O gás é admitido pelo
centro de um rotor com lâminas dispostas radialmente, conhecidas como impulsores, que
forçam o gás para a periferia devido à força centrífuga.
143
SMA
Ao final do último estágio de compressão, o ar é direcionado para uma peça fixa
denominada difusor, onde a energia cinética é transformada em energia de pressão e
descarregado para os utilizadores.
Diafragma
Difusor Voluta
Palheta
guia Tambor de escora
Mancal de escora
Mancal do eixo
Palheta Acoplamento
Eixo
impulsora
Alojamento Vedação
do mancal
Carcaça
Compressores axiais
Esse tipo de compressor é caracterizado por ter fluxo na direção axial (direção
longitudinal do eixo). O gás passa axialmente ao longo do compressor, através das fileiras
de lâminas rotativas e estacionárias, alternadamente, que imprimem velocidade ao gás e,
por conseguinte, pressão.
Como é muito difícil dispor de resfriamento entre os estágios, este tipo de compressor
tem sua pressão de descarga limitada.
144
Compressor axial
Você sabe que a captação da água do mar gera um custo de instalação bem mais
em conta do que a utilização da água doce. Porém, os índices de corrosão e incrustação
produzidos pela água salgada, com certeza, acrescentarão um custo considerável de
manutenção.
146
5.2 Tanques
Como nos navios temos vários tipos de combustíveis, lubrificantes e, até mesmo, a
carga do navio pode ser líquida (petróleo e seus derivados), é necessária a utilização de
vários tanques para que esses líquidos possam ser armazenados.
Sabemos que os tanques devem ser estanques, isto é, não devem permitir a
passagem do fluido do seu interior para o exterior.
Dizemos que um tanque é estrutural quando ele faz parte da estrutura da embarcação,
isto é, ele é construído no casco da embarcação. Os não estruturais são construídos, os
menores, em estaleiro, levados a bordo e montados em suportes soldados nas chapas.
Os tanques não estruturais maiores têm suas chapas soldadas nos suportes, já dentro
do navio.
Os tanques estruturais servem para transportar grande volume de líquido, seja a água,
ou o óleo.
Assim, a maior quantidade de óleo fica armazenada em tanques muito grandes (duplo-
fundo) e é retirada uma parte do consumo diário para um tanque não-estrutural, diariamente.
148
Nomenclatura:
Quanto aos tanques não-estruturais, a capacidade varia de 100 toneladas até 100
litros, ou menos.
É importante citar que todos os tanques devem possuir um suspiro a fim de que os
gases formados no seu interior possam ser expulsos para a atmosfera, diminuindo a pressão
no interior do tanque.
Resumido: o que você não pode deixar de saber é que os tanques que armazenam
grandes quatidades de líquidos são os chamados duplos-fundos. Podem carregar a carga
a ser transportada, o óleo para uso próprio navio ou o lastro. Existem, também, os tanques
laterais (asas) que podem fazer o mesmo tipo de serviço. Quanto aos tanques não-estruturais,
eles servem para armazenar combustível, a água ou óleo lubrificante consumido no dia-a-
dia do navio.
Todo o tanque, seja de armazenagem ou para uso diário, deve ser sondado
periodicamente. Assim, em todos eles é fixado um tubo conhecido tecnicamente como tubo
sonda onde podemos inserir uma fita metálica graduada (trena) para saber a altura do
líquido no interior do tanque. A partir da verificação da altura do líquido no tanque podemos,
observando uma tabela própria do tanque, saber o volume do líquido armazenado naquele
tanque.
• elétricos;
• tipo bolha;
• hidráulicos ou pneumáticos;
• sônicos; e
• radioativos.
Sabemos que a informática já uma realidade a bordo e nos permite rápida verificação
dos valores dos níveis dos tanques de armazenamento que queremos encontrar.
150
5.3 Bombas
As bombas são fundamentais, para uma embarcação com propulsão mecânica. Elas
permitem que os motores tenham óleo combustível para queimar, água para resfriar e óleo
lubrificante para lubrificar. Proporcionam, também, outros serviços vitais como fornecimento
de água para serviços gerais, esgoto, etc.
• combate a incêndio;
• alimentação da caldeira;
• esgoto de porão.
151
SMA
5.3.1 Classificação da bombas
• bombas alternativas;
• bombas centrífugas; e
• bombas rotativas.
Elas podem ser acionadas pelos mais diversos tipos de máquinas que conhecemos:
motores elétricos, motores a combustão, máquinas a vapor, etc.
A bordo de navios elas podem ser encontradas no serviço de esgoto das dalas da
praça de máquinas (as famosas bombas de esgoto de porão) ou, até mesmo, como bombas
de dreno de navios petroleiros.
Descarga
Aspiração
Bomba alternativa
• ação direta, quando a haste do êmbolo hidráulico está ligada diretamente ao acionador; e
Quanto ao efeito:
• simples efeito, quando só apresenta trabalho em uma face do êmbolo. Neste caso,
o êmbolo aspira em um curso e descarrega no curso seguinte; e
• duplo efeito, quando produz trabalho nas duas faces do êmbolo hidráulico, ou seja,
quando a parte inferior do cilindro está aspirando, a face superior está
descarregando, e vice-versa.
Quanto ao deslocamento:
Quanto ao débito:
• corpo da bomba, fechado, que possui um orifício central, para aspiração do líquido
e um orifício na periferia para descarga do líquido;
O aumento de pressão desse líquido, nesse tipo de bomba, ocorre quando ele se
encontra com o corpo da bomba ou com uma peça instalada no interior do corpo e que é
denominada difusor.
Impelidor
Descarga
Aspiração
Voluta
Pá do impelidor
154
Bomba centrífuga tipo voluta
Descarga
Difusor
Impelidor
Abas difusoras
Existem três tipos de bombas centrífugas, que são: voluta, turbina e mista (voluta-
turbina).
As bombas centrífugas tipo voluta são fáceis de ser reconhecidas porque o formato
externo do seu corpo lembra um caracol.
As bombas centrífugas tipo mistas são aquelas que possuem seu corpo na forma de
caracol (voluta) e têm no seu interior um difusor. O aumento de pressão, neste tipo de bomba,
ocorre tanto no difusor quanto na voluta 155
SMA
5.3.4 Bombas Rotativas
descarga
aspiração
156
5.4 Comunicações interiores e sistemas de alarme
Não devemos desprezar o apito como um meio de comunicação interior. Nas fainas
de emergência, ele irá alertar a todos os tripulantes de acordo com os sinais já conhecidos
e que serão emitidos a partir do passadiço.
VHF Portátil
5.4.2 Sistema de alarmes da praça de máquinas
Nas pequenas embarcações, os alarmes são atendidos pelo timoneiro, que informa
ao operador da máquina a irregularidade existente. Nas embarcações de médio porte,
com praça de máquinas guarnecida, existe um painel de alarmes que indica o equipamento
e a irregularidade no seu funcionamento.
Como dito acima, os alarmes são importantes para ajudar na condução dos
equipamentos, mas que cuidados devemos ter com as máquinas que estamos operando?
Vejamos:
Ocorrendo uma condição de alarme, esta será indicada na unidade de alarmes; uma
luz indicadora, no painel de alarmes, acenderá intermitentemente e a buzina soará.
Os sistemas de alarmes modernos são do tipo luminosos e sonoros; isto quer dizer
que, quando houver uma anormalidade, acenderá uma luz e soará uma buzina ou sirene.
Quando a luz acender e a buzina ou sirene tocar, você deve apertar o botão de
cancelamento da buzina (ou sirene) e ela deixará de soar. Ver, então, no painel qual a luz
que está piscando e, só então, pressionar o botão que está piscando. Ele ficará aceso até
que a condição de alarme seja resolvida, ou seja, se a pressão está baixa, ela deverá voltar
ao normal para que a luz se apague automaticamente; se a temperatura estiver alta, ela
deve voltar ao valor desejado, etc.
Nunca atenda a um alarme sem verificar, no local em que ele indica a anormalidade,
o que está acontecendo; acredite sempre que mais vale uma vistoria local do equipamento
do que sua intuição que, às vezes, não é muito correta!
160
5.5 Sistemas de governo
Era preciso encontrar um meio de fazer com que o rumo correto fosse conseguido,
com pequeno esforço físico. E pela inteligência do homem, os sistemas de governo foram
sendo desenvolvidos. Inicialmente, com o marinheiro operando manualmente um leme na
popa da embarcação. E se mantém até os dias de hoje, quando o uso da eletricidade e
eletrônica, com o desenvolvimento de materiais mais leves e resistentes, fizeram surgir
novos sistemas de governo que proporcionam o direcionamento de grandes embarcações
oceânicas com grande confiabilidade.
Características principais
Vemos navios de grande porte, como os VLCCs, com máquinas do leme pequenas,
para o porte da embarcação, funcionando sem qualquer avaria de material durante toda a
sua vida útil. Isto representa um grande avanço na construção naval, em relação a trinta
anos atrás, quando as máquinas do leme eram muito maiores para navios de porte menor.
Você sabe quantos tipos de máquinas já foram empregadas para movimentar o leme
de embarcações? Você já deve ter visto alguns tipos. De outros você nem ouviu falar, mas
é importante saber que, se não estão mais em uso, fazem parte da história da evolução do
sistema de governo. Vejamos:
Nas décadas de 40 e 50, eram muito utilizadas em navios com propulsão à máquina
alternativa a vapor. Naquele tempo, todas as máquinas principais dos navios (bombas,
162 propulsores, máquinas geradoras de corrente elétrica) eram movimentadas pela admissão
de vapor.
A máquina do leme não poderia ser diferente. Consistia em dois cilindros de vapor
que, por meio de engrenagens, faziam girar uma roda dentada acoplada à madre do leme.
Para a época foi muito eficiente, mas, como você pode imaginar, tinha um baixo
rendimento térmico, grande peso e necessitava de um tempo longo para aquecer. Outra
dificuldade era a instalação de um sistema de vapor e, conseqüentemente, os problemas
que ele traz.
Este sistema, utilizado também nas décadas de 40 e 50, já não é encontrado a bordo
dos navios mercantes modernos. Poderemos encontrá-lo ainda em embarcações de médio
porte que navegam nos rios amazônicos.
servo-motor a
parafuso sem
vapor
fim
cana do leme
163
SMA
Assim, este parafuso movimenta dois blocos de aço (chamados dados) em sentidos
opostos e, por meio das conectoras, a madre do leme é girada. As luvas que deslizam ao
longo das barras impedem que os dados girem.
Os mancais de parafuso ficam nos jazentes onde são apoiadas as barras guias e o
parafuso sem fim.
O sistema possui ainda um freio mecânico, que é acionado por uma alavanca e que
serve para manter o leme a meio quando da necessidade de manutenção.
Mas você sabe quais os tipos de bomba utilizados para gerar uma força hidráulica
que faz com que o leme se movimente? Então, aprenda que as bombas podem ser de
êmbolos radiais, axiais ou de palhetas. No estudo das bombas você já as conheceu.
Existem dois grandes tipos de sistemas hidráulicos para acionar a madre do leme.
Vejamos como funcionam os dois tipos desta máquina.
É o tipo mais comum em grandes navios; possui duas bombas hidráulicas acionadas
por motores elétricos, cada uma delas capaz de manter o sistema sob pressão.
164
Máquina de leme hidráulica
A madre do leme é movimentada por dois ou quatro cilindros hidráulicos. A pressão
hidráulica é comunicada a um dos lados dos cilindros e aliviada do outro através da operação
de válvulas comandadas eletricamente (solenóides).
Essas válvulas são abertas e fechadas por um painel elétrico que “lê” a ordem recebida
do passadiço pelo receptor sincro. Conforme o bordo que se deseja mover o leme, válvulas
solenóides diferentes são operadas.Quando é alcançado o ângulo do leme desejado, as
válvulas são fechadas e o leme fica em posição.
Para cada bordo desejado existe um conjunto de palhetas fixas e móveis para onde
o óleo é enviado, quando o sistema de válvulas direcionais (solenóides) atua.
165
SMA
1 Anel de pressão 11 Canal inferior
2 Junta de pressão automática 12 Régua de estanqueidade
3 Junta labial 13 Palheta
4 Junta de borracha redonda 14 Cubo
5 Canal circular superior 15 Corpo
6 Anel-guia 16 Amortecedor de borracha
7 Perno cilíndrico 17 Perno da chumaceira
8 Batente 18 Casquilho de aperto
9 Haste de válvula 19 Suporte
10 Flange de válvula
Nos navios mais modernos, o timão tem sido substituído por comandos pequenos,
como o “joystick”. É a modernização dos equipamentos de bordo.
Sigamos, então, a cadeia de atividades que irá fazer com que a embarcação tenha
seu rumo correto, como desejado:
• o homem aciona o timão ou um comando que o substitui;
• a ordem é transmitida para a máquina do leme ou servomotor;
• a máquina do leme faz movimentar mecanismos que transmitem força para girar
o leme; e
• o leme se move no ângulo desejado acusado no indicador do ângulo do leme.
Mas você deve estar pensando na maneira pela qual o timão dá a ordem para a
máquina do leme! Como ainda não estudamos bem este processo, tudo parece muito
complicado; mas vejamos:
Vamos estudar, então, os três principais sistemas, dentro das nossas condições de
aprendizado, sabendo de antemão que os dois primeiros estão em desuso ou são usados
166 apenas nas pequenas embarcações, o que não é o caso de navios mercantes.
Sistema de transmissão mecânica ou por gualdropes
O timão está fixado ao eixo de um tambor no qual fica enrolado o cabo de aço ou
correntes.
Os chicotes, que são as partes extremas dos cabos ou correntes, saem um por cada
bordo e são fixados na cana do leme. Deste modo, girando-se o timão, gira-se também o
tambor, e o gualdrope de um bordo vai-se enrolando e o do outro desenrolando, o que faz
com que a cana do leme se desloque para um lado ou para outro e, conseqüentemente, a
madre e o leme.
tambor
madre do leme
quadrante do leme
rodete
Nos navios antigos e nas pequenas embarcações atuais, podemos encontrar o sistema
de transmissão por meio de um telemotor hidráulico. Ele, normalmente, funcionava com as
máquinas do leme movidas a vapor mas, hoje em dia, continua operando em máquinas
com sistema hidráulico.
Transmissão hidráulica
Este sistema está restrito a pequenas embarcações. Podemos instalar esse sistema
de transmissão em outras partes do navio e não só no passadiço. Alguns navios antigos
possuíam um timão instalado no redondo de popa.
Este sistema é o único usado nos navios modernos, principalmente os que navegam
em alto-mar. Consiste em transmissores com motores sincro, localizados nas estações de
manobra (passadiço ou qualquer outro local onde possamos enviar um sinal para o receptor
da máquina do leme) e que são controlados pelo movimento do timão ou de outro comando
elétrico instalado.
169
SMA
6 Componentes de sistemas
Vamos então começar a nos familiarizar com os termos técnicos usados a bordo.
A água que usamos para lavar o rosto quando acordamos pela manhã vem de um
reservatório. Dali até a torneira só há uma maneira dela chegar sem que se perca pelo
caminho: é através de uma tubulação. A mesma coisa acontece com o gás de cozinha que
usamos para acender o fogo. Do botijão até o queimador do fogão ele passa por uma
tubulação. Assim, é fácil entender a importância dos tubos para a distribuição de qualquer
fluido.
6.1 Tubos
Mas eles não são todos do mesmo feitio, nem confeccionados do mesmo material.
Alguns tubos são mais ou menos compridos do que outros, de maior ou menor diâmetro,
materiais diferentes, etc.
Além dessas, há muitas outras variantes que devem ser estudadas pelo engenheiro
responsável por um projeto da embarcação.
6.3 Redes
Mas, o que são as redes ou sistemas de que tanto falamos a bordo dos navios?
Para o nordestino, rede é aquela “cama” feita de tecido ou linha que se pendura no “alpendre”
e que serve para o descanso após um dia de trabalho. No futebol a rede é o alvo que a bola
deve atingir quando chutada pelo nosso time e a ser defendido quando chutada pelo time
adversário. Os amigos que usam computador definem “rede” como a pesquisa de dados
feitas por usuários de computador ao mesmo tempo. Se quisermos, podemos definir rede
de muitas maneiras. Mas o que nos interessa, nesse momento, é a definição técnica de
rede para uma embarcação. Então vejamos:
No caso em questão, acessórios são as partes que se juntam aos tubos na formação
de um sistema ou rede. Os mais importantes, e sempre presentes, são as válvulas, flanges,
ralos, filtros, etc.
Como vimos acima, os fluidos são transportados em tubos que, junto com os
172 acessórios, formam um sistema ou rede, e podemos dizer que os sistemas mais importantes
de uma embarcação são os de água de resfriamento dos motores (principal e auxiliares);
de água de circulação dos trocadores de calor como os resfriadores e condensadores
(água do mar); de óleo combustível (para os motores e caldeira, quando existente); de óleo
lubrificante dos motores; de ar comprimido e os sistemas de vapor.
2
3
Todo sistema fechado possui perdas. Isto é normal. Assim, no de água de resfriamento
do motor propulsor, toda a água perdida é recolocada no sistema através de um tanque ao
qual chamamos de tanque de expansão (número 4). Ali fica armazenada uma quantidade
considerável de água que é adicionada ao sistema (automaticamente), conforme necessário.
O símbolo X , que vemos no diagrama, representa uma válvula. Ela é uma parte
importante da rede, pois possibilita isolar a passagem do fluido através de qualquer
equipamento ou parte do sistema.
173
SMA
6.3.1 Maneiras de unir tubos para confeccionar uma rede
Voltando ao que foi ensinado anteriormente, necessitamos sempre saber qual o fluido
que passará pelo tubo, sua pressão e temperatura a fim de projetar a forma de união dos
tubos. Há várias maneiras de se fazer essa união e devemos levar em consideração o
diâmetro externo dos tubos que serão unidos. Os principais tipos de conexão entre tubos
são:
Junta soldada
Joelho de 45 topo a topo
Junta em T
Tubo em corte
Anel de apoio
Solda Solda
Luva soldada Junta de encaixe
com solda
Tipos de conexões soldadas
• conexão soldada – é usada para unir tubos de alta pressão, eliminando o uso de
flanges/luvas. A solda é aplicada de acordo com uma série de especificações técnicas que
definem o material a ser usado e a técnica de soldagem a aplicar. Estas uniões de tubos)
resumem-se em duas classes gerais: as soldadas topo a topo e as soldadas de encaixe. A
solda topo a topo consiste em cortar as duas extremidades dos tubos em ângulo agudo,
ajustando-as para soldar. O anel de apoio, que aparece na figura, é usado para evitar a
formação de grumos de solda (aquelas bolinhas de solda) na parte interna da tubulação e
deve ser removido após a soldagem, quando possível.
174
Nas juntas de encaixe, uma peça encaixa na outra e ambas são soldadas por fora.
Estas conexões têm um rebaixo interno no qual o tubo é encaixado para a aplicação da
solda. É importante observar que a profundidade do encaixe garante a maior perfeição da
conexão, o que elimina a necessidade de rigorosa exatidão no corte do tubo.
Você já sabe que uma rede é composta de tubos e acessórios; mas, quais os
principais acessórios formadores de um sistema ou rede? Também isto já foi dito
anteriormente e iremos relembrar agora. Os principais são: juntas e curvas de expansão,
válvulas, pianos de válvulas, ralos e filtros. Vejamos cada um deles.
6.4.1 Juntas
São peças instaladas para evitar vazamentos entre os flanges das redes, o corpo
das válvulas e o corpo das bombas. Para que se faça uma junta é importante saber duas
coisas: qual o fluido que ela tem que vedar e a temperatura deste fluido. Normalmente,
quando necessitamos utilizar um material para confecção de junta, consultamos um catálogo;
mas na prática, quase sempre, sabemos o material a ser empregado. Para uma vedação
perfeita, outro fator importante na confecção da junta, além do material correto a ser
empregado, é a espessura deste material.
175
SMA
Há vários tipos de materiais fabricados especialmente para confecção de juntas;
porém os mais empregados em embarcações são:
Para a tubulação que conduz vapor com alta pressão é necessário o uso do que
chamamos de “juntas metálicas” ou “semimetálicas”. São conhecidos três tipos:
• junta de face serrilhada – feita de metal monel ou de ferro macio. A face serrilhada
melhora a selagem do flange e dá maior resistência à junta;
Face simples
Dupla face ou
de expansão
Junta serrilhada
176
• junta em anel de face lisa – também confeccionada de metal monel ou de ferro
macio. Sua espessura é predeterminada;
Junta flexitálica
• juntas de expansão – esses acessórios são instalados nas redes de vapor para
compensar a dilatação e contração dos tubos, quando sujeitos a grandes variações de
temperaturas. Elas são fixadas ao longo da tubulação a intervalos regulares. A figura ao
lado mostra o tipo mais comum de junta de expansão de deslizamento, que consiste em
uma caixa de gaxetas, sobreposta, tubo de
deslizamento e estojos limites. A caixa de
gaxetas e o tubo de deslizamento têm flanges
que fixam o conjunto na canalização. Ela recebe
o engachetamento que é apertado por meio da
sobreposta, enquanto o tubo de deslizamento
tem liberdade para mover-se para dentro e para
fora, numa extremidade limitada, sem afetar a
estanqueidade, em virtude do engaxetamento. 177
Junta de expansão SMA
Atualmente, este tipo de junta de expansão está sendo relegado a segundo plano e
substituído com vantagem por curvas de expansão e juntas corrugadas, principalmente em
redes de vapor de alta pressão.
• curvas de expansão
Flange
Um sistema de vapor, por exemplo, que não possua juntas de expansão (ou curva de
expansão) tende a ter os tubos constantemente avariados. É que a dilatação do material,
que ocorre pelo efeito do calor, faz com que o tubo, ao se deslocar, choque-se com uma
superfície rígida (uma antepara, por exemplo), tendendo a romper-se.
Por esse motivo veremos quase sempre em sistemas de vapor, a utilização dos
acessórios chamados de “juntas de expansão” ou “curvas de expansão”.
6.4.2 Gachetas
A gacheta é o material cujo principal objetivo é impedir vazamento pelas peças móveis
das máquinas ou equipamentos. Ela pode ser usada tanto em equipamentos como nos
eixos das máquinas rotativas, nas hastes de bombas alternativas e nas hastes das válvulas.
Como nas juntas, devemos escolher o material apropriado para vedar o fluido que
está circulando. Os materiais mais empregados para a confecção das gachetas são:
• amianto com lubrificação de grafite, para alta pressão;
• linho trançado;
• cobre trançado;
• algodão prensado;
• amianto com interseção metálica;
• teflon; e
• carvão.
1-Corpo;
2-Castelo;
3-Haste;
4-Volante;
5-Sobreposta;
6-Sede; e
7-Contra-sede. 7 6
Existem diversos tipos de válvulas porque também existem vários tipos de fluidos
circulando por tubulações a bordo. Lembrem-se de que já estudamos os diversos sistemas
(água de resfriamento dos motores, lubrificação, combustíveis, etc) existentes nas
embarcações. Assim sendo, vamos apresentar os tipos mais comuns de válvulas que iremos
encontrar a bordo de qualquer embarcação em que possamos trabalhar.
b) válvulas de regulagem:
• globo;
• borboleta; e
• diafragma.
179
SMA
c) válvulas que permitem o fluxo em uma só direção:
• retenção; e
• de pé.
d) válvulas de controle:
• segurança e alívio; e
• reguladoras de pressão.
Válvulas de interceptação
Neste tipo de válvula, quem fecha a passagem do fluido pode ser um disco ou uma
cunha (a gaveta) que move-se para dentro ou para fora da sede, em virtude do movimento
de uma haste. Estas válvulas podem ser do tipo “gaveta”, “macho” ou “esfera”. Para melhor
entender seu funcionamento, observe as figuras a seguir .
• Válvula de gaveta
Este tipo, que apresentamos na figura abaixo, é usado quando se deseja que o fluido
passe em linha reta. Quando a gaveta está totalmente aberta, a resistência à passagem do
fluxo é pequena e, assim a pressão dentro da rede não cai muito. Este tipo de válvula não é
bom para trabalhar semi-aberta.
O acionamento das válvulas gaveta, como aliás das outras válvulas que veremos a
seguir, pode ser por comando manual (o próprio homem abre e fecha a válvula, com as
180 mãos) ou por acionamento elétrico, pneumático ou hidráulico.
Elas são instaladas em quaisquer diâmetros, para todos os serviços, em redes de
água (doce ou salgada), óleos e líquidos em geral, desde que não sejam muito corrosivos,
não deixem muitos sedimentos nem tenham grande quantidade de sólidos em suspensão.
Elas também são usadas em tubos acima de 8” (oito polegadas) para redes de
vapor e em diâmetros acima de 2” (duas polegadas) para redes de ar comprimido.
• Válvula de Macho
• Válvula de Esfera
O macho nessas válvulas é uma esfera que gira sobre um diâmetro, deslizando entre
anéis de material resiliente (borracha, neopreme, teflon, etc.), tornando perfeita a vedação.
Seu uso geral é no fechamento rápido, muito usada para ar comprimido, sistemas
que exijam vácuo, vapor, gases e
líquidos, sempre em pequenos
diâmetros e baixas pressões.
181
SMA
Válvula de regulagem
• Válvula globo
Na figura abaixo vemos a maneira pela qual a sede é fixada ao corpo da válvula. As
válvulas globo são utilizadas, principalmente, em redes de água, óleos e líquidos em geral e
para bloqueio e regulagem em linhas de vapor e de gases. Para todos estes serviços elas
podem ser empregadas, com qualquer pressão e temperatura, em até 8” de diâmetro.
Sobreposta
Haste Cadeira
Sede
Disco Disco
Guia da haste
• Válvula borboleta
• Válvula de diafragma
Haste
Volante
Tampão
Posição fechada
Este tipo tem por finalidade permitir que o fluido circule somente em uma única direção.
Elas são instaladas no sistema a fim de evitar que o fluido circule de uma maneira
inadequada (em sentido contrário) para a produção do trabalho. Os principais tipos são: 183
SMA
• Válvula de retenção de portinhola
Conforme mostrado na figura ao lado, elas fecham por meio de uma portinhola
(espécie de janela) presa em um eixo. De um lado do corpo da válvula existe um batente
que impede a portinhola de girar na outra direção. A portinhola pode abrir livremente. Assim,
quando o fluido tenta passar, jogando a portinhola para o lado onde existe o batente, ela não
passa, evitando o fluxo do líquido naquela direção. O mesmo não acontece na direção oposta.
• Válvula de pé
184
Existe também um outro tipo conhecido como válvula de interceptação e retenção,
na qual a abertura da válvula é controlada pelo ajuste da posição da haste roscada. Quando
a haste da válvula encontra-se na sua posição mais baixa, o disco fica impedido de se
deslocar. Esta posição permite à válvula atuar como uma válvula de interceptação. Quando
deslocamos a haste da válvula para cima, a força exercida pelo fluido levantará o disco.
Esta abertura é regulada pela posição em que deixamos a haste, controlando assim o fluxo
por meio da válvula. O fluido é impedido de escoar, em sentido oposto, devido a uma mola
e ao peso do disco e irá escoar na posição que nós desejamos, desde que a força exercida
pelo fluido da rede, na entrada da válvula, seja superior à força exercida pelo fluido na
descarga, somada à tensão da mola e ao peso do disco. Esta válvula também é chamada
de Válvula de retenção com haste, mostrada na figura abaixo.
Haste
roscada
Haste do
tampão
Guia Tampão
Entrada Saída
Válvulas de controle
Porca de
• Válvula de segurança e de alívio ajustagem
185
SMA
Todas essas válvulas são denominadas de segurança quando destinadas a trabalhar
com vapor, gás ou ar comprimido. Se instalarmos uma destas como acessório numa rede
que conduza líquidos, chamaremos de “válvula de alívio”.
Estas válvulas são muito importantes, por exemplo, quando utilizamos uma turbina a
vapor. Sabemos que, para manter a rotação constante de uma turbina é necessário que a
pressão de vapor seja sempre a mesma. Para que isso aconteça, usamos este acessório
que permitirá maior passagem de vapor quando a tendência da pressão for de queda e
fechará a passagem de vapor quando a tendência for de aumento da pressão.
Válvulas especiais
• Válvula “agulha”
Consta de uma peça afilada, no formato de uma agulha, cônica, que atua como disco,
fechando a sede da válvula. Quando a agulha vai sendo introduzida na sede, o fluxo vai
sendo estrangulado pela diminuição de sua passagem pela sede da válvula, até o fechamento
total. São válvulas muito utilizadas quando se deseja regular, com precisão, o fluxo na rede.
São instaladas em redes que se deseja bloquear quando houver necessidade urgente,
por motivo de segurança. Elas podem ser de vários tipos, porém os mais empregados são:
válvula de gaveta com haste deslizante comandada por uma alavanca; válvula de gaveta
com fechamento por mola e liberada por um gatilho e que pode ser comandada à distância;
e, finalmente, válvula fechada hidraulicamente por ação de um fole que recebe pressão
hidráulica e pode ser comandada à distância.
• Piano de válvulas
A fim de facilitar a manobra das válvulas existentes nas redes, principalmente quando
se trata de transferência de fluidos entre tanques, por meio de bombas, é costume fundir,
numa só peça, os corpos de várias válvulas. Esses conjuntos são os chamados “pianos de
válvulas”.
Tanque nº 1
Flange de descarga Tanque nº 2
da bomba
Tanque nº 3
Flange de aspiração
Tanque nº 4
da bomba
Para que se faça a transferência do tanque 1 para o tanque 4, por exemplo, abre-se
a última válvula de aspiração (aspiração do tanque 1) e a primeira válvula de descarga
(descarga para o tanque 4), deixando as demais válvulas fechadas. O fluido que vem do
tanque 1 entrará na rede de aspiração, passará através da bomba e será descarregado,
através da rede de descarga e da válvula, para o tanque 4.
Ralo de placas
188
Mas, qual a diferença existente entre um ralo e um filtro? Alguns colegas chamam o
filtro de ralo e o ralo de filtro; assim sendo, vamos entender o seguinte: ralo e filtro são
acessórios colocados no sistema a fim de evitar a passagem de impurezas sólidas ou
pastosas. O elemento filtrante do ralo é feito de malha com orifícios maiores do que os dos
filtros. Os filtros têm um elemento que permite interceptar impurezas muito pequenas, com
uma malha muito fina. Assim sendo, o ralo só impede a passagem de impurezas grandes e
os filtros não deixam passar as pequeníssimas impurezas que possam estar misturadas
com o fluido.
Poderão ser vistas a bordo algumas redes revestidas com um tipo qualquer de material
que denominamos de isolamento térmico. São as que conduzem o fluido aquecido. Dentre
elas podemos citar as redes de vapor, a dos óleo combustíveis dos motores e caldeira, as
redes de água quente, etc. Além de evitar que alguém possa se queimar quando tocar em
alguma delas, é importante sabermos que o isolamento térmico também ajuda a manter a
temperatura do fluido que passa no interior do tubo.
É fácil descobrir a rede que transporta a água para os camarotes ou a que leva a
água salgada para os resfriadores. É só olhar para os tubos ou para os volantes das válvulas
e verificar a cor com que eles foram pintados. Não há erro!
189
SMA
6.7 Como utilizar juntas nas seções de união de redes
Como estudamos no item 1.4, os tubos podem ser unidos de várias maneiras. Para
tubos com diâmetros superiores a 2” (duas polegadas), recomenda-se o uso de conexão
por flanges. Como os flanges são feitos de um material metálico que, mesmo sendo muito
apertados entre si, deixam vazar o fluido circulante, é importante evitarmos que tal ocorra.
Para isso, utilizamos um material qualquer que, ao ser comprimido, faça uma perfeita
vedação da rede. É o que chamamos de junta.
O material de confecção das juntas deve ser escolhido de acordo com o tipo de
fluido que circula na rede, sua pressão e temperatura. Assim sendo, não devemos esquecer,
antes de iniciar um trabalho de substituição de junta em um flange, que é importante saber
se possuímos em estoque o material adequado para o serviço.
O processo de substituição de uma junta numa rede inicia-se com a escolha do material
correto para a confecção da junta. Como dito acima, não podemos usar qualquer tipo de
material. A indústria tem desenvolvido tecnologia de material que faz com que possamos
utilizar papelão hidráulico para todos os tipos de fluidos com altas temperaturas e pressões.
Assim sendo, é importante consultar os manuais dos fabricantes antes de decidir que material
será empregado.
Mas, como fazer para trocar uma junta de um flange? Não é difícil; é só seguir as
seguintes instruções:
Para que o engachetamento da haste de uma válvula possa ser executado com
técnica, devemos proceder como se segue:
• caso não haja vazamento acentuado, retirar todas as voltas de gaxetas, limpar a
caixa de gaxetas e substituí-las por novas, apertando a sobreposta a cada volta de gaxeta
inserida; e
• o último procedimento, após ter sido colocada a última volta de gaxeta, é apertar a
sobreposta, observando que ela não deve ficar “enjambrada”, isto é, com um lado mais
apertado que o outro. Verificar se a válvula abre e fecha suavemente, sem necessitar muita
força para movimentá-la. Execute 10 a 20 ciclos de abertura e fechamento da válvula e
reaperte a sobreposta. Havendo vazamento, reaperte a sobreposta.
Não esqueça que as gaxetas são instaladas na caixa de gaxetas da válvula cortadas
em formato de anéis. Assim sendo, as emendas dos anéis devem ficar a uma distância de
90º umas das outras.
É importante saber que algumas gaxetas devem ser lubrificadas antes de serem
colocadas nas hastes das válvulas e outras não. No catálogo do fabricante são especificados
os procedimentos a serem seguidos antes de efetuar o serviço.
192
7 Instrumentação de Controle
Introdução
Por esta e outras razões, é que, neste capítulo, vamos estudar os instrumentos
(medidores) utilizados para fazer a detecção, medição, transmissão e indicação das
variáveis físicas envolvidas nos sistemas ou processos industriais marítimos.
193
Diagrama em bloco do sistema de medição SMA
Cada instrumento ou sistema de medição possui os dispositivos básicos, que são
mostrados no diagrama de blocos.
194
7.1 Medidores de temperatura
Tanto nos navios como nas instalações industriais modernas é bastante comum o
sensor de temperatura estar ligado a um dispositivo eletroeletrônico (termostato) que desliga
o equipamento quando a temperatura supera um valor pré-fixado.
No mancal de um motor, por exemplo (figura 7.02), o sensor fica na face externa, enquanto
que o interesse maior situa-se na interface eixo-mancal. Nesses casos, a temperatura na
interface é bem superior à medida indicada pelo termômetro. Para superar esse problema
é comum estabelecer o ponto de ajuste, numa temperatura mais baixa, com tal procedimento,
as paradas e interrupções são freqüentes e inúteis, tornando o método inadequado.
Conjunto eixo-mancal
Por este motivo, nos últimos anos, o controle passou a ser feito com base no gradiente
de temperatura máxima (gradiente térmico), determinada por microprocessador que
recebe o sinal do sensor que mede a temperatura.
7.1.1 Temperatura
Quanto mais rápido o movimento das moléculas, mais quente se encontra o corpo,
e, quanto mais lento o movimento, mais frio se apresenta o corpo.
A qualidade, a precisão da medida e a rapidez com que pode ser feita a medição da
temperatura depende da aplicação e do tipo de instrumento empregado. Assim, podemos
ter simples indicadores ou um registrador ou controlador mais complexo como os atuais
CLPs ou ainda os instrumentos inteligentes.
Escalas de Temperatura
• Celsius (°C), que divide o intervalo de temperatura em 100 partes ou graus, sendo
o 0ºC o ponto de congelamento da água e 100ºC o ponto de ebulição;
• Kelvin (°K), que define uma escala absoluta de temperatura, sendo o zero absoluto
(0ºK) a temperatura teórica mais baixa, ou seja, aquela em que cessa todo o
movimento molecular e, portanto não existe mais calor;
Para converter:
9 .
• Graus Celsius (°C) em graus Fahrenheit (°F): °F = (°C + 32)
5
Exemplos:
197
SMA
Ponto de Fusão °C
Tungstênio 3370
Carbeto de Titânio 3140
Tântalo 3027
Dióxido de Zircônio 2715
Molibdênio 2620
Irídio 2454
Boro 2300
Alumina 2020
Ródio 1985
Nióbio 1950
Cromo 1890
Titânio 1800
Vanádio 1710
Sílica 17 10
Níquel 14 5 5
Silício 14 2 0
Berílio 12 8 0
Urânio 1113
Cobre 10 8 3
Ouro 10 6 3
Prata 961
Rádio 960
Germânio 958
Cloreto de Sódio 801
Estrôncio 760
Alumínio 660
Magnésio 651
Zinco 420
Chumbo 327
Cádmio 320
Bismuto 271
Estanho 232
Selênio 220
Enxofre 113
Água 000
Mercúrio Sub. - 39
Árgon - 78,5
Nitrogênio - 189
Hidrogênio - 210
- 259
198
Princípios físicos das medições de temperatura
As temperaturas são deduzidas a partir de seus efeitos sobre uma substância, cujas
características são conhecidas. Os princípios físicos básicos são os seguintes:
Diafragma
Pressão Mola
Fole
Bourdon
Ponte de Wheatstone
de deflexão ou
balanceada
Ponte Balanceada de Platina
Collande Graffiths,
Sistema
Dupla resistência,
Termométrico Niquel
Variável Mueller e
de Resistência
capacitância com
resistencia de Cobre
Grânulos
Provas
Termistores Haste
D i sco
Ferro - Constantan
Par-
Termoelétrico Cromel - Constantan
(Termopar)
Cromel- Alumel
Platina-Platinumradio tipo R e S
Lentes
Radiação
Pirômetros Espelho
Ótico
Ponto
P eso
Líquido Símbolo de C or
específico
ebulição
Avermelhada
Água H2O 1,0 100 °C com metil
orange
Tetra-cloreto de Arroxeada
C Cl4 1,594 76 °C
carbono co m i o d o
Tetra-cloreto de
(CHBr2)2 2,95 240 °C Azul
acetileno
200
Nomenclatura do termômetro industrial de bulbo de vidro
Funcionamento
201
SMA
Os termômetros de líquidos com bulbo de vidro podem ser empregados em:
O elemento bimetálico é formado por duas ligas metálicas “Alloys” com características
físicas diferentes, mas com alto coeficiente de dilatação térmica como o cobre, e outra com
baixo coeficiente de dilatação térmico como o INVAR (36% Ni, 64% Fe, fundidas), que são
soldadas ou cravadas formando uma tira, que pode ser enrolada na forma espiral ou uma
mola helicoidal.
202
Funcionamento
Aplicação
São usados para fins industriais e laboratoriais. O tipo industrial tem uma constituição
mais robusta, o que causa uma pequena perda de fidelidade e velocidade de resposta.
Processos como refinação de óleo e temperatura dos tanques de decantação usam os
termômetros bimetálicos.
As vantagens:
• relativamente barato;
• construção robusta;
• a leitura é direta; e
203
SMA
As desvantagens são de não:
• leituras continuas;
• Fluido Expansivo - que pode ser um líquido volátil ou um gás. Exemplos: Mercúrio,
Álcool, Vapor d’água, etc.
• Tubo Accuratus (Tubo Capilar) - é um tubo feito de material especial (no caso
de aço inoxidável) e que tem um coeficiente de dilatação térmica selecionado de
modo que o volume efetivo do orifício capilar aumente com a temperatura apenas
o suficiente para que mantenha em seu interior o volume expandido do líquido
volátil ou do gás (no caso mercúrio). Há tubos Accuratus com mais de 60 metros.
A seleção do tipo de
termômetro de pressão mola para uma
aplicação particular depende de
alguns fatores, entre os quais o
domínio de temperatura útil no local da
medição. Se o termômetro de pressão
mola é usado somente como um
indicador, um tipo o da figura abaixo,
pode ser utilizado.
Se for para fazer registo, o instrumento pode ser um sistema com bulbo e tubo capilar
muito curto localizado na carcaça do registrador, ou então pode ter um sistema de tubo
capilar longo para leituras mais distantes. Veremos esses tipos de termômetros mais adiante.
Funcionamento
Se o tubo capilar, o qual tem diâmetro aproximadamente de 0,2 mm, ou o tubo Bourdon
estiverem sujeitos a diferenças apreciáveis de temperatura em relação àquela na qual foi
feita a calibração, poderão surgir erros nas medições. Para distâncias menores de 15
metros, a sutileza do tubo capilar não produz nenhum erro apreciável.
À medida que a temperatura aumenta, mais liquido se torna vapor e exerce mais
pressão no tubo de Bourdon, o que faz com que ele se estire (movimente-se). Quando a
temperatura cai, o vapor passa a liquido e reduz-se a pressão, resultando numa contração
do tubo de Bourdon e do capilar com liquido.
Pode ser utilizado numa faixa de –10º C até 300º C e não existe erro devido à variação
da temperatura ambiente; eles podem ser usados com comprimentos de capilar de até
60m sem compensação. A escala é não linear e o sistema tem um considerável atraso de
tempo no registro de variações de temperatura. O bulbo e o tubo capilar são geralmente
construídos em aço inoxidável, bronze e chumbo e podem ser revestidos com plástico.
Sistemas de Compensação
Compensação do Mostrador
Empregam-se para este tipo de compensação duas espirais e dois tubos capilares.
A espiral de medição está ligada ao bulbo na maneira usual. A espiral de compensação
está ligada a um capilar colocado dentro da mesma armadura do capilar ligado à espiral de
medição e que termina fechado, junto do bulbo. A espiral de compensação e seu capilar
são também enchidos com o liquido.
7.1.5 Termopar
Funcionamento
209
SMA
A figura ao lado mostra
esquematicamente um sistema
típico. O medidor (M) mede a
diferença da f.e.m. entre a junção
quente (T) e a junção de referência
(TR).
210
Material dos Termopares
Os fios dos termopares são escolhidos de tal forma que produzam uma grande f.e.m.
e que variem linearmente com a temperatura. Nas aplicações industriais, a escolha dos
materiais usados para confeccionar um termopar depende:
Os termopares raramente são usados na forma de fios nus, exceto na junção quente
(junção sensora). A capa dos fios pode ser de esmalte resistente ao calor ou verniz, borracha
resistente ao calor, algodão trançado encerado, asbesto trançado, trançado de vidro
impregnado de silicone, asbesto impregnado de silicone, trançado de fibra de vidro, trançado
de vidro/teflon, nylon extrudado, trançado de sílica de alta temperatura, tubos de cerâmica,
filetes de cerâmica, óxido de alumínio ou molibdênio.
211
SMA
Composição Gama de f.e.m.
Material Características
(% ) temperaturas (mV)
Baixa resistência elétrica.
99,9 % Linearidade; a resistência à
Cobre-Constantan -184 a 315°C -5 a -8
(45Ni+55Cu) corrosão. Reprodutibilidade de
alto grau de precisão.
Atmosferas oxidantes com
TIPO J
Ferro-Constantan 150 a 750°C 8,5 a -44 temperatura inferior a 6000. Sem
(45Ni+55Cu)
capas protetoras até 290°C.
Chromel P- Devido à f.e.m. alta, é bastante
(90Ni+10Cr) 0 a 700°C 10 a -55
Constantan utilizado.
Usado em meios redutores em
que existe falta de oxigênio livre.
(Tipo K) -18 á 870°C Acima de 5780C, utiliza fios de
Ferro-Constantan maior diâmetro e capas
protetoras.
Usado em meios onde existe
(Tipo K) -18 á 1315°C
excesso de oxigênio livre.
São usadas para temperaturas
elevadas. São chamados de
Platina Tipo R 10% Ro termopares de metal nobre. São
Platina-Ródio Tipo S 13% Ro afetados desfavoravelmente em
meios que contêm gases
redutores.
Os tubos/poço são construídos em ferro forjado, ligas revestidas com ferro forjado,
ferro fundido, aço sem costura (inconsútil), aço inoxidável, níquel, inconel, fyrestan, carboneto
de silicone com rebordos de cerâmica ou outros materiais que prolonguem a vida e precisão
do termopar para a aplicação desejada.
Em aplicações nas quais são usadas grandes pressões, os tubos de proteção são
geralmente construídos em peça única perfurada, ou são montados, soldando-se um tubo,
uma bucha e uma cabeça sextavada. Para se obter uma junção sólida em medidas exatas
e com boa repetibilidade, é necessária uma soldagem comum ou forte bem executada.
Quando o dispositivo de proteção tem o menor diâmetro possível, o termopar responde
mais rapidamente a uma variação de temperatura. Diâmetros maiores e paredes mais
espessas provocam uma resposta mais lenta. Para indicação remota ou para controle
automático a junção fria deve ser instalada em um local em que a temperatura ambiente
seja estável e ajustes possam ser feitos facilmente, no caso de variação na temperatura
ambiente.
São dois os métodos empregados para união de fios de metais diferentes para
formar um termopar: par torcido e ponta soldada.
212
Os termopares não podem ser ligados a fios condutores comuns porque cada
ligação se comportaria como um termopar adicional com características diferentes.
ponta soldada
7.1.6 Pirômetros
213
SMA
Os Pirômetros de radiação total medem a temperatura, captando parte da energia
de radiação emitida pelo corpo.
214
7.2 Medidores de pressão
• os tipos de instrumentos;
• os princípios de instalação;
Pressão Atmosférica
Realmente, pesquisas científicas mostraram que para cada 100 m de altitude que
subimos acima do nível do mar a temperatura desce 0,65°C e a pressão cai,
aproximadamente, segundo a fórmula:
P = P0 (1 – 0,00002254 * h)5,256
Onde:
h = altitude em metro
P0 = pressão atmosférica ao nível do mar
A partir de 11.000 m, outros fatores começam a influir, de forma que podemos esperar
variações diferentes daquelas experimentadas nas altitudes mais baixas.
216
Manômetro é o nome genérico dos instrumentos ou
dispositivos medidores de pressão.
Nos navios, no lado de aspiração das bombas é instalado um instrumento que pode
indicar tanto pressão negativa como positiva, denominado de Manovacuômetro.
• pressão de trabalho;
• fidelidade;
• resposta de frequência;
• vida útil;
• estabilidade;
• material de construção; e
218
7.2.2 Manômetro de Coluna Líquida
Equilibrando-se uma força ou uma pressão desconhecida contra uma força conhecida,
podem ser feitas medidas de pressão com manômetros de coluna líquida, de diafragma
flácido, de campânula e de pistão. São os mais simples e mais baratos medidores de
pressão.
Ponto
P eso
Líquido Símbolo de C or
específico
ebulição
Avermelhada
Água H2O 1,0 100 °C com metil
orange
Tetra-cloreto de Arroxeada
C Cl4 1,594 76 °C
carbono co m i o d o
Tetra-cloreto de
(CHBr2)2 2,95 240 °C Azul
acetileno
Manômetro em L inclinado
7.2.3 Barômetro
Barômetro de Cisterna
Barômetro metálico
Barômetro de cisterna
O princípio desse instrumento foi descoberto por Vidi, constitui-se de uma caixa
metálica, cilíndrica, de dentro da qual se extraiu o ar. A face superior dessa caixa é canelada
circularmente para torná-la mais sensível e levanta-se ou baixa-se, conforme a pressão
exterior diminui ou aumenta. Os deslocamentos da face superior da caixa são transmitidos
a uma mola e ampliados por um sistema de alavanca que atua sobre uma agulha. Esta
agulha desloca-se diante de uma graduação indicando a pressão.
• fole; e
• mola Bourdon
Ligado a uma das superfícies, temos um pequeno êmbolo ou, o mais comum, uma
mola, calibrada de forma a cobrir uma determinada faixa de medidas, normalmente bastante
baixa. Acoplado à mola ou ao êmbolo, por meios mecânico, poderemos ter um ponteiro ou
outro dispositivo que indique a deformação sofrida pelo diafragma.
222
Manômetro de diafragma simples Manômetro de diafragma duplo
Devido à força produzida pela pressão aplicada, o diafragma se deforma. A amplitude
dessa deformação é transformada em medida de pressão pelo deslocamento do ponteiro
em um dial com uma determinada escala, no caso do instrumento ser um indicador de
pressão, ou é convertida em um sinal elétrico ou pneumático, se o instrumento atuar como
sensor de pressão. È um instrumento empregado para medir pressões baixas.
Manômetro de Fole
O fole é empregado para medir pressões não muito altas, aproximadamente 50 Kgf/
2
cm . Tem a vantagem de oferecer uma amplitude de movimento maior que a dos diafragmas,
porém é mais caro. Também, é muito utilizado nos transmissores de pressão pneumático
ou como elemento sensor dos transdutores/conversores de pressão elétricos.
Introdução
A bordo dos navios a medição do nível de um líquido, pasta fluida ou de grãos, contidos
em tanques ou mesmo nos porões de carga à primeira vista parece fácil, porém pode se
tornar relativamente difícil, se o material é corrosivo, abrasivo, mantido sob alta pressão ou
é radiativo, devido ás intempéries do mar, principalmente o balanço do navio.
Quando a carga é grão (trigo, milho, soja, aveia, centeio, cevada, arroz, semente e
derivados beneficiados, de comportamento similar a grãos em estado natural), os cuidados
são rigorosos e deve-se atender as recomendações contidas na SOLAS Capitulo VI, o que
obriga a um controle adequado tanto no carregamento como no descarregamento, de forma
a não comprometer a estabilidade do navio.
Por esses e outros motivos é importante o estudo dos principais métodos de medição
de nível utilizados nos navios.
Conceito
Importância
Aplicação
Unidades de Nível
• Um recipiente alto e estreito dá uma indicação mais precisa com relação ao volume
que um recipiente baixo e largo.
Classificação
Sonda
Medição direta Visores
Flutuadores (Bóias)
Borbulhamento
Baseado na pressão
Manômetro em U
hidrostática.
Caixa de diafragma
Medição indireta Por meio de pressão d/p cell
diferencial Manômetro em U
Por meio de medição de
Corpo imerso
empuxo
Contatos de eletrodos
Medidores
Capacitância
baseados na
Radioatividade
característica
Ultra-som
elétrica dos
Fotoelétrico
líquidos.
Termistor
227
SMA
7.3.1 Medidores Diretos
Usam a variação do nível do material (fluido ou sólido granular) como meio de obter
a medição.
Sonda
Normalmente é feita de uma vara, haste ou fita métrica metálica (trena) graduadas
em centímetro ou outra unidade apropriada, que pode ser inserida no tanque ou reservatório;
a verdadeira profundidade (altura) do material é dada pela porção molhada na sonda.
Este método é bastante utilizado nos navios para medir a altura do fluido nos tanques
de água, de óleo lubrificante, armazenamento de óleo combustível e dalas dos porões de
carga.
Tal medição é simples e eficiente, porém não é muito prática quando o material é
tóxico ou corrosivo, além de que o indivíduo tem de permanecer sobre a abertura e manejar
a sonda de medição quando esta é retirada do reservatório.
Este método não oferece meios de controlar o nível visualmente e requer um cálculo
para se saber a quantidade do produto estocado
Visor
Visor de vidro refletivo - Este consiste em duas placas de vidro de alta resistência
protegidas por armaduras metálicas. A superfície de vidro que fica em contato com o líquido
228 é provida de ranhuras que atuam como prismas de reflexão, indicando a zona de líquido
onde a cor for mais escura. Em alguns casos utiliza-se uma luz especial atrás do visor ou
lâminas coloridas, de tal forma que, para níveis diferentes, são vistas cores diferentes.
São apropriados para suportarem pressões de vapor de até 220 atmosferas e temperaturas
de até 5.300º C. Variações especiais são empregadas para aplicações a baixas
temperaturas e para líquidos viscosos ou corrosivos. Para maior segurança as válvulas de
bloqueio incorporam uma esfera que atua como se fosse uma válvula de retenção, no caso
de ruptura do vidro.
Problemas
Visor de nível
refletivo duplo
Visor de nível
refletivo simples
Visor de nível
magnético
229
SMA
Bóias
Em tanques regulares com área constante, a medição com bóia permite o cálculo
preciso do volume contido no tanque. Para tanto aplica-se a fórmula:
V=A.h
Onde:
V = volume
A = área
h = altura
A bóia deve ser construída de tal forma que flutue no material, isto significa que a
densidade da bóia deve ser menor que a do material onde se imerge. O material da
bóia deve ser escolhido de modo a não ser corroído ou desgastado pelo produto no qual
ela flutua, caso contrário a sua densidade será desgastada.
Uma bóia com um sistema de alavanca pode ser usado para acionar uma válvula
que controla o nível de recipiente. Uma das aplicações mais comuns desse mecanismo é
controlar o nível do líquido nas caixas de descarga de sanitários. O dispositivo pode ser
ajustado para fechar a válvula de controle de entrada de água em qualquer nível desejado.
Pode ser usado tanto em reservatórios abertos quanto em fechados onde há uma
variação de nível limitada
Sensores de pressão de fluido são utilizados para medir o nível de líquido em tanques
abertos ou fechados, colocando o sensor no fundo de um tanque que contenha líquido.
Eles medem a pressão hidrostática exercida pela altura (h) do líquido sobre o sensor,
compreendida entre o nível do tanque e o eixo do medidor. A indicação, porém, será de
acordo com o peso específico (Ψ) desse líquido.
O elemento sensor deve possuir uma faixa de trabalho equivalente à pressão estática
do líquido no recipiente e deve ser instalado no mesmo nível horizontal do mínimo nível de
operação, podendo estar ligado, mecanicamente, a um ponteiro indicador, a um registrador,
a um transmissor ou diretamente a um controlador. A pressão detectada é convertida em
unidades de nível, por meio de uma escala ou de um gráfico devidamente calibrados em
unidades de nível. Faixas de nível de 0 a 2,5 mm até um máximo ilimitado podem ser
determinadas com elementos de pressão estática mecânicos ou elétricos.
Esse método pode ser empregado para líquidos límpidos, devido à sua simplicidade
é baixo custo. Porém, para uso com líquidos com impurezas, ou viscosos e corrosivos,
exigem separação ou sistemas de purga que são de difícil manutenção e aumentam em
muito os custos.
• baixo custo;
• facilidade de limpeza;
Tipo borbulhamento
• o tubo de interligação deve ter diâmetro apropriado para não dar perda de carga;
• a extremidade inferior do tubo mergulhado deve ter uma forma dentada para fazer
borbulhamentos suaves.
O deslocador tem a vantagem sobre a bóia flutuante simples por ser mais sensível a
pequenas variações de nível e estar menos sujeito a atrito mecânico. Os deslocadores e os
recipientes são construídos em aço, monel e aço inoxidável. O comprimento dos
deslocadores variam de 35cm até 4,5 metros.
Barra que transmite movimento do tubo
A figura ao lado nos mostra um medidor de torção ao mecanismo de indicação
desse tipo, quando varia o nível do líquido, Tubo de torção soldado
também varia a camada submersa do deslocador. nas duas extremidades
A força de impulsão que atua no deslocador é Corpo Haste
cada vez maior quanto mais submerso ele estiver. imerso
Esta força é transmitida a um sistema pneumático
através de um tubo torque ou de um eixo fletor.
Para cada nível de líquido haverá uma força
diferente atuando no eixo. Isto fará com que o eixo
assuma nova posição. O sistema pneumático é
Suporte fixo
concebido de tal forma que para cada posição
Braço de apoio
do eixo haverá uma pressão de ar diferente.
O recipiente com o deslocador acha-se ligado com o fundo e o topo do tanque. Uma
haste com suporte é presa em um dos lados do flutuador e a outra é sustentada por ponto
de apoio fixado a um tubo-torque que fica a 90 graus da haste.
O tubo-torque possui no seu interior uma conexão que prende uma extremidade do
eixo giratório. Esse se projeta para o exterior por meio de um flange de vedação,
aparafusado, à prova de pressão. A outra extremidade do eixo giratório pode ser ligada a
um ponteiro, se for apenas indicador local de nível mas, em geral, acha-se conectada a um
transmissor pneumático (conjunto bico-palheta).
Não havendo líquido no recipiente do deslocador, o seu peso total exerce uma força
na extremidade livre da haste de suporte, o que provoca um movimento de giro no tubo-
torque e no eixo giratório em seu interior. Entrando líquido no recipiente do flutuador, provoca
um empuxo no deslocador, cuja força é igual ao peso do líquido deslocado. Esta ação diminui
o movimento giratório do tubo-torque e do eixo giratório, proporcional ao nível.
Vantagens e desvantagens
• condutivos; e
• capacitivo.
Eletrodos
Funcionamento
Basta um só eletrodo para líquido que não tenha espuma. Em líquidos com turbulência
ou com espuma são necessários dois eletrodos colocados, aproximadamente, no mesmo
nível. Um eletrodo atua abrindo a válvula e o outro fechando a válvula.
Funcionamento
Medidores radioativos podem ser usados para medição de níveis contínuos e para
indicação de simples pontos. Eles são, primordialmente, usados quando o material a ser
medido é, também, corrosivo ou a temperatura no ponto do processo é muito alta ou, em
geral, quando a situação se mostra inadequada instalar o elemento primário dentro do tanque
de armazenamento.
Introdução
7.4.1 Generalidades
Quando ligamos uma bomba ou abrimos uma válvula para escoar um liquido qualquer
que esteja num nível superior ao seu plano horizontal, estamos modificando o estado de
energia desse líquido da condição estática para condição de movimento, e isto resulta no
escoamento do líquido. Portanto, sempre é necessário uma força para modificar o estado
de energia de um fluído.
F=P.A
Onde:
F = força
P = pressão
A = área
Nos navios a medição da vazão tem sua aplicação nos processo de controle da
água potável, do consumo de combustível dos motores e das caldeiras e no carregamento
e descarregamento da carga em navios tanques. Em geral, a bordo do navios essa medição
torna-se difícil porque o meio de trabalho que se controla pode ter diferentes temperatura e
pressão. E isto influencia sobremaneira na escolha do método e do tipo de aparelho.
238
A medição de vazão é a única que deve ser feita com fluido em movimento, ao
passo que todas as outras medições podem ser feitas em fluidos no estado estático.
Basicamente, há duas maneiras de ser feita: em função da quantidade em volume de
líquido num determinado período de tempo e em função do fluxo do líquido na unidade de
tempo.
Determinando o peso total por tempo, que é expresso em unidades de massa, tais
como: quilograma por hora (kg/h), aplicado na medição de vapor de água; e toneladas por
horas (ton/h), utilizada na medição de líquidos.
• peso específico;
• densidade;
• viscosidade;
• temperatura;
• pressão barométrica; e
• super-compressibilidade.
No caso de líquidos homogêneos, é fácil obter seu volume mediante seu peso e sua
densidade. Mas no caso de vapores e gases, onde as densidades variam dependendo das
condições de trabalho, tais como temperatura e pressão, é prudente medir as vazões em
unidades gravimétricas.
Para medir a vazão, na maioria dos casos, deve-se colocar algum obstáculo ao fluxo
na tubulação, o que irá provocar perturbação no mesmo, causando perdas de carga. Na
prática existem numerosos dispositivos para medição dessas grandezas e empregam-se
diversos métodos, tais como:
• método direto;
• método indireto;
239
• gravimétrico; SMA
• volumétrico;
• eletrônico;
• eletromagnético; e
• óptico.
• disco nutante;
• pistão flutuante;
• rodas ovais; e
• roots.
• medidores especiais.
Eletromagnético
Ultra Sônico
Mass Flow
Fio Quente
• tubo venturi; e
• placa de orifício.
Tomada piezométrica
Tubo Pitot
Fluxo Fluxo
P1 P2
Portanto, para a indicação da vazão ser correta, o tubo de impacto deverá ficar no
ponto onde se encontra a velocidade média do fluxo. Devem ser calibrados, pois podem
apresentar medidas muito altas ou muito baixas. O alinhamento com o escoamento não é
crítico, de modo que o erro esperado será de alguns por cento para um desalinhamento de
15 %.
Tubo Venturi
O tubo Venturi é um outro tipo de elemento primário que produz uma pressão
diferencial empregado para medir a vazão em tubulações. São usados nas medições de
escoamento de polpa de papel, de líquidos com cristais, de esgotos e de água.
242
Abertura de limpeza
Conexões de pressão da garganta
Conexões de pressão
Anel piezométrico
Anel piezométrico da garganta
• um cone de saída que possui uma divergência angular fixa até se acoplar ao ao
diâmetro interno da tubulação do sistema.
• tubo de vazão;
Os tubos e os bocais de vazão são ambos empregados para medir fluxos de alta
velocidade (usualmente água e vapor), além da capacidade de uma placa de orifício, e
necessitam de uma menor extensão reta de tubo. O bocal de vazão opera bem em fluidos 243
com quantidades moderadas de sólidos em suspensão. SMA
Os tubos Gentile e Dall são melhores para fluidos límpidos, gases e líquidos com
sólidos e para as mais baixas perdas de pressão. Pelo fato de apresentarem uma menor
obstrução ao escoamento, os sólidos não se acumulam na seção de estrangulamento. Os
tubos de vazão são construídos de aço, aço inoxidável e metal monel. A seção de
estrangulamento é feita de bronze ou aço inoxidável.
Placa de Orifícios
Placa de orifício
Sentido
do fluxo
Ponto de simetria
Placa de orifício
Parede interna
do tubo
Tomadas D e 1/2 D
Tomadas
de flange
Tomadas
de borda
25 mm 25 mm
D 1/2 D
Distância ao filete
principal da seção D
Sentido do fluxo
contraída
Placa com orifício
245
SMA
7.4.3 Medidores de Vazão de Área Variável
São medidores que utilizam o mesmo princípio dos medidores de pressão diferencial,
isto é, a relação entre energia cinética e energia de pressão, sendo que no medidor de
área variável, a área da restrição se modifica à medida em que muda a vazão e o diferencial
de pressão permanece constante. A quantidade de fluido (vazão) é uma proporção linear
da área do orifício.
• rotâmetros; e
Rotâmetros
Tanque medidor
Q = vazão
a = valor de uma divisão da escala do indicador de nível (Kg/Cm)
h = número de divisões do vidro indicador no qual muda o nível do líquido
d = densidade do líquido
Disco Nutante
Disco
Esfera
Entrada Saída
Trata-se, pois, de um integrador de vazão, sendo apropriado para medir vazões não
muito grandes de líquidos limpos.
Emprega-se com tubulações de ½” até 4”, para vazões de 0,2 até 100m3/h, com a 247
precisão de ± 1%. SMA
Medidores de Vazão de Deslocamento Positivo do Fluido
Algumas vantagens:
• repetibilidade boa;
Algumas desvantagens:
248
• componentes móveis com tolerância estritas sujeitos a desgaste;
• exige manutenção e atendimento regular;
• instalação difícil; e
Medidores de turbina
Rotor da
turbina
Suporte do rotor de saída
249
Condutor do fluxo de entrada e suporte de entrada SMA
Um medidor de turbina corretamente projetado e fabricado tem uma elevada precisão
numa faixa de vazão superior a 10:1 e excelente repetibilidade. Ademais, é pequeno e leve
(relativamente ao tubo) e tem alta capacidade de vazão para um dado tamanho de medidor.
A instalação de um medidor de turbina é uma operação simples. Por conseguinte, os
medidores de turbina são amplamente usados em medições de transferência com fins de
faturamento para produtos tais como óleo cru ou petróleo bruto.
Algumas vantagens:
• alta precisão;
• alta confiabilidade;
• resposta rápida;
• fácil instalação.
Algumas desvantagens:
• requer aferição;
• relativamente dispendioso;
Esses medidores são os únicos que não têm obstruções de qualquer espécie no
percurso do líquido. Portanto, a perda de carga é quase nula. Por este motivo constituem os
elementos primários ideais para medidas de vazões de líquidos viscosos ou com sólidos
em suspensão. A única condição é que o líquido tenha uma condutividade elétrica acima de
um certo limite mínimo.
Algumas vantagens:
• aumento do custo com o tamanho não é tão violento como em muitos outros
medidores; e
Algumas desvantagens:
• requer calibragem.
Esse medidor, na sua forma mais simples, é constituído por um transdutor transmissor
de ultra-sons (TT) e por um transdutor receptor (TR).
Amplificador Amplificador
A B
θ
Fluxo
Medidor de vazão ultra-sônico
252
Funcionamento
Este tipo de medidor tem uma precisão melhor que a placa de orifícios e não introduz
qualquer obstrução, identicamente ao medidor eletromagnético. Serve, pois, para líquidos
viscosos e pastosos ou perigosos (alta pressão, corrosivos, radioativos). Necessita de uma
correção automática de temperatura por meio de um termistor porque a velocidade do som
é alterada em função da temperatura
253
SMA
8 Lubrificacão
Pegue duas pedras e faça movimentos rápidos uma sob a outra. Em pouco tempo
as duas pedras ficarão mais quentes e, se os movimentos continuarem e você encostar
nelas um pedaço de papel, ele irá pegar fogo. Este processo de combustão já era empregado
pelos índios na Idade Média.
Mas, por que a temperatura aumenta e como chamamos a reação existente entre as
duas partes? É fácil responder! A temperatura aumenta porque está havendo uma vibração
maior das moléculas que formam as partes que se tocam. A reação que ocorre é o que
chamamos de atrito.
Então, atrito é o encontro das superfícies de dois corpos e que provoca um aumento
de temperatura neles.
Em uma máquina, várias peças são móveis e trabalham juntas uma das outras ou
juntas a peças fixas. Imagine o que ocorreria se elas trabalhassem se atritando. É fácil
responder: essa máquina, em pouco tempo, iria ter seu trabalho interrompido porque as
partes iriam se fundir, pelo aumento de temperatura que estariam provocando.
Assim, o atrito entre dois corpos pode ser benéfico, mas na maioria dos casos, e
especialmente nos equipamentos, ele é muito prejudicial.
Para evitar ou reduzir o atrito entre peças de máquinas, utilizamos substâncias fluidas
especiais e que chamamos de lubrificantes.
Conceito de atrito
Esses lubrificantes formam uma película entre as partes que tendem a se atritar,
impedem o contato direto entre elas, provocam a redução do calor gerado e,
254 conseqüentemente, diminuem o desgaste do material das peças. Isso é o que chamamos
de lubrificação.
Então, recapitulando, temos o atrito quando dois corpos, sólidos, líquidos ou gasosos,
em movimento, se tocam entre si. O atrito provoca um aumento de temperatura nos corpos
e este aumento pode ser prejudicial. Para evitar que haja atrito, temos que colocar alguma
substância fluida entre as partes que se atritam e estas substâncias são chamadas de
lubrificantes.
Qualquer tipo de atrito produz calor que, entre outros inconvenientes, representa uma
perda direta de energia. Assim, os mancais dos motores e todas as outras partes móveis
deles, inclusive engrenagens e transmissões, geram igualmente quantidades apreciáveis
de calor. As temperaturas de todos esses componentes têm de ser mantidas em níveis
aceitáveis e seguros. O lubrificante serve não só como agente lubrificador mas como
dissipador de calor.
Para que usemos óleos lubrificantes corretos nos equipamentos é importante saber
da existência de uma carta de lubrificantes, que é a relação dos agentes de lubrificação
(óleos ou graxas) para todos os equipamentos instalados a bordo do navio.
8.2.1 Viscosidade
Quando se aquece um fluido, usualmente sua viscosidade cresce, ele se torna mais
móvel, oferece menor resistência ao movimento. Ao ser resfriado, ao contrário, ele se
encorpa, torna-se mais viscoso. Ele se torna mais viscoso de qualquer forma.
256
8.2.2 Densidade
• 15ºC (59ºF) – Temperatura usada como padrão pelo API (American Petroleum
Institute); e
257
SMA
Apresentamos, a seguir, tabela com a equivalência entre graus API e densidades.
Como sabemos que o ponto de fluidez dos óleos lubrificantes fica muito abaixo de
0ºC, não devemos nos preocupar muito com os óleos lubrificantes armazenados nas praças
de máquinas de navios. O mais importante é durante a estocagem dos lubrificantes fora da
258 praça de máquinas, quer em tambores, baldes, latas ou tanque externos, quando o navio
navegar em regiões cuja temperatura do ar esteja muito abaixo de 0ºC.
Outra grande importância de sabermos o ponto de fluidez de um óleo lubrificante é
quando de sua utilização nos sistemas frigoríficos.
A variação do ponto de fulgor vai nos indicar modificações no lubrificante usado. Seu
aumento está quase sempre ligado a perda de frações leves do óleo, o que não é muito
freqüente. Sua diminuição indica a contaminação do óleo por produtos leves que podem ter
origem externa ao óleo (por exemplo, diluição do óleo lubrificante em motores de combustão
interna, por resíduos de combustível não queimado).
Assim não será muito difícil fazer uma troca de óleo lubrificante de determinado
equipamento ou escolher a graxa que devemos usar para o cabo de aço, por exemplo, de
um equipamento do convés.
É norma seguir sempre o produto indicado na carta de lubrificação; mas, como são
escolhidos os tipos de lubrificantes para os equipamentos? Vejamos.
259
SMA
As principais propriedades para a escolha do tipo de lubrificante para mancais são:
a viscosidade (ou a consistência), a transferência de calor, a vedação e a capacidade de
ser bombeado. Portanto, devemos ter em mente que:
a) o óleo tem uma mobilidade maior que a graxa e, portanto, transfere calor muito
mais facilmente. As graxas são limitadas normalmente a situações em que o calor
gerado pelo atrito em mancais é relativamente baixo, como nos casos de mancais
planos de baixa rotação e de mancais de rolamento até média velocidade, ou
seja, onde o calor não tem de ser necessariamente retirado do equipamento;
c) o uso de graxas em ambiente de muita poeira é vantajoso, pois ela age como
vedante nas extremidades do mancal. Em mancais de rolamento, é absolutamente
necessário que não haja contaminação por poeira;
• Lubrificação manual
almotolia
mancal
eixo
Nesse método de lubrificação, há uma agulha ou vareta metálica que passa por um
orifício situado na base do copo.
Esta agulha ou vareta repousa
copo com
sobre o eixo que, quando em vareta
óleo
rotação, imprime um movimento
alternativo, fazendo com que uma mancal
quantidade de óleo lubrificante eixo
desça entre o furo e a agulha ou orifício
vareta. Assim, sempre que o
eixo se movimentar, haverá óleo
lubrificando no moente. Este
dispositivo, devido à pequena
folga entre a agulha e o furo do
copo, só pode ser empregado
para óleos de baixa viscosidade.
261
SMA
• Lubrificação por meio de copo com torcida ou mecha
copo
óleo
mecha
Neste sistema, o lubrificante fica depositado num copo situado na parte superior do
mancal. O fluxo de óleo é regulado pela posição de uma haste colocada dentro do copo.
Este dispositivo apresenta a vantagem de se poder regular a quantidade de óleo
aplicada sobre o equipamento ou mancal. É o tipo de copo mais encontrado na lubrificação
industrial.
haste
copo
óleo
conta-gotas
anel
óleo
reservatório
Este método é muito parecido com o anterior (por anel). O óleo transportado pelo
colar, em virtude da rotação do eixo, vai até o mancal através de tubulações. Este sistema é
empregado para mancais com eixos de maior rotação ou quando se exigem óleos tão
viscosos que não permitem o livre movimento de um anel.
colar
óleo
eixo
264
Após efetuar seu trabalho, o óleo cai em um espaço que podemos chamar de poceto
e daí retorna para o tanque que normalmente chamamos de tanque de gravidade, pela
ação de uma bomba.
entrada de óleo
depósito
de óleo
capa do
mancal
eixo
bomba
de óleo saída de óleo
• Lubrificação a graxa
mola
êmbolo
parafuso graxa
graxa
pinos lubrificadores
Bomba de pressão
Os lubrificantes, quer sejam eles líquidos (óleos) ou graxas, devem ser mantidos
sem qualquer impureza. A armazenagem dos produtos deve ser bem feita a fim de que não
haja contaminação deles com elementos estranhos, o que poderia torná-los impróprios para
o uso. Por isso, citaremos algumas técnicas de armazenagem dos lubrificantes e falaremos,
também, sobre a emulsão de óleos que trabalham em sistema fechado de lubrificação.
266
8.5.1 Armazenamento dos lubrificantes
O agente lubrificante pode ser líquido, graxa ou até mesmo sólido. Como a bordo de
nossas embarcações usamos quase que totalmente os lubrificantes líquidos e graxas,
explicaremos o processo de armazenagem destes dois tipos.
Quer seja numa embarcação pequena, quer seja num grande navio, os cuidados
com os lubrificantes são os mesmos.
Sabemos que os lubrificantes têm alguns inimigos e, entre eles, os mais importantes
são a água e as impurezas vindas pelo ar. Assim, quando o recebermos, seja ele líquido ou
graxa, devemos observar técnicas corretas de armazenagem.
Quanto ao óleo em tambores, estes devem ser verificados e devolvidos, caso estejam
oxidados (enferrujados) ou furados. Após o recebimento, devemos posicioná-los em um
local fechado a fim de evitar que sejam molhados pela chuva ou afetados pela maresia.
Caso isto não seja possível, transferir o óleo, assim que possível, para os tanques
próprios para aquele tipo de óleo, existentes na praça de máquinas. Nunca esquecer que
em grandes navios temos muitos tipos de óleo lubrificante e, assim sendo, vários tanques
de armazenagem. Nunca se deve misturar óleos de diferentes tipos.
O óleo vem da barcaça ou de outro navio através de mangotes de borracha que são
fixados nas tomadas. Através da rede de recebimento, o óleo é transportado para o tanque
de armazenagem. Cada tanque tem sua própria rede de recebimento e sua própria tomada.
O perigo é colocar o mangote na tomada errada, colocando o óleo do cárter, por exemplo,
no tanque de óleo de lubrificação das camisas.
Estando os óleos armazenados nos tanques, é necessário cuidado para que não
haja penetração de água pelas tomadas de recebimento, pelas redes ou por qualquer outra
parte do tanque de armazenagem. Assim feito o óleo armazenado estará em condições
normais de uso.
267
SMA
As graxas vêm para bordo em baldes com capacidade, quase sempre, de 20 quilos.
Devem ser estocadas em locais não muito quentes, evitando-se o espaço existente na
praça de caldeiras, perto dos tanques de óleo aquecidos ou na praça de purificadores. A
alta temperatura é inimiga da graxa, quando armazenada.
Devemos, também, ter o cuidado de vedar muito bem o balde do qual foi retirada
pequena quantidade de graxa para uso. Se o balde ficar aberto, estaremos permitindo a
entrada de impurezas em seu interior, o que prejudicará a qualidade do produto.
Devemos ter ainda especial cuidado em não misturar dois tipos de graxa. Cada uma
tem seu próprio uso. As vezes elas se parecem fisicamente, mas têm propriedades
diferentes. Na carta de lubrificação poderemos encontrar todos os tipos de graxa que devem
ser usados na nossa embarcação.
8.5.2 Emulsão
Para evitar que um óleo fique emulsionado quando voltar ao tanque para ser novamente
utilizado depois do trabalho de lubrificação, deve-se enviá-lo para tanques de sedimentação
ou passá-lo através purificadores a fim de ser retirada toda a água existente no seu interior.
Nunca devemos manter um óleo lubrificante que está trabalhando em circuito fechado
(lubrifica o motor e volta para o poceto para ser utilizado) sem passar por uma centrífuga
onde será purificado, isto é, toda a água que ele adquiriu será retirada. Só assim é que
poderemos evitar que o óleo se emulsifique.
268
Bibliografia
JONES, C. Morgan.Diesel Operators Guide. Mc Graw-Hill Book Company, Inc. NY. 1956.
U.S. NAVY, Bureau of Naval Personnel. Curso completo de eletricidade. São Paulo:
Hemus, 1980.
269