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MERITÍSSIMO SENHOR DOUTOR

JUÍZ DE DIREITO DO TRIBUNAL MUNICIPAL


DA BAÍA FARTA – SALA DOS CRIMES CUMUNS

BAÍA FARTA

Proc. nº 228/PGR/BF-2015

Por se constatarem indícios suficientes nos autos e, ao abrigo do


artigo 391º do C.P.P. conjugado com o preceito do artigo 27º parágrafo
único do Decreto-Lei nº 35.007, de 13 de Outubro de 1945, Telmo Alberto
Correia Martins de Moura, melhor identificado nos autos acusa em
processo de Polícia Correcional:

Guilhermina Carmelino Manso Dias, Casada de 56 anos de


idade, filha de Júlio Manso Dias e de Maria Guilhermina Carmelino
Felisberto, natural e residente em Benguela, Bairro Baía Azul, Município
da Baía Farta, com os demais sinais de identificação nos autos;

Porquanto, indiciam os autos de que, cerca das 17H:30 do dia


14 de Agosto de 2015, quando o ofendido deu conta que a acusada estava
a realizar obra que iria servir de cabouco (muro de vedação), por motivo
disso veio criar um clima de confusão. Tudo porque a acusada orientou
aos seus homens (Pedreiros) para fazer a referida obra justamente num
local reservado a servidão de passagem e que o mesmo impediria o acesso
ao terreno do ofendido, este, no sentido de não ser vetado ao acesso, foi
ao local juntamente com seus trabalhadores no sentido de paralisar com
tal obra.
Estado no local, o ofendido orientou aos seus trabalhadores que tapassem
o cabouco feito, de forma a repor as limitações que a Administração
Municipal/BF delimitou como servidão de passagem que estava a ser alvo
da acusada. Em reacção do sucedido, fez com que um do integrante da
parte da acusada reclamassem e posteriormente entrar em cena de
agressão, quando o mesmo introduziu-se no interior da casa para ir a busca
do Cão, criando pânico a todos, uma vez que o mesmo cão é de uma raça
perigosa.

Assim, é na altura que o ofendido e os seus trabalhadores, a


darem conta do Cão, cada um procurou forma de se defender a sua medida,
tendo um dos trabalhadores atingindo o mesmo Cão com uma pá, facto
este que fez com que o mesmo animal (Cão) voltasse ao quintal, e que se
não fosse por essa intervenção, provocaria coisas piores. No decorrer do
mal entendido, o afiliado (Benevith Camia) da acusada fez uma ligação a
mesma pedindo a sua comparência, e mesma de seguida apareceu em
companhia do seu esposo, que se faziam transportar da sua viatura.

Da viatura saiu a condutora, ora acusada nos presentes autos,


Guilhermina Manso Dias que perguntou o que estava acontecer, mas num
tom de ameaças, mostrando que goza de influências e que mesmo que
prosseguisse a referida construção, que estaria a vetar o acesso do
ofendido, em nada lhe pesaria em termos de repressão. Com essa atitude
demonstrada pela acusada fez com que assustasse o ofendido e não
demorou que o ofendido despertasse do medo, a acusada desferiu uma
forte bofetada na face do ofendido, que resultou em hematoma e equimose
na região da face do mesmo, conforme prova documento, que consta no
presente autos, ex vi folha nº 18.

Todavia, a referida agressão aconteceu sob o olhar sereno de


todos, e em reacção os ânimos alteram-se pelos dois lados, tendo ofendido
em gesto de sair naquele mesmo lugar, tinha que empurrar a acusada, de
forma a se libertar do meio que se encontrava, tendo se refugiado junto do
seu trabalhador, se não aconteceria coisa pior, porque a par da agressão a
acusada foi usando pedras para atingir o ofendido.
Bem tal comportamento ofensivo em nada preocupou os agressores que em
companhia do seu marido e apoiante no acto foram várias vezes atrás do
ofendido para continuar com a agressão, o mesmo (ofendido) sob de todo
jeito se proteger das acções preconizadas pela acusada.

A acusada agiu de forma livre, consciente e voluntária, agindo com dolo


directo e necessário, encontramos configurados os elementos objectivos e
subjectivos do crime de ofensas corporais voluntárias Simples;

Lembrando que enquanto a acusada dava bofetada violentamente


ao ofendido proferiu repetidamente as seguintes frases “filha da puta…….
“ “ cabrão….” branco de merda “ na rua a frente de inúmeras pessoas,
manchando a honra e o bom nome do ofendido.
Pois, os factos imputados ao ofendido, foram feitos publicamente,
em alto som e viva voz, factos ofensivos á sua Bona fama, reputação,
dignidade e decoro e rectidão;

Note digno Magistrado, que o tipo Penal ou melhor o concurso


formal de infracções que encontramos sub espécie visa proteger a honra
objectiva e subjectiva, que é posta em causa, e o bem violado é de difícil
recuperação, causando danos morais na esfera do ofendido de valor
incalculável

Com tal comportamento cometeu assim a arguida, os crimes de


Ofensas Corporais Voluntárias Simples, p. e p. pelo artigo 359º e Injuria,
p. e p. pelo artigo 410º todos do Código Penal, correspondentes aos crimes
de Ofensas Corporais Voluntárias Simples e Injuria.

Outrossim, como Consequência lógica é sujeitar-se o autor da


infracção à responsabilizações penal e civil pelos danos morais sofridos pelo
ofendido mediante o devido processo legal, que se efectivará no processo
criminal, podendo o pedido de indemnização ser introduzido no processo
penal, artigo 29º do Código do Processo Penal, a ser fixado a data a altura do
julgamento e o ressarcimento das despesas hospitalares suportadas pelo
ofendido;
Prova: A constante nos autos.
S. C: A estabelecida nos autos.

Declarantes:
Silva Paulo;
Victorino Sapalo;
Adilson Paulo;
Victorino Singwe;
Adelino Luvango.

Requer que recebida a douta acusação particular, se marque data para


julgamento.

Benguela, aos 18 de Janeiro de 2016.

O Advogado

Alfredo Nalatu
Céd. nº. 3.179

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