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Sustentabilidade Ambiental e Ecodesign

Novas Formas para Pensar o Design


InícioIntrodução
Ecodesign e Matérias-Primas

Gestão do Fim da Vida Útil de um Produto

Processos de Manufatura

A Sustentabilidade como Estratégia Empresarial


Material complementarConclusãoReferências

SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL E
ECODESIGN
Esp. Carolina Braz Piment el
INICIAR
introdução
Introdução
Nesta Unidade, teremos uma visão ampliada sobre o projeto e a
sustentabilidade, discutiremos desde a escolha da matéria prima,
abordando conceitos como recursos naturais renováveis e não
renováveis, até novas tendências como a ecologia
industrial, assim, abordaremos desde o início do ciclo de produto
até sua destinação final, que, como veremos muitas vezes podem
constituir o início de um novo ciclo de vida.

Também abordaremos os processos de manufatura e soluções


sustentáveis, além de outras oportunidades que a sustentabilidade
permite, como as estratégias empresariais, incluindo a
apresentação de um case para inspiração, a Rede Asta, um negócio
social que impacta a partir do design.

Ecodesign e
Matérias-Primas

O ecodesign está intimamente ligado com a questão ecológica,


como o próprio nome já sugere. Essa tendência é essencial para os
dias de hoje, tendo em vista a grande degradação ambiental, ela
procura o desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos e
sustentáveis, além da prevenção da poluição e conservação da
natureza em todo o ciclo de vida do produto. Desse modo, a
escolha de matérias primas e insumos que impactem o mínimo
possível o meio ambiente é fundamental.

Matérias-Primas e Recursos
Naturais
Embora palavras como matérias primas, recursos naturais e
insumos sejam de uso comum. Para que possamos aprofundar no
tema, algumas conceituações são necessárias:

• Matéria prima: produto natural ou transformado,


utilizado como base em processo produtivo para
obtenção do produto acabado, é um material agregado
na fabricação, torna-se parte do produto. Por exemplo, o
algodão na indústria têxtil. Existem diferentes tipos de
matéria prima, quanto a sua origem:

Vegetal
Extraído de plantas. Exemplo do látex, matéria-prima para a fabricação da
borracha.

Animal
De origem da criação de animais, como a carne, o leite, ou também, o couro
como matéria-prima.

Mineral
São os materiais extraídos do solo, como exemplo o petróleo que será
transformado em gasolina e outros derivados e a bauxita, transformada em
Alumínio (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2019).

• Insumos de produção: conjunto de todos os materiais


necessários para fabricar um produto, incluindo as
matérias primas, embora não seja necessário que faça
parte do produto, como, por exemplo, o maquinário, a
água que lava o tecido na indústria têxtil, etc.
(DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2019).

• Recursos naturais: algo a que se possa recorrer para


obtenção de alguma coisa presente no meio ambiente.
Podem ser classificados de duas formas conforme sua
capacidade de voltar a estar disponíveis:

Renováveis
Após seu uso podem ser renovados, ou seja, voltarem a estar disponíveis
na natureza, como por exemplo: flora, fauna, ecossistemas cultivados.

Não Renováveis
São os que não podem ser produzidos, como, por exemplo, o petróleo e o
carvão. (DULLEY, 2004, p. 22).

Ecologia Industrial e Materiais


Ecoeficientes
Em uma cultura materialmente saturada como a nossa, a utilização
irracional de recursos naturais como matéria prima é injustificável.
Repensando a forma de produzir, surge a Ecologia Industrial.

A Ecologia Industrial se baseia no funcionamento da natureza,


onde existe um equilíbrio entre os seres vivos e seu ambiente,
constituindo um sistema fechado em que uma sequência de seres
se alimentam sucessivamente um dos outros, sem que haja
resíduos. Assim, neste modelo, procura-se evitar o uso de recursos
naturais e energéticos o máximo possível, e repor o mínimo ou
nenhum resíduo, enquanto faz o melhor uso dos recursos
materiais e energéticos disponíveis dentro do ciclo de produção e
consumo. Ou seja, busca-se a ecoeficiencia “produzir mais, melhor,
com menor consumo de materiais, principalmente os naturais,
água e energia” e aproveitar o que é considerado resíduo em um
processo produtivo como insumo noutro. (TEIXEIRA; CÉSAR, 2005,
p. 52 - 53).

Nesse sentido, é adequado para a escolha de matérias primas:

• Usar materiais abundantes e sem restrição de uso;


• Reduzir energia na fabricação;
• Usar materiais reciclados e recicláveis;
• Usar materiais abundantes e compatíveis entre si;
• Usar materiais que provenham de refugos de processos
produtivos;
• Evitar material que produza emissões, resíduos ou
efluentes tóxicos;
• Usar tecnologias e processos produtivos de baixo
impacto e eco-eficientes;
• Agregar valor estético aos materiais reciclados;
• Possibilitar o uso como matéria prima para outros
processos produtivos (TEIXEIRA; CÉSAR, 2005, p. 55).

Além de questões ecológicas, repensar a fonte de matérias primas


também apresenta benefícios econômicos, por exemplo, um
resíduo pode ser tratado como subproduto do processo produtivo
e ser utilizado como matéria prima no próximo, constituindo uma
oportunidade de negócios e de produção a custos mais baixos ao
utilizar como matéria prima algo que seria descartado (TEIXEIRA;
CÉSAR, 2005, p. 55).

saiba mais
Saiba mais
“A busca por fontes alternativas e modos alternativos de produção
que empregue cada vez menos recursos subtraídos da natureza e
que permita uma sobrevida maior do planeta tem sido a motivação
para governos, empresas e pessoas aumentarem o uso de matéria
prima gerada a partir da garrafa PET como fonte de emprego e
renda, ao mesmo tempo que gera benefícios para o planeta. A
possibilidade cada vez maior de aumento das exportações de
matéria prima que são produzidas a partir da reciclagem de
garrafas PET, o surgimento de uma gama de produtos compostos
na sua totalidade ou parte deste componente dos resultados da
reciclagem, mostram que as discussões estão produzindo
resultado”.

ACESSAR

atividade
Atividade
“O Brasil apresenta uma vantagem competitiva em relação aos
demais países, visto que recicla perto de sessenta por cento de sua
necessidade de matéria prima para a produção de PET equivalente
ao dobro do que os EUA reciclam e três vezes mais que o México.
Isto abre uma grande possibilidade do Brasil se tornar exportador
de matéria prima gerada de garrafas PET e apresentar taxas de
crescimento como o de Bangladesh em 2008 que foi da ordem de
20%”.

Fonte: SANTOS, João Almeida et al. Matéria-prima gerada da


reciclagem de garrafas pet e seus produtos derivados. Revista
Metropolitana de Sustentabilidade (ISSN 2318-3233), [S.l.], v. 5, n. 2,
p. 03-13, ago. 2015. ISSN 2318-3233. Disponível em:
<http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms/article/view
/266>. Acesso em: 01 abr. 2019, p. 09.

De acordo com o enunciado e os assuntos estudados, assinale a


alternativa:

a) Escolhas sustentáveis possuem impacto zero na


economia.
b) É impossível a exportação de matéria prima
proveniente de material reciclado.
c) A escolha da matéria prima é de importância
unicamente ecológica.
d) O Brasil é um país pouco expressivo em relação a
reciclagem de garrafa PET para uso como matéria prima.
e) O uso da reciclagem de garrafa PET para uso como
matéria prima é um diferencial competitivo do Brasil.
Feedback: A alternativa correta é a letra E, conforme o
enunciado o Brasil recicla perto de sessenta por cento de
sua necessidade de matéria prima para a produção de PET,
constituindo um diferencial competitivo em relação aos
demais países, apresentando efeitos econômicos como a
possibilidade de exportação. O material reciclado é capaz
de ser utilizado como matéria prima, o que além de
economizar recursos naturais, contribuindo para a
sustentabilidade, também é capaz de movimentar a
economia, nesse sentido o Brasil, pelo volume seu alto
volume de reciclagem da garrafa PET, pode vir a se tornar
um exportador dessa matéria prima reciclada, desse modo
as demais questões estão incorretas.Verificar Resposta

Gestão do Fim da
Vida Útil de um
Produto

Uma das etapas mais impactantes do ciclo de vida de um produto,


é o fim de sua vida útil. Nessa fase, o item pode já ter cumprido a
função para o qual foi projetado e torna-se inútil para o seu dono
ou pode ter apresentado algum defeito ou obsolescência, por isso
é substituído. Em todos os casos, esse artefato tem mais chance de
ser descartado como resíduo do que de retornar para a cadeia
produtiva como matéria-prima para novos produtos.

Vida útil pode ser caracterizada como o período de tempo em que


um produto desempenha, perfeitamente, a função para qual foi
primariamente projetado, idealizado. Para definir a vida útil de um
artefato, alguns fatores são levados em consideração, como a
qualidade da matéria-prima utilizada, o processo produtivo
empregado, o modo como é conservado e também a maneira
como o usuário usufrui do produto.

Atualmente, uma prática vem se tornando cada vez mais comum,


principalmente nos itens de tecnologia que necessitam de
atualizações constantes para se manter operantes de acordo com
o seu uso projetado, é a obsolescência programada. A
obsolescência programada nada mais é do o ato de planejar
quando a vida útil de um produto vai acabar, quando o mesmo vai
se tornar inútil.

A gestão do fim da vida útil de um produto não começa apenas


quando o item deixa de cumprir sua função projetada, ela começa
a ser planejada desde a concepção do artefato.

Como já citado, a vida útil depende de alguns fatores principais,


como a escolha da matéria-prima, o processo produtivo, o uso e
conservação pelo usuário. Uma matéria-prima de procedência
garantida, de origem secundária - proveniente da reciclagem de
outros produtos - além de um processo produtivo que atende aos
preceitos da responsabilidade social, tem grande influência na
qualidade dos produtos e, consequentemente, na sua vida útil.
Além disso, garantir que o usuário saiba utilizar e conservar o item
da forma mais eficiente possível, pode prolongar
consideravelmente a vida útil dos artefatos.

Entretanto, o fim da vida útil de um produto, eventualmente, vai


chegar. Então, é preciso planejar a forma correta como irá ocorrer
o descarte. É responsabilidade da empresa produtora possibilitar
ao consumidor final os meios de destinação correta dos itens
depois que eles cumprem sua funcionalidade programada.
Também é estratégico para as empresas, e segue totalmente a
linha do desenvolvimento sustentável, o fato de as empresas
utilizarem os resíduos dos seus produtos como matéria prima para
novos itens.

Processos de Gestão do Fim da


Vida Útil dos Produtos
O processo de gerenciamento do fim da vida útil de um produto
também pode ser conhecido como logística reversa.

Segundo Hugo Ferreira Braga Tadeu, André Luz Pereira, et al


(2016), a logística reversa pode ser entendida como “(...) um
conjunto de operações e ações ligadas, desde a redução de
matérias-primas primárias até a destinação final correta dos
produtos, materiais e embalagens com o seu consecutivo reuso,
reciclagem e/ou produção de energia” (TADEU, PEREIRA, et al.,
2016, p. 14).

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a responsabilidade


pela logística de descarte correto dos resíduos deve ser
compartilhada e foi regulamentada pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos de 2010. A política prevê que tanto empresas,
poder público e população são responsáveis pelos resíduos
oriundos dos hábitos de consumo da sociedade. A lei também diz
que é responsabilidade das empresas disponibilizar pontos de
coleta de resíduos e dar a destinação correta para os itens que
produz (BRASIL, 2019, on-line).

Após coletar os resíduos provenientes do pós-consumo de seus


itens, as empresas podem realizar as seguintes ações com os itens
ao final de sua vida útil:

Reuso
Tem como objetivo reutilizar os produtos que foram descartados. Produtos
que podem ser recuperados, consertados, atualizados, revendidos e
reutilizados sem nenhuma ação química. Itens produzidos com alta
qualidade de matéria-prima tornarm mais viável a reutilização de seus
resíduos, pois são mais duráveis fisicamente e funcionalmente. Esses
resíduos podem ser reutilizados na sua função original ou em outras
funções.

Remanufatura
O principal objetivo é recuperar as peças de produtos que não podem mais
ser reutilizados. Normalmente, enquadra produtos que podem “ser
desmontados, ter peças de fácil identificação, separação, limpeza e
reparação, para permitir o aproveitamento de peças em outros produtos na
mesma função ou em funções diferentes da original.” (TEIXEIRA, CÉSAR,
2005, p. 57) Itens idealizados tendo em mente a possibilidade de
desmontagem, modularidade e montagem tornam mais viável a
remanufatura.

Recuperação
“(...) também conhecido como reciclagem química. Tem como objetivo o
retorno das matérias primas descartadas depois da produção ou depois do
uso pelos consumidores finais.” (TEIXEIRA, CÉSAR, 2005, p. 57) Na
reciclagem química, os resíduos são tratados quimicamente para atingir a
mesma qualidade da matéria primária, permitindo que sejam usados nos
mesmos processos produtivos originais. Esse processo permite o
reaproveitamento total dos resíduos.

Reciclagem
Pode ser chamada também de reciclagem mecânica. Seu objetivo é a
reutilização da matéria prima proveniente tanto de processos industriais,
considerada como resíduo (reciclagem pré-consumo ou pós-industrial),
quanto àquela contida nos produtos finalizados e considerados no fim da
vida útil, que não podem mais ser reutilizados nem remanufaturados. “O
material reciclado é usado em processos e produtos diferentes dos usados
nos processos originais, já que há a possibilidade de perda de
características que dificultam a reintegração destes materiais nos processos
iniciais” (TEIXEIRA, CÉSAR, 2005, p. 57).

Recuperação energética
Tem como objetivo utilizar os resíduos descartados como combustível e,
assim, aproveitar a energia contida nestes materiais. É realizado por
meio da queima termoquímica ou bioquímica, originando calor, gases,
energia elétrica ou fertilizantes. Apenas produtos não tóxicos,
biodegradáveis e energéticos podem ser utilizados nesse processo. Itens
que foram projetados para fácil desmontagem também tornam viável esse
meio de recuperação

Biodegradação
Tem a intenção de reintegrar ao meio ambiente o resíduos proveniente do
produto. Apenas itens fabricados com matéria prima não poluente, não
tóxica e biodegradável podem compor esse processo. Ainda assim, devem
ocorrer o mínimo possível (TEIXEIRA, CÉSAR, 2005, p. 57).

atividade
Atividade
A gestão da vida útil de um produto, bem como do fim dessa vida
útil, depende de fatos que são definidos e analisados desde a
idealização e concepção dos produtos. Não é preciso planejar
apenas o lançamento dos artefatos, mas também o seu descarte
ou retorno à cadeia produtiva. Em relação ao fim da vida útil dos
produtos, assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):
( ) O design é responsável apenas por definir qual a estética dos
produtos.

( ) Uma matéria-prima de qualidade afeta na vida útil do produto.

( ) Para uma boa gestão do fim da vida de um produto é preciso


planejar a logística reversa do mesmo, evitando que o item seja
descartado desnecessariamente e de maneira incorreta.

( ) O artefatos só podem ser produzidos com matérias-primas de


origem primária, sendo impossível reciclar os resíduos oriundos do
pós-consumo dos produtos.

A partir das associações feitas anteriormente, assinale a alternativa


que apresenta a sequência correta:

a) F, F, V, F.
b) V, V, V, V.
c) F, V, V, F.
d) F, F, F, F.
e) V, V, V, F.
Feedback: A alternativa correta é a letra C, pois, como vimos
até então, o designer tem um papel extremamente
importante no desenvolvimento de produtos sustentáveis,
tanto na escolha da matéria-prima, do processo produtivo,
quanto na determinação da melhor maneira de se gerir o
fim da vida de um produto, reinserindo-o no ciclo de
produção. A primeira e a última afirmações apresentam
fatos equivocados, já que o papel do designer vai muito
além de pensar nos aspectos estéticos dos produtos, ele
determina toda sua funcionalidade, uso e pós-uso, além de
definir meios para causar o menor impacto negativo
possível. Inclusive, o designer planeja a reciclagem dos
produtos após seu consumo, devolvendo o item para a
cadeia produtiva ou dando a destinação correta para o
mesmo.Verificar Resposta

Processos de
Manufatura

Após a Revolução Industrial, houve uma significativa mudança no


modo como os produtos eram fabricados: o artesanato dá lugar à
manufatura. A manufatura passa a surgir com o advento das
fábricas, onde os artefatos são produzidos por partes e por vários
colaboradores diferentes. Com a evolução dos processos fabris e o
surgimento da administração e engenharias industrial e de
produção, produzir itens ficou cada vez mais padronizado e
qualificado.

Tipos de Processos de
Manufatura
Atualmente, de acordo com Rosemary Martins (2013), os processos
de manufatura podem diferenciados levando em consideração o
volume ser fabricado e a variedade, customização, dos itens. Os
processos de manufatura podem ser classificados da seguinte
maneira:

Produção por projetos


Volume de produção bem baixo, muitas vezes único, e com uma alta
customização. Por exemplo, cada edifício construído é único.

Jobbing
A variedade é relativamente menor e o volume de produção ocorre em
pequenos lotes. Como no caso de pequenas gráficas que fazem convites de
casamentos.

Produção em lotes
Processo de bateladas com lotes maiores e nível de customização ainda
mais reduzido do que no jobbing. Um exemplo é a indústria farmacêutica.

Produção em massa
Aumentando mais ainda o volume e com variedade menor. Por
exemplo produção de eletrodomésticos.

Produção contínua
Variedade extremamente baixa, empresas que produzem o mesmo
produto ou uma variedade bem pequena de itens num volume muito
grande. Por exemplo siderúrgicas, empresas de distribuição de energia
(MARTINS, 2013, on-line).

Assim, podemos concluir que o que diferencia cada processo


manufatureiro dos demais são o seu volume de produção, que
pode partir de um item até toneladas e milhares de produtos, e
também o nível de especificação dos produtos, quanto mais
customizado, menor o volume, pois mais difícil é produzir em
grande escala um produto muito específico.
Soluções Sustentáveis em
Processos de Manufatura
Dentre os diferentes processos de manufatura, levando em conta
suas especificidades e também seus pontos convergentes, é
possível apontar soluções sustentáveis para o desenvolvimento de
produtos socialmente responsáveis.

Em todos os processos de manufatura, o processo produtivo deve


ser escolhido de maneira que desperdice menos recursos
possíveis, sejam eles matéria-prima, mão de obra, dinheiro, tempo
ou energia. A quantidade de resíduo gerada ainda nas fábricas
rivaliza com o resíduos domésticos, por parte dos usuários
primários.

A qualidade também é crucial na fabricação de artefatos. Seu


controle previne os desperdícios ainda na indústria e, também, os
que ocorrem na utilização dos itens. O controle de qualidade
garante que todos os recursos estão sendo utilizados da forma
mais eficiente possível.

atividade
Atividade
Os processos de manufatura são classificados de acordo com seu
volume de produção - a quantidade do que se é produzido - e com
o nível de personalização do produto - se segue as especificidades
de cada cliente ou se é produzido apenas itens padronizados. De
acordo com essa classificação, associe os itens de acordo com as
características de cada processo manufatureiro.
I. Produção por projeto.

II. Produção em lotes.

III. Produção em massa.

IV. Produção contínua.

( ) Produção de itens customizados, com início e fim bem definidos,


com alta variedade e baixo volume. Normalmente o item fabricado
é único.

( ) Produção realizada de forma ininterrupta de volumes muito


grandes e de variedade muito baixa de produtos.

( ) Produção realizada em bateladas, com volume grande de


produtos e baixa variedade de itens.

( ) Produção ainda maior do que em lotes, porém menor do que


em processos contínuos. Apresenta grande volume de produção
com baixa variedade.

Assinale a alternativa que representa a sequência correta de


associações.

a) I, II, III, IV.


b) II, I, IV, III.
c) IV, I, II, III.
d) I, IV, II, III.
e) III, I, IV, II.
Feedback: A alternativa correta é a letra D, pois o processo
por projetos produz itens únicos, o por lotes volumes
grandes e pouco variados, por massa com volumes maiores
que os por produção em lotes e ainda menos variados e,
por fim, os processos contínuos são os com maiores
volumes de produção e menor variabilidade, além de serem
realizados de forma ininterrupta. As demais alternativas
estão incorretas pois, o processo por projetos produz itens
únicos, o por lotes volumes grandes e pouco variados, por
massa com volumes maiores que os por produção em lotes
e ainda menos variados e, por fim, os processos contínuos
são os com maiores volumes de produção e menor
variabilidade, além de serem realizados de forma
ininterrupta.Verificar Resposta

A Sustentabilidade
como Estratégia
Empresarial

A sustentabilidade pode ser incluída no processo de


desenvolvimento de produtos e é capaz de ir além, constituindo os
diferenciais de um negócio. Neste tópico, estudaremos uma
empresa que trabalha com design sustentável e contribui para
resolver problemas socioambientais, sendo a sustentabilidade a
estratégia principal de seu negócio.
Antes, contudo, é importante entendermos o conceito de design
sustentável e o que é necessário para ser uma empresa com
sustentabilidade estratégica.

Design Sustentável
O Design Sustentável segue o modelo do Tripé da Sustentabilidade,
também conhecido como Triple Bottom Line (TBL), ou seja,
considera aspectos sociais, ambientais e econômicos.

Dessa forma, ele envolve um processo que tenha como resultado


um produto que seja economicamente viável, buscando maximizar
os benefícios econômicos, enquanto é ecologicamente correto, não
prejudicando o equilíbrio ambiental para atuais e futuras gerações,
além de ser socialmente eqüitativo, promovendo o aumento do
bem estar social, podendo inclusive satisfazer as necessidades e
atender as comunidades menos favorecidas (PAZMINO, 2007, p. 07
- 08).

Figura 3.1 - Design Sustentável


Fonte: Elaborada pela autora.
saiba mais
Saiba mais
Uma abordagem mais recente do design, voltada para a busca da
sustentabilidade, tem se tornado também conhecida como design
estratégico. O seu objetivo é a identificação de estratégias para
inovações sistêmicas, inclusive novos produtos, serviços e
sistemas, que representem uma vantagem competitiva a longo
prazo, e, neste caso, considera-se como objeto de estudo o sistema
produto-serviço (Krucken, 2005 apud Castro, 2010). Este design
estratégico, voltado para a sustentabilidade, parte de uma
ampliação do conceito e incorpora questões que vão desde a
preocupação com as ações projetuais voltadas para questões
ambientais e ecológicas ao longo de todo o ciclo de vida do
produto - o eco-design - até a incorporação de inovações mais
radicais, tais como o questionamento da própria função do
produto e a possibilidade de influenciar os padrões de consumo
existentes (Rocha e Brezet, 1999 apud Castro, 2010).

ACESSAR

Sustentabilidade na Estratégia
Empresarial
Souza e Factum (2009), inspiradas em Schmidheiny, afirmam que:

“as empresas lucrativas em um mundo sustentável serão


aquelas que melhor se destacarem de seus competidores no
sentido de agregar valores aos seus produtos e serviços em
sintonia com os requisitos de proteção do meio ambiente,
além da busca voluntária e permanente de redução de uso de
matéria in natura, promovendo resultados além dos
interesses de seus clientes e investidores” (SOUZA, FACTUM,
2009, p. 127).
A sustentabilidade como estratégia de negócio vai além da
sustentabilidade do produto, exigindo que esteja presente em toda
a organização, especialmente na gestão, e que busque entender e
responder às expectativas das partes interessadas da organização.

Assim, deve estar prevista em todo o planejamento estratégico da


empresa, o que implica em questões sociais, ambientais e
econômicas serem consideradas em seus objetivos estratégicos,
conforme representado conceitualmente na figura abaixo
(OLIVEIRA, 2012).

Figura 3.2 - Representação do tripé da sustentabilidade


em intersecção com as bases do planejamento estratégico.
Fonte: Oliveira et al. (2012,on-line).
Ainda, para que a empresa atue com sustentabilidade de forma
estratégica, é necessário que conheça seus stakeholders (também
conhecidos no Brasil como partes interessadas: aqueles que
impactam ou são impactadas pela empresa, por exemplo, clientes,
colaboradores, comunidade, mídia, governo, meio ambiente, etc),
procurando entender e responder às suas necessidades (OLIVEIRA,
2012).

reflita
Reflita
“Inovar seguindo as três dimensões da sustentabilidade ainda não
é a regra, até porque a inclusão das dimensões sociais e
ambientais requer novos instrumentos e modelos de gestão, que
só recentemente começaram a ser desenvolvidos com mais
intensidade. Isso não é tarefa só das empresas que pretendem
inovar. As instituições de ensino e pesquisa, os órgãos
governamentais, as instituições de normalização, as organizações
da sociedade civil, ou seja, o sistema nacional de inovação também
tem um papel relevante nessa questão”.

Fonte: Barbieri (2010, p. 152).

Case - Rede Asta


A Rede asta é um negócio social que oferece soluções de design
sustentável, principalmente, a partir do upcycling, por meio do
desenvolvimento de artesãs e uso de resíduos.

A empresa transforma resíduos gerados por outras empresas em


presentes personalizados, sustentáveis e criativos, por meio de
artesãs que se cadastram na plataforma e recebem capacitação
para se tornarem empreendedoras e, assim, gerarem renda. As
empresas interessadas em ter seus resíduos transformados e lojas
interessadas em revender esse tipo de produto também podem
fazer contato via a plataforma. Dessa forma, a empresa tem
práticas ambientalmente corretas, economicamente viáveis e
socialmente justas, trabalha em prol dos objetivos de
desenvolvimento sustentável e é uma empresa B certificada.

Figura 3.3 - Artesã atuando para a rede asta ensina as


demais como criar produtos a partir do upcycling
Fonte: Asta ([2019], on-line).

saiba mais
Saiba mais
Para conhecer mais sobre como uma empresa de design
sustentável pode trabalhar, assista ao vídeo explicando o trabalho
da Rede Asta.

ASSISTIR

atividade
Atividade
“se o papel dos políticos e das instituições é criar um ambiente
favorável a orientação da inovação rumo à sustentabilidade, para
os designers, empresas e também para os cidadãos comuns em
suas comunidades e organizações, a possibilidade de ação recai na
sua capacidade de dar uma orientação estratégica às próprias
atividades, em outras palavras, na sua habilidade em definir
objetivos que combinem suas próprias necessidades e exigências
com os critérios da sustentabilidade que estão gradualmente vindo
à tona”.

Fonte: MANZINI, Ezio. Design para a inovação social e


sustentabilidade (LIVRO): Comunidades criativas, organizações
colaborativas e novas redes projetuais. Editora E-papers, 2008,
p. 28.
De acordo com o enunciado e os assuntos estudados, assinale a
alternativa correta segundo o trecho acima:

a) É papel exclusivo dos políticos conduzir a inovação


rumo à sustentabilidade.
b) O designer deve exigir de terceiros uma orientação
estratégica para as suas atividades.
c) Os designers devem combinar seus objetivos com
critérios de sustentabilidade.
d) Os critérios de sustentabilidade já estão todos
definidos.
e) O compartilhamento de atribuições rumo a
sustentabilidade é impossível.
Feedback: A alternativa correta é a letra C, pois as
atribuições rumo à sustentabilidade são compartilhadas
entre diversos atores, incluindo os designers, e embora os
critérios ainda estejam “vindo a tona”, cabe a cada um
definir objetivos que integrem suas necessidades e
exigências com critérios de sustentabilidade. As demais
alternativas estão incorretas pois enunciado atribui como
responsabilidade dos políticos e das instituições a criação
de um ambiente favorável à sustentabilidade, mas sugere
que todos devem dar orientação às próprias atividades,
através da capacidade de definir objetivos que combinem
com suas próprias necessidades e exigências com os
critérios da sustentabilidade, esses que ainda estão vindo à
tona. Dessa forma percebe-se que é necessário um
compartilhamento de atribuições rumo a
sustentabilidade.Verificar Resposta

indicações
Material Complementar
LIVRO

Manual Prático de Ecodesign


Conceição Vieira; Joaquim Alves; Manuela Roque

Editora: AEP- Associação Empresarial de Portugal


ISBN: 978-972-8702-83-0

Comentário: O livro é voltado para empresários que querem


trabalhar com o ecodesign, além de ter uma abordagem acessível e
discorrer sobre os benefícios também apresenta um guia para a
implementação de projetos com ecodesign e indicadores para seu
acompanhamento e avaliação.

FILME

Obsolescência Programada: The Light Bulb Conspiracy.


Ano: 2017
Comentário: Neste documentário, é possível observar o
surgimento da programação da vida útil de um produto, como isso
impactou a vida das pessoas e o crescimento econômico de
empresas.

TRAILER

conclusão
Conclusão
Como vimos, a sustentabilidade pode estar presente em todo o
ciclo de vida do produto e ir além, constituindo um diferencial
competitivo para empresas. Para isso, é importante fazer uma
escolha correta da matéria prima, que muitas vezes poderá ser um
subproduto de um outro processo produtivo, também deve-se
pensar o processo de manufatura e a destinação dos resíduos
gerados, que poderão ser reusados, remanufaturados, reciclados,
entre outros destinos possíveis, mas não para por ai. A
sustentabilidade pode estar presente também na essência do
negócio, para isso deve ser considerada no planejamento
estratégico e considerar as necessidades dos stakeholders, quem
desempenha esse papel muito bem é a Rede Asta, que atua como
negócio social, economicamente viável, ecologicamente correto e
socialmente justo.

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