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Gerenciamento eletrônico
do motor
Gerenciamento eletrônico
do motor
ÍNDICE
Introdução 05
A mistura ar e combustível 06
O sistema de ignição 09
A central eletrônica 32
Os sensores 34
Interruptor inercial 46
Os atuadores 47
O sistema de alimentação 50
Introdução
Aproveite!
05
Gerenciamento eletrônico do motor
A mistura ar e combustível
A mistura ideal para o funcionamento do motor e que proporciona menor emissão de poluentes
está ligada diretamente ao tipo de combustível utilizado, bem como a mistura entre dois com-
bustíveis como nos veículos FLEX. A mistura entre o ar e o combustível é chamada de ideal ou
estequiométrica. O sistema de gerenciamento eletrônico do motor trabalha para manter a mistu-
ra sempre estequiométrica.
A seguir apresentamos uma tabela com relação estequiométrica dos principais combustíveis:
Combustível Proporção em kg
Gasolina 14,7/1
Álcool 9,0/1
Diesel 15,2/1
Metano 17,2/1
⌬
(HC + O2 → CO2 + H2O)
Onde:
O2 = Oxigênio
H2O = Água
Para sabermos se a mistura está ideal, basta dividirmos a quantidade de mistura aspirada pela
quantidade de mistura necessária para que se tenha relação ideal ou estequiométrica. Esta rela-
ção é conhecida como fator lambda, e é representada pela letra grega lambda (λ). Se o resul-
tado for igual a um (lambda = 1) a mistura será estequiométrica (ideal).
(ar/combustível)
=
(ar/comb. estequiométrico)
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Gerenciamento eletrônico do motor
Se for menor que um (lambda < 1) a mistura será rica (mais combustível e menos ar) e se for
maior que um (lambda > 1) a mistura será pobre (mais ar e menos combustível).
CO Monóxido de carbono
HxCy Hidrocarbonetos
H2 Hidrogênio
CH4 Metano
O2 Oxigênio
Para iniciar nossa explicação é importante que você saiba que o gerenciamento eletrônico do
motor é um sistema em que tanto a injeção do combustível quanto a ignição são controladas
por uma central eletrônica, da qual falaremos mais detalhadamente no próximo capítulo. Esta
central está conectada a sensores e atuadores, os quais serão estudados oportunamente.
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Gerenciamento eletrônico do motor
08
Gerenciamento eletrônico do motor
O sistema de ignição
A função do sistema de ignição é transformar a energia fornecida pela bateria, de baixa tensão
(12V), para alta tensão (aproximadamente 20 mil Volts) nas velas de ignição, produzindo a
centelha para iniciar a queima da mistura ar-combustível. Além disso, o sistema distribui a cente-
lha para as câmaras de combustão dos cilindros, de acordo com a ordem de ignição do motor.
• controle de duração da centelha, que deve garantir a combustão para mistura rica, pobre ou
nas partidas a frio.
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Gerenciamento eletrônico do motor
O sistema de ignição deve controlar ainda o momento exato da centelha, a fim de evitar a
detonação do motor (batida de pino), aproveitar a potência deste motor, gerenciar o consumo
de combustível e diminuir a emissão de poluentes.
Atualmente, a grande maioria dos veículos utiliza o sistema de ignição eletrônica. Porém, até
alguns anos atrás os veículos usavam o sistema de ignição convencional (a platinado).
Vamos estudar esse tipo de sistema, que ajudará na compreensão dos sistemas atuais.
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Esquema elétrico
Com o platinado fechado, o terminal 1 da bobina de ignição está ligado à massa. Acionando
o comutador de ignição, o enrolamento primário da bobina (L1) é energizado com tensão da
bateria (12V). A bobina de ignição é um autotransformador. A tensão de 12V é aplicada ao
enrolamento primário (L1).
15 4
15 distribuidor
L L
30 1 2
1
+
-
velas
No instante em que isto ocorre é gerada, no secundário da bobina (L2), uma força contra-eletro-
motriz, devido à energia armazenada na bobina.
Quanto maior for a relação de espiras L1/L2 e a intensidade da corrente do primário no instante
de abertura do platinado, maior será a tensão induzida no secundário.
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Gerenciamento eletrônico do motor
O arco elétrico poderia provocar desgastes nos contatos do platinado e aumentar o tempo de
extinção da corrente primária, diminuindo a tensão do secundário.
A centelha é formada nas velas quando a tensão do secundário atinge o valor de ruptura da
rigidez dielétrica da mistura ar-combustível. O gráfico ao lado ilustra o funcionamento do siste-
ma.
Platinado
Corrente primária
100
Tensão primária
V
Tensão de bateria
0
15
KV
Tensão de ignição
Tensão secundária
Pico de tensão
10
Duração da faísca
5
Tensão de queima
0
0 10 20 30 ms
Tempo
A corrente e a tensão em função do tempo, quando há
formação de faísca
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Gerenciamento eletrônico do motor
Fase 2: quando o platinado se abre, é criada no primário uma força contra-eletromotriz, ou ten-
são de auto-indução de aproximadamente 300 V, que carrega o capacitor. Ao mesmo tempo,
a variação do campo magnético no enrolamento primário induz uma alta tensão no enrolamen-
to secundário, que aumenta subitamente até chegar à tensão de ignição (em torno de 20 mil
Volts), produzindo a centelha na vela.
Vs = Vp . Ns
Np
Vs = tensão do secundário
Vp = tensão do primário
Ns = no de espiras do secundário
Np = no de espiras do primário
A tensão do secundário pode atingir até 30 kV, pois o número de espiras do secundário é
aproximadamente cem vezes maior que o do primário.
Platinado
fechado aberto
A seqüência de funcionamento (abertura do platinado 300
Tensão primária no condensador
150
300
0 0,2 0,4 0,6 ms
Curva de tensão em função do tempo Tempo
no condensador de ignição
a - primeira carga do condensador
b - primeira descarga do condensador
c,e - cargas subseqüentes
d,f - descargas subseqüentes
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Após atingir a tensão de ignição, a tensão no secundário cai repentinamente para o nível de
tensão de manutenção da centelha, que permanece durante 0,6 a 12 ms.
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15 Tensão de ignição
10 b a
Tensão
5 de queima
0
to tz
5
aprox. 30 μs
10
15 1.000 μs = 1 ms
KV KV
n = 1.000 rpm Duração da faísca n = 5.000 rpm
15 10
Duração da faísca
Tensão na vela
Tensão da vela
10 5
K
5
S 0
0
5
1.000 μs = 1ms
aprox. 30 μs 1.000 μs = 1 ms
0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
0 0,5 10 1,5 2,0 2,5 ms Tempo
Tempo
Curva da tensão em função do tempo na vela, no caso
A tensão em função do tempo numa vela com mistura de mistura em forte turbulência
parada ou apenas pouco movimentada
A distribuição da centelha na ordem correta e no momento exato é realizada pelo rotor interno
ao distribuidor.
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+U
Tensão
0 t
-U
tz tz tz
Tempo
A partir da freqüência desse sinal gerado, a central de ignição eletrônica calcula o número de
impulsos que o seu módulo de potência irá enviar à bobina de ignição para produzir o cente-
lhamento nas velas. O módulo de potência envia os impulsos através do chaveamento de um
transistor interno, substituto do platinado.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Esquema elétrico
2 - Bobina de ignição: tem a mesma função que no sistema convencional, com alterações
construtivas.
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O distribuidor é substituído por bobinas estáticas e, na maioria dos sistemas, o módulo de igni-
ção é incorporado à central de injeção eletrônica. Assim, o mesmo sensor de rotação e PMS é
utilizado pela central de injeção-ignição eletrônica como referência para o centelhamento das
velas no instante correto, qualquer que seja o regime de funcionamento do motor.
1 - Bateria
2 - Cabos de velas
3 - Velas de ignição
4 - Bobinas de ignição (transformador de ignição)
5 - Central de ignição/injeção (com módulo de potência para as bobinas, incorporado ou não,
dependendo do sistema)
6 - Comutador de ignição
7 - Fusível de proteção
8
7
1 6
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Exigências elétricas
Deve trabalhar até mesmo sob altas tensões de ignição (mais de 40,000 volts) e ter alta capaci-
dade de isolação sob temperaturas de até 1.000˚C.
Exigências mecânicas
Além de uma alta resistência mecânica para sua segura instalação, deve ter resistência a oscila-
ções de pressão na câmara de combustão de até 100 bars aproximadamente.
Exigências químicas
Deve ser resistente aos processos químicos desenvolvidos dentro da câmara de combustão sob
altas temperaturas.
Exigências térmicas
Para uma operação segura, deve ter boa resistência ao calor tanto no isolador quanto nos ele-
trodos.
Desenho em corte
O tipo de construção, os materiais utilizados e o processo de produção determinam juntos o
quanto a vela de ignição atende às altas exigências a ela impostas.
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1. Barreira contra fugas de corrente - Impedem fugas de alta tensão, e com isso, as
falhas de ignição.
5. Carcaça - A carcaça é feita de aço e niquelada para maior proteção contra corrosão. É uti-
lizada para fixar a vela à cabeça do cilindro.
6. Massa de vidro - A massa de vidro utilizada é elétrica e termicamente condutiva. Sua fun-
ção é também conectar o pino de conexão ao eletrodo central.
8. Eletrodo central - O eletrodo central consiste em uma liga de níquel-cromo com núcleo de
cobre.
9. Eletrodo massa
O grau térmico é importante porque é necessário manter uma temperatura mínima na câmara
de combustão para prevenir carbonização (autolimpeza) e conseqüentemente, as falhas de igni-
ção. Por outro lado, é necessário também não exceder uma certa temperatura máxima para a
prevenção de auto-ignição.
Por essas razões, a faixa de temperatura operacional da vela de ignição é definida de acordo
com a potência específica de cada motor.
O grau térmico de cada tipo de vela é indicado por um número e esse número faz parte da
designação das velas Bosch.
Assim como no termômetro, números baixos como 4 e 5 representam velas “frias”, para velas
Bosh, ou seja, velas com alta capacidade de dissipação do calor gerado pelo motor - Ex.
Ferrari.
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Números mais altos, como 7 e 8 representam velas “quentes”, ou seja, velas com baixa capaci-
dade de dissipação do calor gerado pelo motor - Ex. Fusca.
A “NGK” utiliza a classificação inversa, quanto maior o número correspondente ao grau tér-
mico, mais “fria” a vela será, e quanto menor o número correspondente ao grau térmico mais
“quente” teremos a vela.
Faixa de pré-ignição
1400
1200
1000 1
Faixa de segurança
Temperatura
800
2
Faixa de temperatura de
600 trabalho
500
3
400
Temperatura de autolimpeza
200
0
0 Potência 100%
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1. O veículo deve ter rodado um percurso de pelo menos 10 Km, com o motor funcionando em
diferentes rotações, todas situadas na faixa média de potência.
1 - Normal
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Causas
Filtro de ar sujo
Efeitos
Falhas de ignição
Soluções
Substituir o filtro de ar
Acelerar o motor (rodando com o veículo) lentamente até a carga total (rotação máxima), para queimar
os resíduos de carbono
Evitar que o motor funcione por muito tempo em marcha lenta, especialmente quando estiver frio
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Causas
Em motores de 4 (quatro) tempos - óleo em excesso na câmara de combustão - Guias de válvulas, cilin-
dros e anéis do pistão estão gastos
Efeitos
Dificuldade na partida
Soluções
Causas
Efeitos
Se o pé do isolador chegar a temperaturas muito altas, os resíduos de chumbo tornar-se-ão condutores
elétricos, fato que pode ocorrer com veículo em alta velocidade, causando falhas de ignição
Soluções
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Causas
Efeitos
Se o pé do isolador chegar a temperaturas muito altas, os resíduos de chumbo tornar-se-ão condutores
elétricos, fato que pode ocorrer com veículos em alta velocidade, causando falhas de ignição
Soluções
6 - Resíduos de impurezas
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Causas
Aditivos do óleo ou do combustível deixam resíduos incombustíveis na câmara de combustão (pistão, vál-
vula, cabeçote) e na própria vela. Isso ocorre especialmente em motores com um consumo de óleo acima
do normal, ou quando se utiliza combustível de qualidade inferior
Efeitos
Soluções
Trocar as velas
Regular o motor
Causas
Combustão por incandescência causada por temperaturas extremamente elevadas na câmara de com-
bustão em decorrência, por exemplo, de uso de vela muito quente; resíduos na câmara de combustão;
válvulas defeituosas; ponto de ignição muito adiantado; mistura muito pobre; sistema de avanço do
distribuidor com defeito; combustível de má qualidade; vela mal apertada
Efeitos
Falhas de ignição
Perda de potência
Danos ao motor
Soluções
Aconselha-se averiguar a qualidade do combustível que está sendo utilizado
Substituir as velas
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Causas
Efeitos
Falhas de ignição
Perda de potência
Danos ao motor
Soluções
Substituir as velas
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Causas
Combustão por incandescência causada por temperaturas extremamente elevadas na câmara de com-
bustão em decorrência, por exemplo, de uso de vela muito quente; resíduos na câmara de combustão;
válvulas defeituosas; ponto de ignição muito adiantado; mistura muito pobre; sistema de avanço do
distribuidor com defeito; combustível não especificado para o tipo de motor
Efeitos
Antes do dano total do motor, ocorre perda de potência
Soluções
Substituir as velas
Causas
Não observância do tempo recomendado para a troca das velas
Efeitos
Solavancos do motor devido a falhas de ignição (especialmente na aceleração do veículo); a tensão de
ignição exigida, pela grande distância entre os eletrodos, é alta demais. Partida difícil
Soluções
Trocar as velas ou examiná-las de acordo com as instruções dos fabricantes.
Certifique-se do tipo ideal ao modelo do veículo, consultando sempre a tabela de aplicação ou reco-
mendação do fabricante
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Gerenciamento eletrônico do motor
Causas
Presença de aditivos corrosivos no combustível e óleo lubrificante. Esta vela não foi sobrecarregada termi-
camente, não se tratando portanto de um problema de índice térmico
Depósitos de resíduos provocam influências no fluxo dos gases
Efeitos
Partida difícil
Soluções
Trocar as velas. Certifique-se do tipo ideal ao modelo do veículo, consultando sempre a tabela de aplica-
ção ou recomendação do fabricante
12 - Pé do isolador trincado
Causas
Dano causado por pressão no eletrodo central como conseqüência do uso de ferramentas inadequadas
na regulagem da folga. Exemplo: abrir os eletrodos com uma chave de fenda
Corrosão do eletrodo central por aditivos agressivos no combustível
Depósitos de resíduos de combustão entre o pé do isolador e o eletrodo central
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Efeitos
Partida difícil
Soluções
Trocar as velas. Certifique-se do tipo ideal ao modelo do veículo, consultando sempre a tabela de aplica-
ção ou recomendação do fabricante
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Gerenciamento eletrônico do motor
O momento em que a vela deve conduzir a centelha para a ignição é muito importante, pois se
a centelha ocorrer muito antes do pistão atingir o ponto ideal, pode ocorrer o que chamamos
de detonação ou “ batida de pino”. Esse fenômeno ocorre a partir de um a queima rápida e
espontânea de parte da mistura quando submetida a pressões e temperaturas crescentes.
• combustível adulterado;
• taxa de compressão muito alta;
• mistura pobre;
• ponto de ignição muito avançado;
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Gerenciamento eletrônico do motor
Outro fenômeno que pode ocorrer é a pré-ignição, ou seja, a queima da mistura por fonte de
calor não controlada antes de ocorrer a centelha da vela. Quanto mais se eleva a temperatura
na câmara de combustão, mais cedo pode ocorrer a pré-ignição, diminuindo consideravelmente
a potência do motor.
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Gerenciamento eletrônico do motor
A central eletrônica
Sensores
Central eletrônica
Atuadores
É considerada o cérebro de todo o mecanismo, pois gerencia todo o sistema, além de ativar
rotinas de autodiagnósticos e simulação dos sinais dos sensores (recovery). A central está em
condição de processar uma enorme quantidade de informações (parâmetros) que são importan-
tes para a dosagem de combustível e medição da massa de ar admitida.
A central verifica continuamente os sinais dos sensores e corrige os valores, comparando-os com
os limites permitidos para cada um. Se os limites forem superados, o sistema reconhece a ava-
ria acendendo uma lâmpada indicativa no quadro de instrumentos (luz espia).
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A central faz o reconhecimento dos sinais de vários sensores e monitora várias funções.
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Os sensores
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Princípio de funcionamento
Na roda fônica (7) existem sessenta dentes, dois dos quais são removidos para criar uma refe-
rência (4). O passo da roda corresponde, então, a um ângulo de 6° (360˚ divididos por 60
dentes). O ponto de sincronismo (6) é reconhecido no final do primeiro dente logo depois do
espaço dos dois dentes que faltam.
Obs.: a localização e a quantidade de dentes da roda fônica podem variar conforme o siste-
ma de injeção/ignição.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Medida de tensão
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Gerenciamento eletrônico do motor
Sensor de fase
Sua função é informar a referência de fase
do 1º cilindro para determinar o momento
de injeção e/ou ignição (seqüencial).O sinal
enviado à central eletrônica é gerado por
um sensor de efeito HalI (2) montado junto à
polia (1) de comando da árvore de coman-
do de válvulas no lado da admissão.
VH = R.IV.B
d
V = tensão Hall
H
R = constante Hall
I = corrente de controle
V
(Gerada por fonte externa ao sensor)
B = campo magnético
Tempo (s) d = espessura do condutor
Janela fechada (nível baixo)
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Gerenciamento eletrônico do motor
Medidor de massa de ar
Esse sensor, também conhecido como medidor
do fluxo de ar, ou debímetro, mede a massa de
ar admitida pelo motor.
A massa de ar que atravessa o canal de medida retira calor da membrana. Para que a mem-
brana se mantenha à temperatura constante, uma certa corrente deve passar pela resistência.
Esta corrente é medida por uma ponte de Wheatstone. A corrente é proporcional à massa de ar
que flui. O instrumento mede diretamente a massa de ar (não o volume), o que elimina proble-
mas de temperatura, altitude, pressão, etc.
O funcionamento correto do medidor depende do estado do filtro de ar, que deverá ser subme-
tido a controles freqüentes.
Princípio de funcionamento
A ponte de Wheatstone (associação dos resis-
tores R3, R2, Rs, Rt + R1) está em equilíbrio
quando Rs se encontra cerca de 120°C acima
da temperatura do ar. O ar que atravessa a
membrana subtrai calor ao resistor Rs e, desse
modo, a ponte se equilibra.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Sensor de temperatura
Esse sensor tem a função de informar a temperatura do ar ou do líquido de arrefecimento do
motor à central de injeção/ignição.
Nos veículos atuais da gama FIAT o sensor de temperatura do líquido de arrefecimento têm
como função adicional informar a central de injeção o momento exato da ativação do ele-
troventilador do sistema de arrefecimento em substituição ao antigo interruptor termométrico
(Cebolão).
Obs.: é importantíssimo manter o sistema de arrefecimento sempre limpo e com aditivo (etile-
noglicol), a fim de prevenir possíveis erros de leitura e defeitos no sensor.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Medida de resistência
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Gerenciamento eletrônico do motor
Sonda lambda
A sonda lambda está localizada antes do conversor catalí-
tico e tem como função medir o conteúdo de oxigênio nos
gases de descarga e informar à central para que a central
possa corrigir a quantidade de combustível injetado. Nos
veículos Fiat, a sonda lambda pode apresentar 3 ou 4
cabos elétricos.
Obs.: Alguns sistemas (veículos importados) possuem duas sondas lambda para controle do
catalisador.
Sensores de Zircônio
A superfície externa do elemento de zircônio está em contato com o gás de escape; a interna
está em contato com o ar de referência. Ambas estão revestidas por uma fina camada de plati-
na, que agem como eletrodos para conduzir o sinal do sensor (do elemento de zircônio) até os
fios condutores.
Gás de escape
Ar
Eletrossensor
Uma importante característica do elemento de zircônio é que ele se torna condutor de íons de
oxigênio a uma temperatura acima de 300°C, gerando uma tensão elétrica. Esta tensão elétrica
é gerada se houver uma diferença na concentração de oxigênio entre a parte interna e a exter-
na do elemento. Uma tensão próxima a zero é gerada se a mistura ar/combustível for pobre
(λ > 1) e uma tensão próxima a 1V se ela for rica (λ < 1).
500
0
0,9 1.0 1.1
Lambda (λ)
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Gerenciamento eletrônico do motor
A ECU usa a tensão produzida pela Sonda Lambda para gerenciar a mistura de combustível.
Visto que o sensor apenas produz a tensão quando o elemento está acima de 300°C, o gás de
escape leva algum tempo para aquecer o elemento a esta temperatura, após o motor ter sido
acionado. Para reduzir o tempo que leva para o sensor começar a funcionar, muitos sensores
hoje em dia, possuem um aquecedor interno de cerâmica. Estes sensores têm 3 ou 4 fios con-
dutores. Os aquecedores de cerâmica NTK utilizam nossa longa experiência na tecnologia de
filme espesso multicamada, assegurando alta performance e confiabilidade.
ISO HEGO
Este sensor possui um fio adicional para o sinal de massa em relação ao sensor convencional
com aquecedor (HEGO). A estabilidade do sinal é assegurada pela total isolação entre o terra
do sensor e a carcaça metálica externa, através de uma cerâmica especialmente projetada. Isto
garante maior vida útil à sonda, pois elimina possíveis falhas proveniente de oxidação entre o
escapamento e a sonda.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Resistência de isolação
100
10
1
600 700 800 900
Temperatura de gás de escape (˚C)
• Lembre-se de que velas de ignição, cabos de vela, falsa entrada de ar, catalisador, eletroin-
jetores, bobina de ignição, sensores defeituosos ou motor queimando óleo de forma irregular
podem causar mau funcionamento da sonda lambda.
Medida de tensão
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Gerenciamento eletrônico do motor
Tempo
Sensor de detonação
Dispositivos que captam as vibrações da detonação no bloco
do motor e as transformam em sinais elétricos. O sensor de detonação
(knock sensor) fornece um sinal de resposta que é utilizado para o controle
do avanço de ignição, auxiliando na melhoria do desempenho do motor e
na economia de combustível.
As surpefícies de contato entre o sensor e o bloco do motor devem estar livres de qualquer tipo
de imperfeições.
• Seu torque deve ser respeitado, pois a falta ou excesso de torque alteram a resposta do
sensor.
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Gerenciamento eletrônico do motor
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Gerenciamento eletrônico do motor
Interruptor inercial
O sistema de alimentação é equipado também com o interruptor inercial que cumpre a função
de desativar a eletrobomba de combustível em casos de colisões do veículo e ainda sinalizar no
quadro de instrumentos sua ativação através da mensagem FPS ON.
Com todos esses sensores informando as condições de funcionamento do motor, a central age
através dos atuadores do sistema quando é necessário fazer alguma correção.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Os atuadores
Os atuadores são dispositivos que, comandados pela central, são capazes de influenciar o fun-
cionamento do motor.
Obs.: Nos veículos equipados com borboleta motorizada, o controle da marcha lenta é efetua-
do pela mesma.
Medida de tensão
47
Gerenciamento eletrônico do motor
As bobinas
As bobinas são constituídas de dois enrola-
mentos, sendo o primário, baixa tensão, e
o secundário que gera a alta tensão para
as velas. As bobinas cumprem a função
de transformar um nível de tensão baixo
em outro mais alto. No caso da ignição,
são as bobinas, comandadas pela central,
que, através de seus enrolamentos primário
(baixa tensão) e secundário (alta tensão),
produzirão o centelhamento nas velas.
O relé
Variador de fase
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Gerenciamento eletrônico do motor
Eletroinjetores
Para que o combustível chegue até os eletroinjetores é necessário que haja um sistema de ali-
mentação eficiente, e é dele que vamos falar agora!
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Gerenciamento eletrônico do motor
O sistema de alimentação
5 1 - Tanque
2 - Eletrobomba
1 3 - Filtro de combustível
3
4 - Regulador de pressão
5 - Tubo distribuidor de
combustível
O corpo de borboleta será diferente para cada tipo de sistema, ou seja, SPI ou MPI. Mas quais
são os tipos de sistemas e como funcionam?
44SMF8
No corpo de borboleta estão alojados:
Nos veículos com borboleta motorizada os componentes estão localizados dentro do corpo de
borboleta.
50
Gerenciamento eletrônico do motor
O sistema single point injection (s.p.i.) é a injeção de ponto único onde há somente um eletroin-
jetor localizado no corpo de borboleta.
51
Gerenciamento eletrônico do motor
52
Gerenciamento eletrônico do motor
Dentre as principais modificações, desde o sistema carburado, podemos citar ainda a eletro-
bomba de combustível em substituição à bomba mecânica. A pressão da linha é de 1,0 bar,
1,5 bar, 3,0 bar ou 3,5 bar dependendo do sistema.
Filtro combustível
Corpo de alumínio/plástico
Elemento filtrante
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Gerenciamento eletrônico do motor
Filtro de combustível
Filtros de combustível são usados para proteger o sistema de combustível de impurezas como
sujeira, ferrugem e contaminantes presentes no combustível, provenientes do transporte, estoca-
gem e do próprio tanque do veículo, evitando assim, a obstrução dos pequenos orifícios calibra-
dos dos eletroinjetores.
Filtros de ar
Ar impuro
Ar filtrado (puro)
Pó e partículas de sujidade
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Gerenciamento eletrônico do motor
Obs.: Atualmente os veículos da gama FIAT vem equipados com uma linha de alimentação de
combustível com retorno pós filtro.
FU
EL
Envio
Retorno
Atualmente a Fiat utiliza o sistema “Returnless” (sem retorno), que consiste em utilizar o regula-
dor de pressão montado junto a eletrobomba de combustível, neste sistema existe somente uma
tubulação de envio sob pressão constante, não existindo a tubulação de retorno.
55
Gerenciamento eletrônico do motor
O sistema de injeção evoluiu muito com vários componentes eletrônicos que detectam as varia-
ções ocorridas no motor e enviam-nas à central eletrônica que determina novos valores de fun-
cionamento, principalmente sobre a mistura ar e combustível.
Com a utilização dos sensores, a central consegue captar os mais importantes valores de funcio-
namento (parâmetros) do motor como:
• rotação do motor
• posição dos pistões em relação ao PMS do cilindro
• temperatura do ar aspirado e do líquido de arrefecimento
• posição angular da borboleta
• relação da mistura
• pressão no coletor
• tensão na bateria
• presença de detonação
• velocidade do veículo
56
Gerenciamento eletrônico do motor
57
Gerenciamento eletrônico do motor
Controle da injeção
58
Gerenciamento eletrônico do motor
A relação estequiométrica é
obtida utilizando uma sonda
lambda. Essa sonda, através de
uma análise constante da quan-
tidade de oxigênio presente nos
gases de escapamento, informa
à central que, com base nos
dados nela memorizados, é
capaz de corrigir em tempo
real a relação da mistura, se
esta não for a estequiométrica.
59
Gerenciamento eletrônico do motor
Auto-adaptação
A central eletrônica possui a função de auto-
adaptação da mistura, que permite memori-
zar os desvios entre o mapeamento de base
e as correções impostas pela sonda lambda
que podem aparecer de maneira persistente
durante o funcionamento.
60
Gerenciamento eletrônico do motor
Controle da detonação
Nos motores ciclo Otto, a central confronta os sinais enviados
pelo sensor de detonação com o valor limite preestabelecido.
Assim que a detonação é detectada, a central reduz o avanço
de ignição até desaparecer o fenômeno.
Controle da ignição
É necessário que se faça o controle do
avanço da ignição. Sabemos que o momen-
to certo para que ocorra a centelha varia
em função da carga a que está submetido
o motor, mas a ignição deve acontecer
antes do pistão atingir o PMS (Ponto Morto
Superior) para que a combustão completa
ocorra no ponto de máxima compressão.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Para o correto funcionamento, a central deve reconhecer um quadro de sinais como o ilustrado
abaixo.
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Gerenciamento eletrônico do motor
A central controla tanto o avanço da centelha para os cilindros em relação ao PMS quanto o
tempo de condução necessário para que a bobina armazene energia, comandando, de forma
alternada, os dois estágios de potência que permitem a circulação da corrente nos enrolamen-
tos primários das bobinas por um tempo suficiente para garantir a corrente nominal. Quando a
central interrompe o comando de um dos dois estágios de potência, a passagem de corrente é
interrompida, gerando um aumento da tensão no circuito secundário, por indução (até 30 kV de
carga).
As velas dos cilindros 1-4 e 2-3 são ligadas diretamente por meio de cabos de alta tensão, de
duas em duas, aos terminais do circuito secundário da bobina e a ligação entre elas pode ser
considerada em série, pois o cabeçote do motor efetua a união das mesmas. Assim, a energia
acumulada pela bobina se descarrega quase exclusivamente nos eletrodos da vela situada no
cilindro em compressão, permitindo a ignição da mistura. A outra centelha não é utilizada, pois
não encontra mistura para ser queimada no cilindro, mas somente gás em fase de escapamen-
to.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Controle Cut-off
Outro controle que deve ser feito pela
central é o cut-off (corte de combustível).
Quando a central reconhece a posição
da borboleta como fechada (marcha
lenta, através do sinal do sensor de
posição da borboleta) e a rotação do
motor já tenha superado cerca de 1600
rpm, ela empobrece a mistura através
da redução da quantidade de combustí-
vel ou até mesmo o seu corte. O avanço
da ignição se mantém fixo.
O reconhecimento da borboleta
em posição aberta ou a rota-
ção abaixo de aproximadamen-
te 1400 rpm reativa novamente
a injeção de combustível. Para
rotações muito altas, ocorre o
cut-off mesmo com a borboleta
não totalmente fechada, mas
com a pressão relativamente
baixa no coletor de admissão
(cut-off parcial).
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Gerenciamento eletrônico do motor
Correção barométrica
Como sabemos, a pressão atmosférica
modifica em relação à altitude. Essa
variação tem influência no motor e
solicita uma correção a cada mudança,
atualizando a cada partida do motor e
em determinadas condições de posição
da borboleta e do mínimo de giros.
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Gerenciamento eletrônico do motor
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Gerenciamento eletrônico do motor
Funcionamento em aceleração
Nesta fase, a central aumenta adequada-
mente a quantidade de combustível exigida
pelo motor (a fim de obter o torque máxi-
mo), em função dos sinais provenientes dos
seguintes componentes:
• potenciômetro da borboleta
• sensor de pressão absoluta
• sensor de rotações e PMS
Se a variação brusca do tempo de injeção for calculada quando o eletroinjetor já estiver fecha-
do, a central eletrônica reabre o eletroinjetor (extra pulse), para que a mistura seja compensada
com a máxima rapidez.
As próximas injeções de combustível já serão aumentadas com base nos coeficientes citados
acima.
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Gerenciamento eletrônico do motor
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Gerenciamento eletrônico do motor
Valvúla de segurança
1 - Prato
2 - Corpo
3 - Mola
4 - Tubo de saída
5 - Mola
6 - Tubo de entrada
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Gerenciamento eletrônico do motor
1 - Bocal
2 - Saída
3 - Filtro de papel
4 - Filtro de carvão
5 - Entrada
6 - Divisão
7 - Molas
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Gerenciamento eletrônico do motor
Os gases de descarga (NOx) são, também, muito nocivos para o ser humano e os índices lan-
çados na atmosfera devem ser reduzidos. A redução é feita fazendo com que uma parte dos
gases de descarga retorne à admissão e seja novamente queimada juntamente com a nova mis-
tura. O sistema para controle do NOx é conhecido como sistema EGR.
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Gerenciamento eletrônico
Gerenciamento eletrônico do
do motor
motor
1 - Tubulação de vácuo
2 - Tubo de entrada dos gases de descarga
3 - Tubo de envio dos gases de descarga à válvula
moduladora
4 - Ligação dos gases de descarga com o coletor de
admissão
Em alguns veículos a EGR é uma eletroválvula controlada pela central, que tem, assim, como
compatibilizar o perfeito funcionamento do motor com o mínimo de emissão de NOx.
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Gerenciamento eletrônico do motor
Na tabela abaixo você pode ver os diferentes sistemas de injeção e ignição utilizados pela Fiat,
relacionados aos veículos dos quais fazem parte.
Veículo Sistema
Coupé Magneti Marelli - IAW-P8 B05
Palio Adventure 1.8 Flex (até fev. de 2006) Magneti Marelli - IAW-4SF
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Gerenciamento eletrônico do motor
Pick-up Strada Adveture 1.8 8V Flex Magneti Marelli - IAW-4SF / Delphi MT27E
Siena Fire 1.0 (gasolina - até fev. de 2005) Magneti Marelli - IAW-4SF
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nesta publicação são fornecidos a título indicativo e poderão ficar desatualizados
em conseqüência das modificações feitas pelo fabricante, a qualquer momento, por
razões de natureza técnica, ou comercial, porém sem prejudicar as características
básicas do produto.
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