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CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTUDO DAS FREQUÊNCIAS

NATURAIS EM MOINHO EXISTENTE COM ALTERNATIVAS EM


AÇO E CONCRETO ARMADO

Autor: Roberto Riera Bing (robertorierabing@hotmail.com)


Orientador: Felipe Brasil Viegas (felipe.viegas@pucrs.br)
Co-orientador: Jorge Daniel Riera (jorge.riera@ufgrs.br)

Resumo
Hoje existe ampla evidência de que edifícios altos, pontes de grande vão, pavilhões industriais
e outras estruturas civis são, por suas características, suscetíveis a ações dinâmicas. Dentre este
conjunto de ações podem ser mencionadas a ação do vento, a excitação sísmica, vibrações
induzidas por maquinas, etc. O desenvolvimento tecnológico exige cada vez mais a
consideração de tais efeitos na análise e projeto de tais construções. Porém, disciplinas
específicas sobre ditos tópicos já incluídas no conteúdo de outras áreas da engenharia, como a
mecânica, a naval e a aeronáutica não fazem parte dos programas de graduação das escolas de
engenharia civil do Brasil. Por dito motivo foi examinado no presente trabalho um projeto
existente de estrutura industrial de concreto armado submetido a vibrações induzidas por
maquinas e elaborado um projeto alternativo em estrutura de aço. Como se descreve no
trabalho, um capítulo essencial na consideração de efeitos dinâmicos é a determinação das
frequências naturais e correspondentes modos de vibração da estrutura. Foi realizado um estudo
utilizando dados disponíveis de uma estrutura real, determinando-se as propriedades dinâmicas
da estrutura de concreto existente e também de uma solução alternativa com pórticos de aço.
No estudo verificou-se a influência das paredes e componentes internos.

Palavras-chave: engenharia civil, frequências naturais, estrutura industrial, vibrações, modos


de vibração.

1. INTRODUÇÃO
De maneira geral, uma construção é concebida para atender diversas finalidades. Ela pode ser
realizada utilizando diversos materiais, como aço, concreto armado, alvenaria, dentre outros.
As construções, independentemente do material utilizado, são submetidas a ações e cargas que
podem ser variáveis ou constantes com o tempo, gerando deslocamentos e vibrações na
estrutura. Tradicionalmente as construções eram projetadas considerando apenas ações
estáticas. As ações dinâmicas eram consideradas pequenas e, portanto, desprezíveis no projeto.
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Admitia-se por exemplo, que a ação do vento ocasionava somente cargas estáticas. Com a
evolução tecnológica, surgiram estruturas mais leves que estão substituindo rapidamente as
estruturas convencionais, mais pesadas e robustas. Especialmente no caso de estruturas
metálicas, usualmente mais esbeltas, muitas vezes é necessário levar em conta ações dinâmicas,
de modo que para projetar uma estrutura atualmente é necessário considerar as ações estáticas
e dinâmicas, já que ambas causam solicitações de projeto na estrutura.
O estudo das vibrações é uma exigência bastante recente e de grande importância na construção
civil. Novas tecnologias tornaram possíveis a obtenção de dados e a análise das vibrações em
estruturas devido a forças dinâmicas, auxiliando na verificação dos requisitos técnicos e da
exigência de desempenho e de segurança das mesmas. O vento, por exemplo, não vai induzir
nenhum tipo de vibração à estruturas e edifícios de baixa altura. Se a amplitude das vibrações
é pequena, a mesma não precisa ser considerada. A frequência predominante das forças
induzidas pelo vento no edifício sob consideração é muito menor que a frequência fundamental
da estrutura, então o efeito é somente estático. As frequências das ações atuantes, entretanto,
podem causar ressonância. A ressonância ocorre quando uma frequência coincide com uma das
frequências naturais do sistema, de modo que o sistema começa a vibrar com amplitudes cada
vez mais elevadas (BLESSMANN, 1998, p. 16). As vibrações podem alcançar amplitudes que
a estrutura não suporte, causando o rompimento da mesma.
Edifícios para fins industriais é um caso diferenciado. O edifício do moinho é uma estrutura
com rigidez elevada em comparação com estruturas convencionais de concreto armado de
edifícios de altura semelhante. Por conseguinte, o vento não vai induzir vibrações perceptíveis
pelos ocupantes da estrutura, porque a frequência da excitação induzida pelo vento, segundo a
norma de vento da ABNT NBR 6123/1988, é muito menor do que a frequência natural da
estrutura. Então o efeito considerado é apenas estático.
Sistemas mecânicos em geral, corpos sólidos ou estruturas, podem se encontrar em estados de
equilíbrio quando submetidas a ações não variáveis com o tempo, caracterizados por
deslocamentos e deformações específicas, constantes (RIERA, 1996, p.1). Conforme Assunção
(2009 p.1): “A análise e o dimensionamento de uma estrutura devem ser feitos levando-se em
consideração os requisitos técnicos e as exigências de segurança e desempenho aliados ao baixo
custo final e utilização econômica durante a sua vida útil”. A consideração de efeitos externos
é, portanto, de suma importância para projetar ou analisar uma estrutura, independentemente
do seu material.
Visto que a vibração é um tema muito complexo e que existem poucos estudos disponíveis na

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literatura sobre aplicações em edifícios reais, foi decidido realizar um estudo de caso para
melhor entender o assunto. Neste estudo será pré-dimensionada uma estrutura em aço em
função dos esforços estruturais. Ao final do estudo, serão analisados e comparados os modos
de vibração e as frequências naturais das duas estruturas. Este trabalho utilizará um projeto de
referência de um moinho industrial com solução em concreto e vai propor uma alternativa em
aço utilizando o software SAP2000, que se baseia na teoria de elementos finitos para
dimensionamento de estruturas com interface gráfica 3D orientado a objetos, preparando para
realizar a modelação, a análise e dimensionamento de estruturas de forma totalmente integrada.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
Nas seguintes seções serão abordados em sequência temas específicos e conceitos básicos que
são de suma importância para o entendimento e desenvolvimento do trabalho, tais como, as
frequências de vibração, os modos de vibração e as frequências naturais da estrutura.
Dentre os carregamentos mais comuns em estruturas civis estão o peso próprio, as sobrecargas
previstas, as variações de temperatura e as ações da natureza, como o vento, a movimentação
da terra e da água e as ações acidentais. Algumas destas ações, como a ação do vento, podem
ter mais de uma característica (intensidade, sentido, direção e posição) variáveis ao longo do
período de vida útil da estrutura. Essa ação pode ter diferentes velocidades de variação, podendo
ser lenta, gradual ou rápida dependendo da natureza da ação, deixando a estrutura sujeita a
vibrações.
Além das ações anteriormente nomeadas, existem no presente caso equipamentos mecânicos
que estão instalados na edificação gerando vibrações.

2.1. Conceitos básicos de vibrações


Todos os corpos possuem massa e elasticidade. Estes corpos podem, portanto, entrar em
vibração. A vibração é um movimento periódico que ocorre repetidamente. A duração de um
ciclo é denominada período de vibração (𝑇𝑝 ). O inverso do período de vibração é denominado
frequência de vibração:
𝑓 = 1/𝑇𝑝 (equação 1)
Onde:
f = frequência (Hz);
T = período.

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As unidades da frequência podem ser Hertz (ciclos por segundo) ou Rotações Por Minuto
(RPM), por exemplo. Explica Blessmann (1998, p.13): “A expressão matemática deste
movimento vem a ser uma função periódica da forma:
𝑥(𝑡) = 𝑥(𝑡 + 𝑛 𝑇𝑝 ) (equação 2)
Ilustrada na figura 1b, sendo 𝑥(𝑡) o deslocamento de um determinado ponto do corpo no
instante t”.
Figura 1 - Movimento periódico

(Fonte: BLESSMANN, 1998, p. 13)

Um sistema submetido a cargas externas pode ser linear ou não linear. No caso de sistemas
lineares é valido o princípio de superposição. No caso do sistema não linear, isso não acontece.
A maioria das estruturas civis apresenta comportamento aproximadamente linear para cargas
de pequena amplitude. Para grandes amplitudes de oscilação as estruturas apresentam
comportamento não linear e a não linearidade cresce com o aumento das amplitudes.
As vibrações também podem ser classificadas como livres ou forçadas. Na vibração livre não
há ação de forças exteriores ao sistema. Na vibração forçada, entretanto, isso acontece. Um
sistema em vibração livre oscilará em uma ou mais de suas frequências naturais.

Figura 2- Resposta vibração livre de sistema com 1 grau de liberdade

(Fonte: SOONG, DARGUSH, 1997, p. 8)


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Já no caso de uma vibração forçada, a vibração poderá efetuar-se nessa mesma frequência caso
a força aplicada seja harmônica. Caso esta frequência coincida com uma das frequências
naturais do sistema, ocorrerá a amplificação progressiva das amplitudes, o que poderá causar a
ressonância no sistema. O seu valor máximo depende do amortecimento do sistema.
Em um sistema em vibração ocorre dissipação de energia. Uma descrição real da força de
amortecimento associada a esta dissipação de energia é bastante complexa. Conforme
Blessmann (p.16, 1998).: “Vários fatores influem em sua determinação, tais como
deslocamentos, velocidades, tensões, tipos e quantidade das ligações entre elementos
estruturais, materiais, etc.”.
O que descreve o movimento do sistema é o número de graus de liberdade, que indica o número
mínimo de coordenadas independentes necessário para descrever esse movimento do sistema.
Conforme Blessmann (1998, p. 16):

“Um sistema em vibração livre com vários graus de liberdade, executa um movimento
periódico complexo, com muitas componentes de frequência. Entretanto, esta
vibração pode ocorrer em movimentos harmônicos simples que são os modos
principais de vibração (modo fundamental ou primeiro harmônico, segundo
harmônico, etc, em ordem crescente de frequência)”.

Figura 3 - Fator de amplificação versus razão de frequência

(Fonte: ASSUNÇÃO, 2009, p.36.)

2.2. Modos de vibração


O estudo dos modos normais de vibração é de suma importância para o caso geral, pois ele
pode ser representado como uma superposição de modos normais.
O número de coordenadas independentes necessárias para descrever o movimento do sistema é
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igual ao número de graus de liberdade do sistema. Igual será o número de frequências naturais
em que um sistema em vibração livre pode oscilar.
Segundo Piccoli (2016): “Graus de liberdade é o número de coordenadas independentes
necessárias para descrever completamente o movimento de todas as partes que compõem um
sistema vibratório” (p.16). Os sistemas reais possuem infinitos graus de liberdade. Porém, no
modelo matemático, eles são representados por um número conveniente.
Genericamente, a oscilação livre ocorre de forma simultânea em diversas frequências naturais.
Entretanto, o modo normal de vibração ocorre sob certas condições: todas as coordenadas
estarão em movimentos harmônicos com uma mesma frequência natural. O número de graus
de liberdade é igual ao número de modos normais. Por exemplo: um sistema com n graus de
liberdade terá o mesmo número n de frequências naturais, podendo oscilar, então, em n modos
normais diferentes.

2.3. Frequência natural


Foi sublinhado inicialmente que, no caso de um sistema de um grau de liberdade, a frequência
natural é uma característica própria do sistema, dependendo da sua massa e da sua rigidez,
conforme a equação:
𝑘
𝑓𝑛 = √𝑚 (equação 3)

Onde:
𝑓𝑛 = frequência natural;
k = rigidez;
m = massa.

Esta equação é válida para um sistema com apenas um grau de liberdade, em que a massa e a
rigidez do mesmo são constates. Entretanto, o cálculo da frequência natural de um sistema real
não é tão simples. Este cálculo geralmente é feito a partir de simulações ou por métodos
experimentais.
O conhecimento e o estudo da frequência natural de um sistema são de suma importância, pois
se o sistema recebe energia por meio de excitações que apresentam uma frequência igual a
frequência natural do mesmo, ocorre o fenômeno conhecido como ressonância, que amplifica
a amplitude das vibrações de maneira progressiva, podendo causar o colapso do sistema.

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Este fenômeno tem um caso bastante conhecido, que é o caso da Ponte de Tacoma nos Estados
Unidos, que entrou em ressonância e colapsou pouco tempo após sua construção, devido ao
fato de que as frequências do desprendimento dos vórtices causadas pelo vento coincidiram
com a frequência natural do primeiro modo torçor da ponte. O período de 5 segundos das forças
do vento era igual ao período de vibração natural da ponte.
Para que seja admissível a hipótese de que as cargas são estáticas, a frequência das cargas
atuantes deve, portanto, ser muito diferente (menor ou maior) que as frequências naturais de
uma estrutura ou de um equipamento.
Observa-se que a área mais importante de atuação do engenheiro civil, especialista em
estruturas, no momento atual seria o projeto de edifícios altos. Hoje existe ampla evidencia de
que edifícios altos são, por suas características, suscetíveis a ações dinâmicas. Dentre este
conjunto de ações podem ser mencionadas a ação do vento, a excitação sísmica e impactos
acidentais. O desenvolvimento tecnológico exige cada vez mais a consideração de tais efeitos
na análise e projeto de tais construções. Porém, disciplinas específicas sobre ditos tópicos já
incluídas no conteúdo de outras áreas da engenharia, como a mecânica, a naval e a aeronáutica
não fazem parte dos programas de graduação das escolas de engenharia civil do Brasil. Em dito
contexto observa-se que as ações mais importantes em edifícios são devidas à ação do vento,
sismo (depende do país) e impacto lateral, no estudo das quais se requer o conhecimento dos
primeiros modos e frequências de vibração da estrutura sob consideração. Conforme
manifestação de Riera, em sua experiência profissional, ele menciona que as faixas de
frequências das ações externas relevantes raramente excedem 10 a 20Hz.

2.4. Ações estáticas e dinâmicas


As ações estáticas não variam com o tempo sendo, por definição, constantes, como por exemplo
o peso próprio da estrutura e as sobrecargas previstas. As ações dinâmicas, entretanto, são
cargas e excitações que variam com o tempo. Uma carga dinâmica é qualquer carga cuja
magnitude, direção e/ou posição varia rapidamente com o tempo. Portanto, a resposta estrutural
para uma carga dinâmica (as vibrações e as deformações) também é variável conforme o tempo.
(CLOUGH; PENZIEN, p. 23, 1995). São exemplos de cargas dinâmicas ações da natureza,
como a ação do vento, o movimento sísmico da base da fundação, a passagem de veículos,
algumas atividades humanas e o uso de maquinário interno ou externo. A carga dinâmica pode
ter mais de uma característica (intensidade, sentido, direção e posição). Ela pode, portanto, ter

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velocidades distintas de variação, podendo ser lenta, gradual ou rápida, dependendo da natureza
da ação, sujeitando a estrutura a deslocamentos e vibrações.
Assunção (2009, p. 28) apresenta uma tabela com as faixas de frequências de diversas fontes e
as grandezas adotadas para sua medição.

Tabela 1 - Faixas típicas de respostas estruturais para vários tipos de vibração

(Fonte: INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDARIZATION, 1990 apud ASSUNÇÃO,


2009, p. 28)

Segundo a tabela 1, a excitação causada pelo maquinário interno apresenta energia significativa
na faixa de frequência entre 1 e 1000 Hz. Essas frequências devem ser evitadas afim de impedir
que elas coincidam com as frequências naturais da estrutura causando a ressonância da mesma.
Caso contrário é preciso efetuar uma análise dinâmica do sistema.

3. METODOLOGIA DE PESQUISA
Considerando que é frequente a ocorrência de equipamentos e máquinas vibratórias em
edifícios industriais e conhecendo-se a dificuldade de avaliar os efeitos dinâmicos provocados
pelas mesmas, optou-se por um estudo de um caso real.

3.1. Método de Pesquisa


Para o presente trabalho será realizado um estudo de caso, utilizando como referência uma
solução de um moinho existente de concreto armado, tomando como base para análise as cargas
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existentes em cada viga a partir de dados fornecidos pelo orientador com o software TQS. A
partir desses dados, será realizado o pré-dimensionamento da mesma estrutura, porém, em uma
alternativa em aço com vigas e pilares em perfil “I”, adicionando os contraventamentos à
estrutura, quando necessário e sempre mantendo a estrutura dentro das normas de segurança.
Ou seja, será alterado todo o material de concreto armado por estrutura metálica, para que ao
final do trabalho se possa analisar as diferenças encontradas nos valores dos modos de vibração
da estrutura e da sua frequência natural, além de verificar qual foi a alteração das dimensões
dos perfis das vigas e dos pilares.

Figura 4 - Estrutura do edifício moinho de trigo no software TQS

(fonte: elaborada pelo autor)

3.2. Método de Trabalho


Após cálculo dos perfis metálicos que irão substituir as vigas e pilares de concreto, será
executada a análise da estrutura no software SAP2000 com a solução em aço e em concreto
armado de um moinho de trigo:

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Figura 4 - Estrutura do edifício moinho de trigo no SAP2000

(fonte: elaborada pelo autor)

Figura 6 – Planta baixa do edifício moinho de trigo no software TQS

(fonte: elaborada pelo autor)

A partir dessa análise, teremos os 10 primeiros modos de vibração da estrutura e suas


frequências naturais. Na sequência, será definida a direção fundamental de cada um dos modos.
Com esses dados, poderemos analisar e comparar o comportamento das duas soluções
propostas. Será realizada, portanto, a comparação do desempenho do edifício nas duas soluções
com relação aos seus modos de vibração, frequência natural e dimensões dos perfis estruturais.
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Afim de verificar a influência das aberturas (janelas), das paredes e das lajes na estrutura
serão analisados todos estes casos. Esta análise está restrita ao estudo do edifício. Não foram
consideradas as massas devidas aos equipamentos e tampouco se pretende a avaliação da
resposta dinâmica pelas vibrações induzidas nas operações das máquinas.

4. APLICAÇÃO PRÁTICA / ESTUDO DE CASO

4.1. Dimensionamento das vigas


A partir do modelo de concreto do software TQS do estudo original, se obteve os valores do
momento (Mk) de cada viga em kNm. Com base nesses valores, foi calculado qual perfil
metálico em “I” que atende a este valor de Mk, tomando como base para cálculos a norma de
aço NBR 8800 (2008). Considerando uma viga suficientemente contraventada, sabe-se que
quando:

λ ≤ λp (equação 4)
𝑀𝑝𝑙
𝑀𝑟𝑑 = 1,10 (equação 5)

Onde:
λ = índice de esbeltez;
λp = limite de esbeltez;
Mrd = momento admissível (kN/cm);
Mpl = momento de plastificação do aço (kN/cm).

O momento plástico do aço pode ser calculado a parir da equação:

𝑀𝑝𝑙 = 𝑓𝑦 𝑥 𝑍𝑥 (equação 6)

Onde:
fy = tensão de escoamento do aço (kN/cm²);
Zx = momento elástico da seção transversal (cm³).

Sabendo que 𝑀𝑑 ≤ 𝑀𝑟𝑑 e que a tensão de escoamento do aço é f𝑦 = 25𝑘𝑁/𝑐𝑚², podemos


calcular o valor de Zx:

11
1,4 𝑥 𝑀𝑘 𝑥 1,10
𝑍𝑥 ≥ (equação 7)
𝐹𝑦

Onde:
Zx = momento elástico da seção transversal (cm³);
Mk = momento fletor (kNcm);
Fy = tensão do aço (kN/cm²).

O valor de entrada utilizado foi o Mk obtido a partir do software TQS. Para calcular a flecha
admissível, utilizou-se a equação
𝑀 𝑥 𝐿² 𝐿
𝑓 = 𝜋2 𝑥 𝐸 𝑥 𝐼𝑥 ≤ 𝑓 = 380 (equação 8)

Onde:
L = vão da viga (m);
E = módulo de elasticidade do aço (kN/cm²);
Ix = momento de inércia (𝑐𝑚4 ).

Ao final foi calculado o valor de Ix:


𝑀 𝑥 𝐿²
𝐼𝑥 ≥ 𝜋2 𝑥 𝐸 𝑥 𝑓 (equação 9)

Onde:
L = vão da viga (cm);
E = módulo de elasticidade do aço 𝐸 = 20.000 kN/cm²;
f = flecha admissível (cm).

Para aplicar todas essas equações e então determinar o perfil necessário, foi utilizado o software
Microsoft Excel e o livro “Edifícios de Múltiplos Andares em Aço”, que possui tabelas
contendo informações sobre qual é o melhor perfil a ser adotado conforme os valores
encontrados de Ix e Zx. Foram calculadas e dimensionadas todas as vigas dos 6 pavimentos do
edifício, conforme a tabela abaixo:

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Tabela 2 - Cálculo e dimensionamento dos perfis metálicos das vigas do 1º pavimento

(fonte: elaborada pelo autor)

As demais tabelas para os demais pavimentos estão no apêndice do trabalho.


Para definir o perfil a ser utilizado, foram utilizadas tabelas do livro “Edifícios de Múltiplos
Andares em Aço” citado anteriormente, conforme exemplo a seguir:

Tabela 3 – Tabela de perfis soldados em “I”

(Fonte: BELLEI, PINHO, PINHO, 2008)

O critério para escolha do perfil foi adotar o perfil mais leve que atenda os valores de Zx e de
Ix. Para vigas semelhantes, mesmo que houvessem melhores opções de escolha, foram adotados
perfis similares visando para padronizar a estrutura.

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4.2. Dimensionamento dos pilares
Seguindo as orientações da norma de aço NBR 8800, calculou-se o perfil dos pilares.
Considerando que a maioria dos pilares possuem cargas similares conforme o estudo original
do edifício em concreto usando o software TQS, foram dimensionados todos os pilares, com
exceção dos pilares P1 e P2, que possuem cargas menores.
Para o cálculo da estimativa dos pilares, considerou-se a esbeltez do pilar λ ≤ 100 para não se
ter pilares excessivamente esbeltos. A tensão admissível é, então, dada por:

𝐹𝑦 10𝑘𝑁
𝜎 = 2,5 = (equação 10)
𝑐𝑚2

Onde:
𝜎 = tensão admissível (kN/cm²);
Fy = tensão do aço (kN/cm²).

O pé direito utilizado foi o da pior situação da estrutura, no caso o comprimento de flambagem


Lf = 520cm. Considerando:
𝐿𝑓
λ= ≤ 100 (equação 11)
𝑟

Onde:
r = raio de giração (cm);
Lf = comprimento de flambagem (cm).

𝐿𝑓 520
𝑟 ≥ 100 = 100 (equação 12)

Onde:
r = raio de giração (cm);
Lf = comprimento de flambagem (cm).

Portanto, 𝑟 ≥ 5,2𝑐𝑚. A maior carga que incide nos pilares conforme o estudo original obtido
a partir do software TQS é a carga de N = 1412kN. Logo, como a tensão é dada por:

1412 10𝑘𝑁
𝜎= ≤ (equação 13)
𝐴 𝑐𝑚2

Onde:
𝜎 = tensão do aço (kn/cm²);
A = área do pilar (cm²).
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A área do pilar tem que ser, portanto, maior ou igual a 141,2𝑐𝑚². Para escolher o perfil do pilar
foi utilizada a mesma tabela do livro citado no item anterior. O pilar padrão escolhido foi o
perfil CVS 450 x 116, que atende à área mínima necessária e ao raio mínimo necessário, já que
o perfil citado suporta áreas até 148,3cm² e r = 6,97cm.
Para os pilares P1 e P2 que estão sujeitos a cargas menores, foi realizado o mesmo roteiro de
cálculo, chegando a valores de 𝐴 ≥ 42𝑐𝑚² e 𝑟 ≥ 5,2𝑐𝑚, sendo adotado o perfil CS 250 x 43
ao qual correspondem valores de A = 54,7cm² e r = 6,17cm.

4.3.1. Análise do Moinho de concreto com lajes, alvenaria e janelas X Moinho metálico
com lajes, alvenaria e janelas
Para avaliar o comportamento do sistema completo e real existente, consideramos as janelas,
as alvenarias e as lajes.

Figura 7 – Moinho em aço com lajes, alvenarias e janelas no SAP

(fonte: elaborada pelo autor)

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Tabela 4 – Períodos modais e frequências

Concreto Aço
Frequência Período Frequência Período
Modo de vibração Direção movimento Direção movimento
(Hz) rad/seg (Hz) rad/seg
1 3,491 21,937 TRANSVERSAL 3,577 22,478 TRANSVERSAL
2 4,626 29,065 LONGITUDINAL 4,734 29,745 LONGITUDINAL
3 8,221 51,655 TORÇÃO 8,610 54,095 TORÇÃO
4 9,855 61,923 VERTICAL 10,074 63,295 VERTICAL
5 10,503 65,991 COMPOSTO 10,861 68,244 COMPOSTO
6 10,780 67,731 COMPOSTO 11,170 70,180 COMPOSTO
7 11,106 69,781 COMPOSTO 11,540 72,506 COMPOSTO
8 11,508 72,307 COMPOSTO 11,807 74,184 COMPOSTO
9 11,929 74,955 COMPOSTO 11,983 75,288 COMPOSTO
10 12,277 77,141 COMPOSTO 12,227 76,824 COMPOSTO

(fonte: elaborada pelo autor)

Gráfico 1 – Comparação entre moinho em concreto e em aço com lajes, alvenaria e janelas

(fonte: elaborado pelo autor)

4.3.2. Análise do Moinho de concreto com lajes e alvenaria X Moinho metálico com lajes
e alvenaria
Para avaliar a influência das aberturas na estrutura, eliminamos as mesmas da análise.

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Tabela 5 – Períodos modais e frequências

Concreto Aço
Frequência Período Frequência Período
Modo de vibração Direção movimento Direção movimento
(Hz) rad/seg (Hz) rad/seg
1 3,448 21,666 TRANSVERSAL 3,433 21,569 TRANSVERSAL
2 4,701 29,535 LONGITUDINAL 4,679 29,400 LONGITUDINAL
3 9,119 57,297 TORÇÃO 9,113 57,259 TORÇÃO
4 9,306 58,469 VERTICAL 9,571 60,137 VERTICAL
5 9,734 61,164 COMPOSTO 10,108 63,511 COMPOSTO
6 9,953 62,534 COMPOSTO 10,367 65,138 COMPOSTO
7 10,116 63,561 COMPOSTO 10,575 66,445 COMPOSTO
8 10,547 66,268 COMPOSTO 10,927 68,658 COMPOSTO
9 10,852 68,185 COMPOSTO 11,456 71,983 COMPOSTO
10 11,883 74,661 COMPOSTO 11,891 74,715 COMPOSTO

(fonte: elaborada pelo autor)

Gráfico 2 – Comparação entre moinho em concreto e em aço com lajes e alvenaria

(fonte: elaborado pelo autor)

4.3.3. Análise do Moinho de concreto com lajes X Moinho metálico com lajes
Afim de verificar a influência das alvenarias no sistema, eliminamos as paredes da análise.

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Tabela 6 – Períodos modais e frequências

Concreto Aço
Frequência Período Frequência Período
Modo de vibração Direção movimento Direção movimento
(Hz) rad/seg (Hz) rad/seg
1 0,368 2,311 LONGITUDINAL 0,327 2,056 LONGITUDINAL
2 0,583 3,661 TRANSVERSAL 0,646 4,061 TRANSVERSAL
3 0,682 4,284 TORÇÃO 0,709 4,454 TORÇÃO
4 0,955 5,998 LONGITUDINAL SENO 0,879 5,522 LONGITUDINAL SENO
5 1,613 10,138 TRANSVERSAL SENO 1,568 9,851 LONGITUDINAL SENO
6 1,649 10,363 LONGITUDINAL SENO 1,852 11,634 TRANSVERSAL SENO
7 1,856 11,662 TORÇÃO 2,030 12,758 TORÇÃO
8 2,599 16,333 LONGITUDINAL SENO 2,517 15,818 LONGITUDINAL SENO
9 2,939 18,463 TRANSVERSAL SENO 2,911 18,291 LONGITUDINAL SENO
10 2,990 18,784 LONGITUDINAL SENO 3,461 21,747 TRANSVERSAL SENO

(fonte: elaborada pelo autor)

Gráfico 3 – Comparação entre moinho em concreto e em aço com lajes

(fonte: elaborado pelo autor)

4.3.4. Análise do Moinho de concreto sem lajes X Moinho metálico sem lajes
Para avaliar o comportamento do sistema vigas/pilares eliminamos lajes e alvenarias.

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Tabela 7 – Períodos modais e frequências

Concreto Aço
Frequência Período Frequência Período
Modo de vibração Direção movimento Direção movimento
(Hz) rad/seg (Hz) rad/seg
1 0,703 4,416 LONGITUDINAL 0,818 5,140 LONGITUDINAL
2 1,129 7,094 TORÇÃO 1,316 8,268 TORÇÃO
3 1,262 7,930 TRANSVERSAL 2,213 13,907 TRANSVERSAL
4 1,661 10,434 TORÇÃO 2,391 15,023 TORÇÃO
5 1,886 11,848 LONGITUDINAL SENO 2,423 15,222 FLEXOTORÇÃO LONGITUDINAL
6 1,960 12,312 TORÇÃO 2,450 15,396 LONGITUDINAL
7 2,390 15,020 TRANSVERSAL SENO 2,737 17,195 TORÇÃO
8 2,562 16,099 TORÇÃO 2,794 17,553 FLEXOTORÇÃO TRANSVERSAL
9 2,859 17,963 TRANSVERSAL SENO 3,122 19,618 TRANSVERSAL SENO
10 3,346 21,020 LONGITUDINAL SENO 3,437 21,597 TRANSVERSAL SENO

(fonte: elaborada pelo autor)

Gráfico 4 – Comparação entre moinho em concreto e em aço sem lajes

(fonte: elaborado pelo autor)

4.3.5. Análise do Moinho de concreto com lajes X Moinho metálico com lajes com e sem
contraventamento
Para avaliar a influência de um contraventamento no sistema com lajes, eliminamos as
alvenarias e as substituímos por contraventamento, com cantoneiras de aço padronizadas .

19
Figura 8 – Moinho em aço com lajes, sem alvenarias, janelas e contraventamento no SAP

(fonte: elaborada pelo autor)

Tabela 8 – Períodos modais e frequências


Concreto Aço sem contraventamento Aço com contraventamento
Frequência Período Frequência Período Frequência Período
Modo de vibração Direção movimento Direção movimento Direção movimento
(Hz) rad/seg (Hz) rad/seg (Hz) rad/seg
1 0,368 2,311 LONGITUDINAL 0,327 2,056 LONGITUDINAL 1,026 6,447 TRANSVERSAL
2 0,583 3,661 TRANSVERSAL 0,646 4,061 TRANSVERSAL 1,173 7,371 LONGITUDINAL
3 0,682 4,284 TORÇÃO 0,709 4,454 TORÇÃO 1,750 10,996 TORÇÃO
4 0,955 5,998 LONGITUDINAL SENO 0,879 5,522 LONGITUDINAL SENO 3,166 19,896 TRANSVERSAL SENO
5 1,613 10,138 TRANSVERSAL SENO 1,568 9,851 LONGITUDINAL SENO 3,690 23,188 LONGITUDINAL SENO
6 1,649 10,363 LONGITUDINAL SENO 1,852 11,634 TRANSVERSAL SENO 3,722 23,389 VERTICAL
7 1,856 11,662 TORÇÃO 2,030 12,758 TORÇÃO 5,268 33,100 FLEXOTOÇÃO SENOIDAL
8 2,599 16,333 LONGITUDINAL SENO 2,517 15,818 LONGITUDINAL SENO 6,058 38,063 VERTICAL
9 2,939 18,463 TRANSVERSAL SENO 2,911 18,291 LONGITUDINAL SENO 6,405 40,242 TRANSVERSAL SENO
10 2,990 18,784 LONGITUDINAL SENO 3,461 21,747 TRANSVERSAL SENO 7,067 44,406 LONGITUDINAL SENO

(fonte: elaborada pelo autor)

Gráfico 5 – Comparação entre moinho em concreto e em aço com lajes com e sem contraventamento

(fonte: elaborado pelo autor)

20
4.3.6. Análise do Moinho de concreto sem lajes X Moinho metálico sem lajes com e sem
contraventamento
Para avaliar a influência de um contraventamento no sistema sem lajes, eliminamos as
alvenarias e as lajes e as substituímos por contraventamento.

Tabela 9 – Períodos modais e frequências


Concreto Aço sem contraventamento Aço com contraventamento
Modo de Frequência Período Frequência Período Frequência Período
Direção movimento Direção movimento Direção movimento
vibração (Hz) rad/seg (Hz) rad/seg (Hz) rad/seg
1 0,703 4,416 LONGITUDINAL 0,818 5,140 LONGITUDINAL 2,375 14,924 TORÇÃO
2 1,129 7,094 TORÇÃO 1,316 8,268 TORÇÃO 3,424 21,514 TRANSVERSAL
3 1,262 7,930 TRANSVERSAL 2,213 13,907 TRANSVERSAL 3,570 22,434 LONGITUDINAL
4 1,661 10,434 TORÇÃO 2,391 15,023 TORÇÃO 4,400 27,649 TORÇÃO
5 1,886 11,848 LONGITUDINAL SENO 2,423 15,222 LONGITUDINAL SENO 4,928 30,963 TORÇÃO
6 1,960 12,312 TORÇÃO 2,450 15,396 TORÇÃO 7,956 49,987 TORÇÃO
7 2,390 15,020 TRANSVERSAL SENO 2,737 17,195 TRANSVERSAL SENO 9,193 57,761 TRANSERSAL SENO
8 2,562 16,099 TORÇÃO 2,794 17,553 TORÇÃO 12,635 79,386 LONGITUDINAL SENO
9 2,859 17,963 TRANSVERSAL SENO 3,122 19,618 TRANSVERSAL SENO 13,059 82,051 TRANSVERSAL SENO
10 3,346 21,020 LONGITUDINAL SENO 3,437 21,597 TRANSVERSAL SENO 13,731 86,274 TRANSVERSAL SENO

(fonte: elaborada pelo autor)

Gráfico 6 – Comparação entre moinho em concreto e em aço sem lajes com e sem contraventamento

(fonte: elaborado pelo autor)

4.3.7. Comparação das frequências dos primeiros modos de vibração


Para melhor analisar as diferenças dos modos de vibração das diferentes estruturas verificadas
anteriormente, realizamos dois gráficos comparativos com os primeiros modos de viração de
cada um dos casos.

21
Gráfico 7 – Comparação entre as frequências dos primeiros modos de vibração

(fonte: elaborado pelo autor)

Gráfico 8 – Comparação entre as frequências dos primeiros modos de vibração

(fonte: elaborado pelo autor)

A partir do exame dos resultados apresentados acima, podem ser resumidas as seguintes
conclusões:
 As primeiras frequências naturais e correspondentes modos de vibração associadas ao
deslizamento lateral nas direções longitudinal e transversal da construção e a torção da
mesma, que seriam essenciais num projeto que considere a ação dinâmica do vento ou

22
o sismo são pouco afetadas pela substituição das vigas e pilares de concreto por
elementos de aço.
 Verificou-se também que as paredes contribuem de forma determinante para absorver
as cargas laterais. Esse dito efeito é visível na grande diferença entre as frequências do
modo fundamental da estrutura sem paredes, tanto na solução de concreto como em aço.
Devido à forte influência das paredes é usual em edifícios altos a utilização das
denominadas paredes de corte (shear wall), que são paredes estruturais de resistência ao
corte ou das caixas do elevador (núcleo rígido).
 A introdução de aberturas nas paredes não afeta perceptivelmente as propriedades dos
primeiros dez modos de vibração do edifício.
 Na solução em aço o contraventamento proposto resulta num aumento considerável da
frequência em relação à estrutura sem contraventamento (e sem paredes).
 A eliminação das lajes nos modelos tanto da solução em concreto como em aço resulta
num aumento das primeiras frequências, que correspondem aos modos de flexão lateral
e de torção do edifício. Esse aumento pode ser atribuído à redução da massa total já que
a rigidez do conjunto às ações laterais não é afetada significativamente pelas lajes.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As propriedades dinâmicas da construção considerada no presente estudo em concreto armado


não são alteradas significativamente quando se altera a estrutura resistente para uma solução
em aço. Com efeito observa-se que as frequências naturais dos primeiros modos aumentam
ligeiramente.
Nossas análises mostram a importância da consideração das paredes e a definição de elementos
rígidos para absorver as vibrações. Portanto, parece claro a importância, independentemente de
qual material, de que se considerem as paredes de alvenaria, quando existentes.
Alternativamente, elementos que confiram rigidez transversal ao conjunto podem ser muito
relevantes. Nota-se que além da rigidez que as paredes fornecem a sua massa também influencia
o comportamento dinâmico, mas reduzindo as frequências naturais de vibração. Nesse sentido,
soluções como um núcleo rígido (caixa de elevadores) ou paredes de corte, capazes de absorver
parte das cargas horizontais, são sempre opções interessantes de projeto. Evidência de dito
efeito é o fato de que quando incluímos contraventamento as frequências são significativamente
incrementadas.
23
Em relação ao comportamento global da estrutura, isto é, de um edifício de mediana altura, as
lajes tem pouca influência em relação à rigidez do edifício para absorção de cargas horizontais,
tais como ventos ou sismos, mas afeta a distribuição de massa. As características das lajes são
obviamente importantes para garantir um bom comportamento para as cargas verticais, ou seja,
para efeitos locais. Entretanto, estes efeitos locais não fizeram parte deste estudo.
Sugere-se estudos semelhantes ao presente trabalho para prédios de maior altura e
consequentemente frequências do modo fundamental inferiores a 1 Hz. Determinando a
resposta dinâmica à ação do vento e comparando a mesma para cargas estáticas. Também
podemos sugerir que seja feita a determinação das solicitações numa das lajes do moinho
considerando o peso próprio da laje, o peso do maquinário interno e considerar as cargas
dinâmicas das máquinas, determinar as respostas e verificar a contribuição das ações estáticas
e dinâmicas das mesmas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: Forças devido ao


vento em edificações. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 1988. 66 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas
de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2008.
237 p.
ASSUNÇÃO, T. M. R. C. Considerações sobre efeitos dinâmicos e carregamentos
induzidos por fontes de excitação em estruturas industriais. 2009. 107 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
BLESSMANN, Joaquim. Introdução ao Estudo das Ações Dinâmicas do Vento. Porto
Alegre, RS: Editora da Universidade/UFRGS, 1998. 282 p.
BELLEI, Ildony H.; PINHO, Fernando O.; PINHO, Mauro O.. Edíficios de múltiplos
andares em aço. 2. ed. São Paulo: Pini, 2008. 326 p.
CLOUGH, Ray W.; PENZIEN, Joseph. Dynamics of Structures. Berkeley, USA: Computers
& Structures, 1995. 752 p.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDARIZATION. ISO 2631: guia para
avaliação da exposição humana à vibrações de corpo inteiro. Geneva, 1978.
RIERA, Jorge D. Introdução à Análise de Vibrações em Estruturas. Porto Alegre, RS, 1996.

24
122 p.
PICCOLI, H. C. Mecânica das Vibrações – Notas de aula. 2016.
SOONG, T. T.; DRAGUSH, G. F. Passive Energy Dissipation Systems in Structural
Engineering. Buffalo, Usa: John Wiley & Sons Ltd, 1997.

APÊNDICE A – TABELAS DE CÁLCULO E DIMENSIONAMENTO DOS PERFIS


METÁLICOS

25
Tabela 10 - Cálculo e dimensionamento dos perfis metálicos das vigas do 2º pavimento

PAVIMENTO VIGA VÃO L (m) M(tf.m) M(KN.cm) Zx nec. (cm³) Ix nec (cm4) Flecha adm PERFIL
2 V1 3,95 0,5 500 30,8 380,2 1,039 VS 200 x 19
V2 4,10 1,4 1400 86,24 1105,0 1,079 VS 200 x 19
V3 3,78 1,3 1300 80,08 946,0 0,995 VS 200 x 19
V4 4,02 1,4 1400 86,24 1083,4 1,058 VS 200 x 19
V5 3,95 1,4 1400 86,24 1064,6 1,039 VS 200 x 19
V6 4,10 1,4 1400 86,24 1105,0 1,079 VS 200 x 19
V7 3,78 1,3 1300 80,08 946,0 0,995 VS 200 x 19
V8 4,02 1,4 1400 86,24 1083,4 1,058 VS 200 x 19
V9 3,95 1,3 1300 80,08 988,5 1,039 VS 200 x 19
V10 8,00 14,9 14900 917,84 22947,2 2,105 CVS 500 x 123
V11 8,00 44,5 44500 2741,2 68533,6 2,105 CVS 500 x 123
V12 8,00 40,4 40400 2488,64 62219,3 2,105 CVS 500 x 123
V13 8,00 40,6 40600 2500,96 62527,3 2,105 CVS 500 x 123
V14 3,86 1 1000 61,6 743,1 1,016 VS 200 x 19
V15 8,00 24,9 24900 1533,84 38348,0 2,105 CVS 500 x 123
V16 3,86 1 1000 61,6 743,1 1,016 VS 200 x 19

(fonte: elaborada pelo autor)

Tabela 11 - Cálculo e dimensionamento dos perfis metálicos das vigas do 3º pavimento

PAVIMENTO VIGA VÃO L (m) M(tf.m) M(KN.cm) Zx nec. (cm³) Ix nec (cm4) Flecha adm PERFIL
3 V1 3,95 0,4 400 24,64 304,2 1,039 VS 150 x 15
V2 4,10 1,4 1400 86,24 1105,0 1,079 VS 200 x 19
V3 3,78 1,4 1400 86,24 1018,8 0,995 VS 200 x 19
V4 4,02 1,8 1800 110,88 1393,0 1,058 VS 200 x 19
V5 3,95 1,6 1600 98,56 1216,7 1,039 VS 200 x 19
V6 4,10 1,4 1400 86,24 1105,0 1,079 VS 200 x 19
V7 3,78 1,4 1400 86,24 1018,8 0,995 VS 200 x 19
V8 4,02 1,4 1400 86,24 1083,4 1,058 VS 200 x 19
V9 3,95 1,4 1400 86,24 1064,6 1,039 VS 200 x 19
V10 8,00 11,9 11900 733,04 18327,0 2,105 CVS 400 x 103
V11 8,00 27,7 27700 1706,32 42660,3 2,105 CVS 400 x 103
V12 8,00 26,1 26100 1607,76 40196,1 2,105 CVS 400 x 103
V13 8,00 28,7 28700 1767,92 44200,4 2,105 CVS 400 x 103
V14 3,86 0,4 400 24,64 297,2 1,016 VS 150 x 15
V15 8,00 22,6 22600 1392,16 34805,9 2,105 CVS 400 x 103
V16 3,86 0,4 400 24,64 297,2 1,016 VS 150 x 15

(fonte: elaborada pelo autor)

26
Tabela 12 - Cálculo e dimensionamento dos perfis metálicos das vigas do 4º pavimento

4 V1 3,95 0,4 400 24,64 304,2 1,039 VS 150 x 15


V2 4,10 1,5 1500 92,4 1183,9 1,079 VS 200 x 19
V3 3,78 1,4 1400 86,24 1018,8 0,995 VS 200 x 19
V4 4,02 1,8 1800 110,88 1393,0 1,058 VS 200 x 19
V5 3,95 1,8 1800 110,88 1368,7 1,039 VS 200 x 19
V6 4,10 1,5 1500 92,4 1183,9 1,079 VS 200 x 19
V7 3,78 1,4 1400 86,24 1018,8 0,995 VS 200 x 19
V8 4,02 1,4 1400 86,24 1083,4 1,058 VS 200 x 19
V9 3,95 1,4 1400 86,24 1064,6 1,039 VS 200 x 19
V10 8,00 10,2 10200 628,32 15708,8 2,105 CVS 400 x 116
V11 8,00 18,2 18200 1121,12 28029,5 2,105 CVS 400 x 116
V12 8,00 19,2 19200 1182,72 29569,6 2,105 CVS 400 x 116
V13 8,00 26,5 26500 1632,4 40812,2 2,105 CVS 400 x 116
V14 3,86 0,4 400 24,64 297,2 1,016 VS 150 x 15
V15 8,00 22,2 22200 1367,52 34189,8 2,105 CVS 400 x 116
V16 3,86 0,4 400 24,64 297,2 1,016 VS 150 x 15

(fonte: elaborada pelo autor)

Tabela 13 - Cálculo e dimensionamento dos perfis metálicos das vigas do 5º pavimento

5 V1 3,95 0,4 400 24,64 304,2 1,039 VS 150 x 15


V2 4,10 1,4 1400 86,24 1105,0 1,079 VS 200 x 19
V3 3,78 1,4 1400 86,24 1018,8 0,995 VS 200 x 19
V4 4,02 1,8 1800 110,88 1393,0 1,058 VS 200 x 19
V5 3,95 1,4 1400 86,24 1064,6 1,039 VS 200 x 19
V6 4,10 1,4 1400 86,24 1105,0 1,079 VS 200 x 19
V7 3,78 1,4 1400 86,24 1018,8 0,995 VS 200 x 19
V8 4,02 1,4 1400 86,24 1083,4 1,058 VS 200 x 19
V9 3,95 1,4 1400 86,24 1064,6 1,039 VS 200 x 19
V10 8,00 11,9 11900 733,04 18327,0 2,105 CVS 450 x 116
V11 8,00 31,6 31600 1946,56 48666,6 2,105 CVS 450 x 116
V12 8,00 32,2 32200 1983,52 49590,6 2,105 CVS 450 x 116
V13 8,00 33 33000 2032,8 50822,7 2,105 CVS 450 x 116
V14 3,86 0,3 300 18,48 222,9 1,016 VS 150 x 15
V15 8,00 24,7 24700 1521,52 38040,0 2,105 CVS 450 x 116
V16 3,86 0,3 300 18,48 222,9 1,016 VS 150 x 15

(fonte: elaborada pelo autor)

27
Tabela 14 - Cálculo e dimensionamento dos perfis metálicos das vigas do 6º pavimento

6 V1 3,95 0,8 800 49,28 608,3 1,039 VS 200 x 19


V2 4,10 1,4 1400 86,24 1105,0 1,079 VS 200 x 19
V3 3,78 1,4 1400 86,24 1018,8 0,995 VS 200 x 19
V4 4,02 1,4 1400 86,24 1083,4 1,058 VS 200 x 19
V5 3,95 1,4 1400 86,24 1064,6 1,039 VS 200 x 19
V6 4,10 1,4 1400 86,24 1105,0 1,079 VS 200 x 19
V7 3,78 1,4 1400 86,24 1018,8 0,995 VS 200 x 19
V8 4,02 1,4 1400 86,24 1083,4 1,058 VS 200 x 19
V9 3,95 1,4 1400 86,24 1064,6 1,039 VS 200 x 19
V10 8,00 16,6 16600 1022,56 25565,4 2,105 CVS 400 x 103
V11 8,00 24,8 24800 1527,68 38194,0 2,105 CVS 400 x 103
V12 8,00 24 24000 1478,4 36962,0 2,105 CVS 400 x 103
V13 8,00 24,6 24600 1515,36 37886,0 2,105 CVS 400 x 103
V14 3,86 1,3 1300 80,08 966,0 1,016 VS 200 x 19
V15 8,00 12,4 12400 763,84 19097,0 2,105 CVS 400 x 103
V16 3,86 1,3 1300 80,08 966,0 1,016 VS 200 x 19

(fonte: elaborada pelo autor)

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