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DIREITO TRIBUTÁRIO

Introdução ao Direito Tributário – Teoria de Recuperação


Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

�INTRODUÇÃO AO DIREITO TRIBUTÁRIO – TEORIA DE RECUPERAÇÃO

DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

Tributação e Orçamento (CF/1988, art. 145 a 169): a Constituição trata, no


Título VI, da organização do Estado quanto à tributação e ao orçamento público.
Esse título é composto de dois capítulos, sendo o primeiro relativo ao Sistema
Tributário Nacional (estudado pelo Direito Tributário) e o segundo relativo às
Finanças Públicas (estudado pelo Direito Financeiro). Dentre os diversos concei-
tos do Capítulo II, vale a pena analisar brevemente o conceito de “orçamento”.

Orçamento

A seção II (CF/1988, art. 165) estabelece que leis de iniciativa do Poder Exe-
cutivo estabelecerão: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orça-
mentos anuais. Importa-nos compreender que todas as receitas e despesas do
Estado devem estar previstas em lei, para que possam ser executadas valida-
mente. Os tributos (tanto sua expectativa de arrecadação como os montantes
efetivamente arrecadados) devem constar dos orçamentos públicos.

Sistema Tributário Nacional (CF/1988, art. 145 a 162): o Capítulo I do Título


VI traz normas relacionadas, em sua maioria, com as receitas tributárias. Esta-
belece os princípios gerais, as espécies de tributos, as competências das pes-
soas para instituir e legislar sobre eles, as limitações do poder de tributar e a
repartição das receitas tributárias.

 Obs.: Em suma, o Sistema Tributário Nacional se compõe de:


1. Princípios gerais tributários: para instituir ou aumentar tributos no
Brasil, é preciso a elaboração de uma lei. Essa é uma forma de proteger
as pessoas. Nessa parte, o edital dos concursos públicos normalmente
versa a respeito dos princípios constitucionais tributários;
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2. Espécies de tributos: nesse ponto, a Constituição Federal começa


a enumerar quais são os tributos existentes, como os impostos, taxas e
contribuições de melhoria (art. 145); os empréstimos compulsórios (art.
148) e as contribuições especiais (art. 149);
3. Competências: quem detém a competência legislativa plena para a
instituição desses tributos;
4. Imunidades; e
5. Repartição das receitas tributárias.

Repartição das Receitas Tributárias

As regras quanto à repartição da receita tributária entre União, Estados, Dis-


trito Federal e Municípios é matéria que não trata da obrigação tributária, mas
de momento posterior, ou seja, depois de arrecadado o tributo. O foco dessas
regras, portanto, não é a relação Estado e contribuinte, mas a relação entre
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Não obstante, essa matéria é tra-
dicionalmente estudada pelo Direito Tributário, pois já constava no CTN, art. 83
a 95, e permanece dentro do Sistema Tributário, na CF/1988, art. 157 a 162.

Obs.:
 Nesse sentido, as receitas da União são divididas com os Estados e Muni-
cípios; já as receitas dos Estados não são divididas com os Municípios e
com a União, mas apenas com os Municípios, pois essa divisão não pode
“subir” de patamar. Por exemplo: a receita do Imposto de Renda pode ser
dividida com os Estados e com os Municípios, já a receita com o IPVA é
dividida entre o Estado e os Municípios em que os veículos são licenciados.

Código Tributário Nacional

O CTN foi publicado originalmente como lei ordinária (Lei n. 5.172/1966),


porque a Constituição de 1946 não exigia lei complementar para dispor sobre
normas gerais de Direito Tributário. Com a Constituição de 1988, as regras do
CTN que estabelecem normas gerais de direito tributário ganharam status
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próprio de lei complementar. Como consequência disso, somente lei comple-


mentar pode modificar ou revogar as normas gerais estabelecidas no CTN (neste
sentido: Paulo de Barros Carvalho).

Atenção!
O CTN, que trata de normas gerais de Direito Tributário, quanto à forma, é uma
lei ordinária, contudo, quanto ao conteúdo, possui força de lei complementar.

 Obs.: A última alteração no CTN ocorreu por meio da Lei Complementar n.


118/2005, que dispõe a respeito da Lei de Falência e Recuperação de
Empresas.

DA TEORIA DA RECEPÇÃO

Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação da


legislação anterior, no que não seja incompatível com ele e com a legislação
referida nos §§ 3º e 4º. [Leis da União, dos Estados, DF e Municípios, necessá-
rias à aplicação da Constituição] (CF/1988, art. 34, § 5º). Voltando ao exemplo
do CTN, não importa que seja ele uma lei ordinária e a Constituição exija lei com-
plementar, pois o que se exige é a compatibilidade da matéria tratada (material),
e não a formal (o tipo de norma que veicula a matéria) (neste sentido: Leandro
Paulsen).

 Obs.: O CTN (Lei n. 5.172/1966) foi recepcionado pela CF/1988 não por se
tratar de uma lei ordinária, mas sim pela matéria que continha. Logo, toda
a matéria do CTN que está de acordo com o texto constitucional ficou
recepcionada, já toda matéria contrária ao que dispõe o texto constitucio-
nal não foi recepcionada (nesse caso, o artigo não foi revogado, a exem-
plo: arts. 37 a 43).
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“...quer a doutrina mais tradicional que, implantados, primeiro em 1967 e, depois,


em 1988, novos regimes constitucionais, a lei em exame [Lei n. 5.172/1966] mesmo
não tendo sido aprovada com o quórum especial e qualificado do art. 69 da Carta
Suprema assumiu, ipso facto, a natureza de Lei Complementar, por versar sobre
matérias que estão hoje reservadas a esta modalidade de ato normativo. Data ma-
xima venia, assim não nos parece. A nosso ver, a Lei n. 5172/1966 continua, sim,
sendo formalmente uma simples Lei Ordinária; materialmente, entretanto, é lei de
cunho nacional (...)
Evidentemente a matéria de que a lei em questão cuida (normas gerais em matéria
de legislação tributária) passou a ser privativa de lei complementar, por determina-
ção, primeiro, do art. 18, § 1º da Carta de 1967/1969 e, agora, do art. 146 da atual
Constituição. Dessa forma, a Lei Nacional 5.172/1966 só poderá ser revogada ou
modificada por lei formalmente complementar.” (CARRAZA, Roque Antônio. Curso
de Direito Constitucional Tributário, 9ª edição, Malheiros, 1997, p. 494/495, nota 5).

As Normas Gerais de Direito Tributário (NGDT) são, hoje, matéria de lei com-
plementar federal de acordo com o art. 146 da CF/1988. Como a maioria dessas
normas gerais de Direito Tributário estão reunidas no Código Tributário Nacional
(lei ordinária quanto à forma), diz-se que o CTN ganhou status de lei comple-
mentar, só podendo ser alterado por meio de Lei Complementar.
O CTN foi dividido em duas partes: o Livro I, que trata do Sistema Tributário
Nacional (que deve ser comparado aos arts. 145 a 162 da CF/1988), e o Livro
II, que trada das Normas Gerais de Direito Tributário (NGDT) e que não requer
comparação com o texto constitucional.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Vilson Cortez.
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