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Maceió – abril de 2014

INSTITUTO FDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALAGOAS

Tratamento de
Resíduos

professor equipe
DANIEL MENDONÇA CRISTIAN BERNARDO
JOEL AVELINO
KELINE SOARES
RODOLFO AMORIM
WILLIAM MONTEIRO
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Histórico dos Reatores Anaeróbio

o 1905 – Desenvolvimento do Tanque Imhoff


(bicompartimentado).

o 1970 – Lettinga e seus seguidores começam a


pesquisar o tratamento anaeróbio para despejos
concentrados industriais e esgoto sanitário na
Universidade de Wagenigen na Holanda.

o 1980 – Início de Operação da Estação de tratamento


de esgoto Belém da cidade de Curitiba com lodos
ativados com Aeração Prolongada.

o 1981 – Projeto de Tratamento de esgoto de Piraí do


Sul utilizando tanques Imhoff e reator de manto de
lodo – Eng. Celso Saveli Gomes.
SISTEMAS ANAERÓBIOS

o 1982 – Projeto de um reator anaeróbio de manto de


lôdo para tratamento primário (tdh = 2 horas) para núcleo
habitacional Caiçaras/Curitiba – Eng. Arvid Ericson.

o 1983 – Projeto da Ete Sul e Norte de Londrina


utilizando decantadores primários e digestores seguido
de reatores anaeróbios de manto de lodo-Eng. Luis C.
Baréa.

o 1985 – Projeto de módulos de Ralfs para várias cidades


do Paraná – Eng. Arvid Ericson/Celso Savelli/Décio
Jurgensen/Luis C. Baréa.

o 1986 – A partir desta data os Engenheiros Projetistas da


Sanepar começaram a utilizar os reatores Ralf em quase
todas as Etes no Paraná
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Digestão anaeróbia - Processo fermentativo,
sem a presença de oxigênio (O2), em que a
matéria orgânica é degradada a compostos
mais simples, formando, basicamente,
metano (CH4) e gás carbônico (CO2).

Composição média do biogás

Compostos químicos %Vol do biogás em geral


H2 (Hidrogênio) 1 a 2%

O2 (Oxigênio) 0,1 a 1%

N2 (Nitrogênio) 0,5 a 2,5%

CO2 (Dióxido de Carbono) 25 a 40%

CH4 (Metano) 50 a 80%

H2S (Sulfeto de Hidrogênio) 1 a 2%

Fonte: Adaptado de COMGÁS (2013)


SISTEMAS ANAERÓBIOS
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Fases do processo anaeróbio
1 - Hidrólise: 3 - Acetogênese:
Rompimento das cadeias poliméricas, em Na continuação outro grupo de bactérias
compostos mais simples, a nível de denominadas acetogênicas transformam
monômeros, cujo o tamanho permite a os compostos anteriores em acetato. De
passagem do mesmo através da forma similar a etapa anterior neste
membrana celular. passo se produz CO2 e H2.

2 - Acidogênese: 4 - Metanogênese:
Os monômeros que são os produtos da Finalmente, outro grupo de bactérias, as
hidrólise são então reduzidos a ácidos metanogênicas, cumprem a função de
graxos voláteis, CO2 e H2 mediante um transformar o acetato em metano. Além
processo intracelular de oxidação do metano (70%) e CO2 (30%) o biogás
redução. Estas reduções são possíveis por contém outros gazes como nitrogênio,
ação catalisadora de um grupo de hidrogênio e ácido sulfídrico (H2S) com
bactérias chamadas de acidogênicas. concentrações inferiores a 1%.
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Descrição do processo
De forma simplificada, a conversão
anaeróbia se desenvolve em duas etapas:

Liquefação e formação de ácidos (através


das bactérias acidogênicas); e

Formação de metano (através das


bactérias metanogênicas).
CUIDADO:
BACTÉRIAS
Microrganismos: predominância de TRABALHANDO
bactérias, seguidas pelos protozoários,
micrometazoários e fungos.
SISTEMAS ANAERÓBIOS

Classificação dos principais sistemas anaeróbios

tanques sépticos
1. Sistemas
lagoas anaeróbias filtros anaeróbios
convencionais
Biodisco
Reatores de leito expandido/fluidizado
com crescimento
2. Sistemas de alta aderido
taxa Reatores de manto de lodo
Reatores de chicanas
com crescimento
disperso Reatores leito granular expandido
Reatores com recirculação interna
Reatores de 2 estágios
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Tanque Séptico
Unidade cilíndrica ou prismática retangular, de
fluxo horizontal, para tratamento de esgotos por
processos de sedimentação, flotação e digestão.
Separação gravitacional da escuma e dos
sólidos, em relação ao líquido afluente, vindo os
sólidos a se constituir em lodo;
- Digestão anaeróbia e liquefação parcial do
lodo;
- Armazenamento do lodo.

NBR 7229 indica tanques sépticos para:

- Áreas desprovidas de rede pública coletora de


esgotos;
- Como alternativa de tratamento de esgotos em
áreas providas de rede coletora local;
- Quando da utilização de redes coletoras com
diâmetro e/ou declividades reduzidos.
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Tanque Séptico
Alternativas para:
Tratamento complementar Disposição final

- Filtro anaeróbio;

Esgoto Efluente - Filtro aeróbio; - Sumidouro;


afluente líquido - Filtro de areia; - Vala de infiltração;
- Vala de filtração; - Corpo de água;
- Escoamento superficial; - Sistema público.
- Desinfecção.

- Digestor;
- Aterro sanitário;
- Leito de secagem;
- Campo agrícola.
- Estação de tratamento de esgoto.
SISTEMAS ANAERÓBIOS

Lagoas Anaeróbias
As lagoas anaeróbias têm sido utilizadas no
tratamento de esgotos domésticos e despejos
industriais predominantemente orgânicos,
com altos teores de DBO, como matadouros,
laticínios, bebidas, etc.

A conversão da matéria orgânica em


condições anaeróbias é lenta, pelo fato das
bactérias anaeróbias se reproduzirem numa
vagarosa taxa. A temperatura do meio tem
grande influência nas taxas de reprodução da
biomassa e conversão do substrato, o que faz
com que as regiões de clima quente se
tornem propício a este tipo de lagoas.
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Lagoa anaeróbia – Lagoa facultativa
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Filtros Anaeróbios
Sistema constituído de um leito de material ao
qual os microrganismos aderem e através do
qual o efluente é percolado, após ser distribuído
sobre o topo do leito por um distribuidor
rotativo geralmente acionado pela reação do
jato do líquido.

O filtro anaeróbio é muito utilizado no Brasil, no


meio rural e em comunidades de pequeno
porte. Os sólidos em suspensão se sedimentam
no fundo de uma fossa séptica, então se formam
o lodo onde ocorre a digestão anaeróbia. O
líquido se encaminha para o filtro anaeróbio que
possui bactérias que crescem aderidas a uma
camada suporte formando a biomassa, que
reduz a carga orgânica dos esgotos.
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Filtro Anaeróbio
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Biodisco
A tecnologia dos reatores biológicos aeróbios de biodisco
é escolha de tratamento de esgotos e efluentes em todos
os continentes. Desenvolvida na Alemanha na década de
60 é conhecida pela eficiência e robustez no tratamento
de esgotos domésticos e efluentes. O sistema baseia-se na
geração de biofilme sobre discos giratórios que digerem a
carga orgânica continuamente. No Brasil foi objeto de
estudo em universidades, monitorado e referenciado
desde essa época.

O Reator de biodisco é desenhado para atende a todos os


requisitos oficiais de eficiência de remoção de DBO (carga
orgânica) e nitrogênio. Purifica esgotos e efluentes de
pequenas e médias indústrias e de novas áreas urbanas. O
efluente produzido pode ser reutilizado para irrigação ou
lançamento em corpos de água. Otimiza o tempo de
retenção de efluentes de alta carga orgânica e alcança 95%
de remoção média de BOD5 sem dano ao meio ambiente.
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Biodisco

Sedimentação
primária
Clarificador
Saída
Entrada

Retorno do lodo

Lodo primário
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Reatores de Leito
Expandido/Fluidizado
Reatores anaeróbios de leito expandido/fluidizado são
sistemas de tratamento que utilizam o princípio da
fluidização para promover adequada transferência de
massa entre o líquido a ser tratado e os
microrganismos que atuarão na degradação da matéria
orgânica. Nesse processo a biomassa cresce aderida a
suportes de pequeno tamanho e formam biofilmes de
pouca espessura. O uso de partículas muito finas
garante área superficial elevada e permite o emprego
de tempos de detenção hidráulicos reduzidos.

Um dos mais importante aspectos dos reatores


anaeróbios de leito fluidizado é a formação do
biofilme. A composição do esgoto e a velocidade
superficial do líquido são determinantes para a
diversidade microbiana, concentração de biomassa e
consequentemente, densidade e espessura do
biofilme.
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Reatores de Leito Expandido/Fluidizado
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Construção de Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente em
Escala Experimental Utilizando Materiais Recicláveis

As superfícies do material suporte servem de apoio para ao


crescimento bacteriano aderido (formação de biofilme),
enquanto os espaços vazios existentes no material de
empacotamento são ocupados por microorganismos que
crescem dispersos.
O crescimento de microorganismos faz gerar uma maior geração
de biogás, já que eles consumirão parte da matéria orgânica
existente.
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Funcionamento
SISTEMAS ANAERÓBIOS
Vantagens e Desvantagens dos Sistemas Anaeróbios
Vantagens Desvantagens
baixa produção de sólidos; as bactérias anaeróbias são suscetíveis à inibição
por um grande número de compostos;

baixo consumo de energia; a partida do processo pode ser lenta na ausência


de lodo de semeadura adaptado;

baixa demanda de área; alguma forma de pós-tratamento é usualmente


necessária;
baixos custos de implantação; a bioquímica e a microbiologia da digestão
anaeróbia são complexas e ainda precisam
ser mais estudadas;
produção de metano; possibilidade de geração de maus odores, porém
controláveis;
possibilidade de preservação da biomassa, sem possibilidade de geração de efluente com aspecto
alimentação do reator, por vários meses; desagradável;

tolerância a elevadas cargas orgânicas; remoção de nitrogênio, fósforo e patogênicos


insatisfatória.
aplicabilidade em pequena e grande escala;
baixo consumo de nutrientes.
SISTEMAS ANAERÓBIOS
SISTEMAS ANAERÓBIOS
TRATAMENTO DE RESÍDUOS

Referências:

1) ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Política Nacional de Resíduos Sólidos.

2) ANVISA – RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004.

3) CONAMA. RESOLUÇÃO n° 20, de 18 de junho de 1986. Publicado no D.O.U. de 30/7/86.

4) BLANCO, V. D.; ENCINA, P. A. G.; FDZ-POLANCO, F. Effects of biofilm growth, Gas and Liquid Velocities on the Expansion of an Anaerobic Fluidized Bed
Reactor (AFBR). Wat. Res. 29 (7), p. 1649-1654. 1995

5) GONÇALVES. R. F.; CHERNICHARO, C. A. L.; ANDRADE NETO, C. O.; ALEM SOBRINHO, P.; KATO, M. T.; COSTA, R. H. R.; AISSE, M. M.; ZAIAT, M. Pós-
Tratamento de Efluentes de Reatores Anaeróbios por Reatores com Biofilme. p.171-278. In: CHERNICHARO, C. A. L. (coord.) Pós-Tratamento de
Efluentes de ReatoresAnaeróbios. Belo Horizonte: Projeto PROSAB, 2001. 544p.

6) ENGER, W.; HEIJNEN, J. J. Review on the Application of Anaerobic Fluidized Bed Reactors in Wastewater Treatment. Biotec (Biosens. Environ. Biotech.)
v. 2, p. 89-111. 1988

7) ALEM SOBRINHO, P. e JORDÃO, E. P. Pós-Tratamento de Efluentes de Reatores Anaeróbios – Uma Análise Crítica. p.491-513. In: CHERNICHARO, C. A.
L.(coordenador) Pós-Tratamento de Efluentes de Reatores Anaeróbios. BeloHorizonte: Projeto PROSAB, 2001. 544p.

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KELINE SOARES
RODOLFO AMORIM
WILLIAM MONTEIRO

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