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Hipnose e Autoscopia: um estudo bibliográfico sobre a eficácia da imaginação nos processos de

psiconeuroimunomudulação para o tratamento de doenças psicossomáticas.

(IBH) Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada crp/pj 344

Autores: Rafael Siqueira Macedo crp-05/41338; Clystine Abran de Oliveira Gomes crp

05/15048

Introdução: A hipnose definida como estado ampliado de consciência pode contribuir no

auxílio do tratamento de doenças Psicossomáticas, potencializando os resultados

alcançados através das teorias que compõem a psicologia clínica, como também na

melhora da qualidade de vida dos pacientes. O que chamamos de hipnose serve para

catalogar um conjunto de procedimentos que potencializam certas capacidades

preexistentes nos indivíduos. A hipnose pode funcionar como uma enorme ajuda para

fomentar a motivação do paciente, para ativar expectativas de auto eficácia, de resultado

e de resposta. A hipnose é uma técnica sofisticada de comunicar ideias num estado mais

receptivo e comumente representa um processo evocativo no qual estimulamos

associações internas, memórias e recursos do paciente. (FERREIRA, 2008)

A autoscopia demostra ser uma das técnicas mais eficiente que utiliza de visualização

para acessar os recursos internos do paciente para alcançar seus próprios objetivos

terapêuticos. E a imaginação tem papel fundamental no alcance dos objetivos. Estudos

descritos por Ferreira (2008) mostram que a imaginação está diretamente relacionada a
ativação do sistema imunológico, na superação do desconforto no tratamento das

neoplasias, no controle da dor, no aumento da performance física entre outros benefícios.

A autoscopia quer dizer: visão própria, interna, representa a capacidade de visualização

interna em transe hipnótico que é um estado ampliado de consciência. Pode ser hétero ou

auto induzida. (NOGUEIRA, 2005)

Objetivo: O presente estudo realizou uma pesquisa bibliográfica que envolveu estudos

sobre a hipnose e a interação ou conexão mente corpo. Mais precisamente, apresenta

dados retirados de trabalhos científicos, que mostram a utilização de técnicas da hipnose

no suporte do tratamento de doenças Psicossomáticas e nos processos de

psiconeuroimunomodulação.

Metodologia: A pesquisa foi realizada através de estudos bibliográficos. Foram utilizadas

fontes primárias, como livros, dissertações e monografia e secundárias como aulas, de

onde as citações foram retiradas.

Conclusão: Em vista do material bibliográfico pesquisado e dos resultados alcançados

com os pacientes, observamos que a hipnose pode ser uma ferramenta auxiliar útil na

maioria dos casos de pacientes tratados na psicologia clínica, em particular nas doenças

psicossomáticas, sendo a Autoscopia uma das técnicas mais eficiente no tratamento de

sintomas somáticos e psicossomáticos.

Considerando a hipnose como uma técnica auxiliar da psicologia clínica, novas pesquisas

se fazem necessárias com maiores quantidades de pacientes ou clientes com doenças

psicossomáticas, bem como portadores de outras psicopatologias.

Palavras-chave: Hipnose; doenças psicossomáticas; autoscopia;

Ideias centrais:

Quando ainda na graduação já estudava hipnose clínica, e, utilizando das técnicas de

relaxamento muscular progressivo (RMP) tive a oportunidade de acompanhar resultados

surpreendentes dessa relação. Como no caso de uma cliente que chegou ao consultório
com alergias que causavam manchas por quase todo seu corpo. Ao entrar em contato

com as técnicas de RMP, em poucos meses, a cliente estava livre de suas alergias. Visto

que uns dos objetivos da cliente era, também se livrar das alergias seus objetivos foram

alcançados após entrar no estado ampliado de consciência. A hipnose pode facilitar o

processo de comunicação da mente com o corpo. Ferreira (2008)

Supondo serem os processos cognitivos responsáveis por toda a ativação dos processos

fisiológicos, responsáveis no auxilio ao tratamento de desordens psicossomáticas. Mas,

como, através do pensamento, acessar esses processos fisiológicos? Sabemos hoje, que

relaxamento e meditação podem contribuir para o equilíbrio da pressão arterial, isso é um

bom exemplo desse interação mente corpo.

Epstein (2009) relata que, atualmente a medicina acidental vem começando a explorar as

conexões entre a mente e o corpo. A medicina comportamental e a psiconeuroimunologia

são dois exemplos desse esforço. Muitos estudos sobre hipnose, demostram mais

diretamente o impacto do mental sobre o físico. Pesquisadores descobriram, por exemplo,

que os hipnotizados podem provocar irritações cutâneas em si mesmos ou evitá-las,

podem induzir queimaduras e remover verrugas.

De acordo com Ferreira (2008) o termo psiconeuroimunologia (PNI estuda as relações

entre a mente e o corpo e vice-versa) apareceu na literatura médica pela primeira vez em

1964, quando Solomon e Moos publicaram o artigo Emotions, imminity and disease: A

spectative theorical integration. É um termo ainda muito recente no meio cientifico e muito

pouco explorado pela literatura psicológica científica.

No curso de formação em Medicina Psicossomática do Instituto Brasileiro de Hipnose

Aplicada (IBHA), tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o Dr. João Jorge Cabral

Nogueira, o qual em 1981, introduz o termo Autoscopia, com o seu trabalho intitulado de

“Experiências em Autoscopia” no I Seminário Rio São Paulo de Hipnose e Medicina

Psicossomática. E tive a felicidade de experienciar sua fascinante indução autoscópica.

Foi onde consegui encontrar a resposta para a questão anteriormente colocada. Como,
através do pensamento, acessar esses processos fisiológicos? Através da Autoscopia, é

simples assim.

Fundamentada na teoria ideomotora de Bernhein que dizia: “Toda ideia sugerida tende a

fazer-se ato”, muito embora essa lei seja ainda hoje atribuída a Willian James, que de

maneira perspicaz introduz a seguinte assertiva: “Uma ideia, a menos que seja inibida,

tende a se transformar por si só, automaticamente , em ação. Na psicoplasia de Lerner

que é: a soma de modificações orgânicas que estão por baixo de toda atividade psíquica.

Como também se fundamenta na teoria dissociativa da mente que consiste na capacidade

da mente dissociar partes do seu corpo, ou de seu comportamento; a pessoa está

sentada na cadeira e tem a capacidade de se imaginar outra pessoa dentro dela, como se

fossem duas pessoas, no entanto, sendo a mesma pessoa. (NOGUEIRA, 2005) A

autoscopia (uma técnica integrativa) quer dizer: visão própria, interna, representa a

capacidade de visualização interna em transe hipnótico que é um estado ampliado de

consciência. Pode ser hétero ou auto induzida. (NOGUEIRA, 2005)

Pensar em como podemos provocar esses fenômenos, como, irritações na pele, induzir a

queimaduras e remoção de verrugas nos leva a imaginar ir mais além. Como ir além e,

por exemplo, ao invés de remover uma simples verruga, seria possível remover um tumor,

diminuir o tempo de cicatrização de queimaduras ou o tempo de calcificação de ossos

fraturados? A idéia de De Broglie e Schrödinger (in NOGUEIRA, 2010), sobre a onda da

matéria explica as três mais importantes propriedades do átomo: estabilidade, identidade

recíproca e capacidade de regeneração. Dai deduzimos como se explica a regeneração

de tecidos, pois os mesmos são compostos de átomos. Em última análise, a cura de

tumores e outros milagres da medicina que não poderiam ser explicados pela física

clássica o são agora pela física quântica.

Embora muitos relatos sobre a eficácia possam ser considerados fúteis, por se tratar de
relatos pessoais em primeira mão, eles são tão importantes e autênticos quanto dados
recolhidos pelos métodos científicos. (Epstein, 2009)
Utilizando-se da analogia de Goswami 2009, onde, a consciência usa os campos
morfogenéticos para construir formas biológicas, assim como um arquiteto usa o projeto
para construir uma casa. E mais adiante Goswami, complementa essa analogia dizendo
que: “Um arquiteto conecta os módulos físicos por meio de visualização e pensamento.
De modo análogo, ao conectar os módulos das formas biológicas, a consciência é guiada
pelos sentimentos dos correspondentes campos morfogenéticos correlacionados.”
Rupert Sheldrake (1981), (in NOGUEIRA, 2010), biólogo inglês, propôs a teoria de
campos morfogênicos ou morfogenéticos não locais, não físicos, para explicar como o
corpo vital fornece as matrizes das funções vitais, manutenção e reprodução de um ser.
A teoria dos campos morfogenéticos e a ressonância explicam como o ADN sabe que
deve duplicar-se como um órgão ou outro.
Esses campos dirigem a duplicação do código genético biológico e são os responsáveis
da especialização do ADN em órgãos diferentes e o mecanismo seria a ressonância
mórfica que ele denominou formação causativa.
Esses campos supõem uma memória coletiva, onde ficam armazenadas todas as
experiências de todas as espécies viventes, influindo sobre as condutas e
desenvolvimento da evolução daquelas espécies e por sua vez sendo influenciada por
esses campos. Essa influência se dá pela ressonância mórfica, conceito muito
semelhante ao de Sincronicidade de Jung (1970) in NOGUEIRA, 2010)
Sheldrake (1981 in NOGUEIRA, 2010) nos diz que graças a essa memória coletiva cada
experiência humana é armazenada no campo morfogenético. Esses campos podem ser
acessados através do estado ampliado de consciência.
Se a nossa consciência, nossa observação cria a matéria, a nossa bioquímica do corpo é
um produto da nossa consciência. Crenças, pensamentos e emoções criam as reações
químicas em cada célula do nosso corpo, então as células têm a memória holográfica de
nossa vida que pode ser acessada pela Autoscopia. A mente atua através da não
localidade, fora do espaço-tempo e pelo holograma onde tudo está contido, onde tudo
está disponível para ser acessado instantaneamente e pelos campos morfogênicos e
campos holoinformacionais onde tudo está acessível para ser mudado pelas matrizes
universais. (NOGUEIRA, 2010)
Se desejarmos ser bons terapeutas, necessitaremos estar abertos para os saltos
quânticos que ocorrem durante o espaço de encontro que é a sessão de terapia, e
acreditarmos que a sabedoria universal está dentro da mente do paciente, nossa função é
apenas facilitar o acesso a essa sabedoria pelo estado ampliado de consciência que é a
hipnose. (NOGUEIRA, 2010)

Referências:
Adler, Stephen Paul. Hipnose Ericksoniana: estratégias para a comunicação efetiva;
(tradução de Ana Terezinha Passarella Coelho) – Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010.
Chopra, Deepak. A cura quântica: o poder da mente e da consciência na busca da saúde
integral; tradução de Evelyn Kay Massaro e Marcília Britto - São Paulo : Best seller, 1989?
Epstein, Gerald. Imagens que curam: praticas de visualização para a saúde física e
mental; tradução Jaqueline Valpassos. São Paulo : Ágora, 2009.
Ferreira, Marlus Vinícius Costa. Tratamento coadjuvante pela hipnose; São Paulo :
Atheneu, 2008.
Goswami, Amit. A janela visionária: um guia para a iluminação por um físico quântico;
Tradução Paulo Salles – São Paulo : Cultix, 2006.
Goswami, Amit. Evolução criativa das espécies: uma resposta da nova ciência para as
limitações da teoria de Darwin; tradução Marcello Borges – São Paulo : Aleph, 2009
Nogueira, João Jorge Cabral. Autoscopia: “uma viagem ao seu interior” - Rio de Janeiro:
Instituto AmanheSer, 1998.
Nogueira, João Jorge Cabral. Autoscopia: comunicação mente-corpo-quântica;
Monografia apresentada ao Curso de Pós Graduação em Hipnose Clínica das Faculdades
SPEI e IBHA como requisito para obtenção do título de Especialista - Rio de Janeiro,
2010.

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