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LEITE.
Introdução
Importante mencionar que, o limite para emissão de moeda será fixado pelo
Conselho Monetário Nacional, e não pelo Banco Central. O BC só tem competência
para emitir as moedas conforme fixado pelo CMN.
● Os direitos fundamentais, como saúde, educação, não podem ficar à opção do governante.
● É inegável que os recursos são escassos, mas devem ser corretamente aplicados para se evitar
a privação resultante de má escolha. A escassez real, fruto da insuficiência de recursos deve
ser orçamentária e financeira, deve ser fática e não meramente jurídica.
● A reserva do possível pode ser oponível à realização dos direitos fundamentais, desde que seja
concreta, e não abstrata.
● A reserva do possível não pode ser oponível à realização do mínimo existencial.
Com esse posicionamento, demonstra-se que os direitos sociais podem ser protegidos
judicialmente e que argumentos contrários a essa intervenção, como a ausência de critérios
técnicos para a atuação judicial, a violação à separação dos poderes ou ao princípio da maioria,
devem ser revisitados e não resistem aos comandos constitucionais de proteção desses
direitos.
É viável o controle judicial das políticas públicas relativas à educação e à saúde, mas
não se poderá exigir a imediata efetivação do comando fundado no texto da CF quando
comprovada, objetivamente, a incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal. A
cláusula da reserva do possível, ressalvada a ocorrência de justo motivo objetivamente
aferível, não pode ser invocada, pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se do cumprimento
de suas obrigações constitucionais, notadamente quando, essa conduta governamental
negativa poder resultar nulificação ou até mesmo aniquilação de direitos constitucionais
impregnados de um sentido de essencial fundamentalidade.
O princípio da reserva do possível não pode ser oposto a um outro princípio,
conhecido como princípio do mínimo existencial. Somente depois de atingido esse mínimo
existencial é que se poderá discutir, relativamente aos recursos remanescentes, em quais
outros projetos se deve investir.
Por esse motivo, não havendo comprovação objetiva da incapacidade econômico-
financeira da pessoa estatal, inexistirá empecilho jurídico para que o Judiciário determine a
inclusão de determinada política pública nos planos orçamentários do ente político.
Por fim, o Judiciário deve ter discernimento para, por si, não implantar política pública
sequer prevista na Constituição ou. em outra lei, bem como proteger as políticas públicas
existentes, e com maior zelo a atinente aos direitos fundamentais, sempre com os olhos
voltados à proteção de direitos e às restrições orçamentárias.