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EXMO. JUIZO DE DIREITO DA ___ VARA CIVEL DA COMARCA DA
CAPITAL-RJ.
I- DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
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Inicialmente, vêm requerer o benefício da Gratuidade de Justiça, com fulcro na Lei nº
1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições
de arcar com as custas e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento,
conforme documento anexo.
II - DOS FATOS
Ocorre que no momento a autora quer pagar a sua dívida. Procurou sua agência
onde é correntista para negociar o parcelamento onde então foi informada de que
deveria procurar o MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO pois só eles poderiam negociar.
De posse da informação ligou para o MEC no dia 18/07 e foi informada através
do protocolo 2016.000.999.7971 de que a negociação é de OBRIGAÇÃO DO
BANCO DO BRASIL, posto que foi a instituição financeira que houvera feito o
empréstimo.
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Cabe informar que a autora encontra-se com restrição em seu nome no cadastro
de inadimplentes do SPC/SERASA tendo como credora a instituição bancária do
BANCO DO BRASIL.
O Banco do Brasil não quer negociar. Isso é fato e demonstrado pela sua
funcionária gerente da conta da autora.
II – DO DIREITO
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Nas palavras do consultor jurídico da Caixa Econômica Federal, Davi Duarte,
"a atual concepção do FIES enquadra-o como espécie de financiamento bancário
(especial), sujeitando-se às regras do mercado no que tange à concepção de cobrança,
não obstante a finalidade nitidamente social que o caracteriza" (R. CEJ, Brasília, n°
26, p. 5-9, jul./set.2004). Assim, o financiamento estudantil é considerado um
contrato bancário, portanto aplica-se as regras contidas no CDC.
A incidência das normas do CDC (Lei 8.078/90) nas relações entre o Banco e
os seus clientes, é algo mais que reconhecido pelos Tribunais pátrios, eis que os arts.
2° e 3°, da citada lei incluem as instituições bancárias como legítimas fornecedoras
de serviços aos seus clientes (consumidores), também em relação aos contratos de
financiamento.
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crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista." (grifo nosso)
Desta feita, mesmo que este financiamento seja a única modalidade praticada
pelo poder público federal e conduzido pelo MEC, sua operação, administração,
coleta, intermediação e concessão (critérios) são aplicados pelo Banco, ora requerido,
tornando-se um contrato bancário, o qual é mútuo ao consumidor ainda que o
mutuário utiliza tais recursos para finalidades particulares, como destinatário final.
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Não resta dúvidas, portanto, que o contrato bancário em tela deve passar pelo crivo
do CDC.
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aplicáveis na hipótese de revisão de contrato de financiamento, na
modalidade de crédito educativo, pois dizem com operações bancárias,
nos moldes do art. 3º, § 2º, da Lei nº 8.078/90. (Apelação Cível nº
2001.70.05.001177-2/PR, 4ª Turma do TRF da 4ª Região, Rel. Juiz
Edgard A Lippmann Júnior. j. 27.09.2001, Publ. DJU 31.10.2001). (grifo
nosso)
Embora exista uma vaga finalidade social ao contrato, este não se enquadra à
realidade financeira da população brasileira, pois somente quem tem condições de
pagar o numerário emprestado (acrescido de taxas de juros de 9% ao ano,
capitalização mensal e amortizado pelo sistema francês) é que poderá fazer uso deste
financiamento estudantil. Isso tudo sem carência alguma, ou seja, o estudante termina
o curso superior, estando na maioria dos casos desempregado, e com uma obrigação
imediata de seguir arcando com prestações altíssimas do financiamento estudantil,
sob a forma coatora de cobrança que a requerida costuma usar. Senão vejamos:
Dessa forma, tem-se uma onerosidade excessiva para o consumidor, pois à ele
recai abusividade de juros dando a ensejar ao enriquecimento sem causa, ofendendo
diretamente o princípio da equivalência contratual instituído como base das relações
jurídicas de consumo.
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Verificando-se a abusividade imposta ao devedor, em contrato de
financiamento, invalida-se as cláusulas por aplicação do art. 51, inc. IV e parágrafo 1º,
inc. III, do Código do Consumidor.
"Art. 5°. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade nos termos seguintes:
(…)
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De todo o exposto, conclui-se que a relação entre as partes é de consumo e é
com o intuito de JUSTIÇA que a requerente busca no poder jurisdicional a revisão do
financiamento estudantil, o qual encontra-se eivado de vícios, acarretando inafastável
desequilíbrio econômico do contrato e contrariando a Lei Maior quando esta
determina, como já salientado, o dever do Estado com a EDUCAÇÃO PLENA,
subsidiada aos estudantes carentes por toda a sociedade, tratando-se de um
investimento sócio-educacional que acarreta inegáveis benefícios para toda a nação.
Contrato de adesão:
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O contrato em questão, chamado Contrato de Adesão, possui diversos itens que
se sobressaem pelo seu caráter leonino com que foram, de forma unilateral, impostas
pela parte economicamente mais forte, ou seja, a instituição financeira.
Desta forma, tais cláusulas devem ser revistas a fim de que se traga um mínimo
de equilíbrio entre as partes, sem a cobrança de juros e valores extorsivos, em
atendimento ao Princípio da Transparência e da boa fé.
Arbitrariedade:
Como já dito, tais contratos derivam da vontade impositiva de uma das partes,
que estabelece cláusulas e vantagens de modo unilateral e que colocam a outra parte
em nítida e exagerada desvantagem, devendo estas cláusulas serem declaradas nulas.
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Desta forma, fica exclusivamente à vontade da ré as taxas de juros a serem
cobradas, taxas estas que se mostram abusivas e que quebra a bilateralidade da
relação.
Coação:
A coação que aqui se vislumbra ocorre, pois à contratante não resta nenhuma
possibilidade de adequação do contrato à sua vontade, sendo que à esta não restaria
sequer a alternativa de buscar outro fornecedor, porque todo o sistema de
fornecimento deste serviço pertence unicamente à CEF, ou seja, ao consumidor
desejoso de qualificar-se para o trabalho, através de financiamento estudantil, tem
que, obrigatoriamente, se submeter às condições impostas pela fornecedora requerida
sob pena de ficar sem a EDUCAÇÃO e QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, o que
contraria de imediato os direitos básicos do consumidor, dispostos no art. 6º do CDC.
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(…)
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hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;" (grifo
nosso)
"É claro que deve haver respeito pela autonomia privada, tutelando-se
a confiança das partes na estabilidade dos contratos celebrados, porém
esta estabilidade não pode prevalecer quando haja grave desequilíbrio
entre direitos e obrigações dos contratantes. É assim que a Constituição
de 1988 exige que a autonomia privada atenda os ditames da justiça
social, tendo na sua base a função social do contrato, cabendo ao Poder
Judiciário a determinação do ponto em que a liberdade e justiça se
equilibrem." (Agathe E. Schmidt da Silva. Cláusula geral de boa-fé nos
contratos de consumo. Revista Direito do Consumidor, vol. 17, São
Paulo: Ed. RT, jan/março de 1996, p. 149)".
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"A intervenção judicial no campo contratual, dirigida no sentido de
humanizar as relações contratuais, de modo a prevenir a opressão
econômica, constitui módulo de observância já consagrada no direito
obrigacional. Tem em seu substrato motivacional o sucumbimento do
puro liberalismo econômico, inspirado no qual as normas primárias do
CC destacaram o primado do indivíduo, hoje, no entanto, superado pelo
coletivo. É pacífico admitir-se a função social do contrato." (Des. Ney
Almada, Ap. 271.394-2/2 - RT 739/273)
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"A tendência, portanto, é do crescimento em importância do
permissivo legal de revisão judicial dos contratos. Dois aspectos devem
ser ressaltados: o limite imposto pelo próprio CDC, ao mencionar apenas
as cláusulas referentes à prestação do consumidor, geralmente uma
prestação monetária, envolvendo o preço e demais acréscimos, despesas
e taxas, logo não englobando todos os tipos de cláusulas abusivas; o
consumidor é livre para requerer ou a modificação da cláusula e
manutenção do vínculo, ou a rescisão do contrato, com o fim do vínculo
e concomitante decretação seja da nulidade, se abusiva, ou da
modificabilidade, se excessivamente onerosa, da cláusula.
Juros abusivos:
No que tange à cobrança de taxas de juros pela requerida estas são irregulares,
visto que 3,4% ao ano, com capitalização mensal não é a taxação correta a ser
aplicada, como se verá a seguir.
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Ocorre que os juros cobrados nos contratos de crédito educativo era de 6% ao
ano, conforme pode-se constatar na Lei n° 8.436/92 em seu art. 7º.
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Percebe-se, então, que o Banco tem por base a cobrança de juros fixados pelo
CMN - que estipula a taxa de juros de 9% ao ano, capitalizados mensalmente.
Todavia, conforme dispõe o art. 25, inc. I do A.D.C.T., bem como o art. 48, inc.
XIII da CF/88, esta matéria é da competência exclusiva do Congresso Nacional, não
podendo ser delegado ao poder executivo esta competência.
"Com efeito, "limitar" juros e encargos não é sinônimo de "liberar" (Lei 4594/64,
art. 3º, inciso IX). Assim, não podem o BACEN ou o CMN – que não tem o poder de
legislar - por norma subalterna, diversa da lei, liberar juros e encargos." (grifo nosso)
A requerida está tentando fazer crer que uma simples resolução (n° 2.647 do
CMN – Disciplina juros de 9% ao ano, capitalizados) possa ser superior a preceitos
constitucionais, art. 48, inc. XIII, que determina ser de competência exclusiva do
Congresso Nacional legislar sobre taxas de juros.
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benéfica, encaixa-se aos moldes da realidade social e econômica dos cidadãos
brasileiros.
"Art. 5° Na aplicação da Lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum."
Nesse enquadramento, ele é um dos meios pelos quais se procura realizar, entre
outros valores e fins, a cidadania – postulado pelo legislador constituinte como
fundamento da República Federativa do Brasil e do Estado Democrático de Direito,
conforme o art. 1º, caput e inciso II, e que se exerce com mais profunda consciência e
espírito democrático através da difusão da educação; a dignidade da pessoa humana –
claramente conectada, conforme a "visão de mundo" (tradução aproximada do
conceito filosófico de Weltanschauung, que denota os aspectos essenciais do
patrimônio espiritual existente em determinada civilização) contemporânea, ao
desenvolvimento cultural e espiritual da pessoal, na qual a educação exerce papel
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preponderante (art. 1º, caput e inciso III); a erradicação da pobreza e da
marginalização – objetivos fundamentais, de acordo com o art. 3º, inciso III – cuja
solução passa pela questão educacional.
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determinando que o valor residual seja remunerado em até 6% (seis por
cento) ao ano". (grifo nosso)
"Art. 2°. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue.
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Art. 4°. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com
a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito".
Portanto, não há outra alternativa mais justa senão a aplicação, por analogia, do
art. 7º da Lei n° 8.436/92. É o que requer, desde já, a parte autora.
"A questão da capitalização de juros é muito séria. Quando você pega um gráfico e
coloca as duas linhas de juros lineares e juros capitalizados, vê que a curva dos
lineares é levemente irregular e que a dos capitalizados dispara. Quanto mais o tempo
exercer influência sobre essa alteração, maior será a diferença entre essas linhas,
portanto maior será o efeito da captação. Isso é fácil de se perceber nos contratos a
longo prazo." (Entrevista com Joaquim Ernesto Palhares, do Instituto Brasileiro de
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Direito Bancário, Rev. pró Consumidor - Guia nacional do consumidor, ano I, nº5, jan.
98, p.70.)
Informa-se, ainda, que nas Turmas de Direito Público do STJ somente foram
encontradas decisões monocráticas que afastam a regra contratual que permite o
anatocismo no contrato de crédito educativo, à míngua de uma legislação específica
que viesse a afastar a Lei de Usura.
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TRF da 4ª Região, Relª. Juíza Luiza Dias Cassales. j. 06.04.2000, Publ.
DJU 24.05.2000, p. 99/100)". (grifo nosso)
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Decisão: A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso, nos
termos do voto do Relator. (Apelação Cível nº 1999.71.05.003334-7/RS,
4ª Turma do TRF da 4ª Região, Rel. Juiz João Pedro Gebran Neto. j.
11.10.2001, Publ. DJU 31.10.2001 p. 1253)". (grifo nosso)
Enfim, dispositivos legais não faltam para coibir as práticas ilícitas adotadas
pelas instituições financeiras neste País. Certamente o Poder Judiciário empenhar-se-
á em aplicar os mencionados preceitos, não compactuando com os abusos que vêm
sendo reiteradamente perpetrados pelo banco réu, em detrimento da autora e de
centenas de estudantes.
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parcelas periódicas, iguais e sucessivas considerado o termo vencido.
Nesse caso, as parcelas compor-se-ão de um valor referente aos juros,
calculado sobre o saldo devedor amortizado, e outro referente à própria
amortização" (Scavone Júnior, Luiz Antônio. Os contratos imobiliários e
a previsão de aplicação da tabela price – Anatocismo, in Revista de
Direito do Consumidor, Vol.28, out/dez 98).
Ademais, deve ser ressaltado que no caso da Tabela Price, por definição, os
juros são compostos, ou seja, o que se estabelece é um sistema de cobrança de juros
sobre juros disfarçados; o que implica dizer que a capitalização é composta, incidindo
a taxa de juros sobre o capital inicial, acrescido dos juros acumulados até o período
anterior.
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Lei 4.864/65 permite a cobrança de juros, uma vez que não logrou disciplinar
totalmente a matéria, nada dispondo acerca do montante e da capitalização dos juros,
permanecendo in totum as disposições do Dec. 22.626/33.
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PRICE. Os contratos bancários estão sujeitos ao Código de Defesa do
Consumidor. O uso da chamada tabela price, no cálculo dos juros,
padece de nulidade, salvo naqueles casos autorizados por lei, porque
"somente se admite a capitalização dos juros havendo norma legal que
excepcione a regra proibitória estabelecida no art. 4º do Decreto nº
22.626/33" (STJ-REsp nº 63.372-PR). A capitalização de juros é vedada,
mesmo as instituições financeiras (Súmula nº 121 do STF), ressalvada a
casos especiais, de acordo com a Súmula nº 93 do STJ. (Apelação Cível
nº 0210448-7 (16641), 3ª Câmara Cível do TAPR, Curitiba, Rel. Noeval
de Quadros. j. 15.10.2002, DJ 29.11.2002). (grifo nosso)
Na mesma direção o voto da Juíza Jurema Brasil Marins nos autos da apelação
de n° 236.906-4, cuja decisão foi unânime, o qual pede-se vênia para transcrever:
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aplicáveis na hipótese de revisão desse financiamento que se configura como
operação bancária.
No seu voto, o Desembargador asseverou que "na Tabela Price percebe-se que
somente a amortização é que se deduz do saldo devedor". Pelo Sistema Price, diz, "os
juros não são abatidos do saldo, mas são incluídos na prestação mensal, o que faz
com que a parcela de amortização seja menor, acarretando o pagamento de juros
maiores em cada prestação, porque são calculados e cobrados sobre saldo devedor
maior (porque a amortização deduzida é menor) em decorrência da função
exponencial contida na Tabela". Explicita que isso evidencia juros compostos ou
capitalizados, "de modo que o saldo devedor é simples e mera conta de diferença."
Para o magistrado, tratando-se de progressão geométrica, "quanto mais longo for o
prazo do contrato, mais elevada será a taxa e maior será a quantidade de juros que o
devedor pagará ao credor".
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3. Da antecipação de tutela:
Por último, torna-se oportuno acrescentar que o réu vem utilizando-se, como
elemento de coação para obter o pagamento ou forçar a renegociação ad infinitum da
dívida, do lançamento do nome da autora e sua fiadora no rol dos maus
pagadores dos diversos órgãos de proteção ao crédito (CADIN, SPC, SERASA e
outros), causando-lhes danos de ordem creditícia e moral, prática de tudo vexatória
para a demandante que pretende, formada, entrar no mercado de trabalho com
dignidade.
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A demandante vem sofrendo danos ocasionados pela conduta da requerida,
contrária às normas constitucionais e infraconstitucionais citadas, sendo obrigada à
assunção de débito desarrazoado, em valores acima dos previstos em lei e dos
efetivamente devidos.
Ademais, tal deferimento fará com que alguns efeitos decorrentes de eventual
sentença procedente sejam, desde já, preservados, para evitar dano irreparável ou de
difícil reparação à autora, pois as garantias constitucionais do devido processo legal e
do contraditório, previstas nos incisos LIV e LV do art. 5° da Constituição Federal
não lhe foram asseguradas.
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das regras contratuais, demonstra a probabilidade da ocorrência das alegações iniciais,
possibilitando vislumbrar a verossimilhança das alegações.
Não se trata de benefício à autora, mas sim uma garantia para que esta possa
pleitear seus direitos junto ao Poder Judiciário sem o risco de ver seu nome e de sua
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fiadora estampados como devedoras. Nestes casos, a princípio, não se pode taxar uma
pessoa como devedor de um valor que se encontra sub judice.
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pagar dentro de que diz a lei e o que vem entendendo nossos Tribunais, de modo que
teria um grande abalo, inclusive moral, de ver seu nome disseminado e exposto à
sociedade como devedora.
Tal procedimento está mais do que consagrado pelo nosso Tribunal de Justiça,
como bem ilustra as ementas a seguir transcritas:
Número: 196.044.622
Número: 196.052.252
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Oitava Câmara Cível TARGS
Sobreleva notar que, enquanto os valores cobrados estiverem sub judice, é imperioso
que não se proceda nenhum cadastramento da autora e de sua fiadora como devedora,
conforme várias jurisprudências elencadas, uma vez que nosso Tribunal tem se
mostrado favorável à revisão destes tipos de contratos, de modo que não cabe, no
momento, proceder nenhum cadastramento neste sentido.
Desta forma, impõe-se o deferimento desta liminar para que a ré não inclua em
cadastros de inadimplentes a autora OU O RETIRE com relação a supostos débitos
oriundos do contrato que se está por revisar, bem como se abstenha de executar
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extrajudicialmente a parte autora, tendo em vista a já mencionada
inconstitucionalidade do Decreto 70/66.
DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Ora, é inconteste que ao devedor assiste o direito de solver suas dívidas, sendo
para tanto, amparado pelo ordenamento jurídico, que propugna, justamente, pelo
adimplemento das obrigações, conforme se pode facilmente verificar, mediante
disposições do Código Civil, adiante transcritas:
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III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado
ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto
do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento."
Ademais, não se pode olvidar, que a relação ora em apreço é regulada pela Lei
nº 8.245/91, denominada Lei do Inquilinato, que traz em seu art. 67 disposição acerca
da possibilidade de se propor Ação de Consignação de Aluguel e Acessórios da
Locação, consoante se pode verificar:
Por tratar-se de prestações periódicas, bem como o fato de que o credor recusa-
se a receber o pagamento, é necessário consignar o depósito das parcelas vincendas,
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em juízo, nos respectivos vencimentos, conforme previsto no artigo 892 do Código
de Processo Civil Brasileiro.
DOS PEDIDOS
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contrato (Lei n.º 8.436/92), apropriada anualmente, e incidente apenas sobre o valor
do financiamento, excluída a capitalização de juros sobre juros;
6 - que seja cominada multa diária, a ser arbitrada por este Juízo, em caso de
descumprimento da tutela antecipada.
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1 – que seja decretada a nulidade dos itens do Contrato de Financiamento Estudantil
que prevêem a utilização do sistema francês de amortização – Tabela Price - por
constituir causa de enriquecimento da instituição financeira em detrimento da
espoliada consumidora;
3 – Requer, na forma do Código de Processo Civil, art. 289, como pedido sucessivo, a
condenação da ré no cumprimento de obrigação de fazer, consubstanciada na
realização dos recalculos de atualização dos valores do saldo devedor do contrato
referente ao Financiamento Estudantil, com a utilização, tão-somente, da taxa de
rentabilidade de 9% (nove por cento) apropriada anualmente, e incidente, apenas,
sobre o valor do financiamento, excluída a capitalização de juros sobre juros;
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ao contrato em tela, nos moldes dos artigos 6°, V, 42, 47, 51, 52 e 54 deste diploma
legal;
Requer a parte autora a produção de provas por todos os meios em direito admitidos,
especialmente a prova pericial, depoimentos pessoais e juntada de novos documentos.
Por fim, requer a parte autora que seja concedido o Benefício da Assistência
Judiciária Gratuita, com base no fundamento constitucional insculpido no inc.
LXXIV do art. 5° da Constituição Federal, bem como Leis 1.060/50, 7.115/83 e
7.510/86, tendo em vista não possuir condições econômicas de arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios, periciais, conforme declaração de pobreza em
anexo, sem prejuízo de seu sustento próprio e de sua família.
Prequestiona-se os artigos 1°, caput, II, III; 3°, III; 5°, XXXII, XXXIV, LIV, LV; 6°;
48, XIII; 119, caput, I; 170, V; 205, todos da Constituição Federal/1988 e Súmula 121
do STF.
Carmen_mferreira@hotmail.com
Contato:25975828/994882946
Carmen Meneses Ferreira- OAB/RJ 204.813
a) A expedição de guia para depósito da quantia devida EM 24 PARCELAS,
calculada em R$ R$ 5.046,55 (cinco mil quarenta e seis reis e cinquenta e cinco
centavos) a ser efetivado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após a intimação do
REQUERENTE, num valor de R$ R$ 210,28 (duzentos e dez reais e vinte e oito
centavos) cada.
Termos em que
Pede deferimento.
Carmen_mferreira@hotmail.com
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