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Katianne de Lima
A AUTO-IMAGEM DO BIBLIOTECÁRIO
versus A VISÃO SOCIAL:
UMA ANÁLISE DA VALORIZAÇÃO
PROFISSIONAL
Maceió
2009
Cátia Cristina de Lima
Katianne de Lima
A AUTO-IMAGEM DO BIBLIOTECÁRIO
versus A VISÃO SOCIAL:
UMA ANÁLISE DA VALORIZAÇÃO
PROFISSIONAL
Maceió
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
Esta monografia foi julgada e aprovada como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Biblioteconomia do Curso de Biblioteconomia da Universidade
Federal de Alagoas, pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes
professores:
_________________________________________________________
Profº Msc. Marcos Aurélio Gomes – UFAL - Orientador
_____________________________________________
Profª Msc. Francisca Rosaline Leite Mota - UFAL
________________________________________
Profº Msc. Dalgiza Andrade Oliveira - UFAL
________________________________________
Profª Msc. Adriana Lourenço
Coordenadora do Curso de Biblioteconomia/UFAL
A Deus, que nos deu a vida, a sabedoria, e planejou mais essa vitória.
Aos nossos pais, Cicero e Cristina, por apostar em nós, desde crianças,
incentivando e investindo em nossa educação.
Aos nossos entrevistados, por contribuir com nosso trabalho, cedendo seu tempo
para nossas investigações.
À Profª Maria Helena, André Talvane, Ana Paula, e Márcia Janaína, pela importante
colaboração.
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
1.1 Formulação do problema ...................................................................................13
2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................14
3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 15
3.1 Objetivo Geral ....................................................................................................15
3.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 15
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 73
APÊNDICES .............................................................................................................78
1 INTRODUÇÃO
O tema aqui apresentado foi escolhido tendo em vista que apesar de seu
papel social, o conhecimento e reconhecimento do profissional bibliotecário ainda é
pouco visível.
Sabemos que o problema existe, pois muito se tem discutido acerca desta
questão e como citou Salgado; Becker (1998) “divulga-se a biblioteca, estuda-se o
usuário, dissemina-se a informação; mas não é tão comum divulgar-se a
biblioteconomia, estudar-se o bibliotecário, disseminar-se a informação sobre a
profissão”.
Por isso, pretendemos através deste trabalho identificar possíveis fatores que
contribuem para essa falta de conhecimento e reconhecimento da profissão
bibliotecária, colaborando com a literatura especializada, e cooperando para uma
reflexão mais crítica sobre a problemática.
3 OBJETIVOS
(...) era preciso conservar – e, então desconfiar dos leitores, que sempre
tratam o livro com excessiva desenvoltura, esquecendo-se que têm em
mãos não apenas um texto mas um objeto que deve ser manipulado com
cuidado. Daí, a considerar os leitores como um obstáculo ao bom
funcionamento da biblioteca”.
1
Primeira escola no mundo para formação de pessoal para exercer atividades em bibliotecas.
Com isso, vale aqui ressaltar que:
A partir dos anos 30, o Brasil começou a despertar certo interesse pelos
Estados Unidos, ou melhor, pelo modelo de organização norte-americano, que era
caracterizado pelo tecnicismo. Em 1946, a Biblioteca Nacional é, pela terceira vez
reformada, dessa vez por Rubens Borba de Moraes, e marcada pela adoção do
modelo norte-americano. Vale lembrar aqui, a predominância do sistema decimal de
Melvil Dewey que surgiu na American Library Association, e o catálogo-dicionário,
que nesta época foram adotados pela Biblioteca Nacional além de muitas outras
bibliotecas brasileiras.
De acordo com Castro (2000), por não haver bibliotecário no país com esta
formação, o Mackenzie College precisou contratar um profissional norte-americano
para organizar a biblioteca da escola, além de ministrar um curso elementar de
Biblioteconomia para funcionários da referida biblioteca, professores e bibliotecários
de outras instituições do Estado; estes ensinos, porém, foram melhor
pormenorizados por Adelpha Figueiredo, que mais tarde tornou-se bibliotecária
efetiva do Mackenzie. O curso elementar de Biblioteconomia oferecido pelo
Mackenzie College encerra suas atividades com a criação do curso de
Biblioteconomia do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo,
em 1936, criado por Rubens Borba de Moraes. E, diferente do currículo do primeiro
curso, este se caracterizou pela influência norte-americana, com maior ênfase em
trabalhos internos de catalogação, classificação e referência.
Universidade Santa
Úrsula - USU
Biblioteconomia Rio de Janeiro/RJ 1957
Universidade
Estadual de
Biblioteconomia Londrina/PR 1977
Londrina - UEL
Universidade
Federal de Mato
Biblioteconomia Rondonópolis/MT 1999
Grosso - UFMT
Universidade
Federal do
Biblioteconomia Manaus/AM 1966
Amazonas - UFAM
Universidade
Federal do Estado
Biblioteconomia Rio de Janeiro/RJ 1911
do Rio de Janeiro -
UNIRIO
Universidade
Federal do Espírito
Biblioteconomia Vitória/ES 1975
Santo - UFES
Universidade
Federal de
Biblioteconomia Recife/PE 1950
Pernambuco - UFPE
Instituto de Ensino
Superior da Funlec -
Biblioteconomia Campo 2001
IESF
Grande/RS
Escola Superior de
Ensino Anísio
Biblioteconomia Serra/ES 2009
Teixeira - CESAT
Universidade
Estadual do Piauí -
Biblioteconomia Teresina/PI 2003
UESPI
Instituto Manchester
Paulista de Ensino
Biblioteconomia Sorocaba/SP 2005
Superior - IMAPES
Faculdade de
Ciências da
Biblioteconomia Caratinga/MG 2007
Informação de
Caratinga - FCIC
Centro Universitário
Assunção - UniFAI
Biblioteconomia São Paulo/SP 2005
Universidade
Federal do Ceará -
Biblioteconomia Juazeiro do 2006
UFC
Norte/CE
Universidade
Federal do Pará -
Biblioteconomia Belém/PA 1963
UFPA
Pontifícia
Universidade
Biblioteconomia Campinas/SP 1945
Católica de
Campinas - PUC-
Campinas
Biblioteconomia e Faculdade de
Ciência da Biblioteconomia e
São Paulo/SP 1948
Informação Ciência da
Informação - FaBCI
Biblioteconomia e Universidade
Ciência da Federal de São
São Carlos/SP 1994
Informação Carlos - UFSCAR
Biblioteconomia e Universidade
Documentação Federal Fluminense
Niterói/RJ 1963
- UFF
Biblioteconomia e Pontifícia
Documentação Universidade
Curitiba/PR 2005
Católica do Paraná -
PUCPR
Biblioteconomia e Universidade
Documentação Federal da Bahia -
Salvador/BA 1942
UFBA
Biblioteconomia e Universidade
Gestão de Federal do Rio de
Rio de Janeiro/RJ 2005
Unidades de Janeiro - UFRJ
Informação
Biblioteconomia e Universidade São Cristóvão/SE 2009
Documentação Federal de Sergipe
Tabela 02 – Cursos de Biblioteconomia no Brasil
Fonte: Elaborado pelas autoras
Encerrando esta primeira parte do nosso trabalho, podemos ver como iniciou
a trajetória do campo de ensino da Biblioteconomia no Brasil. No próximo capítulo
discutiremos acerca do profissional da informação, no entanto de forma breve
gostaríamos de citar ainda nesta seção, com base em Castro (2000, p. 11-13), os
elementos mínimos para consolidação de uma profissão, são eles:
instalações das primeiras bibliotecas no país, tais instituições, ainda que em época e
De acordo com Almeida Júnior (1997, p. 125), “[...] profissional é aquele que
exerce uma profissão. Esta, por sua vez, deve ser reconhecida como útil pela
informação?
usuário que dela se utilize. Barreto (1994), em sua definição sobre informação
acrescenta ainda, que “[...] a informação qualifica-se, em forma e substância, como
qualquer tipo de suporte. Nesse contexto, podemos perceber que por lidar com o
científico e tecnológico.
acessível à sociedade.
• Disseminar informação;
• Conhecimento de idiomas;
• Capacidade de inovação.
Talvez não tão satisfatória verificando-se uma pesquisa realizada por Zita
Oliveira. Em seu livro O bibliotecário e sua auto-imagem (1983, p.68), a autora
analisa as atitudes profissionais do bibliotecário e comenta sobre “a necessidade de
mudança de atitude dos bibliotecários, como forma de modificar sua imagem
profissional”, uma vez que inferimos ser o próprio bibliotecário, o responsável por
ampliar seu espaço na sociedade e tornar valorizados os seus serviços.
5.2 O bibliotecário e sua (auto) imagem profissional
A amostra foi representada por 8 (oito) bibliotecários, isso pelo fato de que
dentre os 24 (vinte e quatro) bibliotecários cadastrados na AAPB, apenas estes
responderam; e 25 (vinte e cinco) pessoas que freqüentavam o Centro da cidade de
Maceió no período de 01 de novembro de 2008 a 08 de novembro de 2008.
1-) O desenvolvimento “[...] a partir de uma relação fixa de perguntas cuja ordem e
redação permanece invariável para todos os entrevistados”;
2-) por ser sua aplicação mais adequada para levantamentos sociais;
3-) a maioria das respostas são padronizadas, facilitando a análise estatística dos
dados.
Gil (1999, p. 121) observa que uma lista de perguntas costuma ser
denominada de “questionário” ou de “formulário”, esse mesmo autor adverte que o
uso do termo formulário é mais indicado, uma vez que, o questionário “expressa
melhor o procedimento auto-administrado, em que o pesquisado responde por
escrito as perguntas que lhe são feitas”. Neste sentido, a entrevista estruturada
(formulário) oferece maior flexibilidade do que o questionário, uma vez que a
presença do pesquisador é indispensável, desta forma facilitando a adaptação das
perguntas de acordo com a compreensão de cada respondente.
7.4 Limitações da Pesquisa
MASCULINO
28%
FEMININO
72% MASCULINO
FEMININO
acima de 50
33 a 38 anos
24% 21 a 26 anos
27 a 32 anos
20%
8%
Fundamental
incompleto
Fundamental completo
Médio incompleto
Médio completo
Superior
completo Superior incompleto
Pós-graduação Fundamental
4%
Superior 0% incompleto Superior completo
incompleto 20%
8% Pós-graduação
Fundamental
completo
16%
Médio completo Médio
32% incompleto
20%
SIM
16%
1 vez / dia
25%
1 vez / semana
outras 0%
50%
Não
56%
Sim
Não
Importante Importante
91% Razoavelmente
Importante
Sem Importância
Sem Opinião
Sem Razoavelmente
Importância Importante
0% 9%
Sem Opinião
0%
Não
45%
Sim
55%
Sim
Não
Dos 55% que responderam “SIM”, explica-se pelo fato de que o curso de
Biblioteconomia já existe desde 1915 no Brasil e, ao longo dos anos, foi alcançando
melhorias e expandindo-se. Hoje, existem 40 (quarenta) cursos de Biblioteconomia
espalhados em todo o país, além dos 12 (doze) cursos de pós-graduação na área,
conforme o capítulo 1 do nosso trabalho. Além disso, a população local dispõe de 01
curso de Biblioteconomia desde 1999, com uma média de aproximadamente 180
(cento e oitenta) profissionais espalhados em toda sociedade; dispondo também de
uma Associação de Bibliotecários participante, que coopera na divulgação da
profissão.
Dentre os 45% que responderam “NÃO”, acreditamos que falta ainda, junto a
sociedade, estratégias que divulguem o curso, como também a atuação deste
profissional. No entanto, verificamos que apenas estratégias de Marketing não serão
suficientes se este profissional não for capacitado para desenvolver suas atividades.
“Trabalha com livros, trabalha com informação, cuida da biblioteca e zela pelos
livros, orienta em pesquisa e facilita a procura de livros, organiza/arruma os livros,
fica sentado esperando alguém para atender”. (Formulários 1, 6, 9, 11, 13, 17)
Sim
64%
Sim Não
- “Sim. Amo estar entre livros faria por hobby, mas acho que esse curso não
proporciona crescimento profissional”. (Formulário 7)
- “Não. Acho que não proporciona crescimento profissional penso alto, o curso de
Biblioteconomia não dá dinheiro, a internet supre minhas necessidades
informacionais”. (Formulário 5)
O que você acha que poderia ser feito para que essa profissão alcance maior
visibilidade social?
FEMININO MASCULINO
50% 50%
MASCULINO
FEMININO
Especialização
Mestre
Mestre
Doutor 13%
Doutor
0%
Bacharel
0%
acima de 20
anos
25%
1 a 5 anos 1 a 5 anos
37% 6 a 10 anos
11 a 15 anos
16 a 20 anos
acima de 20 anos
NÃO
38%
SIM
NÃO
Privada
0%
Municipal ONG
0% 0%
Privada
Federal
Estadual
Municipal
Federal ONG
Estadual 60%
40%
NÃO
40%
SIM
60%
SIM
NÃO
NÃO
13% SIM
NÃO
Mudaria de profissão?
No entanto, dentre os que não estão satisfeitos com seus salários, Oliveira
(1983) atribui tal realidade à falta de valorização dos serviços bibliotecários nas
prioridades governamentais, fator pelo qual, influencia nos salários desta classe
profissional que atua em instituições públicas, uma vez que a amostra de nossa
pesquisa corresponde a bibliotecários que pertencem ao serviço público local.
• “A disseminação da informação”;
(Questionários 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8)
SIM
NÃO
SIM
87%
NÃO
13%
SIM
NÃO
CRUZ, Anamaria da Costa; PEROTA, Maria Luiza Loures Rocha; MENDES, Maria
Tereza Reis. Elaboração de referências (NBR 6023/2002). 2. ed. Rio de Janeiro:
Interciência; Niterói: Intertexto, 2002. 89 p.
CUNHA, Miriam Vieira da. O papel social do bibliotecário. Enc. Bibli: R. Eletr.
Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. 15, 1º sem. 2003. Disponível em:
<http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/147/14701504.pdf>. Acesso em: 18 ago.
2006.
FARIA, Ana Cristina; CUNHA, Ivan da; FELIPE, Yone Xavier. Manual prático para
elaboração de monografias: trabalhos de conclusão de curso, dissertações e
teses. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Universidade de São Judas Tadeu, 2007. 87 p.
Disponível em:
<http://www.acbsc.org.br/revista/index.php/racb/article/viewFile/310/351>. Acesso
em: 22 fev. 2008.
FONSECA, Fábio José Lobo da; FONSECA, Fernanda Maria Lobo da; FONSECA,
Nádia Lobo da. Ruptura de paradigmas biblioteconômicos, autoformação e mercado
de trabalho: estudo de caso. Rev. ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, v. 10,
n. 2, p. 207-223, jan./dez. 2005. Disponível em:
<www.acbsc.org.br/revista/ojs/include/getdoc.php?id=474&article=126&mode=pdf>.
Acesso em: 18 ago. 2006.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1999. 159p.
OLIVEIRA, Zita Catarina Prates de. O bibliotecário e sua auto-imagem. São Paulo:
Pioneira, 1983. 98 p.
1. Sexo:
( )Feminino ( )Masculino
2. Idade:
( )15 a 20 ( )27 a 32 ( )39 a 44 ( )acima de 50
( )21 a 26 ( )33 a 38 ( )45 a 50
4. Escolaridade:
( )Fundamental incompleto
( )Fundamental completo
( )Nível médio incompleto
( )Nível médio completo
( )Superior incompleto
( )Superior completo
( )Pós-graduação
5. Ocupação:
_________________________________________________________
15. O que você acha que poderia ser feito para que essa profissão alcance maior
visibilidade social?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
Muito obrigada!
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO
Estamos realizando uma pesquisa junto aos profissionais bibliotecários com intuito
de estudar a auto-imagem deste profissional. Essa pesquisa é fundamental para a
realização do nosso TCC - Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de
Biblioteconomia - UFAL. Assim, solicitamos a colaboração de Vsa. em responder o
questionário que segue, pois sua participação será valiosa nesse estudo.
QUESTIONÁRIO (BIBLIOTECÁRIOS)
1. Sexo:
( )Feminino ( )Masculino
2. Formação Acadêmica:
( )Bacharel ( )Especialização ( )Mestre ( )Doutor
5.2 ( )Privada
( )Federal
( )Estadual
( )Municipal
( )ONG
9. Mudaria de profissão?
( )Sim ( )Não
Muito Obrigada!