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C O LU N A
CAÇADOR DE CARROS
Felipe Carvalho
22/05/2019 07h00
R E S U M O DA N OT Í C I A
Essa vistoria consiste em checar itens importantes num carro usado, que vão
desde a documentação até a parte estrutural do mesmo. Com isso, o
comprador se sente mais seguro no momento da negociação e o vendedor
passa mais credibilidade.
V E J A TA M B É M
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Foi na avaliação de um Honda City 2011 para um cliente de São Paulo. Ele viu
o carro pessoalmente e gostou, mas preferiu ouvir o que eu tinha para falar do
carro e pediu minha avaliação. Além do laudo cautelar aprovado, o preço
pedido estava bem acima da média. Com essas informações, era de se
esperar no mínimo um bom carro.
Infelizmente não foi o que aconteceu, pois quando cheguei na loja, me deparei
com um carro muito ruim, que eu não compraria nem se estivesse pela metade
do preço.
Alguns itens que vou citar da avaliação até poderiam ser tolerados,
dependendo da negociação, mas a soma deles pesou na reprovação. Tenho
certeza de que o leitor vai concordar comigo.
Para começar, o farol do lado direito tinha uma etiqueta com data de 2014, ou
seja, a peça foi trocada. Isso levanta suspeita de uma colisão, comprovada
quando vi que o para-lamas desse mesmo lado fora removido e refeito por
algum funileiro, que por sinal fez um péssimo trabalho.
Depois notei que os pneus pareciam bons, mas quando cheguei mais perto,
ficou nítido que foram "riscados" por algum borracheiro, ou seja, visualmente
bons, mas fora das especificações de segurança.
Além do para-lamas dianteiro direito que citei, foi observado outros pontos
refeitos na lataria do carro. Vale lembrar que é bem comum reparos em carros
usados, até o meu já passou por isso e fiz questão de registrar no meu canal
do YouTube. Mas nesse City, o trabalho foi feito sem nenhum capricho, talvez
com o menor orçamento possível para apenas "maquiar" o carro no momento
da venda.
Ao entrar no carro, mais decepções. O cheiro era ruim, algo que não consegui
decifrar do que era, mas bastava para ser desagradável ficar lá dentro.
O painel acusava pouco mais de 100 mil km, uma quilometragem boa para um
carro dessa idade. Mas eu olhava para as laterais de porta, os bancos, os
pedais e o volante e eles indicavam uso bem além disso.
Com a falta dessas informações e com o notável desgaste interno, não preciso
de nenhuma ferramenta para afirmar que esse carro teve a quilometragem
adulterada. Como não preciso provar isso para ninguém, basta minha opinião
subjetiva para não seguir com o negócio.
Acontece que o vistoriador que aprovou esse carro, não estava de todo errado.
Seguindo normas da empresa que trabalha, observou que a documentação
estava em ordem, que os registros de chassi e motor estavam corretos, que a
estrutura não apresentava nenhum reparo, que não havia qualquer registro de
quilometragem maior que aquela no banco de dados que ele consultou e, por
fim, aprovou o coitado do City. Talvez ele também não tenha gostado do carro,
mas não poderia reprová-lo somente pelo gosto pessoal.
Vale dizer, que essas vistorias não são padronizadas por nenhum órgão,
tampouco são obrigatórias. Cada empresa segue um critério de avaliação, o
que permite que os resultados também sejam diferentes. Mesmo as mais
completas, não contemplam avaliações cruciais na compra de um carro
usado, que é a avaliação mecânica e do carro no uso, diferente do que eu faço
em minhas avaliações, onde não posso deixar esses pontos de lado. Assumo o
risco de colocar o carro na rua para ter certeza se o carro serve ou não para o
meu cliente.
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U O L R E C O M E N DA
Carros