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economico/

Teorias e escolas do pensamento econômico


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Teorias e modelos de pensamento econômico. As escolas do mercantilismo, fisiocracia, economia
clássica, marxismo, economia neoclássica e escola keynesiana.
Teorias econômicas
 Pensamentos de orientação racionalista, lógica, mas com limitada base experimental
 Formulados para explicar fenômenos e processos da economia
 Como usar recursos materiais e humanos para produzir e distribuir bens e serviços
 Determinam a constituição de um léxico especializado para descrição econômica (ver
conceitos)
 Principais escolas ou teorias: mercantilismo, fisiocracia, economia clássica, marxismo,
economia neoclássica e escola keynesiana.
1. Mercantilismo
 Conjunto de princípios que orienta a economia dos Estados europeus
 Contexto de expansão comercial entre os séculos XV e XVII.
 Teóricos:
o Thomas Mun (1571-1641)
o Josiah Child (1630-1699)
o Barthélemy de Laffemas (1545-1612)
o Jean-Baptiste Colbert (1619-1683)
o Antoine de Montchrestien (1575-1621)
 Teses:
o Riqueza provém de reservas de metais preciosos
o Ouro e prata exercem função de moedas correntes
o Estado deve acumular reservas pela descoberta de novas jazidas de minério
o Estado deve ampliar reservas exportando mais e importando menos (superávit)
2. Fisiocracia
 Escola que contesta o pensamento mercantilista
 Século XVIII
 Teóricos

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o François Quesnay (1694-1774)
 “Reflexões sobre a Formação e a Distribuição da Riqueza” (1766)
o Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781)
 Teses:
o Defesa das sociedades agrícolas: Terra é única fonte de riqueza de uma nação
o Indústria e comércio são necessários, mas decorrem de bens pré-exstentes
o “Quadro Econômico (1756)”, de Quesnay: primeira análise do equilíbrio global da
economia
o Demonstra como a renda gerada na agricultura é redistribuída na comunidade
o Rejeitam a interferência do governo nas atividades econômicas
o Origem conceitual do liberalismo: “laissez-faire, laissez-passer”
3. Economia clássica
 Consolidação da economia como conhecimento científico
 Segunda metade do século XVIII e no século XIX
 Contexto da Revolução Industrial
 Foco nas transformações do processo produtivo
 Teóricos:
o Adam Smith (1723-1790)
 “Uma Investigação sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Nações” (1776)
o Jean-Baptiste Say (1767-1832)
o Thomas Malthus (1766-1834)
o David Ricardo (1772-1823)
 Teses:
o Trabalho humano, e não prata/ouro, resulta em prosperidade
o Aprimoramento das forças produtivas enriquece uma nação
o Mecanização, divisão social do trabalho
o Processos de crises econômicas e acumulação de capital
o Implicações do crescimento populacional
o Conceito de racionalidade econômica
o Liberalismo e a “mão invisível” dos mercados
o Necessidades individuais acima do bem-estar coletivo
o Bem público resulta do desenvolvimento das forças produtivas.
4. Marxismo
 Contexto de consolidação do capitalismo e do sistema de classes sociais
 Segunda metade do século XIX
 Teóricos
o Karl Heinrich Marx (1818-1883)

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 “Contribuição à Crítica da Economia Política” (1857)
 “O Capital (1867-1869)”
o Friedrich Engels (1820-1895)
 Teses:
o Modo de produção capitalista propicia a acumulação contínua de capital
o Mercadorias resultam da combinação de meios de produção e trabalho humano
o Quantidade de trabalho para produzir mercadoria é o que determina seu valor
o Ampliação do capital ocorre porque o trabalho produz valores excedentes
o Esse diferencial (“mais-valia”) é a fonte dos lucros e da acumulação capitalista
5. Economia Neoclássica
 Superação da teoria clássica do valor-trabalho
 Fim do século XIX
 Contexto de ampliação e diversificação dos mercados internacionais
 Influência do filósofo inglês Jeremy Bentham (1748-1832)
 Doutrina do utilitarismo
 Teóricos:
o Carl Menger (1840-1921)
o William Stanley Jevons (1835-1882)
o Léon Walras (1834-1910)
o Alfred Marshall (1842-1924)
o Knut Wicksell (1851-1926)
o Vilfredo Pareto (1848-1923)
o Irving Fisher (1867-1947)
 Teses:
o Valor de um produto é uma grandeza subjetiva, conforme sua utilidade
o Utilidade do bem é fator da quantidade disponível e da circunstância
o Preço definido pelo equilíbrio entre a oferta e a procura
o Essa seria a “lei do mercado”, que conduz à estabilidade econômica.
6. Escola Keynesiana
 Contexto da grande depressão econômica dos anos 30
 Revolução sobre o pensamento econômico da época
 Teórico:
o inglês John Maynard Keynes (1883-1946)
 “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” (1936)
 Teses:
o Contestação das hipóteses de que as forças do mercado conduzem ao equilíbrio
o Economia de mercado gera crises, marcadas pela recessão e pelo desemprego

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o Investimento direto na economia garante o emprego da força de trabalho existente
o Crises dependem do aumento do gasto público para suprir a deficiência de demanda
o Obras estatais criam novos postos de trabalho, diminuindo o desemprego
7. Neoliberalismo
 Políticas econômicas com ênfase no livre mercado
 Medidas estabelecidas no chamado Consenso de Washington
 Início dos anos 1990
 Teses:
o Abertura da economia por meio da liberalização financeira e comercial
o Eliminação de barreiras aos investimentos estrangeiros diretos
o Estabilização econômica obtida pela disciplina fiscal
o Redução e reforma tributária, estabilidade da taxa de câmbio
o Redirecionamento dos gastos do Estado, com redução de sua política industrial
o Menor participação do Estado na economia, com maior autonomia ao setor privado
o Programas de privatização e da desregulamentação de preços
o Papel do Estado é disciplinar o mercado para combater excessos da concorrência

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pensamento/

Mercantilismo: não se tem registro de grandes pensadores econômicos dessa época. Mas, na
essência, as nações da época acreditavam que a riqueza consistia na quantidade de metais que
as mesmas possuíam (conceito de “metalismo”). Esse saldo positivo de metais (ouro, prata e
cobre) seria oriundo do saldo positivo na balança comercial, ou seja, mais exportações que
importações.
Fisiocracia (economistas fisiocratas): os principais expoentes foram os franceses François
Quesnay e Jacques Turgot. Acreditavam que a riqueza das nações era determinada pela
produtividade das suas terras, ou seja, pelo poder agrícola que as mesmas tinham.
Influenciaram o liberalismo clássico e a criação da economia política. Eram notadamente
entusiastas do campo e críticos da industrialização e do meio urbano.
Economia política ou economia clássica: foi quando a economia passou a ser uma disciplina
de estudo nas universidades, através de Adam Smith, considerado o grande pai da economia
(ou até mesmo da ciência econômica, antes dela ser designada como ciência de fato), com o
seu magnum opus lançado, “A Riqueza das Nações”. Os maiores expoentes da economia política
foram: o próprio Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus, John Stuart Mill, Jean-Baptiste
Say, Frédéric Bastiat, etc. Essa escola de pensamento se caracteriza pela defesa do liberalismo
(clássico), abertura de mercado entre as nações (substituição do protecionismo e do raciocínio

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mercantilista dos Estados), vantagens comparativas relativo às trocas comerciais (conceito de
Ricardo), a primeira teoria do valor (ou valor-trabalho, de Smith), ao conceito de terras
marginais (descrita na lei dos rendimentos decrescentes de Ricardo), etc. Outra importante
teoria dessa época era a de Thomas Malthus, relativa ao crescimento demográfico e a escassez
de alimentos (e mercadorias) que isso poderia acarretar. A teoria do valor de Smith é descrita
inicialmente sobre o trabalho demandado (o esforço) para obter determinado produto. Ou
mercadoria. Imaginem, por exemplo, um alce sendo caçado. A caça, que seria o trabalho, era o
que determinaria o valor do alce morto. Além disso, o mesmo fala sobre as flutuações dos
preços de mercado ao redor dos preços naturais (que teriam origem na soma do trabalho,
aluguéis e lucros), que pode induzir o leitor a pensar sobre a oferta e demanda das
mercadorias. Outro importante conceito de Smith em “A Riqueza das Nações” é relativo à
divisão de trabalho, já o primeiro conceito teórico sobre a produtividade do trabalho e sobre a
origem da escala de produção. Vale também mencionar que Malthus na sua época escreveu
sobre a importância da demanda e acabou por influenciar muito mais na frente John Maynard
Keynes (sobre a importância da demanda efetiva).
Economia neoclássica (marginalistas): um desdobramento da economia clássica, apelidada
de neoclássica pelo americano Thorstein Veblen, e que tem origem no utilitarismo, conceito do
filósofo inglês Jeremy Bentham. A partir do utilitarismo, conceito até então filosófico relativo a
maximização do prazer (hedonismo), o inglês Stanley Jevons, com sua obra “A teoria da
economia política”, desenvolveu o conceito de utilidade marginal, revolucionando toda teoria do
valor (que sempre foi um dos principais pilares do estudo da economia), e foi daí que se ganhou
o termo de “revolução marginalista” e os economistas dessa época também ficaram conhecidos
como “marginalistas”. Jevons ressaltava a importância da matemática no estudo da economia, e
foi também o responsável por várias equações e modelações matemáticas para demonstrar
suas teorias, dando início então à ciência econômica, abandonando o conceito antigo de
economia política (uma ciência até então puramente humana e tendo interligações com outras
áreas de conhecimento). O francês Léon Walras, economista e também brilhante matemático,
foi responsável posteriormente pela formulação da teoria do equilíbrio geral, a base mestra da
economia neoclássica e da microeconomia atual, considerado por muitos como um dos
economistas mais importantes da história, talvez até mais importante tecnicamente que o
próprio Jevons, que deu o ponto de partida (algo parecido, na minha opinião, com o caso de
Smith e Ricardo, onde o primeiro foi precursor, mas o segundo um teórico mais completo e
denso). Sua principal obra se chama “Elementos de economia política pura” (note que os títulos
das obras clássicas de economia são muito parecidos e sem criatividade, hahaha). Os escritos
de Walras ainda flutuavam bastante em torno da utilização dos fatores de produção e vários
outros raciocínios
interessantes. Outros economistas
importantíssimos dessa escola que merecem ser citados são: o italiano Vilfredo Pareto (do
conceito de “Ótimo de Pareto”), o austríaco Carl Menger (deu o ponto de partida da escola

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austríaca) e o inglês Alfred Marshall (professor e a grande influência de John Maynard Keynes),
que criou vários conceitos importantes, retomou alguns pressupostos da economia clássica, e,
apesar de grande matemático reconhecidamente, minimizava a importância da mesma na teoria
econômica, diferente de Jevons.
Economia marxista: o expoente seria o próprio Karl Marx, no caso da época dos clássicos e
neoclássicos, e posteriormente alguns soviéticos (como: Bukharin, Preobajenski, Kondratiev,
etc.). Também não poderia deixar de ser mencionada a economista polaco-alemã Rosa
Luxemburgo, o economista polaco Karl Polanyi e o inglês John Hobson. O marxismo se
caracteriza pela crítica à economia política (através da obra “O Capital”), por uma redefinição da
teoria do valor-trabalho de Smith e Ricardo (há quem diga que a teoria do valor de Marx é
apenas uma interpretação mais minuciosa em cima do que Ricardo já tinha escrito), que
culminou na conceituação da mais-valia de Marx (que se divide em mais valia absoluta e mais
valia relativa). Vários outros conceitos importantes devem ser mencionados, como a
acumulação primitiva de capitais e o fetichismo da mercadoria, além da sua análise única do
capitalismo e do que é o capital (um processo histórico e social de acumulação através do
trabalho alheio, diferente da interpretação vulgar que fazem, alegando ser apenas um mero
excedente possivelmente derretido com os riscos ou com a falência de um capitalista). O link da
economia com a política, sociologia, filosofia e ética fazem dessa corrente de pensamento uma
das mais influentes de todos os tempos, em campos diferentes, sendo então multidisciplinar.
Marx também foi um crítico ferrenho da economia neoclássica (marginalistas), a qual se referia
como “economistas vulgares”, e defendeu, em certo momento, a abordagem metodológica dos
clássicos, a qual não sistematizava (modelava) o senso comum da burguesia, como faziam
(segundo ele) os neoclássicos. Era algo nesse sentido.
Historicismo econômico: hoje pouco lembrada e diria até subestimada, foi a corrente de
pensamento econômico predominante na Alemanha e no antigo reinado da Prússia, no século
XIX. Tinha clara influência marxista e era um ponto de vista dissonante dos liberais clássicos e
neoclássicos. O pensamento se caracterizava pela descrição da importância dos mercados
internos na constituição de uma virtuosa industrialização, que daria suporte então para que
uma nação pudesse competir em pé de igualdade com outras, no caso do liberalismo comercial
(ou vantagens comparativas de Ricardo). Em termos teóricos em si, o historicismo (como o
nome já diz) enfatizava a importância do estudo da história como substrato argumentativo e
formulador de bases, tirando a importância da modelagem matemática e da lógica dedutiva em
relação a teorias econômicas anteriores (como as diversas teorias do valor-trabalho). Na
verdade foi essa escola que deu substrato teórico para outros grandes economistas (menos
conhecidos, é verdade) do século XX, como Rosenstein-Rodan, Simon Kuznets, Albert
Hirschman e principalmente Walt Whitman Rostow (da teoria dos estágios históricos de
crescimento econômico), que por sua vez, foi uma grande influência do atual e excelente
economista heterodoxo Ha Joon Chang. As vezes as
pessoas confundem o keynesianismo com o protecionismo, mas o fato de Keynes enfatizar as

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políticas fiscais (no caso, poderia induzir o leitor a pensar nos estímulos fiscais diferenciados ou
aumento de tributação para mercadorias externas em competição interna) não queria dizer,
diretamente, ao protecionismo econômico. Pelo contrário, pois o famoso acordo de Bretton
Woods (de orientação keynesiana) era exatamente um tratado de cooperação entre várias
nações para o desenvolvimento, incluindo créditos, sistema monetário comum e acordos
comerciais. A escola historicista alemã sim, via no protecionismo como um modelo de avanço. O
historicismo também foi muito influente nos EUA, que em quase todo seu processo histórico de
desenvolvimento econômico contou com o protecionismo comercial e industrial. O nome mais
conhecido dessa corrente de pensamento foi o alemão Friedrich List, enquanto os outros são
bem desconhecidos do grande público (Karl Knies, Étienne Laspeyres, etc.).
Keynesianismo: a escola de pensamento econômico criada pelo inglês John Maynard Keynes,
até hoje considerado o economista mais influente da história. Tem no seu principal livro (A
Teoria Geral do Juro, do Emprego e da Moeda) a sua matriz. Muita coisa formulada pelo mesmo
é distorcida, confundida com um marxismo disfarçado, com uma espécie de planificação tímida,
etc. Não tem nada a ver, ele foi um economista que pretendia reformar o funcionamento básico
do capitalismo, mas bem longe de ser marxista (diferente da sua aluna Robinson, que tinha
claras inclinações marxistas). Apesar de ter tido muito sucesso e influência, era natural ter os
seus detratores, que fizeram caricatura de alguns dos seus postulados. Uma das suas ações foi
rever e destruir a concepção geral acerca da famosa “Lei de Say”. Há quem diga que o próprio
Keynes distorceu a Lei de Say na sua interpretação, mas há também quem diga que há
distorção em cima da interpretação do mesmo. No caso, Keynes ressaltou a importância da
efetivação da demanda (demanda efetiva) para que não haja crises de super-produção
(estoques cheios, sem efetivação de vendas, que resultariam em demissões, encolhimento da
renda, do consumo, da produção e da economia como um todo, por consequência). Foi o
primeiro economista a enfatizar a importância da demanda agregada, escreveu sobre a
importância do intervencionismo público no sentido do Estado participar ativamente da conta de
investimento em momentos de crise econômica (que seria ocorrida e acentuada pela baixa de
investimento na economia), visando reduzir o ciclo (crise) através de políticas fiscais
expansionistas (aumento dos gastos de governo e redução tributária) e políticas monetárias
também (com uma ênfase menor). No caso, criou a macroeconomia, que é a teoria econômica
que enfatiza a importância de um conjunto maior de informações sendo analisada, algo como
uma região, uma cidade, um país, um continente, etc. A abordagem micro, diferentemente no
caso, com a teoria do equilíbrio geral, estimava (com aproximações) os pontos de interseções
entre as curvas de oferta e demanda de algum produto ou setor econômico específico
analisado. Da abordagem macro de Keynes nascem os conceitos de PIB (produto interno bruto),
PNB (produto nacional bruto) e outros agregados que são conhecidos também como
“contabilidade nacional” ou “contabilidade social”. – Vale lembrar que esses conceitos não são
dele, mas nasceram e tiveram importância a partir da macroeconomia, criada por ele. – Outros
conceitos importantes de Keynes foram a “armadilha da liquidez” (dentro da sua teoria

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monetária, que consistia na asserção básica de que a oferta monetária determinava a taxas de
juros, que por sua vez afetava a demanda agregada e a renda), a incerteza sobre as decisões
de investimentos e a famosa citação de “animal spirits” (espírito animal), que dizia respeito ao
ânimo (e confiança) do empresariado em investir. Depois de suas teorias aceitas até mesmo
pelos credores da microeconomia neoclássica, através da síntese neoclássica, suas ideias
posteriormente no ensino moderno da teoria econômica ficaram conhecidas como a
“macroeconomia de curto prazo”, e, no caso, os postulados neoclássicos (que enfatizavam a
importância da poupança para o crescimento de longo prazo), ficaram conhecidos como
“macroeconomia de longo prazo”. Alguns dos seus contemporâneos com ideias semelhantes
eram: sua aluna Joan Robinson (até hoje considerada a maior economista mulher da história) e
o polaco Michael Kalecki. Esse, por sua vez, desenvolveu raciocínios parecidos com os de
Keynes antes do mesmo, mas ficou pouco conhecido devido a lenta divulgação (e tradução) do
seu trabalho acadêmico, que ficava muito restrito à Polônia. O modelo de departamentos
econômicos de Kalecki até hoje é um conceito fundamental que qualquer economista formado
em qualquer lugar do mundo precisa saber.
Pós-keynesianos: evoluções constantes dos postulados keynesianos. Principais autores? J.K
Galbraith, John Hicks, Frank Knight, Franco Modigliani, Paul Samuelson, Piero Sraffa, Paul
Davidson, Hyman Minsky, Alvin Hansen, etc. No Brasil temos os bons representantes Antônio
Carlos Macedo & Silva e David Dequech. Desses economistas que surgiram os modelos
macroeconômicos de expansão e evolução das teorias de Keynes, como o modelo IS-LM
(Hicks), modelo de Mundell-Fleming (IS-LM-BP), Curva de Phillips, etc. Além de que, estes
também eram contrabalanceados pelos economistas da “síntese neoclássica” ou da “economia
neoclássica moderna”, representados principalmente pelo modelo de crescimento de Solow
(Robert Solow), teorema da impossibilidade de Arrow (de Kenneth Arrow), modelo NAIRU (do
economista Edmund Phelps, ganhador do Nobel de economia também) e Gerard Debreu.
Monetaristas (escola de Chicago): teve ponto de partida na teoria quantitativa da moeda,
de Irving Fisher, que depois foi aperfeiçoada e retomada como contraponto da teoria monetária
dos keynesianos, por Milton Friedman, considerado o segundo economista mais importante e
popular da história. Segundo Friedman, a demanda por moeda era estável e a oferta de moeda,
historicamente, instável. Explicou que um dos motivos para a crise econômica de 1929 foi a
incompetência da secretaria do tesouro norte-americano, que não enxergou os sucessivos
déficits de moeda na economia do país. Friedman queria tirar (teoricamente) a centralização
das políticas econômicas do setor fiscal e levar para o setor monetário, digamos que queria
enquadrar os “fiscalistas” (como eram conhecidos os pós-keynesianos). Friedman dizia que a
renda era afetada no curto prazo (até 9 meses) com a oferta monetária (quantidade de moeda
em circulação), mas no longo prazo, apenas variáveis reais (orgânicas) determinavam outras
variáveis reais (ou seja, no longo prazo a quantidade de moeda não tinha importância sobre
renda, demanda agregada e afins, afetava apenas o nível de preços de uma economia). Para
contrapor o conceito de preferência pela liquidez de Keynes, ele argumentou que Keynes tinha

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simplificado demais as opções de portfólio de um possível investidor, se baseando apenas pela
opção de uma taxa de juros dada (X) e a opção pela liquidez (ficar com a moeda em mãos),
porém, as opções de investimento eram muito maiores, incluindo investimento em capital
humano (que exige também um certo tempo de maturação), investimento em renda variável
(ações e derivativos diversos), investimento agrícola, etc. Não era simplesmente opção A ou B.
Por esse motivo, a demanda por moeda era subestimada na teoria de Keynes, que afirmava que
a mesma só era alterada drasticamente em situações de uma taxa de juros básica muito baixa,
onde ocorreria o caso que ele denominou de “armadilha da liquidez”. Explicando melhor:
Keynes descreveu sim um “motivo de portfólio” (para demandar moeda), só que a própria
descrição do mesmo já dava a entender uma subestimação, pois o mesmo alegava um simples
motivo especulativo de tentar prever uma alta de juros futura, enquanto enfatizava uma
motivação maior na questão transacional (ou seja, os agentes econômicos preferiam manter a
moeda em mãos para manter o poder de efetivar transações econômicas), e isso deixava
totalmente obscuro as inúmeras opções de portfólio que um investidor tinha para colocar o
dinheiro, que não em títulos lastreados em taxas básicas de juros. Uma demanda maior por
moeda explicaria os fenômenos de inflação quando a oferta monetária fosse grande demais (no
caso, porque a população já tinha moeda retida, e quando fosse colocada mais em circulação,
ela soltaria mais o dinheiro, ocasionando um aumento substancial da demanda agregada, que
ocasionaria na inflação) e no desemprego/estagnação quando a oferta monetária fosse restrita
acima do ideal (no caso, porque as pessoas já estariam retendo moeda por demanda, então
numa restrição de moeda pelo governo elas reteriam mais ainda, ocasionando a diminuição
drástica da atividade econômica), ou seja, Friedman queria mostrar aos keynesianos que a
moeda era sim, muito importante. Suas críticas às políticas fiscais tiveram vários capítulos, mas
um dos principais era de que o indeferimento fiscal temporário era ineficaz na questão do
desemprego, por criar apenas empregos de contratos, temporários… No final dos anos 70, com
as crises do petróleo e o período conhecido como “estagflação” (mistura de inflação com
estagnação), coincidindo também com a mistura de desemprego e inflação, a chamada curva de
Phillips havia sido descredenciada diante dos fatos da época, levando então uma atenção maior
às crenças de Friedman quanto às políticas monetárias. Porém, a maioria das políticas
monetárias na prática também fracassaram (em controlar a moeda para tentar driblar a inflação
e ofertar moeda para tentar driblar a crise e desemprego), devido a uma série de fatores
(incluindo o fator que os bancos centrais não conseguiam mais controlar 100% a base
monetária dos seus países, devido a imensos mecanismos de criação de crédito sem lastro por
parte do sistema bancário, e além disso, outros mecanismos de contenção inflacionária se
mostraram mais eficazes no mundo inteiro). Isso culminou na crença do próprio Friedman e dos
adeptos da “escola de Chicago” de que as políticas econômicas eram praticamente inócuas no
médio e longo prazo, e assim, o próprio Friedman se tornou um expoente clássico e bem
famoso do liberalismo (que seria cunhado de “neoliberalismo”), onde até hoje no youtube tem
seus vídeos falando sobre os tigres asiáticos, sobre o trabalho intensivo, a industrialização em

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países minúsculos (tipo Hong Kong e Taiwan), etc. Além da suas menções ao “milagre chileno”,
devido ao Chile do ditador Pinochet ter alguns economistas (do governo) formados na
Universidade de Chicago (os “Chicago Boys”), que tentaram implementar as ideias do
monetarismo e neoliberalismo no país. Então trouxeram de volta aquela história de que os
governos não deveriam se meter na economia, que o setor privado era estável, etc, etc, etc.
Basicamente isso.
Escola austríaca: teve ponto de partida no austríaco Carl Menger, da época dos primeiros
neoclássicos. Depois os seus maiores expoentes foram Bohm-Bawerk, Ludwig Von Mises, Von
Wieser, Friedrich Hayek, Murray Rothbard (considerado o homem que fez ressurgir a economia
austríaca nos EUA), Hermann-Hoppe e Israel Kirzner. Nos EUA, o político Ron Paul (candidato a
presidente algumas vezes), o financista de Wall Street Peter Schiff, os empresários Charles
Koch e David Koch (da Koch Industries), também são importantes financiadores e adeptos.
Teoricamente, os pilares da economia austríaca, segundo o professor brasileiro Ubiratan Iorio
(UERJ) – um dos poucos adeptos acadêmicos brasileiros -, descritos no site Instituto Mises
Brasil, são: individualismo metodológico, subjetivismo metodológico, análise de processo,
complexidade, heurística negativa e heurística positiva. A abordagem teórica dos austríacos
nega a modelagem matemática, o passado estatístico-econométrico como fonte, o historicismo
(na perspectiva marxista), etc. A sua principal obra, creio, trata-se de “Ação Humana”, de
Mises. O livro demonstra o método de praxeologia para entendimento e análise da economia.
No caso, a praxeologia consiste na investigação da ação humana, para criação de axiomas em
relação a racionalidade humana, que seria a base para a estimativa de uma nova teoria. No
caso, Mises foi bem além da ciência econômica, como também tentou mudar todo paradigma
científico, querendo criar um novo método, uma nova episteme, digamos assim. Algo muito
minucioso e complexo. Porém, o legado da escola austríaca são os postulados mais básicos,
como: a defesa fundamentalista (sim) do mercado, defesa das liberdades individuais, da não
intervenção do governo na economia, da crítica às políticas monetárias (todas as crises e quase
tudo de ruim que ocorre para os austríacos é culpa da expansão monetária), da crítica ao
Estado-empreendedor, da crítica às políticas fiscais, do protecionismo firme à propriedade
privada e afins. Defendem a volta do padrão-ouro como sistema monetário comum
mundialmente. E alguns novatos adeptos defendem uma moeda virtual também, o tal do
bitcoin. Os “austríacos” se dividem entre anarco-capitalistas (que são a favor da extinção do
Estado como decreto) e minarquistas (adeptos do estado-mínimo). Ambos são chamados
também de “libertários”. Apesar dos gurus dessa corrente serem principalmente Mises e
Rothbard, na verdade o único de fato muito relevante no “mainstream econômico” e também
único a ganhar o prêmio Nobel foi Friedrich Hayek, que dividiu seu prêmio com o
desenvolvimentista sueco Gunnar Myrdal (da “escola de Estocolmo”, pouquíssimo conhecida, a
não ser o próprio). Hayek deu grandes contribuições teóricas nas suas análises em relação a
moeda, produção, flutuações industriais e ciclos de negócios (termo do mesmo). Depois se
tornou um pensador político, mais do que teórico econômico, com sua obra mais conhecida “O

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Caminho da Servidão”. Também ficou conhecido por sua crítica ao socialismo devido a
impossibilidade de cálculos de oferta e demanda de bens, devido a ausência do mecanismo de
preços. Hayek durante toda sua carreira foi um economista bastante ponderado, enfatizando
em certos momentos a necessidade de programas de renda mínima para população pobre e de
provisão de sistema de saúde básico pelo governo. Por isso vem sendo muito mencionado por
economistas de contraponto aos austríacos contemporâneos, para tentar deixar os mesmos
constrangidos, a exemplo de Paul Krugman. Essa corrente de pensamento vem ganhando força
ultimamente nos EUA e no Brasil. No meio acadêmico ainda é visto como uma corrente “non-
mainstream” e sendo considerada também heterodoxa (apesar do termo “economia
heterodoxa” no contexto do Brasil remeter ao desenvolvimentismo e estruturalismo “cepalino”
). Vale fazer uma menção também à escritora e filósofa Ayn Rand, outra grande influência dos
seguidores da escola austríaca, mas, é bom ressaltar, nada muito relacionado a economia, e
sim a moral e ética, no caso dela. A escola austríaca também gosta bastante de enfatizar a
função social, moral, ética e econômica da iniciativa privada e do empreendedorismo (o autor
Israel Kirzner é um que procura falar bastante do empreendedorismo, assim como o próprio
Mises na sua obra “As Seis Lições”). Porém, a exceção da corrente econômica marxista (que
apesar de tudo, reconhece os avanços do capitalismo burguês ao superar o feudalismo medieval
no processo histórico), creio que nenhuma outra escola de pensamento tenha desmerecido ou
diminuído a importância da iniciativa privada, principalmente as pequenas iniciativas. Acabam
tocando num tópico interessante, mas com pouca importância teórica e, numa linguagem mais
informal, “chovendo no molhado”.
Institucionalismo e novo institucionalismo: seu precursor foi o norte-americano e filho de
noruegueses Thorstein Veblen, com seu livro “A Teoria da Classe Ociosa”. Foi influenciado pelo
marxismo e pela escola historicista alemã. Crítico feroz do consumismo, das classes abastadas,
do sistema financeiro (que não era produtivo como a indústria), do desperdício, etc. A corrente
se chama “institucionalismo” pelas menções às diversas instituições da sociedade, responsáveis
pelo funcionamento, manutenção e organização do sistema econômico. Após Veblen, o pós-
keynesiano John Kenneth Galbraith e o jurista Adolf Berle foram outros contribuintes para
evolução da abordagem institucionalista da economia, com escritos sobre tecnoestrutura,
governança corporativa, grandes corporações na sociedade, etc. Após esses, os brilhantes
economistas Douglas North, Ronald Coase (da “teoria da firma”) e Oliver Williamson (da “teoria
dos custos de transação”) criaram a nova economia institucional, que pôs a mesma no
mainstream econômico da academia no mundo inteiro. Outros grandes expoentes da nova
economia institucional são: o economista turco Dani Rodrik, o também turco Daron Acemoglu
(do recente e conhecido livro “Por que as nações fracassam?”), o sul-coreano Ha Joon Chang e
o jurista brasileiro (radicado nos EUA) Roberto Mangabeira Unger. O novo
institucionalismo procura debruçar-se sobre as políticas industriais modernas, a destruição
tecnológica dos empregos, a modernização (e refundação) das instituições políticas, as leis,
assim como todas suas relações com variáveis clássicas da economia, como: inflação, câmbio,

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tributação, etc. Além de que também estuda minuciosamente as contribuições da educação e da
cultura na economia. Os heterodoxos atuais se vêem identificados com essa vertente.
Novos-keynesianos e novos-clássicos: a evolução dos pós-keynesianos e neoclássicos, com
novos modelos e novas teorias. Os novos-keynesianos mais conhecidos são: Olivier Blanchard,
Gregory Mankiw, David Romer, etc. Os novos-clássicos mais conhecidos tratam-se de Robert
Lucas Junior (da “teoria das expectativas racionais”) e Robert Barro.
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Agora uma rápida pincelada sobre escolas de pensamento menos conhecidas e menções a
outros economistas esquecidos…

Pensadores pré-economia política: Aristóteles, Ibn Khaldun, etc.


Escola de Salamanca: Diego de Covarrubias e Luis Saraiva de la Calle.
Desenvolvimentistas: Simon Kuznets, Rosenstein-Rodan, Albert Hirschman, Walt Whitman
Rostow, etc.
Desenvolvimentistas latino-americanos e estruturalistas: Raúl Prebisch, Celso Furtado,
Antônio Barros de Castro, etc.
Escola de Estocolmo: Knut Wicksell e Gunnar Myrdal.
Economistas do bem estar social e dos impactos ambientais: Karl William Kapp, Ignacy
Sachs, Amartya Sen, Paul Krugman, Joseph Stiglitz, Ben Bernanke, Thomas Piketty, Luiz
Gonzaga Belluzzo, etc.
Outros economistas contemporâneos famosos: Robert Shiller, Nouriel Roubini, Kennet
Rogoff, Lawrence Summers, Steve Keen, Raghuran Rajan, Arthur Laffer, Noah Smith, Jean
Tirole, Vernon Smith, Esther Duflo, Edward Glaeser, Lars Peter Hansen, Steven Levitt, etc.
Ciência, tecnologia, inovação, pesquisa e desenvolvimento: Joseph Schumpeter, Hal
Varian, Mariana Mazzucato, Paul Romer, Igor Yegorov, John.C Haltiwanger, Alfonso
Gambardella, Clayton Christensen, Otto Scharmer, etc.
Economia matemática e teoria dos jogos: Wassily Leontief, John Nash, Oskar Morgenstern,
Erik Macksin, Reinhard Selten, Thomas Schelling, Robert Aumann, Thomas Sargent, Andreu
Mas-Colell, Damodar Gujarati, Alpha Chiang, etc.
Lei de Okun: Arthur Okun.
Modelo Black-Scholes: Fisher Black, Myron Scholes e Robert Merton.
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O que é ortodoxia e heterodoxia econômica? Quem são os economistas ortodoxos e os


heterodoxos? O que é o mainstream econômico e o ‘non-mainstream’?
A ortodoxia econômica se refere ao pensamento precursor, vigente, o principal. No caso seria o
clássico, neoclássico e os novos-clássicos. O pensamento heterodoxo seria o “contra-corrente”,
os divergentes do pensamento ortodoxo, e no contexto aqui do Brasil quer se referir aos pós-

12
keynesianos, desenvolvimentistas e estruturalistas da CEPAL. No contexto mundial, os
heterodoxos seriam os keynesianos, pós-keynesianos, novos-keynesianos, novo
institucionalistas, etc. O pensamento marxista fica a parte, sem ser considerado nem ortodoxo
e nem heterodoxo. Sobre a escola austríaca as opiniões divergem, pois há quem ache que se
trata de heterodoxia (por ser contra-corrente), mas há quem ache que não dá pra misturar as
coisas (pelos seus postulados pró-livre mercado combinarem mais com os ortodoxos, céticos
quanto a intervenções do governo). O chamado ‘mainstream econômico’ seriam as escolas de
pensamento mais vigentes e estudadas no meio acadêmico e nas mais prestigiadas
universidades (Harvard, MIT, Stanford, Yale, LSE, Cambridge, etc.), que são os novos-
keynesianos, novos-clássicos e a nova economia institucional. As tendências ‘non-mainstream’
vão da escola austríaca até o marxismo tradicional.

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_pensamento_econ%C3%B3mico

A história do pensamento econômico pode ser dividida, grosso modo, em três períodos: Pré-moderno
(grego, romano, árabe), Moderno (mercantilismo, fisiocracia) e Contemporâneo (a partir de Adam
Smith no final do século XVIII). A análise econômica sistemática tem se desenvolvido principalmente a
partir do surgimento da Modernidade.

Pensamento econômico antigo


Ver artigos principais: Pensamento econômico antigo, Fan Li, Cautília, Qin Shihuang, Wang
Anshi, Muqaddimah e Artaxastra

As discussões mais antigas sobre economia datam da época antiga (e.g. a Artaxastra de Cautília ou
o Oeconomicus de Xenofonte). Desde então, até a revolução industrial, a economia não era uma
disciplina separada mas uma parte da filosofia. Na Grécia Antiga, uma sociedade baseada
na escravidão mas também um modelo de democracia em desenvolvimento e embrionário,[1] o livro A
República de Platão continha referências à especialização do trabalho e da produção. Mas foi seu
pupilo Aristóteles que fez alguns dos argumentos mais familiares ainda nos discursos de hoje.

Aristóteles
Ver artigos principais: Aristóteles, Política (Aristóteles) e Ética a Nicômaco

13
Platão e seu pupilo, Aristóteles, produziram uma grande influência na filosofia ocidental.

A política de Aristóteles (350 a.C.) se preocupava principalmente em analisar as diferentes formas de


um estado (monarquia, aristocracia, governo constitucional, tirania, oligarquia, democracia) como uma
crítica à defesa de Platão de uma classe dominante de "reis filósofos". Particularmente para os
economistas, Platão tinha desenhado um modelo de sociedade com base na propriedade comum de
recursos. Aristóteles via este modelo como um anátema.
Embora Aristóteles certamente tenha defendido que existem muitas coisas em comum, ele argumentou
que nem tudo poderia ser, simplesmente por causa da "maldade da natureza humana".[2] "É claramente
melhor que a propriedade seja privada", escreveu Aristóteles, "mas o uso dele como comum, e a
finalidade especial do legislador é criar nos homens esta disposição benevolente". No Livro I de Política,
Aristóteles discute a natureza geral das famílias e das trocas de mercado. Para ele, há uma certa "arte
de aquisição" ou "aquisição de riqueza". O dinheiro em si tem o único propósito de ser um meio de
troca, o que significa, para ele, que "é inútil ... não é útil como um meio para qualquer das necessidades
da vida".[3] No entanto, aponta Aristóteles, como o "instrumento" do dinheiro é o mesmo, muitas pessoas
são obcecadas na simples acumulação de dinheiro. "Tornar-se rico" para a uma família é "necessário e
honroso", enquanto que a troca no comércio pela simples acumulação é "justamente censurado, pois é
desonroso".[4] Aristóteles desaprovava a usura e o lucro através do monopólio.[5]

Idade média
Ver artigos principais: Tomás de Aquino, Escolástica, Duns Scot, Ibn Khaldun e Jurisprudência
econômica islâmica

14
São Tomás de Aquino ensinou que preços crescentes em resposta à alta demanda era um tipo de roubo.

Tomás de Aquino (1225-1274) foi um teólogo e escritor italiano sobre questões econômicas. Ele
ensinou em Colônia e Paris, e foi parte de um grupo de estudiosos católicos conhecidos como
os escolásticos, que mudaram o foco de suas investigações da teologia para os debates filosóficos e
científicos. No tratado Suma Teológica, Aquino tratou do conceito de preço justo, que ele considerava
necessário para a reprodução da ordem social. Tendo muitas semelhanças com o conceito moderno de
equilíbrio de longo prazo, um preço justo deveria ser o suficiente para cobrir os custos de produção,
incluindo a manutenção de um trabalhador e sua família. Ele argumentou que é imoral os vendedores
elevarem seus preços, simplesmente porque os compradores estavam em necessidade premente de
um produto.
Aquino discute uma série de temas no formato de perguntas e respostas, tratados substanciais que
lidam com a teoria de Aristóteles. As Questões 77 e 78 dizem respeito a questões econômicas,
principalmente as relacionadas com o que é um preço justo, e sobre a lealdade de um vendedor que
distribui mercadorias com defeito. Aquino argumentou contra qualquer forma de trapaça e recomendou
que a compensação sempre fosse paga na falta de um bom serviço. Enquanto as leis humanas não
poderiam impor sanções para lidar com o injusto, a lei divina pode, em sua opinião. Um dos principais
críticos de Aquino[6] foi Duns Scot (1265-1308) em sua obra Sententiae (1295). Originalmente a partir
de Duns, Escócia, ele ensinou em Oxford, Colônia e Paris. Scot pensou que era possível ser mais
preciso no cálculo de um preço justo do que Tomás de Aquino, enfatizando os custos de mão de obra e
despesas – sendo que ele reconheceu que as últimas podem ser infladas em exagero, porque o
comprador e o vendedor geralmente têm ideias diferentes do que um preço justo compreende . Se as
pessoas não se beneficiarem de uma transação, segundo a visão de Scot, eles não trocariam. Scot
defendeu os comerciantes por desempenharem um papel social necessário e útil, transportando
mercadorias e tornando-os disponíveis ao público.

Mercantilismo e nacionalismo

15
Uma pintura de 1638 de um porto marítimo durante o apogeu do mercantilismo.

Ver artigo principal: Mercantilismo

Do localismo da Idade Média, os senhores feudais em declínio, novas estruturas econômicas nacionais
começaram a se fortalecer. A partir de 1492 e das explorações, como as viagens de Cristóvão Colombo,
novas oportunidades para o comércio com o Novo Mundo e a Ásia se abriram. Novas e poderosas
monarquias queriam um estado poderoso para aumentar seu status. O mercantilismo foi um movimento
político e uma teoria econômica que defendia o uso do poder militar para assegurar mercados locais
e proteger as fontes de matérias-primas. Os teoristas mercantis achavam que o comércio
internacional poderia não beneficiar todos os países ao mesmo tempo. Como o dinheiro e o ouro eram
as únicas fontes de riqueza, havia uma quantidade limitada de recursos a ser dividida entre os países.
Desse modo, as tarifas poderiam ser usadas para encorajar a exportação (o que significa mais dinheiro
entrando no país) e desencorajar a importação (enviando riqueza para o exterior). Em outras palavras,
uma balança comercial positiva deveria ser mantida, com um excedente de exportações. O termo
mercantilismo na verdade não havia sido cunhado até o final de 1763, por Victor Riqueti de Mirabeau e
popularizado por Adam Smith, que se opunha vigorosamente a suas ideias.

Thomas Mun
Ver artigo principal: Thomas Mun

O empresário inglês Thomas Mun (1571-1641) representa a antiga política mercantilista em seu
livro England's Treasure by Foreign Trade ("Tesouro da Inglaterra pelo comércio externo"). Apesar de
ele não ter sido publicado até 1664, ele foi amplamente circulado como um manuscrito anteriormente.
Ele era um membro da Companhia Britânica das Índias Orientais e também escreveu sobre sua
experiência lá em A Discourse of Trade from England unto the East Indies ("Um discurso de comércio
da Inglaterra até as Índias Orientais") (1621). De acordo com Mun, o comércio era a única forma de
aumentar o tesouro (i.e., a riqueza nacional) da Inglaterra e, para isso, ele sugeriu algumas ações a
serem tomadas. O importante era o consumo frugal para aumentar o volume de bens disponíveis para
exportação, uma grande utilização da terra e outros recursos naturais domésticos para reduzir a
necessidade de importação, a diminuição de tarifas de exportação de bens produzidos internamente a
partir de materiais estrangeiros, e a exportação de bens com demanda inelástica pois mais dinheiro
poderia ser gerado a partir de preços mais altos.

16
Philipp von Hörnigk

A capa do artigo de Philipp von Hörnigk sobre a filosofia mercantilista.

Ver artigo principal: Philipp von Hörnigk

Philipp von Hörnigk (1640–1712, às vezes escrito como Hornick ou Horneck) nasceu em Frankfurt e
tornou-se um servidor civil austríaco escrevendo em uma época na qual seu país estava
constantemente sendo ameaçado pela invasão otomana. Em Österreich Über Alles, Wenn Sie Nur
Will (1684,Austria Over All, If She Only Will) ele realizou uma de suas mais claras afirmações de política
mercantilista. Ele listou nove regras principais para a economia nacional.
O nacionalismo, a auto-suficiência e poder nacional eram as políticas básicas propostas.[7]

Jean-Baptiste Colbert
Ver artigo principal: Jean-Baptiste Colbert

Jean-Baptiste Colbert (1619–1683) foi o Ministro das Finanças do Rei Luís XIV de França. Ele criou
as guildas para regular as grandes indústrias. Seda, linho, tapeçaria, fabricação de móveis e vinho eram
exemplos do artesanato no qual a França era especializada, todas as quais requerendo a participação
em uma guilda para poder operar. Elas permaneceram ativas até a Revolução Francesa. De acordo
com Colbert, "é simplesmente e unicamente a abundância de dinheiro de um Estado que o torna grande
e poderoso".[8]

Iluminismo britânico
A Grã-Bretanha havia passado por algumas de suas épocas mais turbulentas no século XVII,
fortalecendo não apenas a divisão política e religiosa na guerra civil inglesa, a execução de Carlos I e
a ditadura Cromwelliana, mas também as pragas e incêndios. A monarquia foi restaurada por Carlos II,
que era simpático aos católicos, mas seu sucessor Rei Jaime II foi deposto rapidamente. O protestante
Guilherme de Orange e Maria foram convidados para tomar o seu lugar, assinando a Declaração de
Direitos de 1689 e assegurando que o Parlamento fosse dominante no que foi conhecida como
a Revolução Gloriosa. A revolta tinha visto um grande número de grandes avanços científicos, incluindo

17
a descoberta de Robert Boyle da constante de pressão do gás (1660) e a publicação de Sir Isaac
Newton, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (1687), que descrevia as três leis do movimento e
de sua lei da gravitação universal. Todos esses fatores estimularam o avanço do pensamento
econômico. Por exemplo, Richard Cantillon (1680–1734) conscientemente imitou as forças de inércia e
gravidade de Newton no mundo natural e as replicou sobre a razão humana e a competição de mercado
no mundo econômico.[9] Em seu Essay on the Nature of Commerce in General, ele argumentou que o
auto-interesse racional em um sistema de mercados livres levaria à ordem e preços mutuamente
compatíveis. Ao contrários dos pensadores mercantilistas, no entanto, a riqueza não era encontrada no
comércio, mas no trabalho humano. A primeira pessoa a utilizar essas ideias em uma estrutura política
foi John Locke.

John Locke

John Locke combinou a filosofia, política e economia em uma única estrutura coerente.

Ver artigo principal: John Locke

John Locke (1632–1704) nasceu perto de Bristol e estudou em Londres e Oxford. Ele é considerado um
dos mais importantes filósofos de sua era, em grande parte devido a sua crítica da defesa de Thomas
Hobbes ao absolutismo em Leviatã (1651) e o desenvolvimento da teoria do contrato social. Locke
acreditava que as pessoas contratavam com a sociedade, que deveria proteger seus direitos de
propriedade.[10] Ele definia abertamente que a propriedade deveria incluir as vidas e liberdades das
pessoas, bem como suas riquezas. Quando as pessoas combinam seu trabalho com seu ambiente, os
direitos de propriedade são criados. Em suas palavras em Dois Tratados sobre o Governo (1689),
Deus deu o mundo aos homens em comum ... No entanto, todo homem tem uma propriedade em sua
própria pessoa. O trabalho de seu corpo e a obra das suas mãos, podemos dizer que são propriamente
dele. Que seja, então, que ele retire do estado em que a natureza a forneceu e deixou-o, ele se misture
com seu trabalho, e se junte a algo que é ele próprio, e, portanto, torna-a sua propriedade.[11]
Locke estava argumentando que não apenas o governo deveria cessar a interferência na propriedade
das pessoas (em suas "vidas, liberdades, estados") mas também que isso deveria funcionar
positivamente para assegurar sua proteção. Suas opiniões sobre preço e dinheiro foram deixadas em
uma carta a um deputado em 1691, intitulada Some Considerations on the Consequences of the
Lowering of Interest and the Raising of the Value of Money (1691). Nela, Locke argumentava que o
"preço de qualquer matéria-prima aumenta ou diminui, na proporção do número de compradores e
vendedores," uma regra que "existe universalmente para todas as coisas que são compradas e
vendidas".[12]

18
Dudley North
Ver artigo principal: Dudley North

Dudley North argumentou que os resultados da política mercantilista seriam indesejáveis.

Dudley North (1641-1691) foi um mercador e proprietário de terras rico. Ele trabalhava como um oficial
para o Tesouro e se opunha a maioria das políticas mercantilistas. Em seu Discursos sobre o
comércio (1691), que ele publicou anonimamente, ele argumentou que a suposição da necessidade de
uma balança comercial favorável estava errada. O comércio, ele argumentou, beneficia ambos os lados
e promove a especialização da divisão do trabalho, produzindo um aumento na riqueza para a
coletividade. A regulação do comércio interferia nesses benefícios ao reduzir o fluxo de riqueza.

David Hume
Ver artigo principal: David Hume

David Hume (1711–1776) concordava com a filosofia de North e denunciou as


suposições mercantilistas. Suas contribuições foram estabelecidas em Discursos Políticos (Political
Discourses, 1752), e mais tarde consolidadas em seu Essays, Moral, Political, Literary (1777). Além do
fato de que era indesejável a obtenção de uma balança comercial favorável, ela também era impossível,
segundo Hume. Ele afirmou que qualquer excedente de exportações que poderia ser alcançado seria
pago pelas importações em ouro e prata. Isto aumentaria o dinheiro circulante, causando a elevação
dos preços. Isso, por sua vez, causaria um declínio nas exportações até que o balanço se restaurasse
com as importações.

O fluxo circular

19
Pierre Samuel du Pont de Nemours, um proeminente fisiocrata emigrante dos Estados Unidos, fundou com seu
filho a DuPont, a segunda maior empresa química do mundo.

Ver artigo principal: Fisiocracia

Da mesma forma desencantado com a regulação sobre o comércio inspirado pelo mercantilismo, um
francês chamado Vincent de Gournay (1712-1759) é considerado o homem que perguntou por que é tão
difícil exercer a política do laissez-faire, laissez passer (livre empreendedorismo, livre comércio). Ele foi
um dos primeiros fisiocratas, uma palavra vinda do grego e que significa "governo da natureza", que
defendiam que a agricultura era a fonte da riqueza. Como o historiador David B. Danbom escreveu, os
fisiocratas "culpavam as cidades por sua artificialidade e pediam um estilo de vida mais natural. Eles
celebravam os agricultores."[13] No final do século XVII e começo do século XVIII, foram alcançados
grandes avanços nas ciências naturais e anatomia, incluindo a descoberta do sistema circulatório no
corpo humano. Esse conceito foi espelhado na teoria econômica dos fisiocratas, com a noção de
um fluxo circular de renda na economia.
François Quesnay (1694–1774) era o físico da corte do Rei Luís XV de França. Ele acreditava que o
comércio e indústria não eram fontes de riqueza e, ao invés disso, em seu livro Tableau
Économique (1758), argumentou que os excedentes da agricultura, ao fluir pela economia na forma de
renda, salários e compras, era os reais motores econômicos. Primeiramente, Quesnay disse que a
regulação impede o fluxo de renda por todas as classes sociais e, portanto, o desenvolvimento
econômico. Em segundo lugar, os impostos sobre as classes produtivas, tais como os agricultores,
deveriam ser reduzidos em favor dos aumentos das classes improdutivas, tais como os proprietários de
terra, visto que seu estilo de vida luxuoso distorce o fluxo de renda.
Jacques Turgot (1727–1781) nasceu em Paris e era de uma antiga família normanda. Sua obra mais
conhecida, Réflexions sur la formation et la distribution des richesses (1766, Reflexões sobre a
Formação e Distribuição de Riqueza) desenvolveu a teoria de Quesnay de que a terra é a única fonte
de riqueza. Turgot via a sociedade em termos de três classes: a classe agrícola produtiva, a classe dos
artesãos assalariados classe stipendice) e a classe dos proprietários de terra (classe disponible). Ele
argumentava que apenas o produto líquido da terra deveria ser taxado e defendia a liberdade completa
do comércio e indústria. Em agosto de 1774, Turgot foi nomeado Ministro das Finanças e no intervalo
de dois anos introduziu muitas medidas antimercantilistas e antifeudais apoiadas pelo Rei. Uma
afirmação de seus princípios, dado ao rei, era "sem falência, sem aumentos de impostoss, sem
empréstimos". O último desejo de Turgot era ter uma única taxa sobre a terra e abolir todos os outros
impostos indiretos, mas as medidas que ele havia introduzido antes sofreram forte oposição dos
interesses dos proprietários de terra. Dois decretos em particular, um que suprimia a corveia (taxa de

20
fazendeiros para aristocratas) e outro que acabava com privilégios dados às guildas, inflamaram a
opinião pública. Ele foi forçado a renunciar em 1776.

Adam Smith e A Riqueza das Nações

Adam Smith, o pai da moderna economia política.

Ver artigos principais: A Riqueza das Nações, Adam Smith e Edmund Burke

Adam Smith (1723–1790) é popularmente conhecido como o pai da moderna economia política. Sua
publicação de A Riqueza das Nações em 1776 coincidiu não apenas com a Revolução Americana, logo
antes de a Europa presenciar levantes da Revolução Francesa, mas também com o início de uma
nova Revolução Industrial que permitiu a criação de mais riqueza em grande escala do que nunca
antes. Smith era um filósofo moral escocês, cuja primeira obra foi Teoria dos sentimentos morais (1759).
Ele defendia neste livro que os sistemas éticos das pessoas se desenvolvem através das relações
pessoais com outros indivíduos, que o certo e o errado são sentidos através das reações dos outros ao
comportamento de alguém. Ele deu a Smith mais popularidade que seu livro seguinte, A Riqueza das
Nações, que o público geral, inicialmente, ignorou.[14] No entanto, o magnum opus econômico político de
Smith obteve sucessos nos círculos em que importava.

Contexto
William Pitt, o Primeiro-ministro no final da década de 1780, baseou suas propostas tributárias nas
ideias de Smith e defendeu o livre-comércio como um discípulo devoto de A Riqueza das
Nações.[15] Smith foi nomeado comissário da Vossa Majestade e por vinte anos Smith foi seguido pela
nova geração de escritores que almejavam a construção da ciência da economia política.[14]

21
Edmund Burke.

Smith expressou uma afinidade às opiniões de Edmund Burke, conhecido abertamente como um
filósofo político e deputado.
"Burke é o único homem que já conheci que pensa nos assuntos econômicos exatamente como eu
penso sem qualquer comunicação prévia entre nós".[16]
Burke foi um economista político, reconhecido pelo seu livro Thoughts and Details on Scarcity. Ele era
um grande crítico das políticas liberais, e condenou a Revolução Francesa, que começou em 1789.
Em Reflections on the Revolution in France (1790) ele escreveu que a "era da cavalaria está morta,
aquela que os sofistas, economistas e calculadores sucederam, e a glória da Europa está extinta para
sempre." As influências contemporâneas de Smith incluíam François Quesnay e Jacques Turgot, que
ele encontrou em uma viagem a Paris, e David Hume, seu compatriota escocês. A época produzia uma
necessidade comum entre os pensadores de explicar os levantes sociais da Revolução Industrial, e no
caos visível sem as estruturas feudais e monárquicas da Europa, mostrar que ainda havia ordem.

A mão invisível
"Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos
nosso jantar, mas de seu interesse próprio. Dirigimo-nos, não à sua humanidade, mas
para o seu amor próprio, e nunca falamos das nossas próprias necessidades, mas
das suas vantagens."[17]

Afirmação famosa de Adam Smith sobre interesse próprio

Smith defendia um "sistema de liberdade natural"[18] onde o esforço individual era o produtor do bem
social. Smith acreditava que até os egoístas na sociedade são mantidos sob controle e trabalham pelo
bem de todos quando agem em um mercado competitivo. Os preços, na maioria das vezes, não
representavam o verdadeiro valor de bens e serviços. Após John Locke, Smith pensava que o
verdadeiro valor das coisas derivava da quantidade de trabalho investido nelas.
"Todo homem é rico ou pobre de acordo com o grau em que ele pode se dar ao luxo de desfrutar as
coisas necessárias, conveniências e diversões da vida humana. Mas depois que a divisão do
trabalho passou a ocorrer, é apenas uma pequena parte dele com o qual o trabalho do próprio homem
pode supri-lo. Em sua maior parte ele deve derivar do trabalho das outras pessoas, e ele deve ser rico
ou pobre de acordo com a quantidade de trabalho que ele pode comandar, ou que ele pode se dar ao
luxo de comprar. O valor de qualquer mercadoria, portanto, para a pessoa que o possui, e que não
pretende usá-lo ou consumi-lo, mas sim trocá-lo por outras mercadorias, é igual a qualquer coisa, o que
todas as coisas realmente custam ao homem que necessita adquiri-la, é o trabalho e as dificuldades de
adquiri-lo."[19]
Quando os açougueiros, os cervejeiros e os padeiros agem em uma economia de mercado aberto, sua
busca pelo auto-interesse, segundo Smith, paradoxalmente leva o processo a corrigir os preços da vida
real a seus valores justos. Sua afirmação clássica sobre competição afirma que:
"Quando a quantidade de qualquer produto que é trazido ao mercado está abaixo da demanda efetiva,
todos aqueles que desejam pagar... não podem dispor da quantidades que eles querem... Alguns deles
irão desejar dar mais. Uma competição irá começar entre eles, e o preço de mercado subirá... Quando a
quantidade trazida ao mercado excede a demanda efetiva, ela não pode ser toda vendida para aqueles
que estão querendo pagar todo o valor do aluguel, salários e lucro que deve ser pago para trazê-lo a
si... O preço de mercado diminuirá..."[20]
Smith acreditava que um mercado produzia o que ele chamava de "progresso da opulência". Isto
envolvia uma cadeia de conceitos, com a divisão do trabalho sendo o condutor da eficiência econômica,
apesar de ela ser limitada ao processo de abertura dos mercados. Tanto a divisão do trabalho quanto a
abertura do mercado exigem uma acumulação de capital mais intensa pelos empreendedores e líderes
das empresas e indústrias. O sistema inteiro é baseado na manutenção dos direitos de propriedade.

22
Limitações

A primeira página do livro de Adam Smith.

A visão de Smith sobre uma economia de mercado livre, baseado no direito de propriedade,
acumulação de capital, abertura de mercados e uma divisão do trabalho contrastava com a tendência
mercantilista de tentar "regular todas as ações malignas dos humanos".[18] Smith acreditava que havia
três funções legítimas do governo. A primeira função era:
"... erguer e manter certas obras públicas e certas instituições públicas, que nunca poderiam ser
utilizadas ao interesse de qualquer indivíduo ou pequeno grupo de indivíduos, para erguer e manter...
qualquer sistema que se esforça.. para chamar para uma espécie particular de indústria uma maior
participação do capital da sociedade do que naturalmente iria para lá... retarda, ao invés de acelerar, o
progresso da sociedade para uma riqueza e grandeza reais."
Além da necessidade da liderança pública em certos setores, Smith argumentava que, em segundo
lugar, os cartéis eram indesejáveis devido ao seu potencial de limitar a produção e qualidade dos bens e
serviços.[21] Em terceiro lugar, Smith criticou o apoio do governo a qualquer tipo de monopólio, que
sempre impõe o preço mais alto "que pode ser suportado pelos compradores."[22]

A existência de monopólios e cartéis, que mais tarde iriam formar o núcleo da


política do direito da concorrência, poderia distorcer os benefícios dos
mercados livres às custas da soberania do consumidor.

Economia política clássica


Ver artigo principal: Economia clássica

Os economistas clássicos foram considerados como um grupo pela primeira vez por Karl Marx.[23] Uma
parte unificada de suas teorias era a teoria do valor-trabalho, contrastando com a derivação do valor a
partir de um equilíbrio geral de oferta e demanda. Esses economistas viram as primeiras
transformações econômicas e sociais trazidas pela Revolução Industrial: êxodo rural, precariedade,
pobreza, aparição da classe operária. Eles se perguntavam sobre o crescimento populacional, pois
a transição demográfica havia começado na Grã-Bretanha naquela época. Eles também fizeram muitas
questões fundamentais, sobre a origem do valor, as causas do crescimento econômico e o papel do

23
dinheiro na economia. Eles apoiavam uma economia de livre mercado, argumentando que ele era um
sistema natural baseado na liberdade e propriedade. No entanto, esses economistas estavam divididos
e não formaram uma corrente unificada de pensamento.
Uma corrente notável dentro da economia clássica foi a teoria do subconsumo, como antecedido
pela Birmingham School e Malthus no começo do século XIX. Eles argumentaram que o governo
deveria combater o desemprego e as crises econômicas, e foi um intelectual predecessor do que mais
tarde se tornaria a escola keynesiana na década de 1930. Outra escola notável foi a do capitalismo de
Manchester, que defendia o livre comércio e que era contra a anterior política do mercantilismo.

Jeremy Bentham
Ver artigo principal: Jeremy Bentham

Jeremy Bentham acreditava no "maior bem para o maior número".

Jeremy Bentham (1748–1832) foi talvez o pensador mais radical de seu tempo, além de ter
desenvolvido o conceito do utilitarismo. Bentham era um ateísta, um defensor da reforma penitenciária,
ativista dos direitos dos animais, sufrágio universal, liberdade de expressão, livre-comércio e plano de
saúde em uma época na qual poucos ousavam tomar essa posição. Ele foi educado rigorosamente
desde criança, terminando a universidade e virando um advogado aos 18 anos. Seu primeiro livro, A
Fragment on Government (1776), publicado anonimamente, foi uma crítica radical a Commentaries of
the laws of England de William Blackstone. Este livro obteve grande sucesso até ser descoberto que era
o jovem Bentham, e não um professor experiente, que o havia escrito. Em The Principles of Morals and
Legislation (1791), Bentham apresentou sua teoria da utilidade.[24]
O objetivo da política legal deve ser diminuir a miséria e o sofrimento na medida do possível produzindo
a maior felicidade para o maior número de pessoas.[25]Bentham até projetou uma metodologia
compreensiva para o cálculo da felicidade agregada na sociedade que uma lei em particular produziu,
um cálculo da felicidade.[26] A sociedade, argumentou Bentham, é nada mais que o total de
indivíduos,[27], de modo que, se alguém visar produzir um bem social líquido, então será necessário
assegurar que um maior nível de prazer seja experimentado por todas as classes sociais do que a dor,
independentemente de números. Por exemplo, uma lei propõe-se a fazer todos os ônibus da cidade
acessíveis a cadeiras de rodas, mas se movendo mais lentamente devido ao novo projeto de veículo.
Milhões de usuários de ônibus, portanto, experimentariam uma pequena quantidade de desprazer (ou
"sofrimento") em tráficos e tempo de viagem maiores, mas uma minoria de pessoas usando cadeiras de
rodas experimentará uma grande quantia de prazer por serem capazes de usar o transporte público, o
que compensa o desprazer agregado dos outros usuários. Comparações interpessoais de utilidade
foram permitidas por Bentham, a ideia de que o prazer maior de uma pessoa pode valor mais do que a

24
dor de muitos outros. Muitas críticas mostraram mais tarde como isto poderia ser pouco claro. Por
exemplo, o cálculo da felicidade permitiria um ditador extremamamente feliz compensar a miséria
sofrida pela população explorada? Apesar da metodologia de Bentham, havia alguns obstáculos na
medida da felicidade das pessoas.

Jean-Baptiste Say
Ver artigo principal: Jean-Baptiste Say

A Lei de Say, que afirma que toda oferta gera sua demanda, foi incontestável até o século XX.

Jean-Baptiste Say (1767–1832) foi um francês nascido em Lyon que ajudou a popularizar a obra de
Adam Smith na França.[28] Seu livro, Um Tratado de Política Econômica (1803, A Treatise on Political
Economy) contém uma breve passagem, que mais tarde se tornaria uma ortodoxia na economia política
até a Grande Depressão e que era conhecida como a Lei de Say dos mercados. Say afirmava que
nunca poderia existir uma deficiência geral de demanda ou um excesso geral de mercadorias na
economia. As pessoas produzem coisas, dizia Say, para preencher suas próprias necessidades, ao
invés das necessidades dos outros. A produção não é, portanto, uma questão de oferta, mas uma
indicação de produtores demandando bens. Say concordava que uma parte da renda é poupada pelas
famílias, mas no longo prazo, as poupanças são investidas. O investimento e o consumo são os dois
elementos da demanda, e, por isso, a produção é a demanda, sendo impossível para a produção
superar a demanda, ou haver uma "inundação" da oferta. Say também afirmou que a moeda é neutra,
porque seu único papel é facilitar as transações: portanto, as pessoas demandam dinheiro apenas para
comprar mercadorias. Say dizia que o "dinheiro é um véu". Para somar essas duas ideias, Say disse
que "os produtos são trocados por produtos". No máximo, haverá diferentes setores econômicos cujas
demandas não são preenchidas. Mas com o passar do tempo, as ofertas irão se desolar, as empresas
irão se reequipar para diferentes produções e o mercado se corrigirá a si mesmo. Um exemplo de uma
"inundação geral" poderia ser o desemprego, em outras palavras, uma grande oferta de trabalhadores
para poucos empregos. Os defensores da lei de Say sugeririam que ela necessariamente significa que
há um excesso de demanda por outros produtos que se auto-corrigirão. Ela permaneceu como uma das
bases da teoria econômica até a década de 1930. A lei de Say foi apresentada pela primeira vez em
inglês por James Mill (1773-1836), e foi defendida por David Ricardo, Henry Thornton[29] e John Stuart
Mill. No entanto, dois economistas políticos, Thomas Malthus e Sismondi, não ficaram convencidos.

25
Thomas Malthus

Malthus alertou os legisladores sobre os efeitos das políticas de redução da pobreza.

Ver artigo principal: Thomas Malthus

Thomas Malthus (1766–1834) foi um ministro conservador do Parlamento do Reino Unido que,
constrastando com Bentham, acreditava na abstenção absoluta do governo dos males
sociais.[30] Malthus devotou o último capítulo de seu livro Principles of Political Economy (1820) para
refutar a lei de Say, e argumentou que a economia poderia estagnar com uma falta de "demanda
efetiva".[31] Em outras palavras, os salários, se forem menores que os custos totais de produção, não
conseguem comprar o produto total da indústria e isso causaria a diminuição dos preços. A queda no
preço diminui o incentivo ao investimento, e a espiral continuaria indefinidamente. Malthus é mais
conhecido, no entanto, por sua obra anterior, An Essay on the Principle of Population. Ele argumentava
que a intervenção era impossível devido a dois fatores. "O alimento é necessário para a existência do
homem," escreveu Malthus. "A paixão entre os sexos é necessária e permanecerá aproximadamente
em seu estado atual," ele afirmou, dizendo que o "poder da população é infinitamente maior que o poder
da Terra de produzir subsistência para o homem."[32] Não obstante, o crescimento populacional é
marcada pela "miséria e pelo vício". Qualquer aumento nos salários das massas causaira apenas um
crescimento temporário na população, que, dadas as restrições na oferta da produção da Terra, levaria
à miséria, vícios e reajustes em direção à população original.[33]Entretanto, mais trabalho poderia
significar mais crescimento econômico, sendo que um dos quais seria capaz de ser produzido por uma
acumulação de capital.

David Ricardo
Ver artigo principal: David Ricardo

26
David Ricardo é reconhecido por sua lei das vantagens comparativas.

David Ricardo (1772–1823) nasceu em Londres. Com 26 anos, ele havia se tornado um rico operador
do mercado de ações e obteve um assento eleitoral na Irlanda para obter uma plataforma na Câmara
dos Comuns do Parlamento do Reino Unido.[34] A obra mais conhecida de Ricardo é Principles of
Political Economy and Taxation, que contém sua crítica contra as barreiras ao comércio internacional e
uma descrição da maneira como a renda é distribuída na população. Ricardo fez uma distinção entre os
trabalhadores, que recebiam um salário fixo em um nível no qual eles conseguiam sobreviver, os
proprietários de terras, que recebiam uma renda da terra, e os capitalistas, que possuíam capital e
recebiam lucro, uma parte residual da receita.[35] Se a população cresce, torna-se necessário cultivar
terras adicionais, cuja fertilidade é menor que a dos campos já cultivados, devido à lei da produtividade
decrescente. Portanto, o custo da produção do trigo aumenta, bem como o preço do trigo: As rendas da
terra aumentam também os salários, indexados à inflação (pois eles precisam possibilitar a subsistência
dos trabalhadores). Os lucros diminuem, até que os capitalistas não consigam mais investir. A
economia, concluiu Ricardo, é obrigada a tender a um estado estacionário.
Para adiar o estado estacionário, Ricardo defende a promoção do comércio internacional para se
importar trigo a um baixo preço para combater os proprietários de terra. A Corn Laws da Inglaterra foi
aprovada em 1815, definindo um sistema flutuante de tarifas para estabilizar o preço do trigo no
mercado doméstico. Ricardo argumentou que o aumento nas tarifas, apesar de visar beneficiar a renda
dos agricultores, produziria meramente um aumento nos preços das rendas da terra que iriam para os
bolsos dos proprietários de terra.[36]Além disso, o trabalho a mais seria empregado, levando a um
aumento no custo dos salários e, portanto, reduzindo as exportações e os lucros provenientes dos
negócios exteriores. A economia, para Ricardo, se restringia à relação entre três "fatores de
produção": terra, trabalho e capital. Ricardo demonstrou matematicamente que os ganhos com o
comércio poderiam compensar as vantagens percebidas pela política protecionista. A ideia da vantagem
comparativa sugere que mesmo se um país é inferior, em relação a outro, na produção de todos os
bens, ele ainda pode se beneficiar da abertura de suas fronteiras, visto que o influxo de bens produzidos
com menor custo do que em casa produz um ganho para os consumidores domésticos.[37] De acordo
com Ricardo, esse conceito levaria a um deslocamento nos preços, de modo que, eventualmente, a
Inglaterra produziria bens nos quais suas vantagens comparativas fossem mais altas.

John Stuart Mill


Ver artigos principais: Principles of Political Economy e John Stuart Mill

John Stuart Mill (1806–1873) era a figura dominante do pensamento econômico político de sua época,
bem como foi um Deputado por Westminter, e um líder filósofo político. Mill foi uma criança prodígio,
lendo sobre a Grécia Antiga a partir dos 3 anos e sendo vigorosamente educado pelo seu pai, James
Mill.[38] Jeremy Bentham foi um mentor íntimo e amigo de família, sendo Mill foi fortemente influenciado
por David Ricardo. O livro-texto de Mill, publicado pela primeira vez em 1848 e intitulado Principles of
Political Economy, foi essencialmente um sumário da sabedoria econômica de meados do século
XIX.[39]Ele foi usado como o texto padrão pela maioria das universidades no início do século XX. Sobre
a questão do crescimento econômico, Mill tentou achar um meio termo entre a posição de Adam Smith
das oportunidades cada vez maiores para o comércio e inovação tecnológica e a visão de Thomas
Malthus dos limites inerentes da população. Em seu quarto livro, Mill definiu inúmeros possíveis futuros
resultados, ao invés de prever um em particular. A primeira seguia a linha maltusiana de que a
população crescia mais rápido que a oferta, levando a salários decrescentes e lucros crescentes.[40] A
segunda, seguindo Smith, dizia que, se a economia crescesse mais rápido que a população, então
os salários reais subiriam. A terceira, ecoando David Ricardo, previa que se o capital acumulasse e a
população aumentasse à mesma taxa, com a tecnologia ficando estável, não haveria mudanças nos
salários reais porque a oferta e a demanda por trabalho seriam a mesma. Entretanto, populações
crescentes exigiriam um maior uso da terra, aumentando os custos de produção de alimento e, portanto,
diminuindo os lucros. A quarta alternativa era a de que a tecnologia avançava mais rápido que a
população e o estoque de capital.[41] O resultado seria uma economia próspera. Mill sentia que o terceiro
cenário era mais plausível, e ele assumiu que os avanços na tecnologias teriam um fim em algum
momento.[42] Mas, com a perspetiva do crescimento econômico continuar, Mill era mais ambivalente.

27
"Eu confesso que não estou encantado com o ideal de vida sustentado por aqueles que pensam que o
estado normal do ser humano é o de lutar para alcançá-lo, em que o atropelamento, esmagamento e
cotoveladas uns nos outros, que forma o tipo existente de vida social, é o destino mais desejável da
espécie humana, ou qualquer coisa senão os sintomas desagradáveis de uma das fases do progresso
industrial.[43]
Mill também é creditado por ser a primeira pessoa a falar sobre oferta e demanda como uma relação ao
invés de meras quantidades de bens no mercado,[44] o conceito de custo de oportunidade e a rejeição
da doutrina do fundo salarial.[45]

Capitalismo e Marx
Ver artigo principal: Economia marxiana

Karl Marx forneceu uma crítica fundamental à economia clássica, baseado na teoria do valor-trabalho.

Assim como o termo "mercantilismo" foi cunhado e popularizado por seus críticos, como Adam Smith,
ocorreu o mesmo com o termo "capitalismo" ou Kapitalismus, usados por seus dissidentes,
principalmente por Karl Marx. Karl Marx (1818–1883) era, e de muitas formas ainda permanece como,
um economista socialista proeminente. Sua combinação de teoria política representada no Manifesto
Comunista e a teoria dialética da história, inspirado por Hegel, forneceram uma crítica revolucionária
ao capitalismo como ele o via no século XIX. O movimento socialista ao qual ele se juntou emergiu em
resposta às condições do povo na nova era industrial e à economia clássica que as acompanhava. Ele
escreveu sua principal obra, O Capital, na biblioteca do Museu Britânico.

Contexto
Ver artigos principais: Robert Owen, Pierre-Joseph Proudhon e Friedrich Engels

28
Com Marx, Friedrich Engels escreveu o Manifesto Comunista, e o segundo volume de O Capital.

Robert Owen (1771–1858) foi um industrialista que se determinou a melhorar as condições de seus
trabalhadores. Ele comprou fábricas têxteis em New Lanark, Escócia, onde ele proibiu crianças com
menos de 10 anos de idade de trabalhar, definiu a jornada de trabalho das 6 horas da manhã até as 7
horas da noite e forneceu escolas noturnas para crianças. Medidas tão pequenas ainda eram
melhoramentos substanciais e sua empresa permaneceu solvente através da maior produtividade,
embora seus salários fossem mais baixos que a média nacional.[46] Ele publicou sua opinião em The
New View of Society (1816) durante a aprovação das leis das fábricas, mas sua tentativa a partir de
1924 de começar uma nova comunidade utópica em Nova Harmonia terminou sem sucesso. Uma das
influência de Marx foi o anarquista/socialista francês Pierre-Joseph Proudhon. Apesar de ser um crítico
ferrenho do capitalismo e defensor de que as associações de trabalhadores o substituísse, ele também
foi contra seus socialistas contemporâneos que idealizaram uma associação centralizada controlada
pelo estado. Em System of Economic Contradictions (1846) Proudhon fez uma crítica abrangente do
capitalismo, analisando os efeitos contraditórios do maquinário, competição, propriedade, monopólio e
outros aspectos da economia.[47][48]. Ao invés do capitalismo, ele defendeu um sistema mutualista
"baseado na igualdade, - em outras palavras, a organização do trabalho, que envolve a negação da
economia política e o fim da propriedade." Em seu livro O que é a propriedade? (1840) ele defende que
a propriedade é um roubo, uma visão diferente que a do clássico Mill, que escreveu que a "tributação
parcial é uma forma branda de roubo".[49] No entanto, no final de sua vida, Proudhon modificou algumas
de suas posições iniciais. No livro publicado postumamente Theory of Property (Teoria da Propriedade),
ele defendeu que a "propriedade é o único poder que pode agir como um contrapeso ao
estado".[50] Friedrich Engels, um autor radical publicado, lançou um livro intitulado A Situação da Classe
Trabalhadora na Inglaterra[51] descrevendo as posições das pessoas como "o ápice mais revelado da
miséria social em nossos dias". Após Marx morrer, foi Engels que completou o segundo volume de O
Capital a partir das notas de Marx.

29
O Capital

A capa da primeira edição do Capital em alemão.

Ver artigos principais: O Capital e Karl Marx

Karl Marx começa O Capital com o conceito de mercadorias. Antes das sociedades capitalistas, diz
Marx, o modo de produção era baseado na escravidão (e.g. na Roma Antiga) antes de se mover para
a servidão feudal (e.g. na Idade Média). À medida que a sociedade avançava, a servidão econômica
tornou-se mais frouxa, mas o nexo atual da troca de trabalho produziu uma situação igualmente errática
e instável permitindo as condições para a revolução. As pessoas compram e vendem seu trabalho da
mesma forma que elas compram e vendem bens e serviços. Elas próprias
são mercadorias descartáveis. Como ele escreveu no Manifesto Comunista,
"Toda a história da sociedade existente é a história das lutas de classes. Liberdade e escravidão,
patrícios e plebeus, senhor feudal e servo, mestre da guilda e aprendiz, em uma palavra, opressor e
oprimido, em constante oposição um com o outro... A moderna sociedade burguesa que floresceu das
ruínas da sociedade feudal não acabou com os antagonismos de classes. Limitou-se a estabelecer
novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta no lugar das antigas".
Além disso, na primeira página de O Capital,
"A riqueza dessas sociedades nas quais o modo capitalista de produção prevalece, apresenta a si
própria como 'uma imensa acumulação de mercadorias,"[52]com a sua unidade sendo uma única
mercadoria. Nossa investigação precisa, então, começar com a análise de uma mercadoria.
O uso de Marx da palavra "mercadoria" está ligado a uma extensiva discussão metafísica da natureza
da riqueza material, como os objetos da riqueza são percebidos e como eles podem ser usados. O
conceito de uma mercadoria contrasta com os objetos do mundo natural. Quando as pessoas misturam
seu trabalho com um objeto, ele torna-se uma "mercadoria". No mundo natural,
há árvores, diamantes, minérios de ferro e pessoas. No mundo econômico, eles se
tornam cadeiras, anéis, fábricas e trabalhadores. No entanto, diz Marx, as mercadorias têm uma
natureza dual, um valor dual. Ele distingue o valor de uso de uma coisa de seu valor de troca, que
podem ser inteiramente diferentes.[53] O valor de uso de uma coisa deriva da quantidade de trabalho
usada para produzí-la, diz Marx, seguindo os economistas clássicos na teoria do valor-trabalho.

30
Entretanto, Marx não acreditava que o trabalho era a única fonte de valor de uso das coisas. Ele
acreditava que o valor pode derivar também de bens naturais e refinou sua definição do valor de uso
para "tempo de trabalho socialmente necessário (o tempo que as pessoas precisam para produzir
coisas quando elas não são preguiçosas ou ineficientes).[54] Além disso, as pessoas subjetivamente
inflacionam o valor das coisas, por exemplo, por existir um fetiche da mercadoria para diamantes
brilhantes,[55] e relações de força opressivas envolvidas na produção da mercadoria. Esses dois fatores
significam que os valores de troca diferemente bastante. Uma relação de poder opressiva, diz Marx
aplicando a distinção uso/troca para o próprio trabalho, nas barganhas de trabalho-salário deriva do fato
de que os empregadores pagam seus trabalhadores menos do que o "valor de troca" que os
trabalhadores produzem do "valor de uso". A diferença compõe o lucro do capitalista, ou, na
terminologia de Marx, a "mais-valia".[56] Por isso, diz Marx, o capitaslimo é um sistema de exploração.

Marx explicou os altos e baixos, como o Pânico de 1873, como parte de uma instabilidade inerente na economia
capitalista.

A obra de Marx transformou a teoria do valor-trabalho. Sua ironia obscura se aprofunda ao perguntar o
que é o tempo de trabalho socialmente necessário para a produção do próprio trabalho (i.e. pessoas
trabalhando). Marx responde que este é o mínimo para que as pessoas subsistam e se reproduzam
com as habilidade necessárias na economia.[57] As pessoas são, portanto, alienadas tanto em relação
aos frutos da produção quanto aos meios de perceber seu potencial, psicologicamente, em sua posição
oprimida no mercado de trabalho. Mas a história contada no lugar da exploração e alienação é a
da acumulação de capital e do crescimento econômico. os empregadores estão constantemente sobre
pressão da competição de mercado para fazer seus trabalhadores renderem mais, e no limite, investem
na tecnologia substituidora de mão-de-obra (e.g. um robô empacotador em uma linha de montagem).
Isto aumenta os lucros e expande o crescimento, mas gerando benefício somente para aqueles que
possiem a propriedade privada desses meios de produção. A classe trabalhadora, enquanto isso,
encara um progressivo empobrecimento, tendo o produto de seu trabalho explorado e alienados dos
instrumentos da produção. E, perdendo seus empregos para as máquinas, eles acabariam
desempregados. Marx acreditava que um exército industrial de reserva cresceria cada vez mais,
impulsionando uma pressão para baixo nos salários visto que as pessoas desesperadas aceitariam
trabalhar por menos. Mas isto produziria um déficit de demanda pois o poder de compra se reduziria.
Haveria um excesso de produtos não vendidos, a produção seria cortada, os lucros se reduziriam até
que a acumulação de capital diminuísse, alcançando uma depressão econômica. Quando a economia
se ajustar, ela novamente começa a se expandir até que o próximo ciclo de baixa se reinicie. Com todos
os altos e baixos e todas as crises capitalistas, pensava Marx, a tensão e o conflito entre as classes
crescentemente polarizadas de capitalistas e trabalhadores aumentaria. Além disso, as firmas menores
seriam engolidas pelas maiores em todos os ciclos econômicos, visto que o poder se concentra nas
nãos de poucos. Em última análise, liderado por um Partido Comunista, Marx previa uma revolução e a

31
criação de uma sociedade sem classes. Como ela funcionaria, Marx nunca sugeriu. Sua contribuição
primária não era sobre a impressão de como a sociedade deveria ser, mas uma crítica ao que ele via.

Após Marx
Ver artigos principais: Karl Kautsky, Rosa Luxemburg, Beatrice Webb, John A. Hobson, R. H.
Tawney e Paul Sweezy

O primeiro volume de O Capital foi o único que Marx publicou sozinho. Os segundo e terceiro volumes
foram feitos com a ajuda de Friedrich Engels, e Karl Kautsky, que se tornou um amigo de Engels,
ajudou na publicação do volume quatro.
Marx tinha começado uma tradição de economistas que se concentravam igualmente nos assuntos
políticos. Também na Alemanha, Rosa Luxemburg foi um membro do Partido Social-Democrata da
Alemanha, que mais tarde se transformaria no Partido Comunista da Alemanha devido a sua posição
contra a Primeira Guerra Mundial. Beatrice Webb, na Inglaterra, era uma socialista que ajudou a fundar
a London School of Economics (LSE) e o socialismo fabiano.

Pensamento neoclássico
Ver artigos principais: Economia neoclássica, Economia neoclássica, Revolução
marginalista e Economia matemática

Na década de 1860, uma revolução ocorreu na economia. As novas ideias vieram com a
escola marginalista. Escrevendo simultânea e independentemente, um francês (Léon Walras), um
austríaco (Carl Menger) e um inglês (William Stanley Jevons) foram desenvolvendo a teoria, que
possuía alguns antecedentes. Ao invés do preço de um bem ou serviço refletir o trabalho que o
produziu, ele reflete a utilidade marginal da última compra. Isto significava que no equilíbrio as
preferências das pessoas determinavam os preços, incluindo indiretamente o preço do trabalho.
Esta corrente de pensamento não era unida, e havia três escolas principais trabalhando
independentemente. A escola de Lausanne, cujos dois principais representantes eram Walras e Vilfredo
Pareto, desenvolveu as teorias do equilíbrio de mercado e de eficiência de Pareto. A principal obra
escrita desta escola foi Elements of Pure Economics, de Walras. A escola de Cambridge apareceu
com Theory of Political Economy, de Jevons, em 1871. Esta escola inglesa desenvolveu as teorias de
equilíbrio parcial e insistiu nas falhas de mercado. Os principais representantes foram Alfred
Marshall, William Stanley Jevons e Arthur Pigou. A Escola de Viena foi formada dos economistas
austríacos Menger, Eugen von Böhm-Bawerk and Friedrich von Wieser. Eles desenvolveram a teoria do
capital e tentaram explicar a existência das crises econômicas. Ela apareceu em 1871 com Principles of
Economics, de Menger.

Utilidade marginal
Ver artigos principais: Lei da utilidade marginal, Carl Menger, William Stanley Jevons e Léon Walras

32
William Stanley Jevons ajudou a popularizar a teoria da utilidade marginal.

Carl Menger (1840–1921), um economista austríaco formulou o princípio básico da utilidade marginal
em Grundsätze der Volkswirtschaftslehre[58] 1871, Principles of Economics). Os consumidores agem
racionalmente ao buscar maximizar a satisfação de todas as suas preferências. As pessoas alocam
seus gastos de uma forma que a última unidade de uma mercadoria comprada crie não mais do que a
última unidade comprada de outra coisa. Stanley Jevons (1835–1882) foi sua contraparte inglesa, e
trabalhou como tutor e mais tarde professor na Victoria University of Manchester e na University College
London. Ele enfatizou em Theory of Political Economy (1871) que, na margem, a satisfação dos bens e
serviços diminui. Um exemplo da lei dos rendimentos decrescentes é o de que, a cada laranja que
alguém come, menos prazer é obtido da última laranja (até que se pare de comer). Em seguida, Léon
Walras (1834–1910), de novo trabalhando independentemente, generalizou a teoria marginal na
economia em Elements of Pure Economics (1874). Pequenas mudanças nas preferências das pessoas,
por exemplo mudança de carne para cogumelos, levaria a um aumento do preço dos cogumelos e uma
diminuição do preço da carne. Isto estimula os produtores a mudar a produção, aumentando o
investimento em cogumelos, que aumentaria a oferta no mercado e um novo preço de equilíbrio entre
os produtos - por exemplo, diminuindo o preço dos cogumelos a um nível entre os dois primeiros níveis.
Para muitos produtores na economia o mesmo ocorreria, se for suposto que os mercados são
competitivos, as pessoas escolhem por interesse próprio e sem custos na mudança de produção.
Tentativas iniciais de explicar as crises periódicas das quais Marx havia falado não tiveram sucesso.
Após achar uma correlação estatística entre manchas solares e flutuações econômicas, e seguindo a
crença comum na época de que as manchas tinham um efeito direto no clima e portanto na produção
agrícola, Stanley Jevons escreveu,
"quando nós sabemos que há uma causa, a variação da atividade solar, que é de sua natureza afetar a
produção da agricultura, e que varia no mesmo período, torna-se quase certo que as duas séries de
fenômenos - ciclos de crédito e variações solares - são conectadas como efeito e causa.[59]

Análise matemática
Ver artigos principais: Vilfredo Pareto, Alfred Marshall, Francis Edgeworth e Johann Heinrich von
Thünen

33
Alfred Marshall escreveu o principal livro-texto alternativo a 'Principles of Economics (1882), de John Stuart Mill

Vilfredo Pareto (1848–1923) foi um economista italiano, mais conhecido por desenvolver o conceito de
uma economia que permitiria a maximização do nível de utilidade de cada indivíduo, dado o nível de
utilidade possível dos outros em relação à produção e troca. Tal resultado veio a ser chamado de
"eficiente de Pareto". Pareto desenvolveu representações matemáticas para essa alocação de recursos,
em particular abstraindo os arranjos institucionais e medidas monetárias
de riqueza ou distribuição de renda.[60]
Alfred Marshall é também creditado pela tentativa de tratar a economia em uma base mais matemática.
Ele foi o primeiro professor de economia na Universidade de Cambridge e sua obra, Principles of
Economics[61] coincidiram com a transição do tema da "economia política" para seu termo favorito,
"economia". Ele via a matemática como uma forma de simplificar o raciocínio econômico, embora
tivesse reservas, como revelado em uma carta a seu estudante Arthur Cecil Pigou.
"(1) Use a matemática como uma linguagem abreviada, ao invés de uma motor de pesquisas. (2)
Mantenha com eles até que termine. (3) Traduza para o inglês. (4) Então, ilustre com exemplos que são
mais importantes na vida real. (5) Descarte a matemática. (6) Se você não tiver sucesso em 4, descarte
3. Isto é o que frequentemente faço."[62]
Logo após a revolução marginalista, Marshall concentrou-se na reconciliação da teoria clássica do valor-
trabalho, que se focava no lado da oferta do mercado, com a nova teoria marginalista, que se focava no
lado da demanda do consumidor. A representação gráfica de Marshall é o famoso gráfico de oferta e
demanda, a "cruz marshalliana". Ele insistiu que ela era a intersecção tanto da oferta quanto da
demanda que produz um preço de equilíbrio em um mercado competitivo. No longo prazo, argumentava
Marshall, os custos de produção e os preços dos bens e serviços tendem ao ponto mais baixo
consistente com uma produção contínua. Arthur Cecil Pigou, em Wealth and Welfare (1920), insistia na
existência de falhas de mercado. Os mercados são ineficientes quando existem externalidades, e por
isso o estado deve interferir. No entanto, Pigou possuía crenças no livre mercado e, em 1933, face à
crise econômica, ele explicou em The Theory of Unemployment que a intervenção excessiva do estado
no mercado de trabalho era a causa real do desemprego massivo, pois os governos estabeleciam um
salário mínimo, que impedia os salários de se ajustarem automaticamente. Este iria ser o foco do
ataque de Keynes.

A Escola Austríaca
Ver artigos principais: Eugen von Böhm-Bawerk, Friedrich von Wieser, Joseph Schumpeter, Ludwig
von Mises, Friedrich Hayek e Escola Austríaca

Apesar de o fim do século XIX e começo do século XX terem sido dominados cada vez mais pela
análise matemática, os seguidores de Carl Menger, na tradição de Eugen von Böhm-Bawerk, seguiram
uma rota diferente, defendendo o uso da lógica dedutiva. Este grupo tornou-se conhecido como a
Escola Austríaca, refletindo a origem austríaca de muitos de seus participantes. Thorstein Veblen em

34
1900, em Preconceptions of Economic Science, contrastou os marginalistas neoclássicos na tradição
de Alfred Marshall com os filósofos da Escola Austríaca.[63][64]

Ludwig von Mises, Friedrich von Hayek, e Joseph Schumpeter

Joseph Alois Schumpeter (1883–1950) foi um economista austríaco e cientista político mais conhecido
por suas obras sobre ciclos econômicos e inovação. Ele insistia no papel dos empreendedores em uma
economia. Em Business Cycles: A theoretical, historical and statistical analysis of the Capitalist
process(1939), Schumpeter realizou uma síntese das teorias sobre os ciclos econômicos. Ele sugeriu
que esses ciclos poderiam explicar as situações econômicas. De acordo com Schumpeter, o capitalismo
necessariamente passa por ciclos de longo prazo, pois ele é inteiramente baseado em invenções e
inovações científicas. Uma fase de expansão torna-se possível pelas inovações, pois elas
trazem ganhos de produtividade e encorajam os empreendedores a investir. No entanto, quando os
investidores trazem um processo de destruição criadora, isto é, eles destroem os velhos produtos, os
empregos diminuem, mas eles permitem que a economia inicie uma nova fase de crescimento, baseado
em novos produtos e novos fatores de produção.[65]
Ludwig von Mises (1881–1973) foi um economista austríaco que contribuiu com a ideia de praxeologia,
"A ciência da ação humana". A praxeologia via a economia como uma série de trocas voluntárias que
aumentam a satisfação das partes envolvidas. Mises também argumentou que o socialismo sofre de
um problema do cálculo econômico insolúvel, que, de acordo com ele, poderia ser resolvido apenas
através de mecanismos de preços de mercado livre.
As críticas abertas de Mises ao socialismo tiveram uma grnde influência no pensamento econômico
de Friedrich von Hayek (1899–1992), que, apesar de inicialmente simpático ao socialismo, tornou-se um
dos líderes dos críticos acadêmicos contra o coletivismo no século XX.[66] Ecoando o "sistema de
liberdade natural" de Smith, Hayek argumentou que o mercado é uma "ordem espontânea" e ativamente
menosprezou o conceito de "justiça social".[67] Hayek acreditava que todas as formas de coletivismo
(mesmo aquelas teoricamente baseadas na cooperação voluntária) poderiam ser mantidas apenas por
uma autoridade central. Em seu livro, O Caminho da Servidão (1944) e suas obras posteriores, Hayek
alegou que o socialismo exigia um planejamento econômico central e que tal planejamento, por sua vez,
levaria ao totalitarismo. Hayek atribuiu o nascimento da civilização à propriedade privada em seu
livro The Fatal Conceit (1988). De acordo com ele, a sinalização de preços é o único meio de possibilitar
que cada tomador de decisões econômico comunique o conhecimento tácito e o conhecimento
disperso para os outros, a fim de resolver o problema do cálculo econômico. Junto com seu
contemporâneo Gunnar Myrdal, Hayek foi premiado com o Prêmio Nobel em 1974.

Depressão e reconstrução
Alfred Marshall ainda estava trabalhando em suas últimas revisões de Principles of Economics quando
da eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O novo clima do século XX de otimismo foi logo
violentamente desmembrado nas trincheiras da frente ocidental. Por quatro anos a produção da Grã-
Bretanha, Alemanha e França foi totalmente orientada para a indústria da economia de guerra. Em
1917, a Rússia sucumbiu a uma revolução liderada pelo partido bolchevique de Vladimir Lenin. Eles
carregaram a teoria marxista como seu salvador, e prometeram um país de "paz, pão e terra" pela
coletivização dos meios de produção. Também em 1917, os Estados Unidos entraram na guerra do lado
da França e Grã-Bretanha, com o Presidente Woodrow Wilson levando o bordão de "tornando o mundo
seguro para a democracia". Ele projetou um plano de paz de Quatorze Pontos. Em 1918, a Alemanha
lançou uma ofensiva na primavera que fracassou, e como os aliados contra-atacaram e milhões foram
escravizados, a Alemanha entrou em uma revolução, e seu governo buscou a paz com base nos
Quatorze Pontos de Wilson. A Europa ficou em ruínas financeira, física e psicologicamente, e seu futuro

35
ficou nas mãos da conferência de Versalhes de 1919. John Maynard Keynes era o representante da HM
Treasury na conferência e o maior crítico de seu resultado.

John Maynard Keynes

John Maynard Keynes (direita) com sua contraparte americana Harry White nos acordos de Bretton Woods.

Ver artigos principais: John Maynard Keynes e The Economic Consequences of the Peace

John Maynard Keynes (1883–1946) nasceu em Cambridge, foi educado no Eton College e
supervisionado por Arthur Cecil Pigou e Alfred Marshall na Universidade de Cambridge. Ele começou
sua carreira como um professor, antes de trabalhar no governo britânico durante a Grande Guerra, e
passar a ser o representante financeiro do governo britânico na conferência de Versalhes. Suas
observações foram expostas no livro The Economic Consequences of the Peace[68] (1919) onde ele
documentou sua indignação contra o colapso da desão dos norte-americanos aos Quatorze Pontos[69] e
o clima de vingança que prevaleu na Alemanha.[70] Keynes saiu da conferência e, usando dados
econômicos extensivos fornecidos pelos registros da conferência, argumentou que se os vitoriosos
forçassem reparações de guerra aos países derrotados do Eixo, então uma crise financeira mundial se
seguiria, levando a uma segunda guerra mundial.[71] Keynes terminou seu tratado defendendo, em
primeiro lugar, uma redução nos pagamentos da reparação da Alemanha para um patamar razoável,
maior gerenciamento intergovernamental da produção continental de carvão e uma união de livre
comércio através da Liga das Nações;[72] em segundo lugar, um ajuste para compensar o pagamento de
dívidas entre os países aliados;[73] em terceiro lugar, uma reforma completa do sistema de monetário
internacional e um fundo de empréstimos internacional;[74] e em quarto lugar, uma reconciliação das
relações comerciais com a Rússia e a Europa Oriental.[75]
O livro foi um enorme sucesso, e visto que ele foi criticado pelas falsas previsões por um grande número
de pessoas,[76] sem as mudanças que ele defendia, as previsões sombrias de Keynes combinavam com
a experiência mundial da Grande Depressão que se seguiu em 1929, e a entrada em um novo surto de
guerra em 1939. A Primeira Guerra Mundial tinha sido a "guerra para acabar com todas as guerras", e o
fracasso absoluto do estabelecimento da paz gerou uma determinação ainda maior para não repetir os
mesmos erros. Com a derrota do fascismo, os acordos de Bretton Woods foram celebrados para
estabelecer uma nova ordem econômica. Keynes mais uma vez exerceu um papel de liderança.

A Teoria Geral
Ver artigo principal: A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda

Durante a Grande Depressão, Keynes havia publicado sua mais importante obra, A Teoria Geral do
Emprego, do Juro e da Moeda (The General Theory of Employment, Interest, and Money, 1936). A
depressão foi desencadeada na Terça-Feira Negra, levando ao aumento do desemprego nos Estados

36
Unidos, cobrança de dívidas dos tomadores de empréstimos europeus e um efeito dominó econômico
pelo mundo. A economia ortodoxa recomendou a contenção de despesas, até que a confiança das
empresas e o nível dos lucros se recuperassem. Keynes, em contraste, argumentou em A Tract on
Monetary Reform (1923) que vários fatores determinavam a atividade econômica, e que não era
suficiente esperar que o equilíbrio de mercado de longo prazo se restaurasse sozinho. Como Keynes
observou,
"... este longo prazo é um guia enganoso para os assuntos atuais. No longo prazo todos estaremos
mortos. Os economistas definem-se muito facilmente, é muito inútil uma análise, se em épocas
tempestuosas eles podem apenas contar que quando a tempestade passar o oceano será calmo
novamente."[77]
No topo da oferta monetária, Keynes identificou a propensão ao consumo, indução do investimento, a
eficiência marginal do capital, preferência pela liquidez e o efeito multiplicador como variáveis que
determinam o nível do produto da economia, emprego e nível de preços. Grande parte dessa
terminologia esotérica foi inventada por Keynes especialmente para sua Teoria Geral, apesar de
algumas ideias simples estarem por trás. Keynes argumentou que se a poupança estivesse descolada
do investimento, através do mercado financeiro, os gastos totais cairiam. Os gastos decrescentes
levariam à redução da renda e ao desemprego, o que reduziria novamente a poupança. Isto continuaria
até que o desejo de poupar se tornasse igual ao desejo de investir, o que significa que um novo
"equilíbrio" seria alcançado e o declínio nos gastos parasse. Esse novo "equilíbrio" é uma depressão,
onde as pessoas estão investindo menos, tendo menos para poupar e menos para gastar.
Keynes argumentou que o emprego depende do gasto total, que é composto dos gastos do consumidor
e investimento das empresas do setor privado. Os consumidores gastam apenas "passivamente", ou de
acordo com as flutuações de suas rendas. As empresas, por outro lado, são induzidas a investir à taxa
esperada de retorno em novos investimentos (o benefício) e a taxa de juros paga (o custo). Então, dizia
Keynes, se as expectativas das empresas permanecessem as mesmas, e governo reduzisse as taxas
de juros (o custo de emprestar), o investimento aumentaria, levando a um efeito multiplicador nos
gastos totais. As taxas de juros, por sua vez, dependem da quantidade de dinheiro e do desejo de
possuir dinheiro nas contas bancárias (em oposição ao investimento). Se não há dinheiro suficiente
disponível para suprir o quanto as pessoas desejam segurar, as taxas de juros aumentam até o pessoas
o suficiente desistirem. Então, se a quantidade de dinheiro aumentasse, enquanto o desejo de segurar
dinheiro permanecesse estável, as taxas de juros cairiam, levando a um maior investimento, produto e
emprego. Por ambas as razões, Keynes defendia baixas taxas de juros e crédito fácil, a fim de combater
o desemprego.
Entretanto, Keynes, na década de 1930, acreditava que havia a necessidade de ação do setor público.
Os gastos deficitários, dizia Keynes, iriam impulsionar a atividade econômica. Isso ele havia defendido
em uma carta aberta para o Presidente dos Estados Unidos Franklin Delano Roosevelt na New York
Times (1933). O programa New Deal estava bem encaminhado quando da publicação da Teoria Geral.
Ele forneceu um reforço conceitual para as políticas já seguidas. Keynes também acreditava em uma
distribuição mais igualitária da renda, e tributação sobre rendimento de capital, argumentando que as
altas taxas de poupança (para a qual os mais riscos eram mais propensos) não são desejáveis em uma
economia desenvolvida. Keynes portanto defendia tanto a gestão monetária como uma política fiscal
ativa.

Economia keynesiana
Ver artigos principais: Escola keynesiana e Ressurgência keynesiana de 2008–2009

Durante a Segunda Guerra Mundial, Keynes agiu como um conselheiro do HM Treasury outra vez,
negociando os principais empréstimos dos Estados Unidos. Ele ajudou a formular os planos para
o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e uma Organização Internacional do
Comércio[78] na conferência de Bretton Woods, um pacote projetado para estabilizar as flutuações da
economia mundial que havia ocorrido na década de 1920 e criar um campo de negociações a nível
global. Keynes faleceu um pouco mais de um ano depois, mas suas ideias já haviam modelado uma
nova ordem econômica global, e todos os governos ocidentais seguiram a prescrição keynesiana de
gastos deficitários para combater crises e manter o pleno emprego. Um dos pupilos de Keynes em
Cambridge era Joan Robinson, que contribuiu para a noção de que a competição raramente é perfeita

37
em um mercado, uma indicação da teoria da definição de preços nos mercados. Em The Production
Function and the Theory of Capital (1953) Robinson abordou o que ela via ser algo de circularidade na
economia ortodoxa. Os neoclássicos asseveram que um mercado competitivo força os produtores a
minimizar os custos de produção. Robinson dizia que os custos de produção são meramente preços de
insumos, como o capital. Os bens de capital obtêm seu valor dos produtos finais. E, se o preço dos
produtos finais determina o preço do capital, então, argumentou Robinson, é totalmente circular dizer
que o preço do capital determina o preço dos produtos finais. Os bens não podem ser precificados até
que os custos dos insumos fossem determinados. Isso não importaria se tudo na economia acontecesse
instantaneamente, mas no mundo real, a definição dos preços leva tempo - os bens são precificados
antes de serem vendidos. Visto que o capital não pode ser adequadamente avaliado em unidades
independentes mensuráveis, como alguém pode mostrar que o capital rende um retorno igual à
contribuição para a produção? Piero Sraffa veio para a Inglaterra da Itália fascista na década de 1920, e
trabalhou com Keynes em Cambridge. Em 1960 ele publicou um pequeno livro chamado Production of
Commodities by Means of Commodities, que explicava como as relações tecnológicas são a base para
a produção de bens e serviços. Os preços resultam de trocas salário-lucro, barganhas coletivas,
trabalho e conflito de gerenciamento e a intervenção de planejamento do governo. Como Robinson,
Sraffa estava mostrando como a principal força da definição de preço na economia não era
necessariamente os ajustes de mercado.

O "American Way"
Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos tornaram-se a potência econômica global
proeminente. A Europa e a União Soviética ficaram em ruínas e o Império Britânico estava no seu final.
Até então, os economistas estadosunidenses exerceram um papel menor. Os economistas
institucionais eram críticos ferrenhos do "American Way", especialmente no que se refere
ao consumismo conspícuo dos agitados anos 1920 antes das Terça-Feira Negra. Após a guerra, no
entanto, um corpo mais ortodoxo de pensamento se enraizou, reagindo contra o estilo lúcido de debate
de Keynes, e rematematizando a profissão. O centro ortodoxo também foi desafiado por um grupo mais
radical de acadêmicos baseado na Universidade de Chicago. Eles defendiam a liberdade, voltando a
atenção para os governos não-intervencionistas do século XIX.

Institucionalismo

Thorsten Veblen veio de uma família imigrante norueguesa no Meio-Oeste americano.

Ver artigo principal: Economia institucional, Thorstein Veblen, Adolf Berle, Henry George, John
Dewey, Wesley Mitchell e Herbert Simon

38
Thorstein Veblen (1857–1929), que veio do Meio-Oeste rural americano e trabalhou na Universidade de
Chicago, é um dos críticos mais conhecidos do "American Way". Em A Teoria da Classe Ociosa (1899),
ele desprezava a cultura materialista e as pessoas ricas que consumiam conspicuamente suas riquezas
como u mjeito de demonstrar sucesso e em The Theory of Business Enterprise (1904) Veblen distinguia
a produção para as pessoas usarem coisas e a produção para o lucro puro, argumentando que a
primeira é muitas vezes prejudicada porque as empresas perseguem a segunda. A produção e o
avanço tecnológico são restringidos pelas práticas empresariais e a criação de monopólios. As
empresas protegem seus investimentos existentes e empregam crédito excessivo, levando a
depressões e aumentando os gastos militares e de guerra através do controle gerencial do poder
político. Esses dois livros, o primeiro focando no consumismo, e o segundo no lucro, não defendiam
mudanças. no entanto, em 1911, Veblen se juntou ao corpo docente da Universidade de Missouri, onde
ele foi apoiado por Herbert Davenport, o diretor do departamento de economia. Veblen permaneceu
em Columbia, Missouri, até 1918. Naquele ano, ele se mudou para Nova Iorque e começou a trabalhar
como um editor de uma revista chamada The Dial, e então, em 1919, juntamente com Charles
Beard, James Harvey Robinson e John Dewey, ele fundou a New School for Social Research (hoje
conhecida como The New School). Ele também foi parte da Technical Alliance,[79] criada em 1919
por Howard Scott. De 1919 a 1926, Veblen continuou a escrever e se envolver em várias atividades
da The New School. Durante este período ele escreveu The Engineers and the Price System (1921).[80]
John R. Commons (1862–1945) também veio do Meio-Oeste americano. Por trás de suas ideias,
consolidadas em Institutional Economics (1934), estava o conceito de que a economia é uma rede
relações entre pessoas com interesses divergentes. Há monopólios, grandes corporações, disputas
trabalhistas e ciclos econômicos flutuantes. Elas, no entanto, têm um interesse em resolver essas
disputas. O governo, segundo Commons, devia ser o mediador entre os grupos em conflito. O próprio
Commons dedicou muito de seu tempo para trabalhos de aconselhamento e mediação em órgãos do
governo e comissões industriais.

Adolf A. Berle com Gardiner Means foi um dos fundadores da governança corporativa.

A Grande Depressão foi uma época de grandes turbulências nos Estados Unidos. Uma das
contribuições mais originais para entender o que estava errado veio de um advogado da Universidade
Harvard chamado Adolf Berle (1895-1971), que, como John Maynard Keynes, desistiu de seu emprego
diplomático na Conferência de Paris e se desapontou profundamente com o Tratado de Versalhes. Em
seu livro com Gardiner C. Means, The Modern Corporation and Private Property (1932), ele detalhou a
evolução das grandes empresas na economia conteporânea, e argumentou que aqueles que
controlavam as grandes firmas deveriam ser mais responsabilizados. Os diretores das companhias
devem prestar contas aos acionistas da empresa, ou não, de acordo com as regras em seus estatutos.
Isto pode incluir direitos para eleger e despedir a administração, exigir assembleias gerais ordinárias,
padrões de contabilidade e assim por diante. Nos Estados Unidos da década de 1930, os estatutos
típicos não prescreviam claramente esses direitos. Berle argumentou que os diretores que não prestam

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contas às empresas eram, portanto, aptos a canalizar os lucros das empresas em seus próprios bolsos,
bem como administrar em seu próprio interesse. A habilidade para fazer isto era apoiada pelo fato de
que a maioria dos acionistas nas sociedades anônimas eram individuais, com meios escassos de
comunicação, em resumo, divididos e manipuláveis. Berle serviu na administração do
Presidente Franklin Delano Roosevelt durante a depressão, e foi um membro chave da tão falada "Brain
trust", desenvolvendo muitas das políticas do New Deal. Em 1967, Berle e Means publicaram uma
edição revisada de sua obra, cujo prefácio adicionava uma nova dimensão. Não era apenas a
separação dos controladores das companhias dos proprietários como acionistas que estava em jogo.
Eles propuseram a questão do que a estrutura corporativa deveria realmente alcançar.
Os acionistas não trabalham, nem fiam, para ganhar seus dividendos e aumentos no spreços de suas ações. Eles
somente são beneficiários de sua posição. A justificativa para usa herança... pode ser encontrada apenas nos
níveis sociais... que a justificativa liga-se à distribuição bem como à existência de riqueza. Sua força existe apenas
na razão direta do número de indivíduos que possuem tal riqueza. A justificativa para a existência dos acionistas
assim depende da distribuição crescente da população americana. Idealmente, a posição dos acionistas será
inexpugnável apenas quando todas as famílias americanas tiverem o seu fragmento dessa posição e da riqueza
pela qual a oportunidade de desenvolver a individualidade torna-se completamente realizada.[81]

John Kenneth Galbraith


Ver artigo principal: John Kenneth Galbraith

John Kenneth Galbraith começou sua carreira como um alto membro na administração de Franklin Delano
Roosevelt durante a Grande Depressão.

Após a guerra, John Kenneth Galbraith (1908–2006) tornou-se um dos defensores de um governo pró-
ativo e da política liberal-democrática. Em The Affluent Society (1958), Galbraith recomendou aos
eleitores que já haviam alcançado um certo nível de riqueza material a começar a votar contra o bem
comum. Ele argumentou que a "sabedoria convencional" do consenso conservador não era suficiente
para resolver os problemas da desigualdade social.[82] Em uma época de grandes empresas, ele
argumentava, era irreal pensar os mercados do jeito clássico. Elas definiam preços e usavam
a publicidade para criar uma demanda artificial para seus próprios produtos, distorcendo as preferências
reais das pessoas. As preferências do consumidor na verdade passavam a refletir àquelas das
corporações - um "efeito dependência" - e a economia como um todo é voltada para objetivos
irracionais.[83] Em The New Industrial State Galbraith defende que as decisões econômicas são
planejadas por uma burocracia privada, uma tecnoestrutura de especialistas que manipulam os canais
do marketing e das relações públicas. Esta hierarquia é auto-sustentável, os lucros não são mais o
principal motivador, e mesmo os administradores não estão no controle. Como eles são os novos
planejadores, as corporações detestam o risco e exigem uma economia e mercados estáveis. Elas

40
recrutam os governos para servir aos seus interesses com a política fiscal e monetária, por exemplo,
adotando políticas monetaristas que enriquecem os emprestadores de dinheiro através de aumentos
nas taxas de juros. Ao mesmo tempo em que os objetivos de uma sociedade afluente e um governo
cúmplice servem a tecnoestrutura irracional, o espaço público é simultaneamente empobrecido.
Galbraith pinta um retrato de mansões em ruas não asfaltadas e jardins paisagísticos ao lado de
parques mal cuidados. Em Economics and the Public Purpose (1973) Galbraith defende um "novo
socialismo" como a solução, a produção militar nacionalista e os serviços públicos tais como assistência
médica, introduzindo controles disciplinados de salários e preços para reduzir a desigualdade.

Paul Samuelson
Ver artigos principais: Paul Samuelson, Síntese neoclássica e Economia positiva

Paul Samuelson escreveu os textos econômicos mais vendidos no mercado.

Em contraste ao estilo linguístico de Galbraith, a economia do pós-guerra começou a sintetizar grande


parte da obra de Keynes com representações matemáticas. Cursos introdutórios de economia
começaram a apresentar a teoria econômica como um todo unificado o qual é chamado como síntese
neoclássica. A "economia positiva" tornou-se o termo criado para descrever certas tendências e "leis" da
economia que poderiam ser objetivamente observadas e descritas de uma forma livre de valores,
separada das avaliações e julgamentos da "economia positiva". O maior vendedor de livros-textos de
sua geração foi Paul Samuelson (1915-2009). Seu PhD foi uma tentativa de mostrar que os métodos
matemáticos poderiam representar um núcleo da teoria econômica testável. Ele foi publicado
como Foundations of Economic Analysis em 1947. Samuelson começou com duas suposições.
Primeiro, as pessoas e as firmas agirão para maximizar seus interesses próprios. Segundo, os
mercados tendem a um equilíbrio de preços, no qual a demanda se iguala à oferta. Ele estendeu a
matemática para descrever o comportamento equilibrador dos sistemas econômicos, incluindo aqueles
da então nova teoria macroeconômica de John Maynard Keynes. Enquanto Richard Cantillon havia
imitado a física mecânica da inércia e gravidade de Isaac Newton na competição e
mercado,[9] os fisiocratas haviam copiado o sistema circulatório do corpo humano no fluxo circular dos
modelos de renda, William Jevons havia descoberto que os ciclos econômicos coincidem com a
periodicidade das manchas solares, Samuelson adaptou a termodinâmica para a teoria econômica.
Também foi reafirmada a economia como uma ciência rígida, e houve uma "descoberta" celebrada
de A. W. Phillips, da relação correlativa entre inflação e desemprego. A conclusão era de que havia um
dilema entre o pleno emprego e a alta inflação. Samuelson incorporou a ideia da curva de Phillips em
sua obra. Seu livro-texto introdutório Economics foi influente e amplamente adotado. Ele se tornou o
texto de economia mais bem sucedido da história. Paul Samuelson foi premiado com o Prêmio Nobel de
Economia em 1970 pela sua fusão da matemática com a economia política.

41
Kenneth Arrow
Ver artigo principal: Kenneth Arrow

Kenneth Arrow.

Kenneth Arrow (nascido em 1921) é cunhado de Paul Samuelson. Sua primeira grande obra, sua
dissertação de doutorado na Universidade Columbia foi Social Choice and Individual Values (1951), que
trouxe a economia em contato com a teoria política. Isto originou a teoria da escolha social com a
introdução de seu "Teorema da Impossibilidade". Em suas palavras,
Se nós excluirmos a possibilidade de comparações interpessoais de utilidade, então os únicos métodos de passar
dos gostos individuais para as preferências sociais que serão satisfatórios e que irão ser definidas por uma ampla
gama de conjuntos de ordenações individuais são impostas ou ditatoriais.[84]

Isto acendeu a discussão generalizada sobre como interpretar as diferentes condições do teorema e
quais implicações seriam trazidas para a democracia e eleições. A mais polêmica de suas quatro (1963)
ou cinco (1950/1951) condições é a independência das alternativas irrelevantes.
Na década de 1950, Arrow e Gerard Debreu desenvolveram o modelo Arrow-Debreu do equilíbrio geral.
Em 1971, Arrow e Frank Hahn co-escreveram General Competitive Analysis (1971), que reafirmou uma
teoria do equilíbrio geral de preços na economia. Em 1969, o Banco Central Sueco começou a entregar
um prêmio de economia, em analogia ao Prêmio Nobel de Química, Física e Medicina, bem como
Literatura e Paz (apesar de Alfred Nobel nunca ter aprovado estes em seu testamento). Com John
Hicks, Arrow venceu o Prêmio do Banco da Suécia em 1972, o mais jovem vencedor da história. No ano
anterior, o Presidente dos Estados Unidos Richard Nixon havia declarado que "Somos todos
keynesianos".[85] A ironia foi que isto foi o começo de uma nova revolução no pensamento econômico.

Monetarismo e a Escola de Chicago


Ver artigos principais: Monetarismo e Escola de Chicago (economia)

As políticas monetária e fiscal intervencionistas que a economia ortodoxa pós-guerra recomendava


passaram a ser atacadas, em particular, por um grupo de teóricos da Universidade de Chicago, que veio
a ser conhecida como a Escola de Chicago. Essa corrente de pensamento mais conservadora reafirmou
uma visão "libertarista" da atividade de mercado, que as pessoas ficam melhores se deixadas à sua
vontade, livre para escolherem como conduzir suas próprias vidas. Mais acadêmicos que haviam
trabalhado na Universidade de Chicago foram premiados com o Prêmio Nobel de economia do que de
qualquer outra universidade.

42
Ronald Coase
Ver artigos principais: Ronald Coase e Análise econômica do direito

Ronald Coase (nascido em 1910) é o mais proeminente analista econômico do direito e o ganhador do
Prêmio Nobel de 1991. Seu primeiro grande artigo, The Nature of the Firm (1937), defendia que a razão
para a existência de firmas (empresas, parcerias etc.) é a existência de custos de transação.
Os indivíduos racionais trocam através de contratos bilaterais em mercados abertos até que os custos
de transação levem as corporações a produzirem coisas com mais produtividade. Seu segundo grande
artigo, The Problem of Social Cost (1960), defendia que se nós vivessemos em um mundo sem custos
de transação, as pessoas pechinchariam umas com as outras para criar a mesma alocação de recursos,
independentemente da forma que um tribunal resolveria disputas de propriedade. Coase usou o
exemplo de um antigo caso legal sobre aborrecimentos chamado Sturges v Bridgman, onde um doceiro
barulhento e um médico silencioso eram vizinhos e foram à corte para ver quem deveria se
mudar.[86] Coase disse que independentemente se o juiz ordenasse que o doceiro parasse de usar seu
maquinário, ou que o médico tivesse de lidar com isso, eles poderiam acertar
uma pechincha mutualmente benéfica sobre quem deveria se mudar de casa satisfazendo o mesmo
resultado da distribuição de recursos. Apenas a existência de custos de transações podem prevenir
isto.[87] Portanto, a lei deveria antecipar o que ocorreria e ser guiada pela solução mais eficiente. A ideia
é que o direito e a regulação não são tão importantes ou efetivas em ajudar as pessoas quanto os
advogados e os planejadores governamentais acreditam.[88] Coase e outros como ele desejavam uma
mudança de abordagem, a fim de colocar o ônus da prova dos efeitos positivos em um governo que
estava intervindo no mercado, analisando os custos de ação.[89]

Milton Friedman
Ver artigo principal: Milton Friedman

Milton Friedman (1912–2006) se destaca como um dos economistas mais influentes do final do século
XX. Ele ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 1976, entre outras coisas, por A Monetary History of
the United States (1963). Friedman defendia que a Grande Depressão foi causada pelas políticas
do Federal Reserve durante a década de 1920, e pioradas na década de 1930. Friedman defende que a
política do laissez-faire é mais desejável do que a intervenção do governo na economia. Os governos
deveriam almejar uma política monetária neutra orientada para o crescimento econômico de longo prazo
pela expansão gradual da oferta monetária. Ele defende a teoria quantitativa da moeda, segundo a qual
os preços gerais são determinados pela moeda. Portanto, políticas monetária (por exemplo, crédito fácil)
ou fiscal (por exemplo, impostos ou gastos) ativas podem ter efeitos negativos não previstos.
Em Capitalism and Freedom 1967) Friedman escreveu:
Provavelmente existe uma defasagem entre a necessidade de ação e o reconhecimento pelo governo da
necessidade; uma defasagem adicional entre o reconhecimento da necessidade de ação e a tomada de ação; e
ainda uma outra defasagem entre a ação e seus efeitos.[90]

Friedman também foi conhecido por sua obra sobre a função de consumo, a hipótese da renda
permanente (1957), que o próprio Friedman a considerou como sua melhor obra científica.[91] Essa obra
sustentava que os consumidores racionais gastariam uma quantidade proporcional do que eles
percebiam ser sua renda permanente. Ganhos excepcionais seriam quase totalmente poupados. Da
mesma forma ocorrendo com as reduções de impostos, visto que os consumidores racionais preveriam
que os impostos teriam de aumentar no futuro para balancear as finanças públicas. Outras importantes
contribuições incluem sua crítica à curva de Phillips e o conceito de taxa natural de desemprego (1968).
Essa crítica associou seu nome com a percepção de que um governo que deixa a inflação alta não
poder reduzir permanentemente o desemprego fazendo isso. O desemprego pode ser temporariamente
baixo, se a inflação é uma surpresa, mas no longo prazo o desemprego será determinado pelos atritos e
imperfeições no mercado de trabalho.

Tempos globais

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Ver artigo principal: Globalização

Amartya Sen
Ver artigos principais: Amartya Sen e Economia do desenvolvimento

Amartya Sen (nascido em 1933) é um economista pioneiro do desenvolvimento e bem-estar social e


expressou um ceticismo considerável quanto à validade dos pressupostos neoclássicos. Ele era um
grande crítico da teoria das expectativas racionais, e dedicou sua obra para o desenvolvimento e os
direitos humanos. Ele ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 1998.

Joseph Stiglitz foi um economista de sucesso e autor popular.

Joseph E. Stiglitz
Ver artigos principais: Joseph Stiglitz, George Akerlof e Economia da informação

Joseph Stiglitz (nascido em 1943) recebveu o Prêmio Nobel em 2001 por sua obra na economia da
informação. Ele serviu como diretor do Conselho de Assuntos Econômicos do Presidente Clinton e
como economista-chefe do Banco Mundial. Stiglitz lecionou em muitas universidades, incluindo
Columbia, Stanford, Oxford, Manchester, Yale, e MIT. Ultimamente ele tornou-se um crítico aberto das
instituições econômicas globais. Ele também é um autor acadêmico e popular. Em Making Globalization
Work (2007), ele mostra suas perspectivas em assuntos de economia internacional.
O problema fundamental com o modelo neoclássico e o correspondente modelo de socialismo de mercado é que
eles falham em levar em consideração uma variedade de problemas que surgem da ausência de informação
perfeita e dos custos de aquisição de informação, bem como a ausência de imperfeições em certos riscos chaves e
mercados de capital. A ausência de imperfeições podem, por sua vez, ser explicadas por problemas de
informação.[92]

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Paul Krugman na Biblioteca Nacional da Alemanha em Frankfurt

Paul Krugman

Paul Krugman (nascido em 1953) é um economista contemporâneo. Seu livro-texto International


Economics (2007) aparece na lista de leitura de muitas graduações. Bem conhecido como um
representante do progressivismo, ele escreve uma coluna semanal sobre economia, política
econômica estadosunidense e política no New York Times. Ele ganhou o Prêmio Nobel de Economia
em 2008 por sua obra sobre Nova Teoria Comercial e geografia econômica.

Pensamento econômico contemporâneo


Macroeconomia desde a era Bretton Woods
A partir da década de 1970, a crítica monetarista de Friedman contra a macroeconomia keynesiana
formou o ponto de início para um grande número de tendências na teoria macroeconômica, em
oposição à ideia de que a intervenção do governo pode ou deve estabilizar a economia.[93] Robert
Lucas criticou o pensamento keynesiano por sua inconsistência com a teoria microeconômica. A crítica
de Lucas define o cenário para uma escola neoclássica de macroeconomia, a nova economia clássica,
baseada nos fundamentos da economia clássica. Lucas também popularizou a ideia das expectativas
racionais,[94] que foi usada como a base para algumas novas teorias clássicas, incluindo a proposição
da ineficiência política.[95]
O modelo padrão para a nova economia clássica é a teoria dos ciclos reais dos negócios, que busca
explicar as flutuações no produto e emprego em termos de variáveis reais tais como mudanças na
tecnologia e nos gostos. Assumindo mercados competitivos, a teoria dos ciclos reais dos negócios
implica que as flutuações cíclicas são respostas ótimas à variabilidade na tecnologia e gostos, e que as
políticas de estabilização macroeconômica devem reduzir o bem-estar social.[96]
A economia keynesiana teve um retorno entre os economistas ortodoxos com o advento da nova
macroeconomia keynesiana. O tema central do novo keynesianismo era a provisão dos fundamentos
microeconômicos para a macroeconomia keynesiana, obtida pela identificação de desvios mínimos em
relação às suposições microeconômicas padrão que levam às conclusões macroeconômicas
keynesianas, tais como a possibilidade de benefícios significativos de bem-estar social a partir da
estabilização macroeconômica.[97] Os argumentos do custo de menu de Akerlof, mostrando que, sob
competição imperfeita, pequenos desvios da racionalidade geram rigidez significativa de preços (em
termos de bem-estar social), são bons exemplos desse tipo de trabalho.[98]
Economistas combinaram a metodologia da teoria dos ciclos reais dos negócios com elementos
teóricos, como os preços rígidos, da nova teoria keynesiana para produzir a nova síntese neoclássica.
Modelos de equilíbrio geral estocástico dinâmico (DSGE), grandes sistemas de equações

45
microeconômicas combinadas com modelos de economia geral, são centrais para esta nova síntese. A
síntese domina a economia dos dias de hoje.

Escolas de pensamento
Ao longo da história do pensamento económico co-existiram varias diferentes linhas de pensamento,
entre as quais podem ser listadas: a economia política clássica (corrente dominante no mundo anglo-
saxão até o final do século XIX), a economia marxista, a escola neoricardiana, a escola keynesiana e
a economia neoclássica. Esta última é a corrente hegemônica desde o final do século XIX na
microeconomia e a partir da década 1980 na macroeconomia, mas pode ser dividida entre diferentes
sub correntes, como a escola Walrasiana, a escola de Chicago e a escola austríaca que está
parcialmente dentro dessa corrente.

Abordagem macroeconômica versus abordagem


microeconômica
A abordagem macroeconômica estuda o comportamento e as relações causais entre os
grandes agregados econômicos como o produto interno bruto (PIB), o consumo privado (CP), a taxa de
desemprego (TD), a taxa de juro (por exemplo, a taxa SELIC) e consumo público. Através desta
abordagem, os economistas tentam estabelecer relações entre estas variáveis para compreender e
prever os efeitos de intervenções nessas variáveis sobre o futuro da economia. Um dos primeiros
economistas a utilizar agregados estatísticos em suas teorias foi Keynes, considerado o fundador
da macroeconomia.
A abordagem microeconômica valoriza a forma como os indivíduos reagem a incentivos, como a
informação circula na economia e como estes microeventos se refletem nas variáveis
macroeconômicas. Historicamente, as primeiras teorias econômicas eram o que hoje chamamos de
teorias microeconômicas, e explicavam as variáveis macroeconômicas com base na ação individual dos
agentes econômicos.
A análise microeconômica se desdobra no estudo dos seguintes conjuntos: Teoria do
Consumidor, Teoria de Empresa, Teoria de Produção e Teoria de Distribuição.

Economia normativa versus economia positiva

Busto de Adam Smith, um dos pioneiros no estudo moderno da economia

A economia normativa é uma abordagem que procura determinar como se pode manipular a economia
para atingir determinados objetivos específicos. Normalmente, o que se pretende é atingir um
determinado padrão de distribuição de riquezas. A economia normativa pressupõe uma tomada de uma

46
posição ética em relação à realidade ou seja, pressupõem que os valores subjetivos do economista
sejam o fator determinante.
A economia positiva é uma abordagem que não tem preocupações éticas e que se limita a entender os
fatos tal qual eles existem, onde os julgamentos de valor do economista não são levados em
consideração.
Os defensores da economia positiva defendem que os economistas devem se preocupar
essencialmente em determinar os fatos e que esta tarefa é por si só, extremamente difícil. Defendem
que qualquer tentativa de manipular a economia, através do uso de coerção, está condenada ao
fracasso por desconhecimento dos fatos econômicos e por consequências em relação a anulação de
incentivos em relação a ação eficiente dos agentes.
Os defensores da economia normativa argumentam que a riqueza deve existir para ser distribuída pelo
estado e que se deve tentar modificar os factos económicos em favor do que entendem ser uma
economia mais justa.

História
Os argumentos de Karl Marx não convenceram os defensores da economia de mercado já que foram
criticados por Böhm-Bawerk, Ludwig von Mises, Friedrich Hayek e outros. Estes constituíam a escola
neoclássica que dominou o pensamento económico até à década de 30 do século XX. Segundo a
escola neoclássica, o preço de um bem ou serviço não representa o valor do trabalho nele incorporado.
Assim sendo é o equilíbrio entre oferta e demanda que determina os preços. Depois de estabelecido, o
preço atua como um sinalizador das quantidades dos estoques de bens e serviços. Por exemplo, uma
variação nos preços indicaria aos consumidores que determinado bem requer mais ou menos unidades
monetárias para ser adquirido, o que incentivaria ou inibiria o consumo. Já para os produtores, indicaria
que os consumidores estariam dispostos a pagar mais ou menos unidades monetárias pelo bem ou
serviço, o que, novamente, incentivaria ou inibiria o produtor a ofertar o bem ou serviço (dado seu custo
de produção constante). Assim sendo, o mercado, através da sinalização dos preços, tenderia ao
equilíbrio ideal em termos de alocação de recursos escassos.
Nos anos 30, a teoria econômica neoclássica foi posta em causa por John Maynard Keynes. A teoria
macroeconômica de Keynes previa que uma economia avançada poderia permanecer abaixo da sua
capacidade, com taxas de desemprego altas tanto da mão de obra quanto dos outros fatores de
produção, ao contrário do que previa a teoria neoclássica.
Keynes propôs intervenções estatais na economia com o objetivo de estimular o crescimento e baixar o
desemprego. Para intervir, os estados deviam aumentar os seus gastos financiados e não aumentar
seus impostos gerando uma diferença entre a arrecadação e os gastos. Esta diferença seria preenchida
com a emissão de moeda, que por sua vez geraria inflação.
As ideias de Keynes permaneceram em voga nas políticas econômicas dos países ocidentais até os
anos 70. A partir daí, a política econômica passou a ser orientada pelos economistas neoclássicos. Os
keynesianos, contudo, ainda são muito numerosos. Apontam os neoclássicos que o estado
empreendedor de Keynes era oneroso, burocrático e ineficiente e devia permitir o livre funcionamento
do mercado.

Economia e ética
A economia originalmente fazia parte da ética. Tratava-se das ações virtuosas do chefe de família em
relação às suas atribuições na organização da casa. Adam Smith mudou isso em 1776 com o livro
Riqueza das nações. Não foi uma mudança gradual, mas uma rutura. Até então todos viam a economia
mais ou menos da mesma forma com que Aristóteles a tratava, ou seja, como parte da filosofia ética.
Até mesmo o professor de Adam Smith via a economia como um ramo da filosofia ética e política. A
agricultura, por exemplo, era vista como um dever divino. O homem tinha a responsabilidade, ou o
dever moral, de "cuidar da terra". Deixar de fazê-lo era considerado indigno. Hoje em dia esse dever
não se perdeu, ele se ampliou para o dever do trabalho, que encontra seu ápice na ética protestante,
como mostra Max Weber.

47
Os autores mercantilistas ainda não tinham a visão de economia que Adam Smith tinha. Eles
simplesmente estenderam o dever patriarcal ao dever do governante da nação. Não compreendiam a
economia como tendo um "funcionamento espontâneo e regular", com regras próprias derivadas da
matemática, mas não dependentes da ética ou da filosofia. O Estado é fundamentando como uma
organização patriarcal no mesmo modelo da família nuclear.
Não foi tardiamente que a economia se tornou uma disciplina, pois isso não era possível antes. Era
preciso uma estrutura social em que o interesse individual na posse de bens superasse o interesse na
preservação das relações sociais. A economia parece depender de instituições não-econômicas para se
fazer possível enquanto ciência.
A criação da economia de mercado inverte a situação da economia, que antes estava submersa na
ação ética de cada cidadão, e agora passa a determinar as ações da própria sociedade. A economia
não mais depende de uma consideração ética das ações, mas a sociedade de massas depende da
economia para se reproduzir. O mercado é entendido como um sistema auto-regulado onde "indivíduos
perseguindo apenas seus interesses pessoais ofertam e demandam mercadorias, e as decisões sobre o
que e quanto produzir partem somente das expectativas de ganho, e não mais de uma necessidade
social". É como se houvesse uma sincronia pré-estabelecida entre os desejos humanos e manutenção
da sociedade de massas, mas tal afirmação encontra hoje diversas críticas por parte de antropólogos e
sociólogos.
A economia como ciência, seguindo o modelo de outras ciências, corta o laço entre ação humana e a
ética. "A perpetuação humana passa a depender de que tudo tenha um preço, inclusive a terra e o
trabalho". Mas o trabalho não pode ser uma mercadoria, pois ele é a própria atividade humana. A terra é
a própria natureza, e também não pode ser tratada como mercadoria. Essas questões são originalmente
filosóficas, mas foram tiradas do âmbito de discussão original. A pretensão da economia de ser uma
ciência como a física deve ser debatida. Pode haver um grave reducionismo no fundamento da
economia enquanto ciência.
Outros autores ainda defendem que a economia só pode ser entendida corretamente se for tomada
como parte da ecologia, ou seja, como se tratasse da troca de matéria e energia dentro do sistema
humano. Considerando que a atividade humana não está isolada da atividade das outras espécies do
planeta, essa seria uma boa sugestão, porém a tendência é que a visão econômica “aos moldes de
Adam Smith” se estenda para explicar o papel de cada organismo do planeta em função da manutenção
da civilização. Ou seja, para colocar um valor econômico em cada processo que faça parte da vida e aí
então completar a formula do funcionamento orgânico do mercado.
Cabe ainda a crítica a tendência de tornar a economia algo derivado e dependente de um moralismo, ou
de um sistema moral supostamente inerente ao homem. A necessidade ou a validade de tal visão
moralista também é uma discussão da ética.

A evolução da economia como ciência


As primeiras manifestações históricas do pensamento econômico são ligados aos esforços dos povos
primitivos para melhoria de sua cultura técnica e solução de suas necessidades. Os primeiros
problemas econômicos surgiram na era neolítica com o início da utilização de ferramentas para a
agricultura.
No mediterrâneo desenvolve-se princípios de organizações econômicas: Pelo Egito e
pela Mesopotâmia com a exploração maciça da terra; nas cidades fenícias e gregas utiliza-se a terra, o
comércio marítimo e trocas internacionais e em Roma onde é feita a justaposição entre as forças
econômicas da terra e do mar.
A queda de Roma iniciou a chamada Idade Média, uma nova fase da história da cultura e da economia.
No século XI um crescimento demográfico criou a oferta necessária de mão-de-obra, provocando um
aumento de produção que desenvolveu o comércio e as cidades. Surgiu então um comércio
internacional de longo alcance, que mobilizou grandes capitais; a indústria têxtil ganhou um papel
fundamental, nela havendo uma certa especialização do trabalho.

48
Os pesquisadores da Escola Marginalista propuseram rever praticamente toda a Analise econômica
Clássica, com base em novos modelos teóricos definidos a partir de conceções acerca do valor, da
utilidade, do trabalho, da produção, da escassez, da formação dos custos e dos preços.
Para os Neoclássicos o problema mais importante era o funcionamento do sistema de mercado e seu
papel como alocador eficaz de recursos. Partir disso desencadeia em 1930 uma grande Crise.
A Revolução Keynesiana promovida pelo notável economista inglês John Maynard Keynes, nos anos
da Grande Depressão, quando a teoria Clássica já não mais se adaptava a realidade econômica da
época. Keynes em seu primeiro livro publicado em 1913, tratava de problemas monetários. Após 1930,
a Inglaterra - como quase todos os países ocidentais - mergulhou em grande depressão e o
desemprego tornou-se uma praga. Nesse período Keynes entregou-se a reflexões sobre os mais graves
problemas do sistema capitalista e decrescente do laissez-faire e do automatismo auto-regulador das
economias de mercado, procurou encontrar a terapêutica exata que pudesse recuperar os países
abalados pela Grande Depressão.
Em fevereiro de 1936 publicou General Theory e promoveu o que se chama hoje de Teoria Keynesiana.
A vitória de Keynes sobre os clássicos traduz o triunfo do intervencionismo moderado sobre o
liberalismo radical, além de constituir um desejável meio-termo entre a liberdade econômica absoluta e
o total controle do Estado sobre o meio econômico.
A Revolução Keynesiana de que hoje se fala deu nova vida às Ciências Econômicas: as velhas peças
da economia clássica foram substituídas por uma nova dinâmica de raciocínio, e a Analise Econômica
restabeleceu o necessário contato com a realidade.
Keynes procurou então estudar os determinantes do nível do emprego e da Renda Nacional e verificou
que o Estado deveria participar da atividade econômica, procurando compensar o declínio dos
investimentos privados nos períodos depressivos das crises econômicas. Os investimentos
suplementares do Estado transformar-se-iam nos cães de fila da recuperação econômica e garantiriam
o reequilíbrio da atividade.
O intervencionismo de Keynes devia atuar sobre as grandes linhas do sistema. Keynes reunia três raros
talentos: Foi um lógico de alta classe tento publicado a Teoria das Possibilidades, dispunha de alto grau
de talento para escrever convincentemente e possuía um sentido muito realista de como as coisas se
desenvolviam.

A Economia e o Pensamento Político


Através das histórias dos pensamentos políticos, diferentes ideias políticas tiveram associadas com
diferentes escolas de pensadores sobre a operação econômica. Por exemplo, Adam Smith usou suas
teorias de comércio e da divisão do trabalho para discutir políticas econômicas do governo,
particularmente contra o mercantilismo. Similarmente, Marx desenvolveu suas teorias, que focalizam na
produção e no trabalho, para advogar socialismo e comunismo. Política econômica fascista italiana
criada para Benito Mussolini e Nicola Bombacci é a "socialização".
Um exemplo de outro sistema econômico que foi recentemente desenvolvido é a economia participativa.
Ela não usa nem métodos do mercado nem métodos centralizados para o alocamento, mas incorpora
muitos laços de gabarito positivos e negativos locais a fim responder aos valores humanos os mais
positivos. "- na terminologia do ist", [economia participativa] não é comunista nem capitalista.

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requisito tempo-trabalho para a produção da força-trabalho reduz a si própria a aquela necessária para a
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1. INTRODUÇÃO .Kenneth Joseph
Stanford teoria
.do equilíbrio eco
2. HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
.Joseph Arrow ec
econômica teori
3. SISTEMAS ECONÔMICOS econômico Kenn
economia Stanf
teoria geral do e
Kenneth Joseph
1. INTRODUÇÃO Stanford teoria
do equilíbrio eco
Economia, ciência social que estuda os processos de produção, distribuição, comercialização e Joseph Arrow ec
econômica teori
consumo de bens e serviços. Os economistas estudam a forma dos indivíduos, os diferentes econômico Kenn
coletivos, as empresas de negócios e os governos alcançarem seus objetivos no campo economia Stanf
econômico. Seu estudo pode ser dividido em dois grandes campos: a microeconomia, teoria teoria geral do e
dos preços, e a macroeconomia. Kenneth Joseph
Stanford teoria
do equilíbrio eco
2. HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
Joseph Arrow ec
econômica teori
econômico Kenn
As questões econômicas têm preocupado muitos intelectuais ao longo dos séculos. Na antiga economia Stanf
Grécia, Aristóteles e Platão dissertaram sobre os problemas relativos à riqueza, à propriedade teoria geral do e
Kenneth Joseph
e ao comércio. Durante a Idade Média, predominaram as idéias da Igreja Católica Apostólica
Stanford teoria
Romana e foi imposto o direito canônico, que condenava a usura (contrato de empréstimo com do equilíbrio eco
pagamento de juros) e considerava o comércio uma atividade inferior à agricultura. Joseph Arrow ec
econômica teori
Como ciência moderna independente da filosofia e da política, destaca-se a publicação da obra econômico Kenn
An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (1776; Uma investigação sobre economia Stanf
teoria geral do e
a natureza e as causas da riqueza das nações), do filósofo e economista escocês Adam Smith. Kenneth Joseph
O mercantilismo e as especulações dos fisiocratas precederam a economia clássica. Essa parte Stanford teoria
dos escritos de Smith é desenvolvida na obra dos economistas do século XIX, como Thomas do equilíbrio eco
Robert Malthus e David Ricardo, e culmina com a síntese de John Stuart Mill. Estes aceitaram a Joseph Arrow ec
lei de Say sobre os mercados, fundada pelo economista Jean Baptiste Say. Nela, o autor econômica teori
sustenta que o risco de um desemprego maciço em uma economia competitiva é desprezível, econômico Kenn
economia Stanf
porque a oferta cria sua própria demanda, limitada pela quantidade de mão-de-obra e os teoria geral do e
recursos naturais disponíveis para produzir, não podendo, portanto, haver nem superprodução Kenneth Joseph
nem desemprego. Cada aumento da produção aumenta os salários e as demais receitas Stanford teoria
necessárias para a compra dessa quantidade adicional produzida. do equilíbrio eco
Joseph Arrow ec
econômica teori
econômico Kenn
A oposição à escola do pensamento clássico veio dos primeiros autores socialistas do século economia Stanf
XIX, como Claude Henri de Rouvroy, conde de Saint-Simon, e do utópico Robert Owen. Porém, teoria geral do e
foi Karl Marx o autor das teorias econômicas socialistas mais importantes. Kenneth Joseph
Stanford teoria
do equilíbrio eco
Joseph Arrow ec
Na década de 1870, aparece a escola neoclássica, que introduz na teoria clássica as novas econômica teori
produções do pensamento econômico, principalmente os marginalistas, como William Stanley econômico Kenn
Jevons, Léon Walras e Karl Menger. O economista Alfred Marshall, em sua obra-prima, economia Stanf
Principles of Economics (1890; Princípios de economia), explicava a demanda a partir do teoria geral do e
princípio da utilidade marginal e a oferta, a partir do custo marginal (custo de produção da Kenneth Joseph
Stanford teoria
última unidade).
do equilíbrio eco
Joseph Arrow ec
econômica teori
John Maynard Keynes, defensor da economia neoclássica até a década de 1930, analisou a econômico Kenn
Grande Depressão em sua obra The General Theory of Employment, Interest and Money economia Stanf
(1936; Teoria geral do emprego, do juro e da moeda), em que formulou as bases da teoria teoria geral do e
Kenneth Joseph
Stanford teoria

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que, mais tarde, seria chamada de keynesiana ou keynesianismo. do equilíbrio eco
Joseph Arrow ec
econômica teori
econômico Kenn
Tanto a teoria neoclássica dos preços como a teoria keynesiana da receita têm sido economia Stanf
desenvolvidas de forma analítica por matemáticos, utilizando técnicas de cálculo, álgebra teoria geral do e
linear e outras sofisticadas técnicas da análise quantitativa. Na especialidade denominada Kenneth Joseph
econometria, a ciência econômica se une com a matemática e a estatística. Stanford teoria
do equilíbrio eco
Mais informações sobre a história do pensamento econômico. clique aqui
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econômica teori
3. SISTEMAS ECONÔMICOS econômico

Em toda comunidade organizada, mesclam-se, em maior ou menor medida, os mercados e a


atividade dos governos. O grau de concorrência dos mercados é variado, indo do monopólio,
em que apenas uma empresa opera, à economia de livre mercado, que apresenta uma
verdadeira concorrência, com várias empresas operando. O mesmo ocorre quanto à
intervenção pública, que engloba desde uma intervenção mínima em impostos, crédito,
contratos e subsídios até o controle dos salários e os preços dos sistemas de economia
centralizada que imperam nos países comunistas. Entretanto, em ambos os sistemas ocorrem
divergências: no primeiro, existem somente monopólios estatais, sobretudo nas linhas aéreas
e na malha ferroviária; no segundo, somente concessões à empresa privada.

As principais diferenças entre a organização econômica centralizada e a capitalista reside em


quem é o proprietário das fábricas, fazendas e outras empresas, assim como os diferentes
pontos de vista sobre a distribuição da renda ou a forma de estabelecer os preços. Em quase
todos os países capitalistas, uma parte importante do produto nacional bruto (PNB) é
produzida pelas empresas privadas, pelos agricultores e pelas instituições não governamentais,
como universidades e hospitais particulares, cooperativas e fundações. Os problemas mais
importantes enfrentados pelo capitalismo são o desemprego, a inflação e as injustas
desigualdades econômicas. Os problemas mais graves das economias centralizadas são o
subemprego, o maciço emprego informal, o racionamento, a burocracia e a escassez de bens
de consumo.

Em uma situação intermediária entre a economia centralizada e a economia de livre mercado,


encontram-se os países social-democratas ou liberal-socialistas. A atividade econômica recai,
em sua maior parte, sobre o setor privado, mas o setor público regula essa atividade,
intervindo para proteger os trabalhadores e redistribuir a renda. É a chamada economia mista.

Para saber mais:


Samuelson e Nordhaus. Economia, Editora Mc Graw Hill, 12 edição.
Dornbusch, Rudiger e Fischer, Satnley. Macroeconomia, Makron Books, 5 edição.
Pindyck, Robert S. e Rubinfeld, Daniel L.. Microeconomia, Makron Books.

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