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MINISTÉRIO GOEL

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Pr. A. Carlos G. Bentes
DOUTOR EM TEOLOGIA
PhD em Teologia Sistemática

O LÍDER EFICAZ
ESCOLA DE MINISTÉRIO

“A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS” (1Jo 2.27)

“A sabedoria é a coisa principal; adquire pois, a sabedoria; sim com tudo o que possuis
adquire o conhecimento” (Pv 4.7)
“Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem
bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino” (1Tm 5.17).
SUMÁRIO

EPÍGRAFE.......................................................................................................................3
COMO SER UM LÍDER EFICAZ? ................................................................................4
DEFININDO LIDERANÇA............................................................................................4
O Líder Eficaz e a Administração Científica...................................................................5
Planejamento....................................................................................................................9
Organização......................................................................................................................9
Direção.............................................................................................................................9
Controle..........................................................................................................................10
COORDENAÇÃO.........................................................................................................12
AS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER EFICAZ....................................................13
O CARÁTER DO LÍDER QUE DEUS USA................................................................16
JESUS, O MAIOR EXEMPLO DE LIDERANÇA.......................................................19
A ESPIRITUALIDADE DO LÍDER ............................................................................21
Por uma liderança eficaz: se for preciso, mude os métodos! ........................................24
A EFICÁCIA DO LÍDER NO MINISTÉRIO ..............................................................27
O LÍDER E A BÍBLIA ..................................................................................................30
O LÍDER E A ORAÇÃO (1 Ts 5.17) ............................................................................32
A CONDUTA DO LÍDER ............................................................................................33
O LÍDER TEM QUE SER PESSOA OTIMISTA ........................................................33
O LÍDER E O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO......................................................35
GRÁFICOS EXPOSITIVOS.........................................................................................46
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................48

2
EPÍGRAFE

“Se vi mais longe do que os outros homens, foi porque estava de pé sobre ombros de
gigantes” (Sir Isaac Newton).

3
COMO SER UM LÍDER EFICAZ? 1

DEFININDO LIDERANÇA

“Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa


equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de forma
ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem
os objetivos da equipe e da organização”.
Assim como é inconcebível a realidade de uma sala de aula sem professor ou de um
corpo sem cabeça, todo grupo ou comunidade precisa de liderança. Eis um
questionamento quanto à liderança: Um líder já nasce com um talento especial para liderar
ou essa capacidade é apreendida através da educação?
Segundo o Dr. Hussel Shedd em seu livro “O Líder que Deus Usa” ele afirma que
“a melhor explicação une elementos das duas teorias. Deus escolhe e molda o caráter dos
homens e das mulheres que Ele quer para liderar seu povo, tanto pelo nascimento como
pela oportunidade”.
A Igreja, sendo constituída de pessoas, precisa de liderança que seja instituída por
Deus e que cumpra seu propósito na tarefa de liderar. Isso exige, por parte daqueles que
aspiram ao ministério da liderança, o envolvimento através da capacitação e do
amadurecimento para o sucesso no cumprimento dessa nobre tarefa.
“É absolutamente impossível que a sociedade seja perfeita sem um líder que possa
regulamentar as ações dos indivíduos” (Moisés Maimônides).
“É função do líder. Habilidade suficiente para influenciar pessoas e canalizar seus
esforços para o alcance de objetivos comuns”.2
Quais são os desafios da liderança no século 21 e quais as maneiras mais eficientes
para pastores, professores e outros líderes exercerem a liderança?
Mario Persona: A liderança é apenas uma das funções de um gerente. As outras
são planejar as ações ou a direção a ser tomada, organizar ou criar os processos e fazê-
los funcionar e controlar para assegurar os resultados pretendidos.
Nesse quadro todo, liderar é ajudar sua equipe a enxergar a direção a seguir, motivar
e entusiasmar seus colaboradores e estimular o empenho e o comprometimento de cada
um. Neste aspecto o líder tem muito de um treinador esportivo na hora do jogo, e nos
outros aspectos ele é mais um estrategista e contabilista de resultados.

Um líder na década de setenta me ensinou:


 Um líder não trabalha, lidera. O trabalho do líder é liderar.

“Liderar é fazer discípulos para Jesus e não escravos de instituições”.

1
CARMO, Waldyr Silva do. Liderança Eficaz. CASA DE ORAÇÃO CEHAB, 2011, p. 5-13.
2
ALMEIDA, Silas Leite de. O Líder Cristão para hoje. Brasília – DF. 1ª ed. Editora LERBAN.
4
O Líder Eficaz e a Administração Científica
Princípios da Administração Científica 3

A adm inistração
científica é um modelo de administração criado pelo americano Frederick Winslow
Taylor no fim do século XIX e início do século XX e que se baseia na aplicação
do método científico na administração com o intuito de garantir o melhor custo/benefício
aos sistemas produtivos.

Taylor procurava uma forma de elevar o nível de produtividade conseguindo que o


trabalhador produzisse mais em menos tempo sem elevar os custos de produção. Assim,
ele observou que os sistemas administrativos da época eram falhos. A falta de
padronização dos métodos de trabalho, o desconhecimento por parte dos administradores
do trabalho dos operários e a forma de remuneração utilizada foram as principais falhas
estudadas por Taylor.

Assim, em 1903, ele publica o livro “Administração de Oficinas” onde expõe pela
primeira vez suas teorias. Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio
do estudo dos tempos e movimentos. O trabalho deveria ser decomposto, analisado e
testado cientificamente e deveria ser definida uma metodologia a ser seguida por todos os
operários com a padronização do método e das ferramentas.

Os operários deveriam ser escolhidos com base em suas aptidões para a realização
de determinadas tarefas (divisão do trabalho) e então treinados para que executem da
melhor forma possível em menos tempo. Taylor, também, defende que a remuneração do
trabalhador deveria ser feita com base na produção alcançada, pois desta forma, ele teria
um incentivo para produzir mais.

3
TAYLOR, Frederick Winslow. Principles of Scientific Management. 1911.
5
PRINCÍPIOS VIVIDOS PELO LÍDER EFICAZ 4

Organização

O líder não precisa ser exagerado em sua organização, mas não pode viver sem ela.
Para liderar, ele tem materiais, os mais variados possíveis, que são compostos de livros,
apostilas, agendas telefônicas, computador com seus periféricos, blocos de anotações e
outros. Bom, se não houver organização, tudo isso irá virar um verdadeiro “ninho de
gato”. Portanto o segredo está na organização. Na verdade, a estrutura para a organização
já está pronta, o que o líder precisa fazer é, efetivamente, aplicá-la. Agindo dessa forma,
seu conceito crescerá diante dos liderados e todo o grupo ganhará em muitos aspectos.5

Administrar é ter o controle de tudo o que está acontecendo na vida do grupo.


Administração e organização andam juntas. Para isso é necessário que se crie uma
estrutura administrativa funcional que ajude o grupo a crescer de forma saudável.6

Como a Liderança é discutida na Bíblia7

Liderança é um tópico importante na Bíblia. Muitas Bíblias não usam a palavra líder
quando discutem o assunto. Por isso, o tópico liderança é deixado para os oradores
motivacionais e outros interesses seculares. Contudo, [ter] uma compreensão das
diferentes palavras e vocábulos usados para a palavra ‘líder’ é útil para reconhecermos
esse tópico na Bíblia. Os versículos a seguir revelam as descrições diversas de líderes na
Bíblia.

1. Liderança é chamada de governo pelo apóstolo Paulo. Por [sua] inclusão nesta
lista, a liderança é considerada um dom ministerial de Deus.

E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em


terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas (1Co 12.28).

Governo. κυβέρνησις – kubernesis de kubernaō. Nominativo feminino. 1) governo,


administração (Strong).

2. Um líder é descrito por Paulo como um governador, presidente, dirigente. Por


[sua] inclusão nesta lista, liderança é considerado um dom de Deus.

“Ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o
que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria” (Rm 12.8).

4
CARMO, Waldyr Silva do. Liderança Eficaz. CASA DE ORAÇÃO CEHAB, 2011, p. 29.
5
Ibid.
6
CARMO, Waldyr Silva do. Op. Cit., p. 33.
7
MILLS, Dag Heward. A Arte da Liderança. 1ªed. Em Português. Rio de Janeiro: Editora ADHONEP, 2011, p. 19,20.
6
Προΐστημι – proistemi. Verbo. 1) estar à frente: 1a) colocar sobre, 1b) estar sobre,
superintender, presidir sobre, 1c) ser um protetor ou guardião, 1c1) dar ajuda, 1d) cuidar,
dar atenção a, 1d1) professar ocupações honestas (Strong).

3. O estilo bíblico de liderança é diferente da liderança secular.

“Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o mais novo; e quem
governa como quem serve” (Lc 22.26).

Governa. ἡγέομαι — hēgéomai. 1. liderar, guiar part. pres. ὁ ἡγούμενος líder, chefe
Mt 2.6; Lc 22.26; At 7.10; Hb 13.7,17,24. ὁ ἡγούμενος τού ἡγέομαι.

Hegeomai - ἡγέομαι. Voz média de uma (suposta) forma consolidada de 71; TDNT
2:907,303; verbo: 1) conduzir, 1a) ir a diante, 1b) ser um líder, 1b1) governar, comandar
1b2) ter autoridade sobre, 1b3) um príncipe, de poder real, governador, vice-rei, chefe,
líder no que diz respeito à influência, que controla em conselho, supervisor ou líder das
igrejas, 1b4) usado para qualquer tipo de líder, chefe, comandante 1b5) o líder no discurso,
chefe, porta-voz (Strong).

4. Na Bíblia, alguém é considerado qualificado para liderar uma igreja se ele for
capaz de liderar uma mulher. Por inclusão nesta lista, liderança é considerada uma
prerrogativa de algumas pessoas (não de todos os homens).

“Pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de
Deus?” (1Tm 3.5).

Governar. Προΐστημι – proistēmi. Verbo. 1) estar à frente: 1a) colocar sobre, 1b)
estar sobre, superintender, presidir sobre, 1c) ser um protetor ou guardião, 1c1) dar
ajuda, 1d) cuidar, dar atenção a, 1d1) professar ocupações honestas (Strong).

A palavra administração [oikonomia] aparece na Bíblia em Lc 16.2-4; 1 Co 9.17; Ef


1.10; 3.2,9; Cl 1.25; 1 Tm 1.4. [Dispensação].
Como administrador [oikonómos] em Lc 12.42; 16.1,3,8; Rm 16.23; 1 Co 4.1,2; Gl
4.2; Tt 1.7; 1 Pe 4.10 (dispenseiros).

Analisemos Efésios 1.10; 3.2,9 traduzida como dispensação. A palavra em grego é


οἰκονοµία – oikonomia. nominativo feminino. 1) administração de um lar ou afazeres do
lar: 1a) especificamente, a administração, direção, gerência, da propriedade de outro; 1b) o
ofício de um diretor ou gerente, administração; 1c) administração, dispensação. A palavra
economia vem do termo grego oikonomia que significa a arte de bem administrar uma
casa. Oikonomia (οἰκονοµία) é aglutinação de oikos (οἰκος) que significa casa e νέµω
(némō) que significa governar, dirigir administrar.

7
A palavra cosmos - mundo (κόσμος) também denota que Deus ama a organização.
Cosmos (κόσμος) em grego significa ordem, boa ordem, ordem do universo, organização.
Temos ainda o verbo kosméō (κοσμέω). 1. colocar em ordem Mt 12.44; Lc 11.25;
preparar Mt 25.7.—2. enfeitar, adornar, decorar lit. Mt 23.29; Lc 21.5; 1 Tm 2.9; Ap 21.2,
19; talvez Mt 12.44; Lc 11.25. Fig. tornar belo ou atraente 1 Pe 3.5; adornar Tt 2.10.*
[cosmético].8

Deus é um grande administrador. Ele tem três dispensações [uma só administração]


com a sua casa que é o universo:
1. Passada (Mistério). Da Eternidade passada até ao primeiro advento. Ef 3.9: E
de esclarecer a todos a administração do mistério que por todas as eras esteve oculto em
Deus, aquele que tudo criou por intermédio de Jesus Cristo.

2. Presente (Graça). Do primeiro ao segundo advento. Efésios 3.2: “Se de fato


ouviram da administração da graça de Deus que me foi confiada a favor de vocês”.

3. Futura (Plenitude). Do segundo advento até à Eternidade futura. Efésios 1.10:


“Para que na administração da plenitude dos tempos convergisse tudo em Cristo, tanto o
que está nos Céus, quanto o que está sobre a terra”.

Os três grandes atos da Santa Trindade na recuperação da humanidade perdida são:


eleição por parte do Pai, redenção por parte do Filho, chamada por parte do Espírito
Santo - como sendo dirigidos às mesmas pessoas, garantindo infalivelmente a salvação
delas.
A doutrina calvinista é a base profunda sobre a qual as outras doutrinas da redenção
estão alicerçadas. E a tríade calvinista: Criação, Queda e Redenção, é a pedra angular da
doutrina da redenção.

“Deus trata com três povos: Israel, Igreja e as Nações (Gentios)”:


“Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem
à igreja de Deus” (1Co 10.32).
A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição. Esta
eleição envolve os três povos (Judeus, Gentios e Igreja).
O plano da redenção é o âmago da escatologia. Deus veio para remir: o homem, a
terra, Israel e o Cosmos.
No plano da Redenção temos três tempos probatórios:
1. As Setenta Semanas de Daniel, nas quais Deus trata com Israel para inseri-la
no reino eterno, dando-lhe a terra (Israel) como possessão eterna;
2. O Ano Aceitável do Senhor – O período da Graça, no qual Deus trata com a
Igreja para inseri-la no Reino Eterno, dando-lhe a Nova Jerusalém como morada
eterna;
8
GINGRICH, F. Wilbur. LÉXICO DO NOVO TESTAMENTO GREGO / PORTUGUÊS. 1ª ed. São Paulo: Editora: VIDA
NOVA, 1984.
8
3. O Milênio, período no qual Deus trata com os Gentios para inseri-los no Reino
Eterno, dando-lhes a Nova Terra como possessão eterna.

A estrutura para a organização já está pronta, o que o líder precisa fazer é,


efetivamente, aplicá-la.
Vamos, então, aprender com Taylor desta organização que já está pronta.
Taylor apresenta seus estudos, porém com maior ênfase em sua filosofia, e introduz
os quatro princípios fundamentais da administração científica:

Planejamento
O Planejamento é a primeira função administrativa, que determina quais são os
objetivos a serem atingidos e o que deve ser feito para alcançá-los. Nenhuma empresa
pode trabalhar na base do improviso.
Dentro desta função, totalmente voltada para o futuro ter-se algum tipo de controle
sobre o futuro, colocam-se atividades como a elaboração de previsões, fixação de
objetivos, programação, ornamentação e a definição de políticas e procedimentos.

Organização
É essencial estabelecer os resultados futuros que se pretende atingir, dentro de um
certo espaço de tempo, e aplicando-se certa quantidade de recursos. Devem ser
estabelecidos objetivos mais gerais, amplos e genéricos a serem perseguidos pela empresa
como um todo, e cujo monitoramento fica a cargo do dono da empresa ou de seus
dirigentes maiores.
É a partir desses objetivos organizacionais que a empresa pode determinar metas a
seus funcionários e estes possam dedicar seus esforços para alcançá-las.
Dentro desta função, estão as atividades de definição da estrutura: unidades
orgânicas a serem criadas, para desempenhar as diversas finalidades; a definição das
responsabilidades a serem atribuídas a cada uma dessas unidades; as relações hierárquicas
e funcionais entre as mesmas.

Direção
A Direção, como uma das funções administrativas, está relacionada com colocar as
pessoas em ação. É a atribuição gerencial ligada ao exercício da liderança, exercendo
influência sobre os funcionários.

9
Esta função engloba atividades como a tomada de decisão, a comunicação com os
subordinados, superiores e pares, a obtenção, motivação e desenvolvimento de pessoal.

Controle
O Controle como função administrativa tem a finalidade de assegurar que os
resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto
possível aos objetivos estabelecidos.
Como as organizações não operam na base da improvisação e nem ao
acaso, elas precisam ser devidamente controladas. Elas requerem considerável esforço
de controle em suas várias operações e atividades. O controle constitui a última das
funções administrativas, vindo depois do planejamento, da organização e da direção.
Controlar significa garantir que o planejamento seja bem executado e que os objetivos
estabelecidos sejam alcançados adequadamente. O controle é a função administrativa que
monitora e avalia as atividades e resultados alcançados para assegurar que o
planejamento, a organização e a direção sejam bem-sucedidos.
O controle é a última função do processo administrativo, e visa assegurar que as
ações sejam realizadas de acordo com as expectativas ou conforme o que foi planejado,
organizado, dirigido e coordenado assinalando as faltas e os erros com a finalidade de
repará-los e evitar sua repetição (CHIAVENATO, 1989).
É importante lembrar que em todos os momentos de nossas vidas estamos sujeitos a
alguma forma de controle e avaliação, seja na família, na escola, no trabalho, no trânsito,
no clube ou igreja estamos constantemente verificando, controlando, comparando,
medindo, e o nosso comportamento está sendo sempre verificado por alguém, avaliado,
fiscalizado, ou monitorado. E fazemos isso tendo por base os nossos próprios pontos de
vista, os nossos esquemas de valores e de expectativas (CHIAVENATO, 1989;
CHIAVENATO, 1994).
Muitas vezes, quando se fala em controle, à idéia que vem a mente é a de alguém
que verifica ou vigia as ações que estão sendo realizadas, mas o controle como função
administrativa tem como finalidade analisar o trabalho que esta sendo desenvolvido
comparando o que foi feito ou está sendo feito com o que deveria ser feito ou alcançado,
com o objetivo de apontar as falhas, mas também evitar e propor formas de superar as
dificuldades encontradas (KWASNICKA, 1991; KRON;GRAY 1994).
A função de controle está intimamente relacionada com o planejamento, a
organização e a implementação de modo que fica difícil identificar onde uma função
termina e outra começa, sendo muitas vezes esses conceitos utilizados concomitantemente
e não separadamente. No entanto, é importante ressaltar que o controle, ou as medidas de
controle são necessárias tanto no início como ao final de alguma atividade, pois para que
se possa estar avaliando os resultados alcançados é importante que antes se tenha definido
quais os critérios de avaliação a serem utilizados (KRON;GRAY 1994).
Através do controle o administrador completa o seu trabalho, fecha o círculo das
atividades administrativas (CHIAVENATO, 1989; KRON;GRAY 1994).

10
Objetivos da Função de Controle
O controle tem como objetivos:
- Corrigir as falhas ou erros considerando todas as fases do processo administrativo,
ou seja, o planejamento, a organização e a direção, indicando medidas de correção;
- Prevenir novas falhas ou erros, sugerindo meios de se evitá-los no futuro.

A importância do controle está em se assegurar o cumprimento do que foi planejado


e o alcance dos objetivos, garantindo-se que as atividades foram realizadas conforme o
que foi planejado, e de acordo com os esquemas e as ordens transmitidas.

A teoria proposta por Taylor e que causou uma verdadeira revolução no sistema
produtivo seguiu sendo aperfeiçoada ao longo dos anos apesar das críticas e é sem dúvida
alguma a precursora da Teoria Administrativa. Contribuíram para o desenvolvimento da
administração científica: Frank e Lilian Gilbreth que se aprofundaram nos estudos dos
tempos e movimentos e no estudo da fadiga propondo princípios relativos à economia de
movimentos; Henry Grant que trabalhou o sistema de pagamento por incentivo;
Harrington Emerson que definiu os doze princípios da eficiência; Morris Cooke que
estendeu a aplicação da administração científica à educação e às administrações públicas;
e Henry Ford que criou a linha de montagem aplicando e aperfeiçoando o princípio da
racionalização proposto por Taylor.

11
COORDENAÇÃO

Coordenação

1 2
Planejamento Organização

Coordenação
Coordenação

Controle Direção
4 3

Coordenação

COORDENAÇÃO

• É ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os espaços coletivos.


• Relação entre elementos que funcionam de modo articulado dentro de uma
totalidade ordenada.

• Coordenar é dispor segundo certa ordem e método; organizar; arranjar.

Segundo Henri Fayol, “a coordenação tem por fim ligar, unir e harmonizar todos os
atos e esforços”. A coordenação deve estar presente em todas as fases da administração,
isto é, quando se planeja, organiza, dirige e controla uma empresa.
Coordenação é “Função do Administrador” [do Líder]? 9
Para responder esta pergunta, é preciso antes reafirmar que função é uma
aglutinação de atividades e que ela tem a tendência de se unir, ocasionando assim uma
dificuldade de identificação dos limites de uma função administrativa.
A coordenação está presente ao desempenho de todas as funções administrativas.
Ela não faz parte das características de cada função, mas representa o exercício das
funções. A coordenação pode ser definida como a harmonização dos vários esforços
necessários para atingir os objetivos almejados. A necessidade de sincronia entre as
funções é importante para que cada elemento na empresa compreenda melhor a forma de
se atingir os objetivos propostos.

9
http://www.cefetsp.br/edu/natanael/Apostila_ADM_parte1.pdf.
12
A coordenação só surtirá efeito quando todos os elementos conhecerem o objetivo
dominante da empresa. Cada um então, poderá trabalhar em prol desse objetivo dosando e
aplicando os esforços no momento melhor ou no momento exato que for preciso. Assim, a
ação individual será frutífera e permitirá que os planos se transformem em resultados de
forma mais natural e eficiente.

AS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER EFICAZ

As características de um líder são sua energia e tenacidade em enfrentar desafios,


confiança em suas habilidades, criatividade, conhecimento do negócio onde atua,
facilidade em identificar comportamentos e interpretar as informações que recebe
continuamente, flexibilidade para mudar com facilidade e principalmente ética,
integridade e honestidade.
Se no passado alguns até consideravam aceitável que um líder usasse de todos os
meios possíveis, lícitos ou ilícitos, para atingir seus fins, hoje já ficou provado que um
comportamento assim leva à deterioração de toda a equipe. As empresas que buscam
líderes que sejam leais à organização, porém desonestos para com o mercado, acabam
descobrindo que os desonestos tendem a ser assim em todas as direções.
Os desafios de um líder estão em fazer justamente isso: desafiar. Ele deve estar
sempre colocando em questão os processos para fazer com que cada um dê o máximo de
si. O líder deve ter também um espírito pioneiro, para experimentar novos caminhos,
encorajar a inovação e também apoiar pessoas que lhes tragam boas idéias. Ouvi dizer que
Michel Dell tem um desses tratorzinhos tipo rolo compressor de brinquedo em sua mesa
para lembrá-lo de nunca atropelar pessoas que entram em sua sala trazendo novas idéias.
Outro desafio do líder é demonstrar entusiasmo naquilo que ele faz e nas conquistas
da equipe. O líder desanimado ou que não reconhece o progresso de sua equipe, não
inspira os outros e nem comemora os resultados logo deixará de ser exemplo para seus
liderados. É importante ele entender que liderar não é mandar as pessoas fazerem as
coisas, mas sair na frente servindo de exemplo e de norte para sua equipe.
O líder antigo era o vaqueiro, que tocava a boiada. O líder do século 21 é o pastor,
que caminha à frente do rebanho. Liderar hoje é um trabalho que envolve muita emoção,
sentimentos e consideração para com as pessoas.
Ele precisa também detectar e desenvolver os talentos que encontra na equipe,
incentivando e descobrindo em que atividade cada um se encaixa melhor. Um bom líder é
capaz de reconhecer um bom talento e o lugar mais adequado para ele. Gerentes
inexperientes pensam que todas as pessoas servem para todos os postos, o que é um
engano. Há pessoas que desempenham melhor em determinadas atividades ou ambientes
de trabalho.
Outra função do líder hoje é a de identificar as redes de relacionamento entre as
pessoas de sua equipe e se aproveitar disso. Todas as pessoas têm amigos e conhecidos
que podem ser os talentos que estão faltando na equipe e o líder deve saber extrair esse
conhecimento das pessoas com as quais trabalha.

13
Deve também procurar criar em seus colaboradores não apenas um senso de equipe,
mas de relacionamento, fazendo com que a equipe se transforme numa rede de
relacionamento onde exista harmonia e auxílio mútuo, mas onde seja estimulada também
uma competição saudável para que todos busquem sempre criar novos patamares de
excelência.

A LIDERANÇA NO CONTEXTO BÍBLICO 10

A liderança, de forma clara e prática, está presente na Palavra de Deus. No processo


da revelação de Sua Palavra e para o cumprimento de seus planos, Deus sempre levantou e
usou líderes. Esses homens e mulheres estiveram no centro da vontade de Deus e de forma
especial marcaram o seu tempo. Dentre tantos que no contexto bíblico fizeram a diferença,
destacamos as lideranças de José, Moisés, Davi e Salomão. Foram líderes que foram
forjados na escola divina e para o louvor e glória do Senhor foram aprovados. É bem
verdade que, como homens, tiveram suas fraquezas, mas como servos também souberam
buscar em Deus a cura para que pudessem ser prósperos em sua liderança. Muito do que
vamos abordar nesse estudo tem como base a vida desses servos de Deus. Incentivamos,
portanto, aos alunos a leitura e estudo da vida desses homens que foram chamados por
Deus e puderam liderar segundo a vontade Dele.
CARACTERÍSTICAS QUE DEUS QUER VER NA VIDA DAQUELE QUE
ASPIRA A LIDERANÇA
1. Um homem que esteja no centro da vontade de Deus.
Para o desempenho de uma boa liderança, estar no centro da vontade de Deus é fator
fundamental. É dessa forma que o líder será abençoado e próspero. Há um texto em
Mateus 22.37 que nos diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a
tua alma e de todo o teu entendimento”. Esse texto nos remete a uma entrega total que
precisa ser feita por aqueles que desejam se encontrar no centro da vontade de Deus. O
viver desse servo será, a partir dessas verdades apresentadas, marcado por uma profunda
comunhão com o Deus que o salvou. Um líder sem intimidade com Deus, sem comunhão
com Cristo, certamente estará fadado a fracassos nessa liderança. Estar no centro da
vontade do Senhor é deixar-se ser usado pelo Espírito Santo de Deus. Lemos em
Efésios 5.18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos
do Espírito,” – Uma vida que se entrega plenamente a Deus o ama com todo o coração,
alma e entendimento. Diante dessa realidade, naturalmente ela andará por um caminho de
santificação diante do Senhor.
A carne com seus desejos serão mortificados. Haverá uma busca constante por Deus
e desejo de vê-lo agindo nesse coração. Com isso, o Espírito Santo encontrará as
condições necessárias para enchê-lo. O resultado será uma profunda intimidade com o
Senhor o que permitirá a Ele usar essa vida poderosamente em sua obra. Como líder, esse
servo se encontrará, então, no centro da vontade de Altíssimo. Essa liderança terá o abono
e autoridade espiritual de Deus que é o autor da obra.
10
CARMO, Waldyr Silva do. Liderança Eficaz. CASA DE ORAÇÃO CEHAB, 2011, p. 6.
14
2. Que seja aprovado.
Quando pensamos em aprovação, nossas mentes se voltam para a condição plena
que se espera para ser usado. Logo, na vida de um líder, “ser aprovado” é característica
fundamental para o exercício da liderança. Para o líder ser aprovado é necessário que ele
seja uma pessoa:
 Envolvida com os trabalhos da igreja local (evangelização, cultos semanais,
projetos da igreja e outros);
 Responsável;
 Compromissada;
 Submissa.

3. Que possa dizer “eis-me aqui, envia-me a mim”.


Dizer eis-me aqui, envia-me a mim, é se apresentar diante de Deus afirmando:
“Senhor Jesus, eu me encontro disponível para realizar a sua obra”. Antes da capacitação
humana e talentos é necessário que Deus veja naquele que aspira a liderança
“disponibilidade”. Para os que se encontram disponíveis diante de Senhor, o que importa
não são suas vontades, mas, acima de tudo, a vontade do Pai em suas vidas. Eles recebem
do alto a capacitação e frutificam onde estão plantados. Você está disponível para o
trabalho do Senhor? Está disposto a, de fato, ver a vontade de Deus sendo realizada em
sua vida?
4. Que esteja disposto a ensinar e a aprender.
O buscar conhecimentos e o ensinar devem ser constantes na vida daquele que se
lança diante de Deus para liderar. Em Timóteo 3.2 Paulo afirma: “apto para ensinar”. A
Moisés em Êxodo 4.12 Deus promete: “Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te
ensinarei o que hás de falar”. Entendemos, com essas verdades, que o líder que deseja o
sucesso na tarefa da liderança jamais poderá se acomodar com seus conhecimentos. É
necessário que haja uma busca constante do aprendizado para se encontrar cada vez mais
em condições para ensinar a outros. De acordo com a pesquisa feita com milhares de
líderes pela “Escola de Missões Mundiais do Fuller”, mencionada anteriormente, os
líderes eficientes “mantém uma postura de aluno durante a vida inteira. Nunca param de
estudar; leem livros que aumentam seu conhecimento e ampliam seus horizontes.
Assistem cursos para crescer e melhorar suas aptidões ministeriais”.
5. Que seja perseverante.
A perseverança é um dos fatores fundamentais que determina a boa liderança. O
líder que foi chamado para a obra de Deus precisa manter-se firme no propósito que
recebeu do Senhor. É triste vermos, em nossos dias, líderes que não são constantes em
seus propósitos. Normalmente são pessoas que implementam projetos diversificados e sem
a perseverança necessária para alcançarem os objetivos propostos. O líder que foi
chamado pelo Senhor sabe que o percurso que escolheu é o que foi escolhido por Deus.
Logo esse percurso é mais digno do que qualquer outro. Diante dessa convicção, esse líder
persevera e vê seus objetivos e propósitos alcançados.

15
O CARÁTER DO LÍDER QUE DEUS USA
 Pessoal
Cada líder tem uma identidade própria. Assim sendo, naturalmente, estará
influenciando seus liderados. Daí a importância daquele que lidera se preocupar com as
qualidades pessoais. Com sua vida o líder estará direcionando o grupo, pois é observado
por todos. É importante que ele estabeleça alvos para si e para o grupo que está liderando
(Fp 3.14). É necessário que ele tenha em mente que sua vida pessoal deverá refletir, de
fato, o que crê e defende como líder. Deve haver em sua vida a personalização de seus
projetos. Isso trará credibilidade aos liderados.

 Integridade11
Integridade é ter coerência entre pensamento, sentimento e comportamento. Ou
seja, é falar o que você pensa e fazer o que você fala. Simples assim. Embora pareça fácil,
não é. É um desafio e tanto ser íntegro! Mas há uma frase que sintetiza bem o desafio:
“Jamais faça algo que não possa contar com orgulho que fez”.
É importante ser íntegro. A integridade é um apoio fundamental para quem
deseja realizar algo maior, porque só em uma mente íntegra fluem grandes idéias e
aspirações.
Não adianta viver pregando valores que você não aplica em seu dia a dia. Viva
de acordo com eles. Só assim se sentirá em harmonia consigo.

 Moral
É imprescindível que o líder tenha uma vida limpa. Isso é sinal de que há o
temor de Deus nessa vida. Antes de se tornar um grande líder, José já tinha uma vida de
temor e compromisso com Deus. Diante do assédio da mulher de Potifar, vemos o
exemplo que ele nos dá de temor, não aos homens, mas a Deus, pois recusou ter relações
sexuais com ela, porque sabia que teria sua comunhão com Deus quebrada. Ele tinha a
consciência de que não poderia cometer tamanho pecado contra o Senhor (Gn 39.7-21).
Vemos, posteriormente, José sendo grandemente honrado por Deus. O Senhor confiou a
ele a missão de governar o Egito. O líder deve, então, ter uma vida limpa e digna da
responsabilidade que tem diante de Deus. Isso está diretamente ligado à sua conduta. Está
ligado ao testemunho do que lidera tanto na Igreja quanto na sociedade de um modo geral.

 Espiritual
1. Vida de Santificação
Em Hebreus 12.14 lemos: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” – No contexto espiritual do líder, a santificação de sua vida deve
ser fator de extrema relevância. Deus não usa vasos sujos. E para o líder ser usado
poderosamente, a santificação deve ser uma constante em seu dia-a-dia. Santificar-se é
abster-se de tudo aquilo que contamina a vida espiritual. Santificar-se é mortificar a carne

11
CAVALCANTE, Anderson. O que realmente importa? Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2012, p. 67,68.
16
(Ef 5.18). À medida que esse processo é exercido na vida do servo de Deus, mais ele é
cheio pelo Espírito Santo. Deus, então, o encontra em condições de ser usado em sua obra.
2. Vida de Oração
Um líder precisa ter vida de oração. Ela é ingrediente fundamental para que
respostas de Deus sejam declaradas. Em Efésios 6.18 lemos: “... com toda a oração e
súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isso vigiando com toda a perseverança e
súplica por todos os santos...” É a oração que move o coração de Deus! É através da
oração que milagres são declarados à vida do líder e do ministério que Deus confiou a ele.

3. Envolvimento com a Palavra


No treinamento que Paulo deu a Timóteo para o ministério, ele observa: “Expondo
estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentando com as palavras
da fé e da boa doutrina que tens seguido” (1 Tm 4.6). O apóstolo Paulo leva Timóteo ao
envolvimento com a Palavra de Deus. Isso seria para Timóteo alimento para sua vida
espiritual e defesa contra as heresias. Um líder que não se envolve com a Palavra de Deus,
acaba por exercer um ministério sem bases sólidas. Isso redundará numa caminhada de
problemas e fracassos. É através da Palavra de Deus que Ele se revela a seus filhos
conduzindo-os a uma trajetória de sucesso.

4. Viver na sabedoria do Senhor


Antes de assumir o reinado da nação de Israel, Salomão, em oração, fez um pedido a
Deus: “Em Gibeão apareceu o Senhor a Salomão de noite em sonhos, e disse-lhe: Pede o
que queres que eu te dê. Respondeu Salomão: De grande benevolência usaste para com teu
servo Davi, meu pai, porquanto ele andou diante de ti em verdade, em justiça, e em retidão
de coração para contigo; e guardaste-lhe esta grande benevolência, e lhe deste um filho,
que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia. Agora, pois, ó Senhor meu Deus, tu
fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai. E eu sou apenas um menino pequeno;
não sei como sair, nem como entrar. Teu servo está no meio do teu povo que elegeste,
povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. Dá, pois, a teu
servo um coração entendido para julgar o teu povo, para que prudentemente discirna entre
o bem e o mal; porque, quem poderia julgar a este teu tão grande povo? E pareceu bem aos
olhos do Senhor o ter Salomão pedido tal coisa. Pelo que Deus lhe disse: Porquanto
pediste isso, e não pediste para ti muitos dias, nem riquezas, nem a vida de teus inimigos,
mas pediste entendimento para discernires o que é justo, eis que faço segundo as tuas
palavras. Eis que te dou um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não
houve, e depois de ti teu igual não se levantará. Também te dou o que não pediste, assim
riquezas como glória; de modo que não haverá teu igual entre os reis, por todos os teus
dias. E ainda, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos e os meus
mandamentos, como andou Davi, também prolongarei os teus dias. Então Salomão
acordou, e eis que era sonho. E, voltando ele a Jerusalém, pôs-se diante da arca do pacto
do Senhor, sacrificou holocaustos e preparou sacrifícios pacíficos, e deu um banquete a
todos os seus servos” (1 Rs 3.5-15). A Bíblia nos mostra de forma grandiosa e maravilhosa

17
como Deus atendeu a essa oração concedendo a Salomão sabedoria para governar a nação
de Israel. Esse conhecimento e sabedoria claramente não foram humanos, mas divinos.
Aquele que se apresenta diante de Deus para liderar na obra do Senhor, necessita muito
mais do que conhecimentos humanos; ele precisa da sabedoria que vem do alto. Para isso
é necessária uma postura de humildade e submissão diante de Deus para, em oração,
clamar por esse conhecimento. O Senhor concederá essa bênção e na trajetória desse
ministério será visível o agir de Deus através da sabedoria que será concedida a essa vida.

5. Vida de Fé
A Bíblia nos afirma: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna
galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). É necessário, na vida daquele que lidera, o
elemento fé. É dessa forma que ele estará agradando ao Senhor. É assim que grandes
milagres serão declarados à sua vida e à vida do grupo que lidera.
6. Viver o Amor na prática (Mt 22.37-39)
• Amor vertical
Esse amor se inicia no coração do adorador para com Deus. É o amor que me faz
estar junto de Deus, me faz ter comunhão plena com Deus, me faz viver na vontade de
Deus. Um amor que leva o adorador a uma entrega total e plena de sua vida a Deus.
• Amor horizontal
Na sequência do texto, lemos também a expressão: “... amará o próximo como a ti
mesmo”. O amor que foi gerado de Deus na vida daquele que creu e o levou a uma vida
plena de amor e adoração ao Pai, agora é exercido para com o próximo. É impossível
alguém amar a Deus e odiar o próximo. Esse resultado é natural. Aquele que ama ao
Senhor, busca também amar de forma prática ao próximo. É desta forma que cumprimos
nossa missão, pois foi assim que Jesus viveu o seu ministério. Ele amou ao próximo a
ponto de dar sua vida para salvar os pecadores.
O líder, como modelo para os liderados, não pode se esquecer do amor que precisa
estar presente em sua vida de forma prática. Nossas ações falam mais do que nossas
palavras. O amor é evidenciado, muito mais do que por palavras, através de nossas ações.
7. Pronto para servir
O maior exemplo de servilismo que temos na bíblia é o do próprio Cristo. Ele veio
para servir e serviu até a morte. Um dos exemplos clássicos vividos por Jesus e que nos
mostra a grandeza de Deus na vida daquele que lidera através do serviço foi quando ele
lavou os pés dos discípulos (João 13.4-11). Note bem que o servilismo está diretamente
ligado à humildade. Não há como servir se não houver humildade. Os que almejam a
liderança precisam aprender a serem humildes para, então, lançarem mão da toalha do
serviço que estará satisfazendo às necessidades dos outros.

18
JESUS, O MAIOR EXEMPLO DE LIDERANÇA

Sem dúvida, o maior exemplo de liderança que o mundo já viu é o de Jesus. Ao


longo da história, seus métodos continuam sendo reproduzidos e trazendo magníficos
resultados. Nossa proposta, no contexto da liderança de Jesus, é observar alguns pontos
dentre tantos que possam nos trazer uma visão desse fantástico líder que marcou de forma
grandiosa toda a humanidade.

Destacaremos aqui alguns princípios usados por Jesus e que devem ser praticados
pelo líder que almeja sucesso em sua liderança.

 Um líder que viveu a humildade (Fl 2.6-8)


Vemos, no texto que lemos a presença plena da humildade na pessoa do Senhor
Jesus.

Ele se humilhou quando abriu mão de sua glória.

Ele se humilhou quando se tornou homem.

Ele se humilhou ao ser obediente ao Pai até a morte e morte de Cruz.

Todo o ministério de Cristo foi exercido com humildade.
Não há liderança de sucesso sem a presença da humildade. Ela precisa começar
na vida do líder. Foi assim que Jesus nos ensinou e é dessa forma que alcançaremos o
sucesso.

 Um líder com propósitos (Fl 2.6-8)


Do início ao fim, o ministério de Cristo foi pautado num único propósito. O maior
projeto de todos os tempos teria de ser implementado. A missão estava nas mãos do Filho
de Deus. Nessa trajetória não poderia haver falhas, pois nas mãos de Cristo estava o
destino de todas as almas, de todas as eras e tempos. Ele se manteve firme em seu foco e
não falhou.
Ele liderou os discípulos dentro dessa visão e os treinou também nessa visão. A
liderança de Cristo teve o propósito máximo de livrar o homem da pena do pecado.

 Um líder que conhecia profundamente o seu contexto


Um líder precisa conhecer o contexto que lidera. Vemos pelos textos bíblicos que,
quando Jesus falava aos discípulos ou à grande multidão que o seguia, Ele tinha um
conhecimento profundo de todo o contexto que o rodeava. Diante de situações diferentes,
vemos Jesus levando alimento e trazendo à luz verdades profundas que deixavam as
pessoas maravilhadas. Quando se encontrou com a mulher samaritana (João 4), Ele deu
uma verdadeira aula onde revelou conhecimentos profundos acerca da cultura e estilo de
vida daquela mulher. Deus não irá fazer aquilo que podemos fazer. É necessário, então,

19
que se busque conhecimento geral do contexto onde se lidera para assim ser achado diante
de Deus em condições para desempenhar uma liderança eficaz.

 Um líder que ensinou e treinou seus liderados para liderar


• Ele pessoalmente ensinou os discípulos
Em Marcos 4 vemos Jesus ensinando os discípulos a compreenderem a “Parábola do
Semeador”. Observando o ministério de Jesus, você verá que ele continuamente tem a
preocupação de trazer ensinamentos aos discípulos. Jesus assim o fazia, pois sabia que
continuaria sempre com eles; portanto era necessário treiná-los para que se tornassem
futuros líderes. Todo líder que almeja uma liderança de sucesso precisa capacitar os
liderados através do ensino, objetivando fazer deles líderes no futuro.
• Ele foi o exemplo maior para os discípulos
Ele foi o modelo prático para a vida dos discípulos. Exemplo de serviço, de
humildade, de compaixão, de amor, de perdão. Ele foi o modelo completo para os
discípulos e continua sendo o padrão a ser seguido por aqueles que desejam ser bem
sucedidos em sua liderança.

 Um líder que esteve sempre pronto a servir (João 13.4,5)


O ministério de Cristo foi baseado no serviço. Mesmo sendo líder, Jesus sempre
esteve envolvido com o serviço. Ele usava sua vida como exemplo para que os discípulos
pudessem aprender de forma prática. Quando lavou os pés dos discípulos (Jo 13.5), além
da humildade, Jesus estava ensinando a eles a lição do serviço, estava mostrando que ser
líder era, antes de tudo, “servir”. Aprendemos hoje com Cristo que ser líder é ser servo e
que é dessa forma que estaremos ajudando outros a chegarem mais perto de Cristo para o
cumprimento da missão.

 Um líder que vivia constantemente em comunhão com o Pai e meditação


(Mc 1.35, Lc 5.15,16)
O líder vive empenhado, oferecendo sempre alimento para os liderados. Há um
desgaste muito grande, uma vez que é solicitado o tempo todo e lida com múltiplas
situações. Com Jesus o contexto foi o mesmo. As multidões, os discípulos, os fariseus
escribas e outros traziam a Cristo um desgaste muito grande. A Bíblia nos mostra que
Jesus era suprido através da comunhão constante que ele tinha com o Pai. Mesmo nos
últimos momentos de seu ministério e até mesmo na cruz do calvário, Ele não perdeu a
comunhão e meditação com o Pai. Sem dúvida, aqui Jesus nos traz um grande
ensinamento. A liderança eficaz se faz com constante comunhão com Deus e meditação na
Sua Palavra.
 Um líder que buscava tempo para descanso (Mc 6.31, Mt 14.23)
Como exemplo de liderança, Jesus nos mostra que é preciso haver um tempo para
descanso na vida do líder. O organismo humano tem limites e esses não podem ser
quebrados. O descanso é bíblico. Lemos que Deus fez o mundo em seis dias e no sétimo
descansou. Jesus viveu essa realidade na prática para que pudéssemos seguir o Seu
20
exemplo. Há líderes que estão enfrentando sérios problemas na área emocional e em
outras, porque acham que são super homens e não necessitam de descanso. Aprendamos
com Jesus a tirar um tempo a sós em oração com o Pai. Aprendamos também com ele que
é necessário termos um tempo de lazer e descanso para revitalizarmos nosso corpo e assim
adquirirmos a disposição necessária para desenvolvermos bons trabalhos.

A ESPIRITUALIDADE DO LÍDER 12

O tema da espiritualidade está na moda. Se por um lado isso é positivo por chamar a
atenção do mundo para uma perspectiva muitas vezes ignorada por outro corre-se o risco
de uma banalização e um desvirtuamento do tema. Mas, e para os líderes que implicações
o tema da espiritualidade tem?

Falar que o líder cristão precisa ser espiritual é um truísmo. Não se pode ser um
líder cristão e não ser espiritual. Como manter uma liderança cristã relevante sem manter
um vital relacionamento com Cristo?

Não basta apenas ser líder conhecer as técnicas e as estratégias mais modernas do
mundo da liderança. O líder eficaz antes de fazer, precisa ser espiritual. Muitos caem aqui.
Começaram bem como líderes espirituais, mas no decorrer da jornada se tornaram apenas
líderes firmando-se apenas em suas habilidades gerenciais, eloqüência, personalidade forte
e manipulações etc.
Fatores geradores de problemas na espiritualidade do líder:

1. Pragmatismo13 – Muitos líderes perderam o seu relacionamento vital com Deus por
conta de um comprometimento radical com o pragmatismo. Como estratégias de sucesso
passaram a pautar seus atos pelos resultados, acabaram negociando valores antes
inegociáveis. Os fins acabaram justificando os meios e com isso a perspectiva espiritual
sadia foi para o espaço.
2. Competição com outros ministérios - Uma visão competitiva extrema pode produzir
uma perda ou enfraquecimento da vivência espiritual do líder. É quando ele passa apenas a
lutar pelo seu lugar no mercado como se a sua própria sobrevivência ou dignidade humana
dependesse disso. Líderes cristãos não são competidores entre si. Somos partes de um
mesmo time.
3. Visão materialista do ministério - Quando um líder desenvolve uma visão
materialista do ministério é um sinal forte de que a sua espiritualidade encontra-se extinta
ou em vias disso. Quando o homem perde a visão espiritual da vida ele precisa substituí-la
por outras realidades e a mais comum é o apego às coisas materiais e a aparente segurança
que elas promovem.

12
ABREU, Ednilson Correia de. Ministério Tudo Pelo Reino. Espírito Santo – Brasil, 2007.
13
Doutrina filosófica que adota como critério da verdade a utilidade prática, identificando o verdadeiro como útil; senso
prático.
21
4. Perda do cultivo de um relacionamento real com Deus - Creio que a raiz disso tudo
está na perda de um relacionamento diário real e equilibrado com Deus. Quando o líder se
deixa enredar por uma rotina dura e fria e ignora a necessidade de se manter na presença
do Senhor como um estilo de vida isso terá um efeito decisivo sobre o seu poder e
relevância.

Um caminho de prevenção e cura espiritual do líder: Lembre-se de quem você


realmente é:
1. Todo líder cristão precisa se lembrar que é um cristão. Parece óbvio, mas o
problema é que por ser óbvio acabamos nos esquecendo disso e deixamos a rotina se
instalar e achamos que funcionaremos em uma espécie de piloto automático. Isso não
existe. Espiritualidade sadia requer ações pro ativas de nossa parte. O tempo não nos torna
mais espirituais nem o fato de estarmos envolvidos em afazeres eclesiásticos ou para-
eclesiásticos. Espiritualidade sadia é vida em Deus e com Deus.
2. Viva perto de Deus. Precisamos viver com Deus de verdade. Quanto mais perto de
Deus estivermos mais aptos estaremos para levar as pessoas sob a nossa influência para
mais perto dele. A palavra profética de Miquéias nos chama atenção aqui quando diz: “O
SENHOR já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é
que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em
humilde obediência ao nosso Deus”. Miquéias 6.8 (NTLH)

O que gera a proximidade de Deus:


1. Transformação pessoal ética – Um líder espiritual será um líder ético cuja moral é
ilibada e limpa diante dos homens e de Deus cujo coração é levado a amar e perdoar como
ele mesmo é amado e perdoado por Deus.
2. Sabedoria – Na luz do Senhor veremos a luz para nos iluminar ao longo dos
caminhos difíceis e das decisões do dia a dia. A sabedoria verdadeira vem de Deus para
nós.
3. Visão – Aliada à sabedoria uma vida de proximidade de Deus produzirá visão que é
aquela capacidade de poder ver aquilo que a maioria não vê. Um líder que anda com Deus
de verdade é capacitado a enxergar.
4. Consolo – Temos carências e limitações, enfrentamos tragédias e tristezas como todo
ser humano. A liderança não nos isenta de experiências dolorosas. Mas temos um Deus
que prometeu caminhar conosco em todos os momentos inclusive nos vales de lágrimas.
5. Paz – Liderar não é fácil e a todo instante algo tenta roubar a nossa paz por isso
quanto mais próximo do Senhor estivermos mais de sua paz receberemos.
6. Esperança – Sem esperança não podemos liderar. A esperança energiza os sonhos.
Um líder que vive perto de Deus terá suas esperanças renovadas diariamente e assim seus
sonhos serão renovados na mesma medida.
7. Encorajamento – Há dias em que parece que tudo está contra nós que o Diabo jogou
todas as suas armas em nossa direção. Mas uma vida próxima de Deus vai trazer

22
encorajamento. Deus usará os seus meios maravilhosos para nos mostrar que ele está lá ao
nosso lado para nos fortalecer.
8. Vitória espiritual – Um líder espiritual obterá vitórias espirituais e estas são as mais
importantes da vida, pois elas fundamentarão todas as outras que poderemos ter no
trabalho, na família, nos relacionamentos e etc.
MÉTODOS, ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS 14

MÉTODOS

A palavra método vem do grego metá (µετά) e hodós (ὁδός), que significa no
caminho. Daí, “direção que se imprime aos próprios pensamentos a fim de investigar e
demonstrar a verdade”.
Em termos práticos, método é o caminho que se usa para se chegar a um
determinado objetivo; é a maneira de se fazer algo. Assim, se quero atingir pessoas
com o ensino da eleição, posso fazê-lo dando ênfase à soberania divina, se quero falar de
santificação devo me prender ao dever de cada pessoa individualmente.

Como sabemos, existem dois métodos básicos em toda ciência:


1. O Dedutivo (a priori). Trabalha a partir de dados existentes. De uma proposição
(afirmação) ou uma série de proposições deduz ou infere uma série de fatos.
Dedução é tirar inferências e conclusões lógicas dos dados.

2. O Indutivo (posteriori). Ele parte do particular e chega a um enunciado ou


afirmação geral.
MÉTODO DEDUTIVO: do geral para o particular a priori
MÉTODO INDUTIVO: do particular para o geral a posteriori

Em qualquer dos dois métodos, podemos empregar duas formas de raciocínio pura o
trabalho do ensino: o método dedutivo e o indutivo.

O método dedutivo de abordagem didática é aquele que começa do geral para o


particular. No caso, o líder começa por falar do plano de salvação, para aplicá-lo ao
problema particular que o pecador está enfrentando. Exemplo: o pecador está deprimido e
não tem paz. Neste caso, para argumentar dedutivamente, o líder começará falando do
plano de salvação. Se o pecador o aceitar, poderá livrar-se da sua falta de paz, que deve ser
conseqüência do pecado em sua vida.

Na argumentação indutiva, o líder começa pelo problema da pessoa até chegar ao


plano de salvação, que, uma vez aceito, pode ajudar a pessoa no seu problema. Um caso
típico deste exemplo é o diálogo de Jesus com a mulher samaritana. Ele começou com os

14
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 45-47.
23
problemas daquela mulher: a sede, os pecados que ela tinha, e partiu para apresentar-lhe a
água da vida (João 4).
Por uma liderança eficaz: se for preciso, mude os métodos! 15
Êxodo 18.1-27
O povo de Israel tinha acabado de sair do Egito. Moisés aconselhava o povo desde o
amanhecer até o anoitecer. Numa atividade exaustiva tanto para ele como para o povo que
buscava uma orientação. Devido a grande procura, a maioria saía sem conseguir falar com
ele. Apesar de ser um homem de Deus, Moisés não estava conseguindo enxergar o seu
erro. Precisou que seu sogro Jetro aparecesse para lhe chamar a atenção e assim mudar o
método de liderança que estava utilizando para aconselhar o povo. Baseado neste episódio
da vida de Moises queremos refletir alguns pontos importantes para uma liderança eficaz
junto ao povo de Deus.
1. A Repetição de métodos antigos e ortodoxos não significa necessariamente
que estamos no caminho certo.
O tempo e as pessoas mudam, sendo necessário à utilização de novos métodos e
recursos que venham a levar o povo a uma direção segura. Moisés usava o método
patriarcal em que toda a decisão passava pelo chefe do clã. Ele não se deu conta que eles
já não eram uma pequena família, mas sim uma grande família. Portanto, o método
patriarcal era por si só ineficiente para atender a todos.

2. A centralização do poder só sobrecarrega o líder, e mostra que ele não tem


confiança nos seus liderados ou vê que ninguém é capaz de ajudá-lo. Esta centralização é
fruto do sistema patriarcal , tinha a sua razão de existir antes, agora não. Ela pode gerar
não só sobrecarga, mas também pode levar a uma apatia por parte do grupo.
Conseqüentemente matará toda e vontade de liderança e serviço do povo. Um velho ditado
é válido para os nossos dias: “Só se aprende fazer fazendo”.

3. A forma de trabalho que Moisés estava usando poderia gerar, devido à


espera do povo: cansaço, desânimo e frustração. Com certeza o povo sairia da presença
de Moises sem uma decisão. As conseqüências seriam óbvias: desvio de doutrinas, prática
imorais e quebra da comunhão com Deus e com o grupo. Portanto, cuidado em não insistir
no método que não está trazendo resultados positivos.

4. Um bom líder sabe ouvir. Esta deve ser uma das características de um grande
líder, de um verdadeiro homem de Deus. Isto é fruto da humildade. Moisés soube ouvir os
conselhos de seu sogro , por sinal, também era um líder. As experiências dos mais antigos
são sempre bem vindas. Imaginemos se Moisés não desse ouvido aos conselhos de seu
sogro!

15
Oséias Beppler Penido – http://www.institutojetro.com.
24
5. Um bom líder é aquele que divide tarefas. Agindo assim, faz discípulos. O
método que empregava Moisés não só matava a liderança natural que existia no grupo
como impedia que nossas lideranças surgissem ou fossem formadas.

6. Por menor que seja o nosso grupo de liderança haverá sempre pessoas com
capacidade para nos ajudar. Cremos que esse dom vem de Deus, ele mesmo se
encarrega de levantar pessoas idôneas para estar ao nosso lado. Elas nos ajudarão a
cumprir a tarefa que nos ordena o Senhor.

7. A grande responsabilidade do líder é fazer com que o rebanho saia


alimentado de uma maneira eficaz e satisfatória. Em certos momentos precisará fazer
uso dos recursos tanto materiais como técnicos para atender a todos. Portanto, não se pode
virar as costas para a realidade.

Moisés descobriu que o método utilizado não era o melhor. Ainda que as intenções e
o propósito eram dar o melhor para o povo. Não temos que ter medo de mudar no meio do
caminho quando descobrirmos que o método que estamos utilizando não seja o melhor
para o povo. Descobrindo o erro, é melhor mudar do que, por teimosia e prepotência, levar
o grupo à ruína.

25
ESTRATÉGIA16

Todo líder é um estrategista.

Estratégia17 é uma expressão militar. Originalmente, trata da arte, organização e


planejamento das operações de guerra. Mas a idéia é usada em geral para qualquer plano
de ação, buscando a maneira mais adequada e melhor para se alcançar objetivos
colimados18.

A estratégia tem a ver, portanto, com o lado operacional do método. Em João 4,


lemos o lindo episódio do encontro de Jesus como a mulher samaritana. O método de
ensino que Jesus usou foi o contato pessoal. A estratégia foi o programa de passar por
Samaria, ao ir a Jerusalém, e ficar ali parado perto do poço de Jacó.

Um núcleo de estudos bíblicos nos lares é uma estratégia. Uma série de conferências
é uma estratégia. A igreja em células é outra estratégia.

“A liderança é uma poderosa combinação de estratégia e caráter. Mas se tiver de


passar sem um, que seja estratégia” (Norman Schwarkopf).

TÉCNICA19

A técnica é o recurso material que usamos para executar o método. A maneira como
abordo a pessoa, como arranjo o plano de salvação; se uso o argumento dedutivo ou
indutivo, tudo isto são técnicas. Contar histórias em flanelógrafos para crianças é uma
técnica. Usar slides ou Data Show para uma aula de EBD é uma técnica.
Para fins didáticos, apesar de estratégias e técnicas fazerem parte da execução do
método, em termos específicos, cada parte dessa execução tem seu próprio nome.
Ao trabalharmos nestas conceituações, temos que entender o espírito no Novo
Testamento sobre metodologia. Poderemos filtrar do Novo Testamento várias amostras de
métodos, estratégias e técnicas. Mas vamos notar uma variação muito grande de caso para
caso. Notamos que o Espírito Santo usava uma grande variedade de recursos. Mas não
podemos evitar a compreensão de que o Espírito Santo usava os discípulos como seres
humanos e não como seres “celestiais”.

Isso não elimina, no entanto, o valor do conhecimento de maiores recursos


metodológicos. Como tenho demonstrado, o Espírito Santo trabalha conosco e leva-nos a
usar as “ferramentas” que temos para que façamos seu maravilhoso trabalho.
16
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 46.
17
Estratégia vem da palavra soldado (stratiōtēs - στρατιώτης) em grego.
18
Colimar. [Do lat. collimare, dos astrônomos seiscentistas; errônea, originária de má leitura de collineare, 'visar'.].
1.Observar com instrumento adequado. 2.P. ext. Mirar, visar, observar. 3.Fig. Ter em vista; visar a; objetivar, pretender.
19
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 47.
26
Partindo desses princípios, podemos fazer um bom exercício se formos ao Novo
Testamento e analisarmos os textos que tratam de ensino, identificando: o método, a
estratégia e a técnica usados em cada caso.

A EFICÁCIA DO LÍDER NO MINISTÉRIO 20

O líder eficaz é aquele que almeja a excelência do ensino e se empenha em


alcançá-la (Rm 12.7: O que ensina, esmere-se em fazê-lo). Paulo recomenda àquele que
ensina a dedicação total desse ministério. Dedicação que resultará num progresso
constante do líder, quer seja em relação à habilidade no ensino e crescimento espiritual de
seus alunos; quer seja em relação a sua própria vida cristã.
O líder eficaz deve ser o primeiro a viver o que ensina. Os liderados nunca
devem ser subestimados. Eles saberão se o líder está sendo sincero no que diz. Como
também saberá se o líder se preparou adequadamente para a liderança. Quando o líder não
se esforça para fazer o melhor, ele não apenas desrespeita seus liderados como peca contra
Deus.
SINCERIDADE E SANTIDADE. Ser sincero, além de evitar o pecado, cria um
atmosfera de segurança entre líder e o liderado. Num questionamento, não é “feio” que o
líder responda: NÃO SEI. Afinal, mesmo sendo líder no ministério, ele ainda continua
sendo um ser humano com as mesmas limitações de antes e, digo com toda a certeza, ele
não se tornou um super-herói invencível ou um grande sábio por estar ocupando um cargo
de liderança. Vale ressaltar que o líder, ao se sentir sem saída em uma questão deve ter a
sinceridade e a nobreza de dizer: Não sei, mas prometo que vou me informar do assunto
para lhe responder.
CONHECER BEM OS LIDERADOS. Além de viver o que ensina, o bom líder
conhece seus discípulos. Ele nunca deve acreditar que basta, por exemplo, pegar um e
manual de liderança e ensinar o que está ali, por melhor que seja o seu trabalho de
pesquisa. O líder deve conhecer bem seus discípulos. É importante que o líder conheça
seus alunos, até mesmo para uma transmissão mais natural e eficaz de seus ensinamentos.
A CRIATIVIDADE, O DINAMISMO E A MOTIVAÇÃO.
A criatividade, o dinamismo e a motivação devem fazer parte de cada ensinamento
ministrado pelo líder. Não importa para qual faixa etária o líder está ministrando, importa
que ele seja o melhor, crie seus diferenciais e dessa forma motive seus alunos a
participarem.

20
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990.
27
EXPERIÊNCIA DE CONVERSÃO 21

Parece absurdo mencionar este fato, mas um líder tem que ter, inequivocadamente, a
consciência de que é uma pessoa convertida. É muito fácil alguém nascer numa família
cristã, engajar-se na igreja e no seu sistema, aprender educação religiosa, e pensar que por
isso está salva. Isto é tremendo engano. Cada pessoa tem que ter sua experiência com
Deus. Pode ser que as experiências variem de pessoa para pessoa, mas haverá um
convicção inconfundível de que ela é convertida, é salva. Se alguém não nasceu de novo,
não pode liderar ou ensinar nada a outrem. Não importa que essa experiência tenha vindo
na infância, na adolescência, na juventude ou na vida adulta. Importa que cada um que
ensina possa dizer com convicção que Cristo o salvou e que ele é uma nova criatura (2 Co
5.17).

SELADO NO ESPÍRITO SANTO 22

Uma outra convicção que deve estar posta inconfundivelmente no líder é a sua
relação com o Espírito Santo. Hoje encontramos muitos movimentos confusos sobre a
doutrina do Espírito Santo. Temos que entender, de uma vez por todas, que não há crentes
sem o Espírito Santo; não há conversão sem o Espírito Santo (João 16.7-11). Também
ninguém pode ter um terço ou dois terços de Deus. Se alguém tem o Pai, tem o Filho e tem
o Espírito Santo também. Quando alguém se converte, arrependendo-se de seus pecados,
crendo em Jesus como seu Salvador, recebe o dom do Espírito Santo, que é o próprio
Espírito Santo (At 2.37,39; João 7.37,39). Daí, a pessoa é selada pelo Espírito Santo (Ef
1.13,14); o Maligno não lhe toca (1 João 5.18); ninguém o arrebata das mãos do Senhor
(João 10.28); ele passa a ser habitado pelo Espírito Santo (1 Co 6.19,20). O Espírito Santo
lhe é dado como garantia da vida eterna e isto é uma promessa irreversível. Muita gente há
hoje vivendo numa fé que é um mar de dúvidas e incertezas. Tais pessoas acham que
podem perder a salvação e assim vivem no desespero. O líder precisa ter convicção do seu
relacionamento com Deus, com o Espírito Santo e seu Filho Jesus. Necessita da divindade
dentro de si e por onde for tem que pensar assim. Sua vida é um santuário e ele possui
todas as garantias divinas para o seu ministério.

O ESPÍRITO SANTO NO LÍDER 23

Nesta oportunidade queremos focalizar a atuação específica do Espírito Santo na


vida do líder.

1. O Poder do Espírito Santo

21
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 40
22
Ibid., p. 40.
23
FERREIRA, Damy. Op. Cit., p. 64-65.
28
Em Atos 1.8 temos a grande promessa: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e
Samária, e até os confins da terra”. A palavra grega para “poder” é dynamin, que vem de
dýnamis, que quer dizer “poder”. Daí vem nossa palavra “dinamite”.
Testemunhar de Cristo, evangelizar, fazer discípulos, liderar são atividades especiais
que exigem poder especial. Só o Espírito Santo pode providenciar esse poder, e, se o
crente já recebeu o Espírito Santo, já tem Ele habitando dentro de si, todavia necessita do
“batismo no Espírito Santo”. O líder precisa crer no poder do Espírito para a sua tarefa.
Ele não deve tentar substituir isso por nada neste mundo.

2. A Motivação

O texto de 2Pe 1.21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos
homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos [φερόµενοι] pelo Espírito
Santo, na tradução de Almeida nos fala de crentes movidos pelo Espírito Santo”. Qualquer
líder: evangelista, missionário, pregador e pastor são movidos pelo Espírito Santo. O
paráclito trabalha na vontade deles. Esta é a manaeira como o Espírito Santo trabalha em
nós. Aliás, muitos de nós, talvez por influência do alto grau de superstição que existe na
nossa gente, somos tentados a pensar que, na hora de sermos usados pelo Espírito Santo,
tem que haver um ambiente espetacular, de fogo caindo do céu, de “monte fumegante”
como no sinai, e coisa semelhante. Uma vez selado, batizado no Espírito Santo, a coisa
natural e normal que há é o Espírito agir em e através de nós. Em Atos 16.6,7 lemos que
“Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de
anunciar a palavra na Ásia; e tendo chegado diante da Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas
o Espírito de Jesus não lho permitiu”. O mesmo podemos notar quando, em atenas, o
Espírito de Paulo se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria (At
17.16). Não há dúvida de que o Espírito Santo em nós nos move e motiva na área da
liderança. É como se fôssemos duas pessoas – e na verdade é assim – que andassem juntas
o tempo todo, só pensando e planejando sobre como posso ser um líder eficaz. Não foi
sem razão que Paulo disse que nós temos a mente de Cristo (1Co 2.16). E não é realmente
isso que Jesus quis dizer em Jo 17.21: “Para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és
em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me
enviaste”? Grife as expressões: “para que eles sejam um em nós” e “para que o mundo
creia que tu me enviaste”. Aqui está o segredo: a Trindade Santíssima, que é uma unidade,
se entrelaça conosco e forma uma unidade conosco. Daí, sempre trabalhamos juntos com
Ele.
Alguém pode perguntar: Se ficarmos elaborando esboços de sermões, consultando
grego, hebraico, comentários, dicionários teológicos, não estaremos impedindo a ação do
Espírito Santo em nós? Podemos responder: “Pelo contrário, nós estamos trabalhando com
o Espírito Santo. Nós sempre trabalhamos juntos. Ele nos ajuda nas nossas pesquisas e
trabalha com o nosso entendimento e devemos nos alegrar por este tremendo privilégio, de
trabarmos juntos.

29
3. Direção

Também o líder é guiado pelo Espírito Santo. Ele guia na verdade (Jo 16.13), e guia
também nos empreendimentos de liderança (evangelísticos e missionários: At 16.16-
8,9,10). Em Trôade, notamos como o Espírito Santo atuou no entendimento de Paulo para
guiá-lo à Macedônia, pela expressão: “(...) concluindo que o Senhor nos chamava para
lhes anunciarmos o evangelho” (At 16.10). O grande evangelista Filipe foi guiado pelo
Espírito para encontrar aquele eunuco no caminho de Gaza. O Espírito Santo nos guia na
liderança eficaz.

Acrescentamos aqui uma palavra de Billy Graham:


Atualmente os cristãos têm mais equipamento e tecnologia para evangelizar o
mundo que nunca antes. Têm pessoal mais qualificado. Mas a grande tragédia é esta: falta
aos cristãos frequentemente a plenitude do Espírito, ou seja, a verdadeira dependência do
poder de Deus para seu ministério. No primeiro século temos abundância de ilustrações do
tipo de poder que eles precisam e não têm. Em uma cidade as pessoas disseram dos
cristãos: “Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (Atos 17.6). De
tempos em tempos, nos séculos seguintes, o mesmo poder do Espírito Santo foi derramado
sobre o mundo. Exemplos isolados temos ainda hoje. Mas como seria se todo o poder do
Espírito fosse liberado em todos os crentes verdadeiros? O mundo seria de novo
transtornado, “virado de pernas para o ar”.24

O LÍDER E A SANTIFICAÇÃO 25

A salvação é um ato que é selado com o Espírito Santo. A santificação é um


processo. No Novo Testamento podemos notar isto facilmente examinando o modo e o
tempo do verbo grego empregado nas declarações sobre a salvação, que denotam ação
realizada, enquanto que a santificação é mencionada como ação contínua. A santificação é
o processo que mantém o “vaso limpo” (1 Ts 4.4) e é ela que dá ao Espírito as condições
necessárias para usar o crente poderosamente.

O LÍDER E A BÍBLIA 26

O líder é como um samurai, tem que dominar bem a sua espada.


“Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que
se envergonhar, que maneja (ὀρθοτοµοῦντα - ὀρθοτομέω) bem a palavra da verdade”
(2Tm 2.15). [orthotomunta - orthotoméō].
ὀρθοτοµοῦντα - ὀρθοτομέω. Cortar reto. ὀρθός,ή, ὀν reto, direito Hb 12.13; reto,
correto.
(Rm 12.7: O que ensina, esmere-se em fazê-lo).
24
GRAHAM, Billy. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Edições Vida Nova, p. 103-106
25
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 40.
26
FERREIRA, Damy. Op. Cit., p. 41-43.
30
O líder tem que conviver com a Bíblia de tal maneira que possa, por ela, apropriar-
se da Palavra de Deus. Ele precisa não só ter um vasto conhecimento dela, como também
deve alimentar-se dela. Para tanto, aconselho cinco expedientes que devem ser levados a
sério pelo líder em relação à Bíblia.

1. O líder deve ler constantemente a Bíblia (Ap 1.3; 1 Tm 4.13). Existe hoje
muita gente que tem pouco convívio com a Bíblia, e muitos crentes nunca leram a Bíblia
toda pelo menos uma vez. O líder deve dar-se à tarefa de ler, pelo menos uma vez, a Bíblia
toda. O ideal seria o líder ler a Bíblia toda uma vez por ano. Durante muitos anos, tive o
privilégio de fazê-lo assim, competindo com meu pai, e foi muito salutar.

2. O líder deve ouvir a leitura da Bíblia (Rm 10.17; Ap 2.29; Ec 5.1). Quando
lemos, podemos estar desligados na nossa atenção ou até podemos ler sem ênfase um
ponto que deveria ser ressaltado. Quando ouvimos, podemos ser despertados, para
aspectos nunca notados por nós. A leitura da Bíblia em alta voz deve ser cultivada nos
cultos. Seria bom até haver fitas gravadas com voz solene e fundo musical, para que se
pudesse ouvir a mensagem bíblica. A igreja pode elaborar programas de leitura da Bíblia
de maneira a torná-la mais viva. Grupos lendo a Bíblia em estilo de jogral podem tornar o
momento altamente edificante.

3. O líder, ainda mais, precisa memorizar a Bíblia (Sl 119.11; Dt 6.6; Pv 7.1-
13). O líder deve saber muitos textos de cor, não só para servir-se deles no ensino em
certas circunstâncias, como também para lançar mão deles em momentos de lutas e
conflitos espirituais. No passado, os pais crentes costumavam ensinar longos textos a seus
filhos e tinham orgulho de exibir, a qualquer visitante do lar, a capacidade das crianças em
recitar textos bíblicos. Hoje este hábito tão salutar está desaparecendo das famílias. De
qualquer maneira, o líder deve primar por fazer isso. Antes de mais nada, ele deve decorar
todos os versículos que possam expor o plano de salvação de maneira prática e simples.

4. O líder, sobretudo, deve estudar a Bíblia (At 17.11; 2Tm 2.15).


Evidentemente, o estudo bíblico será mais proveitoso quando o estudante já tiver lido por
completo, pelo menos uma vez, a Bíblia. A noção do todo ajuda na compreensão das
partes. Na minha experiência pessoal, tenho começado meus estudos bíblicos usando
referências (no rodapé) e concordâncias. Este é o meu primeiro expediente de estudo. É o
hábito de estudar a Bíblia. Se a pessoa está capacitada para os originais, então deve ir a
eles primeiro. Mas isso não é essencial. As traduções, geralmente, são confiáveis. Também
o estudante deverá recorrer a outras versões e fazer um estudo comparativo. Só depois é
que se deve ir a um comentário. Às vezes supervalorizamos os comentários. Eles são bons,
mas grandes comentaristas, aqui e ali, cometem erros e até heresias. Temos que nos
habituar a estudar a Bíblia pela Bíblia. O líder tem que conhecer a Bíblia e para tanto deve

31
estudá-la sob todos os aspectos. Depois de conhecê-la razoavelmente bem, o líder deve
estudá-la em relação a outros ramos de conhecimento humano e religiões comparadas.

5. O líder deve meditar na Palavra de Deus (Sl 1.2; Js 1.8; Sl 119.48), A


meditação é uma arte e devemos desenvolvê-la. A melhor ilustração que conheço para
explicar a meditação é a do boi que remói. Durante algum tempo, o boi colhe seu
alimento. Depois ele pára, o alimento é trazido de volta à boca a fim de ser devidamente
triturado e aproveitado pelo organismo. Na meditação, a pessoa procura trazer à mente
tudo quanto sua memória acumulou durante um dia ou durante dias passados. E aí ela põe
tudo “na mesa”, para revisão e comparação, tirando as lições. A nossa própria inteligência
está preparada para fazer comparações e tirar conclusões.
Nosso mundo de hoje não tem parado para meditar. A tônica dos nossos dias é a
emoção e não a razão; o barulho, e não o silêncio. Até mesmo nossos cultos são
barulhentos e emocionais, o que gera o bloqueio da linha de transmissão ao espírito,
impedindo-o de ser alimentado. Na meditação, a mente fica repousante e o canal do
enriquecimento espiritual fica livre para deixar passar tudo de quanto a alma necessita. É
por isso que a própria Palavra de Deus recomenda meditação. O líder precisa dedicar
tempo à meditação, sem o que a Palavra de Deus pouca atuação terá em sua vida. É no
silêncio, e não no barulho, que Deus fala (1 Rs 19.8-15). Era exatamente por isso que
Jesus gostava de orar no monte, no deserto e em lugares silenciosos como o Horto de
Getsêmani.

O LÍDER E A ORAÇÃO (1 Ts 5.17) 27

A oração deve fazer parte da vida do líder. Ele deve ter um programa pessoal de
oração, juntando este programa com o seu programa de santificação. O líder deve
conservar uma mente de oração. É pela oração que estamos na presença de Deus e, no
convívio com ele, vamos assimilando a sua maravilhosa maneira de ser. O líder deve fazer
da oração o seu estilo de vida. Como ele vai enfrentar o poder das trevas ao evangelizar,
deve estar devidamente reforçado espiritualmente para a luta. E é pela oração que o
reforço vem. Não somente o líder deve cultivar uma vida de oração para manter seu poder
espiritual, mas ele deve orar pelas pessoas que pretende liderar. E sua vida de oração vai
passar para aqueles que ele ensinar. Eles serão seus imitadores.
Sabedoria. Esta era uma das qualidades de Filipe, o evangelista líder, juntamente
com os demais diáconos (At 6.3; 8.26-40). Sabedoria, todavia, não pode ser confundida
com escolaridade. Uma pessoa pode ter vários diplomas universitários e não ser sábia.
Esta é a sabedoria vem de Deus. A presença do Espírito Santo na vida dá ao crente
capacidade para fazer juízos de valores, analisar bem todas as experiências e ficar com o
que é bom. Como recomendou Paulo: “Mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom” (1
Ts 5.21).

27
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 42.
32
Mas este aspecto de sabedoria do líder o levará também a ser um observador da vida
para tirar aprendizado. A Bíblia diz que Salomão foi o homem mais sábio do seu tempo (1
Reis 4.31), realmente, foi o que ele pediu a Deus: sabedoria. Mas notamos como o sábio
Salomão fazia: ele era um observador do mundo em redor. Constantemente vamos notar
nos seus escritos, como é o caso de Provérbios e Eclesiastes, a expressão: “E vi (...)”. Isto
indica observação (Pv 24.32; Ec 2.13,14; 4.15). O líder deve ser um observador da vida. É
aí que Deus lhe dará material, argumentos e portas abertas para o trabalho de mestre.

A CONDUTA DO LÍDER 28

O líder deve ter vida irrepreensível. Aliás, esta é a exigência para todo servo de
Deus (1Co 1.8; Ef. 1:4; Fl 2.15; 1Ts 3.13; Cl 1.22). Isso quer dizer que líder deve ter vida
moral equilibrada. Naturalmente, não se exige que seja perfeito, porque isso seria
impossível. Mas o líder deve ser uma pessoa digna, de caráter firme, de hábitos puros. Não
deve ser dado a bebidas alcoólicas e a outros vícios; não deve ser mundano; deve conviver
bem com a família e portar-se de tal maneira que não cause escândalo (1 Co 10.31,32; 2
Co 6.1-3). O que mais tem prejudicado o evangelho tem sido a conduta de líderes e
ministros de um modo geral. O povo cobra muito do líder. Todos esperam que ele seja
perfeito. É claro que isso é cobrar demais, Mas o líder, aquele que ensina a Palavra, deve
ter vida equilibrada, para que ninguém tenha motivos para acusar um servo de Deus.

O LÍDER TEM QUE SER PESSOA OTIMISTA 29

“Otimismo. Atitude em face dos problemas humanos ou sociais que consiste em


considerá-los passíveis de uma solução global positiva, do que pode resultar uma atitude
geral ativa e confiante” (Dicionário Aurélio).
Otimismo é a disposição para encarar as coisas pelo seu lado positivo e esperar
sempre por um desfecho favorável, mesmo em situações muito difíceis. É o oposto
de pessimismo. A oposição entre otimismo e pessimismo é seguidamente evocada pelo
“dilema do copo”: se ele é preenchido com água até a metade de sua capacidade, espera-se
que um otimista diga que ele está “meio cheio” e que um pessimista reconheça um copo
“meio vazio”.30
Uma posição pessoal otimista é fortemente vinculada à auto-estima, ao bem-estar
psicológico e à saúde física e mental. Há estudos que relacionam também o otimismo com
o funcionamento do sistema imunológico e a resistência ao stress.31

Num momento de fraqueza e pessimismo, um líder poderá estragar todo o seu


trabalho de testemunho de Cristo.

28
FERREIRA, Damy. Op. Cit., p. 42.
29
FERREIRA, Damy. Op. Cit., p. 43.
30
wikipedia.org/wiki/Otimismo.
31
Ibid.
33
Ouvi contar de certo líder evangélico que, pela manhã, teve um desentendimento
com a esposa em casa. Ao sair apressado em seu carro para o trabalho, acabou abalroando
outro veículo. Diante do imprevisto, e como a culpa fora sua, viu-se obrigado a atrasar sua
ida para o trabalho a fim de procurar uma oficina, junto com o outro carro, para avaliar os
danos e pagar os prejuízos. Ao conversar com o mecânico, estava cheio de amargura e
pessimismo. Ele dizia: “Vê, meu amigo. Meu dia está negro. Saí de casa brigado com a
esposa e agora bato com o carro. É tempo perdido e é tempo que não tenho para pagar.
Estou arruinado”. Quando acabou de chorar suas mágoas, o mecânico que era crente em
Jesus, bateu em seu ombro e, sem saber que estava diante de outro crente, disse: “É, meu
amigo. O que você está precisando mesmo é aceitar a Cristo como seu Salvador para
mudar a sua vida”. Então aquele líder caiu em si e viu o erro que estava cometendo.
O líder nunca deve esboçar pessimismo. Se algo não vai bem, ele deve saber como
encarar a situação. Deus tem seus planos e seus propósitos para os seus servos.
O LÍDER TEM QUE TER ENTUSIASMO

Entusiasmo. [Do gr. enthousiasmós, 'êxtase'. Substantivo masculino. 1. Na


Antiguidade, exaltação ou arrebatamento extraordinário daqueles que estavam sob
inspiração divina, como as sibilas, etc.; transe, transporte. 2. Veemência, vigor, no falar ou
no escrever; flama. 3. Exaltação criadora; inspiração. 4. Admiração, arrebatamento. 5.
Dedicação ardente; ardor, paixão: Grande era o entusiasmo do advogado pela causa que
abraçara. 6. Viva alegria; júbilo. Enthousiasmós: Em + Theos = em Deus = entusiasmo.
(Dicionário Aurélio).

CONSCIÊNCIA DA SUA POSIÇÃO. Líder, tenha consciência que, exercendo a


sua liderança, você exerce a mesma posição do pastor, ou seja, a responsabilidade por
aquelas almas, em conduzi-las ao céu, é sua. Cabe a você ensinar o caminho a que devem
seguir.

34
O LÍDER E O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO32

O PROFESSOR EFICAZ TEM QUE SE


COMUNICAR

Professor Aluno

Feed Back

O conhecimento do processo da comunicação ajuda muito o líder. Evidentemente,


este é um assunto profissional da área de comunicação, mas o LÍDER não deixa de ser um
comunicador. Se bem que dotado da unção especial de Deus e não estando sujeito a
técnicas, o conhecimento deste material ajuda bastante. Eis por que me reporto a ele, ainda
que brevemente e quase que em forma de esboço.

CONCEITOS

O termo “comunicação” vem do latim “communicare” que significa: participar,


fazer, saber, tornar comum. Ao se comunicar alguma coisa a alguém, o que se comunicou
tornou-se comum a ambos; logo a comunicação foi realizada. Daí vem a conceituação de
que “comunicação é o processo pelo qual um indivíduo transmite estímulos a outros
indivíduos, a fim de modificar seu comportamento”. Em seu sentido mais amplo,
comunicação sugere a idéia de comunhão, de estabelecimento de um campo com as outras
pessoas, de divisão de informações, de idéias, de sentimentos. Como se vê, isso tudo
coincide com a natureza do ensino e da pregação.

A comunicação se realiza basicamente em três etapas:


32
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 49-61.
35
1. Emissão
2. Transmissão
3. Recepção

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
Para haver comunicação são necessários seis elementos básicos:
1. EMISSOR – aquele que envia a mensagem;
2. RECEPTOR – aquele que recebe a mensagem;
3. REFERENTE (ou contexto) – o assunto que envolve a mensagem;
4. CANAL – o meio material, suporte físico que leva a mensagem;
5. MENSAGEM – as informações que estão sendo transmitidas;
6. CÓDIGO - grupo de símbolos ou sinais que estruturados trazem significado para
alguém e que devem ser conhecidos tanto pelo emissor como pelo receptor. Quando se
considera a comunicação verbal, o código é uma língua em sua modalidade oral ou escrita.

TIPOS DE COMUNICAÇÃO QUANTO À NATUREZA


O que farei agora será uma breve apresentação, em esboço, da natureza da
comunicação, dando alguns dos seus tipos.

1. Comunicação Exclusivamente Oral

Aqui se encaixa a voz humana, seja qual for o meio pelo qual ela se propague. É o
caso da pregação tradicional, em que o líder usa a sua voz. É o caso da conversa didática.

2. Comunicação Exclusivamente Visual

Aqui se incluem a escrita, os sinais luminosos ou ambos ao mesmo tempo. Na


comunicação escrita entra tudo aquilo que se pode dizer através de: livros, revistas,
folhetos, panfletos e outros.
No grupo dos sinais luminosos, incluem-se códigos de trânsito e de navegação; nos
sinais manuais, a mímica é o importante método usado pelos surdos-mudos, muito
difundido ultimamente. Algumas igrejas costumam ter um intérprete para pessoas dessa
classe, para que a mensagem possa ser entendida. É de muito valor este tipo de
comunicação. Pode-se também combinar os dois métodos.

3. Comunicação Oral-Visual

O exemplo comum é: teatro, televisão, cinema, conversação, discurso e o Data-


Show. Não é preciso reafirmar que todos os métodos desta classe podem ser usados com
grande proveito na comunicação dos alvos da liderança, desde que devidamente aplicados.

36
TIPOS DE COMUNICAÇÃO QUANTO AOS OBJETIVOS

Nesta divisão, encontraremos talvez uma parte que é muito útil ao líder. As outras,
nem tanto. Mas damos a divisão clássica para que o leitor tenha uma idéia do todo.
Remeteremos o assunto para autores especializados, se necessário.

1. Comunicação Informativa - Notícia e Aula

Aqui entram principalmente a reportagem e o jornalismo de um modo geral.


Também abrange a área educacional.

2. Comunicação Persuasiva
Esta interessa tanto ao pregador como ao líder. A persuasão procura modificar,
fortalecer ou destruir convicções do receptor. Na área profissional, entra a propaganda. Na
área do ensino, da liderança, entra a argumentação da mensagem.

3. Entretenimento
Este tipo de comunicação procura provocar experiências alegres no receptor. Inclui
principalmente o humorismo. Naturalmente, este não é o papel do líder. O líder jamais
usará meios para entreter seus liderados. Ele tem uma meta com a sua mensagem. O
mensagem do líder é sempre ultra importante. Deus não usa passatempos com o seu povo.

COMPONENTES DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO


A COMUNICAÇÃO EXERCIDA COM ÊXITO
No processo da comunicação deve-se considerar alguns fatores que são relevantes
tanto para o emissor quanto para o receptor. Eles podem aumentar ou prejudicar a
fidelidade da comunicação. Se alguém está comunicando, é necessário que haja fidelidade
na comunicação para que o receptor entenda com clareza a mensagem. Dispor as palavras
de forma a expressar ideias com clareza; usar corretamente as regras gramaticais;
pronunciar claramente; conseguir vários canais à sua disposição; organizar o pensamento e
as ideias claramente, dentre outros, são algumas observações que não podem ser
esquecidas por aqueles que desejam exercer a comunicação com êxito.

Agora entramos na parte que será mais útil ao líder. Nesta queremos nos demorar
um pouco mais.

1. O Emissor ou Fonte

O emissor, no nosso caso, é o líder. Ele é o comunicador. Ele é a fonte de onde a


mensagem vai fluir e alcançar os seus objetivos. Neste particular, queremos ressaltar
algumas habilidades comunicativas que o emissor deve possuir e desenvolver.

37
1) Habilidades comunicativas
(1) Escrita - O comunicador que se comunica por escrita deve saber escrever bem.
Evidentemente, nem todos os líderes costumam escrever suas lições ou suas palestras.
Mas é usual; foi usado no passado e pode ser muito útil hoje. O líder deve desenvolver
sua habilidade de comunicar pela palavra escrita. Principalmente para aqueles que
ensinam pelo rádio, a lição deverá ser escrita.
(2) A palavra - A palavra é algo muito importante na vida do líder. Ele deve
primeiramente saber usar a palavra certa em cada raciocínio, em cada pensamento.
Palavra, inclusive, que seja bem conhecida pelos seus ouvintes. Não adianta usar
palavras difíceis, se seu auditório não vai entendê-las. Há atualmente uma certa
preocupação de alguns líderes em usar palavras difíceis. Isso não é de boa regra. A
melhor maneira é usar a palavra que o povo está usando, sem descer, é claro, à gíria e ao
ridículo. Por outro lado, a palavra deve ser pronunciada com clareza e corretamente. Há
líderes e líderes que têm o hábito de “engolir” a última sílaba de certas palavras. Outros
diminuem a intensidade de voz no meio da palavra para frente, de modo que ninguém
entende ou precisa ficar adivinhando o que ele disse. Isso prejudica o entendimento e a
comunicação. O líder, portanto, deve articular bem as palavras. Também é importante a
tonalidade da voz, a altura em que se pronuncia as palavras. Esta deve ser audível e
agradável. Alguns líderes cultivam o hábito de ensinar gritando palavra por palavra. Tal
método cansa os ouvintes. Os momentos de entusiasmo no ensino devem acontecer
naturalmente. No entanto, se um líder grita o tempo todo na mesma intensidade e no
mesmo nível, o ensino se torna insuportável para o auditório. O tom de voz do líder deve
ser agradável. E, dentro deste aspecto, o líder deve procurar desenhar com a tonalidade o
sentimento da palavra. Quando se fala “amor”, deve haver uma expressão de amor na
voz do líder. Esta é uma habilidade que muito ajuda o líder.
(3) Leitura - O líder deve saber ler bem, se vai fazê-lo para ensinar. Mesmo que
não vá ler o seu ensino, a leitura da Bíblia muitas vezes significa um bom começo para o
ensino. Líderes há que não sabem ler a Bíblia. Não dão expressão à leitura, não dão vida
ao seu sentido; tropeçam aqui e acolá, e às vezes pronunciam dubiamente certas palavras
de que não se certificaram antes como são pronunciadas.
(4) Audição - A audição do comunicador deve ser boa. Se ele ouve pouco, pode
falar baixo demais ou pode tentar falar alto demais. Não sabendo controlar o nível do seu
volume de voz, ele pode criar problemas para o seu auditório.
O bom comunicador deve saber ouvir. Estudos mostram que a habilidade mais usada
na comunicação é:
OUVIR (40%)
FALAR (35%)
LER (16%)
ESCREVER (9%)
“É através da arte de escutar que seu espírito se enche de fé e devoção e que você se
torna capaz de cultivar a alegria interior e o equilíbrio da mente”. “A arte de escutar lhe
permite alcançar sabedoria, superando toda a ignorância” (Dalai Lama).
38
(5) Raciocínio - Vamos dizer que “raciocínio é a arte de pensar
ordenadamente”. Os pensamentos colocados na mensagem devem ser bem organizados
e ordenados. Se o líder não sabe como arranjar os seus pensamentos, aquilo que ele quer
comunicar, dificilmente haverá comunicação. A arte de pensar claramente ou de saber
colocar com clareza os pensamentos é muito importante para o comunicador, isso exige
do líder certo conhecimento também do seu auditório ou dos seus ouvintes, sobre até que
ponto vai a capacidade deles em compreender o tipo de raciocínio que se está elaborando
para eles.
2) Atitudes
Outro aspecto muito importante do emissor é a sua atitude como tal. Podemos
abordar o assunto sob três aspectos:
(1) Atitude para consigo mesmo - O comunicador deve ser otimista e acreditar em si
mesmo. O comunicador comunica pela sua própria presença. Se ele é uma pessoa
confiante, cônscia do que ele é e faz, naturalmente irá transmitir segurança aos seus
receptores. No fundo, isso significa que ele deve saber o que faz. Ele deve ter consciência
de que sabe fazer o que está fazendo. Por isso mesmo, o líder jamais deve pedir desculpas
por ter ensinado mal. Ele sempre ensina bem, mesmo que não tenha se sentido assim. O
líder, mais do que qualquer outro comunicador, deve ter certeza de que vai conseguir
resultados porque “tudo posso naquele que me fortalece”.
(2) Atitude para com o assunto - O comunicador deve acreditar no assunto que
assunto que está passando adiante. Imagine um líder que não crê na mensagem que está
entregando. Quando ensina sobre o céu, por exemplo, deve alimentar em si mesmo a
certeza de que ele também irá para o céu um dia.
(3) Atitude para com o recebedor - O recebedor, que está na outra linha de
comunicação, é o ponto mais importante de sua tarefa de comunicar. Ele deve ser levado a
sério e deve ser considerado de muito valor. Assim, o líder deve levar em consideração seu
status, sua cultura - pouca ou muita - suas necessidades, sua capacidade de receber sua
comunicação. O líder não deve ser fingido, simulando que o acha importante. Do
contrário, algum detalhe vai escapar da sua dinâmica pessoal, e ele não será atingido.
3) Nível de conhecimento
Merece especial atenção o nível de conhecimento e cultura do comunicador em
relação ao nível do recebedor. Há três abordagens principais a serem feitas:
Pouco conhecimento em relação ao receptor - Esse conhecimento, naturalmente,
refere-se mais à área em que a pessoa está envolvida no processo da comunicação. Mas, de
qualquer maneira, o comunicador deve ter alguma superioridade de conhecimento da
matéria que está comunicando em relação ao que está recebendo. No caso do líder, ele
deve ter mais para dar do que o povo está ouvindo. Do contrário, não haverá comunicação.
É evidente que o povo pode ter um alto nível em outra de conhecimento, mas aqui trata-se
da área específica da matéria que se está comunicando. O conhecimento do comunicador
deve ser sempre mais do que o dos seus ouvintes.

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(1) Excesso de conhecimento - Na área da teologia, todo conhecimento é pouco. No
entanto, quando o nível intelectual do líder é muito mais elevado do que o do seu
auditório, ele correrá o risco de não conseguir se comunicar. É o caso de doutores em
teologia que vão ensinar no interior e lançam mão de termos técnicos de teologia. Jamais
alcançarão os seus receptores. No mínimo, se o comunicador está consciente de que seu
nível intelectual é muito mais elevado, deverá fazer um esforço para descer. Esta questão
de comunicação em relação a níveis do conhecimento é mais ou menos como alimentar
girafas e ovelhas. Se alguém põe a alimentação na altura da ovelha, a girafa poderá comer,
porque ela tem capacidade tanto de abaixar como de levantar a cabeça. Mas se alguém põe
alimento na altura da cabeça da girafa, a ovelha jamais alcançará o alimento.

(2) Conhecimento equilibrado - Ou o comunicador tem um conhecimento


equilibrado em relação ao seu recebedor, ou ele deve desenvolver uma tremenda
habilidade de descer, quando necessário. Esse conhecimento, no entanto, não significa que
o líder deva saber tanto quanto o seu ouvinte, e sim deve saber mais do que ele, a ponto de
ter algo novo para dar.

4) Contexto sócio-cultural

Um dos grandes segredos da comunicação, quanto ao comunicador, está no


conhecimento que ele tem do contexto sócio-cultural dos seus ouvintes. Para tanto, torna-
se necessária uma certa adaptação do comunicador ao contexto. Jesus, por exemplo, para
comunicar-se com a humanidade, “fez-se carne”. E ele gostava de chamar-se “Filho do
homem”. Era profundo conhecedor da natureza humana e dos costumes do povo. Sabia
falar da vida pastoril, da vida campestre e da vida do mar.

Para ser eficiente, o comunicador deve envolver-se o quanto possível na cultura do


povo ao qual comunica a sua mensagem, para que possa falar a sua própria linguagem.

2. O Receptor ou Recebedor

Há dois pontos muito importantes na comunicação: o emissor e o receptor. Já


falamos, de modo geral, do emissor. Agora, vamos ver a outra ponta da linha da
comunicação: o recebedor.
Não vamos falar do recebedor do ponto de vista dele mesmo, mas do ponto de vista
do emissor, que é o que nos interessa nos nossos objetivos didáticos. O emissor deve
conhecer, tanto quanto possível, o receptor. O trabalho do emissor será preparar o material
da sua mensagem e transportá-lo para o mundo do recebedor. Para que isso aconteça, “o
mundo do recebedor” deve ser muito bem conhecido do emissor. Não é o recebedor que
deve ser transformado para receber a mensagem, mas o emissor que deve adaptar-se para
alcançá-lo.

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Aqui, a matéria se torna muito ampla, e não temos condições para nos estender
muito.
Naturalmente, o líder é ajudado pelo Espírito Santo na sua mensagem, mas certo
conhecimento ajuda.

1) O nível cultural do recebedor

O líder deve ter algum conhecimento ou informação sobre a situação cultural média
do seu auditório. Isso o ajudará a usar algo muito importante chamado código, que
veremos mais adiante. Trata-se da linguagem e terminologia apropriadas. Qual é o nível
médio de escolaridade do povo? primário? secundário? universitário? Isto é importante
saber sobre o recebedor. Não se deve descer a detalhes, mas é necessário que se tenha um
conhecimento mínimo acerca do receptor.

2) Contexto cultural

Por contexto cultural, quero dizer o tipo de vida que o povo leva; o que se faz
naquela cidade. A vida está mais voltada para a agricultura? Se ensinar uma ilustração
sobre plantação, semente, ceifa, o povo vai entender? Ou a vida está mais voltada para a
pecuária? Será que vão entender ilustrações e pensamentos sobre boi, cavalo, ovelhas?
Ou, então, seria um tipo de vida industrial? É gente realmente de cidade grande?
Conhecem linguagem de problemas econômicos? Ou será que estão numa Beira-mar, vida
de pescadores? É importante conhecer o nível médio cultural ou tipo de vida do
recebedor.

3) Situação religiosa do recebedor

Não há dúvidas de que este ponto pertenceria ao primeiro aspecto abordado: o


cultural. Mas o dividimos porque ele assume aspectos bem especiais. É muito importante
saber em que o povo crê e ter habilidade para tirar vantagens disso. Não foi porventura
isso mesmo que Paulo fez em Atenas? Veja Atos 17.15-34. Veja como Paulo começou de
um ponto curioso: o altar vazio (v. 23) e dali desenvolveu sua argumentação para o Deus
verdadeiro e para Jesus, o Salvador.

4) Saber localizar o recebedor

O bom comunicador começa sua mensagem onde o recebedor está. É ele mesmo
que o comunicador quer. Não importa onde ele esteja. Jesus foi a Zaqueu. Deixou a
multidão e descobriu Zaqueu lá na árvore e dali falou com ele. Com a mulher samaritana,
começou exatamente no ponto em que ela estava tirando água. Dali, progrediu sua
argumentação até alcançar o mais íntimo do seu coração. Filipe foi enviado ao deserto,
onde estava um homem buscando a verdade. Chegou à carruagem, conversou com o

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homem exatamente sobre o seu ponto de interesse no momento, que era a leitura do
profeta Isaías, e, a partir dali, lhe anunciou Jesus. É muito importante ao comunicador do
evangelho saber achar o seu recebedor; saber localizá-lo, tanto física como mentalmente.

3. A Mensagem

Ainda estamos falando do processo da comunicação. Já vimos, em linhas gerais, o


emissor e o recebedor, ou receptor. Agora veremos a mensagem.

A mensagem é o conteúdo que se quer colocar no recebedor; que se quer transferir


para o domínio mental e espiritual dele. É o recado, o discurso, o aviso. Vejamos alguns
aspectos componentes da mensagem.

1) Conteúdo

É a essência do que se quer passar para o recebedor. Por exemplo: quero dizer ao
meu auditório que Jesus é o Salvador. Tenho que ter cuidado para que o conteúdo seja
bem definido. O que eu quero dizer é exatamente isto e nada mais. Às vezes o conteúdo se
torna complexo, e aí exige maior cuidado ainda. Mas parece que o conteúdo não é tanto o
problema.

2) Código

Para passar o meu conteúdo, que até então está apenas na minha mente e no meu
domínio, eu preciso de certa preparação. Nesta fase, o fator mais importante chama-se
código. Esse código é o símbolo ou grupo de símbolos que vou usar. Esse código pode ser
representado pela escrita, por meio da mímica ou através de sinais luminosos. No entanto,
devo saber se o meu código é comum ao meu recebedor, isto é, se o meu recebedor
entende os símbolos que estou querendo usar. Se alguém conhece o código Morse, usado
na telegrafia, então eu posso bater sinais e serei imediatamente entendido. Se alguém sabe
ler, eu posso escrever e o meu recebedor vai entender. Se alguém conhece mímica de
surdo-mudo, eu serei entendido se a usar para me comunicar. Isto é codificação. A minha
codificação deve ser de acordo com o meu recebedor, para que ele possa “decodificar”,
isto é, interpretar a minha mensagem.
Descendo um pouco mais a detalhes: mesmo usando palavras oralmente, devo
construir idéias que possam fazer sentido na mente do povo. Se alguém vai a uma tribo de
índios que ainda não conheça televisão, não poderá ensinar a idéia que envolva televisão.
Ou se vamos ao interior, onde nunca alguém ouviu falar de computador, não podemos
dizer que “todos os nossos pecados estão registrados no sistema de computação de dados
de Deus”. Mas se estou falando com algum piloto de avião mecânico ou gente que
trabalha na área, posso falar que meu carro “entrou em pane”, que todos vão entender.

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O comunicador deve ser cuidadoso na sua codificação para que a mensagem chegue
ao recebedor clara e cristalina.

3) Tratamento

Por tratamento, quero dizer o “empacotamento” da mensagem, a maneira como ela


vai ser acondicionada para chegar ao recebedor. Isto se refere à organização do material da
mensagem, à ordem do ensino ou palestra, com tema, introdução, discussão e conclusão,
tudo posto numa certa ordem lógica.

4. O Canal

Já vimos o emissor, que está no ponto inicial, e o recebedor, que está na outra ponta.
Para ser alcançado, o recebedor precisa de um canal.
O canal pode ser visto do ponto de vista do emissor e do ponto de vista do
recebedor.

1) Canal do ponto de vista do emissor

Vou apenas dar o esboço da matéria, uma vez que, por si, as palavras explicam o
assunto.
(1) Exclusivamente orais: voz humana, rádio, telefone.
(2) Exclusivamente visuais: escrita, sinais luminosos, sinais manuais, música.
(3) Orais e visuais: teatro, televisão, conversação, cinema, discurso ao vivo.
Todos estes são meios que o emissor pode usar para enviar sua mensagem. O
assunto não exige, para o nosso caso, maiores comentários. No entanto, do ponto de vista
do receptor, na ponta de chegada da mensagem, os canais assumem outras características,
porque são de outra natureza.

2) Canal do ponto de vista do recebedor

Aqui os canais estão todos na própria natureza humana, e podem ser assim
enumerados:
(1) Audição - Este é um dos principais canais de comunicação. Se alguém não
ouve, então se terá que usar o método da mímica. O comunicador deve saber se o seu
recebedor está ouvindo bem. Pode ser que ele tenha bom ouvido, mas o ambiente
apresenta algum problema. Ou está distante demais do ponto do emissor, ou há alguma
interferência à sua volta que não lhe permite ouvir. Para o comunicador é muito
importante certificar-se de que o recebedor está ouvindo bem.
(2) Visão - A visão é outro importante canal de comunicação. Mesmo que esteja
ouvindo, a pessoa entende melhor a mensagem do seu emissor quando ela o pode ver.
Assim, o local em que a pessoa está sentada é muito importante e fundamental para a boa

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comunicação. Por isso mesmo, um ligeiro declive no piso e a posição da plataforma do
púlpito, no caso do líder, ajudam muito na visibilidade.
A combinação da audição com a visão dá o processo chamado audiovisual, de
grande ajuda na comunicação. Nele se baseia, por exemplo, a televisão. Na mesma linha
de recurso, está o uso de slides (Data show) e de flanelógrafos.
Exclusivamente visual é o método de mímica. O surdo-mudo desenvolve uma
rapidez muito grande de ver e captar os sinais feitos com a mão do comunicador que, na
verdade, usa várias partes do corpo, além das mãos e dos dedos, para comunicar sua
mensagem.
(3) Tato - Este é um canal também muito importante. O tato é para o cego o que a
visão é para o surdo-mudo. É pelo tato que o cego consegue ler o sistema Braille. E com
grande número de cegos no mundo, este é um canal muito importante para essa população
de recebedores. Naturalmente, o cego pode usar o ouvido também. Nele, esse canal se
desenvolve para compensar a falta de visão.
(4) Olfato e paladar - Dois canais menos importantes são o olfato, que nos habilita
a captar o cheiro, e o paladar, que nos habilita a sentir o gosto das coisas. A comunicação
aqui só se dá em casos muito peculiares. Pelo olfato, você pode reconhecer certa pessoa
que usa sempre o mesmo perfume, ou notar que alguém está cozinhando carne. Pelo
paladar, você apenas pode reconhecer certa qualidade de alimento ou de líquido, Não é
muito importante para o nosso caso.

INTERFERÊNCIA

Um fator muito interessante no processo da comunicação chama-se interferência.


Interferência é tudo aquilo que pode afetar, deformar, desviar, interromper ou neutralizar a
mensagem. E aí seria difícil especificar situações. Ruídos, choro de crianças,
movimentação no auditório, uma lâmpada com defeito, piscando, uma cadeira com
ressalto, que torna difícil a acomodação do corpo, a gravata torta no pescoço do líder, uma
roupa desabotoada no líder, e detalhes semelhantes. Qualquer coisa assim pode distrair a
atenção do recebedor, e sua mente se fechará para a comunicação. Assim, o líder precisa
cuidar bem do seu ambiente.

REALlMENTAÇÃO (Feed Back)

Finalmente, em todo o processo de comunicação há a realimentação, que é a


resposta que se tem à sua comunicação. Isto é, é o meio pelo qual o comunicador fica
sabendo se a mensagem chegou lá do outro lado ou não. O líder pode saber se isto está
acontecendo pelo semblante, pelo comportamento do povo. Ele pode perceber quando o
auditório está atento e o acompanha com olhar até nos gestos. Isto traz satisfação ao líder.
Mas quando ele não “codificou” bem, não há “decodificação”, ou quando ocorre qualquer
outro tipo de interferência, a mensagem não chega. Então o comunicador deve cuidar de
consertar tudo logo.

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Conclusão:

Vimos, que a comunicação é elemento fundamental no contexto daquele que lidera e


como tal é necessário que o líder conheça os pontos fundamentais para o exercício da boa
comunicação. Ele não deve desprezar essa ferramenta que Deus lhe deu e que bem
canalizada produzirá resultados excepcionais na vida e trajetória daquele que lidera e do
grupo que está sendo liderado.
Como falamos no início, é inconcebível a realidade de uma sala de aula sem
professor ou de um corpo sem cabeça. Assim também, todo grupo ou comunidade precisa
de liderança. O que vimos nesse módulo foram princípios bíblicos e básicos para
nortearem a vida daquele que almeja a liderança eficaz. O presente material não encerra o
tema, mas foi apresentando com o objetivo de despertá-lo à busca de outros valores e
conhecimentos que possam ajudá-lo nessa nobre tarefa dada por Deus àquele que é
chamado para liderar em sua obra. Apresente sua vida ao Senhor e, em oração, abra o seu
coração para o toque do Espírito. É possível que Deus já o tenha chamado para o ofício da
liderança ou até mesmo para o ministério missionário ou pastoral. É possível que Deus
ainda vá chamá-lo para o seu serviço. Confie no Senhor! Ele tem o controle de todas as
coisas. Ele tem o poder de fazê-lo prosperar como líder, contribuindo, assim, efetivamente,
para que o Seu Reino seja instaurado em muitos corações.

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GRÁFICOS EXPOSITIVOS

Como temos resumido bastante este capítulo sobre o processo da comunicação, já


que o estamos adaptando para ensino da liderança, daremos, a seguir, alguns gráficos que
mostram outra vez a lista dos componentes desse processo, em três arranjos diferentes,
para facilitar a compreensão desta matéria.

1. Gráfico Resumido para Memorização do Processo

FONTE MENSAGEM CANAL RECEBEDOR


Habilidades Elementos Visão Habilidades
comunicadoras Comunicadoras
Atitudes Estrutura Audição Atitudes

Conhecimento Código Tato Conhecimento

Sistema Social Conteúdo Olfato Sistema


Social
Cultura Tratamento Paladar Cultura

2. Gráfico Indicativo do Funcionamento do Processo

Esta é uma maneira de descrever graficamente o processo da comunicação. Mas


aluno ainda pode ficar confuso com os termos técnicos. Pois vamos tentar mais um tipo de
gráfico.

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3. Gráfico com Interpretação Simplificada

O TESTE DAS SETE PERGUNTAS


Há um pequeno teste, que se usa em faculdade de pedagogia, que ajudará o aluno na
montagem de uma comunicação mais eficiente:
1. Por quê? - Por que vou falar ou escrever? Qual ou quais os objetivos
específicos da minha comunicação?
2. A quem? - Quem será o meu receptor (leitor, ouvinte ou auditório?) Quais as
suas características?
3. Quem? ou de quem? - Quem irá falar? Quais as minhas características pessoais
que deverei levar em consideração?
4. O quê - Que conteúdo deve ter a minha mensagem? Qual o tema? O que é que
quero comunicar?
5. Quando? - O momento é oportuno? Apropriado? Quais as circunstâncias
especiais da ocasião em que irei comunicar?
6. Como? - Que tipo de canal usarei para atingir meu receptor? Dos canais
humanos, qual será mais solicitado? Estaria em condições?
7. Onde? - Onde irei falar ou onde estará o meu receptor? Diante de um televisor,
diante de um rádio, num auditório?

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BIBLIOGRAFIA
1. GINGRICH, F. Wilbur. LÉXICO DO NOVO TESTAMENTO GREGO /
PORTUGUÊS. 1ª ed. São Paulo: Editora: VIDA NOVA, 1984.
2. GRAHAM, Billy. O Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988.
3. _________. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Edições Vida Nova.
4. FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990.
Adaptamos este livro à linguagem do líder.
5. MILLS, Dag Heward. A Arte da Liderança. 1ªed. Em Português. Rio de Janeiro:
Editora ADHONEP, 2011.
6. SALVADOR, César Coll. Psicologia do Ensino. São Paulo: Artmed, 2000.
7. Princípios de administração – Koontz – O’Donnell – Weihrich: São Paulo – Pioneira,
2008.
8. Taylor, Frederick Wisnlow (1911). Os Princípios da Administração Científica. New
York, NY, EUA e em Londres, Reino Unido. Harper & Brothers.
9. CARMO, Waldyr Silva do. Liderança Eficaz. CASA DE ORAÇÃO CEHAB, 2011.
10. CAVALCANTE, Anderson. O que realmente importa? Rio de Janeiro: Editora
Sextante, 2012.
11. Oséias Beppler Penido – http://www.institutojetro.com.
12. www.grupoescolar.com/materia/elementos_da_comunicacao.
13. http://formacao.atwebpages.com/4_2_1_elementos_comunicacao.
14. wikipedia.org/wiki/Otimismo.

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Biografia do autor
O pastor Antônio Carlos Gonçalves Bentes é capitão do Comando da Aeronáutica,
Doutor em Teologia pela American Pontifical Catholic University (EUA) , conferencista,
filiado à ORMIBAN – Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, professor dos seminários
batistas: STEB, SEBEMGE e Koinonia e também das instituições: Seminário Teológico
Hosana, UNITHEO e Escola Bíblica Central do Brasil, atuando nas áreas de Teologia
Sistemática, Teologia Contemporânea, Apologética, Escatologia, Pneumatologia, Teologia
Bíblica do Velho e Novo Testamento, Hermenêutica, e Homilética. Reside atualmente em
Lagoa Santa, Minas Gerais. Exerce o ministério pastoral na Igreja Batista Getsêmani em
Belo Horizonte - Minas Gerais. É casado com a pastora Rute Guimarães de Andrade
Bentes, tem três filhos: Joelma, Telma e Charles Reuel, e duas netas: Eliza Bentes Zier e
Ana Clara Bentes Rodrigues.

Pedidos ao Pr. A. Carlos G. Bentes


E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com

Contato:
Tel. (031) 3681.4770
Cel. (031) 8661.4070
Cel. (031) 9684.9869 (TIM)
E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com

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