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Cátia Cristina de Lima

Katianne de Lima

A AUTO-IMAGEM DO BIBLIOTECÁRIO
versus A VISÃO SOCIAL:
UMA ANÁLISE DA VALORIZAÇÃO
PROFISSIONAL

Maceió
2009
Cátia Cristina de Lima
Katianne de Lima

A AUTO-IMAGEM DO BIBLIOTECÁRIO
versus A VISÃO SOCIAL:
UMA ANÁLISE DA VALORIZAÇÃO
PROFISSIONAL

Trabalho de conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Biblioteconomia
da Universidade Federal de Alagoas,
como requisito parcial à obtenção do grau
de Bacharel em Biblioteconomia.

Eixo Teórico: Informação, Comunicação e


Conhecimento

Orientador: Profº Msc. Marcos Aurélio


Gomes

Maceió
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

Esta monografia foi julgada e aprovada como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Biblioteconomia do Curso de Biblioteconomia da Universidade
Federal de Alagoas, pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes
professores:

_________________________________________________________
Profº Msc. Marcos Aurélio Gomes – UFAL - Orientador

_____________________________________________
Profª Msc. Francisca Rosaline Leite Mota - UFAL

________________________________________
Profº Msc. Dalgiza Andrade Oliveira - UFAL

________________________________________
Profª Msc. Adriana Lourenço
Coordenadora do Curso de Biblioteconomia/UFAL

Maceió, ____ de____________ de 2009


DEDICATÓRIA

A Deus, que nos deu a vida, a sabedoria, e planejou mais essa vitória.

Aos nossos pais, Cicero e Cristina, por apostar em nós, desde crianças,
incentivando e investindo em nossa educação.

Aos nossos esposos, Ednaldo e Antônio, pela compreensão e incentivo.

Ao Everton, pelos momentos de ausência da mamãe (Cátia).

A Catarina e o Kennedy, nossos irmãos, que futuramente também estarão passando


por essa fase.
AGRADECIMENTOS

Ao nosso orientador, Profº Marcos Aurélio Gomes, nossos sinceros agradecimentos,


pela grande cooperação para que esta etapa pudesse se concretizar,
compartilhando conosco seus conhecimentos; e principalmente pelo incentivo,
paciência e confiança depositada em nós durante esta trajetória.

Aos nossos entrevistados, por contribuir com nosso trabalho, cedendo seu tempo
para nossas investigações.

A todos os nosso professores, que de certa forma, contribuíram para o nosso


aprendizado durante estes 4 anos do curso.

À Profª Maria Helena, André Talvane, Ana Paula, e Márcia Janaína, pela importante
colaboração.

E a todos que mesmo indiretamente participaram para concretização deste trabalho.


“Nem sempre as condições de trabalho são ideais quando nos
reportamos às unidades de informação brasileiras, mas as
dificuldades precisam ser enfrentadas com garra em busca do
reconhecimento devido pelas autoridades governamentais”.

Sueli Angélica do Amaral


LIMA, Cátia Crisitina de; LIMA, Katianne de. A auto-imagem do bibliotecário
versus a visão social: uma análise da valorização profissional. Maceió, 2009.

RESUMO

Aspectos norteadores do ensino de Biblioteconomia contribuíram para a construção


da imagem do profissional bibliotecário ao longo dos anos. Marcada por dois pólos
precursores, a trajetória do campo de ensino da Biblioteconomia no Brasil refletiu na
formação dos profissionais da informação e atitudes destes, até os dias atuais. Este
trabalho apresenta o perfil, as funções e auto-imagem do profissional bibliotecário, e
comenta sobre a Sociedade da Informação, no qual, traz à sociedade como um todo,
o desafio de assumir novos métodos e formas de trabalho. Apresenta a visão da
sociedade acerca do bibliotecário e procura entender a falta de (re)conhecimento
social deste profissional. Expõe os resultados da pesquisa realizada junto à
comunidade e aos bibliotecários, e mostra a necessidade de mudanças de atitudes
profissionais frente à sociedade atual.

Palavras-chave: Profissional Bibliotecário; Profissional Bibliotecário – valorização


social; Profissional Bibliotecário – auto-imagem.
LIMA, Cátia Crisitina de; LIMA, Katianne de. A self-image the librarian versus a
social vision: an analysis of the professional valorization. Maceió, 2009.

ABSTRACT

Guiding aspects of the educational of librarianship contributed to building the


professional librarian's image over the years. Marked by two precursor poles, the
trajectory of the field about librarianship's teaching in Brazil reflected the training of
professionals in information and their attitudes, until the present days. This
monograph presents the profile, functions and self-image of the librarianship
professional and it comments about the society of information, in which it brings the
society as a whole the challenge to assume new methods and new ways to work. It
presents the vision of the society concerning the librarian and it tries to understand
the lack of social consciousness about this professional. It exposes the results of the
research among the community and librarians, and it shows the necessity of changes
about professional attitudes front to the current society.

Key words: Professional Librarian; Professional Librarian - social valorization;


Professional Librarian - self-image
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 – Sexo dos respondentes................................................................... 45

GRÁFICO 02 – Idade dos respondentes................................................................... 45

GRÁFICO 03 – Escolaridade dos respondentes....................................................... 47

GRÁFICO 04 – Tem o hábito de freqüentar bibliotecas ........................................... 48

GRÁFICO 05 – Com que freqüência vai à biblioteca ............................................... 49

GRÁFICO 06 – Qual tipo de atividade vincula à biblioteca ...................................... 49

GRÁFICO 07 – Conhece a profissão de “Bibliotecário” ........................................... 51

GRÁFICO 08 – Grau de importância que o bibliotecário representa à sociedade ... 52

GRÁFICO 09 – Tem conhecimento que Biblioteconomia é um curso superior ....... 53

GRÁFICO 10 – Faria o curso de Biblioteconomia .................................................... 55

GRÁFICO 11 – Sexo dos respondentes – bibliotecários ......................................... 58

GRÁFICO 12 – Formação acadêmica ...................................................................... 59

GRÁFICO 13 – Tempo de formação acadêmica ...................................................... 60

GRÁFICO 14 – Encontra-se atuando na profissão atualmente ............................... 61

GRÁFICO 15 – Tipo de instituição em que trabalha I .............................................. 62

GRÁFICO 16 – Tipo de instituição em que trabalha II ............................................. 63

GRÁFICO 17 – Sente-se valorizado na instituição em que trabalha ....................... 64

GRÁFICO 18 – Freqüenta algum curso de atualização na área .............................. 68

GRÁFICO 19 – Tem conhecimento da legislação pertinente à atuação profissional 68


LISTA DE TABELAS

TABELA 01 – Marcos históricos da Biblioteconomia no Brasil ................................ 21

TABELA 02 – Cursos de Biblioteconomia no Brasil ................................................. 22

TABELA 03 – Local onde reside os respondentes.................................................... 46

TABELA 04 – Ocupação dos respondentes.............................................................. 47


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CBO Classificação Brasileira de Ocupações

CRB Conselho Regional de Biblioteconomia

ELSP Escola Livre de Sociologia e Política

IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

INEP/MEC Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais / Ministério da


Educação

SinBiesp Sindicato dos Bibliotecários do Estado de São paulo

SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

UFAL Universidade Federal de Alagoas


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
1.1 Formulação do problema ...................................................................................13

2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................14

3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 15
3.1 Objetivo Geral ....................................................................................................15
3.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 15

4 A BIBLIOTECONOMIA NO BRASIL – HISTÓRICO .......................................... 16


4.1 Rio de Janeiro: o início ...................................................................................... 16
4.2 São Paulo: novas perspectivas ......................................................................... 19
4.3 Universidade Federal de Alagoas: história e caracterização .............................25
4.3.1 O curso de Biblioteconomia – UFAL .............................................................. 26

5 O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO ................................................................. 29


5.1 Perfil e funções do profissional ......................................................................... 32
5.2 O bibliotecário e sua (auto) imagem profissional .............................................. 34

6 PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS DO BIBLIOTECÁRIO NA SOCIEDADE DA


INFORMAÇÃO ....................................................................................................... 36

7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 40


7.1 Universo da pesquisa ........................................................................................ 40
7.2 Especificação da amostra ................................................................................. 41
7.3 Instrumentos de coleta de dados .......................................................................42
7.4 Limitações da pesquisa ..................................................................................... 43

8 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 43


8.1 Sociedade ......................................................................................................... 44
8.2 Bibliotecários ..................................................................................................... 59

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 71

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 73

APÊNDICES .............................................................................................................78
1 INTRODUÇÃO

O profissional bibliotecário deixou, há muito, de ser simplesmente o guardião


de livros, para tornar-se o mediador entre usuários e informação; e muito mais que
isso ele possui os papéis de: promotor de leitura, educador, agente cultural e gestor
da informação.

Através deste trabalho, apresentamos a auto-imagem do profissional


bibliotecário e a visão da sociedade quanto à profissão, analisando desta forma, a
importância e valorização dada aos serviços e atuação deste profissional no
contexto da cidade de Maceió.

O primeiro capítulo retrata a história da Biblioteconomia no Brasil, como se


deu sua origem e proliferação, resgatando de forma sucinta, porém buscando
esclarecer, aspectos norteadores do ensino da Biblioteconomia brasileira, e que
contribuíram para a construção da imagem do profissional bibliotecário ao longo dos
anos.

O segundo capítulo mostra o perfil, as funções destes profissionais e sua


auto-imagem, de acordo com a literatura consultada.

No terceiro capítulo, situa-se a questão das perspectivas dos profissionais


bibliotecários no âmbito da Sociedade da Informação e os atributos necessários para
a profissão no acompanhamento das tendências sociais e tecnológicas que estão
ocorrendo. Trazendo à sociedade, como um todo, o desafio de assumir novos
métodos e formas de trabalho, sendo necessário que, entre tantos outros
profissionais, o bibliotecário esteja atento às transformações que estão ocorrendo e
modificando-se em razão delas.

No quarto capítulo deste trabalho encontram-se os procedimentos


metodológicos para a realização da nossa pesquisa, onde especificamos o universo
e a amostra, os instrumentos de coleta de dados utilizados, as limitações que
ocorreram neste período e por fim a análise dos dados obtidos.

O quinto capítulo apresenta as conclusões da nossa pesquisa de acordo com


os resultados obtidos, utilizando além das discussões das análises, estudos já
existentes na literatura especializada presente no referencial teórico deste trabalho,
e que serviram para respaldar a pesquisa realizada.

1.1 Formulação do problema

Apesar dos notáveis avanços da profissão, o bibliotecário continua sendo


identificado como um profissional neutro e distante das questões sociais, apenas
com tarefas tradicionais, voltadas para a organização de documentos. De acordo
com (VALENTIM, 2000, p. 31) “bibliotecário, aos olhos da sociedade, denomina-se
todo aquele que trabalha no espaço da biblioteca, independente da existência ou
não de uma formação específica”.

Diante dessas questões, temos aqui, como reflexão a seguinte pergunta:


Quais os possíveis motivos que contribuem para a falta de conhecimento e
reconhecimento quanto à profissão bibliotecária?
2 JUSTIFICATIVA

O tema aqui apresentado foi escolhido tendo em vista que apesar de seu
papel social, o conhecimento e reconhecimento do profissional bibliotecário ainda é
pouco visível.

Sabemos que o problema existe, pois muito se tem discutido acerca desta
questão e como citou Salgado; Becker (1998) “divulga-se a biblioteca, estuda-se o
usuário, dissemina-se a informação; mas não é tão comum divulgar-se a
biblioteconomia, estudar-se o bibliotecário, disseminar-se a informação sobre a
profissão”.

Neste sentido, o interesse pelo estudo do tema surgiu na perspectiva de


identificar por que a falta de (re)conhecimento da profissão de bibliotecário, uma vez
que desde o momento da escolha do curso já sentíamos a imagem negativa desta
profissão por parte da sociedade.

Por isso, pretendemos através deste trabalho identificar possíveis fatores que
contribuem para essa falta de conhecimento e reconhecimento da profissão
bibliotecária, colaborando com a literatura especializada, e cooperando para uma
reflexão mais crítica sobre a problemática.
3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Estudar a auto-imagem do bibliotecário e a visão da sociedade em relação a


esse profissional.

3.2 Objetivos específicos

• Avaliar o grau de satisfação e/ou insatisfação dos profissionais bibliotecários


quanto à atuação profissional;

• Verificar as possíveis causas da desvalorização profissional;

• Investigar a percepção da sociedade quanto à prática profissional.


4 A BIBLIOTECONOMIA NO BRASIL - HISTÓRICO

Antes de apresentarmos, especificamente, a história da Biblioteconomia no


contexto brasileiro, e suas perspectivas educacional e profissional, se faz necessário
apontarmos que essa trajetória teve sua origem com as primeiras bibliotecas das
ordens religiosas: beneditinos, franciscanos e jesuítas.

Ao chegarem os jesuítas no Brasil, começaram a pedir livros para auxiliar em


seus estudos e ensinos do Latim, uma vez comprovada sua inexistência no país.
Breviários, bíblias, livros litúrgicos, obras teológicas e textos didáticos, constituíram
os acervos das primeiras bibliotecas no Brasil. Com o surgimento destas bibliotecas,
despertou-se então a necessidade de pessoal com técnicas de organização para
encarregar-se em cuidar desses acervos, conseqüentemente, europeus e jesuítas
foram os primeiros a exercerem a profissão bibliotecária no Brasil. No século XVII,
outros religiosos vindo de países como a França e a Espanha, começaram a se
estabelecer no Brasil com suas bibliotecas. Posteriormente, muitas outras,
continuaram sendo fundadas, bibliotecas escolares, particulares, públicas e
nacional. (FONSECA, 1979, p.13-17)

Historicamente, o Brasil teve dois pólos precursores que fomentaram o ensino


e a profissão. O primeiro, no Rio de Janeiro, através da Biblioteca Nacional, sob
influência do modelo francês; o segundo, em São Paulo, com o desencadeamento
de várias fases, inicialmente por meio do Mackenzie College, com orientação do
pragmatismo americano.

4.1 Rio de Janeiro: o início

Ressaltamos que não discutiremos, neste trabalho, as ações atuais da


Biblioteca Nacional, atualmente Fundação Biblioteca Nacional, que tanto contribuem
no contexto social como profissional.

A Biblioteca Nacional foi fundada na cidade do Rio de Janeiro, com a


chegada da Família Real Portuguesa no Brasil, em 1808. Após Portugal sofrer
pressões políticas da França, D. João VI, então regente, juntamente com toda sua
corte (nobres, padres, militares e funcionários da corte), vieram refugiar-se no Brasil,
“trazendo nos porões dos navios os instrumentais necessários para seu bem-estar
social, cultural e artístico” (CASTRO, 2000, p.45-46).

As primeiras instalações eram inadequadas, em 1810, no ano de sua


fundação, a biblioteca - com um acervo de sessenta mil peças, entre livros,
manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas - funcionava no Hospital do
Convento da Ordem Terceira do Carmo, no entanto, tal ambiente era insuficiente
para guarda e preservação desses materiais, com isso, foi posteriormente
transferida para o antigo cemitério da mesma Ordem, por determinação do Príncipe
Regente, D. João VI; e aberta ao público apenas em 1814.

Segundo Castro (2000, p. 43), assim como as primeiras bibliotecas


brasileiras, a Biblioteca Nacional, em suas primeiras décadas, foi administrada por
religiosos, que vieram, entre eles, com a Família Real.

Somente após 48 (quarenta e oito) anos de tal realidade, o beneditino Frei


Camilo de Monserrate, um dos primeiros diretores da Biblioteca, conseguiu transferi-
la para um outro prédio, em 1858. Seu sucessor, Ramiz Galvão, também foi um
pioneiro, sendo o primeiro a reformar a Biblioteca Nacional; através de sua iniciativa
houve os primeiros concursos públicos para bibliotecários, que na época, eram
chamados de “oficiais da biblioteca”. Tais concursos consistiam de provas escritas
de História Universal, Geografia, Literatura, Filosofia, Bibliografia, Iconografia,
Classificação de Manuscritos e traduções do Latim, do Francês e do Inglês. Esses
concursos eram organizados por Ramiz Galvão, que com tais requisitos solicitados
para as provas, demonstra-nos assim, sua preocupação em avaliar o grau de cultura
humanística, além das habilidades técnicas, entre os candidatos. O segundo
reformador, Manoel Cícero, remodelou por completo a biblioteca e criou o Serviço de
Bibliografia e Documentação, com essa reforma, surgiria então o primeiro curso
de Biblioteconomia do país (FONSECA,1979, p. 29-32).

O curso de Biblioteconomia estava previsto pela reforma de 1911, mas só foi


efetivamente iniciado em 1915, patrocinado pela Biblioteca Nacional. De acordo com
Castro (2000. p. 53), o curso não pôde funcionar em 1912 porque muitos dos que se
inscreveram – incluindo em sua grande maioria os próprios funcionários da
Biblioteca - haviam desistido, e, ainda em 1914 não aconteceu o funcionamento do
curso por falta de candidatos. Quanto aos funcionários que desistiram, o autor relata
que tal atitude fora provavelmente adotada devido ao pouco tempo que eles tinham
disponível para participar de tal atividade, pois a Biblioteca Nacional havia na época,
passado por uma mudança no regulamento, dividindo-a em seções, por isso seus
funcionários estava ainda em processo de adaptação, o que fez com que muitos
deles desistissem da inscrição do curso criado. (CASTRO, 2000)

A elaboração do currículo foi influenciada pela École Nationale de Chartes1,


com conteúdo pedagógico orientado para a funcionalidade da Biblioteca Nacional,
ou seja, de guarda e conservação da memória, sendo composto pelas seguintes
disciplinas: Bibliografia, Paleografia, Diplomática, Iconografia, e Numismática.

O Brasil, nesse período, estava sendo fortemente influenciado pela França,


tanto cientificamente (com o darwinismo, positivismo e materialismo – que se
mantiveram nas elites políticas e intelectuais brasileiras), como culturalmente (com a
literatura de vários franceses, o naturalismo, simbolismo e impressionismo presentes
nas obras da época, além do teatro e filmes franceses que circulavam no Brasil) e
artisticamente (MASSI, 1989, p. 413 apud CASTRO, 2000, p. 200-201). A influência
européia persistiu até 1930 na Biblioteconomia brasileira, desta forma, justifica-se a
formação do bibliotecário nesta primeira geração, ser marcada por características
humanistas, eruditas e por sua vez ligada à cultura e às artes. Chartier; Hébrard
(1995, p.122) apud Castro (2000, p. 101) expõe com relação à formação dos
profissionais da École de Chartes que:

(...) era preciso conservar – e, então desconfiar dos leitores, que sempre
tratam o livro com excessiva desenvoltura, esquecendo-se que têm em
mãos não apenas um texto mas um objeto que deve ser manipulado com
cuidado. Daí, a considerar os leitores como um obstáculo ao bom
funcionamento da biblioteca”.

Neste sentido, infere-se que ao se adotar tal modelo de idéias e


comportamento, exclui-se naquele contexto, o sujeito do espaço da biblioteca,
atribuindo, desta forma, uma função estanque à mesma, e sem reciprocidade de
informações, pois o foco era centrado no paradigma do objeto, que deveria ser
guardado e conservado, em detrimento das necessidades dos possíveis usuários.

1
Primeira escola no mundo para formação de pessoal para exercer atividades em bibliotecas.
Com isso, vale aqui ressaltar que:

[...] predominava o modelo humanista francês da École de Chartes, que a


Biblioteca Nacional adotara durante três décadas. Modelo que vinha sendo
criticado, na França, desde o início do século XX, pelos bibliotecários
progressistas, que reivindicavam mudanças nas estruturas das bibliotecas,
a fim de que as mesmas atendessem às políticas públicas de leitura
(Chartier, A. e Hebrard, 1995, p. 156). Mudança que os bibliotecários
conservadores franceses não aceitavam, alegando que o atendimento à
leitura era atividade própria das escolas e que o papel da biblioteca era
preservar. Esta discussão trava-se, também, entre os bibliotecários
brasileiros nos anos 20 e 30. Uns defendiam a biblioteca guardiã, e outros,
a de livre acesso e democrática (CASTRO, 2000, p. 199-200).

Deste modo, percebemos que apesar da formação dos bibliotecários, nesta


época, ser voltada para a guarda e conservação da memória, havia aqueles
bibliotecários que defendiam a idéia de uma biblioteca aberta e de livre acesso à
informação, fato que Castro (2000) menciona ter causado discussão entre os
bibliotecários desta época.

A partir dos anos 30, o Brasil começou a despertar certo interesse pelos
Estados Unidos, ou melhor, pelo modelo de organização norte-americano, que era
caracterizado pelo tecnicismo. Em 1946, a Biblioteca Nacional é, pela terceira vez
reformada, dessa vez por Rubens Borba de Moraes, e marcada pela adoção do
modelo norte-americano. Vale lembrar aqui, a predominância do sistema decimal de
Melvil Dewey que surgiu na American Library Association, e o catálogo-dicionário,
que nesta época foram adotados pela Biblioteca Nacional além de muitas outras
bibliotecas brasileiras.

Havia muitas bibliotecas antigas em decadência no Brasil, retratando assim, a


necessidade de profissionais habilidosos em técnicas para cuidar daquelas obras
valiosas. E, no entanto, os bibliotecários “europeizados” preocupavam-se muito mais
com questões culturais. Daí justifica-se então, a adoção pelo modelo norte-
americano tecnicista, que teve seu início em São Paulo, no Mackenzie College.

4.2 São Paulo: novas perspectivas

Nesta seção abordaremos a dimensão do ensino da Biblioteconomia em São


Paulo, que se inicia no Mackenzie College e reflete o desencadeamento de várias
ações.
O Mackenzie College foi criado em 1870, e implantou pela primeira vez no
Brasil, o modelo da pedagogia americana, revolucionando assim, o ensino paulista.
A biblioteca do Mackenzie foi inaugurada em 1926, no entanto, a mesma não era
bem desenvolvida, e muito menos atendia a necessidade de sua clientela, precisava
assim, de uma nova forma de organização que pudesse dinamizá-la de acordo com
a modernidade de ensino do Mackenzie e princípios norte-americanos. (CASTRO,
2000, p.64-65)

De acordo com Castro (2000), por não haver bibliotecário no país com esta
formação, o Mackenzie College precisou contratar um profissional norte-americano
para organizar a biblioteca da escola, além de ministrar um curso elementar de
Biblioteconomia para funcionários da referida biblioteca, professores e bibliotecários
de outras instituições do Estado; estes ensinos, porém, foram melhor
pormenorizados por Adelpha Figueiredo, que mais tarde tornou-se bibliotecária
efetiva do Mackenzie. O curso elementar de Biblioteconomia oferecido pelo
Mackenzie College encerra suas atividades com a criação do curso de
Biblioteconomia do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo,
em 1936, criado por Rubens Borba de Moraes. E, diferente do currículo do primeiro
curso, este se caracterizou pela influência norte-americana, com maior ênfase em
trabalhos internos de catalogação, classificação e referência.

Adelpha Figueiredo e Rubens Borba de Moraes, ambos oriundos de outras


áreas (Odontologia e Letras, respectivamente), foram os primeiros brasileiros que
estudaram Biblioteconomia nos Estados Unidos. Trazendo assim, certa influência
norte-americana para os cursos por eles organizados no Brasil.

A década de 40 é marcada pela descentralização do campo de ensino da


Biblioteconomia no Brasil, com a transferência do curso de Biblioteconomia da
Prefeitura Municipal de São Paulo para a Escola Livre de Sociologia e Política –
ELSP, e a reforma do curso da Biblioteca Nacional. De acordo com Castro (2000),
tanto a ELSP quanto a Biblioteca Nacional, passou a oferecer bolsas de estudo para
candidatos de outros Estados, assim, ao retornarem para seus Estados, esses ex-
bolsistas fundavam outras escolas, e com isso, expandindo os cursos de
Biblioteconomia no país.

Nos anos 60, o Conselho Federal de Educação estabelece o currículo mínimo


e a duração dos cursos de Biblioteconomia. E é regulamentada a Lei 4.084, de 30
de junho de 1962, dispondo legalmente a profissão de bibliotecário. (FONSECA,
1979)

Para melhor entendermos a trajetória da Biblioteconomia no Brasil,


apresentamos abaixo a história da Biblioteconomia brasileira em cinco fases:

Fases Marcos Históricos


1ª: 1879-1928 Início da Constituição do Campo do Ensino da
Biblioteconomia sob influência francesa –
Biblioteca Nacional
2ª: 1929-1939 Predomínio do modelo americano sob a influência
dos primeiros cursos criados em São Paulo –
Mackenzie College e Cursos de Biblioteconomia
da Prefeitura Municipal de São Paulo
3ª: 1940-1961 Consolidação do modelo americano e expansão
do número de Escolas/Cursos
4ª: 1962-1969 Estabelecimento do primeiro Currículo Mínimo e
Regulamentação da Profissão – Lei 4084/62
5ª: 1970-1995 Paralisação da criação dos Cursos de Graduação
e crescimento dos Cursos de Pós-graduação
Tabela 01 – Marcos Históricos da Biblioteconomia no Brasil
Fonte: Castro (2000, p. 29)

Estes marcos históricos mostram, ainda que resumidamente, as fases


consideradas por Castro (2000), como as mais importantes para a Biblioteconomia
no contexto brasileiro, e que registram além das mudanças e influências recebidas, a
conquista da ampliação do curso em todo o país, regulamentação da profissão e
expansão dos cursos de pós-graduação na área. No entanto, e do mesmo modo que
as décadas passadas, a fase atual, ou seja, o que para nós agora é novo, um dia
também se tornará fato importante para pesquisas futuras. E, corroborando com tais
questões, elaborou-se uma tabela, no qual listamos os cursos de Biblioteconomia
existentes atualmente em todo o Brasil (Tab. 2):
Nome dos Instituição Cidade/UF Ano de Oferece
Cursos criação pós-
graduação
Faculdades
Integradas Teresa
Biblioteconomia Lorena/SP 1975
D´Ávila - FATEA
Universidade
Estadual Paulista
Biblioteconomia Marilia/SP 1977 
Júlio de Mesquita
Filho - UNESP
Universidade
Federal do Rio
Biblioteconomia Natal/RN 1997
Grande do Norte -
UFRN
Universidade
Federal do Rio
Biblioteconomia Porto Alegre/RS 1947 
Grande do Sul -
UFRGS
Faculdades
Integradas Coração
Biblioteconomia Santo André/SP 1976
de Jesus - FAINC
Universidade
Federal da Paraíba -
Biblioteconomia João Pessoa/PB 1969 
UFPB
Fundação
Universidade do
Biblioteconomia Florianópolis/SC 2001
Estado de Santa
Catarina - UDESC
Universidade de São
Paulo - USP
Biblioteconomia São Paulo/SP 1966 
Centro Universitário
de Formiga -
Biblioteconomia Formiga/MG 1968
UNIFORMG
Universidade
Federal de Goiás -
Biblioteconomia Goiânia/GO 1980
UFG
Universidade
Federal de Santa
Biblioteconomia Florianópolis/SC 1974 
Catarina - UFSC
Universidade
Federal do
Biblioteconomia São Luis/MA 1969
Maranhão - UFMA
Universidade de
Brasília - UnB
Biblioteconomia Brasília/DF 1966 
Universidade
Federal de Alagoas -
Biblioteconomia Maceió/AL 1999
UFAL
Fundação
Universidade
Biblioteconomia Rio Grande/RS 1975
Federal do Rio
Grande - FURG
Universidade
Federal do Ceará -
Biblioteconomia Fortaleza/CE 1965
UFC
Universidade
Federal de Minas
Biblioteconomia Belo 1950 
Gerais - UFMG
Horizonte/MG

Universidade Santa
Úrsula - USU
Biblioteconomia Rio de Janeiro/RJ 1957
Universidade 
Estadual de
Biblioteconomia Londrina/PR 1977
Londrina - UEL
Universidade
Federal de Mato
Biblioteconomia Rondonópolis/MT 1999
Grosso - UFMT
Universidade
Federal do
Biblioteconomia Manaus/AM 1966
Amazonas - UFAM
Universidade
Federal do Estado
Biblioteconomia Rio de Janeiro/RJ 1911 
do Rio de Janeiro -
UNIRIO
Universidade
Federal do Espírito
Biblioteconomia Vitória/ES 1975
Santo - UFES
Universidade
Federal de
Biblioteconomia Recife/PE 1950
Pernambuco - UFPE
Instituto de Ensino
Superior da Funlec -
Biblioteconomia Campo 2001
IESF
Grande/RS
Escola Superior de
Ensino Anísio
Biblioteconomia Serra/ES 2009
Teixeira - CESAT
Universidade
Estadual do Piauí -
Biblioteconomia Teresina/PI 2003
UESPI
Instituto Manchester
Paulista de Ensino
Biblioteconomia Sorocaba/SP 2005
Superior - IMAPES
Faculdade de
Ciências da
Biblioteconomia Caratinga/MG 2007
Informação de
Caratinga - FCIC
Centro Universitário
Assunção - UniFAI
Biblioteconomia São Paulo/SP 2005
Universidade
Federal do Ceará -
Biblioteconomia Juazeiro do 2006
UFC
Norte/CE
Universidade
Federal do Pará -
Biblioteconomia Belém/PA 1963
UFPA
Pontifícia
Universidade
Biblioteconomia Campinas/SP 1945 
Católica de
Campinas - PUC-
Campinas
Biblioteconomia e Faculdade de
Ciência da Biblioteconomia e
São Paulo/SP 1948
Informação Ciência da
Informação - FaBCI
Biblioteconomia e Universidade
Ciência da Federal de São
São Carlos/SP 1994
Informação Carlos - UFSCAR
Biblioteconomia e Universidade
Documentação Federal Fluminense
Niterói/RJ 1963 
- UFF
Biblioteconomia e Pontifícia
Documentação Universidade
Curitiba/PR 2005
Católica do Paraná -
PUCPR
Biblioteconomia e Universidade
Documentação Federal da Bahia -
Salvador/BA 1942 
UFBA
Biblioteconomia e Universidade
Gestão de Federal do Rio de
Rio de Janeiro/RJ 2005
Unidades de Janeiro - UFRJ
Informação
Biblioteconomia e Universidade São Cristóvão/SE 2009
Documentação Federal de Sergipe
Tabela 02 – Cursos de Biblioteconomia no Brasil
Fonte: Elaborado pelas autoras

Ao analisarmos o quadro acima, observamos que houve um enorme


crescimento e consolidação dessa área no país, no que tange ao ensino,
configurando-se com cursos de graduação e pós-graduação. Atualmente, entre os
27 (vinte e sete) estados brasileiros apenas 06 (seis) não possuem registros de
Escolas de Biblioteconomia. A maior predominância dessa área é nas regiões
Sudeste, Sul e Nordeste que oferecem cursos de Biblioteconomia em todos os seus
estados, em detrimento da região Norte que entre seus 07 (sete) estados, apenas 02
(dois) oferecem curso de Biblioteconomia. No caso da região Centro-Oeste, apenas
01 (hum) estado de cada uma destas não oferece o curso. Na próxima seção deste
capítulo discutiremos sobre o curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL).

4.3 Universidade Federal de Alagoas: história e caracterização

Considerando sua relevância para este trabalho, transcreveremos um breve


histórico dos 48 (quarenta e oito) anos da Universidade Federal de Alagoas:

“A Universidade Federal de Alagoas foi criada em 25 de janeiro de 1961, por


ato do então presidente Juscelino Kubitscheck, visando atender as reivindicações do
movimento estudantil, de parlamentares, de professores e de toda comunidade
alagoana. O que representaria a possibilidade da realização de pesquisas e a
formação de profissionais voltados para a realidade local.
Os dez primeiros anos da Universidade Federal de Alagoas foram conduzidos
pelo Reitor professor Aristóteles Calazans Simões. Empossado em outubro de 1961,
o primeiro Reitor da UFAL tinha como principal meta a criação de um Campus
Universitário. Mais dois objetivos norteavam a prática do Reitor: a criação de uma
assistência aos estudantes e a atividade cultural.
Em 1966, com a construção dos primeiros prédios, vai surgindo,
paulatinamente, a Cidade Universitária... E em reconhecimento ao seu esforço e
tenacidade, o conselho universitário lhe outorga, em 1970, a honra de denominar a
Cidade Universitária da UFAL de Campus A C. Simões.
O período que vai de 1971 a 1975 a UFAL é dirigida pelo Reitor Nabuco
Lopes Tavares da Costa e por um grupo de professores que buscaram dotar a
universidade de uma feição moderna, ainda que nos marcos autoritários da década
de 70. Tal gestão foi responsável por descentralizar a administração superior,
criando as Pró-Reitorias de assuntos acadêmicos, de Assuntos comunitários e de
Assuntos de planejamento.
Nesse período foi iniciada a reforma universitária, que vinha sendo
reivindicada já desde o reitorado do professor A C. Simões. A Universidade foi então
reestruturada com a junção de órgãos e a criação de Centros em substituição aos
Institutos e Faculdades.
De 1974 a 1975 novos cursos surgiram, esse crescimento faz surgir a
necessidade de ampliação do quadro de professores, de modo que em 1975 a UFAL
contava com 539 professores, dos quais apenas 13 tinham título de mestre e apenas
03 com título de doutor. A Universidade, contudo investia na qualificação dos seus
professores.
Também foi criada a imprensa universitária e pela primeira vez a universidade
realizaria concursos públicos para o ingresso de seus docentes. Ainda nesse
período se verifica um esforço da universidade em produzir pesquisa, ao celebrar um
convênio com a SUDENE para se fazer um estudo ecológico e o levantamento do
potencial pesqueiro dos estuários e lagoas do Estado” (Histórico: Universidade Federal de
Alagoas, 2006).
Atualmente a Universidade Federal de Alagoas dispõe de 45 (quarenta e
cinco) cursos de graduação nas diversas áreas do conhecimento. E oferece cursos
de pós-graduação, sendo 18 (dezoito) cursos de mestrado, 03 (três) de doutorado e
23 (vinte e três) de especialização. Uma outra conquista da Universidade tem sido
sua expansão para o interior, oferecendo mais 16 (dezesseis) cursos distribuídos no
Campus Arapiraca nos Pólos de Palmeira dos Índios, Penedo e Viçosa. Além desses
cursos, a Universidade oferece também, cursos de modalidade a distância que vem
atendendo 26 (vinte e seis) municípios alagoanos.

Entre os 45 (quarenta e cinco) cursos que a Universidade Federal de


Alagoas oferece, está o curso de Biblioteconomia, responsável por formar
profissionais capacitados para atuar na organização e disseminação da informação,
conforme veremos a seguir.

4.3.1 O Curso de Biblioteconomia – UFAL

O projeto de implantação do curso de Biblioteconomia da Universidade


Federal de Alagoas (UFAL), resultado do esforço das bibliotecárias Sueli Maria
Goulart Silva e Sílvia Regina Cardeal; da Associação dos Bibliotecários de Alagoas;
e, dos professores e profissionais da área de informação participantes do Curso de
Especialização em Administração e Gerência de Serviços de Informação realizado
na UFAL em 1997, foi aprovado em 1998, com propostas de romper com a formação
tradicional presentes em cursos de Biblioteconomia noutros Estados do país, sem
com isso deixar de atender às exigências do currículo mínimo.

O curso de Biblioteconomia da UFAL foi criado com o objetivo de atender às


necessidades de profissionais habilitados ao tratamento e gestão da informação,
visando que no Estado de Alagoas muitos dos profissionais atuantes desta área
eram provenientes de outros Estados e com formação concluída em media há 15
(quinze) anos. Além disso, havia muitas organizações que não contavam com
profissionais bibliotecários em seu quadro de pessoal.

No seu primeiro ano de implantação, o curso sofreu algumas modificações em


suas diretrizes curriculares, o que fez com que houvesse mudança na nomenclatura
do curso, assim, no ano de 2000 denominando-se Curso de Ciência da Informação
com habilitação em Biblioteconomia, tinha por objetivo ampliar a área com
possibilidade de atribuir outras habilitações, afirmando suas propostas curriculares
de interdisciplinaridade.

Entretanto, no ano de 2004 o curso volta a denominar-se Curso de


Biblioteconomia, após passar por avaliação do INEP/MEC (Instituo Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais / Ministério da Educação) e sendo aprovado o
curso no mesmo ano, conforme portaria de nº 828 de 11 de março de 2005.

O Curso conta, até o primeiro semestre de 2009, com 10 (dez) professores


efetivos, e 01 (hum) substituto, sendo que, do quadro de professores efetivos, 02
(dois) possuem doutorado, 04 (quatro) encontram-se em doutoramento e os demais
são portadores do título de mestrado. Possui junto ao seu quadro de recursos
humanos 03 (três) funcionários os quais auxiliam junto a Coordenação do curso.
Além da existência de 03 (três) bolsistas que atuam na secretaria do curso e no
laboratório de Tecnologia da Informação, e 01 (hum) monitor da disciplina
Representação Descritiva para auxiliar o professor e os alunos da mesma,
integrando prática de ensino e pesquisa.

Ao longo destes 11 (onze) anos, apesar de possuir ainda algumas carências,


entre elas a de espaço físico, o Curso tem alcançado muitas conquistas que vale
serem aqui mencionadas, como o fortalecimento do tripé ensino-pesquisa-extensão
necessário para uma formação acadêmica de qualidade. O curso de Biblioteconomia
encontra-se com 02 (dois) grupos de pesquisa: - Informação, comunicação e
conhecimento; - Informação e conhecimento; e 01 (hum) projeto de extensão que
vem desenvolvendo ações de informação junto à comunidade: Re(construindo)
ecologias cognitivas: ações de informação e inclusão social na comunidade Pontal
da Barra, Maceió-Al.

Desde o início do Curso, já foram formadas 06 (seis) turmas, ou seja, uma


média de 150 (cento e cinqüenta) profissionais lançados no mercado de trabalho,
com uma formação não só de cunho técnico, mas também humanístico e
tecnológico.

Hoje, com a mudança do regime anual para o regime semestral, o curso


passou a oferecer um maior número de vagas, sendo disponibilizadas 25 (vinte e
cinco) vagas para o 1º (primeiro) semestre e 25 (vinte e cinco) vagas para o 2º
(segundo) semestre.

Encerrando esta primeira parte do nosso trabalho, podemos ver como iniciou
a trajetória do campo de ensino da Biblioteconomia no Brasil. No próximo capítulo
discutiremos acerca do profissional da informação, no entanto de forma breve
gostaríamos de citar ainda nesta seção, com base em Castro (2000, p. 11-13), os
elementos mínimos para consolidação de uma profissão, são eles:

• Espaço na sociedade para o exercício de suas atividades e funções;

• Programa de pesquisa na área, para aperfeiçoamento profissional tanto


teórico como técnico;

• Literatura especializada, para servir de base teórica às pesquisas na


área;

• Sistema de ensino para capacitar e formar ao exercício da profissão; e

• Legislação para garantir os direitos e preservar conquistas dos


profissionais da área, e apontar também os direitos dos usuários que se
servirão de tais serviços.
5 O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO

Estudamos no capítulo anterior um breve panorama histórico da

Biblioteconomia no Brasil, e constatamos que desde o início dessa trajetória, com as

instalações das primeiras bibliotecas no país, tais instituições, ainda que em época e

contexto diferentes, sempre possuíram a função de preservação, conservação e

organização de documentos. A Documentação surgiu com o objetivo principal de

organização, hoje, o conteúdo passou a ser muito mais importante do que o

documento em si, abrindo, desta forma, espaços para a socialização do saber.

Atualmente, estamos vivendo na chamada Sociedade da Informação - que

veremos mais detalhadamente no próximo capítulo deste trabalho – na qual a

informação e o acesso a esta são “preocupações” mais relevantes; a informação

gera conhecimento, pois conhecer é fundamental para que o indivíduo considere-se

inserido socialmente. O profissional bibliotecário, responsável por concretizar as

funções da biblioteca (funções educativa, cultural, recreativa e informacional que

permitem aos indivíduos tornarem-se cidadãos ativos na sociedade) e que se

caracteriza por lidar com informação, tornando-se um mediador entre informação e

usuário, passou a ser conhecido também como Profissional da Informação.

De acordo com Almeida Júnior (1997, p. 125), “[...] profissional é aquele que

exerce uma profissão. Esta, por sua vez, deve ser reconhecida como útil pela

sociedade”. Porém, neste aspecto, uma questão se faz necessária: O que é

informação?

Conforme Le Coadic (2004), a informação é o registro - escrito, oral ou

audiovisual - de conhecimentos que proporcione interpretação ou significados ao

usuário que dela se utilize. Barreto (1994), em sua definição sobre informação
acrescenta ainda, que “[...] a informação qualifica-se, em forma e substância, como

estruturas significantes com a competência de gerar conhecimento para o indivíduo

e seu grupo”. Esta tem sido o principal instrumento da atividade bibliotecária, em

qualquer tipo de suporte. Nesse contexto, podemos perceber que por lidar com o

tratamento da informação, o profissional bibliotecário é também responsável por

democratizá-la, o que o torna, como já antes citamos um mediador entre o homem e

o conhecimento registrado, contribuindo para o desenvolvimento social, cultural,

científico e tecnológico.

O profissional bibliotecário é também considerado atualmente como o Gestor

da Informação, - entende-se por Gestão da Informação, conforme Gomes e Mota

(2007, p. 3) o “conjunto de processos capaz de garantir o uso efetivo da informação”

- em meio ao mundo globalizado, onde a profissão atualmente permanece

fundamentada num conjunto de conhecimentos aplicados a diversos ramos de

atividades, este profissional tem a função de facilitar o acesso aos recursos

informacionais tornando o processo de organização e recuperação mais rápido e

acessível à sociedade.

De acordo com o Conselho Regional de Biblioteconomia – 8ª região, verifica-


se que:
O exercício da profissão só é permitido aos graduados de nível superior em
Biblioteconomia. Para exercer legalmente a profissão é obrigatório, ainda, o
registro no Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB) e manter
atualizado o pagamento das anuidades. Os Conselhos são entidades
profissionais instituídas pelo Governo Federal, sendo regulamentados pela
Lei 4.084/62, pelo Regimento Interno e pelo Código de Ética Profissional.
Existem, no Brasil, quatorze Conselhos Regionais subordinados ao
Conselho Federal de Biblioteconomia, formados por: Plenário, Diretoria,
Comissões e Assessorias, Assembléia Geral (constituída por todos os
bibliotecários registrados), Delegacias Regionais e Serviços de Apoio
Administrativo (secretaria, contabilidade). Diretores de escolas de
biblioteconomia e presidentes de associações de classe integram os
Conselhos como membros natos. Esses órgãos são responsáveis pelo
cumprimento das atribuições dos CRBs e da legislação vigente, garantindo
o aprimoramento da área e de seus profissionais.
De acordo com a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) / 2008 – que é
um instrumento de uso social com o propósito de codificar as ocupações existentes
para orientar a ação do Estado e dos universos da economia e do trabalho - o
bibliotecário está entre os que se enquadram como Profissional da Informação.

Ainda conforme a CBO, este profissional pode atuar em diversas áreas de


atividades, o qual transcreveremos abaixo:

• Disponibilizar informação em qualquer suporte;

• Gerenciar unidades, redes e sistemas de informação;

• Tratar tecnicamente recursos informacionais;

• Desenvolver recursos informacionais;

• Disseminar informação;

• Desenvolver estudos e pesquisas;

• Prestar serviços de assessoria e consultoria;

• Realizar difusão cultural;

• Desenvolver ações educativas.

A CBO acrescenta ainda que tais profissionais:


Trabalham em bibliotecas e centros de documentação e informação na
administração pública e nas mais variadas atividades do comércio,
indústria e serviços, com predominância nas áreas de educação e
pesquisa. Trabalham como assalariados, com carteira assinada ou como
autônomos, de forma individual ou em equipe por projetos, com supervisão
ocasional, em ambientes fechados e com rodízio de turnos. Podem
executar suas funções tanto de forma presencial como a distância.
Eventualmente, trabalham em posições desconfortáveis durante longos
períodos e sob pressão, levando à situação de estresse. As condições de
trabalho são heterogêneas, variando desde locais com pequeno acervo e
sem recursos informacionais a locais que trabalham com tecnologia de
ponta.

Na próxima seção deste capítulo discutiremos acerca do perfil e funções do


profissional bibliotecário no âmbito da sociedade atual.
5.1 Perfil e funções do profissional

O profissional bibliotecário tem diferenciado seu perfil ao longo das décadas,


conforme verificamos no primeiro capítulo deste trabalho, a primeira geração de
bibliotecários possuía um perfil humanista, ligado à cultura e às artes. Na década de
30, este profissional passa a receber uma influência mais técnica, no entanto,
continua com o mesmo perfil e funções de um erudito guardião de livros.

Com o passar dos anos e mudanças ocorridas no campo biblioteconômico,


como regulamentação da profissão, expansão de novas escolas de Biblioteconomia,
além de pós-graduação na área “o bibliotecário passa a ter um perfil de agente
cultural e de informação, sendo direcionado a entidades educacionais e, muitas
vezes, atuando como educador”, de acordo com Martins [200-].

No entanto, o surgimento das novas tecnologias, a necessidade de educação


continuada e novas exigências do mercado, fez com que o profissional bibliotecário
com perfil tradicional cedesse seu espaço para o moderno profissional da
informação, com conhecimentos que vão além das técnicas, para lidar com gerência
de informação em vários suportes e com conhecimentos da realidade social, política
e educacional.

A cada dia novas tecnologias surgem, aumentando desta forma, a demanda


de informação, trazendo assim, desafios a estes profissionais. Conforme Targino
(2006, p.119-[178]), verificamos alguns aspectos do perfil e qualificações do
Profissional da Informação:

• Domínio das novas tecnologias;

• Novas concepções em políticas gerenciais;

• Difusão e produção do conhecimento;

• Compreensão nas intenções e necessidades do usuário;

• Conhecimento de idiomas;

• Capacidade de inovação.

Sabemos que sua função é primordialmente social, pois este profissional é


responsável por disseminar informação, participando desta forma da Inclusão Social,
ao mesmo tempo em que coopera para a conquista da Cidadania, “permitindo que a
população conheça seus direitos, saiba como reivindicá-los, possua uma
consciência social e política que possa transformar toda essa estrutura social”
(ALMEIDA JÚNIOR, 1997, p. 91). No entanto, apesar de algumas mudanças no
perfil atual do bibliotecário, a real função deste profissional tem sido discutida na
literatura da área, pois apesar de atualmente ser considerado como Gestor da
Informação, tem utilizado seus conhecimentos muito mais tecnicamente do que em
análise às necessidades informacionais da sociedade, e conforme o autor, é
justamente aí que a Biblioteconomia tem falhado, o bibliotecário não se considera
um agente de transformação social, tem servido apenas a uma minoria da
população, elitilizada, esquecendo-se de que é preciso também trabalhar com a
comunidade, para que esta perceba o papel que este profissional desempenha.

Observando-se a realidade atual, claramente nota-se a falta de


“investimentos” em atividades/atitudes bibliotecárias que incluam indivíduos não
alfabetizados. De acordo com Almeida Júnior (1997, p.92):

[...] não basta espalharmos bibliotecas em cada quarteirão, em cada


esquina. É preciso que o bibliotecário que atuar nessas bibliotecas seja um
outro bibliotecário; é preciso que ele saiba que o seu trabalho pode e deve
alterar pensamentos e comportamentos; é preciso que ele vá até a
população, que ele procure o povo, que ele trabalhe com a comunidade.

E, comentando ainda sobre “Por que e para quê bibliotecários”, o referido


autor deixa registrada a seguinte indagação: “Afinal, para que serve esse
profissional, por que existe?”. Diante dessa questão, e tomando como exemplo
nossa realidade atual, que resposta daria nossa população em relação a este
profissional? Ou seja, qual tem sido a imagem do bibliotecário frente à sociedade?

Talvez não tão satisfatória verificando-se uma pesquisa realizada por Zita
Oliveira. Em seu livro O bibliotecário e sua auto-imagem (1983, p.68), a autora
analisa as atitudes profissionais do bibliotecário e comenta sobre “a necessidade de
mudança de atitude dos bibliotecários, como forma de modificar sua imagem
profissional”, uma vez que inferimos ser o próprio bibliotecário, o responsável por
ampliar seu espaço na sociedade e tornar valorizados os seus serviços.
5.2 O bibliotecário e sua (auto) imagem profissional

Muito se tem discutido acerca da imagem profissional do bibliotecário, e


verificamos na literatura da área que está relacionada com as atitudes deste
profissional. Eaton (1956) apud Oliveira (1983, p.9) já examinava tais questões e
sugeriu que “a falta de reconhecimento da Biblioteconomia como profissão derivava
das atitudes dos próprios bibliotecários”. Oliveira, em 1983, ao investigar a auto-
imagem do bibliotecário, com a finalidade de fortalecer a imagem deste profissional
perante a comunidade, concluiu que “muito da realidade do campo precisa ser
mudado, para que a Biblioteconomia possa, sem perda de sua identidade de
trabalho eminentemente social, acompanhar a mudança que está ocorrendo na
ambiência em que atua (p.71)”. Almeida Júnior (1997) enfoca a necessidade de
estarmos atentos para as mudanças da sociedade e nos transformar em razão
delas, e o mesmo afirma ainda que há uma passividade marcante entre estes
profissionais, inclusive quanto a sua própria capacitação. Amaral (1998, p.50) em
seus estudos sobre Marketing, diz que para que as unidades de informação e os
profissionais que atuam nessas organizações atinjam o reconhecimento por parte da
população, é preciso antes conhecer, envolver e atender bem seus usuários.

Reunindo todas essas discussões sobre a imagem e reconhecimento social


do bibliotecário, percebemos que desde décadas anteriores já havia a preocupação
em identificar fatores que levam ao não reconhecimento da profissão, ou seja, este
problema faz parte do cotidiano do bibliotecário há muitas décadas. E com base nos
textos pesquisados, observamos que as atitudes por parte dos bibliotecários tanto
em relação aos usuários quanto em relação à formação profissional exerce uma
forte influência à imagem deste, frente à sociedade.

No entanto, parece haver certa contradição ou discordância entre alguns


autores, comparando-se a textos mais atuais sobre determinado assunto. Souza
(2006, p. 28) descreve que:

O que se pode extrair é que a visibilidade social de bibliotecário e cientista


da informação tem relação direta, sobretudo, com o modo como a
sociedade está organizada economicamente (pelo tamanho e pela
complexidade de produção de bens e serviços). Fatores econômicos
quando articulados com muitos investimentos em educação, e que induzam
a sociedade a ser cada vez mais leitora e produtora de muito mais literatura
e registros escritos e a deter grandes acervos documentários certamente,
fixarão melhor a necessidade das profissões e dos bibliotecários e cientistas
da informação.

O que significa nas palavras de Souza, que o reconhecimento social deste


profissional está diretamente ligado ao fator de desenvolvimento econômico, porém,
ainda assim, encontramos no mesmo texto, o autor enfatizando a importância de
mudanças de atitudes profissionais, “O que falta, talvez, para se ampliar essa
visibilidade [do bibliotecário], é um esforço maior desses profissionais no sentido de
se articularem e agirem com um projeto político consistente” (SOUZA, 2006, p.28).

Neste aspecto, vale lembrar também o trabalho das Associações de


Bibliotecários, que segundo Almeida Júnior (1997), estas não contam com a
participação destes profissionais, para agirem em favor de seu espaço na sociedade,
antes, estes mesmos profissionais esperam passivamente que algo seja feito – e
isso também é atitude, ou melhor, falta de atitude.

Percebemos que além do meio social em que está inserido, as atitudes


profissionais são fatores primordiais para criar uma imagem – seja ela boa ou ruim -
frente à sociedade. Contudo, pretendemos através deste trabalho obter novos dados
que nos permitam conclusões ou hipóteses sobre determinadas discussões.
6 PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS DO BIBLIOTECÁRIO NA
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

As diversas transformações que têm ocorrido na sociedade, entre elas as de


âmbito tecnológico, nos fazem refletir sobre as novas exigências do mercado.
Observamos no capítulo anterior o perfil e as funções do profissional bibliotecário, e
vimos que este se caracteriza por lidar com o tratamento da informação. No entanto,
o contexto atual traz, à sociedade como um todo, o desafio de assumir novos
métodos e formas de trabalho, desta forma, discutiremos neste capítulo as
perspectivas do bibliotecário na chamada Sociedade da Informação.
Sociedade da Informação é um estágio de desenvolvimento social
caracterizado pela capacidade de seus membros (cidadãos, empresas e
administração pública) de obter e compartilhar qualquer informação,
instantaneamente de qualquer lugar e da maneira mais adequada.
(Sociedade da informação, 2008)

Os avanços tecnológicos vêm acontecendo desde os tempos primórdios, um


exemplo disso é o surgimento da escrita, a invenção da imprensa, do rádio e da
televisão, porém, conforme Barbosa (1998), tais avanços refletiram maior
importância após o início da Revolução Industrial e, como podemos perceber
estendeu-se até os dias atuais, trazendo consigo a necessidade de novas
habilidades profissionais e a reformulação de paradigmas em profissões tradicionais.

Com a evolução da Sociedade da Informação e das tecnologias, as atividades


atribuídas ao bibliotecário vêm se diversificando, exigindo destes, um maior
envolvimento intelectual. De acordo com Sousa Filho [200-], a Sociedade da
Informação fez com que a profissão do bibliotecário sofresse profundas mudanças
nas relações mercadológicas, e o mesmo acrescenta ainda:
“O mercado passou a exigir um profissional com conhecimentos mais
abrangentes, flexível, sensível às mudanças, com habilidades para
enfrentar momentos decisórios e que tenha domínio sobre os
equipamentos tecnológicos, pois essas ferramentas são seus verdadeiros
instrumentos de trabalho”.

Em entrevista, o bibliotecário e atual diretor do IBICT (Instituto Brasileiro de


Informação em Ciência e Tecnologia) Emir Suaiden, avaliando a contribuição da
classe bibliotecária no contexto da Sociedade da Informação, afirma que com o
advento da revolução tecnológica, cabe aos profissionais da informação um perfil
relevante que é de possibilitar a inclusão social através da inclusão digital. Isso nos
mostra que a Sociedade da Informação, com a globalização e a revolução
tecnológica, multiplicou as oportunidades no mercado de trabalho para os
bibliotecários.

Segundo Araújo; Dias (2005, p.118), em meio a tantos avanços na área


tecnológica, no contexto da Sociedade da Informação, há um problema a ser
resolvido: “a capacitação dos cidadãos para utilizar os instrumentos e serviços
oferecidos pelas redes de comunicação eletrônica e potencializar as informações
acessadas”. Nesse aspecto, percebemos que o profissional bibliotecário pode e
deve contribuir para que os usuários tornem-se cidadãos dinâmicos na Sociedade
da Informação, para que estes possam acompanhar as alterações ocorridas no meio
em que estão inseridos, garantindo a melhor forma de expressar-se sem qualquer
restrição.

Com o acesso à informação através dos processos tecnológicos, aumenta-se


a produtividade na aplicação de conhecimentos práticos, extinguindo desta forma, as
indiferenças e dando impulso à população para geração de novos conhecimentos.
Para que isso venha a se concretizar, é preciso maior preparo por parte do
profissional da informação.
O profissional [bibliotecário] deve estar capacitado a: a) Entender como
objeto de trabalho, a informação de maneira mais ampla; b) Trabalhar de
forma globalizada e regionalizada, ou seja, pensar globalmente e agir
localmente; c) Conhecer e utilizar as tecnologias de informação; [...] e)
Criar e planejar produtos e serviços informacionais visando o cliente [...]
(VALENTIM, 2000, p. 26).

Todavia, faz-se necessário avaliar qual a posição do bibliotecário na chamada


Sociedade da Informação, pois neste contexto social prevalece o profissional que
estiver disposto a enfrentar os desafios impostos pela mesma. No entanto, é
interessante focarmos objetivos, tais como:

• Assegurar o acesso à informação, de modo eficiente;

• Mais qualidade no exercício de suas atividades;

• Promover o uso da informação como fator de crescimento tecnológico, nos


campos de produção e desenvolvimento econômico;

• Criar novos produtos e serviços de informação, e sistemas de comunicação


com mais qualidades;
• Reformulação dos meios de busca e uso da informação, colocando o usuário
em contato real com a Sociedade da Informação.

De forma geral Faria; Cunha; Felipe (2007) apresenta como campo de


atuação do profissional bibliotecário: bibliotecas públicas, escolares, infantis,
acadêmicas, especializadas e particulares; centros de documentação, arquivos,
editoras e livrarias; centros de comutação bibliográfica; consultorias e assessorias de
empresas; agências de publicidade; núcleos de documentação de TV, emissoras de
rádio e jornal; docências superiores; bancos; entidades governamentais; videotecas;
traduções e organizações de congressos, seminários e simpósios; galerias de arte,
centro de cultura e de lazer; organizações de bases de dados virtuais; museus;
cartórios, fóruns, discotecas, agências de publicidade, entre outros.

Como podemos perceber, a área de atuação do bibliotecário é bastante


diversificada, sabe-se porém, que muitos destes campos de trabalho aqui citados,
são desconhecidos pelo próprio bibliotecário, para maior entendimento, Valetim
(2000, p. 141-146) divide o mercado de trabalho do profissional bibliotecário em três
grandes grupos:

1. Mercado informacional tradicional

Inclui as bibliotecas públicas, escolares, especializadas, centros culturais,


arquivos públicos e museus. Nessas instituições o bibliotecário pode exercer
atividades tais como: aquisição, seleção, organização e disseminação de informação
em qualquer suporte, auxiliando seus usuários no uso e recuperação de
informações, criando programas de incentivo à leitura, etc.

2. Mercados informacionais existentes e não-ocupados

Incluem-se neste segmento as editoras e livrarias, empresas privadas,


provedores de Internet, banco e bases de dados. Nessas instituições o bibliotecário
pode exercer atividades como: normalização de publicações (em editoras);
desenvolvimento de coleções, organização e recuperação (em livrarias);
gerenciamento de tecnologias de informação; elaboração de estratégias de buscas
avançadas e políticas de recursos informacionais; prestando serviços de informação
on-line, etc.
3. Mercado informacional – tendências

Aqui estão inseridos os centros de informação/documentação em empresas


privadas, bancos e bases de dados eletrônicos e digitais, portais de conteúdo e
portais de acesso tanto na rede global (Internet) como nas redes institucionais
internas (Intranets). Nesse segmento, a atuação do bibliotecário está alicerçada no
paradigma da informação.

Desta forma, concluímos que a Sociedade da Informação acrescenta aos


bibliotecários maiores possibilidades de atuação profissional. Muito se tem discutido
sobre isso na literatura da área, e conforme os diversos autores pesquisados, a
solução para que estes profissionais desfrutem de tais oportunidades, parece-nos
ser a mesma: mudança do perfil tradicional e maiores investimentos em sua própria
capacitação.

E corroborando com tais afirmativas, Oliveira (2005, p. 108) considera que


“(...) o profissional da informação precisa estar atento e ser cada vez mais atuante,
não podendo, em hipótese alguma, se acomodar frente às demandas que lhe são
impostas”.

Targino (2006, p. 175) assegura ainda, que:


É o momento de, como qualquer outro especialista, o bibliotecário atuar
com criatividade, dinamismo, visão de mundo interdisciplinar e
transdisciplinar, desenvolvendo habilidades na síntese da informação e
conhecimento nas áreas gerenciais e de políticas de informação; além do
domínio pleno das novas tecnologias.

É necessário que o bibliotecário esteja atento às transformações que estão


ocorrendo, e modifique-se em razão delas, caso contrário, como ressalta Fonseca
(2007, p. 99), “ou nos atualizamos ou seremos devorados, como procedia a esfinge
com os que não decifravam seu enigma”.
7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Toda pesquisa parte de uma dúvida ou problema e, com o uso do método


científico, busca uma resposta ou solução (CERVO E BERVIAN, 2006, p. 63).
“Entretanto, (...) o método é apenas um meio de acesso; só a inteligência e a
reflexão descobrem o que os fatos e os fenômenos realmente são” (id., p. 25).

Os procedimentos metodológicos aconteceram em duas etapas: a primeira


com profissionais bibliotecários, e a outra com a sociedade.

A metodologia caracteriza-se como pesquisa de campo e bibliográfica, numa


perspectiva descritiva no qual, segundo Cervo e Bervian (2006, p. 66) “a pesquisa
descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis)
sem manipulá-los”. A pesquisa está fundamentada numa abordagem quantitativa e
qualitativa, e buscou conhecer o grau de satisfação (ou insatisfação) dos
profissionais bibliotecários quanto à profissão, além da percepção da sociedade
quanto à prática deste profissional para verificar as possíveis causas da
desvalorização do profissional bibliotecário.

7.1 Universo da Pesquisa

Universo (ou população) “é o conjunto de seres animados e inanimados que


apresentam pelo menos uma característica em comum” (OLIVEIRA, 1997, p.160).

O universo da pesquisa corresponde:

a) Bibliotecários – consideramos os bibliotecários que, até a presente data,


estavam cadastrados na AAPB (Associação Alagoana dos Profissionais em
Biblioteconomia), indivíduos com formação acadêmica completa, e inseridos na
sociedade alagoana. Neste sentido, focamos nossa pesquisa nos 24 indivíduos
vinculados a uma associação de classe, pois acreditamos que todos os profissionais
deveriam ser partícipes de uma entidade que vislumbra melhorias profissionais por
meio da educação continuada, promoção da profissão junto à sociedade e que
colaboram para o estudo e solução de problemas que se relacionam com a sua
categoria;

b) Sociedade – foram consideradas as pessoas que freqüentavam o Centro


da cidade de Maceió no período de 01 de novembro de 2008 a 08 de novembro de
2008, neste aspecto, a sociedade é formada por sujeitos políticos, ou seja,
indivíduos que apesar de estratificados em diferentes classes sociais não são
neutros em suas ações e que, portanto, são responsáveis por construir uma
percepção ou imagem de um profissional ou profissão, inclusive do profissional
bibliotecário. Assim, foram considerados relevantes, pois este universo é
representado por aqueles que conhecem ou desconhecem o profissional
bibliotecário, uma vez que este pode atuar como mediador entre informação e
aqueles que dela necessitam.

O Centro da Cidade de Maceió foi escolhido como local de pesquisa, devido a


heterogenia populacional, no que tange a segmentações demográficas, estilo de
vida e status social.

7.2 Especificação da Amostra

Amostra “é uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do


universo (população)” (OLIVEIRA, 1997, p.160).

A amostra foi representada por 8 (oito) bibliotecários, isso pelo fato de que
dentre os 24 (vinte e quatro) bibliotecários cadastrados na AAPB, apenas estes
responderam; e 25 (vinte e cinco) pessoas que freqüentavam o Centro da cidade de
Maceió no período de 01 de novembro de 2008 a 08 de novembro de 2008.

No primeiro caso, com os bibliotecários, a amostra é probabilística, porque foi


representada por todos os bibliotecários – cadastrados na AAPB - que responderam
ao questionário enviado através de e-mail; no segundo caso, com a sociedade, a
amostra é probabilística por estratificação, pois foi escolhida aleatoriamente.
7.3 Instrumentos de Coleta de Dados

Os instrumentos de coleta de dados foram: questionário e a entrevista, mais


especificamente a entrevista estruturada.

O questionário foi aplicado à categoria “bibliotecários”, constituindo-se de 14


(quatorze) questões fechadas e 01 (uma) aberta, através de e-mail, no período de
04 de novembro de 2008 a 29 de novembro de 2008. Preferiu-se o uso do
questionário para coletar dados com esta categoria por ser este um instrumento de
coleta de dados no qual não é necessário a presença do entrevistador para que este
seja respondido; pois pretendíamos alcançar o maior número possível dos
bibliotecários cadastrados na AAPB.

A entrevista estruturada foi utilizada para entrevistar a categoria “sociedade”,


sendo constituído de 10 (dez) perguntas fechadas e 05 (cinco) abertas, aplicado a
uma amostra aleatória de 25 pessoas que freqüentavam o Centro da cidade de
Maceió no período de 01 de novembro de 2008 a 08 de novembro de 2008. Para a
categoria “sociedade”, a entrevista estruturada foi escolhida como instrumento de
coleta de dados, pois possibilita conforme Gil (1999, p.121):

1-) O desenvolvimento “[...] a partir de uma relação fixa de perguntas cuja ordem e
redação permanece invariável para todos os entrevistados”;

2-) por ser sua aplicação mais adequada para levantamentos sociais;

3-) a maioria das respostas são padronizadas, facilitando a análise estatística dos
dados.

Gil (1999, p. 121) observa que uma lista de perguntas costuma ser
denominada de “questionário” ou de “formulário”, esse mesmo autor adverte que o
uso do termo formulário é mais indicado, uma vez que, o questionário “expressa
melhor o procedimento auto-administrado, em que o pesquisado responde por
escrito as perguntas que lhe são feitas”. Neste sentido, a entrevista estruturada
(formulário) oferece maior flexibilidade do que o questionário, uma vez que a
presença do pesquisador é indispensável, desta forma facilitando a adaptação das
perguntas de acordo com a compreensão de cada respondente.
7.4 Limitações da Pesquisa

Durante o processo de coleta de dados, ocorreram algumas limitações quanto


a categoria “bibliotecário”, pois sendo o questionário aplicado através de e-mail, não
alcançamos o retorno de todos. Em nossa pesquisa, o universo foi representado por
24 (vinte e quatro) bibliotecários, entre estes, apenas 8 (oito) responderam ao
questionário enviado.

8 ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta dos dados através da aplicação do questionário e formulário,


traçamos 03 (três) eixos de análise para a categoria “Sociedade” e 04 (quatro) eixos
de análise para a categoria “Bibliotecário”. Tal medida se fez necessária para
segmentarmos nossa análise, pois desta forma teríamos melhor compreensão e
segurança nos resultados obtidos.

Através da tabulação dos dados, onde foram somados os totais dos


respondentes de cada categoria, calculamos os índices percentuais
correspondentes aos dados coletados. Primeiramente, apresentamos os resultados
da categoria “Sociedade” e, posteriormente, a categoria “Bibliotecário”.
8.1 Sociedade

• Perfil – neste eixo encontram-se as questões de 01 a 05 (Apêndice A) que


correspondem às características dos entrevistados.

MASCULINO
28%

FEMININO
72% MASCULINO
FEMININO

Gráfico 01 – Sexo dos respondentes


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Com relação ao sexo dos respondentes, verificamos que a maioria é do sexo


feminino, com isso nota-se a participação das mulheres na sociedade, ocupando
espaços no mercado de trabalho.
acima de 50
15 a 20 anos
4%
21 a 26 anos
45 a 50 anos
27 a 32 anos
4%
15 a 20 anos 33 a 38 anos
39 a 44 anos 28%
39 a 44 anos
12%
45 a 50 anos

acima de 50

33 a 38 anos
24% 21 a 26 anos
27 a 32 anos
20%
8%

Gráfico 02 – Idade dos respondentes


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Quanto a idade dos respondentes, verificamos que a maior parte enquadra-se


nas idades entre 15 a 20 anos e 21 a 32 anos, faixa etária considerada dentro da
população economicamente ativa da sociedade.

Do formulário realizado as pessoas que encontramos são residentes em

NÚMERO DE RESPONDENTES BAIRROS


3 Barro Duro
1 Bebedouro
1 Chã da Jaqueira
1 Chã de Bebedouro
2 Clima-Bom
2 Farol
2 Feitosa
1 Fernão Velho
1 Graciliano Ramos
1 Jacintinho
4 Ponta Grossa
1 Santa Lúcia
3 Tabuleiro
1 Vergel
Tabela 03 – Local onde reside os respondentes
Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Verificou-se que a maioria dos respondentes são oriundos de bairros


periféricos. Detectou-se apenas 02 (dois) respondentes do bairro Farol, sendo este
considerado, nesta cidade, área nobre em detrimento das outras localidades acima
citadas. Neste aspecto, inferimos que os respondentes são indivíduos que podem ter
carências múltiplas em relação a equipamentos que supram suas necessidades,
inclusive necessidades informacionais.

Fundamental
incompleto
Fundamental completo
Médio incompleto
Médio completo
Superior
completo Superior incompleto
Pós-graduação Fundamental
4%
Superior 0% incompleto Superior completo
incompleto 20%
8% Pós-graduação

Fundamental
completo
16%
Médio completo Médio
32% incompleto
20%

Gráfico 03 – Escolaridade dos respondentes


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009
Das pessoas que abordamos os cargos que as mesmas ocupam são:
NÚMERO DE RESPONDENTES OCUPAÇÃO
3 Vendedor
3 Professor
6 Estudante
1 Representante comercial
1 Operador de caixa
5 Empregada doméstica
1 Pedreiro
1 Cantor
1 Motorista
1 Office-boy
1 Vigilante
1 Sem ocupação
Tabela 04 – Ocupação dos respondentes
Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Verifica-se que os respondentes não ocupam posição elitizada na sociedade,


uma vez que tais profissões não são vistas como de elevado status social, e fazem
parte do que chamamos de “população em geral”.

• Uso da biblioteca – neste eixo encontram-se as questões de 06 a 08


(Apêndice A), correspondentes a freqüência e uso da biblioteca pelos
entrevistados.
NÃO
84%
SIM
NÃO

SIM
16%

Gráfico 04 – Tem o hábito de freqüentar bibliotecas


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

1 vez / dia
25%

1 vez / semana
outras 0%
50%

1 vez / mês 1 vez / dia


25% 1 vez / semana
1 vez / mês
outras

Gráfico 05 – Com que freqüência vai à biblioteca


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009
Outras
0% Palestras
Lazer 0%
25%
Leitura/Pesquisa
Lazer
Palestras
Outras
Leitura/Pesquis
a
75%

Gráfico 06 – Qual tipo de atividade vincula à biblioteca


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Observando os gráficos das questões 6 e 7 relacionadas ao hábito de


freqüentar bibliotecas, onde 84% responderam que NÃO e apenas 16%
responderam que SIM, podemos notar que a biblioteca ainda é um local pouco
conhecido e freqüentado pela população, o que nos leva a refletirmos acerca dos
serviços oferecidos pelas bibliotecas.

Como vimos ao longo do nosso trabalho, a biblioteca sempre foi um local


destinado a eruditos, não alcançando ou oferecendo produtos/serviços que
pudessem abranger a população em geral, mas apenas a classe elitizada, Desta
forma, verifica-se que tais questões ainda refletem em nosso contexto social, uma
vez que, de acordo com a pesquisa realizada, detectamos que a população ainda
desconhece as bibliotecas como espaço de informação, cultura e lazer, conforme
verificamos no gráfico da questão 8, onde os respondentes afirmam que
leitura/pesquisa são as atividades mais vinculadas às bibliotecas atualmente. Sendo
assim, ao desconhecer a finalidade das bibliotecas, a população não exerce sua
cidadania por não “exigir” dos governantes espaços que garantam acesso à
informação, ou seja, os indivíduos apenas solicitam locais que, de certa forma, eles
conhecem, tais como hospitais, escolas, creches, entre outros.

Conforme estudamos no capítulo 2 deste trabalho, de acordo com a literatura


consultada, o profissional bibliotecário, responsável por disseminar informação, tem
falhado em sua atuação por não considerar-se agente de transformação social,
utilizando seus conhecimentos mais tecnicamente.

Desta forma, isso corrobora o que estudamos no capítulo 2, onde diversos


autores afirmam haver necessidade de mudança de atitudes bibliotecárias, como
forma de alcançar maior visibilidade e reconhecimento profissional, “não basta
espalharmos bibliotecas em cada quarteirão, em cada esquina. (...) é preciso que ele
[o bibliotecário] vá até a população, que ele procure o povo, que ele trabalhe com a
comunidade” (ALMEIDA JÚNIOR, 1997, p.92). Diante disso, algumas questões
valem ser mencionadas: o que tem feito o bibliotecário por indivíduos não
alfabetizados? Que promoções este tem realizado para incentivar o prazer pela
leitura? Qual é sua real função? E o que pensa a sociedade a respeito desse
profissional?

Acredita-se ser o próprio bibliotecário, o responsável por ampliar seu espaço


na sociedade e fazer ver valorizados os seus serviços, mas para que isso aconteça,
são necessárias algumas mudanças por parte desses profissionais.

O próximo eixo apresenta a opinião dos entrevistados, a respeito do exercício


e formação do profissional bibliotecário, onde poderemos ver o grau de
conhecimento que a população tem sobre este profissional.

• Exercício e formação profissional – este eixo corresponde às questões de


9 a 15 (Apêndice A) do formulário aplicado à categoria “sociedade”.
Sim
44%

Não
56%

Sim

Não

Gráfico 07 – Conhece a profissão de Bibliotecário


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Entre os entrevistados podemos perceber que a profissão de bibliotecário é


conhecida por poucos, entretanto avaliamos também entre os que afirmam conhecer
a profissão que, uma parte atribui a este profissional atividades restritas a zelar pelos
livros e pela biblioteca, conforme veremos na questão 12 do formulário, ou seja, para
os entrevistados, bibliotecário é todo aquele que trabalha na biblioteca. No entanto,
sabe-se que há também profissionais não bibliotecários exercendo a profissão,
pessoas despreparadas para atuar conforme os princípios biblioteconômicos. Desta
forma, acreditamos que é necessária uma maior mobilização entre os profissionais
bibliotecários em busca de seu espaço no mercado de trabalho, e garantia de
fiscalização do exercício da profissão de bibliotecário. Conforme o Sinbiesp:

Dentre as principais normas constantes da nossa legislação profissional,


destacam-se as seguintes:
* a designação profissional de BIBLIOTECÁRIO e o exercício da profissão
de BIBLIOTECÁRIO são privativos dos bacharéis em BIBLIOTECONOMIA
(Lei 4084/62, arts. 1º e 2º);
* para o exercício de sua profissão, o BIBLIOTECÁRIO é obrigado ao
registro no Conselho Regional de Biblioteconomia (Lei 4084/62, art. 26);
* é de competência exclusiva dos BIBLIOTECÁRIOS a administração de
BIBLIOTECAS e CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO (Lei 4084/62, art. 6º,
alíneas "c" e "d");
* compete aos Conselhos Regionais de Biblioteconomia fiscalizar o
exercício da profissão e impor penalidades (Lei 4084/62, art. 20, alínea "c"
e art. 22).

Além disso, verifica-se que o profissional bibliotecário, como qualquer outro


profissional, deve estar preparado para atuar em espaços complexos, e de forma
competente, inclusive em espaços que lidam com coleta, organização e
disseminação da informação, e consequentemente, modificar sua imagem
profissional frente à sociedade, uma vez que para esta, não há diferenciação entre
quem é o bibliotecário e o que ele faz, e as pessoas que simplesmente trabalham
em bibliotecas. Corroborando tais questões, Souza (2006, p.28), conforme o capítulo
2 deste trabalho, afirma que: “o que falta, talvez, para se ampliar essa visibilidade
[do bibliotecário], é um esforço maior desses profissionais no sentido de se
articularem e agirem com um projeto consistente”.

Importante Importante
91% Razoavelmente
Importante
Sem Importância
Sem Opinião

Sem Razoavelmente
Importância Importante
0% 9%
Sem Opinião
0%

Gráfico 08 - Qual o grau de importância que o bibliotecário representa à sociedade


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009
Apesar do pouco conhecimento sobre esta profissão, o bibliotecário é
reconhecido como um profissional importante para a sociedade, uma vez que sendo
este um profissional da informação, conforme a CBO, pode atuar em diversas áreas
nas mais variadas atividades do comércio, indústria e serviços, com predominância
nas áreas de educação e pesquisa. Entretanto, vale lembrar que entre os
entrevistados, notou-se mais reconhecimento por parte dos que possuem nível
superior completo/incompleto, pois estes podem fazer uso da biblioteca com maior
freqüência no âmbito acadêmico e, além disso, a presença de profissionais
bibliotecários nestes espaços faz-se necessária por lei.

Não
45%

Sim
55%

Sim
Não

Gráfico 09 – Tem conhecimento que o curso de Biblioteconomia é um curso superior


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Como vimos, ao longo do nosso trabalho, a Biblioteconomia existe no Brasil,


desde 1915, ou seja, é uma profissão milenar, entretanto, o gráfico acima, mostra a
realidade da sociedade local, quanto ao conhecimento do curso, entretanto,
percebemos que tais dados contrapõe-se ao gráfico 07, mas de acordo com a
análise do mesmo, conforme vimos anteriormente, os respondentes que afirmaram
conhecer a profissão, não mostraram-se tão seguros ao tentar identificar as
atividades vinculadas à profissão.

Quanto ao gráfico acima:

Dos 55% que responderam “SIM”, explica-se pelo fato de que o curso de
Biblioteconomia já existe desde 1915 no Brasil e, ao longo dos anos, foi alcançando
melhorias e expandindo-se. Hoje, existem 40 (quarenta) cursos de Biblioteconomia
espalhados em todo o país, além dos 12 (doze) cursos de pós-graduação na área,
conforme o capítulo 1 do nosso trabalho. Além disso, a população local dispõe de 01
curso de Biblioteconomia desde 1999, com uma média de aproximadamente 180
(cento e oitenta) profissionais espalhados em toda sociedade; dispondo também de
uma Associação de Bibliotecários participante, que coopera na divulgação da
profissão.

Dentre os 45% que responderam “NÃO”, acreditamos que falta ainda, junto a
sociedade, estratégias que divulguem o curso, como também a atuação deste
profissional. No entanto, verificamos que apenas estratégias de Marketing não serão
suficientes se este profissional não for capacitado para desenvolver suas atividades.

Na questão 12 do formulário, procuramos verificar o seguinte:

Quais atividades, em sua opinião, o bibliotecário exerce?

Alguns respondentes afirmaram não conhecer as atividades exercidas por


este profissional. Destacamos as seguintes respostas:

“Trabalha com livros, trabalha com informação, cuida da biblioteca e zela pelos
livros, orienta em pesquisa e facilita a procura de livros, organiza/arruma os livros,
fica sentado esperando alguém para atender”. (Formulários 1, 6, 9, 11, 13, 17)

Observando as respostas obtidas, podemos perceber que, para uma maioria


da sociedade, o profissional bibliotecário ainda está relacionado ao trabalho com
livros, é o zelador da biblioteca e que ajuda a pesquisar. No entanto, observamos
que apesar de não se expressarem corretamente, os respondentes relacionam à
profissão, mesmo de forma indireta, atividades que abrangem administração,
organização e disseminação.
Na questão 13 do formulário, perguntamos aos nossos entrevistados, o seguinte:

Quais espaços, em sua opinião, o Bibliotecário pode exercer sua profissão


além de bibliotecas?

Dentre as respostas obtidas, apontamos as seguintes: “Secretarias


(governamentais), secretaria e coordenação de escolas, administração de
empresas”. (Formulários 2, 4, 7)

Observamos que os respondentes ainda não conseguem vincular o


profissional bibliotecário a espaços diversos, que lidam com informação,
independente do suporte.

Conforme estudamos no capítulo 3 deste trabalho, a área de atuação do


bibliotecário é bastante diversificada, apesar disso, este profissional limita-se a
espaços tradicionais da profissão: as bibliotecas.

Assim, mais uma vez, ressaltamos a necessidade de mudança de atitude e


perfil profissional, além de investimentos em sua própria capacitação e, conforme
Targino (2006, p.175), atuar com uma visão de mundo interdisciplinar e
transdisciplinar.

Desta forma, desenvolvendo suas habilidades nas mais variadas áreas, o


profissional bibliotecário estará também cooperando para divulgação de sua
profissão, alcançando seu espaço e modificando sua imagem frente à sociedade.
Não
36%

Sim
64%

Sim Não

Gráfico 10 – Faria o curso de Biblioteconomia


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

De acordo com o gráfico acima, parece haver certa contradição a respeito do


curso de Biblioteconomia, uma vez que a população apesar de desconhecer a
profissão, 64% responderam que fariam o curso e 36% não fariam o curso.

Dentre as respostas obtidas, destacamos duas:

- “Sim. Amo estar entre livros faria por hobby, mas acho que esse curso não
proporciona crescimento profissional”. (Formulário 7)

- “Não. Acho que não proporciona crescimento profissional penso alto, o curso de
Biblioteconomia não dá dinheiro, a internet supre minhas necessidades
informacionais”. (Formulário 5)

Como podemos verificar, apesar de algumas pessoas considerarem o curso


importante e/ou interessante, existe entre a população, conceitos parecidos sobre a
Biblioteconomia e/ou o bibliotecário.
Entre os que responderam “sim”, fariam o curso apenas por achar
interessante, ou até proveitoso (como foi o caso de uma professora, que acredita
que o curso e a profissão acrescentar-lhe-iam conhecimentos, uma vez que estará
sempre lidando com uma diversidade de informação), porém acredita-se, entre os
respondentes, que a profissão de bibliotecário não oferece nenhum tipo de
expectativas quanto à crescer profissionalmente.

Entre os que responderam “Não”, ressaltamos que as opiniões expostas


também coincidem com aquelas que responderam “Sim”. Com isso, podemos
observar que a Biblioteconomia (ou o bibliotecário) é ainda, na sociedade local, vista
como uma área que não vale a pena investir para alcançá-la, pois se torna
dispensável como profissão, uma vez que, todo indivíduo deseja seguir uma carreira
que proporcione crescimento e sucesso.

Entretanto, sabe-se que apesar dos problemas de (re)conhecimento da


Biblioteconomia, há várias instituições que proporcionam ao profissional
bibliotecário rentabilidade maior ou igual a profissões de elevado status social, além
dos concursos, que atualmente tem oferecido ótimas oportunidades a estes
profissionais.

Na questão 15 do formulário, perguntamos aos nossos entrevistados, o seguinte:

O que você acha que poderia ser feito para que essa profissão alcance maior
visibilidade social?

Houve muitas respostas parecidas, destacamos algumas:

“Maior incentivo e interesse por parte do governo”;

“Mais divulgação, através da imprensa, palestras nas escolas”;

“Mais investimentos em bibliotecas públicas”;

“Busca por apoio”;

“Melhor assistência e atendimento para os usuários”;

“Pessoas mais qualificadas para trabalhar em bibliotecas”;

“Interesse das pessoas em querer conhecer”;


“Mais investimento na área”;

“Mais incentivo à leitura”.

(Formulários 1, 3, 6, 7, 13, 15, 16, 18, 21, 24)

Conforme estudamos ao longo deste trabalho, o profissional bibliotecário tem


se deparado com os problemas de reconhecimento e visibilidade profissional. No
entanto, como já discutimos, as atitudes por parte dos bibliotecários, tanto em
relação aos usuários, quanto à formação e atuação profissional exerce forte
influência à imagem destes, frente à sociedade.

Observando-se as respostas obtidas em nossa pesquisa, verificamos que


dentre os problemas de visibilidade e reconhecimento do profissional bibliotecário,
atribuiu-se ao governo a responsabilidade de maiores investimentos na área, com a
criação de mais bibliotecas públicas e/ou comunitárias a fim de alcançar pessoas de
diversas classes sociais. Também destacamos aqui, a mobilizacao destes
profissionais em busca de apoio e divulgação de seus serviços e papel social, além
disso, as atitudes profissionais, dentre os que estão exercendo a profissão, ainda é
fator importante para alcançar a valorização profissional, pois obtivemos respostas
tais como: “mais incentivo à leitura”, “melhor assistência e atendimento (...)”. Assim,
obtendo seu espaço, haverá o que considera-se importante entre os respondentes:
“pessoas mais qualificadas para trabalhar na área”.
8.2 Bibliotecários

• Perfil do respondente – bibliotecário – neste eixo encontram-se as


questões de 1 a 3 (Apêndice B) correspondentes às características dos
entrevistados.

FEMININO MASCULINO
50% 50%

MASCULINO
FEMININO

Gráfico 11 – Sexo dos respondentes – bibliotecários (as)


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Através do gráfico 11, percebemos que há na área da Biblioteconomia –


praticada neste recorte - profissionais de ambos os sexos. Torna-se relevante
observar que a profissão de bibliotecário é predominantemente feminina, entretanto,
podemos verificar que atualmente, a profissão tem sido marcada também pela
presença masculina.
Especialização
87%
Bacharel

Especialização

Mestre
Mestre
Doutor 13%
Doutor
0%
Bacharel
0%

Gráfico 12 – Formação acadêmica


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Verificamos que o profissional bibliotecário está preocupado em atualizar-se e


acompanhar as novas tendências do mercado, uma vez que este trabalha com
informação, tal atitude é considerada relevante, pois qualificando-se, este demonstra
a pretensão por melhorar os serviços oferecidos e assim cooperam para o
desenvolvimento de uma imagem positiva frente à sociedade.
11 a 15 anos
0%
16 a 20 anos
6 a 10 anos
13%
25%

acima de 20
anos
25%

1 a 5 anos 1 a 5 anos
37% 6 a 10 anos
11 a 15 anos
16 a 20 anos
acima de 20 anos

Gráfico 13 - Tempo de formação acadêmica


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

A maioria dos respondentes possui até 10 anos de formação acadêmica,


assim, verifica-se a importância da implantação do curso de Biblioteconomia –
UFAL, que desde 1999 contribui com a inserção deste profissional no mercado local.

Desta forma, os profissionais que possuem acima de 20 anos de formados


são graduados em outras instituições, e foram os “pioneiros” da profissão no Estado.

• Identidade profissional – neste eixo encontram-se as questões de 4 e 5, que


corresponde à identidade profissional do respondentes.
SIM
62%

NÃO
38%

SIM

NÃO

Gráfico 14 – Encontra-se atuando na profissão atualmente


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

E, procurando verificar a atuação destes profissionais em diversas áreas de atuação,


apresentamos aos respondentes a seguinte questão:

5. Tipo de instituição em que trabalha?

5.1 Biblioteca, Arquivo, Museu, Centro de documentação, Outra(s)?

100% dos respondentes trabalham em Bibliotecas.


5.2

Privada
0%

Municipal ONG
0% 0%

Privada
Federal
Estadual
Municipal
Federal ONG
Estadual 60%
40%

Gráfico 15 – Tipo de instituição em trabalha I


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

De acordo com a pesquisa realizada, o gráfico 14 evidencia a existência de


campo de trabalho para o profissional bibliotecário, ou seja, apesar de ser uma
profissão pouco conhecida, o profissional bibliotecário tem alcançado seu espaço
para atuação profissional.

Entretanto, o gráfico 15 expõe que, dos respondentes que estão atuando na


área, todos trabalham em bibliotecas de instituições estaduais ou federais, ou seja, o
governo é quem mais oferece oportunidades a este profissional.

Assim, isto corrobora a discussão sobre esta necessidade de uma visão de


mundo interdisciplinar e transdisciplinar por parte do bibliotecário, pois o mesmo tem
limitado-se a atuar apenas em bibliotecas.

E, como já discutimos anteriormente, é necessário que haja um esforço maior


desses profissionais em busca de seu espaço, por uma atuação mais visível e
diversificada.
• Comportamento e perspectiva profissional – este eixo corresponde as
questões de 6 a 12 (Apêndice B), e representa a situação profissional dos
respondentes, quanto ao comportamento e perspectiva profissional.

NÃO
40%

SIM
60%

SIM
NÃO

Gráfico 16 – Tipo de instituição em trabalha II


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Na questão 7 do questionário, perguntamos aos nossos entrevistados, o seguinte:

Sente-se estimulado em trabalhar como bibliotecário?

100% dos respondentes sentem-se estimulados em trabalhar como


bibliotecário.
SIM
87%

NÃO
13% SIM

NÃO

Gráfico 17 – Sente-se valorizado na instituição em que trabalha


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

Na questão 9 do questionário, perguntamos aos nossos entrevistados, o seguinte:

Mudaria de profissão?

100% dos respondentes Não mudariam de profissão.

Na questão 10 do questionário, perguntamos aos nossos entrevistados, o seguinte:

A profissão de bibliotecário oferece oportunidade de ascensão profissional?

100% dos respondentes afirmaram haver oportunidades de ascensão


profissional para o bibliotecário.

Na questão 11 do questionário, perguntamos aos nossos entrevistados, o seguinte:

A profissão de bibliotecário exige habilidade e dinamismo?

A totalidade dos respondentes afirmou a exigência de habilidade e dinamismo


para o exercício da profissão de bibliotecário.
Observando este eixo de análise, verificamos que quanto ao estímulo,
satisfação, perspectiva e exigências profissionais, os respondentes apresentaram
opiniões idênticas e positivas.

No gráfico da questão 6 do questionário, referente ao fator salário, verificamos


que 60% dos respondentes estão satisfeitos com seus salários, em detrimento de
40% dos respondentes que não estão satisfeitos, no entanto, inferimos, com base
numa pesquisa feita por Oliveira (1983) sobre a auto-imagem do bibliotecário, que
dentre os 60% que estão satisfeitos com seus respectivos salários, há a
possibilidade destes estarem envolvidos com atividades de direção/chefia, uma vez
que tais cargos são normalmente melhor remunerados, ou ainda possuírem mais
tempo de formação e/ou atuação profissional.

No entanto, dentre os que não estão satisfeitos com seus salários, Oliveira
(1983) atribui tal realidade à falta de valorização dos serviços bibliotecários nas
prioridades governamentais, fator pelo qual, influencia nos salários desta classe
profissional que atua em instituições públicas, uma vez que a amostra de nossa
pesquisa corresponde a bibliotecários que pertencem ao serviço público local.

Apesar de alguns poucos profissionais, alcançados em nossa pesquisa, não


estarem satisfeitos com seus salários, ou não sentirem-se valorizados na instituição
em que trabalham (conforme o gráfico da questão 8 do questionário), verificamos na
questão 7 que todos os respondentes que estão atuando na profissão sentem-se
estimulados em trabalhar como bibliotecário e não mudariam de profissão. Isto se
explica talvez, pelo fato de que, de acordo com os respondentes, estes admitem que
a profissão de bibliotecário ofereça oportunidade de ascensão profissional,
afirmativa esta que, não condiz com a opinião da sociedade local, conforme vimos
na questão 14 do formulário aplicado junto à sociedade, no qual deduzimos ser pelo
fato de que a população geralmente vê o bibliotecário atuando de forma técnica e
estática.

Entretanto, os próprios profissionais afirmam que a profissão exige habilidade


e dinamismo (conforme a questão 11 do questionário), desfazendo desta forma a
idéia da profissão como rotineira, inútil, não-criativa ou monótona e que não
proporciona crescimento profissional.
Na questão 12 do questionário, perguntamos aos nossos entrevistados, o seguinte:

Em sua opinião, qual o objetivo maior da Biblioteconomia?

As respostas foram as seguintes:

• “Organização, sistematizar e disseminar a informação de forma a atender as


necessidades informacionais dos mais variados usuários/clientes”;

• “Subvencionar o acesso a informação/educação para contribuir no processo


de inclusão social e em grande escala com a paz mundial”;

• “Assegurar acesso à informação”;

• “Formar pessoas capacitadas em armazenar, conservar e principalmente,


disseminar a informação independente do suporte em que ela se apresenta,
contribuindo assim, para a formação social, cultural, educativa e tecnológica
de indivíduos e instituições”;

• “A disseminação da informação”;

• “Formar profissionais com capacidade de selecionar, organizar e divulgar todo


tipo de informação, de maneira que qualquer usuário consiga recuperá-la”;

• “É co-responsável para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e


econômico de uma nação, ao organizar e disponibilizar informações que
serão necessárias para que os indivíduos possam acessá-las na construção
do conhecimento”.

(Questionários 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8)

Nesta questão observamos que as opiniões dos respondentes, acerca dos


objetivos da Biblioteconomia, correspondem às atividades de seleção, organização,
conservação e disseminação da informação em quaisquer suportes.

Entretanto, encontramos também, opiniões que consideram a Biblioteconomia


uma área primordialmente social, que deve contribuir no processo de inclusão social,
além do desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e econômico de uma nação.

Analisando tais questões, verificamos que, de acordo com nosso referencial


teórico, o profissional bibliotecário é um mediador entre o homem e o conhecimento
registrado, o que o torna um profissional com funções sociais, pois facilitando o
acesso a informação, estará contribuindo com o desenvolvimento social, cultural e
tecnológico.

Entretanto, não tem sido esta, a opinião da sociedade em relação a este


profissional, ao contrário, a população desconhece inclusive as atividades exercidas
por estes profissionais. Mas, é importante lembrar que, como já foi discutido
anteriormente, apesar dos bibliotecários, terem ciência de suas principais funções,
tem falhado no cumprimento destas, uma vez que a literatura da área aponta a
omissão deste profissional em garantir a inclusão de grupos sócio-econômicos
menos favorecidos, semi-alfabetizados e analfabetos em seus espaços ou atuação
profissional. Este fator tem contribuído para uma imagem negativa frente à
sociedade, pois como alcançar o reconhecimento de uma população, se nada
fizermos por ela? Como contribuir para o exercício da cidadania, se não
trabalharmos com a comunidade em geral?

• Atualização profissional – este eixo corresponde as questões de 13 a 15


(Apêndice B), que caracteriza a situação dos respondentes quanto a
atualização profissional.

Na questão 13 do questionário, perguntamos aos nossos entrevistados, o seguinte:

Considera importante a educação continuada para os profissionais de


Biblioteconomia?

100% dos respondentes consideram importante a educação continuada para


os profissionais de Biblioteconomia.
NÃO SIM
50% 50%

SIM

NÃO

Gráfico 18 – Freqüenta algum curso de atualização na área


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009

SIM
87%

NÃO
13%

SIM

NÃO

Gráfico 19 – Tem conhecimento da legislação pertinente a sua atuação profissional


Fonte: Dados do questionário da pesquisa, 2009
Toda profissão ou área do conhecimento passa por diversas atualizações ao
longo do tempo, e a educação continuada é uma forma pelo qual profissionais
podem estar aptos às novas exigências de mercado que acompanham a atualidade.

De acordo com a questão 13, a educação continuada é considerada


importante na opinião dos profissionais da Biblioteconomia, uma vez que esta
proporciona maiores oportunidades e desenvolvimento profissional.

No entanto, ao analisarmos o gráfico da questão 14, observamos que apesar


de considerarem a importância da educação continuada, 50% dos respondentes
ainda não freqüentam curso de atualização na área e, um número pequeno de 13%
dos respondentes sequer possui conhecimento da legislação pertinente a sua
atuação profissional (conforme o gráfico da questão 15). Talvez existam fatores que
expliquem tais questões, entre eles, destacamos a importância e necessidade de
cursos de especialização na instituição local (UFAL), uma vez que existe apenas 01
(hum) curso de especialização na área, além do apoio da Associação dos
Bibliotecários que atualmente tem oferecido vários cursos de atualização; outro fator
que explica tal realidade é a inexistência de debates tanto em sala de aula, quanto
em palestras, acerca da legislação pertinente a atuação profissional, ou até mesmo
o interesse destes profissionais sobre de tais assuntos. Porém, ressaltamos: é
necessário que o bibliotecário esteja atento às transformações que estão ocorrendo,
e modifique-se em razão delas.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notável a situação do profissional bibliotecário frente à sociedade, sendo


esta uma profissão de cunho social, ainda assim observa-se uma resistência, quanto
ao reconhecimento desta profissão.

De acordo com a pesquisa realizada, podemos perceber que o profissional


bibliotecário ainda é pouco (re)conhecido no âmbito social, apesar de estarmos na
chamada Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento. O campo de
trabalho para os profissionais da informação tem aumentado, mas o bibliotecário
ainda é visto, por uma maioria, como um profissional dispensável. Entretanto,
sabemos que para a consolidação de uma profissão (conforme discutido no capítulo
1 deste trabalho) é necessário: Espaço na sociedade para o exercício de suas
atividades e funções; Programa de pesquisa na área, para aperfeiçoamento
profissional tanto teórico como técnico; Literatura especializada, para servir de base
teórica às pesquisas na área; Sistema de ensino para capacitar e formar ao
exercício da profissão; e Legislação para garantir os direitos e preservar conquistas
dos profissionais da área, e apontar também os direitos dos usuários que se servirão
de tais serviços.

Verificamos neste trabalho, que frente aos problemas da falta de


(re)conhecimento profissional, torna-se necessário um maior engajamento e atitude
por parte destes profissionais para conquistar seu espaço, para trabalhar junto a
comunidade, para alcançar reconhecimento social, para transformar a visão
meramente técnica que acompanha a biblioteconomia e seus profissionais.

Através de nossa pesquisa verificamos também que os profissionais


bibliotecários possuem uma auto-imagem positiva, sentem-se estimulados a
trabalhar como bibliotecários, não mudariam de profissão, e diferente da população
vêem na Biblioteconomia oportunidades de ascensão profissional e a necessidade
de habilidade e dinamismo para o exercício da profissão. Tudo isso revela o quanto
estes profissionais acreditam na importância de seu trabalho, apesar dos problemas
de valorização profissional no qual se deparam na busca de seu espaço. O que
afirmamos, entretanto, com base em nossa pesquisa, e respaldados pela literatura
especializada, é que existe entre estes profissionais a necessidade de uma visão de
mundo mais ampla, ou seja, interdisciplinar e transdisciplinar, fator este que
contribuiria para o fortalecimento de suas atitudes como profissionais da informação.

Esperamos que o presente trabalho desperte entre os profissionais


bibliotecários, uma reflexão acerca de suas funções e a forma pelo qual estes
trabalham para atender as necessidade informacionais da população em geral.

“Na posição de mediador da informação e ações, o profissional é convidado a


rever suas práticas, adotando uma postura metodológica transdisciplinar. Para isso é
necessário modificar a sua visão de mundo e da própria profissão” (MORIGI; VANZ;
GALDINO, 2002, p. 146).

Acredita-se que para que o profissional bibliotecário alcance seu espaço, e


modifique sua imagem frente a população, torna-se necessário e urgente que ele
próprio modifique-se.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – FORMULÁRIO

ENTREVISTA ESTRUTURADA (FORMULÁRIO) – SOCIEDADE

1. Sexo:
( )Feminino ( )Masculino

2. Idade:
( )15 a 20 ( )27 a 32 ( )39 a 44 ( )acima de 50
( )21 a 26 ( )33 a 38 ( )45 a 50

3. Local onde reside:


___________________________________________________

4. Escolaridade:
( )Fundamental incompleto
( )Fundamental completo
( )Nível médio incompleto
( )Nível médio completo
( )Superior incompleto
( )Superior completo
( )Pós-graduação

5. Ocupação:
_________________________________________________________

6. Tem o hábito de freqüentar bibliotecas?


( ) Sim ( ) Não (ir para a questão 9)

7. Com que freqüência vai a biblioteca?


( )1 vez por dia
( )1 vez por semana
( )1 vez por mês
( )Outra(s). Qual(is)?_________________

8. Qual tipo de atividade vincula a biblioteca?


( )Leitura/Pesquisa ( )Palestras
( )Lazer ( )Outra(s).Qual(is)?____________________

9. Conhece a profissão “Bibliotecário”?


( ) Sim ( ) Não (ir para a questão 15)

10. Na sua opinião, qual o grau de importância que o bibliotecário representa à


sociedade?
( )Importante ( ) Sem importância
( ) Razoavelmente importante ( ) Sem opinião
11. Tem conhecimento que o curso de Biblioteconomia é um curso superior?
( ) Sim ( ) Não

12. Quais atividades, em sua opinião, o bibliotecário exerce?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
13. Quais espaços, em sua opinião, o Bibliotecário pode exercer sua profissão além
de bibliotecas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

14. Faria o curso de Biblioteconomia?


( ) Sim ( ) Não. Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

15. O que você acha que poderia ser feito para que essa profissão alcance maior
visibilidade social?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________

Muito obrigada!
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO

Estamos realizando uma pesquisa junto aos profissionais bibliotecários com intuito
de estudar a auto-imagem deste profissional. Essa pesquisa é fundamental para a
realização do nosso TCC - Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de
Biblioteconomia - UFAL. Assim, solicitamos a colaboração de Vsa. em responder o
questionário que segue, pois sua participação será valiosa nesse estudo.

Certos de contar com sua contribuição desde já agradecemos.

Cátia Cristina de Lima


Katianne de Lima

QUESTIONÁRIO (BIBLIOTECÁRIOS)

1. Sexo:
( )Feminino ( )Masculino

2. Formação Acadêmica:
( )Bacharel ( )Especialização ( )Mestre ( )Doutor

3. Tempo de formação acadêmica:


( )1 a 5 anos ( )11 a 15 anos ( )acima de 20 anos
( )6 a 10 anos ( )16 a 20 anos

4. Encontra-se atuando na profissão atualmente?


( )Sim ( )Não (ir para a questão 10)

5. Tipo de instituição em que trabalha?


5.1 ( )Biblioteca. Qual tipo?_____________________
( )Arquivo
( )Museu
( )Centro de Documentação
( )Outra(s). Qual(is)?_______________________

5.2 ( )Privada
( )Federal
( )Estadual
( )Municipal
( )ONG

6. Está satisfeito com o seu salário?


( )Sim ( )Não
7. Sente-se estimulado em trabalhar como bibliotecário?
( )Sim ( )Não

8. Sente-se valorizado na instituição em que trabalha? Por quê?


( )Sim ( )Não
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9. Mudaria de profissão?
( )Sim ( )Não

10. A profissão de Bibliotecário oferece oportunidades de ascensão profissional?


( )Sim ( )Não. Por quê?______________________________________

11. A profissão de Bibliotecário exige habilidade e dinamismo?


( )Sim ( )Não

12. Em sua opinião, qual o objetivo maior da Biblioteconomia?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

13. Considera importante a educação continuada para os profissionais de


Biblioteconomia?
( )Sim ( )Não

14. Freqüenta algum curso de atualização na área?


( )Sim ( )Não

15. Tem conhecimento da legislação pertinente a sua atuação profissional?


( )Sim ( )Não

Muito Obrigada!

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