Professional Documents
Culture Documents
1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
2018
Editor Chefe: Dr. Darly Fernando Andrade
Conselho Editorial
Dr. Antônio Artur de Souza – Universidade Federal de Minas Gerais
Ms. Davilson Eduardo Andrade
Dr. José Eduardo Ferreira Lopes – Universidade Federal de Uberlândia
Dr. Otaviano Francisco Neves – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Dr. Luiz Cláudio de Lima – Universidade FUMEC
Dr. Nelson Ferreira Filho – Faculdades Kennedy
Ms. Valdiney Alves de Oliveira – Universidade Federal de Uberlândia
Formato: PDF
ISBN: 978-85-7042-031-2
DOI: 10.5935/978-85-7042-031-2.2018B001
CDD-577
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são
de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores.
contato@poisson.com.br
APRESENTAÇÃO
Há uma exigência imperiosa em ligarmos as relações humanas com as
bases da sustentabilidade para a vida em nosso planeta. Ressignificar, no
sentido de atribuir o que se conhece à nossa visão sobre o meio do qual
somos integrantes, é um dos caminhos para a percepção ambiental mais
eficiente e ativa em prol da educação e da qualidade de vida que constitui
a essência de qualquer ser vivo. Para tal, requer-se mudar as perspectivas
e alterar os resultados, além das escolhas e dos comportamentos.
Formar entendimento e conectar o ser humano com o meio ambiente
apazigua e restaura os valores, as escolhas e as atitudes ambientais,
transformando a sociedade e a cultura além das necessidades. É com
esse viés que se pode chegar à tomada de consciência e às mudanças
significativas.
Os trabalhos dessa obra trazem essa transversalidade apresentando a
estratégia regionalista com aspectos locais e um olhar de longo alcance
até as políticas públicas gerais, perpassando pelo consumo consciente
inerente à educação ambiental, preceito trazido pela Política Nacional de
Meio ambiente – PNMA (Lei nº 6.938, de 1981) – que levanta o processo
educativo como evolutivo, constante e transformador, já que possibilita o
conhecimento de forma interativa – individual e coletivo. Sendo assim,
elemento e fator formulados aos problemas socioambientais da
atualidade.
Ao ampliarmos os conhecimentos e levá-los adiante cumprimos com o
desafio de coordenar a riqueza ambiental do país de forma mais equitativa
e descentralizada, assegurando a reflexão e o debate com justiça
socioambiental. Desenvolvendo, portanto, a clareza do papel de cada um
nesse processo.
Alinhar ao que o caro leitor espera, surpreendê-lo e estimulá-lo a
compartilhar com o maior número de pessoas, desde estudantes,
profissionais, a tomadores de decisões, se propaga nas próximas
páginas, recheadas de bons conteúdos, comprometimento dos autores e
amplas vias de conhecimento.
Aproveite a leitura!
Capítulo 4: Educação ambiental para o meio rural na série do nono ano do ensino
fundamental da Escola Municipal Ney Braga em Governador Newton Bello – MA ......27
Natana da Silva Lins, Antonia Gomes do Nascimento
Capítulo 16: A problemática dos cães de rua na feira livre da cidade de Jacobina
Bahia .............................................................................................................................113
Ione Maria Conceição da Silva, Janderson Santos da Silva, Jaqueline Alves Silva, Mariana Santos
Ferreira, Nathalia Dias Matos, Marcos Reis dos Santos, Marcus Vinicius Silva Santos
Autores: .........................................................................................................................159
Capítulo 1
José Cunha Lima
André da Cunha Ferreira
região quase completa estava sofrendo com a desoladora miséria”. Mas, se a seca tem
estiagem, menos o Estado da Bahia. sido uma calamidade, maior calamidade
ainda têm sido os socorros, na direção
Para tentar mudar essa realidade na década
desse serviço. Fez-se dos socorros
de 1930, foram criadas políticas
público um meio de arranjados eleitoras;
compensatórias como o Departamento
estabeleceram-se comissões em todos os
Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS),
pontos do Estado, formadas com amigos
que já tinha sido IOCS (Instituto de Obras
particulares do Governo, as quais eram
Contra a Seca) e IFOCS (Instituto Federal de
entregues grandes somas de dinheiro e
Combate a Seca), ou seja, mudava-se a sigla,
grandes quantidades de farinha de
entretanto, o combate contra a seca
mandioca, para distribuírem a seu bel-
continuava o mesmo. Essas organizações
prazer. O socorro era um favor dos
foram criadas para verdadeiramente
amigos, e até hoje ainda não se fiscalizou
cuidarem dos problemas do Nordeste, mas o
verdadeiramente as despesas feitas com
que faziam era distribuir migalhas para o povo
esse serviço. (FERREIRA, 2007: s/p)
e milhões para os proprietários de terras e
empresários. (ALBUQUERQUE JR., 2001: p. Mais à frente, a autora acima citada afirma
70) que,
Em outras palavras, o objetivo era centralizar A partir da criação da IOCS,
e organizar as ações federais de combate às posteriormente alterada para inspetoria
secas. Nesse caso, é criado em 1909, pelo federal (IFOCS) e departamento nacional
presidente Afonso Pena o IOCS – Inspetoria (DNOCS), a política de socorros públicos é
de Obras Contra as Secas, que bastante modificada. Não mais ocorre a
desaparelhada e sem recursos suficientes distribuição gratuita de gêneros
enfrenta já em 1915 uma seca devastadora, alimentícios nem a construção de obras
conforme destaca Paula e Benjamin (1981). públicas que não digam respeito
Além disso, às verbas para a construção de diretamente a prevenção aos efeitos da
obras eram aplicadas sem planejamento nem seca. Agora os flagelados são utilizados
preocupação com a sua conclusão. sistematicamente na construção das ditas
obras preventivas e recebem um
No que diz respeito às verbas, segundo
pagamento, que tanto podia ser em
Ferreira (2007, s/p), “a apropriação de verbas
dinheiro como em espécie. No período
destinadas a atender os flagelados (gêneros
inicial desse órgão as obras restringem-se
alimentícios, medicamento, etc.) ou
a açudes públicos e particulares,
construção de obras para outros fins,
perfuração de poços e estradas
remontam ao final do século XIX e persistem
carroçáveis e de ferro. (FERREIRA, 2007:
até os dias de hoje”.
s/p)
Com relação à “indústria da seca” Ferreira
Assim, os coronéis perdem o controle que
(2007) faz ainda outras observações
tinham diretamente da distribuição dos
relevantes. A “indústria da seca” pode ser
socorros e os privilégios daí decorrentes.
visualizada em dois níveis: o local, onde
Porém novos meios são utilizados, visando o
ocorriam os desvios diretos de verbas e
mesmo fim – extrair benefícios da ocorrência
gêneros alimentícios por membros das
das secas e dos recursos para a sua
comissões de socorros públicos, juntamente
prevenção, quais sejam: conseguir que o
com tropeiros e comerciantes; e o nacional,
curso de determinadas estradas passe
com a conscientização dos representantes
próximo as suas propriedades; construção de
nordestinos no sentido de aproveitar e usar as
açudes públicos em terras particulares nunca
secas como meio de conseguirem
desapropriadas; prêmios pela construção de
investimentos governamentais na região.
açudes particulares, exploração de barracões
Transcrevemos abaixo um trecho de um para a venda de gêneros alimentícios, além
relatório do residente do Rio Grande do de continuar garantida a manutenção da mão-
Norte em 1890, cujos pontos levantados de-obra na região, evitando o seu
demonstram a existência da “indústria da encarecimento no período pós-seca. Em
seca” e pensamos não diferir muito da suma, este órgão federal é capturado pelos
situação na Paraíba: “em virtude da terrível chefes municipais e oligarquias estaduais que
seca que, desde o começo do ano se tornaram os maiores beneficiados pela
passado, tem assolado este Estado, mais nova política instituída.
de trinta mil pessoas caíram em profunda e
[8] Carvalho, José Murilo. Mandonismo, [20] Napolitano, Marcos. História e Música:
Coronelismo, Clientelismo: uma discussão História Cultural da Música popular. Belo Horizonte:
conceitual. In: Pontos e Bordados: escritos de Autentica, 2002.
história e política. Belo Horizonte: UFMG, 1999. [21] Oliveira, Bismarck Martins de. O
[9] Chagas, Luiz. Luiz Gonzaga. São Paulo: Cangaceirismo no Nordeste. Campina Grande:
Martin Claret, 1990. (coleção Vozes do Brasil). Brasila, 1988.
[10] Costa, Antonio Francisco e Medeiros, José [22] Oliveira, Gildson. Luiz Gonzaga o Matuto
Nobre de. Porque o Rei é Imortal!. Salvador: que Conquistou o Mundo. 3a ed. Recife: Editora
Paginae, 2011. Comunicarte, 1991.
[11] Dreyfus, Dominique. Vida do Viajante a [23] Paula, Sérgio G. de. & Benjamin, César G.
Saga de Luiz Gonzaga. São Paulo: Editora 34, “... E o sertão de todo se impropriou à vida...”: um
1996. estudo sobre a fome e a seca no Nordeste.
Petrópolis: Vozes, 1981.
[12] Echeverria, Regina. Gonzaguinha e
Gonzagão: uma história brasileira. São Paulo: [24] Pinsky, Carla Bassanezi (Org.). Fontes
Ediouro, 2006. Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
[13] Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. [25] Vianna, Letícia C. R. Bezerra da Silva
Novo Aurélio século XXI. Rio de Janeiro: Nova Produto do Morro: trajetória e obra de um sambista
Fronteira, 2001. que não é santo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1999.
[14] Ferreira, Lúcia de Fátima Guerra. Seca
Como Manifestação Político – Social: Oligarquias e
Cangaço na Paraíba, 2007. Disponível em:
<(http://historiadaparaiba.blogspot.com/2007/12/se
Figura 1: Cronologia de criação dos espaços não formais de Educação Ambiental gerenciados pela
SEMED. (O ano em parênteses refere-se ao ano de implementação de cada uma desses espaços. O
ECAM foi implantado em 2010.
Figura 1: Mapa com os registros de infrações ambientais no Brasil, tendo destacada a região da
qual se trata o projeto.
Para tanto, o trabalho desenvolvido teve como se continuar assim, não vamos ter água limpa
objetivo retratar e analisar a inserção de um mais”. Ao caminhar pela trilha os alunos
projeto de educação ambiental utilizando a adquirem novos valores, novas formas de
trilha ecológica como instrumento para pensar e mudam suas atitudes em relação
proporcionar um estudo baseado em várias aos cuidados com a vida, como traz a aluna
áreas do conhecimento oportunizando um 2: “Eu nunca tinha reparado que nossa
aprendizado contextualizado e cidade tem tanto lixo, precisamos prestar
interdisciplinar, evidenciando uma formação mais atenção no que estamos comprando,
de cidadãos conscientes e críticos com as para ter menos coisas para jogar fora”.
questões ambientais.
Através do trabalho em equipe, da
solidariedade, das práticas do cuidar, do
conhecimento, da cooperação desenvolvem o
2. RESULTADOS
senso de respeito e de responsabilidade, de
As atividades desenvolvidas em aulas com autonomia e da sensibilidade em
este perfil demonstram que a educação compreender que os ciclos ecológicos estão
ambiental além de estar presente nos projetos presentes na vida de todos os seres vivos e
pedagógicos pode e deve ser abordada em estes precisam de respeito, atenção e
todos os segmentos escolares e por todas as cuidado, como ressalta a aluna 21 ao
disciplinas. Já que contribuem para compartilhar a história contada na
conscientizar alunos de diferentes séries comunidade indígena por seu avô sobre a
acerca da temática ambiental, levando-os a natureza: “O homem vem e tira muito ouro,
um interesse maior no conhecimento e nas não respeita a floresta, depois fica doente...
relações estabelecidas com o meio ambiente os encantados não gostam que tira muito, tem
através da experiência com a trilha ecológica. que ser pouco para a floresta não ficar sem
Também permite que compreendam a equilíbrio. Se tira muito, eles vão e lançam
necessidade da conservação dos doença...” Percebe-se que dentro de uma
ecossistemas e do reaproveitamento de mitologia, os indígenas passam aos seus
resíduos sólidos. Como pode ser observado descendentes o cuidado que se deve ter em
na fala do aluno 4: “O lixo em nossa cidade não degradar o meio ambiente, respeitando
fica acumulado através das pessoas, olha o seu tempo e seus ciclos (Figura 3).
estado do igarapé... cheio de garrafas e lixo,
Fonte: autora
Fonte: autora
Tabela 1 – Considerações dos alunos a respeito do que é ou não afetado pelos problemas
ambientais.
Alunos
Pergunta 1 Alternativas Consideraram Consideraram Porcentagem
correto errado Certo Errado
a) Só a Natureza 5 21 19,23% 80,77%
b) Só o Homem 4 22 15,38% 84,62%
Os Vegetais 15 11 57,7% 42,3%
c) A Natureza
(incluindo a 23 3 88,5% 11,5%
humanidade)
Diantes dos problemas d) Os animais 17 9 65,38% 34,62%
ambientais, que se 2 alunos:
apresentam no dia a dia, comunidades
os principais afetados 11 alunos 1 aluno: todos
15 alunos não
são/é: Descreva. optaram pela 1 aluno: mundo
optaram pela
alternativa 1 aluno: rua
e) Outros (cite o alternativa
“outros” e 2 alunos: florestas e
que seria outros) “outros” e
citaram sobre rios
nem citaram.
o que 3 alunos:
consideram. queimadas
1 aluno: meio
ambiente
Fonte: autora
Após aferir os dados supracitados, observou-se alimentada pela concepção de que o ser
que há uma incoerência de interpretação que é humano vive a margem do equilibrío ambiental.
Com esta constação é possível verificar que a todos os públicos de diferentes regiões. Um
facilidade de acesso aos meios de comunicação dado favorável a essa geração.
permitiu que o leque fosse expandido para
Tabela 3 - A importânica que os alunos dão para notícias relativas aos problemas ambientais.
Alunos
Pergunta 3 Alternativas
Quantidade Porcentagem
a) Ruim ----- ------
Um dado muito otimista, pois demonstra que gestão pública esse público ainda observa com
mesmo com toda fragilidade educacional e de atenção o que acontece em seu entorno.
Outra dado que acresce as expectativas de que tranversalidade do tema e promovendo ações
a consciência desses alunos está realmente que instiguem a capacidade crítica de seus
politizada com conceitos de bem estar social e alunos.
ambiental. E principalmente, os profissionais da
educação estão colocando em prática a
Os dados, até então demonstrados, provam atitudes condizentes com seu papel na
quem esses alunos têm uma sensibildade sociedade, como seres ativos e atuantes em sua
praticamente inata para as questões aqui realidade.
mencionadas. Demonstraram propensão a
Sobre as condições que a gestão escolar mesmo sendo recente, de material de apoio e
dispõe para incentivar a tranversalidade: “Não é lesgilação que ampare o docente das mais
satisfatório. Porque o tempo é limitado. A diversas áreas para que o tema tranversal
disciplina em si (Ciências) não disponibiliza de Educação Ambiental permeie o conteúdo
um tempo suficiente para uma boa abordagem. curricular de alunos de séries do Ensino
Além da defasagem de carga horária. Muitos Fundamental. É evidente que há muito a ser
feriados, recessos, além da situação precária melhorado no implemento de políticas públicas
em relação à infraestrutura da escola”. e educacionais para que seja efetivo a inserção
e construção de sujeitos ativos perante a
E como ele observa a importância da
comunidade desta região, que ainda vive à
abordagem da temática Educação Ambiental
margem de uma qualidade de vida digna de um
dentro e fora do circulo escolar e como
cidadão brasileiro.
relaciona a construção do ser-cidadão dentro da
introdução a disciplinas ditas complexas como a
Química, ele repondeu que: “Fomentador de
AGRADECIMENTOS
opiniões, estimulador de senso crítico do aluno.
Esses problemas e ideias inovadoras devem Agradecimentos à Fundação de Amparo à
fazer parte não só da formação escolar, mais Pesquisa e Desenvolvimento Científico do
como social também”. Maranhão - FAPEMA e ao Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão,
Campus Zé Doca, assim como a minha
4. CONCLUSÕES orientadora, que por diversos meios auxiliou e
acreditou que esta pesquisa além de relevante
De acordo com os dados obtidos e análise,
seria seria cabível e que a autora seria
através de comparativos com a premissa de que
competente o suficiente para executá-la.
o sistema educacional brasileiro já dispõe,
Considera-se que quando o professor assume adquirir competência para utilizar os recursos
um papel reflexivo, ele se coloca na didáticos que estão à sua disposição (SOUZA,
experiência e passa a compreender a 2007; TARDIF, 2011). Tal competência
importância da formação para além do envolve o saber planejar (escolha dos
conteúdo. Por outro lado, o professor precisa conteúdos, objetivos educacionais, das
floresta na mitigação desses gases, mesmo optaram por dividir as turmas em três grupos
com toda a complexidade inerente a esse com 9 a 10 alunos cada. Ou seja, a divisão
fenômeno. O recurso didático permitiu em grupos escolhida pelas professoras foi
delimitar didaticamente a aprendizagem para facilitar o uso do recurso por todos os
assimilando novos conceitos que forma alunos. Assim o grupo da vez realizava a
ancorados pelos objetos miniaturas. O uso atividade, os demais faziam atividades
das miniaturas, mesmo que trazendo um diferenciadas. Cada grupo realizou a
desconhecimento das medidas em hectares, atividade em torno de 14 minutos. Dessa
possibilitou um duplo conhecimento, tanto da forma num tempo de aula sobrou pouco para
medida de terra quanto da simbologia explorar os conteúdos e as reflexões
associada ao uso da terra na produção de pertinentes. Ainda assim, observou-se que
emissões de GEEs. ocorreu um aprendizado significativo e
contextual entre os alunos. Todas as
Com base nesses resultados, o recurso
professoras seguiram o protocolo de uso de
didático do EEA-Ar cumpre a função
aplicação da EE-Ar em 90% dos itens da
pedagógica no ensino-aprendizagem,
sequência didática proposta. Esse protocolo
trazendo tanto no processo como instrumento
foi considerando viável, prático e coerente
criativo, inovador, atrativo e lúdico, quanto no
para o efetivo uso em sala de aula.
produto esperado, auxílio para a
compreensão de conceitos complexos, que Um dos pontos importantes sobre a utilização
ainda não estavam assimilados pelos alunos. de um recurso didático é a possibilidade do
A narrativa da professora mostra que “No exercício de reflexão. Como aponta SOUZA
momento que foi utilizado a EEA-Ar, os alunos (2007), o mais importante não é o recurso em
puderam observar e relembrar os conceitos já si, mas a discussão de resolução de um
ministrados e conseguiram relacionar cada problema, ou a utilização de um raciocínio
setor com emissão de GEEs e quem era o mais abstrato, que tem a proposta de formar
primeiro e o último em emissões, assim como alunos reflexivos. O EEA-Ar contribuiu
os principais gases” (Professora B). também para a formação do professor, pois
possibilitou visualizar outras formas de se
trabalhar conteúdos em sala de aula,
3.3.POTENCIAL DE APLICABILIDADE DA permitindo ao docente ir além da sua zona de
EEA-AR EM SALA DE AULA conforto e buscar, junto com seus alunos,
outras formas de aprender, tendo
A aplicação do EEA-Ar foi inserida no
comprometimento pessoal com um fazer que
planejamento de aula de acordo com o
provoque mudanças no pensar de seus
cotidiano de cada docente. A aplicação do
alunos (FORTE; AZEVEDO, 2016). Para a
EEA-Ar como parte de um conteúdo
professora A aplicar o EEA-Ar “foi,
desenvolvido na disciplina variou de 4 a 5
primeiramente, desafiador, pois fez com que
aulas. O planejamento constou tanto como
o modo de lidar com o planejamento em sala
fixação da aprendizagem de conteúdo quanto
de aula fosse alterado, ou seja, obrigou-nos a
como estimulador para a descoberta do
sair de uma zona de conforto da docência e
conteúdo inserido no instrumento. Assim, para
pensar possibilidades além das realizadas no
duas professoras a melhor opção foi usar o
cotidiano da escola”.
recurso didático como estímulo na primeira
aula. O EEA-Ar seria o ponto de partida para O local escolhido para o uso da EEA-Ar foi
toda uma discussão conceitual e distinto entre as professoras, sendo que duas
comportamental. As outras duas utilizaram o delas optaram por utilizar a própria sala de
EEA-Ar como ponto de chegada, ou seja, aula, outra optou por um lugar na biblioteca e
finalizando a série de conceitos e discussões a quarta por um lugar tranquilo no pátio da
ocorridas anteriormente. Pelas observações escola. Esses últimos lugares, biblioteca e
conduzidas, conclui-se que não importa o pátio escolar, não surtiram os mesmos efeitos
momento do uso do recurso didático. Seja de concentração de atenção dos alunos, uma
como ponto de chegada ou ponto de partida vez que os alunos por muitas vezes,
ele é crucial para a aprendizagem. precisaram ser chamados a atenção. O que
se evidencia que o ambiente interfere de
Constatou-se ainda que é possível o uso da
forma positiva ou negativa na atividade.
EEA-Ar dentro de um tempo de aula, ou seja,
Independente do lugar é preciso haver uma
45 minutos. No entanto, alguns aspectos
sistematização prévia, organização do início
precisam ser observados. Em relação a
ao fim para a realização da atividade.
efetiva realização, todas as professoras
Verificou-se, portanto, sob o ponto de vista do no equilíbrio dos ciclos biofísico químicos do
professor o EEA-Ar como recurso didático em ecossistema.
sala de aula se mostrou eficiente e eficaz.
No entanto, tais temas precisam fazer parte
Dessa forma, corrobora com o pressuposto
da formação continuada com um adequado
de que um dos papéis principais de um
momento não só para a aprendizagem dos
recurso didático é estimular no aluno a
conceitos, mas também a apropriação do
reflexão sobre os problemas de sua
método de aplicação do recurso didático.
realidade, e ir além, estimular os alunos a
Considera-se que qualquer recurso didático
pesquisar, buscar novos conhecimentos e
precisa ser claro em seus pressupostos, em
para enfrentar o mundo com práticas ativas
seus conteúdos e em seus procedimentos.
na sociedade (SOUZA, 2007).
Nesse sentido, a EEA-Ar foi testada e obteve
De um modo geral, o EEA-Ar trouxe inovação ótimas avaliações no crivo dos professores. A
e interatividade desejada pelos alunos, pois esse resultado, muito se deve pela inicial
“ (...) estar em sala de aula muitas vezes me capacitação, onde os professores puderam
limita a apenas aquilo. Eu gosto sempre de vivenciar previamente todo o planejamento
aulas diferenciadas e atrativas, pois são mais que iriam submeter aos alunos. Nessa
prazerosas de se aprender e isso meus condição de aprendiz, o professor se
alunos também pedem: ‘poxa professora a empodera para o altruísmo didático, de forma
gente pode fazer isso mais vezes’” a se colocar como aluno diante de um novo
(Professora D). Tal vivência positiva levou conhecimento e uma nova forma didática. Ser
todas as professoras a se colocar disponível aprendiz de seu próprio ensino os fizeram
para a capacitação e uso de novos recursos pensar numa qualidade de mediação como
didáticos que seguem esse pilar proposto profissionais.
pela EEA-Ar, como diz a professora B: “Gosto
Para os professores, um bom plano de aula,
de desafios e novas experiências”. Os
com previsão de início, meio e fim para utilizar
resultados desse estudo confirmam o quão
determinado recurso mediador facilita o seu
gratificante e enriquecedor foi para estas
uso e reduz o medo do desconhecido. Essa
professoras visualizar outras formas de
organização colabora ainda para reduzir os
fortalecê-los no seu percurso docente e no
imprevistos, ou de se pensar em alternativas
seu ofício de ensinar, e também de aprender
diante de um obstáculo. Para esses
a aprender para ensinar melhor.
professores o atual cotidiano do currículo
Os professores apresentaram sugestões de escolar que se sobrepõe e acomoda o
ter várias cópias do recurso didático pode professor pode ser alterado sem prejuízo para
possibilitar o uso com quatro equipes o ensino-aprendizagem. E mais, otimiza um
concomitantemente em sala de aula, e assim ensino-aprendizagem prazeroso cuja
ter mais tempo para as discussões intencionalidade e motivação docente é fator
conceituais e reflexivas, ensejando usos distintivo.
múltiplos para o mesmo recurso didático.
Os pressupostos teórico-conceituais,
metodológicos e educacionais tornaram um
conjunto que fortaleceram o ensino-
4.ALGUMAS CONCLUSÕES
aprendizagem em sala aula. Os professores
Professores foram convidados a saírem de conseguiram efetivamente se apropriar do
suas zonas de conforto e dialogar recurso didático EEA-Ar para fins
interdisciplinarmente através da construção educacionais, desde a aprendizagem do
de planos de aulas com base em orientações tema, do planejamento pedagógico, da
objetivas. Nesse processo o estudo mostra aplicação do tema mediada pelo EEA-Ar e
que uma adequada intervenção que capacita avaliação do processo adotado. Portanto, a
e oferece recursos facilita o desenvolvimento função de mediar uma formação docente de
de temas científicos complexos, tais como os qualidade e um processo de ensino e
do foco desse estudo sobre o EEA-Ar que aprendizagem com a introdução do um
trata das emissões de gases de efeito estufa recurso didático fundamentado no método
e a relação com a floresta amazônica. Esses topológico-topográfico é inovadora e
temas podem sim ser inseridos no contexto desafiadora para professores.
curricular para que os alunos se aproximem
Os resultados mostraram que a formação
tanto do entendimento científico desse
dinâmica e contextualizada, seguida de um
fenômeno quanto no debate e reflexões a
planejamento pedagógico responsável e
respeito da responsabilidade da sociedade
organizado para uso do recurso foi crucial carne e osso” que as propostas de inovação
para a eficácia e eficiência no ensino e metodológica e de formação contínua com
aprendizagem dos temas. O uso da EEA-Ar capacitação precisam considerar e adequar
facilitou a apreensão de novos conceitos pelo em suas proposições. Nesse caminho
seu caráter inovador, lúdico e interativo. Os afetuoso é possível uma docência afetuosa
materiais manipuláveis facilitaram a abstração que se volta para a paixão do ensinar com
dos conceitos e estimularam um aprendizado qualidade conceitual e instrumental. Isso
significativo. Além disso, todas as professoras congrega o pressuposto desejado para uma
julgaram que o recurso didático possibilitou a educação libertadora, prazerosa e
tão desejada prática interdisciplinar, que até comprometida nas relações pessoa-pessoa e
então não lhes era tangível. pessoa-ambiente.
Por fim, considera-se que é para essa escola
“chão de fábrica” e para esse professor “de
Applied Sciences 22, 9-16, 2017. doi: Warming Is Harmful to Human Health? Annals of
10.1016/j.jaubas.2016.02.002 Global Health, 81(3), 396–409, 2015.
doi:10.1016/j.aogh.2015.08.010.
[18] Higuchi, M. I. G.; higuchi, N. A floresta
amazônica e suas múltiplas dimensões: uma [29] Mcti-Brasil. Estimativas anuais de
proposta de educação ambiental. 2a. ed. rev. emissões de gases de efeito estufa no Brasil. 2ª.
Ampl., Manaus: edição dos autores. 2012. Edição. Brasilia/DF. 2014.
[19] higuchi, F. G.; Carneiro Filho, A.; Silva, R. [30] Mendonça, W.I; Higuchi, M.I.G.; Azevedo,
P.; Lima, A. J. N.; Santos, J. dos; Higuchi, N. A G.C. Aplicabilidade do método
floresta e mudanças climáticas. In M. I. G. Higuchi; topológico/topográfico no ensino-aprendizagem
N. Higuchi (Eds.), A floresta amazônica e suas relativa à importância de áreas protegidas. Anais
múltiplas dimensões: uma proposta de educação do VI Congresso de Iniciação Científica do INPA –
ambiental (2a, pp. 223–256). Manaus: Ed. dos CONIC. Manaus. 2017.
Autores, 2012.
[31] Mergulhão, M. C. Arma eficaz ou
[20] Higuchi, M. I. G.; Azevedo, G. C. Ecoethos desperdício: Educador Ambiental: 6 anos de
da Amazônia: problemáticas socioambientais para experiências e debates. São Paulo: Ecopress, p.
um pensar e agir. Instituto Nacional de Pesquisa da 59-60. 2000.
Amazônia, Manaus: Editora do INPA, 100p. 2014.
[32] Ojala, M. How do children cope with
[21] HIGUCHI, M.I.G.; FARIAS, M.S.M.; VIEIRA, global climate change? Coping strategies,
F.D.C.B. Jogos interativos e dinâmicas em engagement, and well-being. Journal of
educação ambiental: temas amazônicos. Edição Environmental Psychology, 32(3), 225–233, 2012.
dos autores: INPA/FAPEAM: Manaus-AM. 2011. doi:10.1016/j.jenvp.2012.02.004.
[22] Higuchi, M.I.G.; Kuhnen, A. Percepção e [33] Oreskes, N. The Scientific Consensus on
representação ambiental – Métodos e técnicas de Climate Change. Science, 306(Jan.), 1686, 2004.
investigação para a Educação Ambiental. In: doi:10.1126/science.1103618.
Pinheiro, J.Q; Günther, H. (Orgs.). Métodos de
[34] Pidgeon, N.F.; Fischhoff, B. The role of
Pesquisa nos Estudos Pessoa-Ambiente. Casa do
social and decision sciences in communicating
Psicólogo, São Paulo, São Paulo, 181-199 pp.
2008. uncertain climate risks. Nature Climate Change,
1(1), 35–41, 2011.
[23] Higuchi. M.I.G.; PAZ. D.T.; Roazzi, A.;
[35] Riper, C. J. ;Van, Kyle, G.; Sutton, S. G.
Souza, B.C. Knowledge and Beliefs about Climate
Change and the Role of the Amazonian Forest Australian Community Members ’ Attitudes Toward
Climate Change Impacts At the Great Barrier Reef.
among University and High School Students.
In Proceedings of the 2010 Northeastern
Ecopsychology, 10(2), 106-116. 2018. Doi:
Recreation Research Symposium, pp. 239–246,
10.1089/eco.2017.0050.
2010. Texas: Texas A&M University.
[24] Higuchi, N.; Santos, H. P. dos; Santos, J.
[36] Souza, S. E. de. O uso de recursos
dos; Lima, A. J.; N. Higuchi; F. G., Higuchi; M. I. G.;
AYRES, I. G. S. S. Governos locais amazônicos e didáticos no ensino escolar. In: I Encontro de
Pesquisa em Educação, IV Jornada de Prática de
as questões climáticas globais. Manaus: Ed. dos
Ensino, XIII Semana de Pedagogia da UEM:
Autores. 2009.
“Infância e Práticas Educativas”. Arquivo Mudi.
[25] Inpe. Taxas anuais do desmatamento 2007.
1988-2014. 2014. Acessado em 29, 2016, de
[37] Tardif, M. Saberes docentes e formação
http://www.obt.inpe.br/prodes/prodes_1988_2015n.
htm. profissional. 12a ed. Editora Vozes: Petrópolis,
325p. 2011.
[26] Ipcc. [Intergovernmental Panel on Climate
[38] Taber, F.; Taylor, N. Climate of Concern -
Change]. Climate Change 2014: Synthesis Report.
A Search for Effective Strategies for Teaching
Contribution of Working Groups I, II and III to the
Children about Global Warming. International
Fifth Assessment Report of the Intergovernmental
Journal of Environmental & Science Education,
Panel on Climate Change [Core Writing Team, R.K.
Pachauri and L.A. Meyer (eds.)]. IPCC, Geneva, 4(2), 97–116, 2009.
Switzerland, 151 p., 2014. Retirado de [39] Wachholz, S.; Artz, N.; Chene, D. Warming
http://ipcc.ch/report/ar5/syr/ . to the idea: University students’ knowledge and
attitudes about climate change. Int. J. Sustain. High
[27] Krathwohl, D. R. A revision of Bloom’s
Educ., 15 (2), 128-141, 2014. doi: 10.1108/IJSHE-
Taxonomy: An overview. Theory into practice. v. 41,
03-2012-0025
212-264. 2002.
[40] Weber, E. U.; Stern, P. C.; ELKE, U. Public
[28] Maibach, E.W.; Kreslake, J.M.; Roser-
Understanding of Climate Change in the United
Renouf, C.; Rosenthal, S.; Feinberg, G.; Leiserowitz,
States. American Psychologist, 66(4), 315–328,
A.A. Do Americans Understand That Global
2011. doi:10.1037/a0023253.
Giovana Giarola
Luis Vitor Vitorio da Silva
Leonardo Gonçalves Silveira
Duarcides Ferreira Mariosa
integradas à natureza. Com isso a atividade meio ambiente. (US FOREST SERVICE et al,
ecoturística proporciona oportunidades da s/d).
utilização das atividades recreativas como
Lee, Huang e Yeh (2010) destacaram que o
incentivo à interpretação e à educação
principal objetivo dos visitantes é sempre
ambiental (ROCKTAESCHEL, 2006).
apreciar as atrações naturais e culturais. No
Melhorar o meio ambiente através da entanto, Puustinen, Neuvonen e Sievänen
Educação Ambiental em áreas de observaram que as UC que oferecem
conservação significa conscientizar as melhores serviços de recreação relacionados
pessoas de sua importância na melhora da às atividades turísticas atraem mais visitantes.
qualidade de vida, na manutenção da
Stigliano (2004) diz que se insere, neste
biodiversidade e no fato significativo de que o
cenário, a busca por atividades de lazer em
meio ambiente preservado vale mais que a
áreas naturais, fato que vem reforçando ainda
exploração de seus recursos finitos. O
mais a necessidade de uma reflexão global
ecoturismo pode ser considerado uma das
com relação às crescentes pressões sobre o
alternativas para conter a degradação
ambiente e, especificamente, sobre a
ambiental, surgindo à sensibilização dos
integridade de Parques e outras categorias de
visitantes e da comunidade local para uma
UCs. Como resultado, a possibilidade de
nova consciência. (ROCKTAESCHEL, 2006).
atingir um equilíbrio aceitável entre a
A natureza é o principal foco do ecoturismo, conservação do ambiente natural e o lazer
sendo a preservação e a sensibilização do vem se tornando um tema presente na
visitante e visitado, imprescindível para que literatura acadêmica, principalmente
essa atividade tenha uma melhor organização internacional, e um campo de atuação prática.
desenvolvendo-se com menos agressão e
Os parques como estabelecidos no Sistema
impacto do meio.
Nacional de Unidade de Conservação (SNUC)
Segundo a autora DorisRuschmann, na têm como objetivo e foco a visitação pública
metade dos anos 80, o turismo de natureza ou com fins recreativos, educacionais sendo
o turismo ecológico começa a dar início em direcionados ao turismo ecológico, sujeitos às
outras localidades, devido aos locais normas e restrições estabelecidas no plano
habituais já serem bombardeados com o de manejo da unidade e fixadas pelo órgão
turismo de massa, o ecoturismo começa a responsável por sua administração e àquelas
“tornando-se pretextos para a descoberta, a previstas em regulamento.
iniciação, a educação e o espírito de aventura
O plano de manejo, segundo o artigo 2º, item
e, dessa forma, dão origem a um novo
XVII, da lei do SNUC, é:
mercado” (RUSCHMANN, 1997).
(...) documento técnico mediante o qual, com
Na atualidade, o ecoturismo passa a ser
fundamento nos objetivos gerais de uma
considerado um aliado na proteção das
unidade de conservação, se estabelece o seu
reservas e parques, em busca de garantir a
zoneamento e as normas que devem presidir
qualidade do turismo nas áreas livres e
o uso da área e o manejo de seus recursos
também da população que ali residem.
naturais, inclusive a implantação das
“(...) o turismo praticado de forma a promover estruturas físicas necessárias á gestão da
a qualidade de vida das populações unidade (ROCKTAESCHEL, 2006, p.59).
residentes no local de destino, respeitar a
O plano de manejo é considerado um
sociodiversidade da comunidade receptora,
instrumento do planejamento que possibilita
por meio da conservação da herança histórica
analisar os impactos positivos e negativos
cultural das populações locais, e conservar os
gerados pelas atividades e também a
recursos naturais e paisagísticos do local.
turística, propondo condições de proteção e
(ROCKTAESCHEL, 2006, p. 23).
conservação da natureza e o aproveitamento
ROS/ROVAP afirma que as oportunidades de da comunidade que busca o lazer.
recreação são derivadas de atividades em
diferentes ambientes. Esses ambientes
possuem três atributos diferentes: físico, 2. DESENVOLVIMENTO
social e gerencial. Das combinações de
Tipo de Estudo
atributos, os visitantes têm experiências
diferentes, que se transformam em benefícios Este estudo tem como característica uma
para indivíduos, comunidades, economias e pesquisa de campo, descritiva e exploratória,
Caminhada/Corrida/Trilha Camping
Contemplação da Fauna
(Principalmente Pesca
observação de Pássaros)
Banho no Rio
R$ 3,00 e R$ 3,37 por unidade. A renda total semente. As atividades produtivas são
da comercialização de sementes florestais na caracterizadas de forma sintética no Quadro
TI Parakanã foi de R$ 60.160,90 em 2011 e o 1.
preço unitário é variável conforme cada
que bem planejada. Assim, o primeiro passo produtos for melhor estruturada. Para isso é
para a promoção do desenvolvimento das necessário o diálogo com outros agentes da
atividades em questão é fortalecer sua cadeia produtiva que também possuam
produção – entendida como o processo de interesse em fortalecê-la, de forma a
organização interna desde a pré-coleta até a aumentar o envolvimento comunitário e a
chegada do produto no local onde será eficiência dos esforços de coordenação da
vendido ao comprador – com equipamentos, cadeia. Neste escopo entram agentes de
ferramentas e tecnologias sustentáveis comercialização, organizações de fomento
(inclusive tecnologias tradicionais) que públicas e privadas, mercados de atacado,
dialoguem com a maneira como os indígenas lojas especializadas etc. Com isto em vista, é
tradicionalmente realizam as atividades possível promover a abertura de mercado dos
produtivas, para adaptá-las a esta realidade produtos extrativistas buscando também a
social de aumento do contato com a agregação de valor através do aprimoramento
população regional. da qualidade dos produtos indígenas e de
certificações e registros que valorizem
Como verificado em trabalho de campo, as
produtos etnicamente diferenciados,
lideranças do povo Parakanã sentem a
fortalecendo conjuntamente a identidade
necessidade de aprofundar-se nas formas de
indígena.
gerenciamento de suas atividades, desde a
gestão de organizações indígenas até a A produção de farinha de mandioca também
gestão de suas relações comerciais. A é uma atividade comum na TI, e já é praticada
valorização dos produtos indígenas passa há muito tempo pelos índios para
fundamentalmente pela capacidade dos comercialização, apesar de exigir o
povos indígenas de gerenciarem seus desmatamento para a plantação de roças. É
recursos de forma consciente, isto é, tendo necessário considerar, entretanto, que as
conhecimento sobre as potencialidades e as grandes variações observadas nas safras dos
dificuldades que possuem no processo de produtos de coleta da floresta tornam
produção. Além disso, o aumento do contato problemática uma economia que depende
dos índios com a população do entorno da TI totalmente da produção extrativista, pois essa
tem gerado dúvidas entre os índios sobre produção poderá ser mais afetada por
aspectos da sociedade nacional como o fenômenos climáticos e ciclos fenológicos
funcionamento da economia monetária, os naturais do que a própria agricultura. Essa
formatos jurídicos de organização, as formas irregularidade observada na produção
mais rentáveis de gestão da produção etc. extrativista demonstra a importância de
diversificar a base produtiva com produtos
Para o desenvolvimento das atividades
diferentes, tanto agrícolas como extrativos,
produtivas a longo prazo, é necessário
para ter uma economia mais equilibrada.
fortalecer a organização socioeconômica dos
índios na TI, e portanto é preciso fomentar as Desta forma, é necessário fomentar
instituições sociais existentes ou a criação de processos de gestão territorial e geração de
novas, baseadas na cosmologia e nas formas renda baseados no uso sustentável da
de tomada de decisão dos índios, para floresta e no respeito às formas de
envolve-las no processo de gerenciamento da organização social destes povos. As
produção. O povo Parakanã não possui atividades que o povo Parakanã guardam
associação própria, pois sempre teve o auxílio mais expectativas quanto ao aprimoramento
da Associação de Apoio ao Programa da produção são de produtos florestais não-
Parakanã (AAPP). Apesar disso, os Parakanã madeireiros (PFNM), pois são as atividades
já auferem um rendimento considerável com que os índios já praticam para obter renda
as atividades de extrativismo, além de que mais dão retorno econômico, além de
contarem com algum nível de estrutura e possuírem potencial de agregação de valor, e
organização para produção. Em um novo de conservar a biodiversidade da TI. O
contexto de autonomia deste povo, é extrativismo tem a potencialidade de prover
necessária a criação de uma Organização renda sem o desmatamento da floresta.
Indígena para catalisar tal objetivo. Entretanto, é necessário fortalecer e organizar
a produção para agregar valor aos seus
Os principais PFNM produzidos pelos
produtos. Para isso, é preciso capacitar os
Parakanã possuem bastante saída no
índios desta TI para gerenciar não apenas
mercado local e regional, e podem ser mais
suas relações comerciais, mas todo o
valorizados, tanto no sentido econômico,
processo de produção, visando a sua
quanto social, se a cadeia produtiva destes
Quanto à terceira pergunta intitulada “Você presença deste ser bastante comum na
acha que este animal é importante para a cidade de Codó- MA, facilita aos alunos que o
natureza?”, nota-se com as descrições observam e associam os hábitos do Urubu
apresentadas na figura 3, que este animal é com os benefícios que ele proporciona a
conhecido pela maioria dos alunos. O fato da natureza.
Ao analisar o gráfico 4, conclui-se que os frequência com que ele é visto, a minoria dos
alunos constantemente observam esta ave na alunos entrevistados não sabem o benefício
cidade de Codó- MA e com relação à proporcionado pelo Urubu.
Quando questionados sobre este animal estar Ferguson-Lees & Christie (2001), o Urubu-de-
relacionado somente a lixões, a maioria dos cabeça preta é mais comumente encontrado
entrevistados afirmou que são aves que não em áreas não florestadas, frequentemente
são limitadas somente a esse tipo de associadas a áreas urbanas, onde se
ambiente, podendo viver em outros locais e beneficiam de dejetos, lixões e aterros
até mesmo alimentar-se de outras formas. sanitários.
Segundo Houston (1994), Sick (1997) e
Pode-se observar no gráfico abaixo que eles, à localização do lixão da cidade está a
quase 80% dos alunos entrevistados cerca de 3 km das instalações da instituição e
reconhecem o motivo desse animal ser visto o acesso para este ser o mesmo utilizado
frequentemente nas proximidades do IFMA. pelos transportes escolares do Campus.
Isso ocorre devido a vários fatores, dentre
Comparando as respostas obtidas no gráfico parte dos alunos que foram entrevistados
2, é possível observar que o conhecimento dizem saber o papel que o animal citado
sobre o tema é variado de acordo com a área exerce.
de cada curso. Porém, dos três cursos, boa
Em se tratando da importância do Urubu para natureza e 90% dos alunos do curso de Meio
a natureza, o gráfico 3 mostra que 85,30% Ambiente portanto a maioria admite que este
dos alunos do curso de Agropecuária e essencial para o equilíbrio dos
conseguem ver a relevância do urubu na ecossistemas.
Analisando as respostas presentes no gráfico maioria destes veem com mais frequência nos
4, todos os alunos entrevistados observam o ambientes como é demonstrado o gráfico.
Urubu na cidade de Codó- MA. Porém a
O gráfico 5 mostra que, em maioria, os alunos animais nesse tipo ambiente, percebe-se que
entrevistados não associam este animal os alunos têm uma noção de que essas
apenas a lixões, que apesar dos seus hábitos espécies necrófagas exercem suas atividades
alimentares e da predominância desses alimentares em outros locais.
Como mostra o gráfico 6, conclui-se que a homem quanto para o meio ambiente. É
maioria dos alunos dos três cursos é a favor importante ressaltar que os alunos do curso
de uma sensibilização da sociedade sobre de Agropecuária, em sua maioria, apoiam
essa espécie, apresentando os possíveis esse tipo de movimento mais do que os do
benefícios que o Urubu favorece tanto para o curso de Meio Ambiente.
Quanto a definição desta espécie, com base entrevistados, apesar do mesmo, ser
nas três perguntas subjetivas presentes no perceptível neste ambiente.
questionário, a maioria dos alunos relacionou
a mesma de acordo com o ambiente que é
vista comumente, ao associa-lo a palavras 4.CONCLUSÕES
como “Nojento”, “Carniceiro”, “Fedorento”,
Após a análise das respostas encontradas
“Gari”. Todavia, alguns dos entrevistados
nos questionários, chegou-se à conclusão
usaram outros termos sem caráter ofensivo
que a maioria dos estudantes do IFMA-
como “Decompositor”, “Limpador”,
Campus Codó sabem da importância do
“Importante”.
urubu para a natureza, em especial o urubu-
Em relação à questão do preconceito a esta de-cabeça preta, por essa espécie ser mais
espécie, foi relatado durante a pesquisa entre presente na região, porém os alunos não têm
os alunos que sua cor e seus hábitos é o o conhecimento que o mesmo proporciona
principal motivo pelo qual o urubu é mal visto para os seres humanos.
pela sociedade. Analisando as respostas, por
Tendo em vista que este animal é
mais que os entrevistados soubessem da
frequentemente observado na cidade de
importância que este animal pode
Codó e conhecido por toda a população
proporcionar para manter o equilíbrio do
devido aos seus hábitos e da forma como
ecossistema, a maioria desvaloriza a
eles vivem, estes são frequentemente
existência e a função desta ave por conta dos
repudiados pela sociedade, recebendo
seus hábitos.
apelidos pejorativos por sua cor e por conta
A espécie possui importância para a natureza de sua alimentação e sendo ignorados além
com base nos estudos de Helmut Sick (1997) de esquecidos quanto aos benefícios que
e Houston (1994). No entanto, para o grupo podem trazer para o meio ambiente e
pesquisado em Codó-MA esse fato não é população.
valorizado por uma parte significava dos
Dynamics of an Ecosystem Cambridg University [12] Pacievitch. T. Urubu. Disponível em: <
Press, Cambridge, pp. 263-286. http://www.infoescola.com/aves/urubu/>. Acesso
em: 13 de Agosto de 2014
[9] Houston, D.C.1994. Family Cathartidae
(New World vultures) In:del Hoyo, J.; Elliot, [13] Willian Meng. Aves de Rapina Brasil.
A.;Sargatal, J. (eds.) Handbook of the birds of the Disponível em:
world. v. 2.New World vultures to Guineafowl. P. 24- <http://www.avesderapinabrasil.com/coragyps_atra
41. Barcelona, Lynx Edicions. tus.htm> Acesso em: 18 Setembro de 2014
[10] Sick, H. 1997. Ornitologia Brasileira. Rio [14] Araguaia. M. A importancia dos
de Janeiro , Ed. Nova fronteira, 862 p. dentritívoros e decompositores. Disponível em:<
http://educador.brasilescola.com/estrategias-
[11] Ferguson-Lees, J.; Christie, D. A. 2001.
ensino/a-importancia-dos-detritivoros-
Raptors of the world. Boston, Houghton Mifflin
decompositores.htm> Acesso em: 15 de outubro
company, 992 p. de 2014
Resumo: Este artigo tem por objetivo compreender o papel de duas universidades
federais do sul do estado de Minas Gerais no processo legislativo municipal de
desenvolvimento de políticas públicas de resíduos sólidos urbanos (RSU). É
apresentado um panorama sobre o atual cenário normativo das políticas locais de
RSU nos municípios onde as universidades estão sediadas e em seguida são
apresentadas as formas de participação de cada universidade nas políticas locais
de RSU existentes. O estudo comparado mostra quais os impactos que essas
experiências promovem na qualidade das políticas locais de RSU. O método de
pesquisa foi qualitativo do tipo descritivo. Os procedimentos de coleta de dados
foram o levantamento bibliográfico, documental e entrevistas. O que justifica a
relevância deste estudo é o fato de a universidade ser um lugar favorável para a
realização de estudos e projetos sobre a melhor forma de se desenvolver as
políticas locais de RSU, não só por proporcionar a formação de profissionais
cidadãos, mas também por privilegiar a preservação da natureza da região na qual
está inserida.
Tendo por base o cenário das políticas locais então, foi elaborado o Quadro 2 abaixo, que
de RSU partiu-se para a busca de enumera as formas de participação de cada
informações nos canais oficiais de universidade nas políticas locais de RSU.
comunicação das duas universidades, e,
Quadro 3: Quadro comparativo dos impactos na qualidade das políticas municipais de RSU.
Experiências
Universidade Beta Impactos Universidade Gama Impactos
apuradas
Atinge a
Atinge apenas
Eventos, cursos e Realiza em parceria comunidade Realiza de forma
comunidade
seminários sobre RSU com o município. acadêmica e a independente.
acadêmica.
sociedade.
Atinge a
Disponibilização de Atinge apenas Realiza em parceria
Realiza de forma comunidade
pontos de coleta de comunidade com o município (óleo,
independente. acadêmica e a
RSU acadêmica pilhas e baterias)
sociedade.
Atinge Atinge a
Realiza em parceria Realiza em parceria
Convênios/estudos comunidade comunidade
com o município. com o município.
técnicos em RSU acadêmica e acadêmica e a
(Incubadora) (Estudo técnico)
sociedade. sociedade.
Fonte: dados da pesquisa.
4. CONCLUSÕES relacionados à gestão dos RSU, tais como,
programas e ações de educação ambiental
Este estudo revela a importante função local e
que promovem a não geração, a redução, a
regional da universidade como porta-voz das
reutilização e a reciclagem de resíduos
demandas da sociedade junto ao poder local
sólidos; e assessoria técnica e financeira às
relativamente às diversas problemáticas que
associações cooperativas de catadores de
envolvem os RSU, sendo a PNRS um
materiais recicláveis formadas por pessoas
instrumento capaz de nortear as prioridades
de baixa renda.
na gestão dos resíduos, conforme definido em
seu art. 9º, no que tange à ordem de Essas ações são importantes, mas não
prioridade no gerenciamento de resíduos eximem as municipalidades do seu dever de
sólidos, a saber: priorizar a não geração; instituir o PMGIRS e nem as Universidades
incentivar a redução; viabilizar a sua ainda de aperfeiçoarem a sua integração com
valoração econômica através da reutilização, o lugar geográfico em que estão instaladas,
reciclagem, e tratamentos que possibilitem o atuando de maneira colaborativa em prol da
aproveitamento energético, e finalmente a sociedade e meio ambiente.
destinação final ambientalmente adequada.
Outro fator detectado é que as políticas
A hipótese inicial de que a participação das públicas relacionadas aos RSU não figuram
universidades se daria por meio de convênios como uma prioridade dos governos, como se
para a realização de estudos técnicos acerca pôde observar pela revogação da lei
da melhor forma de se conduzir a política municipal acerca das sacolas plásticas no
municipal de RSU se mostrou válida, porém, município Beta. O fato de existirem várias leis
outras formas de participação das sancionadas e publicadas durante mandatos
universidades nos processos das políticas de diferentes gestores públicos é um aspecto
públicas locais também foram identificadas. que pode prejudicar o processo de
continuidade e aperfeiçoamento das políticas
Apesar de não haver em nenhum dos
públicas como um todo, e, inevitavelmente,
municípios analisados uma lei que institua o
em relação às políticas de resíduos sólidos,
PMGIRS na forma como determina a Lei
por isso a importância dos municípios
Federal nº 12.305/2010, ambas as
instituírem seu PMGIRS onde para cada
universidades federais têm realizado ações
política sejam estabelecidas ações,
articuladas com o município com vistas à
programas e metas a serem atingidas.
cooperação técnica e financeira em projetos
Mesmo com a ausência desse plano, seja por tende a ser um obstáculo para a geração de
meio de seus eventos acadêmicos e de suas pesquisas com impactos sociais. Além
práticas institucionais de sustentabilidade ou desses obstáculos, o processo de
por meio dos convênios para a realização de participação das universidades nas diferentes
estudos técnicos em resíduos sólidos, as etapas do processo de desenvolvimento das
universidades analisadas têm participado políticas de RSU encontra desafios ainda
ativamente das políticas de RSU que estão maiores a serem superados, tais como a
em vigor nos municípios em que estão ausência de um PMGIRS, conforme determina
inseridas, mas precisam atuar de maneira a Lei Federal nº 12.305/2010.
mais integrada politicamente a fim de produzir
Considerando a diversidade de instituições
o PMGIRS e garantir a continuidade de
de ensino que existem no Brasil e as
princípios voltados à preocupação com a
peculiaridades das políticas adotadas por
gestão dos RSU independente de qual gestor
cada municipalidade em relação às diferentes
público for eleito.
características e gerenciamento de seus RSU,
Conforme se apurou nos quadros entende-se que existirão outras experiências
comparativos 2 e 3, os resultados gerados e modelos de gestão de resíduos sendo
por essas experiências de participação das praticados por diferentes universidades. A
universidades nas políticas locais de RSU têm realização de pesquisas nesses lugares
contribuído para que decisões sejam tomadas poderá contribuir para a disseminação de
em prol da melhoria dessas políticas em seus novas formas de cooperação entre
diferentes estágios, demonstrando a universidade e poder local para a boa
importância da Universidade como importante condução da política local de RSU em
agente do desenvolvimento local. benefício de toda a coletividade.
A forma como a maioria das universidades se
organiza para desenvolver o conhecimento
Nayane Borges
Monalisa Silva do Nascimento
Suellen Maria Silva Dias
Resumo: A questão ambiental vem sendo um dos assuntos mais debatidos nos
últimos anos. E o ambiente escolar vem sendo uma das alternativas para dar início
a uma educação ambiental que consiga evidenciar o conteúdo para o público
abordado. O objetivo deste trabalho visa retratar os resultados obtidos durante a
realização do projeto realizado pela Gerência de Meio Ambiente, da Cidade de
Moreno. No decurso do trabalho, englobamos a comunidade escolar com a
temática resíduo sólido, tendo em vista a construção de um jardim ecológico
através da reutilização de pneus, praticando os 5R’s e a logística reversa, a fim de
sensibilizar os alunos quanto o compromisso de conservar o meio ambiente. Este
trabalho foi realizado com alunos de ensino infantil e fundamental das Escolas
Municipais e Estaduais Maria Heraclides, Otoniel Lopes e Sevy Rocha. A proposta
do trabalho é de que a educação ambiental possa ir além de uma educação
metódica da qual vivenciamos atualmente, dentro de uma sala de aula com uma
grade curricular. Por isso foi realizado o trabalho em um âmbito escolar, pois é
impensável propor uma educação que leva a consciência e sensibilização em
relação ao meio ambiente sem envolvermos a esfera escolar como um lugar que se
possa intervir.
3. METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido na 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Cidade de Moreno-PE, situada na Região
A escolha do tema citado se deu pela
Metropolitana do Recife, nas seguintes
necessidade de salientar para o público-
escolas da rede municipal de ensino: Escola
alvo (alunos), uma maneira de conduta
Municipal Prof. Maria Heraclides, Escola
sustentável, bem como sensibilizar
Municipal Otoniel Lopes, Escola Municipal
cidadãos, ainda na fase infantil, por meio de
Sevy Rocha, tendo como público-alvo os
ações educacionais voltadas às questões
alunos do ensino infantil e fundamental, na
ambientais, evidenciando a importância de
faixa etária de quatro a doze anos.
se educar para gerar cidadãos
Inicialmente, foram ministradas palestras ambientalmente conscientes.
voltadas para a temática ambiental, tais
No decorrer das palestras, onde foi
como: “Lixo: E eu com isso?” – retratando a
abordada a questão dos resíduos sólidos e a
problemática do descarte incorreto de
importância de não degradar mais o meio
resíduos e sua durabilidade na natureza;
ambiente, foi eminente a atenção dos alunos
5R’s: Aprendizes da Sustentabilidade –
e a compreensão da proposta que
tratando a importância de reduzir a geração
queríamos passar. A participação dos
e o descarte de resíduos através dos 5R’s; O
alunos e professores, em sua totalidade, na
lixo e a poluição ambiental – referente às
etapa de criação do jardim foi de suma
consequências decorrentes do descarte
relevância, pois demonstrou a peculiaridade
incorreto de resíduos.
que iria formar uma grande integração.
Após o ciclo de palestras, foi realizada, em
A proposta do trabalho que a Gerencia de
cada escola, uma oficina sobre Jardins
Meio Ambiente da cidade de Moreno
Ecológicos, voltada para a reutilização de
propôs, é de que a educação ambiental
pneus, na qual todos os alunos participaram
possa ir além de uma educação metódica
de forma ativa da montagem do Jardim,
da qual vivenciamos atualmente, dentro de
através da pintura dos pneus e do plantio
uma sala de aula com uma grade curricular.
das sementes, todos supervisionados pela
Levando o conhecimento de maneira que
equipe e pelas professoras. Para realização
gostosa e prazerosa, onde a criança
das oficinas, foram utilizados pneus
aprende efetivamente quando associa o que
inservíveis doados por borracharias locais a
aprende com seus próprios interesses.
fim de garantir a logística reversa do
(ROSSINI, 2003).
produto.
No ano de 2015 segundo a ABRELPE, cerca alunos sobre a sobre a Educação Ambiental
de 58,7% dos resíduos coletados no Brasil focando em perguntas sobre descarte correto
foram destinados a aterros sanitários, porém, dos RSU, coleta seletiva e prática dos 3R’s.
ainda se tem uma grande quantidade de Um total de 16 alunos participou da pesquisa.
resíduo sendo encaminhado para os destinos
Em primeira instância foi produzido o
que seriam inadequados, e os quais geram
questionário levando em consideração: a
um grande potencial de poluição ambiental.
ética educacional; interpretação dos alunos
Diversas são as formas de disposição e que iriam respondê-lo; idade (sendo os
tratamento para resíduos sólidos urbanos. A alunos de quinto ano do ensino fundamental,
principal e correta forma de disposição de já alfabetizados e supostamente com uma
RSU é em aterros sanitários, local com interpretação de questões mais adequada
estrutura de engenharia adequada para para o questionário); tentativa de não deixar o
recebimento dos mais variados tipos de questionário cansativo de se responder e sim
resíduos. Nos Aterros Sanitários deve-se com figuras para torná-lo atrativo retirando a
haver um sistema de drenagem que recebe ideia de uma prova o que não era a intenção.
as águas infiltradas, estas águas são
No questionário haviam três questões
depuradas por processos biológicos o que
relacionadas ao tema a ser pesquisado. A
pode reduzir a DBO em cerca de 70 a 99%
primeira consistia-se em analisar a maneira
(Fellenberg,2012).
de descarte do lixo domiciliar. A segunda teve
Alguns outros métodos como: queima, como base a reciclagem de RSU, verificando
compostagem, coleta seletiva e reciclagem o grau de conhecimento dos alunos em
também são utilizados para disposição de relação aos descartes em lixeiras. A terceira
resíduos sólidos de forma bastante eficiente teve como base o conhecimento da prática
(Fellenberg,2012). dos 3R’s (Figura 1).
3.METODOLOGIA
Elaborou-se um questionário com questões
fechadas visando identificar a concepção dos
Vale lembrar que a maioria dos alunos coleta seletiva. Essa segunda questão foi
residem em bairro da periferia da cidade em dividida em dois tópicos: sendo o primeiro
questão, sendo assim diante do resultado do para analisar se os alunos descartavam de
questionário, podemos considerar que há, de forma correta os RSU de acordo com o que
certa forma, uma boa orientação quanto ao estava escrito na lixeira (plástico, papel,
descarte de RSU, pois mesmo podendo não metal, vidro e orgânico) e a segunda para
haver a separação do RSU (coleta seletiva), relacionar as cores com os tipos de resíduos
os alunos em sua maioria estão a serem descartados. No primeiro tópico
conscientizados que o descarte em terreno houve 88% de acertos. Um pouco menor, mas
baldio não é adequado. também satisfatório, foi o resultado para o
segundo tópico, no qual 70% dos alunos
A segunda pergunta foi elaborada a fim de
tiveram entre 3 a 5 acertos num total de 5 em
avaliar o conhecimento dos alunos sobre a
relação as cores das lixeiras (Figura 3).
Apesar das dúvidas existentes em relação ao cada uma representava. Após discussões em
significado dos 3Rs, os resultados foram sala de aula pode-se notar que esse é o
qualitativos na medida do possível, pois nota- assunto menos abordado, ou seja, que a
se que não tinham ideia das definições do maioria não tinha conhecimento e só teve
que seria cada umas das definições e nem o após o esclarecimento, sendo assim,
que eram as ações dos quadrinhos e o que interligando a explicação com a questão.
Questão 1: A: queima; B: enterra; C: descarte em terreno baldio e D: deixa para ser coletado; Questão 2:
I_100%, II_60%, III_40% e IV_20%: quantidade de acertos. Questão 3: a: acertos; E: 100%; F: 75%; G: 50%; H:
25% e I: 0%.
REFERÊNCIAS socioambiental/a3p/eixos-
tematicos/gest%C3%A3o-adequada-dos-
[1] Abrelpe. Panoramas dos resíduos sólidos res%C3%ADduos> Acesso em: 19/06/2017.
no Brasil 2015. Disponível em: <
http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama201 [5] Mucelin, C. A. et. al. Lixo e impactos
5.pdf> Acesso em: 20/05/2017. ambientais perceptíveis no ecossistema urbano.
PR. V.1, n.1, Jun. 2008.
[2] Baum, M. et. al. Saúde e Meio Ambiente. A
educação ambiental nas escolas públicas [6] Sorrentino, Marcos.Et. Educação
municipais de rio Negrinho. SC v. 1, n. 1, jun. 2012 ambiental como política pública. Revista da
Faculdade de Educação ad USP.Vol. 3.2005.
[3] Machado, A. S. et. al. Educação Ambiental de
6° a 9° ano: Um estudo na escola estadual Beira [7] Educação Ambiental, uma abordagem
Rio do distrito de Luzimangues Porto Nacional-TO. crítica, Juiz de Fora: Edições Feme, 2000.
Tocantins, V.1, n.1, p7-p14, Nov. 2010
[8] Fellenberg, Gunter. Introdução aos
[4] Ministèrio do Meio Ambiente. Gestão de problemas da poluição ambiental. Ed. São Paulo:
Resíduos. Disponível em: Epu, 2012. 196 pág.
<http://www.mma.gov.br/responsabilidade-
tratando-se de uma ação de responsabilidade essa prática, que apesar dos meios, muitas
socioambiental junto ao seu público alvo. vezes justificam-se o fim.
Mas o que a sociedade realmente precisa é
de empresas que praticam a RSE, porque
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
entendem estar fazendo seu papel, se
2.1-RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL preocupando com o futuro e querendo uma
sociedade sustentável e renovável. Enfim,
Muitas empresas praticam uma ou outra ação
empresas que visam o lucro, mas que
com o nome de responsabilidade
também tatuam na pele seu compromisso
socioambiental (RSE), porém visando apenas
com o desenvolvimento sustentável, numa
o retorno em forma de lucro. Um dos
clara preocupação com as gerações futuras e
principais problemas encontrados na prática
o ambiente.
é o fato de ser tratada de forma estratégica,
como diferencial competitivo, pois é de fato: Existe muito caminho a ser trilhado para que
os princípios da RSE não se tornem mera
[...] ou seja a gestão ambiental é a resposta
utopia. Precisa-se reconhecer e tornar
natural das empresas ao novo cliente o
públicas práticas sérias e com resultados
consumidor verde e ecologicamente correto.
socioambientais significativos, utilizando-se
A empresa verde é sinônimo de bons
de bom senso e coerência. Por exemplo, uma
negócios e no futuro será a única forma de
empresa que investe certa quantia em ações
empreender negócios de forma duradoura e
socioambientais, investe três vezes o mesmo
lucrativa. Em outras palavras, o quanto antes
valor para divulgá-la. Essa não é uma prática
as organizações começarem a enxergar o
coerente, e coerência é o alicerce da RSE. É
meio ambiente como seu principal desafio e
importante ressaltar que esse é um desafio
como oportunidade competitiva, maior será a
novo para os empresários. No entanto deve-
chance que sobrevivam (TACHIZAWA, 2009,
se convidar as organizações a um desafio
pg.6-7)
inovador, necessário e que deve ser contínuo
Na realidade, o objetivo principal de toda a experimentação das práticas sem
empresa com fins lucrativos é obviamente o distinções quanto a relações econômica,
lucro. A maioria delas tem alguns projetos social e ambiental.
sociais, ambientais e educacionais, porém
Em vista disso entende-se que as
ficam em segundo plano. Nesta inversão de
organizações devem tratar a
valores devemos observar que: Todas as
responsabilidade socioambiental como
mercadorias têm valor econômico, pois têm
responsabilidade propriamente e eticamente
preço fixado pelos mercados. Mas os
dita, sem “segundas intenções”, pois estas
recursos da biodiversidade, tais como um
ocorrerão naturalmente após as práticas a
orangotango, uma floresta, o ar e tantos
serem visualizadas e sentidas por seus
outros não têm preço fixado pelos mercados.
stakeholders.
Os recursos naturais não são mercadorias,
constituem-se em ativos essenciais à
preservação da vida de todos os seres.
2.2. ANÁLISE MICROBIOLÓGICA
(MOTA, 2001, p.37)
A água é um recurso natural fundamental e
Por isso os princípios da RSE regem como
vital para os seres vivos existentes no planeta.
fatores principais o compromisso social e
Ela é essencial para que os organismos
ambiental, sendo uma questão de
consigam exercer suas funções fisiológicas
cooperação e união de esforços de toda
que mantem a vida, e assim apresentem
sociedade. Mas infelizmente perdem-se por
desenvolvimento dentro da sua comunidade.
ser tratado como puro marketing, correndo
Desta forma é importante preconizar que o
risco de simplesmente idealizar-se em mera
acesso a água é indispensável para que se
utopia.
tenha uma boa qualidade de vida, porém a
Os consumidores estão cada vez mais qualidade da água recebida pelos indivíduos
exigentes, por isso algumas empresas é ponto chave a ser discutido, pois a mesma
maquiam estratégias de negócio com o termo se não estiver própria para ser consumida
responsabilidade socioambiental por vários acarretará em consequências que de certa
motivos: a concorrência faz, os clientes forma podem se tornar graves e debilitar a
exigem, ou mesmo para ganhar alguns vida de quem a consome (TUNDISI, 2003;
pontos na imagem da empresa. É saudosa
BARROS; AMIN, 2007; MOREIRA; TORRE, a água não é própria para consumo. Essas
2017). alterações podem surgir a partir de
problemas ambientais que afetam a
Ao longo dos anos o homem veio
qualidade da água, como a má distribuição
descobrindo e desenvolvendo formas de
hídrica, fornecimento incorreto que favorece o
como armazenar e utilizar a água, esse bem
não acesso de milhares de pessoas a água
que na sua ausência não permite a existência
potável e a falta de tratamento da mesma.
de vida. Assim as maneiras que trouxessem
Grande parte dessas complicações atingem
benefício para si, eram colocadas em práticas
principalmente os países em
e repassadas de geração a geração. A vista
desenvolvimento, devido a existência da
disso as épocas mais antigas eram
desigualdade social naquele lugar, que de
caracterizadas pelas novas expectativas
certa forma interfere nesse contexto
voltadas a encontrar meios de aproveitamento
(MARTINS; OSAKI, 2016).
dessa água, ideias como a utilização de potes
de barro, perfuração de poços e construção A transmissão de doenças é uma realidade
de hidrelétricas para produção de energia comum a cada dia. Água contamina por
são a prova de que a água é utilizada para substâncias químicas, e até mesmo com
manter a vida terrestre no sentido geral e não microrganismos são um dos males que o
somente de funcionalidade do organismo dos mundo enfrenta hoje pela falta de saneamento
seres vivos (PINTO-COELHO; HAVENS, básico e tratamento adequado da água
2016). (PALLUDO, 2010; BURGOS et al., 2014).
Em contrapartida ao que era feito nos anos Para a Organização das Nações Unidas
passados onde o homem buscava novas (ONU) uma água adequada para consumo,
fronteiras a serem ultrapassadas e conquistas ou seja, potável, precisa apresentar-se
relacionadas a água, hoje há poucas segura, limpa e adequada para manter a vida
perspectivas, o atual desafio é aprender a se e as atividades dos organismos na terra.
adaptar à nova realidade de que a água, esse Porém o grande crescimento das populações,
bem fundamental para a sobrevivência o crescimento agrícola e industrial pode afetar
humana hoje sofre graves problemas com o ciclo hídrico do planeta. Neste quadro os
relação a sua qualidade e quantidade. Os lugares mais afetados serão as regiões que
recursos hoje disponíveis para tentar melhorar se apresentam em desenvolvimento, pois o
a situação hídrica que parece irreversível, são crescimento populacional exigirá uma grande
utilizados visando também um futuro onde as demanda de água para abastecimento das
próximas gerações poderão aproveitar com cidades. A ONU ainda destaca que cada
qualidade esse meio (PINTO-COELHO; pessoa necessita de 3,3 m3 de água por mês,
HAVENS, 2016). ou seja, cerca de 110 litros por dia para
atender as necessidades de higiene pessoal
Pensando na questão de recursos
e consumo. No caso da região Nordeste
disponíveis, nosso planeta apresenta em sua
apesar de apresentar na maior parte do ano
totalidade 97,5% de água salgada em toda
períodos de seca em alguns estados, o
sua extensão, mas apenas 2,5% desta água
consumo de água nessa região equivalente a
são doces e podem apresentar-se
125,8 litros por habitantes ao dia indo um
distribuídas em geleiras, aquíferos rios ou
pouco além da estimativa da ONU (ONU,
lagos. O Brasil em comparação a outros
2010; Brasil, 2014).
países possui as maiores reservas de água
doce do planeta, contendo aproximadamente É de extrema importância que a água esteja
12% de sua totalidade, porém essa periodicamente passando por um controle de
distribuição não é igualitária cabendo as qualidade, que deve ser responsabilidade
autoridades responsáveis permitirem que as das autoridades sanitárias e de quem a
pessoas tenham acesso a essa água consome. As águas disponibilizadas pelas
(SANTANA, 2016). redes de abastecimento de água para
consumo público e privado devem estar de
Além dessa má distribuição reduzindo o
acordo com os padrões estipulados pela
acesso a água, existe ainda outros limitantes
Portaria nº 2914 dezembro de 2011, na qual
que se tornam indispensável para que a água
apresenta as normas sobre as ações e os
que será consumida não traga danos à
serviços de saúde do Sistema Único de
saúde, são estes: variações físicas, químicas
Saúde, onde a mesma expõe que uma água
e microbiológicas. A presença de
considerada com qualidade para ser utilizada
modificações nesses parâmetros indicará que
necessita passar por uma série de processos
e verificações que indicarão se a mesma não oferecida corresponda aos padrões exigidos
oferece riscos à saúde dos consumidores assegurando assim a sua qualidade.
(BRASIL, 2011).
Quando a água não corresponde a essas
características ela necessita passar por
processos que permitirão que ela esteja
2.3. QUALIDADE DE ÁGUA
incluída nos padrões de potabilidade para
Para garantir que a água ingerida pela que assim seu acesso sem prejuízos ocorra.
população apresente boa qualidade e seja Desse modo de acordo com cap.2 Art. 5º,
livre de contaminações que possam trazer inciso I da mesma portaria, esses padrões
malefícios a saúde, o Ministério da Saúde por são definidos como “...conjunto de valores
meio de leis dispõe de medidas a serem permitidos como parâmetro da qualidade da
tomadas referentes ao assunto de interesse água para consumo humano.”. Quando uma
das comunidades, de modo a oferecer uma análise é feita esses parâmetros são
melhor qualidade de vida aos cidadãos. comparados aos resultados considerados
como normais na portaria e assim será
Atualmente a portaria mais utilizada no que
indicado se a água apresenta potabilidade ou
diz respeito a tratamento de água é a
não, ou seja, se ela traz riscos à saúde.
chamada Portaria nº 2914 dezembro de 2011,
onde em seu art. I destaca que nela estarão Para atender ao padrão de potabilidade, a
presentes “...os procedimentos de controle e água deve apresentar quantidades limites
de vigilância da qualidade da água para para diversos parâmetros, que são:
consumo humano e seu padrão de parâmetros físico-químicos e microbiológicos
potabilidade. ” Evidenciando a existências de (BRASIL, 2013)
leis e normas vigentes que são de
Os parâmetros que estão descritos abaixo
responsabilidade das autoridades para que a
são usados para demonstrar a existência de
população recebe uma água adequada para
microrganismos na água que podem causar
consumo.
algum dano à saúde. A positividade desses
A mesma ainda expõe em seu cap.2 Art. 5º, parâmetros em uma amostra contendo 100
inciso I que uma água boa para consumo é mL impossibilita a utilização da água, pois a
aquela “...destinada à ingestão, preparação e mesma apresenta quantidade suficiente de
produção de alimentos e à higiene pessoal, bactérias que possuem potencial patogênico,
independentemente da sua origem. ” Para sendo necessário que métodos de reparação
que a água utilizada não ofereça sejam realizados afim de garantir a
consequências negativas aos consumidores, potabilidade da água novamente (BRASIL,
é necessário por parte dos mesmos uma 2011).
verificação de que a água que está sendo
fermentadoras de lactose, e tem como territorial de 2020 km² e com uma população
principal representante a bactéria Escherichia de 85.351 habitantes. Suas coordenadas
coli, que pertence particularmente ao grupo geográficas são: latitude: 4° 58' 41'' Sul e
de microrganismos fecais. Uma vez que longitude: 39° 1' 8'' Oeste. A altitude média é
houver presença de coliformes fecais na de 189 metros. A região apresenta clima
amostra, ocorre então a comprovação de que semiárido, possuindo temperatura média
aquela água se apresenta contaminada por anual de 30 °C e a maior parte do município é
material fecal. Sendo assim a realização das caracterizada por solos do tipo encharcados
duas análises são imprescindíveis para que na estação chuvosa e ressecados facilmente
medidas especificas possam ser tomadas nos períodos de estiagem (IBGE, 2015).
(LIMA; SANTOS, 2016; SOARES, 2016;
De acordo com a Fundação Cearense de
COSTA et al., 2016).
Meteorologia e Recursos Hídricos
(FUNCEME) (2018), a região do Ceará
apresenta cinco tipos de climas, definidos
3.METODOLOGIA
como: Tropical subquente subúmido, tropical
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE quente úmido, tropical quente subúmido,
ESTUDO E DESCRIÇÃO DO LOCAL DAS tropical quente semi-árido brando e tropical
ANÁLISES quente semi-árido, este último é característico
da região do Sertão Central do Ceará, onde
A Instituição de Ensino Superior (IES) em
localiza-se o município de Quixadá.
estudo engloba uma população de cerca de
3.500 pessoas está localizada em Quixadá no
Sertão Central do Ceará, possuindo uma área
O clima semiárido apresenta geralmente baixa capacidade de o solo reter água, fato
temperatura média acima de 26º, e se divide que ocorre frequentemente nesse clima, a
em dois períodos, um de seca e poucas população acaba por se tornar dependente
chuvas ou um ciclo úmido com períodos da água das chuvas, porém as variações
instáveis de chuvas, esses momentos pluviométricas geradas no semiárido tornam
chuvosos se limitam a ocorrerem dentro de como única opção para regiões que
um espaço de 6 meses. Assim, devido à enfrentam a carência desse recurso natural a
ausência de redes de abastecimento e a utilização de fontes alternativas de água,
Tabela 1 - Media dos resultados das análises da água dos bebedouros da IES.
% Média da Ausência % Média da Ausência de
Bebedouro
de Coliformes totais Coliformes fecais
01 95 100
02 100 100
03 100 100
04 100 100
05 95 100
06 100 100
07 100 100
08 100 100
09 95 100
10 100 100
11 100 100
12 95 100
13 100 100
14 100 100
15 100 100
16 100 100
17 95 100
REFERÊNCIAS
[1] Araújo, T. M. et al. Análise bacteriológica [5] Brasil. Instituto Trata Brasil. Conselho
da água consumida em escolas públicas na capital Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
de Boa Vista-Rr. In: 62ª Reunião Anual da SBPC. Sustentável. Benefícios econômicos da expansão
Universidade Federal do Rio Grande do Norte do saneamento: Qualidade de vida, produtividade
Natal. 2014. Anais... e educação, valorização ambiental, relatório de
pesquisa. Março de 2014.
[2] Brasil. Governo do Estado do Ceará. Tipos
Climáticos. Disponível em:< [6] Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação
http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitulo1/12/pdf/ de Comunicação Social. Fundação Nacional de
Tipos_Climaticos.pdf>. Acesso em: 03 de maio Saúde. Manual prático de análise de água. 4. ed.
2016. Brasília: Ministério da Saúde. 2013. 150 p.
[3] Brasil, Instituto Nacional do Semiárido- [7] Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
INSA. Disponível em: http://www.insa.gov.br. Vigilância em Saúde. Vigilância e controle da
Acesso em: 15 de março de 2016. qualidade da água para consumo humano.
Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 212 p. (Série B.
[4] Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e
Textos Básicos de Saúde).
Estatística (IBGE). 2010. Disponível em:<
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/quixada/panor [8] Brasil, Ministério da Saúde. Agência
ama>. Acesso em: 03 de maio de 2016. Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria 2914 de
[30] Pinto-Coelho, R. M.; Havens, K. Gestão de [37] Torres I. A.; França E Silva T. M.;
recursos hídricos em tempos de crise. Porto Rodrigues L. S.; Silva I. J.; Costa T. A.; Soto-Blanco
Alegre: Artmed, 2016. B.; Melo M. M. Avaliação físico-química de
amostras de água, sedimento e mata ciliar de uma
[31] Rocha, C. M. B. M.; Rodrigues, L. S.;
piscicultura localizada em área agroindustrial à
Costa, C. C.; Oliveira, P. R.; Silva, I. J.; Jesus, E. F.
margem do Ribeirão da Mata (MG). Revista
M.; Rolim, R. G. Avaliação da qualidade da água e Engenharia Sanitária e Ambiental. Belo Horizonte,
percepção higiênico- sanitária na área rural de
v. 22, n. 4, jul.-ago. 2017. 773-780 p.
Lavras, Minas Gerais, Brasil, 1999-2000. Cadernos
de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 9, p. [38] Tundisi J. G. Recursos hídricos. Revista
1967-1978, set. 2006 interdisciplinar dos Centros e Núcleos da
UNICAMP. São Paulo, out. 2003. Disponível em:<
[32] Santana J. E. S. Direito ambiental:
https://www.multiciencia.unicamp.br/art03.htm>.
percepções ambientais, sociais e jurídicas acerca Acesso em: 02/03/2016.
da água no Brasil. São Paulo: Campina Grande,
2016. [39] Waldman, E. A.; Barata, R. C.; Moraes, J.
C.; Guibu, I. A.; Timenetsky, M.
[33] Sperling, M. V. Introdução à qualidade das
águas e ao tratamento de esgotos. 3. ed. Belo [40] C. Gastroenterites e infecções
Horizonte: UFMG, Departamento de Engenharia respiratórias agudas em crianças menores de 5
Sanitária e Ambiental, 2005. 452 p. anos, em área da região Sudeste do Brasil, 1986-
1987. II - diarreias. Revista de Saúde Pública, São
[34] Soares A. C. F. Avaliação da qualidade da
Paulo, v. 31, n. 1, p. 62-70, fev. 1997.
água tratada distribuída em Campina Grande.
Paraíba: Campina Grande, 2016. [41] World Health Organization et al.
Guidelines for drinking water quality. Eng. sanit.
[35] Soares, S. R.; Bernardes, R. S.; Netto, O.
ambient,v.16,n.4,2011.Disponívelem:<http://www.w
M. Relações entre saneamento, saúde pública e
ho.int/water_sanitation_health/publications/2011/dw
meio ambiente: elementos para formulação de um q_chapters/en/> acesso em: 10 nov. 2016.
modelo de planejamento em saneamento.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, [42] Kottwitz, L. B. M.; GUIMARÃES, I. M.
p.1713-24, nov./dez. 2002. Avaliação da qualidade microbiológica da água
consumida pela população de Cascavel, PR.
[36] Suliano D. C.; Magalhães K. A.; Soares R.
Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 113,
B. A Influência do clima no desempenho da
p. 54-59, out. 2003.
economia cearense. Instituto de Pesquisa e
Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Fortaleza,
abr. 2009, nº 56. 4-6 p.
possível verificar que 20% destes que faltam ações mais concretas por parte da
trabalhadores se declararam analfabetos, prefeitura e dos órgãos competentes sobre o
22% disseram que possuem apenas o ensino tema.
fundamental incompleto e 58% alegaram
De acordo com as informações levantas com
possuir ensino médio completo.
as entrevistas e com as observações
Após a realização das entrevistas, ficou realizadas pelos pesquisadores no local,
evidenciado também que os permissionários percebe-se que apesar de existir uma
possuem consciência dos resíduos que são estrutura implantada para a coleta seletiva
gerados no local de trabalho. E de acordo dos resíduos sólidos, conforme demonstrado
com as informações por eles repassadas, as na Figura 1, a separação por tipo de resíduo
maiores quantidades de resíduos sólidos não é realizada com eficácia por dois fatores
gerados no mercado são de plástico e principais. Primeiro, nem todos os feirantes e
papelão. Porém, não lhes foi possível informar clientes realizam a destinação correta de seus
valores, pois não há um controle mais rígido resíduos. Para isso, alegam que seria
sobre a quantidade de resíduos oriundos de necessário mais treinamento de
suas atividades. conscientização sobre o tema, inclusive para
a população que frequenta o mercado. E
Quando perguntados sobre a destinação dos
segundo, os feirantes destacam que ao fim do
resíduos gerados no mercado, verificou-se
dia todos os resíduos do mercado são
que 69% dos permissionários alegaram
misturados e depositados em um mesmo
conhecer a destinação final de seus resíduos.
recipiente a fim de serem destinados ao aterro
E quando indagados sobre a coleta seletiva
sanitário da cidade, conforme Figura 2. Logo,
no mercado, 83% dos entrevistados alegaram
mesmo aqueles que ainda buscam descartar
ter conhecimento sobre a coleta seletiva
os resíduos corretamente utilizando os
dentro do mercado. Vale ressaltar que apesar
coletores disponíveis no mercado, com o
de terem conhecimento do processo de
tempo perceberam que tal ação não estava
coleta, muitos não a praticam, pois alegam
contribuindo para melhoria ambiental.
Durante as entrevistas, verificou-se que ainda a questão ambiental, porém muitos se sentem
existe grande carência de programas de despreparados para lidar com o tema e com
educação ambiental dentro do Mercado os resíduos gerados em suas atividades no
Adolpho Lisboa. De acordo com os mercado.
entrevistados, apenas um único treinamento
sobre o assunto foi realizado com os feirantes
antes da reinauguração. Após isso, nenhum
curso, palestra ou treinamento foi realizado
para a reciclagem de conhecimento. Notou-se
uma preocupação por parte dos feirantes com
REFERÊNCIAS <http://webcache.googleusercontent.com/search?q
=cache:LWMr0i5BbrQJ:www.faccamp.br/ojs/indep
[1] Abnt – Associação Brasileira de Normas hp/RMPE/article/download/47/37+para+Didonet+re
Técnicas. NBR 10.004: Resíduos Sólidos. Rio de ciclar+significar+volta+ao&cd=2>. Acesso em:
Janeiro, 1987. 48p. novembro/2014.
[2] Abnt 2004- Resíduos Sólidos Classificação [12] Calderoni, S. Os bilhões perdidos no lixo.
[3] Brasil. Política Nacional de Resíduos São Paulo – SP: Humanitas Editora/FFLCH/USP,
Sólidos Lei 12.305. Brasília, 2010. 1997.
[4] Brasil. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de [13] Cairncross, F. Meio Ambiente – Custos e
1981: dispõe sobre a Política Nacional do Meio Benefícios. São Paulo: Nobel, 1992.
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e [14] Calderoni, Sabetai. Os bilhões perdidos no
aplicação, e dá outras providências. Brasília: Diário lixo - 4ª ed - São Paulo: Humanitas
Oficial, 2 de setembro de 1981. Editoras/Fflch/Usp, 2003.
[5] Brasil. Constituição da República [15] Chaves, Frank. Mercado Adolfo Lisboa.
Federativa do Brasil. Brasília: Diário Oficial, 5 de Manaus, 23 de outubro de 2013. Disponível em:
outubro de 1988. <http://frankchaves-
[6] Brasil. Lei nº 9.795, de 27 de abril de ita.blogspot.com.br/2013/10/mercado-adolfo-
1999: dispõe sobre a educação ambiental, institui a lisboa.html >. Acessado em: novembro de 2014.
Política Nacional de Educação Ambiental e dá [16] Cunha, Alecsandra Santos da; Leite,
outras providências. Brasília: Diário Oficial, 28 de Eugênio Batista. Percepção Ambiental:
abril de 1999. Implicações para a Educação Ambiental, 2009.
[7] Brasil. Diagnóstico de Manejo de Resíduos Disponível em:
Sólidos Urbanos - 2007. Sistema Nacional de <http://www.pucminas.br/graduacao/cursos/arquiv
Informações sobre Saneamento. Brasília: Ministério os/ARE_Arq_Revis_Eletr20090930145741.pdf >.
das Cidades, Julho de 2009. Acesso em: novembro de 2014.
[8] Brasil. Política Nacional de Resíduos [17] Fernandes, R.S.; Souza, V.J.;Pelissari,V.
Sólidos. Lei nº 12.305. Brasília, 2010 B.;Fernandes,S.T. Uso da percepção Ambiental
como instrumento de gestão em aplicações ligadas
[9] Barsano, Paulo Roberto; Barbosa, Rildo ás áreas educacional, social e ambiental . In: II
Pereira. Gestão Ambiental .1.Ed. São Paulo: Erica, Encontro da , Anppas, 2004, Campinas, São Paulo
2014 Disponível em :
[10] Bezerra, Mauro Roberto Veras; Stroski, HTTP://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontr
Antônio Ademir. Manual de combate aos lixões. o2/GT/GT10/roosevelt_fernandes.pdf Acesso
Manaus-AM: SDS/Governo do Estado do Nov/2014.
Amazonas. Edições Série Técnica Meio Ambiente e [18] Hendges, Antônio Silvio. A Política
Desenvolvimento Sustentável, 2013. Nacional de Resíduos Sólidos no início ou no fim
[11] Campos, Lucila Maria Souza et al. A das soluções ‘definitivas’. EcoDebate. Agosto de
Reciclagem como empreendedorismo: Fonte de 2014. Disponível em:
transformação socioeconômica e ambiental. <http://www.ecodebate.com.br/2014/08/05/a-
Disponível em: politica-nacional-de-residuos-solidos-no-inicio-ou-
no-fim-das-solucoes-definitivas-artigo-de-antonio- http://giga.ea.ufrgs.br/Artigos/parque_farroupilha.P
silvio-hendges>. Acessado em: novembro de 2014 DF. Acesso em novembro de 2014.
[19] Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica [25] Pereira Neto J.T.; Manual de
Aplicada. Pesquisa sobre pagamento por serviços compostagem : processo de baixo custo. UFV.
ambientais urbanos para gestão de resíduos 2007.
sólidos. Relatório de Pesquisa. Brasília: Ipea, 2010.
[26] Pereira Neto, J.T. Quanto vale nosso lixo.
[20] Ipt/Cempre-Instituto de Pesquisas Ief/Unicef. Belo Horizonte: Gráfica Orion, 2003.
Tecnológicas/ Compromisso Empresarial pela
[27] Philippi JR., Arlindo (Editor). Saneamento,
Reciclagem. Manual de Gerenciamento Integrado
. 1995 saúde e meio ambiente: fundamentos para um
desenvolvimento sustentável. Barueri, SP: Manole,
[21] Ipt/Cempre. Lixo Municipal: manual de 2005 Coleção Ambiental; 2.
gerenciamentos integrado. 1.ed. São Paulo:
Instituto de Pesquisa Tecnológicas/IPT, 2000. [28] Santos, Maria Cristina dos. Lixo:
curiosidades e conceitos / Maria Cristina dos
[22] Jacobi, Pedro. Educação ambiental, Santos, Claudia Saldanha de Oliveira Topan e Ellen
cidadania e sustentabilidade. Cad. Pesqui. São Kathielen Rabelo Lima. Manaus: Editora da
Paulo, n.118, mar 2003. Disponível em: Universidade Federal do Amazonas, 2002.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex&pi
[29] Sá, Alessandro de. Aprendendo a
d=010015742003000100008&Ing=pt&nrm=iso.
Acesso em novembro de 2014. conhecer – Patrimônio Cultural do Município de
Manaus. Manaus/Am: E2C Editora Ltda. ME. 2012.
[23] Medeiros, C. Instruções Para a Elaboração
[30] Trindade, Naianne Almeida Dias.
do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Cento de Recursos Ambientais, 2002..l Consciência Ambiental: Coleta Seletiva e
reciclagem no ambiente escolar, 2011. Disponível
[24] Palma, I. R. Percepção ambiental dos em:
usuários em relação ao Parque Farroupilha. 2002. <http://www.conhecer.org.br/enciclop/20011a/hum
Disponível em: anas/concienciaambiental.pdf>. Acesso em:
novembro de 2014
Capítulo 16
Figura 2 – Respostas obtidas para a pergunta: “você já sofreu algum acidente, como mordida ou
arranhão por cães presentes na feira livre de Jacobina?”
Notou-se que cerca de 1/3 dos participantes (2013) descreveram que 48,8% dos acidentes
já sofreu algum acidente. Tipicamente, os registrados nos anos 2008 a 2009 foram
motivos que levam as agressões caninas são provocados por cães SRD. Quanto às
variados, contudo, Soares (2010) destacam pessoas que no presente estudo revelaram
que os machos apresentam maior tendência a não ter sido atacadas por estes animais, o
agressividade, além de que, algumas raças argumento apontado foi que evitam ao
apresentam maior predisposição ao ataque, máximo ter contato com os mesmos.
tais como Pit Bull, Bull Terrier e Rottweiller.
Lockwood (1998) aponta que os motivos de
Contudo, embora não se tenha como objetivo
agressões por parte dos canídeos podem
quantificar as raças encontradas na feira livre,
ocorrer por expressão de dominância, defesa
notou-se que quase a totalidade dos animais
do território, proteção dos membros da
eram considerados Sem Raça Definida (SRD).
matilha e competição por alimento, sendo
Em estudo de agressividade canina no
este último o provável motivo das agressões
município de São Paulo, Paranhos et al.
registradas no presente estudo, já que estes
animais tipicamente encontram-se famintos e por cães, a raiva é uma das mais importantes
em busca por restos de comida. devido à letalidade na maioria dos casos,
podendo ser transmitida através da
Questionou-se se os cães são capazes de
mordedura ou arranhando por animais
provocar contaminação dos alimentos
infectados que tenham o hábito de lamber as
comercializados na feira, sendo que apenas 1
unhas, já que a saliva constitui depósito para
participante apontou que não e 15 afirmaram
o vírus rábico (KOTAIT, 2009).
que sim. Este dado mostra-se importante no
controle das possíveis zoonoses, uma vez Durante as visitas realizadas, foram
que, conforme Almeida (2010), materiais dos observados cães vagando por entre os
animais como fezes, urina e pelos, são feirantes e os produtos (Figura 3),
capazes de contaminar o ambiente e assim endossando os riscos de acidentes e
atingir os alimentos, transmitindo contaminação dos alimentos. A presença
microorganismos patogênicos. destes animais está relacionada aos restos de
alimentos descartados de forma incorreta,
Da mesma forma como a possibilidade de
bem como de populares que alimentam os
contaminar os alimentos, verificou-se a
bichos. Segundo Soares (2010), a relação
mesma resposta quando perguntado se o
entre cães e humanos ocorre há pelo menos
participante sabia que os cães eram capazes
15 mil anos, onde os animais recebem abrigo
de transmitir doenças, já que 1 participante
ou pelo menos alimento, enquanto os
afirmou desconhecer e 15 afirmaram
humanos encontram equilíbrio emocional
conhecer. Dentre as zoonoses transmitidas
propiciado pelos cães.
alimentos que podem estar contaminados ainda que, embora os feirantes tenham
com vírus ou bactérias. conhecimento da contaminação de alimentos
e transmissão de doenças pelos animais,
nada fazem ou faziam para reduzir estes
4. CONCLUSÕES riscos de forma efetiva. Desta forma, este
trabalho espera ter contribuído para a
Diante deste trabalho, conclui-se que os
melhoria da qualidade de vida da população
riscos de transmissões de doenças pelos
que direta ou indiretamente relaciona-se com
cães estão relacionados às ações antrópicas,
a feira livre, e que desta adquirem produtos
pois a feira livre de Jacobina-BA apresenta
para sua alimentação.
condições de precariedade sanitária por
descuido dos órgãos públicos e mesmo das
pessoas que ali transitam. Soma-se a este
AGRADECIMENTOS
fato a não existência de centro de controle de
zoonoses no município, apesar que, conforme Agradecemos ao Instituto Federal da
Santos et al. (2015) a Secretaria de Meio Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
Ambiente de Jacobina, por vezes recebe Campus Jacobina pelo apoio e incentivo na
ligações para captura de animais soltos, mas produção e viabilização para apresentação
que nesse caso, geralmente são casos de deste trabalho. Agradecemos ainda ao grupo
cães abandonados em estágio avançado de de pesquisa “Automação, Eficiência
calazar. Energética e Produção” do IFBA – Jacobina
pelas valiosas contribuições para a realização
Constatou-se que nunca se realizou nenhuma
deste trabalho.
abordagem na feira livre de Jacobina anterior
a esta acerca desta temática. Percebeu-se
Figura 1. Localização da área de estudo envolvendo as associações extrativistas Nova Vida, Nossa
Senhora dos Seringueiros, Bonsucesso
Figura 2. Estimativas das práticas de disposição final de resíduos sólidos domiciliares dos
associados e dos resultantes do extrativismo da castanha do Brasil
Figura 3. Interesse dos associados para as práticas com tecnologias simplificadas e avançadas
para reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos do extrativismo da castanha do Brasil.
agregados reciclados, contribui para a 1:2000), o Brasil dispõe de oito tipos básicos
sustentabilidade da indústria da construção. normalizados de Cimento Portland, os quais
com seus subtipos e classes de resistência
chegam a mais de duas dezenas disponíveis
2.1 – CIMENTO PORTLAND para as mais variadas aplicações, de acordo
com o site da IBRACON.
Conforme PETRUCCI, o cimento Portland é
produzido pelo aquecimento de uma mistura São os oito tipos de cimento normalizados:
de calcário e argila, convenientemente
Cimento Portland Comum (CP I)
dosada e homogeneizada, em temperaturas
da ordem de 1450 °C. Durante a queima, Cimento Portland Comum (CP II)
ocorrem reações químicas, fusão parcial do
Cimento Portland de Alto Forno (CP III)
material e a produção dos nódulos do
clínquer. Cimento Portland Pozolânico (CPIV)
De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland de Alta Resistencia
Cimento Portland (ABCP), o Cimento Portland Inicial (CP V – ARI)
é obtido pela moagem deste clínquer ao qual
Cimento Portland Resistente a Sulfatos
é adicionado sulfato de cálcio (denominado
(RS)
gipsita ou gesso) para controle das
propriedades de pega e desenvolvimento das Cimento Portland de Baixo Calor de
resistências. Em alguns tipos de cimentos, Hidratação (BC)
outros materiais podem ser adicionados ao
Cimento Portland Branco (CPB)
clínquer no estágio de moagem (escória de
alto-forno, pozolanas, materiais carbonáticos).
Ainda de acordo com ABCP, o clínquer Esses tipos se diferenciam de acordo com a
tipicamente tem composição na região de proporção de clínquer e sulfatos de cálcio e
67% de cal (CaO), 22% de sílica (SiO2), 5% de adições, tais como escorias, pozolanas e
de alumina (Al2O3), 3% de óxido de ferro fíler calcário, acrescentados no processo de
(Fe2O3) e 3% de outros componentes (MgO, moagem. Podem diferir também em função
K2O, Na2O, TiO2, Mn3O4 e P2O5). de propriedades intrínsecas, como alta
resistência inicial, a cor branca, entre outros.
Os compostos presentes no Cimento Portland
Os tipos de cimento podem influenciar nas
são anidros, mas quando postos em contato
propriedades dos concretos conforme
com a água, reagem com ela, formando
mostrado no Quadro 01.
produtos hidratados. Na hidratação, há
formação de uma camada de gel em torno De forma geral, todos os tipos de cimento
dos grãos dos compostos anidros Portland são adequados a todos os tipos de
(PETRUCCI,1981). estrutura e aplicações. Existem, entretanto,
alguns tipos que são mais vantajosos ou
recomendáveis, e pode-se afirmar que os
2.1.2 - OS CIMENTOS PORTLAND cimentos CP I e CP II se destinam a
BRASILEIROS E APLICAÇÕES aplicações gerais, conforme Dal Molin.
Com suas normas de cimento baseadas no
modelo europeu, que conta com 27 tipos de
cimento normalizados pelo CEN (EN 197-
Fonte: Referência: Boletim Técnico ABCP BT-106 . “Guia Básico de Utilização do Cimento Portland”
A areia #100, com granulometria igual a 0,149 Na tabela 01 pode-se observar os diferentes
mm foi parcialmente substituída pela borracha lotes e suas variações :
#14 e a areia #50, de granulometria igual a
0,297 mm foi parcialmente substituída pela
borracha #9.
Fonte :Própria
Fonte: Própria
homogeneidade apropriadas para que o concreto fosse moldado nos corpos de prova.
Fonte: Própria
Em seguida, o concreto foi retirado e de Todavia, não houve areia #100 disponível
acordo com a NBR 5738 – Procedimento para para realização do segundo traço com 30%
moldagem e cura dos corpos de prova – de borracha #14, e desta forma, foram
foram moldados seis corpos de prova para moldados apenas seis corpos de prova para
cada lote de mistura produzido, totalizando 12 esse padrão de mistura.
corpos de prova para cada padrão de
A tabela 02 a seguir demonstra a
mistura.
correspondência do corpo de prova com o
lote fabricado:
Fonte : Própria
Fonte: Própria
Após o preenchimento das formas, realizou- Após serem faceados, os corpos de prova
se o adensamento, que é o processo para foram pesados e levados ao tanque d’água
retirada do ar do interior da massa, realizado para a cura em imersão. Foram totalmente
manualmente, com 30 golpes com haste de submersos em água de forma a evitar seu
aço. Os corpos de prova após adensamento ressecamento e possíveis rachaduras, as
foram levados a câmara úmida, onde ficaram quais inviabilizariam o uso do corpo de prova
por 24 horas e posteriormente levados a danificado.
câmara a vapor a 60º C por mais 24 horas
Ao adquirir as idades necessárias de 07, 14 e
para sua cura.
28 dias, os corpos de prova foram secos e
Em seguida, os corpos foram retirados da testados quanto a resistência por compressão
câmara e faceados para que seja possível o axial, conforme a NBR 5739, que também
nivelamento das bases de todos os corpos de padroniza os testes de compressão.
prova, de forma que a carga exercida no teste
de resistência a compressão axial seja
distribuída, conforme a NBR 5739 – Ensaio de 4.0 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Compressão de corpo de prova cilíndrico.
Os resultados obtidos estão dispostos na
Tabela 03:
No gráfico 03 pode-se visualizar a diferença Para o concreto com borracha #14 , essa
entre as resistências dos concretos usando- redução foi de 35% em média, quando
se a borracha #14 e #9, com teor de 10%. comparados com o padrão (concreto com 0%
de borracha). Para o concreto com borracha
Pode-se observar que com a substituição
#9, houve queda de 23% em média, em
parcial da areia pelo resíduo polimérico houve
relação ao concreto padrão.
uma redução significativa de resistência, em
todas as idades dos corpos de prova
testados.
É possível verificar que houve queda nas redução foi de 39% em média e o concreto
resistências obtidas quando compara-se as com borracha #9 a queda foi de 54% em
resistências obtidas com o concreto padrão. média.
Para o concreto com borracha #14 essa
1.INTRODUÇÃO 2. METODOLOGIA
A mineração é uma atividade industrial de As amostras de resíduos foram coletadas em
forte impacto econômico e de uma planta de beneficiamento de uma
desenvolvimento do país. Só em 2014, a indústria de Si localizada na Região
produção mineral chegou em US$ 40 bilhões, Amazônica, no qual o material foi submetido a
representando cerca de 5% do PIB industrial, processos metalúrgicos. Após procedimentos
estima-se ainda um investimento na produção de preparação de amostra, as mesmas foram
de bens minerais entre 2014 a 2018 um valor codificadas como RJSI. A caracterização
de US$ 53,6 bilhões [1]. mineralógica foi realizada por difratometria de
raios-X em um difratômetro D2-phaser
Apesar da atividade mineradora ser
(Bruker), tubo de Cu (1,5406 Å), faixa de 5 a
importante no crescimento econômico, há
uma constante preocupação ambiental neste
respectivamente. A análise por
setor, que inevitavelmente gera grandes
espectroscopia de infravermelho foi obtida
quantidades de subprodutos sem valor
por pastilha prensada a vácuo contendo
econômico em seu processamento ambiental,
0,200 g de KBr e 0,0013 g de amostra um
no qual são despejados em extensas e
espectrômetro de absorção molecular na
dispendiosas barragens. Na região
região IV com transformada de Fourier-FTIR
Amazônica pode-se observar a presença
(Bruker, Vertex 70). A morfologia por
destes produtos que em geral são
microscopia eletrônica de varredura (MEV) de
considerados como resíduos, em minas de
RJSI foi obtida a partir de sua dispersão em
Fe, Mn, Cu, Ni, Al, Si, caulim, dentre outros [2-
um suporte impregnado com grafite e
4].
metalizada com ouro. O instrumento utilizado
No caso da indústria do Si, tal subproduto é foi um microscópio da marca LEO-Zeiss, 430
formado na forma de cinzas volantes ou fly Vp, em condições de análise utilizando
ash, principalmente através de reações imagens secundárias obtidas a 20 KV, com
térmicas do minério com carvão mineral ou distância de trabalho de 11 mm. A análise da
vegetal, aparas de madeira, coque de composição química semi-quantitativa de
petróleo ou grafite [5]. Essas cinzas voláteis RJSI foi feita em um espectrômetro de
também são formadas em outros ramos microfluorescência de raios-X (Bruker).
industriais, como por exemplo, em
termelétricas, indústrias do carvão e em altos-
fornos metalúrgicos [6]. Um aspecto 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
interessante em relação a esses subprodutos
Para a identificação das fases cristalinas
está no crescente interesse em estudos de
presentes nos resíduos de Si, a técnica de
sua aplicação tecnológica (fertilizantes,
difração de raios-X foi inicialmente
cimento, zeólitas, tijolos, pavimentação, etc.)
empregada, com o difratograma mostrado na
para minimizar seu impacto ambiental, pois,
Figura 1. Através desta técnica foi possível
sabe-se que é de extrema importância, no
observar a presença de fases cristalinas
que se refere a destinação de um resíduo
baseadas totalmente em Si tais como quartzo
sólido, uma vez que resíduos fly ash podem
(PDF 46-1045), silício metálico (PDF 27-1402),
se tornar um passivo ambiental demandando
carbeto de silício ou monasseita (PDF 29-
grandes áreas e/ou custos com tratamento
1129) e cristobalita (PDF 11-0695), sendo que
para disposição final [7-10].
as últimas três fases devem ter sido formadas
No presente trabalho, apresenta-se a durante o processamento metalúrgico. A
caracterização de resíduos fly ash de uma elevação da linha base (background) no
mina de Si localizada na Região Amazônica difratograma sugere a presença de fases
(estado do Pará) para avaliar as suas amorfas. A microanálise da composição
propriedades químicas e mineralógicas, e química de RJSI revelou um teor de SiO2
assim desenvolver um trabalho futuro de seu acima de 60 % (em peso), resultado que está
reaproveitamento com possível aplicação em de acordo com a mineralogia descrita
áreas tecnológicas anteriormente. Adicionalmente, a presença de
Al2O3 (1,3 %), MgO (1,17 %), CaO (1,48 %) e
Fe2O3 (1,0 %) também foi identificada.
1000
0
10 20 30 40 50 60 70
Position [°2Theta] (Copper (Cu))
A imagem obtida da amostra RJSI por enquanto que os glóbulos irregulares podem
microscopia eletrônica de varredura é ser associados à fase de carvão amorfo que
mostrada na Figura 3. Uma morfologia de sofreu difusão em choque com outras
agregados de formas esféricas com partículas ou resfriamento acelerado (Fig. 3a)
diferentes diâmetros e tamanhos variados foi [13]. Outra morfologia na forma porosa
identificada, as esferas de superfície lisa são também foi observada e provavelmente está
comumente de composição silicoaluminosa, relacionada à micro sílica (Fig. 3b) [15].
Resumo: O cuidado com o meio ambiente e com o destino correto dos resíduos é
uma grande preocupação e algo que tem sido trabalhado em diversos espaços
(trabalho, escolas, universidades). No Brasil, cerca da metade dos municípios
ainda dispõe erroneamente os resíduos, como em lixões e alagados. Este estudo,
desenvolvido na disciplina de Tratamento de Resíduos do curso de Engenharia de
Alimentos da UDESC, visa analisar e auxiliar, por meio de uma pesquisa popular, a
realidade do destino de resíduos não recicláveis na cidade de Pinhalzinho,
localizada no oeste de Santa Catarina.
REFERÊNCIAS s/stories/legislacao/Lei__9605_98_Lei_de_Crimes_
Ambientais.pdf. Acesso em: 11 jul.2017.Brasil.
[1] Associação Brasileira de Normas Ministério do Meio Ambiente. Alternativa eficiente e
Técnicas. NBR 10004: Resíduos Sólidos – segura para destinação de lâmpadas
Classificação. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: fluorescentes. Disponível em:
http://www.unaerp.br/documentos/2234-abnt-nbr- http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/0E
10004/file. Acesso em: 12 jul.2017 732C8D/ApresBULBOX%20R1_AmbiensysAlexand
[2] Brasil. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de re_11nov09.pdf. Acesso em: 07 jul. 2017.
1998. Dispõe sobre as sanções penais e [3] Santa Catarina. Diretoria de Vigilância
administrativas derivadas de condutas e atividades Epidemiológica. Boletim Epidemiológico de 1º de
lesivas ao meio ambiente, e dá outras janeiro a 31 de dezembro de 2016. Disponível em:
providências, Brasília, DF, 12 de fev.1998. http://www.pinhalzinho.sc.gov.br/alerta-contra-
Disponível em: dengue-pinhalzinho-ainda-nao-registrou-casos-de-
http://www.icmbio.gov.br/apacostadoscorais/image dengue-neste-ano. Acesso em: 25 jun. 2017.
Os lixões em operação no Brasil afetam mais população e dos cuidados ao meio ambiente,
de 76 milhões de pessoas. As unidades devido as consequências negativas sofrido
inadequadas recebem 82.000 toneladas por pelo mesmo (ISWA, 2017). A Figura 3 detalha
dia, cujo prejuízo anual para os cofres público a disposição final de RSU no Brasil por tipo
gira em torno dos R$ 3,6 bilhões para tratar de destinação.
dos problemas causados na saúde da
resultados satisfatórios nos ensaios de etapa baseada em ALVES (2008). Para efeito
antagonismo (MÉLO-SCHLUB, 2017). comparativo quatro tipos de ensaios foram
realizados, RSU + água, lodo anaeróbio, RSU
O tipo de BMP utilizado foi o tradicional de
+ lodo e finalmente RSU + lodo + consórcio
vidro (borossilicato), servindo de digestor
bacteriano. Na Tabela 1 tem-se o
anaeróbio e onde foram inoculadas as
detalhamento de cada tipo de ensaio com
linhagens bacterianas.
BMP e na Figura 4 o processo de inoculação
A inoculação do consórcio bacteriano no e monitoramento da produção de biogás no
ensaio BMP foi realizada em parceria com BMP.
HOLANDA (2016), sendo a metodologia nesta
Tabela 1:
Volume
Volume Volume de
Massa de de água de lodo Massa Consórcio
Ensaio Nome RSU (g) (mL) (mL) lodo (gS) (mL)
RSU + água S1, S2, S3 5 50 0 0 0
Lodo anaeróbio S4, S5 ,S6 0 0 50 2,51 0
RSU + lodo S7, S8, S9 5 0 50 2,51 0
RSU+lodo+consórcio S10, S11, S12 5 0 25 1,25 25
Fonte MÉLO-SCHLUB (2016).
A média entre as réplicas foi realizada para nos ensaios RSU + Lodo + CM demostra o
obter a taxa de geração de biogás e de comportamento da digestão do substrato nos
metano. BMPs pelo consórcio bacteriano inoculado. A
primeira fase de degradação da M. O., a
No gráfico da taxa de geração de biogás,
hidrólise, foi estimulada pela adição do
representado na Figura 5, a produção de
consórcio bacteriano formado por bactérias
biogás apresentou um grande pico no
hidrolíticas. Neste primeiro dia, os BMPs
primeiro dia de inoculação nos BMPs. Do
continham uma grande quantidade de M. O. e
segundo dia em diante houve o decréscimo
a presença de O2, servindo de substrato e de
da cinética (degradação da matéria orgânica)
combustível, respectivamente para estas
microbiológica do substrato envelhecido e
bactérias. As bactérias hidrolíticas produziram
consequentemente a diminuição da produção
CO2 e substratos menos complexos para as
do biogás em todos os BMPs. Nos BMPs RSU
bactérias acidogênicas, assim estimulado o
+ Lodo + CM (Consórcio Microbiano =
processo de degradação nas etapas
Consórcio Bacteriano), o primeiro dia, a
seguintes fornecendo às bactérias
degradação atingiu o seu maior pico (35
metanogênicas meios mais favoráveis para se
NmL/dia), depois deste dia a degradação
desenvolver e produzir mais metano. A
diminuiu rapidamente, chegando no sétimo
produção do metano chegou ao seu ápice em
dia à 7,07 NmL/dia. O decréscimo de
pouco tempo em torno do 16º e 20º dia,
degradação provocou a queda de 79,80% da
diminuindo em seguida, progressivamente até
geração de biogás.
a sua estabilização. A geração de CH4 foi
No gráfico da taxa de geração de metano, superior às outras três condições sem o
representado na Figura 6, a curva produzida consórcio bacteriano (RSU + Lodo, RSU +
pela taxa de geração de metano dos BMPs H2O e Lodo).
Figura 5. Taxa de geração de biogás (NmL/dia) RSU (Resíduo Sólido Urbano); H2O (água); CM
(Consórcio Microbiológico = Consórcio Bacteriano)
Figura 6. Taxa de geração de metano (NmL/dia) RSU (Resíduo Sólido Urbano); H2O (água); CM
(Consórcio Microbiológico = Consórcio Bacteriano)
Figura 7. Volume de biogás acumulado (NmL) RSU (Resíduo Sólido Urbano); H2O (água); CM
(Consórcio Microbiológico = Consórcio Bacteriano)
Figura 8. Volume de metano acumulado (NmL)RSU (Resíduo Sólido Urbano); H2O (água); CM
(Consórcio Microbiológico = Consórcio Bacteriano)
O potencial de geração de biogás é o volume relação aos outros tipos de ensaios. RSU +
de biogás gerado por grama de material Lodo + CM (38,40 NmL/gs) enquanto RSU +
sólido seco (NmL/gMS). Lodo (29,81 NmL/gs). O Lodo e RSU + água
apresentam praticamente o mesmo potencial
Os BMPs contendo o consórcio bacteriano
(12,12 NmL/gs e 11,04 NmL/gs
apresentou uma performance superior em
respectivamente).
Figura 9 – Potencial de geração de biogás (NmL/gMS) RSU (Resíduo Sólido Urbano); H2O (água);
CM (Consórcio Microbiológico = Consórcio Bacteriano)
Figura 10 – Potencial de geração de metano(NmL/gMS) RSU (Resíduo Sólido Urbano); H2O (água);
CM (Consórcio Microbiológico = Consórcio Bacteriano)
[21] PROJETO BIOGÁS. 2004. Biogás. Swedish Waste Management U2009:03. Swedish
Disponível Gas Centre Report 207. 142 f. Disponível em: <
em:<http://.net11.com.br/eecc/biogas/biogas.html> http://www.eac-
. Acesso em: 02 jul 2014. quality.net/fileadmin/eac_quality/user_documents/3
_pdf/Microbiological_handbook_for_biogas_plants.
[22] RESÍDUOS URBANOS. Campanha pelo
pdf>. Acesso em: 15 jan. 2016.
fechamento dos lixões. 2017. Disponìvel
em:<http://www.sambiental.com.br/noticias/campa [24] VITORATTO, E., 2004 Tratamento de
nha-pelo-fechamento-dos-lix%C3%B5es>. Acesso effluents líquidos- orgânicos- sistemas
em: 20 ago. 2017. anaeróbios.2004.Disponívelem:
<http://arpacurvelo.com.br/documentos/sistemas_a
[23] SCHNÜRER, A.; JARVIS, A.
naerbios.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2016.
Microbiological Handbook for Biogas Plants.
ossui Graduação em Química Industrial pela Universidade Federal do Pará (2005), Doutorado
Sandwiche (Brasil-Alemanha) em Ciências (Geoquímica) pela Universidade Federal do Pará e
Martin Luther Universität (2012) e Pós doutorado em mineralogia e geoquímica pelo Museu
Paraense Emílio Goeldi (2013) e Instituto de Geociências da UFPA (2014). É professor do
Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Universidade Federal do Oeste do Pará
(UFOPA) e atualmente desenvolve pesquisa em química ambiental e de materiais. É
coordenador de projetos financiados pelo CNPQ e Capes em que aborda o reaproveitamento
de rejeitos da mineração da Amazônia para obtenção de materiais de importância
tecnológica. Atualmente coordena o Laboratório de Síntese e Caracterização de Materiais do
Instituto de Geociências da UFOPA, participa como membro do Comitê Interno do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (2015-2019) e da vice-coordenação de
mestrado interdisciplinar em Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida (PPGSAQ/UFOPA).
de los Pueblos de Europa. Tem publicações em coautoria sobre espaços não formais de
educação ambiental. Organizadora do livro Ocas do Conhecimento: Uma Experiência
Inovadora no Município de Manaus.
GIOVANA GIAROLA
Graduanda da faculdade de Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
MONALISA NASCIMENTO
Graduada em Bacharelado em Turismo - FAFIRE; Pós-Graduada em Perícia e Auditoria
Ambiental - FAFIRE; Graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária - UNINASSAU;
Graduanda em Gestão Ambiental - UNICESSUMAR; Diretora Administrativa e Meio Ambiente
- MF Recicláveis - Cidade de Moreno - PE.
MÔNICA BAGNARA
Possui doutorado em engenharia química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), atuando na obtenção de fotocatalisadores imobilizados para aplicação na oxidação
fotocatalítica de corantes, contaminantes emergentes e desinfecção do ar. Possui mestrado
em engenharia química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2011),
onde trabalhou na síntese de fotocatalisadores ativos sob radiação visível. Graduada em
engrenharia química pela Universidade Comunitária Regional de Chapecó (UNOCHAPECÓ,
2008). Atualmente atua como professora colaboradora na Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC).
NAIARA EVA ARAÚJO CRUZ
Graduada em Licenciatura plena em Ciências Agrárias pelo Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do Maranhão – Campus Codó. Foi bolsista CAPES no Programa
Institucional de Iniciação a Docência – PIBID dentro do sub-projeto Ciências Agrárias de
2012 à 2015. Foi estagiária junto ao Grupo de Estudos em Pastagem, Alimentação e
Sanidade Animal – GEPASA no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do
Maranhão – Campus Maracanã, na área de produção de pequenos ruminantes.
NAYANE BORGES
Graduanda em Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambientais - UFPE; Estagiária
AUTORES
SUELLEN DIAS
Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas - UFPE; Pós-graduada em Gestão
Ambiental - FAINTVISA; Graduanda em Gestão Ambiental - IFPE; Pós-graduanda em
Engenharia Ambiental - UCAM PROMINAS; Professora da Rede Estadual de Ensino de
Pernambuco.