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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA

FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL – FENAV

GABRIEL CAMINHA DOS SANTOS


LUCAS VIEIRA TIRADENTES
WILLIAM LOPEZ VARGAS

RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS DE MÁQUINAS NAVAIS II

BELÉM, PA
2019
GABRIEL CAMINHA DOS SANTOS
LUCAS VIEIRA TIRADENTES
WILLIAM LOPEZ VARGAS

RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS DE MÁQUINAS NAVAIS II

Trabalho apresentado como requisito parcial para


obtenção da aprovação na disciplina Máquinas Navais II,
no curso de Engenharia Naval da Universidade Federal
do Pará.

BELÉM, PA
2019
SUMÁRIO

1 Questões ................................................................................................3
1.1 Questão 01 – Balanço elétrico ......................................................................... 3
1.2 Questão 02 – Fundeio e amarração ................................................................. 4
1.3 Questão 03 – Bombas e lastro ......................................................................... 5
2 Respostas...............................................................................................7
2.1 Questão 01 – Balanço elétrico ......................................................................... 7
2.2 Questão 02 – Fundeio e amarração ................................................................. 9
2.3 Questão 03 – Bombas e lastro ....................................................................... 15
3 Anexos ..................................................................................................18
3.1 Anexo A – Tabelas da questão 01 ................................................................. 18
3.2 Anexo B – Figuras da letra F da questão 02 ................................................. 23
3.3 Anexo C – Diagrama de Moody ..................................................................... 24
1 Questões

1.1 Questão 01 – Balanço elétrico


Preencha a planilha balanço elétrico da norma Normam 03.092 ou NBR 7567
NOV/1982 – Execução de Balanço Elétrico e selecione os geradores Wartsila levando em
conta os percentuais de utilização de carga e reserva de carga.
Com a planilha preenchida, preencha a planilha resumo e selecione os grupos
geradores com o catálogo Wartsila ou outro mostrando:
• Modelo do grupo;
• Capacidade em kW;
• Quantidade utilizada nas operações de carga;
• Percentuais de utilização e reserva de carga.

As tabelas de equipamentos estão dispostas no Anexo A.


1.2 Questão 02 – Fundeio e amarração
Determinar o sistema de fundeio e amarração para uma embarcação com os
seguintes dados:

𝑘=1
𝑛 = 0,1
𝑚=2
Δ = 7700 𝑡
𝐵 = 20 𝑚
ℎ = 8.98 𝑚
𝐴 = 307,9 𝑚²
Ou seja, deve-se determinar:
• Ancoras
• Linhas de ancoragem
• Molinete
• Escovém
• Gateira
• Paiol de amarras
• Beiço
1.3 Questão 03 – Bombas e lastro
Considere que os tanques de lastro de um navio têm volume total de 75300 m3.
• n = número de bombas de lastro em operação = 2 e uma de reserva.
• k = coeficiente de perda de carga do sistema = 0,9
• t = tempo de carga/descarga em horas = 25
• g = massa específica da água salgada em t/m³ = 1,025

A partir dos dados acima, determine:


a) A vazão de cada bomba (m3/h)

b) Fixando uma velocidade de bombeamento(V) de 3,5 m/s, determine o diâmetro(D)


da tubulação de lastro em m utilizando as equações:

4𝑄(𝑚3 /𝑠))
𝐷(𝑚) = √
𝜋 𝑉(𝑚/𝑠)

c) O comprimento dos trechos retos da tubulação de lastro é de 300m e no nível de


detalhamento inicial do projeto não é possível identificar as perdas de carga,
adotando-se um fator de 40% do comprimento de trechos retos para estimativa das
perdas. Determine o comprimento equivalente da tubulação considerando as
perdas de carga;

d) A altura de elevação (m) das bombas de lastro. Considerar para o caso mais crítico
que a altura de sucção (ZA) é igual ao calado máximo carregado de 8 metros e a
superfície de descarga no interior do tanque (ZB) é de 30m. Utilizar as expressões:

ZA e ZB = elevações das superfícies de sucção e descarga em m, respectivamente;


VA ≈ VB = 0 (velocidade das superfícies de sucção e descarga, respectivamente);
PA = PB = patm (pressão nas superfícies de sucção e descarga, respectivamente);
g = aceleração da gravidade;
γ = peso específico N/m3=1025.9,81;
hC = a perda de carga na tubulação em m, dada por:

O fator de atrito f deverá ser retirado do diagrama de Moody, considerando-se a rugosidade média para o
aço (e), que é 0,0015, e calculando-se uma rugosidade relativa (e/D).
O número de Reynolds é dado por:

Onde:
V é a velocidade de bombeamento do lastro (3.5 m/s);
D é o diâmetro da tubulação, m;
ν é a viscosidade cinemática da água (1,01.10-6 m2/s).
e) Potência das bombas de lastro;
A potência de cada bomba de lastro é dada pela equação:
1025 9,81
⏞ 𝑘𝑔 ⏞ 𝑚 𝑚3
𝜌 ( 3 ) 𝑔 ( 2 ) 𝑄 ( 𝑠 ) 𝐻(𝑚)
𝑚 𝑠
𝑃𝐵𝐿 (𝑘𝑊) = = 𝑘𝑊
1000𝜂
𝜂 = 0,7

f) Selecione as bombas de lastro pelo diagrama.

As figuras estão dispostas no Anexo B

g) Determine a vazão da bomba de esgoto (m³/h) se a velocidade de bombeamento


de esgoto é de 2m/s.

O diâmetro da rede de esgoto é determinado pela equação (SOLAS):

𝑑(𝑚𝑚) = 25 + 1,68√𝐿(𝐵 + 𝑃)
𝐿 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 (𝑚)
𝐵 = 𝑏𝑜𝑐𝑎 (𝑚)
𝑃 = 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 (𝑚)
Considere que 𝐿 = 240𝑚; 𝐵 = 36 𝑚; 𝑒 𝑃 = 22𝑚.

h) Determine a potência da bomba de esgoto para as seguintes condições:


A altura de elevação (m) das bombas de esgoto é dada pela expressão:

𝑍𝐴 𝑒 𝑍𝐵 = elevações das superfícies de sucção e descarga em m, respectivamente;


𝑉𝐴 ≈ 𝑉𝐵 = 0 (velocidade das superfícies de sucção e descarga, respectivamente);
𝑃𝐴 = 𝑃𝐵 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 (pressão nas superfícies de sucção e descarga, respectivamente);
g = aceleração da gravidade;
γ = peso específico N/m3=1025.9,81;
ZA=2,5 m
ZB=13 m
𝑓 = 0,016
𝐿𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 292 𝑚
ℎ𝐶 = a perda de carga na tubulação em m, dada por:

𝜂 = 0,7
1025 9,81
⏞ 𝑘𝑔 ⏞ 𝑚 𝑚3
𝜌 ( 3 ) 𝑔 ( 2 ) 𝑄 ( ) 𝐻(𝑚)
𝑚 𝑠 𝑠
𝑃𝐵𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 (𝑘𝑊) = = 𝑘𝑊
1000𝜂
2 Respostas
2.1 Questão 01 – Balanço elétrico
A partir dos dados fornecidos, uma planilha em Excel foi criada com o intuito de
realizar as contas necessárias. Abaixo é mostrada uma imagem ilustrativa da planilha.
Figura 1 - Quadro dos equipamentos e seus consumos de potência

Fonte: Autor, 2019

Lembrando que se deseja encontrar:


• Modelo do grupo;
• Capacidade em kW;
• Quantidade utilizada nas operações de carga;
• Percentuais de utilização e reserva de carga.

Assim, após realizar as somas das potências utilizadas pelos diferentes grupos de
equipamentos, chega-se ao seguinte resumo:
Figura 2 – Resumo de utilização das potências
N O M A R EM C A RGA E NO PORT O L I M P EZ A
GRUPO C L A SSIFIC A Ç Ã O
ESSENCIAL NORMAL M A NOBRA DES C A RG A F UNDEA DO D E T Q S.
1 Praça de Máquinas (serviço contínuo) 148.2 176.5 168.7 51.7 51.3 168.7
2 Praça de Máquinas (serviço intermitente) 1.6 10.1 434.4 425.4 11.5 10.1
3 Praça de Máquinas (diversos) 49.5 50.2 66.7 66.7 48.6 83.6
4 Ar condicionado / Ventilação / Aquecimento 0.0 83.9 83.2 82.3 82.3 83.9
5 Frigoríficas de Provisões (equipamentos) 13.4 13.4 13.4 13.4 13.4 13.4
6 Frigoríficas de Carga (equipamentos) 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
7 DP / Máquinas de Convés 3060.0 3060.0 7200.0 7200.0 0.0 3060.0
8 Cozinha / Copa 0.0 38.1 38.1 38.1 38.1 38.1
9 Lavanderia 0.0 3.3 0.0 3.3 3.3 3.3
10 Oficinas 0.0 12.7 0.0 15.3 15.3 12.7
11 Iluminação 41.7 41.7 51.1 51.1 51.1 41.7
12 Equipamentos Náuticos e de Auxílio à Navegação 9.5 12.0 12.2 8.1 7.6 12.0
13 Instalações Diversas e/ou Especiais 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0

T O T A L D O S G R U P O S 3323.9 3501.9 8067.9 7955.4 322.5 3527.5

Fonte: Autor, 2019

Sendo assim, tem-se que a potência máxima demandada dos geradores é de:

8087,8 𝑘𝑊

Ressaltando-se que está potência pode ser dividida para vários geradores. Também
é válido notar que essa potência indica um caso extremo de utilização, sendo que na
prática, enquanto o navio estiver navegando em condições normais, a potência demandada
gira em torno de 3500 𝑘𝑊
Em posse das potências demandadas, deve-se checar junto ao catálogo da
fornecedora de geradores, sendo a Wartsila a empresa escolhida para este caso. Desse
modo, a partir dos modelos disponíveis pela empresa, o modelo selecionado foi o indicado
na figura abaixo:
Figura 3 – Lista de geradores da Wartsila

Fonte: Wartsila, 2019

Sendo assim, o navio será composto por:


• Quantidade de geradores: 2
• Modelo do gerador: Wartsila 8V31DF, 50 Hz, 750 rpm
• Potência do gerador: 4225 KW
• Potência total do navio: 8450 kW

Apresenta-se abaixo uma tabela relacionando o percentual de uso de operações


rotineiras em relação ao potencial elétrico nominal do navio:
Operação Potência utilizada Percentual
No mar 3500 𝑘𝑊 41,44 %
Em manobra 8067 𝑘𝑊 95,47 %
Carga/Descarga 7955 𝑘𝑊 94,14 %
Fundeio no porto 322 𝑘𝑊 3,81 %
Limpeza de tanques 3527 𝑘𝑊 41,74%

Por fim, abaixo encontra-se uma representação ilustrativa do gerador:


Figura 4 – Imagem do gerador selecionado

Fonte: Wartsila, 2019


2.2 Questão 02 – Fundeio e amarração

Numeral de equipamento

A partir dos dados da questão, determinando o numeral de equipamento, tem-se:


2
𝑁𝐸 = 𝑘 Δ3 + 𝑚 𝐵 ℎ + 𝑛 𝐴
2
𝑁𝐸 = 1 ∗ 77003 + 2 ∗ 20 ∗ 8,98 + 0,1 ∗ 307,9 = 779,92
Através deste parâmetro podemos extrair a quantidade e as especificações dos
equipamentos necessários para a ancoragem e amarração da embarcação da tabela
adquirida na regra DNV. Esta tabela encontra-se abaixo com o valor em destaque:
Figura 5 – Relação entre NE e âncora selecionada

Fonte: DNV

Vale a ressalva de que como o NE encontrado está no limite entre duas categorias,
escolheu-se a categoria superior, de forma a prevenir um dimensionamento abaixo do
indicado.

Condições para âncoras e linhas de ancoragem


Agora, iremos selecionar nossas âncoras e linhas de ancoragem. A embarcação
necessita de duas âncoras com 2460kg de massa cada uma. De acordo com a regra, as
massas das âncoras devem ter, no mínimo, o valor da massa especificada e no máximo
7% a mais que o valor especificado.

2460 < 𝑀â𝑛𝑐𝑜𝑟𝑎 < 2632,2

A partir de agora, torna-se necessária o dimensionamento do diâmetro (dC) das


linhas de ancoragem (“Stud – link chain cable – Diameter and steel grade”), que foi
escolhido no valor de 50mm da classe NVK1. Segundo o regulamento, a manilha da âncora
não deve ter o seu diâmetro (dP) menor que 1,4 vezes o valor da linha de ancoragem.

𝑑𝑝 > 1.4 𝑑𝐶 → 𝑑𝑝 > 70 𝑚𝑚


Âncoras
Com o valor da massa e as características das âncoras adquiridos, podemos partir
para a busca destas nos sites das empresas fornecedoras. Foi encontrado no site da
empresa de ancoragem Sotra um catálogo de âncoras com diversos pesos e diâmetros. A
partir daí pudemos escolher a âncora do tipo Stockless, modelo Hall. Temos, abaixo, as
especificações da âncora escolhida.
Figura 6 – Lista de âncoras

Fonte: Sotra

Ou seja, a âncora escolhida atende às duas condições impostas: peso e diâmetro da


linha. Abaixo encontra-se uma ilustração da âncora:
Figura 7 – Âncora selecionada

Fonte: Sotra
Linhas de ancoragem
No site da Sotra pôde-se também determinar as linhas de ancoragem, sendo
mostrada na figura a seguir:
Figura 8 – Linha de ancoragem

Fonte: Sotra

Para o cálculo do peso da âncora, realizou-se o procedimento adotado pela DNV, a


qual restringe que os carreteis de armazenamento das linhas de ancoragem devem
comportar no máximo 27,5 𝑚 de linha. Lembrando que o a partir do número de equipamento
notou-se que são necessários 467,5 𝑚 de comprimento total de linhas de ancoragem,
sendo este comprimento dividido para duas âncoras, logo resultando 233,75 𝑚 para cada
uma das âncoras.
Por fim, calcula-se o peso das linhas de ancoragem, a partir da informação de massa
por comprimento do fabricante, que é 57 𝑘𝑔/𝑚.
467,5 𝑘𝑔
𝑚𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = 57 ∗ = 1480,42
18 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑒𝑡𝑒𝑙
𝑚𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = 1480,42 ∗ 18 = 26647,5 𝑘𝑔
Molinete
Para seleção do molinete foi necessário, primeiramente, calcular qual a força
necessária para levantar as âncoras. Com a força calculada é possível, junto a catálogos
de fabricantes, selecionar o molinete.
A fim de determinar a capacidade do molinete devemos considerar que este irá
suportar apenas 20% do peso da linha de ancoragem, levando em conta que o restante da
linha esteja no fundo do mar. Como este equipamento deve suportar o peso das linhas das
duas âncoras, então será considerado o peso total das linhas para os cálculos (26,65
toneladas). Devemos ainda considerar o peso das âncoras para os cálculos.
Sendo assim, realizando os cálculos indicados pela classificadora, temos os
seguintes resultados:
𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑜𝑙𝑖𝑛𝑒𝑡𝑒 = 0,2 ∗ 26,65 + 2 ∗ 2,46 = 10,25 𝑡
𝐹 = 4,25 ∗ 502 = 10625 𝑘𝑔𝑓 = 1062,5 𝑁
𝐹 = 6,4 ∗ 502 = 16000 𝑘𝑔𝑓 = 1600 𝑁
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑎 = 6,18 ∗ 502 = 15450 𝑘𝑔𝑓 = 1545 𝑁
A partir dos resultados obtidos e verificando o catálogo da fabricante Rolls Royce,
foi escolhido o seguinte molinete:
Figura 9 – Lista de molinetes

Fonte: Rolls Royce

Escovém
Para a determinação do diâmetro do escovem foi utilizada como base a apostila do
professor Moraya. Nesta apostila há uma estimativa de que esta dimensão deve ter de 9 a
11 vezes o diâmetro da linha de ancoragem. Utilizaremos, para a estimativa, o valor médio
de 10 vezes o diâmetro das amarras de aço.
𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑣𝑒𝑚 = 10 ∗ 𝑑𝐶 = 10 ∗ 0,05 = 0,5 𝑚
Logo, o diâmetro do escovem de nossa embarcação será de 0,5 metros.
Gateira
Gateira é o orifício onde a linha de ancoragem irá passar até o convés. A estimativa
do diâmetro da gateira foi feita através da apostila do professor Moraya, sendo entre 6,5 e
7 vezes o valor do diâmetro da linha de ancoragem.
𝐷𝑔𝑎𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 = 7 ∗ 0,05 = 0,35 𝑚

Logo, o diâmetro da gateira será igual a 0,35 metros.


Deve-se calcular, ainda, a altura sob a extremidade da gateira. A fórmula para este
cálculo também se encontra na apostila do professor Moraya:
11 𝑑2 𝐿 11 ∗ 0,052 ∗ 233,75
ℎ𝑔𝑎𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 = 36 ∗ 𝑑𝑐 + = 36 ∗ 0,05 + = 2,71 𝑚
𝜋 𝑟2 𝜋 ∗ 1,52
Onde,

dC = diâmetro da linha de ancoragem;

L = comprimento da linha (metade do comprimento total) = 233,75 m;

r = raio mínimo do paiol de amarras.

Figura 10 – Ilustração da Gateira

Fonte: Autor
Paiol de amarras
É necessário o dimensionamento do paiol de amarras para que este seja capaz de
resguardar toda a linha de ancoragem. Este paiol de amarras deve ter capacidade para
armazenar os 18 carretéis calculados anteriormente. Para isto, foi utilizado o livro “arte
naval”, capítulo 10, que oferece uma fórmula para a estimativa do volume necessário para
o armazenamento.
𝐿 𝑑 2 255,46 ∗ 1,9692
𝑉= = ∗ 0,028 = 13,87 𝑚³
𝑐 2
Onde,
V = Volume do paiol (pés cúbicos);
L = comprimento da linha, em braças = 467,5/1,83 = 255,46 braças;
d = Bitola da amarra, em polegadas = 5/2,54 = 1,969 polegadas;
c = coeficiente de amarração (=2 para amarração no caso típico).
Utilizando as seguintes conversões de unidades podemos realizar os cálculos
propostos.

Beiço
O cálculo do diâmetro do beiço foi obtido através da Apostila de Construção Naval I
do Professor Moraya como mostrado a seguir.
5,8 ∗ 𝐷𝑎𝑚𝑎𝑟𝑟𝑎 < 𝐷𝑏𝑒𝑖ç𝑜 < 7 ∗ 𝐷𝑎𝑚𝑎𝑟𝑟𝑎

Onde:
𝐷𝑏𝑒𝑖ç𝑜 : Diâmetro do Beiço em mm

𝐷𝑎𝑚𝑎𝑟𝑟𝑎 : Diâmetro da Amarra em mm


290 < 𝐷𝑏𝑒𝑖ç𝑜 < 350

Optou-se por um beiço com diâmetro de:


𝐷𝑏𝑒𝑖ç𝑜 = 300 𝑚𝑚
2.3 Questão 03 – Bombas e lastro
Para a resolução da questão 03 foi desenvolvida uma planilha Excel, disponibilizada
em anexo, de forma a facilitar os cálculos e a posterior confirmação de resultados. Sendo
assim, neste documento serão colocadas diretamente os resultados obtidos na planilha.

Item Símbolo Valor Unidade


Numero de bombas de lastro em operacao N1 2 ----
Numero de bombas de lastro reservas N2 1 ----
Coeficiente de perda de carga do sistema k 0.9 1
Tempo de carga/descarga t 25 h
Volume dos tanques de lastro V 75300 m³

Viscosidade cinemática da água v 1.01E-06 m²/s


Massa específica da água salgada r 1025 kg/m³
Peso específico da água y 10055.25 N/m³
Aceleração da gravidade g 9.81 m/s²

A) Vazão de cada bomba

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 75300 𝑚3
𝑄= = = 3012
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 25 ℎ

Como são duas bombas operando, divide-se o valor obtido para ter-se a
vazão de cada uma das bombas:

3012 𝑚3
𝑄= = 1506
2 ℎ

B) Diâmetro da tubulação

A partir da fórmula indicada, tem-se:

4𝑄 4 ∗ 0,4183
𝐷= √ =√ = 0,39 𝑚
𝑉𝜋 𝜋 ∗ 3,5

C) Comprimento equivalente

Como foi indicado que o comprimento equivalente é 40% do comprimento


dos trechos retos, tem-se:
𝐿𝑒𝑞 = 0,4 ∗ 𝐿 = 0,4 ∗ 300 = 120
D) Altura de elevação da bomba de lastro

A partir dos dados, tem-se a seguinte tabela de dados:

Rugosidade média do aço e 0.0015 1


Número de Reynolds Re 1351851 1
Rugosidade relativa e/D 0.003845 1
Elevação na superfície de sucção A Za 8 m
Elevação na superfície de sucção B Zb 30 m
Velocidade da superfície de sucção A Va 0 m/s
Velocidade da superfície de sucção B Vb 0 m/s
Pressão na superfície de sucção A Pa 101325 N/m²
Pressão na superfície de sucção B Pb 101325 N/m²

A partir do número de Reynolds e da rugosidade relativa, por meio do


diagrama de Moody, encontrou-se um fator de atrito de 𝑓 = 0,025, resultando nos
seguintes resultados:

Fator de atrito (Diagrama de moody) f 0.025 1


Perda de carga na tubulação Hc 16.80522 m
Altura de elevação das bombas de lastro H 38.80522 m

E) Potência da bomba de lastro

A partir da fórmula indicada, a potência é dada por:


𝜌 ∗ 𝑔 ∗ 𝑄 ∗ 𝐻 1025 ∗ 9,81 ∗ 0,4183 ∗ 38,80
𝑃= = = 233,18 𝑘𝑊
1000 ∗ 𝜂 700

F) Modelo selecionado para a bomba de lastro

Dada a potência necessária, percebe-se que o modelo procurado é o


BVD35
G) Diâmetro da tubulação da rede de esgoto

A partir da fórmula indicada, tem-se:

𝑑 = 25 + 1,68√𝐿(𝐵 + 𝑃) = 25 + 1,68√240(36 + 22) = 223,21 𝑚𝑚

H) Vazão da bomba de esgoto

A vazão da bomba de esgoto pode ser determinada pela seguinte


expressão:

0,223212 𝑚3
𝑄 =𝑉𝐴 = 2∗𝜋∗ = 281,74
4 ℎ

I) Altura de elevação da bomba de esgoto

A partir de dados fornecidos, tem-se a seguinte tabela de dados


Elevação na superfície de sucção A Za 2.5 m
Elevação na superfície de sucção B Zb 13 m
Velocidade da superfície de sucção A Va 0 m/s
Velocidade da superfície de sucção B Vb 0 m/s
Pressão na superfície de sucção A Pa 101325 N/m²
Pressão na superfície de sucção B Pb 101325 N/m²
Fator de atrito (Diagrama de moody) f 0.016 1
Comprimento equivalente Leq 292 m

A partir do cálculo da perda de carga, foi possível obter o resultado desejado:


Perda de carga na tubulação Hc 4.267241 m
Altura de elevação das bombas de esgoto H 14.76724 m

J) Potência da bomba de esgoto

A partir da fórmula indicada, tem-se:

𝜌 ∗ 𝑔 ∗ 𝑄 ∗ 𝐻 1025 ∗ 9,81 ∗ 0.0782 ∗ 14,76


𝑃= = = 16,6015 𝑘𝑊
1000 ∗ 𝜂 700
3 Anexos
3.1 Anexo A – Tabelas da questão 01
Para fins de organização, as tabelas da questão 01 são mostradas abaixo:
Tabela 1- Grupo 01

No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio
Grupo no. 01

preferencial

nominal
instaladas
Praça de Máquinas (Serviço Contínuo)

Item Descrição do consumidor kW


1 Bomba de circ. água salg. - 1 18.0 0.90
2 Fresh Water Pump - 1 19.0 0.80
3 Bomba de circ. de OP - 2 22.0 0.71
4 Bomba de OP - 2 15.0 0.64
5 Bomba de OL dos cilindros - 4 46.0 0.87
6 Bomba de OL do sistema - 2 47.0 0.72
7 Purificadoras de OP - 1 10.0 0.87
8 Bomba de OP da purif. - 1 0.6 0.73
9 Purificadora de OL - 1 3.4 0.91
10 Ventiladores da PM - 4 10.0 0.77
11 Filtro de OP - 1 0.2 0.75
12 Bomba de OL da purif. - 1 0.5 0.82
13 Viscosímetro - 1 0.5 0.85
14 Filtro de OL - 1 0.1 0.75
15 Bomba de OP para caldeira - 1 2.0 0.82
16 Grupo destilatório - 1 12.0 0.78
17 Compressor de ar principal - 2 25.0 0.84
18 Exaustor das purificadoras - 1 2.0 0.80

Tabela 2- Grupo 02
No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio

Grupo no. 02
preferencial

nominal
instaladas

Praça de Máquinas (Serviço Intermitente)

Item Descrição do consumidor kW


1 Compes. de ar sev. gerais - 1 20.0 0.90
2 Bomba de transf. De Água Doce - 2 110.0 0.80
3 Bomba de transf. de Óleo - 2 135.0 0.90
4 Bomba de transf. de Base Oil - 2 135.0 1.90
5 Bomba de transf. de MUD - 2 135.0 0.87
6 Bomba de transf. de BRINE - 2 135.0 0.87
7 Bomba circ. ág. caldeira - 2 5.0 0.76
8 Incinerador - 1 4.0 0.80
9 Catraca - 1 7.0 0.88
10 Soprador de ar aux. - 2 20.0 0.80
11 Compressor de ar aux. - 1 7.5 0.90
Tabela 3- Grupo 03
No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio
Grupo no. 03

preferencial

nominal
instaladas
Praça de Máquinas (Diversos)

Item Descrição do consumidor kW


1 Bomba de lastro - 2 140.0 0.90
2 Bomba de esgoto - 2 55.0 0.91
3 Bomba separador água-óleo - 1 0.8 0.73
4 Bomba de incêndio emerg. - 1 12.0 0.96
5 Bomba dos tqs. hidrofor - 2 2.0 0.73
6 Bomba de esgoto da PM - 1 1.5 0.90
7 Bomba circ. água quente - 1 0.8 0.54
8 Bomba de incêndio - 2 30.0 0.97

Tabela 4- Grupo 04

Potência nominal
Estágio preferencial

No. de unidades

Fator de carga
Grupo no. 04

instaladas
Ar Condicionado / Ventilação / Aquecimento

Item Descrição do consumidor kW


1 Ar cond. das acomod. - 2 50.0 0.75
2 Vent./Ex. ar cond. acomod. - 2 20.0 0.75
3 E.C.R. ar cond. - 1 10.0 0.91
4 Exaustor do vestiário - 1 0.5 0.90
5 Vent. do salão de jogos - 1 1.0 0.90
6 Vent./Ex. da cozinha - 2 3.0 0.90
7 Exaustor do paiol de cabos - 1 0.8 0.91
8 Exaustor paiol de provisões - 1 0.8 0.90
9 Vent. da lavanderia - 1 1.0 0.90
10 Exaustor paiol roupa s / l - 1 1.0 0.90
11 Vent. comp. gerador emerg. - 1 7.5 0.91
12 Exaustor comp. máq. leme - 1 2.0 0.91
13 Exaustor do paiol do mestre - 1 2.0 0.91
14 Exaustor do comp. baterias - 1 1.0 0.91
15 Exaustor do comp. de CO2 - 1 1.0 0.91
16 Exaustor do paiol de convés - 1 1.0 0.91
17 Exaustor dos demais paiois - 1 1.0 0.91
Tabela 5- Grupo 05

No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio
Grupo no. 05

preferencial

nominal
instaladas
Frigorïfica de Provisões (equipamentos)

Item Descrição do consumidor kW


1 Compressor - 2 10.0 0.90
2 Vent. câmara de carne - 5 1.0 0.90
3 Vent. câmara de peixe - 2 1.0 0.90
4 Vent. câmara de vegetais - 2 1.0 0.90
5 Vent. câmara de batatas - 1 1.0 0.90
6 Vent. ante-câmara - 1 1.0 0.90
7 Sist. de descongelamento - 5 5.0 1.00

Tabela 6- Grupo 07

No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio
Grupo no. 07
preferencial

nominal
instaladas
DP / Máquinas de Convés

Item Descrição do consumidor kW


1 Azipod BB - 1 2000.0 0.90
2 Azipod BE - 1 2000.0 0.90
3 Swing Up Azimuth de ré - 1 1500.0 0.90
4 Swing Up Azimuth de vante - 1 1500.0 0.90
5 Bow Truster - 1 900.0 0.90
6 Bow Truster - 1 900.0 0.90
7 Turcos das baleeiras - 2 30.0 0.90
Tabela 7- Grupo 08

No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio
Grupo no. 08

preferencial

nominal
instaladas
Cozinha / Copa

Item Descrição do consumidor kW


1 Equipamentos diversos - 1 35.0 1.00
2 Forno elétrico - 1 7.5 1.00
3 Geladeira (400 l) - 1 1.0 1.00
4 Geladeira (260 l) - 2 1.0 1.00
5 Geladeira (100 l) - 3 1.0 1.00
6 Chapa quente - 3 3.0 1.00
7 Cafeteira - 2 2.0 1.00
8 Batedeira - 1 1.5 1.00
9 Bebedouro - 6 0.5 1.00
10 Descascador de batatas - 1 0.5 1.00
11 Triturador de lixo - 1 0.5 1.00
12 Fritadeira - 1 10.0 1.00
13 Bandeja aquecida - 1 12.0 1.00

Tabela 8- Grupo 09
No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio

Grupo no. 09
preferencial

nominal
instaladas

Lavanderia

Item Descrição do consumidor kW


1 Lavadora - 2 0.9 1.00
2 Secadora - 2 2.4 1.00

Tabela 9- Grupo 10
No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio

Grupo no. 10
preferencial

nominal
instaladas

Oficinas

Item Descrição do consumidor kW


1 Ponte rolante - 1 8.6 0.75
2 Torno - 1 8.6 0.75
3 Plaina - 1 1.7 0.70
4 Furadeira - 1 3.5 0.70
5 Máquina de solda - 1 22.0 0.70
6 Painel de teste elétrico - 1 6.3 1.00

Tabela 10- Grupo 11


No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio
Grupo no. 11

preferencial

nominal
instaladas
Iluminação

Item Descrição do consumidor kW


1 Praça de máquinas - 1 13.2 1.00
2 Acomodações - 1 38.9 1.00
3 Convés principal (exposto) - 1 13.4 1.00
4 Carregador de baterias - 1 7.5 1.00

Tabela 11- Grupo 12

No. de unidades

Fator de carga
Potência
Estágio
Grupo no. 12

preferencial

nominal
instaladas
Equipamentos Náuticos e de Auxílio à Navegação

Item Descrição do consumidor kW


1 Rádio - 1 0.8 1.00
2 Rádiogoniômetro - 1 0.3 1.00
3 Rádio VHF - 2 0.3 1.00
4 Sist. antenas de rádio e TV - 1 0.2 1.00
5 Piloto automático - 1 0.3 1.00
6 Giro-compasso - 1 0.5 1.00
7 Radar - 2 1.9 1.00
8 Sist. de endereços - 1 0.6 1.00
9 Ecobatímetro - 1 0.3 1.00
10 Odômetro - 1 0.3 1.00
11 Intercomunicador - 1 1.0 1.00
12 Intercomunicador manobra - 1 1.0 1.00
13 Sist. de telefonia - 1 1.3 1.00
14 Limpador de para-brisa - 1 0.3 1.00
15 Vigias rotativas - 2 0.3 1.00
16 INMARSAT - 1 1.9 1.00
17 Naveg. por satélite (GPS) - 1 0.3 1.00
18 Anemômetro/Anemoscópio - 1 0.3 1.00
19 Relógio central - 1 0.3 1.00
20 Apito - 1 5.0 1.00
21 Load Master - 1 0.3 1.00
22 Receptor NAVTEX - 1 0.3 1.00
23 Gravador - 1 0.2 1.00
24 Indicador de ângulo do leme - 1 0.3 1.00
25 Luzes de navegação - 1 2.5 1.00
26 Sist. detecção de incêndio - 1 2.0 1.00
3.2 Anexo B – Figuras da letra F da questão 02
3.3 Anexo C – Diagrama de Moody

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