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JM vivencia missão Congresso Missionário

sem-fronteiras Nacional de Seminaristas


Serviço de Informação Missionária
Ano 47 - No 1 janeiro a abril de 2019

Mês Missionário
Extraordinário

A Igreja de Cristo em
missão no mundo
Editorial

Índice
Editorial.................................. 3

Rápidas................................... 4
Serviço de Informação Missionária
Ano 47 - No1 janeiro a abril de 2019

Destaque................................. 5
Mês Missionário Extraordinário
Pe. Jaime Luiz Gusberti

Nossos Missionários.................. 8
Missão Além-fronteiras
Maria Isabel
O SIM é uma publicação quadrimestral das POM,
organismo oficial de animação, formação e coope-
ração missionária universal da Igreja Católica, em
POM...................................... 10 quatro ramos específicos:

Mês Missionário: Sensibilizar a pastoral • Pontifícia Obra da Propagação da Fé


Pe. Maurício da Silva Jardim • Pontifícia Obra da Infância e
Adolescência Missionária
• Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo
Testemunhos.......................... 12 • Pontifícia União Missionária

Missão: Transformar a vida de crianças como girassóis


Fr. Geraldo Costa Expediente
Direção:
Pe. Maurício da Silva Jardim
Propagação da fé.................... 14 (diretor nacional das POM)

Um grito pela paz Conselho Editorial:


Pe. Badacer Neto Pe. Badacer Ramos de Oliveira Neto (secretário
nacional da Obra da Propagação da Fé)
Ir. Patrícia Souza (secretária nacional da Obra da
Missão em Contexto................ 16 Infância e Adolescência Missionária)
Pe. Antônio Niemiec (secretário nacional da
Sínodo Pan-Amazônico a feliz coincidência Pontifícia União Missionária)
Ir. Maria Irene Lopes dos Santos Jornalista: Fabrício Preto (Mtb 15907)
Revisão: Cecília Soares de Paiva
(Jornalista DRT/MS 280)
Terra do primeiro anúncio Projeto Gráfico e diagramação: Wesley T. Gomes
Cláudia Conceição dos Santos Impressão: Cidade Gráfica e Editora Ltda.
Tiragem: 12 mil exemplares.

IAM....................................... 18
Bate-latas da Infância e Adolescência Missionária
Ir. Patrícia Souza SGAN 905 - Conjunto B
70790-050 Brasília - DF
Caixa Postal: 3.670 - 70089-970 Brasília-DF
Pontifícia União Missionária.... 20 Tel.: (61) 3340-4494
Fax: (61) 3340-8660
Seminaristas em missão Site: www.pom.org.br
Pe. Antônio Niemiec E-mail: imprensa@pom.org.br

Para pedidos de material, entre em


Ser missionário é desapegar-se de si
contato pelo e-mail: material@pom.org.br
Mateus Luis Schäfer
2 janeiro - abril 2019
Editorial

Missão no mundo
Nossa primeira edição do SIM em 2019 vem comunicar a
grande alegria: “Batizados e enviados: A Igreja de Cristo em
missão no mundo”. Este é o tema assumido por toda a Igreja,
motivando a vivência do Mês Missionário Extraordinário, con-
vocado pelo Papa Francisco para outubro.
Para isso, esta edição traz alguns pensamentos para aprofun-
dar a reflexão em torno do que é a missão, essência da Igreja, e
como o Mês Missionário Extraordinário repercute na pastoral
ordinária e na missão ad gentes.
A juventude também conquista

Fotos: arquivo POM


espaços. Em janeiro deste ano, o
município de Contagem, em Mi-
nas Gerais, acolheu centenas de
jovens vindos de todo o Brasil para
viver a experiência Missão Sem
Fronteiras, organizado pela Juven-
tude Missionária.
Em sintonia com a caminhada
missionária da Igreja no Brasil, as
POM e a coordenação nacional
dos Conselhos Missionários de Se-
minaristas (COMISE) promovem
o 3º Congresso Missionário Na-
cional de Seminaristas, nos dias 10
a 14 de julho, em Santo Antônio da Patrulha, Rio Grande do
Sul. Nesta edição, trazemos informações sobre esse importante
encontro.
Estamos no período de preparação e vivência da 7ª Jornada
Nacional da IAM, que acontece no dia 26 de maio. Conheça
uma sugestão de atividade realizada em muitos lugares do Bra-
sil: O bate-latas missionário.
Testemunhos de missão ad gentes e experiências missioná-
rias assumidas por toda a vida. O SIM chega até você para nos
unirmos pelos caminhos da missão. Tenha uma ótima leitura!

2019 janeiro - abril 3


Rápidas

Brasil acolhe Assembleia Continental das POM


Representantes de 23 países reuniram-se em
Brasília (DF), entre os dias 18 e 23 de fevereiro,

Fotos: arquivo POM


para a XV Assembleia dos Diretores Nacionais
das POM e Bispos Referenciais da Missão. O
padre Fabrizio Meroni, Secretário-Geral da
Pontifícia União Missionária (PUM), represen-
tou a Secretaria Internacional das POM.
Entre as abordagens da assembleia, desta-
cou-se a reflexão acerca dos fundamentos da
missão, vocação e serviço das POM. Outro
ponto da pauta foi a reflexão sobre um itinerá-
rio comum, em preparação ao Mês Missioná-
rio Extraordinário e em sintonia com o Sínodo
para Amazônia. Também foram recebidas as
conclusões do CAM 5, realizado em 2018 na
Bolívia, e apresentados os preparativos para o
CAM 6 em Porto Rico.

7ª Jornada Nacional da IAM


A Infância e Adolescência Missionária apresenta o cartaz que celebra a 7ª
Jornada Nacional da Obra. Neste ano, o tema da jornada é “Batizados e envia-
dos: IAM em missão no mundo”. A escolha do tema busca estar em sintonia
com o Mês Missionário Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco, para
o mês de outubro.
C

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A IAM no Brasil é presente em centenas de dioceses e ajuda a concretizar
o pedido do Papa Francisco em sermos uma Igreja em saída, procurando
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sempre viver o carisma da Obra de “tornar Jesus conhecido e amado” onde


“crianças ajudam e evangelizam e adolescentes ajudam e evangelizam
adolescentes”. Em nosso site (pom.org.br) já estão disponíveis os mate-
riais que colaboram com a animação da jornada nos grupos de IAM.

COMINA discute Programa Missionário Nacional


Como parte do processo de preparação do Mês Missionário Extraordinário, estiveram reunidos os representantes
de todo o Brasil para a 36ª Assembleia do Conselho Missionário Nacional (COMINA). A assembleia aconteceu de
4 a 7 de abril, na sede das Pontifícias
Obras Missionárias.
O encontro teve importância
especial, pois colaborou com a con-
clusão do processo de construção
do Programa Missionário Nacional,
que deve fazer com que a animação e
a ação missionária na Igreja do Bra-
sil tenham diretrizes fundamentais.
Durante a assembleia, realizou-se a
última etapa de elaboração do texto
a ser apresentado aos bispos no iní-
cio de maio, na Assembleia Geral da
Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB).
4 janeiro - abril 2019
Destaque

MÊS
MISSIONÁRIO
EXTRAORDINÁRIO
A Missão tem uma Igreja
O
Papa Francisco, desde o Exsultate, Christus Vivit e a Carta lembra “Que os jovens sejam
início de seu pontifica- Encíclica Laudato Si’), sempre na sempre missionários, e mis-
do, tem-nos instigado a perspectiva de construir pontes sionários com a própria vida
ser Igreja em saída, próxima às que integram, a fim de chegar- e com experiências concretas
pessoas. Percebe-se que o cora- mos às periferias geográficas e de missão: de visitar casas, de
ção dos cristãos tem aquecido, existenciais. transmitir a sua fé e seu senti-
cada dia mais, a continuar com Em 2017, o Papa Francisco do de pertença à Igreja” (Exor-
a Alegria do Evangelho, cultivar nos convidou a viver, em outu- tação Apostólica: Cristo Vive,
uma profunda “paixão por Jesus bro do ano de 2019, o Mês Mis- Aos jovens e a todo o povo de
Cristo e simultaneamente pelo sionário Extraordinário com o Deus, 239).
seu povo” (EG 268). Essa alegria tema Batizados e enviados: A Igreja Oferecemos a seguir alguns
cresce com a leitura dos escritos de Cristo em missão no mundo. pensamentos para aprofundar a
(Exortação Apostólica pós-Sino- Na Exortação Apostólica reflexão em torno do que é a es-
dal Evangelii Gaudium, Gaudete Et aos jovens, o Papa Francisco sência da Igreja, a missão:
2019 janeiro - abril 5
Destaque

A origem da missão é o A missão nasce do encontro que se identifica com os pobres


amor fontal de Deus (AG 2) com um acontecimento, com (cf. Mt 25,31ss), quebra o triun-
Fundamenta-se na Trindade, uma Pessoa, que dá um novo falismo, rompe esquemas que
a origem da natureza missioná- horizonte à vida (cf. DAp 12) mais servem para fortalecer os
ria da Igreja (LG 1 e AG 2). Deus e se irradia, expande, dilata, nossos projetos que para serem
é continuamente em saída. “Ele transborda e difunde (AG, 2) sinal do Reino de Deus.
nos amou primeiro” (1Jo 4,19) e em todo o universo. Gera movi-
vem ao nosso encontro. A inicia- mento sempre para fora, criando A identidade missionária
tiva é sempre de Deus. O Livro proximidade, conversão e com- da Igreja está no seu ser
do Êxodo destaca seis verbos promisso (cf. Lc 10,25-37). A O agir da Igreja deve derivar
que mostram que o nosso Deus pessoa do Espírito Santo tem o de sua conformidade com Jesus
é em saída, está em missão: ver/ protagonismo nesse movimento Cristo, missionário do Pai, servo
miséria; ouvir/socorro; conhecer/ missionário (cf. At 2). da humanidade. Não são sinais
sofrimento; descer/entrar na his- Na missão, a iniciativa é exteriores em termos de organi-
tória e caminhar com seu povo; sempre de Deus, pois a obra é zação e de vestimentas que dão
libertar/cativos; conduzir/à terra de Deus, a missão vem de Deus! a identidade missionária da Igre-
prometida (cf. Ex 3,7-15). É Ele quem impulsiona o cres- ja, mas ela é construída a partir
cimento. O fundamento é Jesus da ação e da força do Espírito
Cristo (cf. 1Cor 3,5-11) e o en- Santo que conduz à unidade.
contro com Ele, o Messias servo O Vaticano II já nos convidava
a voltar às fontes da nossa fé.
Mas como colaborarmos para
formar e fortalecer a identida-
de cristã em meio à sociedade
plural líquida, onde tudo se des-
faz rapidamente? Certamente é
Divulgação

a partir da pessoa e missão de


Jesus Cristo – do encontro com
Ele, que é o caminho, a verdade
e a vida; Aquele que se identifi-
ca com os pobres – que a mis-
são a nós confiada se fortalece.
A missão brota do coração da
Santíssima Trindade como iden-
tidade da Igreja peregrina e que,
por sua natureza, é missionária
(cf. AG, n. 2). Por sua vez, a
identidade do discípulo mis-
sionário nasce do encontro
com Jesus Cristo, deci-
sivo e transformador
(cf. DAp, n. 29) que
nos convida à con-
versão pessoal e
pastoral.

6 janeiro - abril 2019


Destaque

A Igreja é desafiada a
primeirear
A Igreja é enviada para conti-
nuar a Missão de Jesus Cristo: “As-
sim como o Pai me enviou, eu tam-
bém envio vocês” (Jo 20,21).
O Papa Francisco, na Exorta-
ção Apostólica A Alegria do Evan-
gelho, chama a nossa atenção: “A
Igreja em saída é a comunidade de
discípulos missionários que primei-
reiam, que se envolvem, que acom-
panham, que frutificam, festejam e
tomam a iniciativa!” (EG 24).
A comunidade missionária ex-
perimenta que o Senhor tomou
a iniciativa, precedeu-a no amor
(cf. 1 Jo 4, 10) e, por isso, ela sabe
ir à frente, sabe tomar a iniciativa
sem medo, ir ao encontro, procura
os afastados e chega às encruzilha-
das dos caminhos para convidar
os excluídos. Jesus lavou os pés de
seus discípulos. O Senhor envolve-
se e envolve os seus, pondo-se de
joelhos diante dos outros para lavá-
-los; mas, logo a seguir, diz: “Sereis Para colaborar com a realização do Mês
felizes se o puserdes em prática” Missionário Extraordinário em todo o Brasil,
as Edições CNBB em parceria com as Pontifí-
(Jo 13,17). É um grande desafio que
cias Obras Missionárias lançaram o texto-base
Jesus colocou aos seus e a nós hoje, “Guia para o Mês Missionário Extraordinário,
sobretudo diante da realidade onde outubro de 2019”.
vemos “ricos cada vez mais ricos, à O material foi elaborado a partir do Guia
custa de pobres cada vez mais po- outubro 2019 da Congregação para a Evange-
bres” (DPb, n. 30). O papa Bento lização dos Povos e das propostas aprovadas
XVI lembra que “a opção preferen- pelo Conselho Permanente da CNBB, em no-
cial pelos pobres está implícita na fé vembro de 2018.
cristológica, naquele Deus que se Trata-se de um material de apoio, com a fi-
fez pobre por nós, para enriquecer- nalidade de motivar, inspirar e ajudar a cele-
brar e assumir, com paixão missionária, este
nos com a sua pobreza” (cf. 2 Cor
tempo de graça para as Igrejas locais.
8,9; Bento XVI, DAp, p. 273). “O O Guia traz a carta oficial do Papa Francisco
que nos recomendaram foi somente aos participantes na assembleia das Pontifícias
que nos lembrássemos dos pobres” Obras Missionárias (2017), bem como as cartas
(Gl 2,10). Vivendo esse estilo de vida, do Cardeal Fernando Filoni aos bispos, motivan-
a comunidade eclesial se tornará do o processo de preparação do MME. O Guia
mais santa e missionária. Batizados está estruturado em quatro partes: Aprofundar a
e enviados: a Igreja de Cristo em missão missão; Testemunhando a missão; Vivenciando
no mundo. a missão permanente; e Celebrando a missão.
Pedidos podem ser feitos pelo site
pom.org.br/materiais.
Pe. Jaime Luiz Gusberti
Secretário Executivo do
Centro Cultural Missionário
2019 janeiro - abril 7
Nossos Missionários

Missão
além-fronteiras
Maria Isabel, de Joinville (SC), tem vivido, ao longo Assim que soube do convite, con-
versei com a coordenadora estadual
de sua história, um caminho de participação em da IAM para que eu pudesse ser a
diversas experiências missionárias. Agora se prepara representante de Santa Catarina,
para vivenciar três anos de missão em Moçambique. já que eram disponibilizadas duas
vagas por estado, uma para a JM e

D
esde pequena participo da em lugares onde minha vida po- outra para a IAM. Enfim, o desejo
Infância e Adolescência deria estar a serviço dos que mais de sair além-fronteiras seria realiza-
Missionária em minha pa- precisam. do. Como primeira missão, tudo era
róquia, São José Operário. Por ser a Foi então que, em 2016, a Ponti- novo e encantador. As pessoas que
IAM uma Obra universal, que des- fícia Obra da Propagação da Fé, na encontrei, o estilo de vida apresen-
perta o protagonismo e a urgência qual está inserida a Juventude Mis- tado pela JM nos dias de formação,
da missão, cresci com o desejo de sionária, promoveu a I Missão Sem as visitas nas casas e a realidade
sair de minha comunidade e atuar Fronteiras, em Ananindeua (PA). local, tão diferente da que estou in-
8 janeiro - abril 2019
Nossos Missionários

serida. Foi um verdadeiro “sair de falar e agir. Não saímos à procura das dificuldades. Por várias vezes,
si” como fala Dom Helder Câmara. de mais cristãos, saímos à procura tanto os sacerdotes como os leigos
As oficinas e os encontros na Co- de quem quer amar para, assim, combonianos recordavam a frase
munidade São Marcos mostraram a sermos reconhecidos como amigos do fundador, Daniel Comboni: “As
força e a esperança de um povo que d’Ele (Jo 13, 35). obras de Deus nascem e crescem
luta, ama e caminha na presença de Por fim, chegamos em 2019 com aos pés da cruz”.
Deus, mesmo entre tanta violência a IV Missão Sem Fronteiras, reali- Agora, preparo-me para partici-
e precária assistência social por par- zada em Contagem (MG). Entre par do Projeto Igrejas Solidárias, da
te dos órgãos públicos. tantas vivências e aprendizados, CNBB – Regional Sul 3, que corres-
Já em 2017, a experiência mis- marcou-me muito a realidade jovem ponde ao estado do Rio Grande do
sionária foi na Missão de Verão, do local. Em momentos de conver- Sul. Serão três anos de missão em
promovida pelas Pontifícias Obras sa, percebemos a carência de opor- Moçambique. Foi por meio da par-
Missionárias do Paraguai, na cida- tunidades de emprego e estudos, ticipação na IAM e JM, bem como
de de Atyrá. Lá, vivi um verdadei- o que leva adolescentes e jovens a das experiências além-fronteiras,
ro Pentecostes. Existiam línguas entrar no mundo das drogas e pros- que pude confirmar meu estilo de
diferentes (muitos falam o Guarani tituição. Por outro lado, o ânimo e a vida e perceber que minha experiên-
além do Espanhol), mas ao conver- alegria da missão estiveram presen- cia pessoal com Jesus Ressuscitado
sarmos sobre a Palavra de Deus e tes em todos os dias, nos encontros, acontece no encontro com as pes-
do amor que Ele sente por nós, per- nas visitas e convivências. Fomos soas, com o pé no chão e o coração
manecíamos em perfeita sintonia. também abraçados pela comunida- cheio de ardor missionário. “Jovens
As duas comunidades que visitei, de comboniana que nos mostraram Missionários, Sempre Solidários!”
com a missionária Íris e as crianças o amor que têm ao colocar a sua
da região, estavam desanimadas, vida a serviço dos irmãos, apesar Maria Isabel, de Joinville (SC)
com poucos encontros nas capelas.
Durante a semana, juntamente com

Fotos: arquivo pessoal


as lideranças, pudemos promover
orações, reflexões e celebrações que
motivaram as pessoas a fortalecer
a fé e a união. Foram bonitos mo-
mentos de perdão e protagonismo
tanto por parte nossa, missionária,
como também dos agentes de pas-
toral que, embora sem a presença
sacerdotal, celebravam a vida e as
maravilhas de Deus.
Ano passado, novamente
participei da experiência de missão
do Brasil, a III Missão Sem Fron-
teiras, em Viamão (RS). Ali há uma
cultura específica, um jeito de ser,
viver e conviver. O mais marcante
nessa missão foi a acolhida que ti-
vemos. Junto com o seminarista
Miguel e a missionária paulista
Lhauany, fiquei em uma casa onde
vivia a avó com a filha e quatro ne-
tos. O abrir de portas dessa família
mostrou-me que sempre há espaço
e tempo para Deus, independente
das condições que temos. A reali-
dade que encontramos em Viamão
foi de pessoas que vivem a espiri-
tualidade em diferentes religiões, o
que nos fez entender que o Amor,
tal como Jesus ensinou, deve ser o
mandamento a predominar nosso

2019 janeiro - abril 9


POM

Arquivo POM
Mês Missionário
impulsiona a Missão
A ideia central do processo de preparação é inserir, sões. As propostas de preparação
dentro da programação ordinária e habitual das Igrejas do Mês Missionário, apresentadas
locais, a temática e o espírito do Mês Missionário pelo Grupo de Trabalho e aprova-
das pelo Conselho Permanente da
Extraordinário, visando a renovação missionária de Conferência Episcopal dos Bispos
tudo o que fazemos na obra evangelizadora. do Brasil, estão sendo acolhidas
progressivamente.

O
Papa Francisco, em 22 de bilização das Igrejas particulares, dos A temática “Batizados e envia-
outubro de 2017, durante o Institutos de vida consagrada e Socie- dos: a Igreja de Cristo em missão
ângelus, anunciou a inten- dades de vida apostólica, assim como no mundo”, e o objetivo “despertar
ção de proclamar um Mês Missio- associações, movimentos, comunida- em medida maior a consciência da
nário Extraordinário para celebrar des e outras realidades eclesiais”. missão ad gentes e retomar com novo
o centenário da carta Apostólica No Brasil, o processo de prepa- impulso a transformação missio-
Maximum Illud de seu predecessor, o ração do Mês Missionário Extraor- nária da vida e da pastoral”, desen-
Papa Bento XV. Nesse mesmo dia, dinário tem repercutido na pastoral cadeiam processos de um novo im-
o santo Padre enviou uma carta ao ordinária e na maior conscientiza- pulso missionário nas comunidades
Cardeal Fernando Filoni, prefeito ção da missão ad gentes nas Igrejas de fé e, ao mesmo tempo, ajudam a
da Congregação para a Evangeliza- particulares, nos diferentes sujeitos “pôr a missão de Jesus no coração
ção dos Povos, e presidente do co- da missão: Pontifícias Obras Mis- da Igreja, transformando-a em crité-
mitê supremo das Pontifícias Obras sionárias, congregações religiosas, rio para medir a eficácia de suas es-
Missionárias (POM), encomendando organismos, pastorais, movimen- truturas, os resultados de seu traba-
“a tarefa de preparar esse evento, es- tos eclesiais, novas comunidades, lho, a fecundidade de seus ministros
pecialmente por meio da ampla sensi- conselhos missionários e comis- e a alegria que eles são capazes de

10 janeiro - abril 2019


POM

CNBB
suscitar. Porque sem alegria não se
atrai ninguém” (Papa Francisco, Reu-
nião do Comitê diretivo do CELAM,
Bogotá, 7 de setembro de 2017).
O primeiro propósito do Mês Mis-
sionário Extraordinário “é despertar
em medida maior a consciência da
missão ad gentes”. O próprio logotipo
indica a cruz missionária que abraça
o mundo. O foco central, portanto,
está em colocar a dimensão universal
da missão no centro, como indicado
na Evangelii Gaudium, o paradigma de
toda a obra pastoral da Igreja (EG 15).
As palavras de Jesus: “Vão, portanto, e
façam discípulos todos os povos” (Mt Grupo de trabalho planeja as ações do Mês Missionário Extraordinário
28,19), constituem o programa des-
ta “missão primordial e essencial da confins da terra’, para onde, desde e aumente o amor pela missão, que
Igreja”, que “ainda hoje representa o a Páscoa de Jesus, são enviados os é uma paixão por Jesus e, simulta-
máximo desafio” por ser “a primeira seus discípulos missionários, na cer- neamente, uma paixão pelo seu
de todas as causas” (EG 15). teza de terem sempre o seu Senhor povo” (Carta do Papa Francisco
A missio ad gentes, entendida com eles (cf. Mt 28, 20; At 1, 8). ao Cardeal Filoni, 22 de outubro
como missão junto aos povos não Isso é o que chamamos de missio ad de 2017).
cristãos no contexto sociocultural gentes” (Discurso do Papa Francisco Ainda no âmbito da pastoral
deles, implica viver com gratidão no Dia Mundial da Missões, 2018). ordinária, é fundamental incen-
no meio desses povos, aprender A missio ad gentes se concreti- diar os corações dos fiéis que já
a falar a língua deles, partilhar o za com o envio além-fronteiras de participam da comunidade, para
Evangelho com a vida e a palavra, missionárias e missionários devi- que cresçam na fé e no discipulado
e formar comunidades encarnadas damente preparados. Para além de missionário. São várias propostas
seguidoras de Jesus. Para além da definir o que é a missão ad gentes, tal apresentadas no Guia do Mês Mis-
territorialidade, a missio ad gentes enfoque ocasiona questionarmos sionário Extraordinário, publicado
também é entendida como “mis- qual é a sua relevância hoje para a pelas edições CNBB. Para moti-
são nos ambientes humanos, cul- Igreja e para o mundo, e quais são var as dioceses e comunidades, os
turais e religiosos ainda alheios ao as implicações para a nossa cami- arcebispos e bispos receberão na
Evangelho de Jesus, e a presença nhada de discípulos-missionários. Assembleia Geral da CNBB, em
sacramental da Igreja constituem O segundo propósito do Mês Aparecida, além do Guia, a Cruz
as periferias extremas, os ‘últimos Missionário Extraordinário atinge Missionária e a bandeira com o
o âmbito da pastoral ordinária: “re- logo produzido pelo Vaticano.
tomar com novo impulso a trans- Esses símbolos irão percorrer as
formação missionária da vida e da Arqui(dioceses) para animar e des-
pastoral”. Nesse âmbito, a ideia pertar a identidade missionária
O primeiro propósito central no processo de preparação das comunidades, num caminho
é inserir dentro da programação de permanente saída e conversão.
do Mês Missionário ordinária e habitual das Igrejas lo- Há previsão de data de abertura
cais, a temática e o espírito do Mês do Mês Missionário conforme os
Extraordinário “é Missionário, visando a renovação diferentes âmbitos, contudo não te-
missionária de tudo o que fazemos remos data de encerramento, pois
despertar em medida na obra evangelizadora. Será uma a missão é permanente e não se
ocasião para despertar, animar e conclui na Igreja. Que a temática
maior a consciência da não cansar as comunidades, “de “Batizados e enviados: A Igreja de
modo que todos os fiéis tenham Cristo em missão no mundo” seja
missão ad gentes” verdadeiramente a peito o anúncio nosso guia nos caminhos da missão.
do Evangelho e a transformação
das suas comunidades em realida- Pe. Maurício da Silva Jardim
des missionárias e evangelizadoras; Diretor Nacional das POM

2019 janeiro - abril 11


Testemunhos

Missão:
Transformar a vida de
crianças como girassóis

D
eus escreve o caminho voca- construído aos poucos. Comecei que aprendi foi a do Amor Livre
cional com linhas certas, mas a trabalhar com crianças na Bai- do Pai a todas as crianças que so-
às vezes a gente se percebe xada Fluminense, Rio de Janeiro. frem, especialmente de injustiça.
todo enrolado e, somente depois, é Depois de alguns anos, fui para o Descobri o significado do abraço de
que as coisas começam a ficar claras. México e conheci um grupo de me- Jesus que acolhe, carrega e bendiz
Quando fui chamado a ser Missio- ninos que se chamavam “Los Mos- a criança em Marcos 10,16. Discer-
nário na Congregação do Imaculado cas” porque viviam no lixo e eram ni que ademais de meu chamado à
Coração de Maria, sabia que estava livres que só. Esses meninos mora- vida missionária, Deus me chama-
disposto a ir aonde quer que Ele me vam em um lugar que se chamava va a um trabalho com os pequenos
enviasse, mas não tinha ideia do cami- “El Clube” e ainda seminarista, eu abandonados e que sofrem.
nho Missionário a ser traçado que me tirava o meu dia de descanso com
levaria às Ilhas Filipinas como Psicó- eles fazendo alguma atividade re- Um dia em 1996, cheguei ao
logo e psicoterapeuta infantil. creativa ou esportiva. meu país de Missão, as Filipinas.
Fui trabalhar como estagiário em
Meu caminho missionário com Deixei o México e a liberdade uma universidade, mas depois de
crianças vítimas de abuso e negli- dos “Los Moscas”, mas aprendi minha ordenação sacerdotal fui
genciadas deu muitas voltas e foi muito com eles. Uma das lições morar em uma Casa de Acolhimen-

12 janeiro - abril 2019


Testemunhos
Fotos: arquivo pessoal

No Sunflower, atendemos crianças


com problemas de desenvolvimen-
to, problemas emocionais e sobre-
viventes de trauma. A maioria das
crianças que atendemos passaram
por momentos muitos difíceis, são
verdadeiras sobreviventes das cala-
midades da vida. Elas chegam co-
nosco em um estado de paralisia ao
amor, uma negação ao emocional
para evitar a dor. Depois de certo
tempo de processo terapêutico, o
sorriso tímido volta ao rosto dessas
crianças e um traço de luz começa
a ser notado. É incrível ver Deus
trabalhando e modificando tanto
to para meninos de rua enquanto eu realmente transformar a vida dessas sofrimento a partir do que fazem
estudava uma das línguas nacionais, crianças tão sofridas. os psicoterapeutas do Sunflower,
o Tagalog. Os meninos da Casa fo- que são somente instrumentos do
ram os meus professores da nova Foi então que descobri meu Pai que em Jesus acolheu, abraçou
língua que aprendia, o Tagalog e, Chamado específico de ser Padre- e abençoou as crianças (Mc 10,16).
aos poucos, tornaram-se minha Missionário-Psicólogo-Psicotera- Continuamos a nossa Missão
nova família. Neles, percebi uma peuta Infantil. Estudei psicologia e com o desejo de que todas as crian-
tristeza profunda enraizada na alma me tornei psicólogo. Conseguimos ças sejam como Girassóis, crescen-
pequena dos meninos. Essa tristeza estabelecer uma clínica Infantil para do em direção a luz; lindas em toda
se tornou uma pergunta doída em crianças que foi batizada de “Sun- a sua plenitude.
mim, em como ir além de dar o bá- flower Children’s Center” (Centro
sico com comida, teto e estudo, mas Psicoterapêutico-Infantil Girassol). Fr. Geraldo Costa, CICM

Em sua missão nas


Filipinas, Fr. Geraldo Costa
sentiu-se chamado para
ser Padre-Missionário-
Psicólogo-Psicoterapeuta
Infantil. Como Psicólogo,
tem atuação em clínica
Infantil para crianças
com problemas de
desenvolvimento,
emoções e sobreviventes
de traumas.
2019 janeiro - abril 13
Propagação da fé

Um grito pela paz


Juventude Missionária de todo o Brasil ocupou as como uma praça onde as saudades
são aniquiladas e amizades inicia-
ruas de Contagem, em Minas Gerais, para viver a IV das. Os que chegavam primeiro
Experiência da Missão Sem Fronteiras. aguardavam os que logo chegariam.

E
Todos se dirigiam para o município
ra janeiro de 2019 e, mais uma tes, de longe e de perto, seus amigos de Contagem em Minas Gerais. O
vez, um grande movimento e conhecidos, todos ao redor da ju- ponto de encontro era a Paróquia
começou a acontecer no meio ventude, começaram a se perguntar o São Domingos, no bairro Nova
da juventude do país, vindo a ser tão que estava acontecendo por tamanha Contagem, realidade de sofrimen-
intenso que até a juventude do país euforia. E os jovens confirmaram. A tos, dificuldades e esperanças como
vizinho, Paraguai, o sentiu e também data era aquela, tinham que ir. Os toda realidade periférica. Ali se
começou a se movimentar. O celular, irmãos e irmãs os chamavam e os encontrariam mais de 100 jovens,
uma parte quase integrante do corpo aguardavam para fazer acontecer a oriundos de vários estados brasilei-
dos jovens, ficou ainda mais insepa- IV Experiência da Missão Sem Fron- ros e do Paraguai, com um objetivo:
rável. A todo momento, verificavam teiras da Juventude Missionária. testemunhar o amor de Cristo que
as novidades comunicadas via What- O aeroporto e a rodoviária tor- nos faz todos irmãos, pois “Deus
sApp e Instagram. Seus pais e paren- naram-se pontos de encontros,
14 janeiro - abril 2019
Propagação da fé

não faz distinção de pessoas”, con-

Fotos: arquivo POM


forme o lema dessa IV experiência
missionária sem fronteiras. A turma
ali reunida buscava romper barrei-
ras criadas pela cultura do medo e
da indiferença, que afastam um do
outro. Queriam amar a exemplo de
Jesus que acolhia a todos e todas.
E, de repente, a casa dos padres
começou a encher de sotaques dife-
rentes, de risos, de expectativas, de
alegria. O Evangelho é sempre ale-
gria, a missão é sempre instrumento
de fraternidade. Os padres, descon-
certados, aos poucos entraram no
ritmo da juventude e com eles apro-
fundaram ainda mais os mistérios
de suas comunidades, de seu povo.
Vibraram com a vibração da ju-
ventude. Quando todos se reuniram Em uma tentativa de chamar a Depois de toda essa vivência que
na casa e começaram os momentos atenção para o problema que assola o durou dez dias, veio a hora de vol-
de oração, reflexão e formação, en- mundo e nossas comunidades, sobre- tar para casa. Em uma celebração
tenderam que tudo era expressão tudo as mais empobrecidas, foi orga- eucarística intensa e compromete-
de um amor maior que os faziam nizada uma caminhada pela paz, em dora, foram enviados a fazer ecoar
se sentir irmãos e irmãs, no irmão que toda a turma JM se reuniu, junta- aquelas vivências por onde fossem.
Jesus Cristo. Testemunharam o que mente com quem tinham encontrado E aquela turma de mais de 100 jo-
outrora os primeiros cristãos viven- pelas comunidades. Percorreram ruas vens que havia se multiplicado teve
ciaram e a Sagada Escritura intitu- e bairros com um grito pela paz, justi- que se despedir. O sentimento de
laria de Pentecostes. ça e fraternidade, motivados por nosso sonho realizado e de missão cum-
O encontro de dois dias alimen- Deus que não faz distinção de pessoas. prida transparecia no rosto de cada
tou, fortaleceu os sonhos da juventu- Todos têm direito a uma vida plena e um e de cada uma.
de, estreitou laços e os preparou para em abundância. Curiosos olhavam o Vieram os risos, as lágrimas... En-
a vivência que ainda teriam junto movimento e pareciam se perguntar: cheram o coração de abraços, aper-
às ruas, vielas e praças das comuni- Quem são esses? Desconfiados não tos de mãos... Mostraram o que a
dades, entre momentos que fizeram davam créditos e murmuravam entre juventude é capaz de fazer acontecer.
parte do envio junto às casas das fa- si, como se dissessem ser mais uma Aquele encontro de dez dias, nas ter-
mílias. Permaneceram com elas e dia- arruaça desses jovens... Porém, espe- ras das Minas Gerais, fortaleceu ain-
riamente iam ao encontro de outros rançosos vieram e se juntaram e, com da mais as convicções de uma igreja
jovens, de outros idosos e crianças, de eles, cantaram mais uma vez o soneto samaritana e alegre, capaz de fazer
outras famílias. Por onde passavam, de amor e esperança. arder os corações daqueles e daquelas
os jovens da JM estavam comprome- que se encontram pelos caminhos.
tidos em anunciar e testemunhar que Assim foi a IV Experiência da
um mundo cheio de amor, de irmãos Missão Sem Fronteiras, momento
e irmãs, era possível. concreto de experimentar que um
Mas o encontrar não era suficien- mundo sem barreiras, muros e cer-
te, porque o amor sempre exige mais. cas, é possível. Mostrar como peque-
Era preciso propor uma interferência nos gestos e atitudes constroem um
na realidade e, na busca dessa realiza- mundo de irmãos e irmãs. Oxalá,
ção, promoviam, à tarde ou à noite, sintamos, a cada dia e com maior
pequenas oficinas de temas variados intensidade, o nosso coração arder e
e a partir do que havia em torno, que nossos pés se agitarem para não sair-
ajudava os irmãos a refletirem sobre mos dos caminhos da missão.
suas realidades e a vida que levavam.
Assim, ajudaram a refletir sobre a Pe. Badacer Neto
saúde, o meio ambiente, sobre cida- Secretário Nacional da
dania e sobre sua vida de fé. Pontifícia Obra da Propagação da Fé

2019 janeiro - abril 15


Missão em Contexto

Sínodo Pan-Amazônico:
a feliz coincidência
Outubro de 2019, mês escolhido pelo Papa Francisco relação à imensidão do território e
de sua diversidade cultural” (Do-
para celebrar o Mês Missionário Extraordinário e rea- cumento preparatório, 77). São os
lizar o Sínodo Especial para a Amazônia. novos caminhos para a pastoral da

T
Amazônia que nos pedem “relançar
erra de missão e de pessoas de ternura particular, com os mais
com fidelidade e audácia” a missão
comprometidas com o Rei- fracos e os mais pobres» (DP 196)”
da Igreja (DAp 11) no território e
no de Deus e o bem-viver, a (Documento Preparatório , 68).
“aprofundar o processo de incul-
Amazônia tem sido, para nós, solo Celebrar a feliz coincidência
turação” (EG 126). Como o Papa
fecundo e de experiências ricas para desses grandes momentos da Igreja
tem nos cobrado, é preciso ousadia
a missionariedade. e do pontificado do Papa Francisco
e foco para propor novos caminhos.
Esses dois momentos eclesiais é assumir o compromisso de enfren-
Importante considerar a sinali-
tornam possível, em outubro des- tar os desafios das grandes distân-
zação do Papa Francisco na carta
te ano, uma feliz coincidência na cias, da diversidade de povos e reali-
ao cardeal Filoni, na qual convoca
perspectiva de encontrar “novos dades, da floresta e das cidades, dos
o Mês Missionário Extraordinário.
caminhos para a Igreja e para uma grandes interesses nacionais e inter-
Recordando a Carta Apostólica
ecologia integral” por meio da ação nacionais nos recursos ali dispostos.
Maximum illud, do Papa Bento XV,
missionária dos discípulos de Jesus, Outubro é tempo de reflexão:
de 1919, o Santo Padre ressalta que
“Batizados e enviados”. O Sínodo “A missão encarnada exige repen-
há cem anos foi apontada a necessi-
e o Mês Missionário Extraordinário sar a presença escassa da Igreja em
dade de requalificar, evangelicamen-
conectam-se e relacionam-se, prin-
te, a missão no mundo, “purificando-
cipalmente, à medida em que são
-a de qualquer incrustação colonial
pensados o fortalecimento e as no-
e preservando-a daquelas ambições
vas formas da presença da Igreja na
nacionalistas e expansionistas que
região Amazônica; ao passo que se
causaram tantos reveses”. Também
objetiva retomar com novo impul-
na Amazônia, onde o colonialismo
so a transformação missionária da
gerou tantas feridas sentidas até hoje,
vida e da pastoral em toda a Igreja.
numa história de perdas e danos, é
Tem sido possível vivenciarmos,
preciso estar atentos para gerarmos
desde a convocação para o Sínodo,
uma presença da Igreja que promova
o movimento de escuta e de mobi-
mais e imponha menos.
lização junto às bases, e isso já nos
Todos somos chamados a entrar
trouxe centelhas de uma nova Igreja
com o coração aberto nesse novo ca-
para a realidade amazônica. Uma
minho eclesial, a conviver com as co-
Igreja com rosto amazônico e indí-
munidades e a comprometer-se com
gena, que recebe o apoio dos mis-
a defesa de suas vidas, a amá-los e
sionários que chegam para anunciar
amar as suas culturas. Aos missio-
a mensagem do Evangelho, mas
nários – autóctones e os que vieram
que, fortalecida pelo Espírito Santo,
de fora – o pedido é para “cultivar
assume o mandato de uma Igreja
a espiritualidade de contemplação e
em saída, que encontra, em suas
de gratuidade, sentir com o coração
próprias periferias, lugares privile-
e ver com os olhos de Deus os po-
giados de experiência evangelizado-
vos amazônicos e indígenas” (cf.
ra. Ali estão os marginalizados, os
Documento Preparatório, 84).
fugitivos, os refugiados, os desespe-
rados, os excluídos. “Portanto, com
Ir. Maria Irene Lopes dos Santos
Jesus Cristo crucificado e exaltado,
assessora da Comissão Episcopal
que «quis identificar-se, num gesto
para a Amazônia da CNBB
16 janeiro - abril 2019
Missão em Contexto

Fotos: arquivo pessoal


Terra do primeiro anúncio (quando recebemos), combustível
Os desafios da experiência missionária na Guiné Bissau, para a ambulância, doação do pri-
testemunhados pela missionária Cláudia dos Santos, meiro enxoval (para motivar as mu-
da comunidade católica Divino Oleiro. lheres a vir dar à luz no Centro de
Saúde), ajuda na compra de leite

A
Comunidade Católica Divino das por todo o país. Na sede da missão em pó para crianças desnutridas e
Oleiro é um instituto de vida onde estamos, falamos crioulo, mas a gêmeos, entre outras iniciativas.
Consagrada, fundada em 27 etnia local predominante é a balanta. Na área da educação, temos
de setembro de 1999, na Arquidioce- Nas “tabancas” (aldeias), precisamos trabalhos realizados no Liceu de
se de Florianópolis (SC), pelo pa- sempre de alguém que faça a tradução Autogestão (o governo contrata os
dre Marcio Alexandre Vignoli. para termos alguma comunicação. professores, a comunidade faz parte
Nossa primeira experiência em Dentre outros desafios em meio da gestão e a Missão Católica faz
Guiné-Bissau, na África Ocidental, ao nosso cotidiano, constam a po- a supervisão). O Liceu é de ensino
foi em 2010, quando, juntamente breza, a precariedade e diversas si- médio e secundário e atualmente
com o padre Lucio Espíndola San- tuações, geralmente ligadas à cultu- atende uns 600 alunos.
tos, também da Arquidiocese de ra, que ferem a dignidade humana. Também na área da educação,
Florianópolis, estivemos na locali- É impossível estar em missão na funciona, há três anos, o projeto
dade de Empada, ao sul do país. África sem assumir o compromisso “Jardim Infantil”, nas tabancas.
Em julho de 2012, a convite de de melhoria para a vida das pes- São mais de 500 crianças atendidas
Dom Pedro Carlos Zilli, bispo da soas. Temos que ter, na mente e no nesse projeto realizado por padre
diocese de Bafatá, retornamos, des- coração, o homem integral: corpo, Lucio Espíndola Santos.
sa vez para a localidade de Tite, no mente e espírito. As necessidades são diversas, o
interior, onde ainda estamos. Padre A nossa atividade evangeliza- choque cultural é gritante, porém,
Lucio Espíndola uniu-se conosco dora, realizada nas tabancas, é a o acolhimento, a generosidade, a fé
em 2013. evangelização do primeiro anúncio. “simples”, “inicial”, a alegria que o
O maior desafio para os missioná- Atualmente atendemos onze taban- povo transmite, tudo isso faz com
rios por aqui é sempre a língua. Teo- cas. Essas catequeses acontecem de que aumente, em nós, o desejo e o
ricamente, o idioma oficial é o portu- domingo a domingo, na sua maioria ardor em doar as nossas vidas cada
guês, porém, o mais falado é o crioulo, à noite. Na sede, temos os grupos de vez mais “por amor a Deus e em fa-
uma língua franca em constante mu- catequese mais avançados para o ba- vor dos irmãos”.
dança, pois não há uma forma de es- tismo, primeira eucaristia e crisma.
crita e pronúncia aprovadas oficial- Em Tite, há também um peque- Cláudia Conceição dos Santos
mente. Além disso, há outras línguas no Centro de Saúde, onde colabora- Missionária consagrada da
faladas pelas diversas etnias espalha- mos com doação de medicamentos Comunidade Católica Divino Oleiro
2019 janeiro - abril 17
IAM

Bate-latas da Infância e
Adolescência Missionária
Estamos no período de preparação de nossa 7º Jornada Nacional da IAM. Que tal realizar um bate-latas para o dia da
celebração? Você e seu grupo já realizaram alguma? Ainda não?! O Bate-latas Missionário é uma atividade bem difundida
nos grupos da Infância e Adolescência Missionária (IAM), tendo por objetivo dar visibilidade à Obra da IAM presente na
comunidade, e fortalecer a experiência missionária das crianças, adolescentes e assessores/as.
Apresentamos algumas dicas para que seu grupo também possa realizar essa experiência:

Preparação:
1 Escolha um trajeto para ser percorrido, lembrando que as crianças e adolescen-
tes irão caminhar, então, é preciso considerar possíveis interdições e barreiras
físicas pelo caminho, saber sobre o trânsito e o uso das ruas e calçadas. A colabora-
x

ção dos responsáveis, e de outras pastorais e movimentos, é de grande importância


para o acompanhamento das crianças menores. Dependendo do trajeto e da quan-
tidade de pessoas convidadas, é possível entrar em contato, com antecedência,
com a Companhia de Trânsito/Tráfego e/ou Polícia Civil/Militar para que autorize o
fechamento das ruas e acompanhe o evento.

2 Convidar os pais ou respon-


sáveis para estarem presentes
nesse momento. Essa também é
4 Organizar com antecedência
as motivações a serem reali-
zadas durante a caminhada (re-
uma oportunidade para convidar flexões sobre o tema da jornada,
outros grupos da paróquia para terço missionário, realidades mis-
somarem ao grupo da IAM (ado- sionárias do território). Se for ne-
lescentes da catequese, coroinhas, cessário, providenciar carro de
grupo de jovens, entre outros); som e estrutura de segurança para
as crianças e adolescentes;
3 Preparar com antecedência as
latas, garrafas pets, panelas
velhas, apitos e/ou outros instru-
mentos feitos com materiais reci-
cláveis e enfeitar com as cores dos
continentes (verde – África; verme-
lho – América; branco – Europa;
azul – Oceania; e amarelo – Ásia)
para que façam barulho durante o
percurso do bate-latas;

5 Pedir, antecipadamente, que os participantes levem uma garrafinha de


Água

água para se hidratarem durante o percurso.

No dia:
6 No local e horário marcados para a concentração das crianças, adolescentes, assesso-
res/as, pessoas convidadas para essa experiência missionária, pode ser feito um mo-
mento orante de abertura do bate-latas e o repasse de todas as informações (percurso,
dinâmica, questões de segurança);

18 janeiro - abril 2019


IAM

7 À frente vão os símbolos da


missão: o terço missionário,
o globo, cartazes da IAM e cinco
bandeiras com as cores dos con-
tinentes;

8 Para maior segu-


rança, é importante
que a caminhada seja
9 Garantir que
todas as crian-
ças e adolescentes
realizada em filas. Se
possível, os adultos po-
dem utilizar uma corda
tenham seus ins-
ou fita para fazer um
trumentos, além de
cordão de isolamento
balões, pompons,
delimitando a área das
bandeiras, viseiras
crianças e adolescentes.
nas cores missionárias
Caso necessário, alguns
(vale a criatividade);
jovens e/ou adultos po-
dem seguir à frente da
caminhada e, diante dos cruza-

10 Esse é um momento de ani-


mação onde crianças, ado-
lescentes e assessores/as saem às
mentos e locais de grande fluxo de
carros, pedir que aguardem a pas-
sagem dos participantes;
ruas para dar seu testemunho e
compartilhar a alegria de ser mis-

11
sionário/a. Lembremos do quinto  Um outro grupo, divididos de dois em dois,
compromisso da IAM: “Louvar e tem a tarefa de abordar os moradores nas
agradecer a Deus pelos dons re- portas de suas casas com um sorriso no rosto e
cebidos.” Bíblia na mão. Após breve apresentação, devem
pedir licença para ler um trecho da Palavra de
Deus, seguida de reflexões aplicadas à realidade;

12  Durante o percurso, os
participantes podem rezar
o Terço Missionário. Previamen-
te, marcar cinco pontos desse
13 Garantir o protagonismo
das crianças e adolescen-
tes durante o percurso, seja na
14 Sugerir um mo-
mento de parada
para que, se for possível
percurso com as cores dos conti-
animação do bate-latas, nas mú- organizar, os participantes
nentes. Chegando ao ponto pre-
sicas, nas reflexões da temática apresentem um flash mob
viamente delimitado, pedir que
escolhida, na oração do Terço de uma música da IAM.
os participantes parem os instru-
Missionário e, ainda, nos momen-
mentos para rezar uma dezena De
pre
tos de testemunho de crianças e
t
cria odas
nça as Sem igos
do terço, lembrando crianças e
s
mu do am
ndo
adolescentes missionários;
adolescentes de todo o mundo
com suas realidades;

Após:
15 Ouvir alguns testemu-
nhos de crianças, adoles-
centes, pais,
16 Fazer a
avaliação
da experiência
17 Contar como foi a
experiência de seu
grupo, podendo partilhar
assessores da realizada; conosco algumas fotos, enca-
experiência minhando-as para o email:
BRA
SIL
POM

www.pom.org.br

realizada; infancia@pom.org. br

Ir. Patrícia Souza


secretária nacional da Obra da
Infância e Adolescência Missionária
2018
2019 janeiro - abril 19
Pontifícia União Missionária

Seminaristas em missão
E
m sintonia com a caminhada missionária da Igreja no Brasil, as
Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a coordenação nacional
dos Conselhos Missionários de Seminaristas (COMISE), concre-
tizando uma das decisões do Plano Trienal de Ação (2017-2020), têm a alegria
de promover o 3º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas.
Preparado pela coordenação nacional dos COMISEs e as Ponti-
fícias Obras Missionárias (POM), o evento conta com a parceria e o
apoio da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação
Intereclesial da CNBB, Comissão Episcopal para os Ministérios Orde-
nados e a Vida Consagrada, a Organização dos Seminários e Institutos
do Brasil (OSIB) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

1. Objetivos do Congresso: Animar e aprimorar a formação missio-


nária dos futuros presbíteros no Brasil, de maneira que a missão seja
realmente eixo central da formação e os ajude a adquirir um autêntico
espírito missionário;
Em sintonia com a temática do Mês Missionário Extraordinário,
aprofundar a reflexão sobre a missão, com uma ênfase especial sobre
a missão ad gentes;
Proporcionar espaços para a reflexão, vivências, troca de experiên-
cias e celebrações;
Sensibilizar os participantes (seminaristas, reitores e formadores
dos seminários e casas de formação, bispos e convidados) para uma
caminhada sinodal e de comunhão.
2. Metodologia: Ao considerar que cada Congresso objetiva apresen-
tar, debater e extrair conclusões acerca de uma temática central, a pro-
posta é aprofundar a reflexão sobre a temática do Mês Missionário
Extraordinário: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão
no mundo”.
O Congresso prevê também vários tipos de atividades: conferên-
cias, mesas-redondas, palestras, painéis, oficinas. Por isso, para motivar
os trabalhos do evento, serão oferecidas duas conferências principais:
“Iniciação à vida cristã e missão” e “A Igreja de Cristo em missão no
mundo”.
Haverá também dois painéis: “Missão ad gentes” e “Amazônia: No-
vos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, enriquecidos
com testemunhos missionários. Cada participante poderá participar
ainda de dois fóruns e duas oficinas.
O Congresso oportuniza fazer a celebração da caminhada missio-
nária, a vivência da riqueza cultural gaúcha e o fortalecimento do co-
nhecimento recíproco.
3. Tema e lema: “Batizados e enviados: A Igreja de Cristo em missão
no mundo”; Sereis minhas testemunhas até os confins da terra (At 1,8).
4. Data: 10 de julho (início: 18h) - 14 de julho (término: 12h)
5. Local: Santo Antônio da Patrulha (diocese de Osório-RS), no Colé-
gio Santa Teresinha (Irmãs Escolares de Nossa Senhora).
6. Endereço: Rua Marechal Floriano Peixoto, 94 - Cidade Alta.
20 janeiro - abril 2019
Pontifícia União Missionária

7. Deslocamento a Santo Antônio da Partulha-RS: As


viagens até Porto Alegre ficam por conta dos partici-
pantes. Na capital gaúcha, haverá uma equipe local de
acolhida e para a garantia do deslocamento até Santo
Antônio. Se for mais conveniente, o participante pode
ir direto para Santo Antônio, sem passar pela Capital.
8. Vagas para participantes: As 400 vagas foram distri-
buídas para os Regionais, sendo que o número corres-
pondente foi comunicado à coordenação regional dos
COMISEs. Pede-se que, nas inscrições, leve-se em con-
sideração a representatividade das etapas de formação
(propedêutico, discipulado, configuração e síntese voca-
cional), das dioceses e das casas de formação religiosas,
formadores e reitores, bispos e convidados.
9. As inscrições: Devem ser feitas, até 30 de maio,
preenchendo a Ficha de Inscrição.
Como proceder? Abrir o link http://servico.cnbb.org.
br/corporativo/usuario/login para acessar os serviços
prestados pela CNBB e, caso a pessoa não tenha um
perfil já criado no sistema da CNBB, criar um Novo
Usuário. Efetuado o cadastro no sistema, a pessoa vai re-
ceber uma mensagem no e-mail, com o link para acesso
à página “Serviços da CNBB”; após clicar nos “Eventos
da CNBB”, será possível fazer a inscrição ao Congresso.
10. Taxa de participação: R$ 120,00, por participante.
Ao concluir a inscrição, será gerado o boleto bancário
para o pagamento da taxa que dará direito à alimenta-
ção, hospedagem, camiseta, kit e transporte durante o
Congresso.
11. Cartilha de preparação. Para envolver o maior nú-
mero de seminaristas e formadores na reflexão sobre o
tema do Congresso, foi elaborada uma Cartilha com cin-
co encontros. Pede-se que o subsídio seja estudado pelos
seminaristas como preparação ao Congresso. O COMI-
SE assumiu a responsabilidade de distribuir a Cartilha
pelos seminários do Regional.
12. Mais informações: Verificar no Face-
book: Comise Nacional ou solicitar por e-mail:
comisenacional@outlook.com
Esperamos que o 3º Congresso Missionário Nacio-
nal de Seminaristas sirva de estímulo para que seus par-
ticipantes vivam a missão como “uma paixão por Jesus
e, simultaneamente, uma paixão pelo seu povo” (EG
268), durante todo o processo de formação, tanto inicial
como permanente.
Pe. Antônio Niemiec CSsR
Secretário da Pontifícia União Missionária

2019 janeiro - abril 21


Pontifícia União Missionária

Fotos: arquivo pessoal


Ser missionário é
desapegar-se de si
O seminarista Mateus Luis Schäfer, da Diocese de Montenegro como segundos e as semanas como
(RS), partilha sua experiência missionária em Rondônia, parte um dia. Foram muitos sorrisos, tro-
de um Brasil cheio de cores, sotaques e etnias. ca de ideias, novidades e oração;
rostos que marcaram essa bonita

E
ntre os dias 14 de janei- ao encontro do próximo. Um sim- experiência e que nos fizeram ter
ro e 3 de fevereiro deste ples sorriso, um cumprimento, um certeza de que Deus é bom o tempo
ano, tive a oportunidade abraço ou um momento de oração todo!
de participar da VII Experiência davam forças para, debaixo do sol Carrego comigo um sentimen-
Missionária, organizada pelo Semi- ou da chuva, da lama ou do pó, ir- to de profunda gratidão a Deus
nário Maior São João XXIII, locali- mos ao encontro do outro e levar- por acompanhar meu caminho.
zado no distrito de Vista Alegre do mos a Palavra de Deus e esperança Agradeço pelas orações de todos!
Abunã, na Arquidiocese de Porto àqueles que necessitavam. Gratidão às comunidades por nos
Velho, no Estado de Rondônia. Ser missionário é desapegar-se de acolherem tão bem, abrindo as por-
Pelo lema: “Por que razão me si e abrir o coração ao diálogo, para tas para a chegada de missionários!
chamastes?” (At 10, 29b), viajamos poder viver a cultura e a realidade Gratidão às equipes formativas que
cerca de 3.820 quilômetros rumo ao local. A missão proporciona um au- nos ampararam e auxiliaram duran-
destino final, com os corações an- toconhecimento da fé para aquele te todo o tempo.
siosos para conhecer a realidade das que a testemunha. Evangelizamos Sou grato por todas as amizades
comunidades missionárias. A cada e fomos evangelizados. Fomos ins- feitas durante a missão! Obrigado
quilômetro percorrido, conhecíamos trumentos de Deus em meio àquelas por permitirem que a Palavra de
um Brasil cheio de cores, sotaques e pessoas. Agimos com empatia, co- Deus chegasse por meio de nós aos
etnias diferentes; mundos distintos locando-nos no lugar do outro para seus lares; e, por nos fazerem sentir
ao que estávamos habituados. poder estender a mão e ajudar. To- tão bem! Trazemos, na bagagem,
A chegada às áreas missioná- dos os medos se foram, pois sabía- ensinamentos que contribuíram
rias fez-nos conhecer comunidades mos que Deus havia nos chamado e para o nosso crescimento na fé e em
muito acolhedoras e devotas. Cada Nele depositamos nossa confiança. humanidade. Agradeço por serem
lar visitado ao longo da missão, Torna-se necessário abraçar com quem são: Gratidão!
cada momento vivido junto com intensidade a causa missionária.
as comunidades, fez-nos perceber Partimos rumo ao desconhecido, Mateus Luis Schäfer, Seminarista desde o
a importância da fé para um povo. longe de nossos amigos e familia- ano de 2014 e atualmente vivencia a terceira
Conversamos com as pessoas, as co- res, que permaneceram conosco em etapa do Discipulado (Curso de Filosofia -
nhecemos e aprendemos com elas, nossos pensamentos e orações. Foi PUCRS), no Seminário São João Batista,
o que nos tornou pessoas que saem um período onde as horas passavam de Viamão, Rio Grande do Sul
22 janeiro - abril 2019
Oração do mês
missionário 2019
Pai Nosso,
o Teu filho unigênito Jesus Cristo,
ressuscitado dentre os mortos,
confiou aos seus discípulos o mandato:
“Ide e fazei discípulos todos os povos”.
Recorda-nos que, pelo batismo,
tornamo-nos participantes da missão da Igreja.
Pelos dons do Espírito Santo,
concede-nos a graça
de sermos testemunhas do Evangelho,
corajosos e vigilantes,
para que a missão confiada à Igreja,
ainda longe de estar realizada,
encontre novas e eficazes expressões
que levem vida e luz ao mundo.

Batizados e Ajuda-nos, Pai Santo,


a fazer com que todos os povos
possam encontrar-se com o amor

enviados e a misericórdia de Jesus Cristo,


Ele que é Deus convosco, vive e reina
na unidade do Espírito Santo,
A Igreja de Cristo agora e para sempre.
Amém.
em missão no mundo
Quer informação
sem sair de casa?

Saiba como é simples 3.


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