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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FILOSOFIA DOM AURELIANO MATOS

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM QUIMICA

RAIMUNDO ROBERTO DE SOUSA FREIRE

O USO DO ALFABETO GREGO EM FISICO-QUIMICA

LIMOEIRO DO NORTE – CEARÁ

2019
RAIMUNDO ROBERTO DE SOUSA FREIRE

O USO DO ALFABETO GREGO EM FISICO-QUIMICA

Monografia apresentada ao Curso


de Licenciatura Plena em Química
da Faculdade de Filosofia Dom
Aureliano Matos da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito
parcial para à obtenção do grau de
licenciado em Química.

Orientador: Prof. Emanuel Marinho


LIMOEIRO DO NORTE – CEARÁ

2019

RAIMUNDO ROBERTO DE SOUSA FREIRE

O USO DO ALFABETO GREGO EM FISICO-QUIMICA

Monografia apresentada ao Curso


de Licenciatura Plena em Química
da Faculdade de Filosofia Dom
Aureliano Matos da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito
parcial para à obtenção do grau de
licenciado em Química.

Aprovada em: ____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

Banca fictícia
_______________________________________________________________
Prof. Ms. Aureliano de Oliveira Alves – Orientador
Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos – FAFIDAM
Universidade Estadual do Ceará – UECE

_______________________________________________________________
Prof. Ms. Francisca Daniele Costa de Lima Beserra
Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos – FAFIDAM
Universidade Estadual do Ceará – UECE

_______________________________________________________________
Prof. Dr. Francisco Carlos de Oliveira
Dedico esse trabalho primeiramente
a Deus, que tem me fortalecido em
minha caminhada, pois ate aqui me
ajudou o Senhor, também à minha
esposa Magnólia Sales Freire e
minha filha Priscila Sales Freire, que
tem sido um dos motivos e incentivo
para os meus estudos.

Agradecimentos

Agradeço a Deus pela a vida , sustento e cuidado, pois sem a sua soberania
nada seria possível.

Sou grato a minha esposa e filha que muito me incentivaram.

Ao meu amigo halley por algumas sugestões importante.

Ao nobre professor e meu orientador, Emmanuel Marinho por nortear esse


trabalho.
“Sabes o grego?”

(Atos dos Apóstolos 21:37).


Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo analisar a influencia e a relevância do grego


no estudo de Físico-química. O alfabeto grego tem sido a fonte privilegiada no
que toca a escolha de letras para representar grandezas físico-químicas. Na
matemática e na física a língua grega tem uma função muito importante, mas
esse trabalho focara no estudo de química e principalmente na matéria de
físico-química. Inicialmente, será feito uma analise na historia da língua grego ,
desde a origem e desenvolvimento e na sua importância que tem deixado
marca ao longos desses anos. Todas as ocorrência dos caracteres grego em
físico-química será analisado alguns livros de químicas tanto em português
como em inglês na realização desse trabalho.

Palavras-chave: Símbolo. Grego. Físico-química. Alfabeto.


ABSTRACT

This research aims to analyze the influence and relevance of the Greek in the
study of Physicochemistry. The Greek alphabet has been the privileged source
in the choice of letters to represent physical-chemical quantities. In mathematics
and physics the Greek language has a very important function, but this work
focused on the study of chemistry and especially on the physics-chemistry
subject. Initially, an analysis will be made on the history of the Greek language,
from the origin and development and its importance that has left a mark over
the years. All occurrences of the Greek characters in physicochemical will be
analyzed some chemical books in both Portuguese and English in the
accomplishment of this work.

Keywords: Symbol. Greek. Physicochemical. Alphabet.

LISTA DE FIGURA

FIGURA 1 .................................................................................................... 14

FIGURA 2 .................................................................................................... 16

FIGURA 3 .....................................................................................................23

FIGURA 4 .....................................................................................................24

FIGURA 5 .....................................................................................................24

FIGURA 6 .....................................................................................................25

FIGURA 7 .....................................................................................................25
FIGURA 8 .................................................................................................... 27

FIGURA 9 .................................................................................................... 28

FIGURA 10 .................................................................................................. 29

FIGURA 11 ................................................................................................ 30

FIGURA 12 ................................................................................................. 32
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................11

1 Da origem do alfabeto grego e seu uso na simbologia


cientifica.

1.1 A origem da língua grega ............................................................13

1.1.1 Formação do alfabeto ..................................................................13

1.2 Período de desenvolvimento da língua ......................................14

1.2.1 Período formativo..........................................................................14

1.2.2 Período clássico.............................................................................14

1.2.3 Período koinê.................................................................................15

1.2.4 Período bizantino...........................................................................15

1.2.5 Período moderno...........................................................................15

2 O grego na educação.................................................................17

2.1 Alfabeto grego na ciência em geral................................................18

3 A historia da química como ciência .....................................21

3.1 A Teoria dos Quatro Elementos.....................................................21

3.2 Os Alquimistas e a Alquimia...........................................................23

3.3 A Química Moderna........................................................................25

4 O grego na Físico-quimica ..............................................30

4.1 Os símbolos e seus significados ....................................................35

6 Conclusão..........................................................................38
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................38
12

INTRODUÇÃO

É muito difícil exagerar quando se fala da importância que a língua


grega teve , principalmente o alfabeto grego , na formação de muitas línguas
como a língua eslavas e seu alfabeto cirílico , as línguas latinas ( como o
português ), Assim, o grego antigo foi sempre uma disciplina fundamental nas
maiores universidades europeias desde a sua fundação (assim como já o era
nos estudos monásticos restritos ao clero durante a idade media), tanto nos
cursos humanísticos, como nos cursos científicos. Logo, não e de estranhar
que, tendo a ciência moderna cerca de 400 anos, o alfabeto grego tenha sido a
fonte privilegiada no que toca a escolha de letras para representar grandezas
físicas. Os físicos e os matemáticos estão assim habituados a lidar com a
maioria das letras gregas no seu dia-a-dia! ( CARLA MOTA, 2017).
Assim é impossível estudar matemática, física e química sem se
deparar com uma variedade de letras gregas como símbolos de equações,
funções, conceitos enfim torna-se claro a importância dos caracteres na
linguagem cientifica. Agora permanece uma pergunta que precisa ser
respondida: Porque que o alfabeto grego teve tanta influencia na linguagem
simbólica cientifica ? Esse trabalho tem como proposito responder essa
pergunta e não somente isso, mais pretende-se focar na área de Físico-
quimica e mostrar de forma detalhada o uso das letras do alfabeto grego
nessa matéria.
Não se trata apenas de uma questão de satisfazer a curiosidade,
mais de mostrar que o uso dos caracteres do alfabeto grego na ciência é a
consequência da influencia da cultura grega.

JUSTIFICATIVA

A frequência de letras gregas em matérias como: física,


matemática, biologia e química ou seja, na ciência de uma forma geral é
indiscutível. Por esse motivo seria interessante pesquisar o porque disso,
afinal, qual é a razão , a origem da influencia grega no campo das ciências.
13

Se na ciência é notável a influencia das letras do alfabeto grego de


forma que tem perdurado ao longos dos anos, seria interessante pesquisar o
porque da escolha desse alfabeto tendo em vista a existência de outros.
A língua grega em (escrita, ortografia) é a mais precisa, perfeita no
mundo porque a única língua que registra como é pronunciada.(GreeceMe)
O alfabeto grego tem uma longa história e existe desde o século IX
aC. Foi o primeiro alfabeto a usar vogais; antes disso, a linguagem escrita
consistia apenas em consoantes. (Listen & Learn, blog)

De acordo com Francisco Rodriguez Adrados, o grego chegou à


Grécia e outras partes no segundo e primeiro milênio antes de Cristo e se
espalhou com Alexandre mediante suas conquistas.
Assim como no caso do hipotético idioma indo-europeu comum,
muitos eruditos acreditam que, em tempos remotos — talvez por volta de -2200
— nos territórios gregos mais antigos existia um único dialeto, o grego comum,
do qual os demais derivaram. Outros sustentam que nunca existiu,
historicamente, um dialeto grego único. Um forte argumento a favor dessa
segunda possibilidade é o fato de que a cultura grega daquela época, resultado
da mistura de diversas populações do Neolítico e da Idade do Bronze, era
bastante diversificada do ponto de vista arqueológico.( RIBEIRO JR., W.A.)
Acredita-se ademais que língua grega guarda resquícios da mistura
populacional neolítica e pré-indo-europeia. Os filólogos modernos notaram,
entre outras coisas, que certas palavras terminadas em -ssos/-nthos e usadas
para nomear lugares sã estruturalmente diferentes do padrão indo-europeu que
caracteriza o resto da língua grega, e devem ter sido incorporadas antes de -
2200: Tirintos (nome de cidade), Parnassos (nome de montanha), Kefissos
(nome de rio).( RIBEIRO JR., W.A.)

Objetivo

Este trabalho tem um objetivo identificar a relevância do alfabeto


grego na simbologia da Físico-quimica . Mostrando um pouco da estória e do
desenvolvimento desse alfabeto e como se deu essa influencia na ciência.
14

De forma geral será avaliado a ciência Química seu inicio,


desenvolvimento sua relação com a cultura grega,
A Grécia antiga foi sem duvida o berço dos maiores pensadores
que o mundo já conheceu ,a sua influência estar patente no campo cientifico
de forma inquestionável .
A simbologia matemática da Fisico-quimica traz consigo uma
utilização muito importante das letras do alfabeto grego para representar seus
princípios , funções, equações.
Portanto esse trabalho tem como proposito expor essa relação da
cultura helenista com a ciência principalmente o ramo da Fisico-quimica .

A origem da língua grega

O alfabeto grego é o conjunto de 24 letras (na atualidade) acredita-se


que tal sistema foi instituído por volta de 750 a.C. encontrando-se em uso
contínuo durante os últimos 2.750anos. Sua importância é ainda hoje imensa,
pois além de ser a escrita representativa de uma das mais importantes culturas
desenvolvidas pela humanidade, ela foi difundida entre as mais diversas
regiões, como Índia, Egito, Cáucaso, tendo ainda servido de base para a
composição de outros alfabetos. Isso tudo sem mencionar o uso cotidiano das
letras gregas na matemática, astronomia, em fórmulas químicas, fórmulas em
física, designação de parâmetros de circuitos eletrônicos, características de
componentes, etc.

São estas algumas das letras do alfabeto grego:


15

Figura 1 alfabeto grego Matemática para todos. (Professor Gleidston Gomes)

Evidências históricas apontam que o alfabeto grego deriva de uma


variante do alfabeto semítico (hebraico), introduzido na Grécia por mercadores
fenícios. Observa-se que o alfabeto fenício não necessita de notar as vogais,
ao contrário da língua grega e outras da família indo-europeia, como o latim e
em consequência o português, os gregos adaptaram alguns caracteres do
alfabeto fenício sem valor fonético, em grego, para representar as vogais. Este
fato pode considerar-se fundamental e tornou possível a transcrição fonética
satisfatória das línguas Europeias.( Wikipédia, 2019)

Período de desenvolvimento da língua

Segundo o professor Jose Serrano a língua grega passou por cinco


períodos de desenvolvimento que são os seguintes:
Período formativo
É o período em que foi falado o grego primitivo. Estendeu-se,
aproximadamente, desde 1500 a.C. até 900 a.C. Foi nesta época que também
se originaram os três dialetos principais da língua: o dórico, o eólico e o jônico-
ático.
16

Período clássico
Este período, que foi de c. 900 a.C. a c. 330 a.C., tomou-se
conhecido graças a famosas obras literárias que aí tiveram origem e foram
preservadas até hoje: a Ilíada e a Odisseia, atribuídas a Homero, são os
exemplos mais antigos da literatura grega, seguidas mais tarde por obras de
Hesíodo, Heródoto e Platão, entre outros. Nesse período, o dialeto que mais se
destacou foi o ático. Esse dialeto também chegou a ser a base principal para o
grego koinê, o grego em que iria ser escrito o NT.

Período koinê
No período que se inicia com as conquistas de Alexandre, c. 330
a.C., e se estende até cerca de 330 d.C., em todo o Império Romano começou
a ser usado o grego koinê, que significa “comum”. Vamos lembrar que, por
volta de 250 a.C. o Antigo Testamento em hebraico foi traduzido para o grego,
nascendo assim a famosa Septuaginta (LXX), e o grego utilizado foi justamente
o koinê. Mais tarde, quando no primeiro século surgiram os escritos do NT,
também foi este o grego utilizado na sua redação.

Período bizantino
Após a divisão do Império Romano, a preservação da cultura grega,
e, com ela, da língua, acontecia principalmente em Bizâncio e na Ásia Menor,
muito mais do que na própria Grécia. A língua de uso comum naquele período
é conhecida pelo nome de grego bizantino, uma continuação do koinê. A ampla
maioria dos manuscritos do NT grego foram copiados nessa “era bizantina”,
que se estendeu até a queda de Bizâncio (Constantinopla) em 1453 d.C.

Período moderno
O período moderno é considerado a partir da queda do Império
Romano oriental. A língua de uso comum nesse período é conhecida pelo
nome de grego moderno. E o grego falado hoje nas ruas de Atenas, e
17

representa o estágio atual no desenvolvimento natural da língua desde os


antigos gregos até os nossos dias.
Seque-se um gráfico que exemplifica o desenvolvimento da língua
grega desde os primórdios:

Figura 2, NOÇOES DO GREGO BIBLICO, 2004

O Grego do Novo Testamento

Segundo Lourenço Stelio Rega & Johannes Bergmann


Com as conquistas de Alexandre Magno, a cultura grega, e, com ela,
a língua, foi levada para todos os povoados do Império Romano. Assim, o
grego koinê chegou a ser conhecido e utilizado universalmente - muito mais do
que o inglês nos dias de hoje. O grego koinê era a língua que o povo falava no
seu dia-a-dia: foi o grego que Jesus escutou na Galiléia e em Jerusalém, o
grego que Paulo usou para pregar em Atenas, Corinto e Roma, o grego que
Apoio aprendeu em Alexandria. Era a língua dos instruídos, assim como a
língua usada nas ruas e nos mercados; era a língua usada no comércio, tanto
quanto na correspondência familiar.
É claro que nem todas as pessoas tinham o mesmo grau de
instrução, de maneira que o domínio da língua variava de pessoa para pessoa.
Isso também pode ser observado nos escritos do NT. Embora o grego do NT,
em termos gerais, se assemelhasse mais ao grego popular, é possível
observar uma linguagem mais culta em Lucas e no escritor da carta aos
Hebreus, enquanto que a linguagem usada por Mateus e Marcos, e
especialmente por João, tem características mais simples.
18

Temos de lembrar que os escritores que Deus usou para escrever o


NT eram judeus, com exceção de Lucas. Estavam familiarizados com a vida
religiosa judaica e acostumados a falar um dialeto hebraico chamado aramaico.
Quando utilizavam o idioma grego, faziam-no dentro de seu estilo,
impregnando-lhe seus traços característicos. Além disso, estavam vivendo num
mundo em que o grego koinê também estava sofrendo influências do latim, que
se propagava pelo Império Romano. Pensando em tudo isso, não é de se
surpreender que o grego do NT apresente vestígios de todas essas influências.

O grego na educação.

Quem não se deparou com letras gregas quando estuda Física,


Matématica, Biologia e Química. A simples menção do termo alfabeto, tão
usado na língua portuguesa, é uma associação das duas primeiras letras do
alfabeto grego e isso porque o alfabeto português também chamado de
alfabeto latino se originou-se do grego. Sendo os gregos, responsáveis pela a
criação das vogais e o primeiro a dar a representação plena de todos os
fonemas, fica claro o porque da sua influencia.
Alguém já perguntou porque as letras gregas aparecem tanto na
Matemática e na Ciência em geral. Essa é uma questão que tem despertado a
curiosidade de muitos afinal qual é a razão de usar os caracteres grego como
símbolo de muitas das funções do estudo da ciência ou ainda porque tem
permanecido ate hoje sua influencia. Para responder esse tipo de pergunta,
faz-se necessário analisar o inicio do estudo cientifico para poder identificar as
relações das letras gregas na ciência em geral.
Desde o tempo antigo o homem teve a necessidade de medir terreno daí
surgiu uma ciência bastante conhecida que é a geometria é composta de duas
palavras gregas: geos (terra) e metron (medida). A Geometria como ciência
dedutiva apenas tem início na Grécia Antiga, cerca de sete séculos antes de
Cristo, graças aos esforços de muitos notáveis predecessores de Euclides,
como Tales de Mileto (640 - 546 a.C.), Pitágoras (580 - 500 a.C.) e Eudoxio
(408 - 355 a.C.).
19

Platão interessou-se muito pela Geometria e ao longo do seu ensino


evidenciou a necessidade de demonstrações rigorosas, o que facilitou o
trabalho de Euclides.

Euclides (323 - 285 a.C.) deu um grande contributo para a Geometria


escrevendo o livro "Elementos" que é constituído por 13 volumes. Este livro
estabeleceu um método de demonstração rigorosa só muito recentemente
superado.
Se a geometria deve sua origem aos gregos não é admiração que os
caracteres grego apareçam com tanta frequência para representar suas
equações e funções. De acordo com o Professor Gleidston Gomes É difícil
dizer o significado ou a utilização de cada uma das letras do alfabeto grego,
pois algumas tem vários significados. Abaixo são apresentados apenas alguns

• Α α Alfa :ângulo ; radiação corpuscular emitida por certos núcleos


atômicos quando sofrem desintegração, libertando átomos de hélio (partículas
alfa);
• Β β Beta: ângulo; radiação corpuscular constituída por eléctrones,
emitidos por certos núcleos atômicos ao se desintegrarem (desintegração beta
- que pode ser positiva ou negativa);
• Γ γ Gama: ângulo; radiação eletromagnética de alta frequência emitida
por certos núcleos radioativos.
• Δ δ Delta : ângulo (letra minúscula). Em maiúscula, Δ, representa
variação de uma determinada grandeza, por exemplo: ΔS = variação do
espaço ; Δt = variação do tempo, ΔT = variação da temperatura, etc). E na
equação de segundo grau temos Δ (b^2 - 4.a.c)

• Ε ε Épsilon : constante dielétrica


• Η η Eta : rendimento; índice de refracção de um meio
• Θ θ Teta : ângulo
• Κ κ Capa : constante de Coulomb, Constante de rigidez de uma mola
• Λ λ Lambda : comprimento de onda
• Μ μ miu: peso especifico de uma substancia; micro (10^-6); coeficiente
de atrito
20

• Ν ν Niu : frequência
• Ξ ξ Csi : Usado para representar vaiáveis aleatórias. E em engenharia
química a Duração da reação (um tópico discutido geralmente em cinética da
engenharia química)
• Π π Pi : Representa o número equivalente à razão entre a perímetro da
circunferência e o diâmetro de um círculo, ou seja, pi (3,14159265…).
• Ρ ρ Rô : densidade de uma substancia; resistência especifica
• Σ σ,ς Sigma : constante gravitacional = 6,67.10^-11 N.m^2/Kg^2;
Constante de Stefan-Boltzmann = 5,67.10^-8 W/m^2.K^4. E também Σ, temos
como somatória (somas definidas em alguma sequência, como uma
progressão aritmética), ou de variáveis estatísticas.
• Τ τ Tau : tempo de meia vida
• Φ φ Fi: Representa o número de ouro. angulo de fase entre corrente e
tensão ; fase do MHS; fluxo magnético, fluxo de calor em Termologia
• Ψ ψ Psi : A letra Ψ é utilizada na irrigação para representar o Potencial
Hídrico e dos seus componentes.
• Ω ω Ômega: símbolo da unidade de resistência elétrica (Ohm);
velocidade angular (frequência cíclica ou pulsação), População em estatística.
Essa pequena demonstração acima citado apenas introduz a questão da
relevância que os caracteres grego tem na ciência de forma genérica.
Agora é claro que existem uma razão para uso do alfabeto grego na
simbologia da ciência, mas, antes de algumas possíveis razões para o uso
dessas serem mencionado é bom que fique claro que existe muitas letras do
nosso alfabeto sendo usado como símbolos especialmente com variáveis: x, y,
z são alguns exemplos comuns, mas outros são usados também.
O costume de usar as letras gregas como símbolos na ciência remonta
aos filósofos gregos por exemplo Aristóteles, Diofante e outros. Embora a
civilização posterior usassem suas próprias letras, o uso das letras gregas ao
longos dos anos passou a ser uma tendência do que já estava estabelecido.
Atualmente existe na verdade uma grande vantagem em usar o alfabeto
grego como base da simbologia cientifica, primeiro por causa da sua distinção
em relação ao alfabeto normal no uso diário e são menos propensos a serem
confundidos com o texto da linguagem dentro do trabalho matemático que está
sendo escrito.
21

É realmente uma questão de conveniência, bem como a redução da


confusão que levou ao uso continuado de símbolos do alfabeto grego sendo
usados para representar constantes e, às vezes, variáveis em equações.

Os símbolos e caracteres do alfabeto grego têm uma posição central


para uso como constantes dentro de toda a arena científica, desde física e
química até áreas mais específicas, incluindo eletrônica e engenharia
eletrônica. Onde quer que seja no espaço científico, da escola à universidade e
da pesquisa até a aplicação da ciência, os símbolos do alfabeto grego serão
encontrados.
Segundo Sāmapriẏa Basu a língua grega, sendo a língua do Novo
Testamento, sempre foi importante na cultura européia, que em si mesmo
existe como uma entidade distinta, ainda que vaga, apenas devido ao
cristianismo. Antes do Renascimento, o trabalho acadêmico em toda a Europa
não-pagã estava ligado à Igreja e, portanto, os estudiosos eram versados em
grego (e latim no Ocidente). Mesmo os recém-cristianizados, que não tinham
nada a ver com os gregos historicamente, viam suas próprias culturas como
atrasadas e menos sofisticadas, e começaram a ver a história e a cultura
greco-cristãs como suas.

Depois veio o Renascimento e a Reforma, quando as ciências e as


artes, de certo modo, se libertaram da Igreja, mas o grego ainda manteve sua
posição como a língua da cultura. Além disso, a postura da sociedade do
paganismo grego (e romano) pré-cristão tornou-se favorável, como vemos
personagens da mitologia grega aparecendo na literatura da época. Em
contraste, nenhuma das outras vertentes de crenças pré-cristãs da Europa
ganhou aceitação semelhante, uma vez que o não-grego (e não-romano) ainda
era classificado como atrasado. [Por exemplo, o renascimento do interesse
pelo politeísmo germânico-nórdico só começaria em dezoito centenas.]

Curiosamente, esta é também a época em que os rudimentos da


matemática moderna começaram a se desenvolver como álgebra e os
sistemas de números decimais chegaram na Europa do Oriente através do
22

mundo muçulmano. As mentes matemáticas da Europa na época usavam


letras gregas em matemática. Talvez, o exemplo mais famoso seja o uso de
William Jones da letra π para denotar uma certa constante matemática
importante em 1706.

A historia da química como ciência

A preocupação em saber qual é a constituição do cosmo, de que tipo de


matéria ele é formado é antiga, pois existem registros sobre esse assunto já
entre os povos que habitavam a mesopotâmia. Mas o que realmente teve
relevância para o desenvolvimento da ciência moderna foram as ideias dos
filósofos gregos antigos, principalmente em razão de duas importantes teorias
que de certa forma norteou o principio da ciência química. Essas teorias que
salientavam a constituição da matéria passou a ser chamada de Atomismo e a
Teoria dos Quatro Elementos
Esses dois modos de descrição do mundo natural era baseado no
raciocínio e não empiricamente, não havia a verificação prática de suas
hipóteses.
O Atomismo grego estar ligado a dois nomes importantes: Leucipo de
Mileto (nascido ao redor de 500 A.C.) e Demócrito de Abdera (470/460 –
370/360 AC). Sendo Demócrito discípulo e sucessor de Leucipo. Embora esses
homens tenham uma produção grande nenhum de seus escritos chegaram até
os dias de hoje, tudo o que se sabe sobre eles vem de obras de outros autores.
Não se sabe de certeza se a teoria: tudo o que existe é composto por
elementos indivisíveis chamados átomos (do grego, "a", negação e "tomo",
divisível. Átomo= indivisível), veio de Demócrito ou Leucipo, o que se sabe é
que eles tinham uma estreita ligação o que dificultava a identificação do que foi
pensado por um ou por outro.
A segunda teoria que trata dos quatros elementos, estar associada a
essas duas figuras: Empédocles e Aristóteles. Empédocles (495/490 – 435/430
A.C.) propôs como constituindo a matéria de água, ar, fogo e terra. Aristóteles
por sua vez se oponha a essa teoria enfatizando a existência de uma matéria
prima que constituiria a base de formação de todas as substâncias existentes.
23

E que essa matéria prima era constituída pelos elementos propostos por
Empédocles.
E verdade que existe semelhança entre o Atomismo de
Leucipo/Demócrito e o modelo do átomo indivisível proposto por Dalton em
1808, mas a visão que os filósofos gregos antigos tinham defendido sobre
matéria e cosmo não resistem ao método cientifico moderno.
Então diante disso tudo há uma pergunta que não quer calar: Porque
estudar teorias de filósofos gregos antigos sobre matéria e cosmo, visto que
elas não tem nenhuma relevância para o método cientifico moderno.
Uma das razões seria é analisar o tanto que essas ideias aparentemente
logicas influíram e dificultaram o desenvolvimento da ciência por mais de 2.000
anos. E isso principalmente as ideias de Aristóteles que tinha um apoio muito
grande da Igreja Católica e rejeitava o Atomismo condenando
institucionalmente e isso era de fato muito decisivo diante do poder que a
Igreja Católica tinha na idade média.
E muitos cientistas sofreram por sustentarem ideias que confrontavam
com o pensamento do catolicismo romano, e isso de certa forma inibiu o
desenvolvimento da ciência. Pode-se perguntar ainda porque a Igreja Católica
aceitavam de bom grado a teoria de Aristóteles e negava taxativamente a
teoria do Atomismo com tanta veemência. A causa dessa rejeição estar no fato
da cosmovisão atomista ser totalmente materialista, que até a visão do
atomismo em relação a alma humana podia ser explicado pelo o movimento
atômico, guiado unicamente pela a razão, tudo isso parecia excluir os valores
espirituais.
Quando o assunto é o desenvolvimento da química é importante
mencionar um período que teve uma forte influencia nessa ciência: A alquimia.
A influência da alquimia foi tão marcante na química que muitos consideram
como o inicio da química.
Quem nunca ouviu falar na “pedra filosofal”, tão procurado pelos
alquimista ou seja para a transmutação de metais em ouro e do elixir da longa
vida. Assim os alquimistas procuravam transformar metais menos nobres em
ouro, desenvolver uma substancia que prolongasse os anos de vida e curar
todos os males da sua existência, tudo isso seria possível segundos os
24

alquimista se de fato eles encontrassem a “pedra filosofal”. Então toda essa


busca não parece envolver algo material mais soa como algo ligado ao místico.
As concepções filosóficas era muito presente na alquimia, a composição
e a transformação da matéria. As discussões sobre a matéria tinham um toque
de misticismo, algo característico da alquimia. Muitas informações e técnicas
desse período contribuíram para a formação da química como ciência.
Muita das vidrarias que hoje é utilizada e técnicas de experimentos em
laboratório deve sua origem a alquimia.

Figura 3: Andreas Libavius Figura 4: Capa


(1550-1616). do livro Alchemia, de Andreas Libavius

Um dos marcos na historia da alquimia que teve consequências direta


com a química, foi o livro Alchemia, de 1957, do professor Andreas Libavius ,
que nasceu na Alemanha. Nesse livro escrito de forma clara e objetiva traz
muitas informações sistematizadas sobre química principalmente o preparo de
ácidos. Pelo o fato de Libavius possuir um laboratório em sua casa facilitava a
execução de muitas práticas no decorrer de suas pesquisas é ele detalhou no
seu livro de forma como procedia na preparação de diversas substâncias
médicas.
Houve uma complementação das ideias de Aristóteles pelos os
alquimistas no que diz respeito as ideias sobre a constituição da matéria.
O enxofre e o mercúrio sendo incorporado pelos os alquimistas aos
quatros elementos de Aristóteles ( fogo, água, terra e ar). A teoria
25

“enxofremercúrio” postulava que todo tipo de matéria era composta por


proporções diferentes de enxofre e mercúrio. O enxofre estaria associado à
“combustibilidade” e o mercúrio à “metalicidade”.
Ao enxofre e mercúrio foi incorporado outro importante principio, o sal e
esse último, acrescentado por Paracelso (Theophrastus von Hohenheim, 1493-
1541). Assim a combustibilidade do enxofre, o brilho metálico e fluidez do
mercúrio e a estabilidade do sal, esses três princípios perdurou até o
surgimento da Química Moderna, quando se passou a discutir a constituição da
matéria com base nos diversos e numerosos elementos químicos.

Figura 5: Van Helmont, pintado por Robert Hooke

O médico belga, Van Helmont (Joan Baptista Van Helmont, 1579-1644),


duvidou que dos três princípios, enxofre, mercúrio e sal, fosse possível obter as
demais substâncias. Para Van Helmont (figura 5), apenas um elemento era
primordial, a água. As doenças estavam associadas à falta ou excesso dos
elementos que constituíam a matéria. Segundo Porto (1997):

A teoria médica mais difundida na época via o corpo humano saudável como o
resultado do perfeito equilíbrio entre os quatros humores que o constituiriam .
Estes humores estariam relacionados com a clássica doutrina dos quatro ele-
mentos e quatro qualidades primárias. Assim, os quatro humores, e as quatro
qualidades respectivamente predominantes em cada um deles , seriam san-
26

gue (quente), fleuma (úmido), bílis amarela (seco) e bílis negra (frio). A doença
consistiria num desequilíbrio na proporção ideal entre esses humores ou qua-
lidades. Para haver cura, seria necessário ministrar a qualidade
momentaneamente em falta (geralmen te, pela ingestão de misturas de
extratos vegetais) ou, então, retirar a qualidadede que porventura estivesse em
excesso. Por exemplo: um paciente febril, com a testa quente e o pulso acele-
rado, deveria estar com excesso de humor sangüíneo; um tratamento indicado
seria eliminá-lo através de uma sangria. Ou seja, este sistema médico preco
miná-lo através de uma sangria. Ou seja, este sistema médico preconizava
este sistema médico preconizava a “cura pelos contrários”. (PORTO, 1997, p.
569)
A busca pela cura das doenças também era uma prática
alquímica. Mas, a forma com que se pensava tal cura e a praticava não
estava mais atendendo às demandas, pois muitas doenças começaram
a se espalhar rapidamente, a partir de epidemias.( Unesp/Redefor •
Módulo I)

No Século XVI, plena época do Renascimento (aproximadamente entre


fins do século XIII e metade do século XVII), os conhecimentos da Química
ainda eram fortemente influenciados pela Alquimia.

No estudo do desenvolvimento da Química, até sua afirmação como


ciência moderna no Século XVIII, torna-se praticamente obrigatório um desvio
no caminho para a análise do desenvolvimento da Física, considerada como
sendo a primeira ciência moderna a se firmar como tal, isto já no Século XVII

Figura 6. Francis Bacon 1561-1626. Figura 7. Renés Descartes 1596-1650.


27

Bacon, em sua obra Novum Organum Scientiarum, publicada em 1620,


começou a aplicar os preceitos do método indutivo ao invés dos da Filosofia
Natural, na abordagem dos problemas científicos. Propôs que, para se
conhecer a natureza, é preciso observar os fatos (coletar dados), classificá-
lose determinar suas causas.

Descartes, em idéias expressas em obras como o Discurso do Método


(1637) e Princípios da Filosofia (1644), publicadas em 1637 e 1644,
respectivamente, não procurava a solução dos problemas dos cientistas de
então, mas na elaboração de um sistema completo, com o qual pretendia
substituir a escolástica, banindo todas as interpretações baseadas em
qualidades e formas substanciais em favor de um mecanismo universal que
explicasse os fenômenos deste mundo visível com a ajuda de apenas três
conceitos: extensão, figura e movimento. (Unesp/Redefor • Módulo I)

Como conseqüência destas mudanças de pensamento resultou uma


mudança nos métodos de estudos dos fenômenos naturais, que ao invés de
serem simplesmente observados, passaram a serem estudados na busca de
relações entre causa e efeito.( Unesp/Redefor • Módulo I)

A afirmação da Física como ciência moderna está ligada diretamente


com a evolução do modelo de cosmo. O modelo dominante até o Século XVI
era o Geocêntrico, baseado nas idéias do astrônomo grego Cláudio Ptolemeu
(figura 9) ou Ptolomeu (90 a 160) e no modelo cósmico de Aristóteles sendo
apoiado pela Igreja Católica. Neste modelo o universo era finito, com a Terra
imóvel em seu centro, e o Sol e os planetas conhecidos girando em seu redor
em esferas perfeitas e imutáveis. Em conseqüência da aplicação deste modelo,
surgiram muitas observações astronômicas que não podiam ser explicadas.
Uma delas era o movimento retrógrado dos planetas no céu. (Unesp/Redefor •
Módulo I)

Em 1543, o polonês Nicolau Copérnico causou uma tremenda revolução,


quando propôs que o Sol, e não a Terra, era o centro do universo. Homens
28

como Giordano Bruno, Galileu Galilei e Johannes Kepler contribuíram muito


para separar a astrologia da astronomia e a alquimia da Química.

Mas dois cientistas foram marcantes nessa transição para a Química


como Ciência, que foram Robert Boyle (1627-1691) e Antoine Laurent
Lavoisier.

Robert Boyle nasceu no castelo de Lismore, Irlanda, em 1627. Visto que


era de família rica, pôde se dedicar tranquilamente aos estudos. Ele foi
chamado por alguns de pai da Química, sendo responsabilizado por
transformar a alquimia em Química, pois ele introduziu o “método científico”.
Boyle assumiu uma postura totalmente diferente dos alquimistas de seus dias,
pois ele publicava abertamente todos os detalhes de seu trabalho, defendia o
uso de experiências para comprovar os fatos e não aceitava hipóteses só
porque eram consagradas. Seu conceito sobre pesquisas científicas foi descrito
em seu livro The Sceptical Chymist (O Químico Cético).

Inclusive, Robert Boyle apoiou fervorosamente uma lei que proibia o uso
da alquimia para a produção da pedra filosofal, pois ele considerava esse um
objetivo frívolo e materialista.( Da Alquimia à Química)

Figura 8: Robert Boyle foi considerado o “pai da Química”


29

Foi com essa mudança de pensamento que o século XVII começou.


Este foi o século do Iluminismo, sendo que a ciência se distanciava da religião.
Foi então que surgiu Lavoisier, que foi considerado o fundador da Química
Moderna, pois os seus estudos foram marcados por grande precisão, não só
qualitativa, mas principalmente quantitativa. Ele utilizava balanças, realizando
pesagens e medições cuidadosas, tinha notável precisão e planejamento. Tudo
isso fez com que ele conseguisse explicar fatos que outros cientistas não
conseguiram.

Lavoisier derrubou teorias, como a teoria do flogístico, descobriu o


oxigênio, explicou a combustão, criou a lei de conservação das massas e
lançou o Tratado Elementar de Química, no qual forneceu uma nomenclatura
moderna para 33 elementos.( Da Alquimia à Química)

Figura 9: Antoine Laurent Lavoisier foi considerado o fundador da Química


Moderna

Desse ponto em diante, a Química já era considerada uma ciência bem


fundamentada e estabelecida. Logo retornou a ideia de que tudo seria
30

composto por átomos, havendo uma evolução do modelo atômico e um


conhecimento ainda maior da natureza da matéria.

Além disso, vários elementos foram sendo descobertos, além de suas


propriedades químicas e físicas, mostrando que ao contrário do que
acreditavam os alquimistas, os “quatro elementos” não eram os constituintes do
mundo. Outro ponto marcante para o desenvolvimento da Química foi dado por
Dmitri Ivanovich Mendeleiev (1834-1907), quando ele descobriu a Tabela
Periódica.

Um aspecto interessante das descobertas químicas que relacionam essa


ciência com a alquimia foi a descoberta da radioatividade. Durante muitos
séculos os alquimistas trabalharam arduamente para transformar chumbo em
ouro, e hoje sabemos que o urânio, um elemento radioativo, emite radiações
naturalmente e se transforma em chumbo. Isso mostra que um elemento pode
se transformar em outro, apenas não do jeito que os alquimistas queriam.

O desenvolvimento da Química como ciência continua só aumentando


ao longo dos anos. Se considerarmos que o marco para o surgimento da
Química como ciência experimental se deu com os trabalhos de Lavoisier,
vemos que a Química tem pouco mais de 200 anos, é uma Ciência
relativamente nova .( Da Alquimia à Química).
31

Figura 10. Robert Boyle 1627- 1691

Químico inglês (figura 15) que, influenciado pelo pensamento de Francis


Bacon, valorizouo papel da experimentação no estudo dos fenômenos
químicos. Em 1661 publicou o livro“The Sceptical Chemist” (O Químico Cético),
no qual ataca a Teoria dos Quatro Elementos de Aristóteles e dos Três
Princípios de Paracelso. Atacou também as concepções errôneas existentes na
época sobre elementos. Embora ele também não fosse capaz de propor um
conceito adequado de elemento, já fazia distinção clara entre mistura e
composto. Sugeriu também que a matéria é constituída por corpúsculos de
diferentes tipos e tamanhos, num conceito próximo que temos hoje sobre
átomos.

Talvez o trabalho mais conhecido associado ao nome de Boyle, seja a


relação verificada por ele entre a pressão e o volume de uma massa de gás, à
temperatura constante, conhecida como

Lei de Boyle–Mariotte.

Pelo uso da experimentação e o emprego da dúvida sistemática na


análise dos dados, Boyle é considerado por alguns pesquisadores da área
como o “Pai da Química Moderna”.( Unesp/Redefor)

Figura 11. George Ernst Stahl 1659 – 17364

Médico e químico inglês (figura 16), que entre 1703 e 1731 desenvolveu
a Teoria do Flogisto (do grego plogyston, significando “passado pela chama” ou
“queimado”) para explicar a Combustão. Baseado nas idéias de Johann Becker
(1635-1682), a teoria dizia que quando uma substância é queimada, ela perde
flogisto, um material invisível. Esta idéia vinha dos alquimistas, para os quais
32

ao se observar a chama numa combustão, parecia haver uma perda. Com


base na observação da madeira ao sofrer combustão, verificou que as cinzas
restantes ao final do processo, denominada “cal”, tinha massa menor que a
inicial. Esta observação foi explicada por Stahl como sendo devido à perda de
flogístico. Como o carvão queima ao ar praticamente sem deixar resíduo, o
carvão era considerado como sendo flogisto praticamente puro.

Ao estudar o aquecimento dos metais ao ar (calcinação), obtinha-se a


“cal”, que seria o metal sem flogisto. Segundo Stahl seria possível regenerar o
metal, se à “cal” fosse adicionado flogisto. Realmente, ao se aquecer a “cal” do
metal com carvão – considerado como flogístico puro por Stahl - é possível
obter-se novamente o metal, uma operação comum em metalurgia.

No entanto, apesar do aparente sucesso da teoria do flogisto em explicar


a obtenção do metal a partir de sua “cal”, e de sua aparente racionalidade, a
mesma se mostrou incapaz de explicar a variação de massa que ocorre
quando um metal exposto ao ar é aquecido. Ao final do processo a “cal” obtida
tem massa maior que a do metal de partida. Para conciliar o aumento de
massa observado no aquecimento do metal, propôs-se então que o flogisto
tinha massa negativa.

O grego na Físico-quimica

É sempre muito difícil definirmos com exatidão e objetivamente o que


vem a ser uma determinada área do conhecimento humano. De uma maneira
genérica, podemos dizer que a Físico-Química é o ramo da Ciência que estuda
as relações entre as propriedades físicas e a estrutura da matéria, entre as leis
de interação química e as teorias que as governam.(EaD, UFMG)
A Fisico-Quimica é uma disciplina da Química que pode ser dividida nos
seguintes ramos: Termodinâmica , Cinética Química, Estrutura Atômica e
Molecular.
A termodinâmica como o nome (do grego θερμη, termo” calor” e δυναμις,
dynamis, significa "potência") (Wikipédia) .Essa disciplina estuda os efeitos
33

relativo a troca de energia e as correspondentes mudanças de estados


verificados nos sistemas físicos, químicos, biológicos, etc.( EaD, UFMG)
A Cinética Química trata as questões relacionadas à velocidade
(rapidez) e ao mecanismo das reações químicas. Finalmente, as Teorias de
Estrutura Atômica e Molecular procura relacionar as leis e os comportamentos
observados macroscopicamente para a matéria e a radiação através de
modelos da estrutura microscópica de átomos, moléculas, radiação
eletromagnética (luz) e suas interações, valendo-se particularmente dos
resultados poderosos e acurados da Mecânica Quântica.( EaD, UFMG)
A Fisico-Quimica como descrito acima é um ramo da ciência que tem
seu desenvolvimento paralelo a evolução industrial na Inglaterra e na França.
A Fisico-Quimica é baseada em grande parte na teoria da Fisica e em
princípios matemáticos como Cálculo Diferencial e Integral, Equações
Diferenciais ordinárias, da Álgebra Linear e da Estatística.
A Fisico-Quimica como um ramo da química é muito importante no que
diz respeito a área industrial, isso tem sido ainda mais evidente nos primórdio
dessa ciência quando no contexto em que ele se desenvolveu contribuiu muito
para o desenvolvimento de países como: Inglaterra ,França e depois o Estados
Unidos.

Analisando o conteúda dessa ciência vem a tona o uso bastante


acentuado do alfabeto grego. Claro que uma das razões para esse fenômeno
estar na influencia que os gregos tiveram na formação da ciência de um modo
geral. E necessário destacar que a influencia da língua grega e seu respectivo
alfabete na cultura e na ciência é algo plausível.

Analisando a Fisico-Quimica, suas funções, princípios, equações e


regras chega-se a conclusão que uma representação simbólica formada por
letras do alfabeto grego permeia toda essa matéria.
A figura 7, tirada do livro de Físico-química V1 de Atkins mostra a
exposição do alfabeto grego com o proposito de que o aluno que estuda físico-
quimica venha a decora-lo.
34

Figura 12.- alfabeto grego. Físico-química - Vol. 1 - 8ª Ed. 2008


Os tópicos abordados em Físico-quimica estão exposto de forma
organizado no livro de Atkins, um livro muito usado como base dessa disciplina.
Segui-se uma figura mostrando o sumario do livro de Fisico-quimica
Atkins de uma forma geral incluindo o volume 1 e o volume 2:
Esses dois volumes muito usado no curso de graduação de química
continua sendo uma fonte muito rica de informação no quesito Fisico-quimica .
Sem dúvida é um dos melhores livro dessa disciplina em língua
portuguesa traz consigo uma demonstração relevante dos fenômenos Fisico-
quimicos e uma cessão de exercícios para a fixação do conteúdo.

Sumário geral do v1 e v2 de Atkins nona edição

Sumário
Volume 1
Fundamentos
PARTE 1 Equilíbrio
1 as propriedades dos gases
Revisão de matemática 1: Diferenciação ( ou derivação ) e
integração
2 A primeira lei
Revisão matemática 2: Cálculo de mais de uma variável
3 A segunda lei
4 Transformações físicas de substancias puras
5 Misturas simples
6 Equilíbrio químico
PRTE 2A Estrutura
35

7 Teoria quântica: introdução e princípios


Revisão de matemática 3: Números complexos
8 Teoria quântica: técnica e aplicações
Revisão de matemática 4: Equações diferenciais
9 Estrutura atômica e espectros atômico
Revisão de matemática 5: Vetores
10 Estrutura molecular
Revisão de matemática 6: Matizes
Seção de informações gerais
Resposta dos exercícios (a)
Soluções dos problemas de numeração ímpar
Indice

, Atkins Fisico-quimica V 1 nona edição


Volume 2
PARTE 2B Estrutura
11 Simetria molecular
12 Espectroscopia molecular1: espectros
de rotação e de vibração
13 Espectroscopia molecular 2: transições eletrônica
14 Espectroscopia molecular 3: ressonância magnética
15 Termodinâmica estatística 1: os conceitos
16 Termodinâmica estatística 2 : aplicações
17 Interações moleculares
18 Materiais 1: Macromoléculas e agregados
19 Materiais 2: o estado sólido
Revisão de matemática 7: Series e transformados de Fourier
PRTE 3 Processos
20 Moléculas em movimento
21 As velocidades das reações químicas
22 Dinâmica das reações
23 Catálise
36

Seção de informações gerais


Resposta dos exercícios (a)
Soluções dos problemas de numeração ímpar
Indice

As principais áreas estudadas pela Físico-Química e que serão abordadas


nesta subseção são:

Soluções: Trabalha com o cálculo das diferentes concentrações das


soluções químicas, que são tão usadas em laboratórios e indústrias
químicas;

 Propriedades Coligativas: São propriedades que explicam vários


fenômenos observados no cotidiano que não dependem da natureza da
matéria, mas unicamente da quantidade de partículas presentes nas
soluções;

 Termoquímica: Estuda as reações químicas e os fenômenos físicos em


que há troca de energia na forma de calor, provocando alteração na
temperatura ambiente;

 Cinética Química: Estuda a velocidade das reações químicas;

 Equilíbrios Químicos: Ramo da Química que estuda as reações


reversíveis que se processam nos dois sentidos simultaneamente, bem
como os fatores que interferem nesse equilíbrio das reações;

 Eletroquímica: Estuda o aproveitamento prático das reações de


oxidorredução (em que há transferência de elétrons). A Eletroquímica
divide-se no estudo das pilhas e baterias, além da eletrólise. (Mundo da
educação)
37

Agora será mostrado a utilidade dessas letras como símbolo de uma


variedade de funções e equações que a Físico-química a tempo vem utilizando:
α _ difusividade térmica (TC), absortividade (TC),
ângulo de ataque (MF)
β _ coeficiente de desempenho para um refrigerador
(T), razão de diâmetros (MF), coeficiente de
expansão volumétrica (TC)
γ _ coeficiente de desempenho para uma bomba de
calor (T), peso específico (MF)
δ _ espessura da camada limite hidrodinâmica

δt _espessura da camada limite térmica


ε _ efetividade de trocadores de calor (T, TC),
rugosidade da parede de tubo (MF), emissividade
(TC)
εf _efetividade da aleta
η _ eficiência, variável de similaridade
ηf _ eficiência da aleta
diferença de temperatura, ângulo
comprimento de onda
θ _ viscosidade absoluta (dinâmica)
λ _ viscosidade cinemática
termo pi; grandeza adimensional
μ _ massa específica, refletividade (TC)
ν _ produção de entropia (T), tensão normal (TC),
constante de Stefan-Boltzmann (TC)
π _ taxa de produção de entropia
ρ _ umidade relativa (T)

σ _ tensão de cisalhamento (MF), transmissividade


(TC)
σ· _ taxa de umidade (T), velocidade angular (T)
38

φ _ umidade relativa (T)

τ _ tensão de cisalhamento (MF), transmissividade

(TC)
ω _ taxa de umidade (T), velocidade angular (T)
(_IUPAC_SBQ- SPQ_2018)
Existe um símbolo fácil de confundir com as letras gregas, é o
conhecido (∂) “Derronde “ .Segundo BORTOLOSSI, O símbolo de derivadas
parciais: Pronuncia-se "Derronde"....é uma corruptela do francês "de rond" que
quer dizer "dê redondo". Isto se deveu ao fato de os franceses na época da
Revolução Francesa, adotarem esta forma especial de escreverem a letra D.
Outro símbolo que muitos confundem como se tratando de letras gregas
é o conhecido nabla (∇).Origem dos símbolos matemáticos, citando
Wikipédia , mostra que esse símbolo foi introduzido pelo matemático irlandês
Willian Hamilton (1805-1865), em seu livro intitulado Lectures on Quaternions,
publicado em 1853. Foi denominado nabla (delta grego invertido) ,por se
parecer com uma harpa, Apesar de ser chamado nabla, na matemática é
chamado de gradiente, é usada na derivada vectorial de uma função escalar.
Onde aparece dessa forma no sistema de coordenadas cartesianas.
Ainda temos outro símbolo que para quem não tem familiaridade com o
alfabeto grego pode de certa forma confundir ,que é caso do yen (¥) que traz
uma aparência do gama só que com dois traços horizontal na parte inferior do
símbolo.
O iene (ou yen) é a moeda usada no Japão. Em japonês geralmente é
pronunciado apenas "en", mas a pronúncia "yen" é comum em outros idiomas,
como o português
Ainda se tratando de símbolos semelhante aos caracteres grego temos o
conhecido símbolo da moeda inglesa que a libra (£). De acordo com wikipedia
A libra esterlina ou simplesmente libra (em inglês, pound, plural pounds,
informal. Pound Sterling, ou pounds sterling, formal) é a moeda oficial do Reino
Unido. Desde 15 de Fevereiro de 1971 e da adoção do sistema decimal, ela é
dividida em 100 pence (singular: penny). Antes dessa data, uma libra esterlina
valia 20 shillings (que valiam por sua vez 12 pence cada um), ou 240 pence.[1]
39

A palavra libra (pound) era um termo utilizado pelas unidades


monetárias de várias regiões da Europa. A palavra deriva do baixo latim libra
(século X). Originalmente, esse valor correspondia a uma libra de prata.

A palavra esterlina (sterling) vem do francês antigo esterlin, que originou


o termo em inglês antigo stière (forte, duro, indestrutível), nome dos dinheiros
escoceses do rei David I da Escócia (1123 a 1153) e, do novo dinheiro inglês
do rei Henrique II em 1180. Caracterizando-se, a partir dessa data, como sendo
moeda cunhada em oito gramas de ouro, sendo sua conversão real do seu
vale, correspondente em cédula.

Um aspecto importante da libra é o fato de ser emitida por mais de um


banco, uma vez que o padrão é único, ou seja, os bancos da Inglaterra e da
Escócia operam em coordenação, embora o comando e controle da política
monetária sejam definidos somente pelo banco da Inglaterra.

A libra esterlina, simbolizada pelo "£ (Sterling)", símbolo derivado de


$(cifrão) e "L" maiúsculo manuscrito, ou seja, o "padrão - ouro", também é
utilizada em Matemática para assinalar as funções e as regras de derivação
e/ou determinação de derivadas.
Continuando o estudo sobre a facilidade de muitos alunos cometerem
erros na simbologia que a ciência usa representada por letras do alfabeto
grego, é necessário destacar confusão entra a letra grega mi (µ) e o prefixo
micro. Na verdade o termo micro é um prefixo do Sistema Internacional de
Unidades que tem como símbolo a letra grega (µ), daí muitos acharem que
micro é o nome de uma letra grega. Vejam o que diz a wikipedia:
Micro é um prefixo do Sistema Internacional de Unidades denotando um
fator de 10−6 (um milionésimo). O símbolo para este é o (µ).
Confirmado em 1960, o prefixo vem do grego μικρός (transliterado:
mikros), significando pequeno.
Comumente, o prefixo significa "muito pequeno",

CONCLUSÃO
40

A cultura grega tem deixado um legado bastante importante no mundo


do saber. Quando se trata de ciência é impossível não ver as marcas dos
gregos principalmente nos fundamentos basilares que dão origem ao
conhecimento científico ou seja, os princípios fundamentais , as leis da lógica
de Aristoteles _ 1- Princípio de Identidade: A é A; 2- Princípio de não
contradição: é impossível A é A e não-A ao mesmo tempo; 3- Princípio do
terceiro excluído: A é x ou não-x, não há terceira possibilidade.
Essas leis são na verdade como colunas que sustenta todo o
conhecimento e são uteis para a avaliação de qualquer conhecimento que se
identifique ciência.
Portanto a ciência moderna tem suas bases na cultura helenista e dessa
forma fica fácil entender o porque as letras gregas marca a simbologia de
princípios, equações e funções da ciência em geral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Como citar esta página:
RIBEIRO JR., W.A. Origem e evolução da língua grega. Portal Graecia
Antiqua, São Carlos. URL: greciantiga.org/arquivo.asp?num=0044.
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