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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO
PROVINCIA DE CABINDA
INSTITUTO POLITÉCNICO DE CABINDA

TRABALHO DE FORMAÇÃO DE
ATITUDES E INTEGRAL (F.A.I)

TEMA:

CHICUMBI EM CABINDA 2018

NOME: SAMUEL SAMBO LELO FERRO


No 33
CURSO: INFORMÁTICA
a
CLASSE: 11
TURMA: ÚNICA

CABINDA, JUNHO DE 2019


INDICE

I-INTRODUÇÃO ..................................................................................................

II-DESENVOLVIMENTO .......................................................................................

III-CONCLUSÃO ..................................................................................................
INTRODUÇÃO

Cada sociedade possui um conjunto de tradições.


Os hábitos, as crenças, os vestuários, a arte, a música, o teatro, a língua, a
alimentação e outros fazem parte da cultura de um povo.
A cultura do nosso País varia de região para região de acordo com o viver
das suas populações e com o modo como enfrentam e resolvem os seus
problemas diárias.

Portanto, este trabalho científico retrata a história do Chicumbi no anos


passados, ano de 2018 e até e nos dias de hoje
DESENVOLVIMENTO

2.1- Tchicumbi ou Chicumbi

O significado histórico ou cultural do “Chikumbi” começa com a própria


família, pois que o Tchicumbi ou Chicumbi é um ato ou uma cerimónia
familiar, porque envolve toda família no sentido parental da palavra . É uma
festa de iniciação feminina feita pelos povos de Cabinda e Muanda (República
Democrática do Congo), reservadas pelos adolescentes virgens.

Foi introduzido em Cabinda pelo príncipe Nzingo, que era também


conhecido como Santo por possuir diversos dons. Ele acreditava que a falta
de chuvas, a seca nos rios e a fraca produtividade tanto nos campos como em
outros sectores se devia ao facto das mulheres conceberem em alturas
impróprias.

Assim, esse tomou a decisão de que todas as mulheres daquela época


antes de entrarem para uma vida sexual activa, tinham que passar primeiro
pelo ritual de Chikumbi.

A passagem por esta fase, era obrigatória, devia-se cumprir as normas


culturais, pois a menina, a moça, ou a jovem não podia ter relações conjugais,
nem sexuais. Todavia, existe aqueles que confundem essa prática com o
casamento tradicional ou o que é usual.

Segundo o Conga da Costa, pastor representante da (Igreja Cristã de


Aliança em Angola “I.C.C.A”), a prática do Chikumba possui relação com o nzó
kikumbi ou nzó kwálama.

A passagem por esta prática significava a transição da adolescência para a


emancipação, em outros termos. Por isto, a condição indispensável é que a
moça deveria apresentar-se ainda virgem, por isso do termo Tchimkupa, que
significa justamente “moça virgem”. Assim, entende-se que a prática do
Chikumbi está estreitamente relacionada com a manifestação do ciclo
menstrual pela primeira vez, isto é, na faixa etária de 12 à 15 anos.
2.2- Termo “Casa das Tintas”

Casa das Tintas é designação dada pelos europeus portugueses e diz-se


«das tintas» por que as pessoas que entravam nessas casas, para os
cerimoniais respectivos, pintavam-se, durante todos os dias que lá passavam,
com o pó “túkula” que é obtida de uma árvore local, denominada “Takula” de
cor vermelha, no qual pintavam nas raparigas. Por isso os portugueses
denominaram esta prática como “casa de tintas”.

2.3- Cerimônia

Logo que a donzela sentia os sinais inconfundíveis de que chegou à


puberdade, tratava de avisar a mãe ou alguma de suas companheiras de
confiança e retirava-se para o meio de uma planície onde se esconderia no
meio do capim.
Reuniam-se, então, todas as outras companheiras e, pela tardinha, iam
procurá-la entre cânticos e bater de palmas. Iam cantando e chamando. Ela
nunca responderia ao primeiro chamamento,
Supondo que seu nome era Margarida Nkonde, chamá-la-iam, mais ou
menos, nestes termos: Margarida Nkonde, Margarida Nkonde, konsí
uendeze? Sika mvioze... bula kuku! Que traduzido é “Margarida Nkonde,
Margarida Nkonde, para onde foste? Assobia, bate as palmas (para sabermos
onde estás)...

Depois de deixar chamar por algum tempo, com o bater das palmas por umas
três vezes, indicará onde se encontra.
As companheiras correm para ela. Encontram-na a chorar. Lançam-lhe
imediatamente um bocado de tukula preparada por uma donzela que ainda
não haja chegado à puberdade.

Voltam à aldeia entre cânticos. É já noitinha.


Parte das raparigas banham a Kikumbi enquanto outras tratam de forrar o
quarto para onde vai com esteiras cujos desenhos, ordinariamente, encerram
provérbios apropriados.
A rapariga vai continuando a chorar... Chora o tempo de infância que se vai.
Em cima de quatro estacas, bem fortes e seguras, a uma altura de 80 a 90
centímetros, estacas terminadas em forquilha, fazem a cama da rapariga. No
chão, a par, ficarão as camas das donzelas que virão, de noite, fazer
companhia à Kikumbi.

Leve e capaz de ser pintada com tukula é a roupa que lhe entregam. Essa
roupa é colocada, antecipadamente, em uma bacia que contem água, óleo de
palma e tukula para que tome a cor vermelha.
Depois de seca é que lhe será entregue.

Tendo a Kikumbi entrado na casa, atiram com tukula para a cama, paredes,
tecto, esteiras, etc.
Rapam-lhe o cabelo. Todos os dias tomará banho e de novo será pintada com
tukula. Dizem que é para tirar o cheiro de menina!
É uma velha que a lava e pinta. A rapariga lava também os dentes com tukula,
da mesma com que a pintam. É ornada com missangas e braceletes bidenga e
com argolas nlunga de cobre e ferro, nos braços e pernas.
Em alguns clãs deixavam, na cabeça, desenhos bastante simétricos a que
davam o nome de nsanda. Na cabeça é posta a ntanta, banda de pano
também embebida em tukula.
Do ombro esquerdo ao sovaco direito, passando pelas costas, e do ombro
direito à axila esquerda, passam uns cordões tirados da palmeira bordão (a
que chamam mpusu) ou de lubongu lufula com pele de animal e fios de
algodão.
Na testa e nuca, fios de algodão também ornados com missangas e botões.
Aos fios de algodão (makoko) que cruzam no peito dão o nome de ikanga.
Dospreparativos faz parte o trabalho das mulheres a reduzirem a pó a cerne
da tukula com que a Kikumbi será pintada durante todos os dias que ficar na
nzo kumbi.
Como se consegue esse «pá» de tukula?
Friccionando dois paus de tukula (sika tukula), um contra o outro, e tendo
colocado entre eles uma areia branca especial - a nseka - com um pouco de
água.
Importância ou valor do Chicumbi

O Chikumbi possui um valor histórico cultural cuja importância é imensurável,


porquanto, ele serviu de instrumento
para se proceder a educação familiar, auferir, avaliar e creditar o grau de
conhecimento de habilidades que a jovem menina possui antes de entrar na
vida da adolescência e antes da jovem ir para a vida conjugal.

O Chicumbi no ano 2018 e nos dias de hoje.

O Chicumbi era uma grande festa, era uma forma de reunir todos os
familiares em uma só cerimónia.
Atualmente, a casa de tinta não tem a mesma força de antes. A prática
continua, mas não tal e qual como antes, esta prática sofreu algumas
alterações ou simplesmente substituído, como por exemplo o pó de túkula,
foi substituído pelo pó de talco misturado com perfume, os cânticos dos
batuques foram substituídos pela música, o corte de cabelo já não se faz, as
pessoas foram ficando mais modernas e com isso o desaparecimento de
alguns procedimentos usados no Chikumbi.

A prática do Chikumbi, têm sofrido modificações de várias ordens nos dias


de hoje, em consequência da influência da globalização, aspectos sócios
económicos, porquanto têm sido retirada a essência educativa, a partir da
qual a jovem mulher era preparada para à vida adulta, sendo introduzida uma
grande ênfase económica e financeira. Por outro lado, as mudanças e
alterações observáveis, têm a haver com a visão moderna da realização do
acto e o conceito de desenvolvimento distanciado do saber tradicional.

Hoje em dia o Chikumbi já não é visto como um modo de educação moral.


Antigamente a rapariga que com os seus 14 anos começasse a namorar ou
engravidasse antes de entrar na casa de tinta era obrigada a dançar nua
juntamente com o seu parceiro em frente a alguns familiares e “Bakamas”, e
nos dias de hoje, basta pagar uma multa “tudo resolvido”.
Nota-se também que atualmente a rapariga não tem de necessariamente ter
os seus 14 ou 12 anos para entrar na casa de tinta, até com menos idade já
participam deste ritual.

Há cada vez mais famílias a não fazerem o cumprimento deste ato, por estas e
outras questões o Chikumbi sofreu e está sofrendo tantas alterações.
Uma família cuja filha tenha passado pela prática do “Tchikumbi” era honrada
e respeitada. Por outro lado, considerando o papel da família na educação do
sujeito e da sociedade, o ritual do “Tchikumbi” era uma escola, era um
momento específico de aprendizagem.

Por um lado, está prática estava ligada com a manifestação do ciclo menstrual,
em raparigas com a faixa etária dos 12 aos 15 anos, consideravam que com o
aparecimento da primeira menstruação era motivo de grande alegria, daí os
familiares festejavam o surgimento de mais uma mulher na família, capaz de
reproduzir e de dar continuidade da linhagem.
Antigamente o Tchikumbi, na cerimónia era usado um pó chamado “Túkulua”

As raparigas ficavam dentro da casa de tinta num período de 7 dias a 3 meses,


eram obrigadas a comer uma galinha inteira, rapavam-lhes o cabelo entre
outras coisas. E durante este período de “Tchikumbi” as raparigas não tinham
contacto com o resto dos familiares, havia uma equipa específica da família a
cargo de tudo que precisassem.

Esta prática era uma grande festa, era uma forma de reunir todos os familiares
em uma só cerimónia.

Atualmente, a casa de tinta não tem a mesma força de antes. A prática


continua mas não tal e qual como antes, esta prática sofreu algumas alterações
ou simplesmente substituído, como o pó de túkula, foi substituído pelo pó de
talco misturado com perfume, os cânticos dos batuques foram substituídos
pela música, o corte de cabelo já não se faz, as pessoas foram ficando mais
modernas e com isso o desaparecimento de alguns procedimentos usados no
tchikumbi.

Introdução
Cabinda é um território costeiro situado na África central ao sul do equador e
ligeiramente ao Norte do rio Congo, a população de Cabinda é estimada em
mais de 6000.000 habitantes, da qual quase a metade vive no exílio.
É limitado ao Norte pela república do Congo/Brazzaville, ao Sul e a Leste pela
República Democrática do Congo/Kinshasa e ao Oestepelo Oceano Atlântico
(200 km de costa). Cabinda não tem nenhuma fronteira comum com Angola.
DESENVOLVIMENTO
Subtema: Chikumbi

Na cerimónia, eram usados um pó denominado “túkula”, obtido de uma árvore


local, denominado tukula, cujo nome científico é Peteroscarp Tictoris Welw,
de cor vermelha, com a qual pintava-se a moça, facto que levou os
portugueses a denominar o local do acto, de casa de tinta. O local, era ornado
de esteiras de várias corres e modelos, espalhando-as no chão. A menina
passava neste retiro de cuidados por um período que levava de 7 dias a 3
meses. Existem procedimentos específicos para a cerimónia que podia ser
realizada existindo já um prometido ou noivo, como não.

Lenda
O significado histórico-cultural do Cikumbi começa com a própria família,
portanto é um acto, uma cerimónia familiar, com envolvimento de toda
família, no sentido parental da palavra.

Uma família cuja filha tenha passado pela prática do Cikumbi, era honrada e
respeitada. Por outro lado, considerando o papel da família na educação do
sujeito e da sociedade, pois que o ritual do Cikumbi era uma escola, era
momento específico de aprendizagem, especificamente, para as funções de
âmbito domésticas, porquanto, dependendo da família, a prática levava meses,
e para as sociedades matrilineares, a educação e formação feminina são de
grande importância.

Com a chegada da colonização e a interacção com os povos do ocidente, a


prática passou a sofrer alterações. As famílias que aderiram a confissão
Católica, continuavam esta prática encoberta por uma espécie de sincretismo
religioso. Este aspecto é bem observado no espaço territorial dos então reinos
de Mangoio e Makongo, ou seja, a parte Sul do rio Chiloango.

Por sua vez, a Norte do rio Chiloango, especialmente no que seria o território
do reino de Malongo, influenciados pelas confissões originárias do
protestantismo, essa prática foi perdendo lugar acabando por se tornar
insignificante, nos dias de hoje.
Cikumbi no Sul

CAPITULO XV
CASA DAS TINTAS
« Casa das Tintas » é nome muito genérico.
Pode aplicar-se:
A NZO KUMBI KIMPILO -a casa para onde ia a rapariga depois da primeira
manifestação da puberdade;
A NZO KUALAMA - a casa onde a rapariga entra para as cerimónias que
precedem a tomada de estado.

Casa das Tintas é designação dada pelos europeus, E diz-se «das tintas» por
que as pessoasque entram nessas casas, para os cerimoniais respectivos,
pintam-se, durante todos os dias que lá passam, com tukula.
Tukula à o cerne desta mesma árvore reduzido a pó, a serrim muito fino.

A tukula tem uma cor avermelhada bastante viva.


Mas o nome de CASA DAS TINTAS aplica-se principalmente à NZO
KUALAMA, também chamada NZO KUMBI (ou IKUMBI) ou NZOKUMBI
KlBUALA e NZO KUMBI KINKUALA.
NZO KUMBI ou NZO KUMBI KIMPILO

Logo que a donzela sentia os sinais inconfundíveis de que chegou à


puberdade, tratava de avisar a mãe ou alguma de suas companheiras de
confiança e retirava-se para o meio de uma planície onde se esconderia no
meio do capim.
Reuniam-se, então, todas as outras companheiras e, pela tardinha, iam
procurá-la entre cânticos e bater de palmas. Iam cantando e chamando. Ela
nunca responderia ao primeiro chamamento,
Supondo que seu nome era Margarida Nkonde, chamá-la-iam, mais ou menos,
nestes termos: Margarida Nkonde, Margarida Nkonde, konsí uendeze? Sika
mvioze... bula kuku! Que traduzido é “Margarida Nkonde, Margarida Nkonde,
para onde foste? Assobia, bate as palmas (para sabermos onde estás)...

Depois de deixar chamar por algum tempo, com o bater das palmas por umas
três vezes, indicará onde se encontra.
As companheiras correm para ela. Encontram-na a chorar. Lançam-lhe
imediatamente um bocado de tukula preparada por uma donzela que ainda não
haja chegado à puberdade.

Voltam à aldeia entre cânticos. É já noitinha.


Parte das raparigas banham a Kikumbi enquanto outras tratam de forrar o
quarto para onde vai com esteiras cujos desenhos, ordinariamente, encerram
provérbios apropriados.

A rapariga vai continuando a chorar... Chora o tempo de infância que se vai.


Em cima de quatro estacas, bem fortes e seguras, a uma altura de 80 a 90
centímetros, estacas terminadas em forquilha, fazem a cama da rapariga. No
chão, a par, ficarão as camas das donzelas que virão, de noite, fazer
companhia à Kikumbi.

Leve e capaz de ser pintada com tukula é a roupa que lhe entregam. Essa
roupa é colocada, antecipadamente, em uma bacia que contem água, óleo de
palma e tukula para que tome a cor vermelha.
Depois de seca é que lhe será entregue.

Tendo a Kikumbi entrado na casa, atiram com tukula para a cama, paredes,
tecto, esteiras, etc.
Rapam-lhe o cabelo. Todos os dias tomará banho e de novo será pintada com
tukula. Dizem que é para tirar o cheiro de menina!
É uma velha que a lava e pinta. A rapariga lava também os dentes com tukula,
da mesma com que a pintam. É ornada com missangas e braceletes bidenga e
com argolas nlunga de cobre e ferro, nos braços e pernas.
Em alguns clãs deixavam, na cabeça, desenhos bastante simétricos a que
davam o nome de nsanda. Na cabeça é posta a ntanta, banda de pano também
embebida em tukula.
Do ombro esquerdo ao sovaco direito, passando pelas costas, e do ombro
direito à axila esquerda, passam uns cordões tirados da palmeira bordão (a que
chamam mpusu) ou de lubongu lufula com pele de animal e fios de algodão.
Na testa e nuca, fios de algodão também ornados com missangas e botões. Aos
fios de algodão (makoko) que cruzam no peito dão o nome de ikanga.
Dospreparativos faz parte o trabalho das mulheres a reduzirem a pó a cerne da
tukula com que a Kikumbi será pintada durante todos os dias que ficar na nzo
kumbi.
Como se consegue esse «pá» de tukula?
Friccionando dois paus de tukula (sika tukula), um contra o outro, e tendo
colocado entre eles uma areia branca especial - a nseka - com um pouco de
água.

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