You are on page 1of 14

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE NACIONAL DE DIREITO


DIREITO PENAL II – PROF. NATÁLIA LUCERO

ANOTAÇÕES DAS AULAS

Discente: Carlos Eduardo Holz


Turma C

AULA 1 – 07/08/2018
Tipo penal: produto de uma escolha legislativa
 População carcerária no Brasil: 726.712 – 3ª maior população carcerária do mundo
(maior parte são crimes relacionados ao tráfico de drogas).
 A pena atinge toda a sociedade, como, por exemplo, através dos impostos que são, em
parte, usados para a manutenção das penitenciárias.
Revista vexatória: agride a dignidade humana

Pesquisar: Lei 13.654/18: furto e roubo envolvendo explosão de caixas eletrônicos - O objetivo
declarado dessa Lei foi o de punir com mais rigor os furtos realizados em caixas eletrônicos
localizados em agências bancárias ou em estabelecimentos comerciais (ex: drogarias, postos de
gasolina etc.). Isso porque tem sido cada vez mais comum que grupos criminosos, durante a
noite, explodam caixas eletrônicos para dali retirar o dinheiro depositado. Contudo, há um con-
trassenso: o objetivo do legislador ao criar o novo § 4º-A foi o de aumentar a pena dos agentes
que praticam furto mediante explosão de caixas eletrônicos. No entanto, o que a Lei fez foi
tornar mais branda a situação dos réus. Antes da Lei 13.654/2018, o agente respondia pelo art.
155, § 4º, I c/c o art. 251, § 2º do CP (Pena mínima: 6 anos); Depois da Lei 13.654/2018, o
agente responde apenas pelo art. 155, § 4º-A do CP. (Pena mínima: 4 anos). Além disso, a Lei
nº 13.654/2018 deixou de punir com mais rigor o agente que pratica o roubo com arma branca.
Pode-se, portanto, dizer que a Lei nº 13.654/2018, neste ponto, é mais benéfica. Isso significa
que ela, neste tema, irá retroagir para atingir todos os roubos praticados mediante arma branca. 1

1
Informações extraídas do site “Dizer o Direito”, indicado pela professora.
AULA 2 – 09/08/2018

Erro de tipo (art. 20 CP): erro quanto ao elemento do crime. Não significa que o agente, no
momento em que pratica o crime, desconheça o tipo penal. Ele sabe, por exemplo, que matar
alguém é crime, mas é possível que incida num erro que o faça cometer o tipo penal.
Erro de tipo essencial: Ex. 1: Matar alguém – não sabe que está atirando na pessoa. Ex. 2:
estupro de vulnerável – não sabe que aquela pessoa com quem teve relações sexuais é vulnerá-
vel.
 Escusável: quando é perdoável, inevitável, justificável, insuperável. Afasta dolo e culpa
 Inescusável: erro não perdoável. Conduta dispensável. Injustificável, evitável. Afasta o
dolo, mas não a culpa se houver previsão de modalidade culposa para o tipo penal.

Erro de tipo acidental: circunstância acessória. Não sabe que incide numa qualificadora. Ex.
1: Homem tenta estuprar uma jovem que aparenta ter 20 anos, mas tem 13. Não tinha dúvidas
que queria estuprar, mas não tinha dolo de estuprar vulnerável.

Erro quanto à pessoa: Pretende acertar A, mas acerta B. Não há erro na execução, pratica-se
o crime como se queria praticar, mas se confunde a vítima. Ex.: mulher em estado puerperal
queria matar o filho, mas mata filho adverso. Responde pelo resultado pretendido.
Erro quanto ao objeto: responde pela coisa que efetivamente subtraiu
Aberratio Causae: interrupção do nexo causal
Aberratio Ictus: erro na execução. Tenta praticar o tipo, mas comete alguma falha e produz
resultado diverso do pretendido. Responde pelo resultado pretendido (art. 73 CP)
Aberratio Criminis: ocorre erro na execução, porém atinge bem jurídico diferente do preten-
dido. Responde pelo resultado obtido (art. 74 CP)

OBS.: professora sugere sublinhar as palavras em latim na prova.

ERRO DE PROIBIÇÃO – Erro quanto à ilicitude da ação. Defeito no entendimento do tipo.


Caso do holandês que ascendeu um baseado no aeroporto e foi enquadrado por tráfico ilegal.
 Welzel: um agente sabe o que faz, porém supõe erroneamente que estava permitido; não
conhece a norma jurídica ou não a conhece bem (interpreta-a mal) ou supõe erronea-
mente que concorre em causa de justificação. Ou seja, o autor sabe o que faz tipica-
mente, mas supõe de modo errôneo que isto era permitido.
O conceito de comportamento adequado varia de acordo com o contexto em que o indivíduo
está inserido. Ex: levar duas caixas de dipirona para os EUA. Pela legislação americana, será
considerado tráfico internacional de drogas.

Pesquisar: Introdução ao direito penal brasileiro – Nilo Batista; Introdução crítica à criminolo-
gia brasileira

AULA 3 – 14/08/2018

Erro de tipo injustificável: exclui o dolo, mas não exclui a culpa (art. 20 CP). OBS.: pode
haver atipicidade da conduta quando houver apenas a modalidade dolosa prevista em lei. Se
não tiver a previsão de conduta culposa, será fato atípico. Ex.: furto culposo não existe.

 Crítica: teoria do erro tem várias zonas cinzentas. Ex.1: mistura de esmalte e posterior
comercialização. Ex. 2: vender bala de cafeína. Sai nova lista da Anvisa que consta a
bala de cafeína como droga. Sabe-se que vender droga é crime, mas não que o que ven-
der bala de café é crime. Elemento que constitui o crime = ERRO DE TIPO

Omissivo impróprio: filho cai na água. Pai não percebe que é seu filho, percebe apenas que é
uma criança. Qual o crime? O pai tem o dever de garantidor, tem o dever positivo de agir. Não
responderá por omissão de socorro, pois tem o dever de agir. Não saber que seu filho muda
algo? É possível que haja erro de tipo omissivo impróprio (art. 13, §2 CP)
ERRO DE PROIBIÇÃO: não interfere na tipicidade, mas na culpabilidade.
Direto: envolve o desconhecimento da existência da norma
Indireto: erro de autorização. Legítima defesa putativa – sabe que é crime, mas acredita estar
autorizada a agir daquela maneira pelo ordenamento.
Erro de proibição mandamental: achar que não tem o dever de garantidor.

Pesquisar: Violência doméstica – prática reiterada no tempo. Mulher mata o marido enquanto
ele está dormindo. É legítima defesa? A literalidade da norma não alcança esse caso. Contudo,
como a violência é permanente, poderia haver legítima defesa a qualquer tempo.

AULA 4 – 16/08/2018
CONCURSO DE AGENTES: Pluralidade de agentes. Precisa de mais de uma pessoa come-
tendo o crime ao mesmo tempo. Analisar-se-á o nexo causal.

Autoria: tem o controle da situação. Um autor. Tem o controle intelectual dos resultados.
Coautoria: mais de um autor. Há concurso de agentes que atuam positivamente na posição de
autor. Agentes praticam juntamente e ativamente para alcançar o objetivo. Não se confunde
com autoria colateral. Os coautores são aqueles que acordam entre si para obterem o resultado.
Autoria colateral: agentes concorrem para a obtenção do resultado. Não tem acordo entre os
agentes. Não é plano compartilhado. É mera coincidência. Ex.: duas pessoas atiram ao mesmo
tempo em determinado indivíduo. Se for determinado qual dos dois tiros deu a causa, um res-
ponde por homicídio e outro por tentativa. Caso não haja identificação, os dois responderão por
tentativa. A aplicação da lei penal deve ser realizada de maneira mínima, restritiva, se não há
certeza de quem realizou o fato consumado.
Autoria mediata: utiliza de outra pessoa para cometer um crime. Usa-se o terceiro como ins-
trumento, induzindo-o a erro.
Participação: o partícipe realiza uma atividade secundária que contribui, estimula ou favorece
a execução da conduta proibida. A doutrina, de um modo geral, tem considerado duas espécies
de participação: instigação e cumplicidade.
TEORIA UNITÁRIA: todo mundo que contribuiu para a prática de um crime será igualmente
punido no mesmo grau. Crime único e pluralidade de agentes.
TEORIA PLURALISTA: cada um será punido pela conduta que realizou. Ex.: roubo a banco
– a forma como será aplicada a lei penal será de acordo com a previsibilidade dos desdobra-
mentos. Leva em consideração o dolo dos agentes.
TEORIA DUALISTA: diferenciação entre autor e partícipe. O grau de contribuição no desen-
volvimento ou na prática definirá o papel do indivíduo no crime, se é autor ou age de maneira
acessória.

Pesquisar: Legal Highs; Ações neutras

AULA 5 – 21/08/2018
Existem crimes que, para ocorrerem e serem consumados, precisam de pluralidade de agentes.
Monosubjetivos: não necessitam de pluralidade de agentes.
Plurisubjetivos: necessitam de pluralidade de agentes. Não há partícipes.
Para a teoria unitária, autor é aquele que pratica o fato típico.

CONCEITO RESTRITIVO (participação)


Autor é quem realiza o tipo penal. Pratica o núcleo verbal do tipo.
Partícipe é quem instiga ou colabora, mas não pratica o núcleo verbal do tipo.

CONCEITO SUBJETIVO
Autor tem ânimo de autor – Animus auctoris
Partícipe tem ânimo de partícipe – Animus socci
Crítica: problema de identificar o ânimo de alguém, pois é um elemento psíquico.

DOMÍNIO DO FATO – ROXIN


Autor é aquele que pratica o fato típico e tem ânimo de obter o resultado. Autor é quem tem o
domínio do fato, é quem tem o controle. Nesta teoria, o critério objetivo do conceito restritivo
se soma ao critério subjetivo para identificar os autores do tipo.
AULA 6 – 23/08/2018

Autor mediato: usa o autor imediato, que pratica o delito de forma direta. O autor imediato
não tem interesse na obtenção do resultado. O autor mediato não realiza o núcleo verbal do tipo
penal, mas leva alguém a fazê-lo, e isso pode acontecer por indução ao erro. Autor mediato não
se confunde com coautor. Ex.: Médico que quer matar paciente e pede para que a enfermeira
injete um medicamento dizendo que era insulina, mas na verdade o medicamento causa uma
parada cardíaca. A enfermeira que aplica o medicamento a pedido do autor está em erro de tipo
escusável, invencível. A enfermeira não tem dolo ou intenção, ela é autora imediata por desco-
nhecer que a substância é letal, e incide em erro de tipo (incide no elemento) por indução do
médico. É, portanto, erro invencível, e não poderá ser responsabilizada, mesmo que haja mo-
dalidade culposa.
Autoria colateral: aquele que, por coincidência, contribui para a obtenção do tipo penal. Os
colaterais contribuem por coincidência para a prática de determinado crime. A responsabiliza-
ção dependerá da causação. Ex.: agentes atiram contra uma pessoa ao mesmo tempo sem sabe-
rem. Se não for possível saber quem deu causa, os dois responderão por tentativa.
Art. 29 §1 CP
Participação: pode se dar por instigação.
Art. 122 CP
Multidão delinquente: várias pessoas agindo em concurso. Pessoas estimuladas pela massa.
“Efeito manada”. Mentalidade de massa. Dificuldade de individualização da conduta.

Culpa consciente: quando é previsível. Quando é possível de acontecer. fudeu


Dolo eventual: quando há previsão. Quando há probabilidade de acontecer. Foda-se

Pesquisar: corrupção – oferecer e negociar é crime. Dar dinheiro, não; Mob Mentallity – falsas
memórias, induzimento de respostas.

AULA 7 – 28/08/2018
 Juiz pode decretar a prisão por ofício? No nosso ordenamento sim.
 O poder punitivo é dado ao Estado. Nosso sistema processual é acusatório.
No séc. XVII, surgem as work houses, ou seja, as casas de trabalho na Europa. Os presos foram
usados como força de trabalho. A prisão foi um avanço porque reduziram as lesões corporais.
A prisão passa a servir como pena e como mão de obra. As prisões como penas em si próprias.
A prisão hoje dá dinheiro. Exploração: capacidade laborativa. O modelo de prisões privadas é
menos efetivo.
 ALEC: seletividade
Cifra oculta: crimes que não entram nas estatísticas.

PUNITIVISMO: O punitivista é a favor da expansão do uso do direito penal (tudo vira crime).
Aumentar a quantidade de crimes
GARANTISMO: Luigi Ferrajoli – 10 axiomas. Direito penal é a ultima ratio. Garantismo é
totalmente positivado.
MINIMALISMO: reduzir ao máximo o direito penal. Direito penal é Ultima ratio.
ABOLICIONISMO: teoria criminológica relacionada à descriminalização, ou seja, a retirada
de determinadas condutas de leis penais.

 Lei Maria da Penha: afirmação e dar visibilidade para a violência de gênero.


Castração química: estupro é sobre poder. A castração é uma tentativa de neutralizar o indiví-
duo. Para quem defende isso, o problema não está na cultura de estupro.

Pesquisar: ordálias; Por que ainda hoje pessoas põe a mão sobre a Bíblia e fazem juramento?
Primeiro livro de criminologia: Martelo das feiticeiras; Documentário: Kids for cash; “Projeto
Violeta”; Labbeling Aproach

AULA 8 – 04/09/2018
FUNÇÕES DA PENA
Penas privativas de liberdade (PPL): reclusão, detenção
Pens restritivas de direitos (PRD): não entram nas estatísticas brasileiras. Por isso, não sabe-
mos quantas pessoas cumprem pena no Brasil.

Funções declaradas: legitimar a existência da pena


Funções latentes ou reais: dissimuladas por um discurso
Função declarada retributiva: mal injusto – mal justo
Função retributiva da pena: imposição de uma restrição. Cabe ao Estado vingar?
PREVENÇÃO ESPECIAL NEGATIVA: foco no indivíduo. Neutralizar. Tirar o indivíduo
do contexto social para que não pratique mais delitos. Crítica: o indivíduo continua cometendo
crime na e da prisão, e desconsidera a cifra oculta, ou seja, conjunto de indivíduos que cometem
crimes, mas não são atingidos pelo sistema penal.
PREVENÇÃO ESPECIAL POSITIVA: “Culturas re”. Reinserir, reeducar, ressocializar.
Pena como correção, como ressocializadora. Correção da conduta. Crítica: altos índices de
reincidência.
PREVENÇÃO GERAL NEGATIVA: nega a prática do delito. Cria uma conduta típica, an-
tijurídica e culpável, cominando a ela uma pena. E tem como principal objetivo fazer as pessoas
se sentirem ameaçadas e intimidadas. Crítica: indivíduos continuam cometendo crimes.
PREVENÇÃO GERAL POSITIVA: a pena tem função de proteger e prevenir condutas con-
tra algum bem jurídico. Crítica: bens jurídicos continuam sendo lesionados.

Réu primário: não condenado anteriormente.


Reincidente: tem condenação transitada em julgado e é condenado novamente.
Tecnicamente primário: contar 5 anos após o término do período de prova
Reincidência específica: reincide no mesmo crime pelo qual foi condenado.
1. Comete o mesmo crime
2. Comete crime similar. Ex.: tráfico – associação ao tráfico
3. Reincidente hediondo

Pesquisar: Fernanda Martins – muitas pessoas presas são sustentadas pela própria família; Gus-
tavo N. D’Ávila Filmes: A caça, A origem; Livros: Holocausto brasileiro, Prisões da miséria.

AULA 9 – 06/09/2018
FUNÇÕES DA PENA (CONTINUAÇÃO)
Teoria unitária (Art. 59 CP): retributiva + prev. geral + prev. especial (funções declaradas da
pena). Teoria do nosso ordenamento jurídico. Aceita que a pena tem caráter punitivo e pedagó-
gico, pois é usada como ferramenta para punir, evitar e coibir a ocorrência de crimes. Crítica
da criminologia: “cultura re”, se funcionasse, o índice de reincidência não seria tão alto.
Teoria agnóstica: a pena serve para afastar o indivíduo do contexto social. A pena é uma ten-
tativa de equilibrar.
 O problema da pena são suas funções reais: penas como função de controle.
 Utilizamos o direito para excluir os desviantes do status quo
 Pena hoje é a regra do jogo
 Pena tem que ter limites

PRINCÍPIOS LIMITADORES DA PENA


Não pode ter pena se não tem crime
Proporcionalidade: Precisa ter paridade.
Legalidade: Tem que estar previsto em lei e precisa ser anterior ao ilícito praticado.
Individualização (5º, XLV): a pena não passará da pessoa do condenado. Crítica: mas, atual-
mente, há o questionamento de que está ocorrendo a transcendência da pena, estendendo-se aos
familiares do condenado, como nos casos de revista vexatória, por exemplo.
Non bis in idem: Serve para punir mais de uma vez pelo mesmo crime. Reincidência pode gerar
aumento da pena? Sim. Crítica.: para a criminologia, deveria diminuir a pena ao invés de au-
mentar, pois demonstrou que a função preventiva especial não funcionou.
Vedação de penas críveis: proibição da tortura e trabalho forçado. Os presos não podem ser
submetidos a atividades desumanas.
Vedação de pena perpétua: Máxima de 30 anos de pena de prisão.
Princípio da Insignificância:
1. Inexpressividade da lesão jurídica cometida. De acordo com o STF, o ato de lesividade
insignificante pode ser caracterizado na tipicidade formal, mas não na tipicidade mate-
rial, pois não há lesão para justificar uma sanção penal.
2. Nenhuma periculosidade social decorrente da ação.
3. Mínima ofensividade da conduta do ofensor.
4. Grau de reprovação do comportamento baixo.

MODELO FILADÉLFICO: baseado no modelo de clausura. A pessoa se redimiria pela pe-


nitência. Característica religiosa. O condenado deveria ficar completamente isolado em uma
cela, sendo vedado todo e qualquer contato com o meio exterior. Objetivava-se a expiação da
culpa e a emenda dos condenados. Autorizava-se, tão-somente, passeios inconstantes no pátio
da prisão e a leitura da Bíblia, para que o condenado pudesse se arrepender do delito praticado
e, consequentemente, alcançar o perdão de sua conduta reprovável perante a sociedade e o Es-
tado. Crítica: Tal sistema, baseado na solidão e no silêncio, foi violentamente criticado, ale-
gando-se que a prática da separação absoluta e da proibição de comunicação entre os presos
ocasionava insanidade.
MODELO AUBURNIANO: sua origem prende-se a construção da penitenciária na cidade de
Auburn. Permitir o trabalho em comum dos reclusos, sob absoluto silêncio e confinamento so-
litário durante a noite. Crítica: escravidão; auferir ganhos com o trabalho dos presos
MODELO PROGRESSISTA INGLÊS: traz a ideia de progressão de regime. Mark System:
melhor tratamento por boas ações. Ideia de progressão. Oferecer estímulos positivos para as
pessoas melhorarem. Estimular bom comportamento. Liberdade condicional como fase de teste.
Modelo escalonado. A essência deste regime consiste em distribuir o tempo de duração da con-
denação em períodos, ampliando-se em cada um os privilégios que o recluso pode desfrutar de
acordo com sua boa conduta e o aproveitamento demonstrado do tratamento reformador. Outro
aspecto importante é o fato de possibilitar ao recluso reincorporar-se à sociedade antes do tér-
mino da condenação. A meta do sistema tem dupla vertente: de um lado pretende constituir um
estímulo à boa conduta e à adesão do recluso ao regime aplicado, e, de outro, pretende que este
regime, em razão da boa disposição anímica do interno, consiga paulatinamente sua reforma
moral e a preparação para a futura vida em sociedade.
MODELO PROGRESSISTA IRLANDÊS: Modelo bem similar com o progressista inglês.
na Irlanda surgiu um novo modelo que poderíamos considerar como um aperfeiçoamento dos
dois modelos americanos já citados. Tem quatro fases. A primeira fase pode ser considerada
como “cópia” do modelo da Pensilvânia, onde o interno ficaria recluso o tempo todo dentro de
sua sela, a fim de refletir sobre seus delitos. Deveria ficar recluso em torno de oito a nove meses.
A próxima, o detento passaria a trabalhar em um regime diurno, coletivo e em silêncio, com
um rigoroso controle e vigilância, além do regime noturno recolhido em sela individual. Este
modelo segue a proposta aurboniana. A terceira, acrescida por Walter Crofton, transferiria o
interno a prisões intermediárias, com um sistema de vigilância mais branda, onde o detento teria
a permissão para conversar, andar por uma distância determinada e com o trabalho sendo rea-
lizado no campo. Estas mudanças tinham a intencionalidade de preparar o indivíduo para o
regresso à vida na sociedade. E a quarta fase, e última, antes do retorno ao meio social, permitia
ao detento viver em uma comunidade livre, onde receberia uma liberdade condicional, até o
final do cumprimento de sua pena e liberdade definitiva. Portanto, traz a ideia nova de regime
semiaberto. Modelo adotado pelo Brasil.

Pesquisar: Bauman: Modernidade líquida. Liquidez das relações humanas. Não sabemos onde
estamos. Tudo é muito flexível e difícil de definir. (Livro: Medo líquido). Ele diz que não pre-
cisamos ter medo, pois a existência de um fato não pode justificar o que se é feito para atingir
a sociedade como um todo. Vidas para consumo.
AULA 10 – 11/09/2018

PRISÃO PENA: punição; após condenação; há benefícios


 Lembrando que, segundo entendimento recente do STF, a prisão pena já pode ocorrer a
partir da condenação em segunda instância. Ver: Ações Declaratórias de Constitucio-
nalidade (ADC) 43e 44, de 05 de outubro de 2016.

PRISÃO CAUTELAR: não é pena; prisão como instrumento.


 Cerca de 40% dos presos estão em prisão cautelar e, portanto, estão sem benefícios/di-
reitos.

Pesquisar: Anualmente, Brasil prende cerca de 1.300.000 pessoas diferentes; Quantum máximo
da pena; Carta de execução provisória (CES); ADC 43 e 44; Livro: Lawfare

AULA 11 – 13/09/2018
LEP: Lei nº 7.210 – Lei de Execução Penal. Abarca direitos e deveres dos presos.
HED: Lei nº 8.072 – Lei de Crimes Hediondos
SÚMULA 471/STJ: refere-se a progressão de regime aos crimes cometidos anteriormente a
Lei 11.464/07
SÚMULA VINCULANTE 26: pode determinar, em casos específicos, o exame criminoló-
gico. Antes dessa S.V., o detento deveria passar por exame criminológico.

Progressão de regime: Fechado – semiaberto – aberto


Requisito objetivo: tempo. Realização do lapso temporal.
Requisito subjetivo: bom comportamento, que é classificado de acordo com a avaliação dos
agentes responsáveis.

Crimes hediondos anteriores à Lei nº 11.464/07 serão tratados como crimes comuns (1/6). Após
a Lei, a progressão de regime será a partir do cumprimento de 2/5 se for primário e 3/5 se for
reincidente.

1ª progressão de regime: depois de cumprir 1/6 da pena.


2ª progressão de regime: depois de cumprir 1/6 da pena remanescente
Ex.: PENA DE 6 ANOS: a primeira progressão ocorrerá depois de cumprir 1 ano da pena. E a
segunda progressão ocorrerá depois de cumprido 1/6 da pena remanescente, ou seja, depois de
cumprir 10 meses.

CÁLCULO DIFERENCIADO PARA CRIMES HEDIONDOS


Ex.: PENA DE 10 ANOS: primeira progressão ocorrerá depois de cumpridos 2/5 da pena, ou
seja, 4 anos.

Regime fechado: pena na prisão


Regime semiaberto: pena na prisão, mas pode ser que o interno saia para atividades fora da
prisão como, por exemplo, ir em cursos, aulas, etc.
Regime aberto: o interno trabalha durante a semana, mas dorme no presídio. Fins de semana
na prisão. Liberdade um pouco maior. Tem limitação de horário.

Regressão de regime: é uma punição

INDULTO presidencial: por meio de decreto presidencial. Editado e assinado pelo presidente
da república.
INDULTO humanitário: concedido em caso de doença em estado terminal

Pesquisar: Livro: Execução Penal – Rodrigo Duque Estrada

AULA 12 – 18/09/2018
Tanto progressão quanto regressão precisam de autorização judicial.
A lei trará especificada quando terá comutação e indulto. Vão ser calculados e abatidos parci-
almente ou totalmente.
Remissão de pena: direito do preso. A cada 3 dias de trabalho, de 12h cada, haverá a remissão
de 4 dias da pena. Apenas trabalho interno serve como remissão de pena, e não se aplica CLT.

LIVRAMENTO CONDICIONAL
Crime comum – réu primário: 1/3
Crime comum – reincidente: ½
Crime hediondo – réu primário e reincidente: 2/3
Crime hediondo – reincidência específica: NÃO HÁ

Pesquisar: ADPF 347 – que trata da violação dos direitos fundamentais dos encarcerados no
Brasil; Estado de Coisas Inconstitucional; Questões controvertidas – Juarez Tavares; Milena
Rocha

AULA 13 – 20/09/2018
REVISÃO PARA P1
- Teoria do Erro:
De Tipo: Quanto ao elemento do crime.
De Proibição: Quanto à ilicitude da ação.

- Concurso de agentes
Requisito objetivo: Pluralidade de indivíduos.
Requisito subjetivo: Agem com intuito de praticar crimes.
Teorias para aplicação da norma:
Unitária: Crime único e pluralidade de agentes
Pluralista: Os agentes serão punidos de acordo com sua conduta, se era previsível ou não.
Dualista: Diferenciação entre autor e partícipe.
Espécies: Autoria
Partícipe

- Funções da pena: Críticas (falar da seletividade, relativização, cifra oculta, etc...)


- Princípios limitadores da pena
Proporcionalidade
Legalidade
Individualização
Non bis in idem
Vedação de penas cruéis e perpétuas
Princípio da Insignificância

- Modelos prisionais:
Modelo Filadélfico - Penitência.
Modelo Auburniano – Presos trabalham o dia todo e enclausurados à noite. Crítica: Escravidão.
Modelo Progressista Inglês: Traz a ideia de Progressão de Regime. Estimula bom comporta-
mento, Mark System. Liberdade Condicional como teste.
Modelo Progressista Irlandês: Modelo utilizado no Brasil. Ideia de semiaberto.

-Progressão de Regime: Regime Fechado ---- Semiaberto ---- Aberto


Precisa de bom comportamento, sem faltas graves para progredir, se tiver progredido pode re-
tornar ao regime anterior se cometer faltas graves. Tempos diferentes para a progressão de re-
gime, depende da natureza do crime, se é hediondo ou não, se o réu é primário ou reincidente,
etc...

You might also like