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PRINCIPAIS

DOENÇAS
ENDÓCRINAS
EM CÃES E GATOS E SUAS
SINTOMATOLOGIAS CLÍNICAS

Fabiana Mendonça
AFECÇÕES DO
TECIDO ADIPOSO:
OBESIDADE
A obesidade e sua associação a distúrbios metabólicos vêm aumentando
em prevalência e ganhando cada vez mais importância na medicina dos
animais de companhia.
Ela é definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal, derivada
de um desequilíbrio crônico entre energia ingerida e energia gasta. Nesse
desequilíbrio, estão relacionados fatores como estilo de vida (dieta e
atividades físicas), alterações neuroendócrinas e fatores hereditários.
Fatores adicionais, tais como: ambiente, raça, sexo, idade e condição
reprodutiva. Além disso, a freqüência de atividade física, a palatabilidade e
o conteúdo calórico dos alimentos. O uso de medicações que resultam em
aumento do apetite, como anticonvulsivantes e glicocorticóides. Tornam o
animal predisposto a obesidade.
Não esquecendo que o fator que mais torna o animal predisposto a
obesidade é o seu tutor, e é encontrado com maior incidência em tutores
obesos, que moram sozinhos e idosos.
As conseqüências da obesidade são: osteomusculares, cardiovasculares,
respiratório, metabólicas (resistência insulínica e hiperlipidemia),
intolerância ao calor, risco anestésico e longevidade.
As principais endocrinopatias associadas à obesidade são: hipotireoidismo,
hiperadrenocorticismo, diabetes mellitus e insulinoma.
O diagnóstico é feito por meio de inspeção direta. Cães e gatos devem ter
costelas facilmente palpáveis. Incapacidade de palpar costelas e depósitos
de gordura facilmente palpáveis na base da cauda, sobre os quadris ou na
área inguinal sugerem obesidade. Esses parâmetros ficam mais fáceis de
identificar nas tabelas de escore corporal.
DOENÇAS DOS
PÂNCREAS
DIABETES MELLITUS
É uma doença de incidência moderada em cães e gatos. Caracteriza-se por
um distúrbio no pâncreas endócrino com diminuição dos níveis séricos de
insulina. Esta deficiência ou ausência de insulina pode levar alterações no
metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas.
Os animais apresentam poliúria, polidpsia e polifagia, podendo perder
peso também. Além destes sintomas os animais podem apresentar
debilidade muscular, catarata, odor de cetona no ar expirado, baixa
tolerância ao exercício e infecções bacterianas recorrentes.
Cães apresentam diabetes tipo insulino dependente, devido à destruição
das células Beta do pâncreas.
Em felinos a diabetes tipo 2 é a mais freqüente é multifatorial e está
associada a outras causas.
O diagnóstico é feito através da combinação dos sintomas clínicos,
aferição de glicemia sangüinea com o paciente em jejum e glicosúria.

ALGUMAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES:


Pacientes com diabetes apresentam glicemia de jejum acima de 180.
E pré-diabéticos, glicemia de jejum acima de 120.
Em felinos quando diagnosticada no início e com protocolo correto de
tratamento, há grandes chances de remissão.
O clínico deve incorporar na sua rotina aferição de glicemia em todos os
pacientes, em especial: pacientes com pancreatite, obesos, cadelas com
piometra, em gestação e que receberam administração de progestágenos e
pacientes que estejam recebendo uso crônico de corticosteróides.
O cortisol é antagonista da insulina, por isso, animais diabéticos nunca
devem receber medicações a base de corticosteróides.
INSULINOMA
É um tumor que se origina das células beta das ilhotas pancreáticas, o
qual secreta quantidades excessivas de insulina, resultando em sinais
clínicos de hipoglicemia (glicemia menor que 45). É uma doença mais
freqüente em animais de meia idade ou mais velho e os sinais clínicos
incluem: convulsões, fraqueza, paresia, colapso, tremores, letargia, ataxia e
alterações de comportamento.
O diagnóstico é definido quando um paciente com hipoglicemia e
apresenta alta concentração de insulina.

DOENÇAS DAS
ADRENAIS
HIPERADRENOCORTICISMO
(SÍNDROME DE CUSHING)
Se caracteriza pela excessiva concentração de glicocorticóides. Pode ser
de origem endócrina ou exógena (iatrogênico). E sua sintomatologia está
relacionada aos efeitos dos glicocorticóides.
O hiperadrenocorticismo (HAC) se classifica em:
ACTH dependente: HAC hipófise dependente (80-85% dos casos).
Normalmente há aumento bilateral das adrenais, e está relacionado
a neoplasias benignas de adrenais.
ACTH independente: HAC adrenal dependente (15-20% dos casos).
Pode ocorrer aumento de uma adrenal e atrofia da glândula
contra-lateral. É comum em tumores de adrenal.
Iatrogênico: resulta da administração excessiva de glicocorticóides
exógenos,seja por via oral, parenteral ou tópica.
Os sinais clínicos são: poliúria, polidpsia, polifagia, abdomem pendular,
atrofia muscular, hipertensão e algumas alterações cutâneas dentre elas:
pele fina, as veias do abdome ficam proeminentes e facilmente visíveis
(teleangiectasia), alopecia bilateral simétrica e calcinose cutânea.
O diagnóstico se baseia em anamnese detalhada e exame físico completo.
Um bom exame de ultra-som se faz necessário para avaliação tanto
de tamanho, morfologia e ecogenicidade das adrenais. A investigação
laboratorial inicial para diagnóstico do HAC deve compreender os exames
listados abaixo e testes hormonais, incluindo teste de supressão com baixa
dose de dexametasona, teste de relação cortisol-creatinina urinária e teste
de estimulação com ACTH.
HIPOADRENOCORTICISMO
(SINDROME DE ADISON)
É uma síndrome clínica provocada por significativa redução no teor de
cortisol. E ocorre em decorrência da destruição imunomediada do córtex
da adrenal ou pela suspensão súbita do uso crônico dos glicocorticóides
(iatrogênico).
Os sintomas estão relacionados à deficiência de glicocorticóides e incluem:
inapetência, letargia, fraqueza, vômitos, diarréia, perda de peso, tremores,
desidratação, bradicardia e hipotermia.
O diagnóstico se baseia em alterações eletrocardiográficas,
ultrassonográficas, hematológicas, bioquímicas e eletrolíticas (em especial
hiponatremia, hipocloremia, e hiperpotassemia).
O teste hormonal de eleição para diagnóstico definitivo é teste de
estimulação com ACTH.
Obs: animais com suspeita de hipoadreno deve receber somente uma dose baixa de
dexametasona, pois ele não interfere no resultado do teste estimulação.

DOENÇAS DA
TIREÓIDE
HIPERTIREOIDISMO
É uma enfermidade crônica causada pela produção e secreção excessiva de
hormônios tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3). É mais freqüente em felinos idosos.
Os sinais clínicos são: perda de peso discreta a grave, apesar do apetite nor-
mal ou aumentado. Discreta elevação da temperatura corporal ou intolerân-
cia ao calor. Fraqueza, definhamento muscular, fadiga, emaciação e caquexia.
É possível perceber hiperatividade como nervosismo, agressividade e agi-
tação. É comum poliúria e polidpsia. As alterações cutâneas são pelagem
emaranhada e opaca, também pode desenvolver alopecia
O diagnóstico é feito com base no histórico, na identificação dos sintomas, na
avaliação clínica e laboratorial e na exploração funcional dos lobos tireoidi-
anos (palpação).
Testes específicos para diagnóstico são T4 total e T4 livre por diálise de equilíbrio
HIPOTIREOIDISMO
É uma doença multisistêmica, que resulta na perda progressiva do tecido
tireoidiano causando decréscimo da produção de tiroxina (T4) e tri-
iodotironina (T3).
Os sintomas clínicos são: letargia, retardo mental, intolerância ao exercício
e ao frio e propensão ao ganho de peso, sem aumento do apetite e da
ingestão de alimentos.
As dermatoses causadas por esta patologia incluem: alopecia
simétrica, hiperqueratose, seborréia seca, otite ceruminosa, comedões e
hiperpigmentação.
Em casos maios graves os cães podem apresentar mixedema, que é o
espessamento da pele das pálpebras, testas e bochecha. Essa alteração
recebe o nome de “fácies trágica”.
Para um diagnóstico correto de hipotireoidismo, torna-se necessárias
que os dados da anamnese, exame físico e dos exames de laboratórios
de rotina sejam associados às determinações dos níveis hormonais, que
indicarão a hipofunção glandular.
Exames hormonais: T4 total, T4 livre por diálise de equilíbrio e TSH.
Obs.: cães que estejam recebendo tratamento com glicocorticóides,
Aines, sulfonamidas e barbituratos devem respeitar um período mínimo
de retirada destas medicações, quando possível, para mensurações
hormonais.
EXAMES LABORATORIAIS
PARA TRIAGEM DE ENDOCRINOPATIAS:

Aferição de Pressão Arterial Albumina Colesterol


Hemograma completo Uréia Triglicérides
ALT Creatinina EAS
AST Glicemia USG
Fosfatase Alcalina

Em casos de suspeita de hipoadrenocorticismo associar:


dosagem de sódio e potássio
Em casos de suspeita de diabetes associar: dosagem de frutosamina.
Ideal jejum de 6 a 8 horas

EXAMES
TABELA DE PREÇOS PROVET-TÉCNICA DE RADIO IMUNOENSAIO

ADRENAIS: TIREÓIDE
17 OH PROGESTERONA R$ 170,00 R$ 350,00

17 OH PROGESTERONA R$450,00
R$ 245,00 T4TOTAL E TSH R$ 245,00 R$ 450,00
BASAL E PÓS ACTH + ACTH

T4TOTAL, T4LIVRE E TSH R$ 405,00 R$ 600,00


ESTIMULAÇÃO POR ACTH R$ 400,00
R$ 214,00
CORTISOL BASAL E PÓS ESTIMULAÇÃO + ACTH
T3,T4 TOTAL E TSH R$ 320,00 R$ 500,00

SUPRESSÃO POR DEXAMETASONA T4LIVRE E TSH R$ 340,00 R$ 520,00


CORTISOL BASAL E 8 HORAS R$ 214,00 R$ 450,00
PÓS SUPRESSÃO
PAINEL HIPOADRENOCORTICISMO
R$ 315,00 R$ 500,00
COMPLETO

Dose de Acth até 10kg R$ 150,00

DOSAGEM DE INSULINA R$ 154,00 R$ 330,00

PAINEL HIPOGLICÊMICO R$ 270,00 R$ 450,00

PÂNCREAS GLICEMIA (FEITA NO CONSULTÓRIO)


CETONA (FEITA NO CONSULTÓRIO)
R$ 40,00

R$ 50,00
Fabiana Mendonça

fabianaendocrinologista
fabianamarcella@hotmail.com
62 9.8499-4004

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