21/05/2016 Tentativa de ajuste fiscal em 2015 foi um erro, afirma Dilma a revista ­ 21/05/2016 ­ Poder ­ Folha de S.

Paulo

Tentativa de ajuste fiscal em 2015 foi um
erro, afirma Dilma a revista
Leo Fontes ­ 20.mai.2016/O Tempo/Folhapress

A presidente afastada, Dilma Rousseff, participa de congresso de blogueiros e ativistas
digitais, em Belo Horizonte, na sexta (20

DE SÃO PAULO

21/05/2016 13h52

A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou, em entrevista à revista "Carta Capital", que
tentar fazer um ajuste fiscal em 2015 foi um erro.

"As pessoas tentam e às vezes erram. Nós pensamos que seria possível um processo de
ajuste de um ano, mas era incompatível em 2015 com a realidade política do país."

Segundo Dilma, houve resistência política a aumento de impostos e a reformas que
significassem reduzir os recursos destinados a alguns setores da população.

A petista afirmou que o presidente interino, Michel Temer, adotou um programa que visa a
terminar com projetos sociais, acabar com o pré­sal e "sair privatizando", totalmente
diferente das propostas da chapa pela qual foi eleito com ela em 2014.

Parafraseando Leonel Brizola (1922­2004), seu padrinho político, Dilma afirmou que lutará
"em todas as dimensões e consequências" para não perder definitivamente o mandato.
"Primeiro vamos fazer uma grande mobilização democrática, na sequência podemos
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apresentar um programa de muitas forças."

Dilma classificou a gestão interina de Temer como "governo de homens brancos aflitos
pela misoginia". E acusou o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB­RJ) de continuar
dando as cartas no governo, na Câmara e no Senado. Segundo ela, houve uma
reagrupação de forças conservadoras de direita dentro do PMDB que deu hegemonia a
Cunha e seus aliados.

Dilma criticou ainda as declarações do ministro de Relações Exteriores, José Serra, que,
na opinião dela, subestimam a importância da América Latina e do Mercosul para o Brasil.
E afirmou que a posição do economista em relação à África revela "certo colonialismo".

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