You are on page 1of 10

COMO USAR ESTE PROTOCOLO

Este protocolo tem a finalidade de ser utilizado como material didático de apoio, no desenvolvimento de conhecimentos e
habilidades para o manejo de condições de saúde sensíveis ao cuidado farmacêutico. Este material não tem o objetivo
de substituir fontes mais completas de consulta, como guias de prática ou diretrizes clínicas, que devem ser conhecidas
pelos profissionais.

Os autores deste documento empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações apresentadas
estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até
a data de sua entrega. Entretanto, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes
fidedignas, de modo a se certificar de que essas informações estejam corretas e atualizadas. Recomendamos que este
protocolo não seja utilizado como única fonte de consulta.

Os autores procuraram citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de
qualquer conteúdo citado neste documento, dispondo-se a possíveis correções posteriores caso, inadvertida e
involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida.

APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
A constipação é um sintoma gastrointestinal que acomete indivíduos de todas as idades, mas é especialmente comum
nos idosos. Estima-se que 25 a 40% de todas as pessoas com mais de 65 anos tenham constipação, resultado de um
estilo de vida sedentário, diminuição da ingestão de líquidos, má nutrição e doenças crônicas. As mulheres são duas a
três vezes mais propensas a sofrer de constipação do que os homens e 40% das mulheres no final da gestação
experimentam constipação.
A constipação é definida como defecação insatisfatória caracterizada por fezes pouco frequentes (a cada 3–4 dias ou
com menor frequência do que o habitual), dificuldade na passagem de fezes ou ambas em ausência de sintomas e sinais
de alerta ou causas secundárias. Dividida em constipação primária (idiopática) com três subtipos: funcional, trânsito lento
(ou trânsito tardio) e disfunção de saída (ou desordem defecatória) e constipação secundária devido à dieta, estilo de
vida, gestação, idade avançada, medicamentos ou condições médicas subjacentes.

ACOLHIMENTO DE DEMANDA
No acolhimento o primeiro passo é escutar e compreender a demanda do paciente. Acolher bem inclui um local
adequado que garanta privacidade e comodidade. Nesse momento é ideal que o farmacêutico apresente o propósito da
consulta a fim de compartilhar com o paciente o que está planejado para acontecer durante o atendimento. Na
abordagem ao paciente com constipação o farmacêutico deve sempre se mostrar acessível e solidário, com linguagem
prática e de fácil compreensão, transmitindo ao paciente naturalidade e conforto quanto ao problema de saúde
autolimitado.

ANAMNESE FARMACÊUTICA E VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS

No processo de anamnese, o farmacêutico deve coletar informações que auxiliem na identificação e diferenciação entre
problemas de saúde autolimitados que são passíveis de manejo pelo farmacêutico e outras condições clínicas com maior
gravidade, que necessitarão de encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde.
Para a interpretação dos sintomas do paciente é importante caracterizar a sua queixa com relação ao tempo de início,
frequência e duração, localização, característica, gravidade, ambiente, fatores que agravam ou que aliviam e sintomas
associados e uso de medicamentos prévios. Além disso, nesse momento pode ser importante a avaliação física e a
aferição de parâmetros objetivos, bioquímicos e/ou fisiológicos.

Sinais e sintomas característicos de constipação:

1
 Movimentos intestinais infrequentes, fezes de tamanho insuficiente, sensação de plenitude ou dificuldade e dor
na passagem das fezes;
 Fezes duras, pequenas ou secas, plenitude gástrica, dor abdominal e desconforto, esforço ou gemido, sensação
de bloqueio, fadiga, dor de cabeça, náuseas e vômitos;
 Crianças podem apresentar irritabilidade e diminuição do apetite.

Quadro 1 Constipação primária de acordo com o subtipo e sintomas sugestivos.

Tipo de constipação Sintomas sugestivos


Funcional - evacuação difícil ou lenta
- fezes duras
- inchaço abdominal ou desconforto
Trânsito lento (ou trânsito tardio) - tempo prolongado entre movimentos intestinais
- falta de vontade de defecar
- fezes duras
- distensão abdominal, inchaço e desconforto
Disfunção de saída (ou desordem defecatória) - sensação de defecação incompleta (sintoma
característico)
- esforço excessivo durante a evacuação
- uso de métodos de desobstrução manual
FONTE: Dynamed (2018).

Quadro 2 Definição de constipação funcional de acordo com os Critérios de Roma IV.

1- Deve incluir ≥ 2 das seguintes situações:


Esforço durante mais de 25% das defecações Fezes fragmentadas ou fezes rígidas em mais de
25% das defecações
Sensação de evacuação incompleta em mais de Sensação de obstrução/bloqueio anorretal em
25% das defecações mais de 25% das defecações
Uso de manobra manual para facilitar em mais de <3 movimentos intestinais sem assistência/
25% das defecações (por exemplo, evacuação semana.
digital, suporte do assoalho pélvico)
2- As fezes soltas, raramente estão presentes sem o uso de laxantes
3- Sintomas presentes nos últimos 3 meses com início dos sintomas ≥ 6 meses
4- A dor abdominal e/ou inchaço podem estar presentes, mas não são predominantes (o
paciente não atende aos critérios para Síndrome do intestino irritável). Isso apoia o conceito
de que a constipação funcional e a síndrome do intestino irritável são distúrbios que existem
em um crescimento contínuo.
FONTE: Simren M, Palsson OS, Whitehead WE. (2017).

A constipação funcional pode ter várias causas, desde alterações na dieta e ou estilo de vida até presença de condições
clínicas e uso de medicamentos como descrito no quadro 3.

Quadro 3 Possíveis causas e condições associadas à constipação.

Condições orgânicas: Outras Causas: Uso de medicamentos:


Gestação, hemorroidas, diabetes mellitus, Fatores psicológicos, sedentarismo, Analgésicos opióides, anti-histamínicos,
neoplasia, síndrome do cólon irritável, insuficiente ingestão de fibras e água, antiespasmódicos, antidepressivos,
esquizofrenia, doença de Parkinson, negligência ao reflexo gastrocólico, dieta anticolinérgicos, antipsicóticos,
anorexia, esclerose múltipla, hérnia de com excesso de carboidratos, anticonvulsivantes, anti-hipertensivos,
disco, hipotireoidismo e insuficiência renal envelhecimento, alterações fisiológicas; antiácidos com alumínio,
crônica; doença intestinal (ex. diverticulite) mudança repentina de hábitos (ex. benzodiazepínicos, bloqueadores dos

2
e hipocalemia. viagens); transição alimentar (dieta líquida canais de cálcio, diuréticos, suplementos
 sólida). de ferro e suplementos de cálcio.
FONTE: o autor (2018)

No atendimento da demanda, o farmacêutico deve estar atento para descartar problemas de saúde de maior gravidade e
que necessitarão de encaminhamento. As características descritas no quadro abaixo devem ser avaliadas, uma vez que
possuem associações com condições mais graves.

Quadro 4 Características de anormalidade associadas a condições mais graves.

CARACTERÍSTICAS ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL


Constipação alternada com diarreia Carcinoma de cólon ou doença diverticular
Fezes claras e esfareladas Obstrução hepatobiliar
Fezes finas Carcinoma de cólon
Fezes que aumentam com alimentos ricos em Constipação induzida por dieta
fibras
Sangue Colite ulcerativa,carcinoma de cólon
Muco Colite ulcerativa
Perda de peso Carcinoma de cólon
FONTE: o autor (2018)

SITUAÇÕES DE ALERTA PARA O ENCAMINHAMENTO

No Quadro 5, estão apresentadas situações que requerem encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde.

QUADRO 5 - Situações que requerem encaminhamento a outro profissional de saúde ou serviço de saúde.
SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA
Início agudo (especialmente em idosos)
Febre, náusea e/ou vômitos
Anemia

Perda de peso involuntária

Sangue nas fezes, ou fezes escuras, enegrecidas
Alteração no calibre das fezes

História familiar de neoplasia de cólon ou síndrome de intestino irritável

Ausência de melhora ou piora da constipação com o tratamento
FONTE: o autor (2018)

PLANO DE CUIDADO
A partir da análise das informações coletadas, o farmacêutico, excluindo os casos de encaminhamento identificados na
anamnese farmacêutica, deve proceder à seleção de condutas e elaboração de seu plano de cuidado, de forma
compartilhada com o paciente, a fim de atender as suas necessidades e problemas de saúde.
O plano de cuidado do paciente envolve a seleção de condutas para promover o alívio dos sintomas de constipação,
restabelecer o fluxo normal do intestino, estabelecer uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliam na
prevenção de recorrências, promover o uso seguro e efetivo de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes. O
plano contém as ações pactuadas entre o paciente e o farmacêutico, embasadas nas melhores evidências disponíveis, e
de forma coordenada com o restante da equipe de saúde envolvida no cuidado.
O objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas de constipação e restabelecer o fluxo normal do intestino, estabelecer
uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliem na prevenção de recorrências, promover o uso seguro e efetivo
de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes.

3
A abordagem terapêutica inicial inclui a discussão de intervenções não farmacológicas como a educação do paciente,
reforçando a necessidade de mudanças na dieta associadas ao tratamento farmacológico. O tratamento farmacológico
inclui Laxantes, Catárticos.
No caso de constipação secundária ou sinais e sintomas de alerta, os pacientes devem ser encaminhados a um serviço
de saúde ou outros profissionais.

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO


Medidas de tratamento não farmacológicas são de grande importância para o tratamento da constipação primária. De um
modo geral, as medidas não farmacológicas podem ser adotadas associadas ao tratamento farmacológico, e, por vezes,
também podem ser utilizadas como medidas de prevenção.

 Aumentar o consumo de fibras solúveis e insolúveis (20 a 25 gramas / dia) – Quadro 6.


 Aumentar a ingestão de líquidos (1,5 – 2 L/dia)
 Adotar um hábito intestinal/rotina para defecar (a motilidade do cólon é maior pela manhã e após as refeições)
 Realizar exercícios físicos, principalmente aeróbicos
 Obedecer ao reflexo gastrocólico
 Adequar a postura durante o ato de evacuar.

Quadro 6. Quantidade de fibras em cada porção de alimentos.

GRAMAS DE
ALIMENTO PORÇÃO
FIBRA
Maça com casca 1maça média 4.4
Banana 1 banana média 3.1
Laranjas 1 laranja 3.1
Ameixas 1 xicara 12.4
Vagem 1 copo 4.0
Cenoura ½ xicara de fatias 2.3
Ervilhas 1 copo 8.8
Batata (assada com casca) 1 batata média 3.8
Pepino com casca 1 pepino 1.5
Alface 1 xicara de pedaços 0.5
Tomate 1 tomate médio 1.5
Espinafre 1 copo 0,7
Feijão cozido 1 copo 13.9
Aveia cozida 1 copo 4.0
Pão integral 1 fatia 1,9
Amêndoas ½ xicara 8.7
FONTE: Uptodate ( 2017)

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
A decisão do emprego da farmacoterapia pelo farmacêutico deve estar apoiada na Resolução do CFF nº 585, de 29 de
agosto de 2013 e nº 586, de agosto de 2013, nos limites da Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP) e nas
apresentações disponíveis no mercado brasileiro, assim como as suas alterações. Os medicamentos isentos de
prescrição para o tratamento de constipação são: Laxantes, Catárticos.
Quadro 7 Informações sobre os medicamentos utilizados no tratamento da constipação.

Fármaco Posologia Considerações

4
LAXANTES FORMADORES DE MASSA
Psyllium (Konsyl; Até 1 colher de sopa (≅3,5 g de fibra) 1-
Metamucil; 3x/dia; pode aumentar gradualmente até 3 Contraindicado: Crianças com idade < 6 anos.
Perdiem) doses diárias. Doenças inflamatórias do sistema gastrointestinal,
Tempo para início do efeito: 12 -72 horas obstrução intestinal, impactação fecal, dor
abdominal aguda, náuseas, vômitos ou outros
sintomas de apendicite ou dor abdominal não
Até 1 colher (≅2 g de fibra) ou 4 caps. (500 diagnosticada. Pacientes com mobilidade
Metilcelulose
mg de fibra cada) 3x/dia. comprometida. Mudança repentina nos hábitos
(Citrucel)
Tempo para início do efeito: 12 -72 horas intestinais que dura > 2 semanas.
Situações especiais: Categoria B na gestação.
1 g /dia (500 mg de fibra por lâmina). Pode Eventos adversos: inchaço abdominal ou
Polycarbonofil de
cálcio (FiberCon; aumentar gradualmente conforme necessário flatulência; isso pode ser minimizado, começando
Fiber-Lax; até 4 vezes ao dia. com uma pequena quantidade e aumentando
Mitrolan) Tempo para início do efeito: 24 -48 horas lentamente até as fezes se tornarem mais macias
e mais frequentes.
Instruir os pacientes sobre a ingesta adequada
1 a 3 cáps. (1 g de fibra cada) ou 2 colheres de líquidos (1,5 - 2L/dia). Cuidado especial com
Dextrina de trigo de chá (1,5 g de fibra cada) até 3 x/dia.
(Benefiber) pacientes que apresentam alguma restrição para
Tempo para início do efeito: 24 -48 horas ingesta de grande quantidade de líquidos.

LAXANTES EMOLIENTES
100 mg 2 vezes por dia Contraindicado: Crianças com idade < 2 anos.
Docusato de Tempo para início do efeito: 24 -72 horas Uso concomitante de óleo mineral, obstrução
sódio
intestinal e dor abdominal aguda, náuseas,
vômitos.
Situações especiais: Não recomendado o uso
na gestação e lactação sem prescrição médica.
Eventos adversos: Podem ocorrer dores
240 mg 1 vez por dia ocasionais, suaves, transitórias como cólicas GI,
Docusato de
diarreia ou erupções cutâneas. Irritação da
cálcio Tempo para início do efeito: 24 -72 horas
garganta após administração oral de soluções de
docusato de sódio.
Embora esses agentes tenham poucos efeitos
colaterais, eles são menos efetivos que outros
laxantes.
LAXANTES LUBRIFICANTES
Adultos: 5 a 45 mL administrados em dose Contraindicado: insuficiência hepática,
única (mínimo de 15 mL) ou em doses apendicite; criança com idade < 6 anos;
divididas; desidratação; dor ou dificuldade para engolir;
durante a gestação (uso repetido); idoso
Óleo mineral Crianças de 6 a 11 anos de idade: 10-25 ml, acamado; impactação fecal; obstrução intestinal;
administrado em dose única ou em doses perfuração intestinal; sangramento retal não
divididas. diagnosticado.
Crianças ≥ 12 anos de idade: 15-45 mL Situações especiais: Categoria C na gestação.
administrado em dose única (mínimo de 15 Hipoprotrombinemia e doença hemorrágica do
mL) ou em doses divididas. recém-nascido relatada após administração oral
5
crônica durante a gravidez.
Tempo para início do efeito: 6 - 8 horas (via Eventos adversos: Diarreia; náusea; vômito;
oral) e 5 -15 min (via retal). irritação, desconforto e/ou coceira em torno do
Administrar longe das refeições; 2 horas ânus; distensão abdominal; flatulência; cólica;
antes de refeição. inflamação no reto.
Instruir os pacientes sobre permanecer de pé
por 30 a 60 minutos após o uso oral devido ao
risco de broncoaspiração do óleo.
LAXANTES OSMÓTICOS
Sulfato de Contraindicado: Crianças com idade < 2 anos.
magnésio 1 a 2 colheres de chá dissolvidas em 240 mL
Pacientes com insuficiência renal. Pacientes com
de água 1x/ dia
insuficiência cardíaca. Pacientes diabéticos
Citrato de (açúcares).
magnésio 200 mL (11,6 gramas) 1 vez por dia Situações especiais: Lactulose categoria B na
gestação; Não existem evidências que a lactulose
Glicerina é distribuída no leite. Use com cautela em
01 supositório por reto por 15 minutos 1 x/dia
mulheres amamentando.
Lactulose
10 a 20 g (15 a 30 mL) 1x ou 3x/dia Eventos adversos: Lactulose pode causar
Sorbitol distensão, eructos, flatulência, desconforto
30 g (120 ml de solução a 25%) 1 x/ dia abdominal, cólicas. Desidratação e hiponatremia
em crianças. Sorbitol pode produzir flatulência e
inchaço.
Instruir o paciente sobre a possibilidade de
administrar a lactulose com água, suco de fruta,
Polietilenoglicol leite ou adicionando aos alimentos (por exemplo,
(PEG) 8,5 a 34 g em líquidos de 240 mL. sobremesas), para diminuir o sabor.

Ao administrar através de sonda, diluir bem para


prevenir a indução de vômitos e possível
pneumonia por broncoaspiração.
LAXANTES ESTIMULANTES / IRRITATIVOS
Pérola gelatinosa 2,5 mg Contraindicado: Bisacodil: Crianças com idade
Adultos e crianças > 10 anos: 2 a 4 pérolas < 6 anos*. Dor abdominal aguda, náuseas,
gelatinosas (5-10 mg) vômitos ou outros sintomas de apendicite ou dor
Crianças de 4 a 10 anos: 1 a 2 pérolas abdominal não diagnosticada ou hemorragia retal.
gelatinosas (2,5-5 mg) Obstrução intestinal. Gestação. Óleo de rícino:
Crianças < 4 anos, a dose recomendada é casos de obstrução intestinal crônica, Doença de
Picossulfato de 0,25 mg/kg de peso corporal. Crohn, colite ulcerativa e qualquer outro episódio
sódio de inflamação no intestino. Picossulfato de
sódio: íleo paralítico, obstrução intestinal,
Solução oral 7,5 mg/ml quadros abdominais agudos, como apendicite
Adultos e crianças > 10 anos: 10 a 20 gotas aguda, doenças inflamatórias agudas do intestino,
(5-10mg) dores abdominais graves associadas à náusea e
Crianças de 4 a 10 anos: 5-10 gotas (2,5-5 vômitos.
mg) Situações especiais: Picossulfato de sódio:
Crianças < 4 anos, a dose recomendada é pode ser utilizado na lactação. Não é
0,25 mg/kg de peso corporal. recomendado o uso durante a gestação.

6
Bisacodil: Pode ser distribuído no leite materno,
mas geralmente em quantidades insuficientes
Comprimido e drágea de 5 mg. para produzir um efeito laxante, entretanto, não é
recomendado durante a lactação. Não é
Adultos 5 a 15 mg administrados em dose recomendado o uso durante a gestação. Sene:
única; a maioria dos pacientes pode exigir Categoria C na gestação; Pode ser distribuído no
doses diárias únicas até 30 mg. leite. Não é provável que apareça em
quantidades suficientes para afetar lactentes. A
Crianças* 3-11 anos de idade: Uma dose Academia Americana de Pediatria (AAP)
única de 5 a 10 mg (geralmente 5 mg) ou 0,3 considera Sene compatível com a amamentação.
Bisacodil
mg / kg diariamente. Eventos adversos: Irritação gástrica; irritação
Crianças ≥12 anos de idade: Uma dose
retal, náusea, diarreia, inchaço, distensão
única de 5- a 15 mg (geralmente 10 mg)
diariamente. abdominal.
A ingestão diária contínua desses agentes pode
Tempo para início do efeito: 15 a 60 min estar associada à hipocalemia, enteropatia com
perda proteica e sobrecarga de sal. Assim, esses
Supositório de 10 mg por reto 1x/dia medicamentos devem ser usados com cautela, se
Tempo para início do efeito:6 a 10 h utilizadas cronicamente. Óleo de rícino: Em
2 a 4 abas (8,6 mg sennosides por aba) ou 1 grandes doses pode causar náuseas, vômitos,
a 2 abas (15 mg sennosides por aba) como cólicas e severo efeito purgativo.
Sene (Cassia uma única dose diária ou divididas duas
angustifolia) vezes por dia.
Tempo para início do efeito: 6 a 12h

Doses de 15 ml (1 colher de sopa) promove


Ácido ricinoleico
a evacuação aquosa entre 1 a 3 horas, ação
(Óleo de rícino)
rápida.
FONTE: Truven Health Analitycs (2018); Micromedex (2018); UpToDate (2018); Bulas oficiais dos medicamentos.

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS


Para avaliação dos resultados, o farmacêutico deve considerar os seguintes aspectos:

 A avaliação dos resultados pode constatar quatro diferentes resultados: melhora parcial, piora, ausência de
melhora e resolução;
 A meta terapêutica a ser alcançada é alívio dos sintomas de constipação e restabelecer o fluxo normal do
intestino, estabelecer uma dieta adequada e hábitos de exercício que auxiliem na prevenção de recorrências,
promover o uso seguro e efetivo de produtos específicos e evitar o abuso dos laxantes.
 Reavaliação dos sinais/sintomas do paciente, sendo importante a investigação daqueles considerados de alerta
para encaminhamento;
 Antes de considerar falha no tratamento, avaliar a adesão ao tratamento proposto e condições do paciente em
seguir o plano;
 Identificação precoce de problemas relacionados à segurança. Pacientes que apresentam eventos adversos
devem ser encaminhadas a outro profissional de saúde para uma possível suspensão do medicamento.

7
DECISÃO TERAPÊUTICA

8
REFERÊNCIAS

AGA. American Gastroenterological Association Medical Position Statement on Constipation. Gastroenterology,


144:211–217, 2013.
AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION. OTC Advisor Self-Care for Gastrointestinal Disorders. Monograph 2.
APhA, 2010.
BHARUCHA AE, DORN SD, LEMBO A, PRESSMAN A. American Gastroenterological Association Medical Position
Statement on Constipation. Gastroenterology v. 144, 2013.
BLENKINSOPP, A.; PAXTON, P. Symptons in the pharmacy. A Guide to the management of common illness. 2ª ed:
Blackwell Science, 1995.
BOVE A, BELLINI M, BATTAGLIA E, ET AL. Consensus statement AIGO/SICCR diagnosis and treatment of chronic
constipation and obstructed defecation (part II: treatment). World J Gastroenterol. 2012 Sep 28;18(36):4994-5013
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas
do farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 25 set. 2013f. Seção
1, p.186-188.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à
comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2016.
ENCABO, B.; FERNÁNDEZ, J.; GAMINDE,et.al. Estreñimiento. Protocolos de atención farmacêutica. Farmacia
Profesional, v. 18, n. 4, 2004.
FINKEL, R.; PRAY, S. Guia de Dispensação de Produtos Terapêuticos que não Exigem Prescrição. 2ª ed: Artmed; 2007
FOXX-ORENSTEIN AE, MCNALLY MA, ODUNSI ST. Update on constipation: one treatment does not fit all. Cleve Clin J
Med. 2008 Nov;75(11):813-24
FORD AC, MOAYYEDI P, LACY BE, et al; Task Force on the Management of Functional Bowel Disorders. American
College of Gastroenterology monograph on the management of irritable bowel syndrome and chronic idiopathic
constipation. Am J Gastroenterol. 2014 Aug;109 Suppl 1:S2-26 PDF [s.l: s.n.].
DR.MURTADHA AL-SHAREIFI E-LIBRARY. Handbook of Nonprescription Drugs. 16th Ed. 2009.
KENNEDY, E.; CLYDE, J. Responding to Minor Ailments. [s.l.] NHS Education for Scotland, 2008.
NATHAN, A. FastTrack - Managing Symptoms in the Pharmacy. Pharmaceutical Press, 2008.
NICE. Constipation in children and young people: diagnosis and management, 2010.
PAQUETTE IM, VARMA M, TERNENT C et.al. The American Society of Colon and Rectal Surgeons' Clinical Practice
Guideline for the Evaluation and Management of Constipation. Dis Colon Rectum. 2016 Jun;59(6):479-92
PARE P, BRIDGES R, CHAMPION MC, et al. Recommendations on chronic constipation (including constipation
associated with irritable bowel syndrome) treatment. Can J Gastroenterol. 2007 Apr;21 Suppl B:3B-22B full-text
SIMREN M, PALSSON OS, WHITEHEAD WE et.al. Update on Rome IV Criteria for Colorectal Disorders: Implications for
Clinical Practice. Current Gastroenterology Reports 19.4 (2017): 15. PMC. Web. 11 Mar. 2018.
SINGH G, LINGALA V, WANG H, et al. Use of health care resources and cost of care for adults with constipation. Clin
Gastroenterol Hepatol 2007;5(9):1053–8.
SATISH SC RAO. Constipation in the older adult. UpToDate. Disponível em:
http://www.uptodate.com/contents/constipation-in-the-older-
adult?source=search_result&search=constipation&selectedTitle=3~150.
MANU R SOOD. Prevention and treatment of acute constipation in infants and children. UpToDate. Disponível em:
http://www.uptodate.com/contents/prevention-and-treatment-of-acute-constipation-in-infants-and-
children?source=search_result&search=constipation&selectedTitle=2~150
WORLD GASTROENTEROLOGY ORGANIZATION GLOBAL GUIDELINES. Constipation: a global perspective. 2010.

9
Realização:

Organização
Grupo de Trabalho sobre Saúde Pública

Coordenação Geral
Valmir de Santi

Concepção Pedagógica
Cassyano Januário Correr
Thais Teles de Souza
Walleri Christini Torelli Reis

Coordenação Pedagógica
Walleri Christini Torelli Reis

Autores
Alcindo de Souza Reis Junior
Aline de Fátima Bonetti
Bruna Aline de Queirós Bagatim
Cínthia Caldas Rios Soares
Fernanda Coelho Vilela
Fernando Henrique Oliveira de Almeida
Inajara Rotta
Livia Amaral Alonso Lopes
Natália Fracaro Lombardi
Valmir de Santi
Wallace Entringer Bottacin
Walleri Christini Torelli Reis

Revisão
Cassyano Januário Correr
Wellington Barros da Silva

10

You might also like