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Bibliografia.
17-05881 CDD-613.2
Índices para catálogo sistemático:
4
Autores:
Jorge Mancini-Filho
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Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes - Ácidos Graxos / ILSI Brasil
ÍNDICE
Introdução 9
1. Estrutura 11
2. Fontes 11
3. Metabolismo 13
4. Funções 16
5. Recomendações 26
6. Novas perspectivas 30
7. Referências bibliográficas 33
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INTRODUÇÃO
A nutrição é um fator de grande importância relacionado com a saúde. Os ácidos
graxos da dieta participam de diversos processos metabólicos e fisiológicos no
organismo humano.
Há relatos de que vivíamos com uma dieta de ω-6 e ω-3 na razão de 1:1; no entanto, nos
dias atuais, a relação desses ácidos graxos na dieta ocidental está em torno de 15-20:1
(Schumacher, 2007).
O ALA é referido como o precursor essencial dos AGPI de cadeia longa ω-3, pois é o pre-
cursor metabólico a partir do qual os AGPI de cadeia longa ω-3 são sintetizados, ou seja,
originando os ácidos graxos eicosapentaenóico (EPA, 20:5 ω-3) e docosahexaenóico (DHA,
22:6 ω-3). A família desses ácidos graxos é definida pela presença da primeira ligação du-
pla no terceiro carbono a partir da extremidade da metila do ácido carboxílico.
Como os mamíferos não conseguem inserir ligações duplas mais próximas que o nono
átomo de carbono (D-9 dessaturase), os AGPI ω-3 não podem ser sintetizados e, conse-
quentemente, devem estar presentes na dieta. Essas características são partilhadas por
outra família de ácidos graxos, os AGPI ω-6, cujo precursor é o LA, originando o ácido
araquidônico (ARA, 20:4 ω-6).
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Como no caso dos ω-3, os AGPI ω-6 são definidos por uma ligação dupla começando no
sexto carbono a partir da extremidade de metila. Como nenhum desses ácidos graxos
pode ser sintetizado, o ALA e o LA são referidos como ácidos graxos essenciais para
mamíferos (Kus et al., 2009; Barceló-Coblijn e Murphy, 2009).
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1. ESTRUTURA
Os ácidos graxos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) são ácidos graxos
que possuem 20 e 22 átomos de carbonos, com cinco e seis duplas ligações, respectiva-
mente (Figura 1).
Figura 1. Estrutura dos ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa ω-3. A-) ácido
docosahexaenoico (DHA); B-) ácido eicosapentaenoico (EPA).
2. FONTES
Os ácidos graxos EPA e DHA podem ser obtidos pela dieta através de diversas fontes,
entre elas:
- Marinha: As fontes mais ricas de ω-3 são os peixes e seus derivados. O óleo de peixe
(tal como de atum, salmão ou arenque) apresenta níveis estimados entre 862 e 1840
mg/100 g de EPA e DHA. O DHA é o principal AGPI ω-3, correspondendo em média a
65% do total de AGPI-CL ω-3. Cabe ressaltar que muitas das variedades mais popula-
res, tais como camarão, badejo, bagre, bacalhau, mariscos, caranguejos, ostras e tilá-
pia, apresentam menor quantidade de DHA.
- Terrestre: Os ácidos graxos EPA e DHA não são comumente encontrados em produ-
tos cárneos. Porém, todos os animais possuem AGPI ω-3 como parte dos fosfolipídios
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- Fontes alternativas alimentares: além dos alimentos que contêm EPA e DHA, há um
crescente movimento no mercado para enriquecer ou fortificar alimentos com AGPI
ω-3, em especial o DHA. A lista de alimentos enriquecidos e seus níveis estão na tabela
1. As formas de enriquecimento de alimentos com AGPI ω-3 são:
Uma fonte de DHA de algas é o óleo DHASCO -T, que é um triglicerídio produzido
pelo processo de fermentação mediado pela microalga Crypthecodinium cohnii. Esse
óleo contém cerca de 40% de DHA em peso e nenhuma outra quantidade apreciável
de quaisquer ácidos graxos poli-insaturados (AGPI).
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Esse óleo tem sido estudado extensivamente em ensaios clínicos em adultos, crianças
e bebês, e tem sido usado comercialmente como fonte de DHA em fórmulas infantis
nos Estados Unidos e ao redor do mundo.
Outro óleo com DHA produzido por algas é o DHASCO1-S, um dos triglicerídeos pro-
duzido pela microalga Schizochytrium sp. Esse óleo também contém cerca de 40% de
DHA, mas contém adicionalmente cerca de 15% de AGPI ω-6 (ácido docosapentae-
noico) (22:5 n-6, DPA) e 2,5% de ácido eicosapentaenoico (20:5 n-3, EPA).
As algas produtoras do óleo têm sido usadas como complemento de alimentação animal
em aplicações para melhorar o nível de DHA nos ovos. O óleo DHASCO-S foi aprovado
pelo FDA para uso na fortificação de alimentos em níveis de até 1,5 g de DHA por dia.
3. METABOLISMO
Os ácidos linoleico (LA, 18:2 e ω-6) e α-linolênico (ALA, 18:3 ω-3) são os principais áci-
dos graxos essenciais na dieta. O LA e o ALA não são intercambiáveis, mas podem ser
alongados e desnaturados no organismo pelos mesmos sistemas de enzimas usados
para ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (AGPI-CL) ω-6 e ω-3.
A importância dos AGPI-CL tem sido relacionada às suas ações estruturais, à sua in-
teração com proteínas específicas da membrana e à sua capacidade de servir como
precursores de segundos mensageiros.
Esses compostos têm diversas funções biológicas, entre elas crescimento e desenvolvi-
mento celulares e processos relacionados à inflamação e ao sistema cardiovascular, en-
quanto o DHA está envolvido principalmente na sensibilidade da retina e nas funções
cerebrais.
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Figura 2. Metabolismo dos ácidos graxos de cadeia longa (adaptado de Kus, 2009).
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A conversão de ALA em EPA e DHA parece ser mais eficiente em mulheres do que em
homens. Nos homens, a conversão de ALA em EPA foi relatada como estando entre 0,3 e
8% e a conversão em DHA foi de 1%, enquanto que, em mulheres, foram relatados até 21%
de conversão em EPA e até 9% de conversão em DHA.
Tem-se sugerido que a maior taxa de conversão em mulheres pode ser devida à sua maior
necessidade de produzir AGPI ω-3 durante a gravidez e a lactação (Baker et al., 2016).
Apesar da baixa taxa de conversão do ALA em EPA e DHA, estudos em animais e hu-
manos indicam que, no caso de dietas contendo apenas ALA como fonte de ω-3, os
ácidos graxos precursores limitam a quantidade de EPA e DHA, resultando em menor
teor desses ácidos graxos nos tecidos e no plasma, com um aumento da oferta de ALA
na dieta indicando aumento nas quantidades de ALA e EPA no plasma e tecidos, mas
não tendo efeito na concentração plasmática de DHA.
A ingestão de óleo de peixe ou de concentrados contendo tanto EPA como DHA re-
sulta em aumento da incorporação de ambos os ácidos graxos em lipídios plasmáticos,
uma medida da biodisponibilidade dos compostos administrados.
Essas diferenças indicam o metabolismo diferente do DHA e do EPA, bem como me-
canismos de transporte específicos para esses ácidos graxos em vários tecidos do or-
ganismo. O EPA se acumula proporcionalmente ao seu conteúdo na dieta, exceto no
caso das frações de triacilglicerídios e fosfolipídios no fígado, sugerindo uma saturação
em caso de maior ingestão de EPA. Verificou-se uma dose de resposta linear no caso
da maioria dos tecidos, exceto quanto aos lipídios do tecido adiposo e aos fosfolipí-
dios do cérebro.
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Assim, nos seres humanos adultos, o tecido adiposo corresponde a cerca de 15-25%
do peso corporal, com apenas aproximadamente 70% desse valor correspondendo
a lipídios. Assim, o tecido adiposo é conhecido como regulador de AGPI-CL em lac-
tantes, evitando grandes flutuações das concentrações de AGPI-CL no leite materno.
4. FUNÇÕES
4.1. Saúde mental
A demência é definida como uma perda de cognição suficiente para interferir na fun-
ção diária. A principal forma de demência é a doença de Alzheimer (DA), que repre-
senta 60-80% dos casos e afeta 10-13% da população com 65 anos de idade.
Até o momento não há cura para a DA, não existe uma estratégia de prevenção
amplamente aceita e não há nenhum tratamento eficaz.
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- Existe a possibilidade de uma relação direta entre ácidos graxos ômega-3 e me-
canismos neuroquímicos específicos envolvidos no desenvolvimento da doença de
Alzheimer (Phillips, 2017).
Nas últimas três décadas vários estudos tem relatado que a dieta habitual é relevante
para a etiologia dos transtornos depressivos.
Além disso, diversos cientistas sugerem que a deficiência de AGPI ω-3 pode aumentar
o risco de suicídio e doença cardiovascular, duas causas princiapis de mortalidade pre-
matura em pacientes com transtorno depressivo (McNamara, 2016).
No estudo CHAP (The Chicago Haelth and Aging Project), com 3718 pessoas, a taxa
anual de declínio cognitivo medida durante 6 anos ficou reduzida em 10 e 13%, respec-
tivamente, no caso de pessoas que consumiram 1 e 2 refeições com peixe, quando
comparada com a de pessoas que consumiram peixe com menos frequência.
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Em um estudo feito na Holanda, onde o consumo de peixes ricos em ω-3 é baixo, De-
vore e colaboradores (2009) não obtiveram uma relação entre o consumo moderado de
peixes e o risco de desenvolver demência em idosos; entretanto, salientaram que essa
relação foi observada em um estudo anterior.
Em um estudo realizado por Burckhardt et al. (2016), foram realizados três ensaios
randomizados controlados por placebo que investigaram a suplementaçãos de AGPI
ômega-3 em 632 participantes com DA leve a moderada ao longo de 6, 12 e 18 meses.
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A depressão materna pode ter uma influência prejudicial significativa tanto em mães
como em crianças. De acordo com o estudo SYNCHRO, os AGPI ω-3 podem ser uma
alternativa segura para mulheres grávidas com sintomas depressivos, pois o uso de
antidepressivos traz efeitos nocivos.
Dois estudos randomizados controlados verificaram a eficácia dos AGPI ω-3, principal-
mente o EPA, para a depressão na gravidez (Nishi et al., 2016).
O National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI) recomenda aumentar o consumo
de AGPI ω-3 através da ingestão de frutos do mar para a prevenção de doenças car-
diovasculares (DCV).
Atualmente, tanto a International Society for the Study of Fatty Acids and Lipids (ISS-
FAL) quanto a American Heart Association (AHA) recomendam a suplementação de
ω-3 (0,5 e 1 g/d, respectivamente) para pacientes com doenças cardiovasculares, ci-
tando benefícios como redução de triglicérides, prevenção de arritmias e prevenção
da aterosclerose.
A insuficiência cardíaca (IC) afeta aproximadamente 5,7 milhões de pessoas nos Esta-
dos Unidos, com um custo anual de cerca de 30 bilhões de dólares, e estima-se um
aumento para quase 9 milhões de pessoas até 2030, a um custo de quase 80 bilhões
de dólares.
Apesar de uma terapia farmacológica bem definida, a taxa de mortalidade nos últimos
cinco anos ainda é superior a 50%. Além disso, a taxa de mortalidade por IC não di-
minuiu em anos, destacando a necessidade de novas opções terapêuticas.
Os AGPI ω-3 (EPA e DHA) são importantes reguladores da saúde cardiovascular. Vários
ensaios clínicos demonstraram que os AGPI ω-3 conferem um benefício de sobrevivên-
cia na doença cardíaca coronariana (DC) ao prevenir a morte súbita e, mais recente-
mente, os ensaios clínicos indicaram que esses ácidos graxos podem melhorar os re-
sultados na IC (O´Connell et al., 2017).
O efeito mais consistente do consumo de AGPI-CL ω-3 é reduzir a morte cardíaca, com
base em forte evidência de numerosos estudos de coorte em populações geralmente
saudáveis, um estudo retrospectivo de caso-controle de MSC (21) e 4 grandes ensaios
clínicos controlados com peixe ou óleo de peixe em pacientes com e sem doença
cardíaca conhecida.
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Estudos in vivo em ratos, cães e primatas e experimentos in vitro indicam que, em doses
de 1 g/dia na dieta, o principal efeito cardiovascular de EPA + DHA é reduzir o risco de
doença coronariana fatal, provavelmente através da redução de arritmias cardíacas.
A mortalidade cardíaca fica reduzida em 35% com o consumo de EPA + DHA (250-500
mg/dia), um efeito comparável ao uso de um medicamento como a estatina. Metanálises
indicam um risco 30% menor de AVC isquêmico com o consumo de peixe uma vez por
semana; no entanto. pode-se não observar nenhum efeito com o consumo de óleo de
peixe (Harris et al., 2009).
Aterogênese Angina
(anos)
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Beydoun et al. (2007) concluíram que dietas ricas em ácidos graxos de origem marinha
deve ser consideradas para indivíduos de meia-idade.
Em um estudo realizado por Sun et al. (2008), o Nurses’ Health Study, com 32826 par-
ticipantes, verificou-se que as concentrações plasmáticas de DHA e EPA estão asso-
ciadas com menor incidência de infarto do miocárdio não fatal entre as mulheres da
Comunidade Europeia; esses resultados sugerem que as concentrações sanguíneas
de cada AGPI-CL ω-3 refletem tanto na ingestão alimentar quanto nas influências
metabólicas e têm também importantes efeitos biológicos.
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Do ponto de vista clínico, esses resultados indicam que EPA + DHA podem estar
associados a uma redução do risco de DCV em maior proporção em populações
com níveis elevados de triglicerídeos ou LDL-colesterol, fatores de risco que afetam
uma porção significativa da população mundial.
Além disso, outros estudos anteriores realizados por esse grupo de pesquisa sugerem
que há uma possível mediação através de Ffar4, um receptor acoplado à proteína G
(GPR), para ácidos graxos de cadeia longa, identificando-se assim um mecanismo mo-
lecular inteiramente novo para explicar a cardioproteção mediada por AGPI ω-3. Para
os autores, um desafio clínico urgente consiste em continuar a definir o benefício da
terapia dos AGPI ω-3.
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Análises recentes sugerem que as falhas clínicas atuais podem ser atribuíveis à inca-
pacidade de se atingir uma concentração terapêutica desses ácidos graxos, ou seja,
devem-se levar em consideração os níveis terapêuticos dos AGPI em vez das dosagens
administradas (O´Connell et al., 2017).
Por essa razão, é crítico que a incorporação de ácidos graxos ω-3 e ω-6 ocorra durante
a embriogênese e os estágios de desenvolvimento pós-natais. Em humanos, esse pro-
cesso ocorre durante o último trimestre e os primeiros 6-10 meses após o nascimento.
A composição dos ácidos graxos do leite materno varia de acordo com a dieta, mas
contém em média DHA (0,3-0,6%), ARA (0,4-0,7%), LA (8-17%) e ALA (0,5-1 %). Todos
esses ácidos graxos são bem absorvidos e prontamente utilizados pelos bebês.
Vários estudos têm demonstrado que a falta de DHA na fórmula infantil leva a níveis
mais baixos de DHA no cérebro, hemácias e plasma infantis (Dutra-Roy et al., 2000;
Carlson et al., 2009; Barceló-Coblijn e Murphy, 2009).
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A razão dessa diferença pode ser que a neurogênese se encontra quase completa na
fase pré-natal, enquanto a gliogênese e a mielinização ocorrem após o nascimento
(Barceló-Coblijn e Murphy, 2009; Calder, 2016).
O acúmulo desses ácidos graxos no sistema nervoso central ocorre durante o desen-
volvimento fetal, principalmente através da transferência placentária de origem ma-
terna e, na infância e na primeira infância, este ocorre a partir de fontes maternas; as
fontes pós-natais são através de leite materno ou fórmula artificial.
Os resultados dos estudos mencionados não permitem uma extrapolação para a in-
gestão diária. Eles sugerem que a presença máxima de DHA (0,35%) na fórmula infantil
pode trazer benefícios ao organismo.
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Estudos em macacos rhesus deficientes em ω-3 mostraram que sua alimentação com
uma dieta contendo ALA como único ácido graxo ω-3 restaura os níveis plasmáticos,
das hemácias e do cérebro de ω-3, mas o conteúdo de DHA na retina não é total-
mente restaurado, contribuindo para uma recuperação incompleta da acuidade visual,
causada pela restrição desse ácido graxo.
Esse ponto é importante, pois demonstra dois conceitos muito importantes. Primeiro,
que o ALA é mais do que adequado para restaurar os níveis de DHA em um primata
jovem. Segundo, que o sistema visual pode ter uma necessidade especial com relação
ao próprio DHA e que o ALA dietético não pode ser convertido para formar DHA nos
tecidos dos olhos (Barceló-Coblijn e Murphy, 2009).
Além disso, as concentrações de DHA no leite humano e nas atuais fórmulas infantis
não compensam o déficit de DHA que pode ocorrer durante o primeiro mês de vida.
No entanto, o conteúdo atual de DHA no leite de mulheres que vivem em países oci-
dentais ou de fórmulas infantis é incapaz de cumprir a exigência de DHA em lactentes
prematuros.
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5. RECOMENDAÇÕES
Diversas organizações de todo o mundo divulgam recomendações de ingestão de
EPA, DHA e peixe (esses dados podem ser visualizados nas tabelas 3 e 4), tendo como
objetivo a redução do risco de doença coronariana e de triglicerídeos (TG), além de
recomendações para consumo de DHA por mulheres grávidas, bebês e vegetarianos.
Essa recomendação representa a ingestão média atual de EPA e DHA nos Estados
Unidos (ou seja, cerca de 100 mg/dia), que é muito inferior ao que muitos grupos no
mundo estão recomendando atualmente.
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Nos níveis de ingestão observados, o consumo de AGPI ω-3 não foi associado a efeitos
adversos em crianças ou adultos saudáveis.
6. NOVAS PERSPECTIVAS
O estudo de revisão sobre a suplementação de AGPI ω-3 para controle de doenças
infecciosas (Hudson et al., 2016) demonstrou que a ingestão desse ácido graxo pode
ser benéfica ou deletéria na prevenção e no controle de algumas doenças.
Uma dose diária de 500 mg/dia de EPA + DHA para seres humanos saudáveis
melhora o resultado de infecções causadas por agentes patogênicos extracelula-
res oportunistas, que induzem uma resposta inflamatória forte e liberam toxinas
que prejudicam células e tecidos (P. aeruginosa, S. aureus, H. pylori) ou agentes
patôgenicos que possuem cápsula (S. pneumonia, E. coli, Streptococcus B), a
qual protege o patógeno contra a fagocitose no início da resposta imune inata.
Nesses casos, os efeitos benéficos dos AGPI ω-3 podem resultar de suas proprie-
dades anti-inflamatórias, que limitam o dano tecidual associado ao patógeno e a
resposta inflamatória.
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A suplementação de AGPI ω-3 durante uma infecção pode se revelar prejudicial devido
às suas propriedades anti-inflamatórias. A dose e o momento da sua ingestão parecem
ser essenciais para se alcançar esse equilíbrio.
Em alguns casos, usou-se o AGPI ω-3 com sucesso no tratamento de uma infecção
cutânea tópica. Outros estudos clínicos mostram que a ingestão de AGPI ω-3 reduz a
incidência de infecção pneumocócica em idosos.
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36
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DIRETORIA/CONSELHO
Presidente do Conselho Científico Vice-Presidente do Conselho
e de Administração Científico e de Administração
- Dr. Franco Lajolo (FCF - USP) - Dr. Flavio Zambrone (IBTOX)
37
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Empresas Mantenedoras da
Força-Tarefa Alimentos Fortificados e
Suplementos 2017
Ajinomoto do Brasil
Amway do Brasil
BASF S/A
Danone Ltda.
DSM Produtos Nutricionais Brasil S.A.
Herbalife International do Brasil Ltda.
Kerry do Brasil
Pfizer Consumer Healthcare
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