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Teoria queer é uma teoria (social) que afirma que orientação sexual e identidade sexual são

resultados de construções sociais e que não existe papéis sexuais “primos” ,ou seja,
biologicamente inscritos na natureza humana, antes formas socialmente variáveis de
desempenhar um ou vários papéis sexuais. A teoria queer busca ir além do homem vs. mulher
e também aprofundar os estudos sobre minorias sexuais dando atenção as processos sociais
que sexualizam a sociedade como um todo de forma a heterossexualizar e/ou homossexualizar
instituições, discurso e direitos. A teoria queer propõe analisar esses processos sociais a partir
de uma perspectiva com foco em pessoas socialmente estigmatizadas, portanto dando maior
atenção a identidades sociais “desviantes” dos padrões da sociedade e nos processos de
formação de sujeitos do desejo classificados em legítimos e ilegítimos. Neste sentido, a teoria
queer é bem distinta dos estudos gays e lésbicos, pois considera que estas culturas sexuais
foram normalizadas e não apontam para a mudança social. Daí surge o interesse em estudar o
travestilidade, a transsexualidade e a intersexualidade, mas também culturas sexuais não-
hegemônicas caracterizadas pela subversão ou rompimento com normas socialmente
prescritas de comportamento sexual e/ou amoroso.

A teoria queer recusa a classificação dos indivíduos em categorias como "homossexual",


"heterossexual", "homem" ou "mulher", sustentando que estas escondem um número enorme
de variações culturais, nenhuma das quais seria mais "fundamental" ou "natural" que as
outras. Contra o conceito clássico de género, que distinguia o "heterossexual" socialmente
aceito (em inglês straight) do "anómalo" (queer), a teoria queer afirma que todas as
identidades sociais são igualmente anômalas. A teoria queer critica também as classificações
sociais da psicologia, da filosofia, da antropologia e da sociologia tradicionais, baseadas
habitualmente na utilização de um único padrão de segmentação — seja a classe social, o
sexo, etnia ou qualquer outro — e defende que as identidades sociais se elaboram de forma
mais complexa, pela intersecção de múltiplos grupos, correntes e critérios.

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