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Política
Cidadão
propondo lei
pág. 3
Política no
cotidiano
pág. 8
Entrevista
Política e
segurança
combinam?
págs. 6 e 7
Funções dos
cargos
pág. 6
Meu primeiro
voto
pág. 8
editorial. .............................................................................................................................
Ilumine-se!
Luz é o que precisamos, ela nos permite ver aqui- acredita na juventude (ou quer acreditar) pesquisamos
lo que nos cerca. E é para você ver claramente o que sobra a participação do jovem na política e os resultados
a política é e onde ela está, que preparamos essa edi- estão no texto da página 05.
ção da revista Lumina. Vamos mostrá-la, não só quando Se você, como nós da revista Lumina, está preocu-
se trata de cargos públicos, que explicitamos na pági- pado com a segurança pública, entrevistamos o pesqui-
na 04, mas também aquela política que vai de reuniões sador e professor Marcos Vinicius Cruz para esclarecer al-
de condomínio ao conselho de classe (08). Queremos gumas dúvidas (06 e 07). Ainda há uma seção de diver-
mostrar que ela está muito mais presente em nosso co- são e cultura (11), pois política também pode nos render
tidiano do que imaginamos, como vocês poderão ver na boas risadas.
reportagem da página 03, que informa como qualquer Nosso objetivo principal é mostrar que em cada
um pode propor uma lei. negociação, organização, relação e governo há uma be-
Já que o assunto é esse, em ano de eleição nós leza singular no ato de participar. Não deixe de conferir
queremos saber: como foi seu primeiro voto? Veja algu- entrevistas e matérias na íntegra no blog da revista, dis-
mas respostas de nossos entrevistados na página 10. Se ponível em: <http://revista-lumina.blogspot.com>.
você é um daqueles que preferiria não votar veja o ar-
tigo sobre a obrigatoriedade do voto (09). Para quem Equipe Lumina.
Carolina da Mata, Débora Blanda, Luiz Fernando Carneiro, Paula Viegas e Maria Luiza Brandão
Agradecimentos
Grupo de Fotografia 2º ano A
David Israel, Felipe Franco e Leonardo Antunes Grupo de Música 2º ano C
Antônio Carlos Gomes, Fernando Henrique Lisa e
Grupo de Fotografia 2º ano B
Rafael Auarek
Alexandre Coimbra, Ana Luiza Alvarenga, Letícia
Gontijo, Paulo Antônio e Thaís Abdala Grupo de História em Quadrinhos 2º ano C
Artur Duarte, Caio Martin, Thales Simões e
Grupo de Fotografia 2º ano C
Vinícius Lage
Ana Marques, Fernanda Souza, Priscila Borges e
Talita Fischer
2 • Revista Lumina
............................................................................................................................... sumário
SUMÁRIO
Editorial...............................................................02 Cidadão Propondo Lei........................................11
Conheça melhor a revista, suas propostas e seus cria- Você sabia que nós, cida-
dores! dãos, podemos criar leis?
Claro que não é um pro-
Sumário...............................................................03
cesso simples, mas veja
Jovem na política................................................04 como é na matéria sobre a
Iniciativa Popular!
Política no cotidiano...........................................12
A política vai além de partidos, coligações ou elei-
ções... Veja como ela é no nosso dia-a-dia!
Manifesto............................................................14
Artigo de Opinião...............................................10
O voto deveria realmente ser obriga-
tório? Será que não há malefícios no Você também pode visitar o nosso site, no ende-
fato de sermos obrigados a votar? reço <http://revista-lumina.blogspot.com>. Con-
Não deixe de ver uma visão crítica so- fira as entrevistas na íntegra, os vídeos e também os
bre isso! “falha-nossa” na versão digital da revista LUMINA.
R e v i s t a Lu m i n a • 3
jovem na política.................................................................................................................
Alienado, quem?
O jovem. Pelo menos é esse o ticas e Econômicas (Ipep) os jovens brasileira têm menos de 25 anos
(pré) conceito que o jovem brasilei- belorizontinos disseram confiar mais (Dado da Onu Brasil 2006). É aí que
ro carrega: Alienado. A fim de enten- na televisão do que em partidos po- aparecem os 33.577.246 jovens que
der essa alienação alguns entrevista- líticos, Câmara, Assembléia ou Con- “não ligam muito”. Quando questio-
dos falaram sobre o assunto. gresso. De acordo com a Data Te- nada sobre a participação do jovem
Enquanto a juventude dos nos- en (Centro de pesquisas do Institu- de hoje na política, a estudante afir-
sos avós e bisavós lutavam em guer- to Paulista de Adolescência) apenas ma: “acho que não (participa) tan-
ras, os jovens de 1968 diziam “não” 19,5% dos jovens entre 16 e 18 (com to como antigamente porque hoje
ao combate no Vietnã e a ditadura direito ao voto facultativo) possuem nossa política é mais estável, mas eu
militar, e “sim” a revoluções liberais e título de eleitor. acho que ele tem sim uma participa-
a revolução sexual, os jovens do sé- Mas o jovem é mesmo aliena- ção fundamental”.
culo XXI parecem não abraçar cau- do? A estudante Maria Luiza, 15, diz Levando-se em conta que não
sas. A sociedade espera que a ju- que “Parcialmente. Não é certo ge- só de partidos a política é feita, é vá-
ventude seja o motor de mudanças neralizar isso porque tem, sim, jo- lida a observação de que os jovens
e traga soluções políticas e sociais vens que se preocupam muito com participam quando é do interesse
no país, mas pelo visto vai continu- a política hoje, e alguns que não li- deles. Um exemplo é a quantidade
ar esperando. Bruna Raissa, 22, estu- gam muito”. Se um exemplo de par- de votos online que emissoras de te-
dante de direito e assistente jurídica, ticipação política é filiação a um par- levisão conseguem quando a pes-
reflete bem essa expectativa: “vejo tido, de acordo com o Tribunal Su- quisa é para eleger o candidato a
que se o povo brasileiro (representa- perior Eleitoral (2007) 522.754 jovens permanecer em um reality show ou
do pelos jovens, que são a força da de 16 a 24 anos estão filiados a par- a melhor banda do ano. Os jovens
nação) estiver disposto, conseguiría- tidos políticos. São muitos os jovens ainda se relacionam muito bem
mos ir muito mais longe”. que “se preocupam”, mas eles repre- quando o assunto é organizar uma
Em pesquisa da universidade sentam apenas 4,52% dos filiados a festa ou um pequeno campeonato
Federal de Minas Gerais – UFMG/ partidos políticos no Brasil. Valor pe- esportivo. São eles que negociam
Instituto de Pesquisas Sociais, Polí- queno já que 20,1% da população com os pais os passeios a serem fei-
tos, o dinheiro da mesada, reivindi-
cam as regras da casa. Falta agora a
expansão de todo esse engajamen-
to para outras áreas, que vão além
da vida pessoal.
Para auxiliar os jovens que se
evolvem politicamente, existe a in-
ternet. Ela é incansavelmente acu-
sada de massificar a cultura jovem,
alienar a mocidade... Ainda assim
por meio dela é possível, dentre ou-
tras ações, acompanhar os aconte-
cimentos do legislativo, como lem-
bra Maria Luiza: “Pelo twitter ou site
do seu candidato você pode ficar sa-
bendo melhor o que ele está fazen-
do na assembléia (ou onde ele tra-
balha) e os projetos que ele está lan-
4 • Revista Lumina
................................................................................................................. jovem na política
ESTATÍSTICA
Pode-se concluir que os jo-
vens poderiam usufruir me-
lhor o poder que têm nas
mãos. Contudo, será que ne-
nhum jovem participa? Ne-
nhum deles sabe as funções
de nossos governantes, é sim-
patizante de algum partido?
Fomos aos corredores do co-
légio Bernoulli e fizemos as
contas! Os gráficos abaixo fa-
zem parte de uma estatísti-
çando... Para saber se você vai votar ram isso? Quantos brasileiros lança- ca que fizemos com 66 alu-
nele de novo ou se é hora de mudar ram mão desse recurso? Até mesmo nos do colégio Bernoulli, des-
de candidato.” em termos de disponibilidade da de a 5ª série ao 3º ano ITA. São
dados baseados numa popu-
Joelma Xavier, mestre em lin- ferramenta. Pensando naquele pú-
lação pequena mas que, pelo
güística, e professora do Colégio Ber- blico que tem acesso, nem mesmo
que se vê na mídia, não é mui-
noulli, quando questionada sobre o ele utiliza de uma forma abrangen- to diferente do perfil do jo-
uso da internet para afastar/aproxi- te, pensando na autonomia de voto, vem atual.
mar o jovem da política, responde: de escolha, ou mesmo de participa-
“se você entra na internet, você con- ção que a ferramenta pode possibi-
segue acessar, por exemplo no site litar”. Além disso, organismos como
oficial do TRE, uma lista das contas a Avaaz, definida no próprio site co-
públicas (...). Então, eu acho difícil a mo “nova rede de mobilização glo-
gente falar que (a internet) afasta a bal” permitem um engajamento po-
realidade política, porque você tem lítico em escala nacional e mundial
uma série de informações além de por meio da internet, ferramenta
uma cobertura jornalística sobre as que é conhecida dos jovens e pode
possíveis fraudes, inadequações, er- ser usada com esse objetivo.
ros, mentiras... Bom, eu acho que há O que acontece no Brasil hoje
um mau uso da ferramenta, então é que o jovem tem a oportunidade
essa seria uma crítica geral. Assim ele de não ser indiferente ao contexto
(o jovem) está inserido nesse grande político em que vive e de se articu-
universo de informações, mas nem lar politicamente nos ambientes fa-
sempre elas são utilizadas de uma miliar, escolar e religioso, mas a gran-
maneira adequada. Lançar mão, por de maioria não faz uso dessas opor-
exemplo, de escolher um candida- tunidades. Assim o país continua
to consultando o perfil, o histórico aguardando por jovens que provem
dele, quantos jovens será que fize- o contrário.
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funções dos cargos políticos................................................................................................
6 • Revista Lumina
................................................................................................ funções dos cargos políticos
Suas Principais Atribuições • Ter o direito de decretar Esta-
AS DIFERENÇAS ENTRE são: do de Defesa (devido a uma
ELES: como pôde ser obser- • Atuar como Chefe de Esta- grande instabilidade, guer-
vado acima, Deputados Fe- do de nosso governo, pois o ra ou crise institucional), em
derais e Senadores compar- Brasil segue o modelo Presi- que o Presidente pode sus-
tilham certas funções, como dencialista; pender direitos previstos em
gerir as contas da União. A fi- • Administrar o país com Pla- Constituição;
xação de limites para gas- nos de desenvolvimento, • Prestar contas dos gastos de
tos é função dos Senadores, gastos e as previsões de or- seu governo e das receitas.
enquanto os Deputados fis- çamento, geralmente criados
calizam o uso de tais valo- em seu Plano de Governo; GOVERNADOR
res. Além disso, os Deputa- • Indicar Ministros e coorde- É respon-
dos devem dar autorização nar os Ministérios; sável pelo po-
para que ocorram os proces- • Representar o país a nível in- der executivo a
sos realizados pelos senado- ternacional, podendo assi- nível estadual.
res. Vale ressaltar que os De- nar acordos, por exemplo; Assim como o
putados representam a popu- • Manter relações com outros Presidente, seu
lação, enquanto os Senadores Estados; mandato é de quatro anos e é elei-
representam os Estados, mas • Manter a ordem no país, se- to pela maioria dos votos.
qualquer lei deve passar tan- ja por meio da manutenção Suas principais atribuições
to pela Câmara dos Deputa- das Forças Armadas, seja por são:
dos quanto pelo Senado, an- meio da garantia do cumpri- • Administrar o estado;
tes de ser aprovada. mento das leis; zelando pe- • Fazer a manutenção das se-
la constituição, unidade, in- cretarias;
tegridade e independência • Propor orçamentos e leis pa-
PRESIDENTE DA REPÚBLICA da nação; ra o estado (que sejam possí-
É o res- • Poder abrandar penas (con- veis, de acordo com a Cons-
ponsável pe- cessão de indultos ou comu- tituição);
lo poder exe- tação de penas); • Prestar conta da administra-
cutivo em ní- Ter o direito de decretar Esta- ção anualmente, perante As-
vel federal e seu do de Sitio (quando há ameaça à Or- sembleia Constituinte;
mandato é de dem Pública), então o Poder Execu- • Vetar parcialmente ou intei-
04 anos. Para se candidatar a Pre- tivo assume também os poderes Le- ramente os projetos de lei;
sidente é necessário ter, no míni- gislativo e Judiciário, de forma que • Dar início ao processo legis-
mo, 35 anos. Sua eleição ocorre pela mesmo os direitos e deveres pre- lativo;
maioria dos votos, e não proporcio- vistos pela Constituição podem ser • Intervir nos municípios,
nalmente. suspendidos; quando necessário.
Sede Administrativa de MG, onde trabalha nosso Governador. Dis- O Palácio do Planalto, sede de governo do Presidente da Re-
ponível em: http://www.gestaopublicainterativa.com.br/ler_noticia. pública. Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/
php?u=cidade-administrativa-e-inaugurada-em-belo-horizonte File:Palacio_do_Planalto.jpeg
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entrevista.........................................................................................................................................
POR: Maria Luiza Brandão e Paula Viegas O combate à violência e à crimi- Ocorre uma integração entre re-
nalidade em Minas Gerais é ade- tirar o jovem da criminalidade e
quado? punir quem cometeu um ato cri-
Bem, a criminalidade e a vio- minoso?
lência têm várias motivações. As- Exatamente. Ou seja: tirar os
sim, vários são os mecanismos que a bandidos de circulação, fazer com
própria sociedade deve articular pa- que aquela comunidade possa viver
ra combater e fazer com que dimi- sem maiores problemas e evitar com
nuam os índices de criminalidade e que o jovem possa entrar na crimi-
violência. As políticas devem ir por nalidade. No mundo inteiro o jovem
dois caminhos: aquelas de repressão é mais suscetível a entrar na crimina-
qualificada e aquelas de prevenção. lidade, então o programa foca justa-
O grande problema do Brasil mente esses jovens que vivem em
hoje é que as políticas são depen- áreas assoladas pela criminalidade e
dentes de cada estado, então de- violência de grande proporção.
Marcus Vinícius, pesquisador e coordenador pendendo do estado há uma políti-
do NESP
ca. No caso, Minas Gerais tem uma Sobre o Programa Fica Vivo, qual é
Toda sociedade precisa de política bem estruturada. Contudo, a sua visão? Ele é realmente bom
uma estrutura preparada para com- o grande problema em geral é que para a sociedade, ele funciona?
bater a violência e a criminalidade, os níveis de criminalidade e violên- Sim, ele funciona desde que
afinal viver em conjunto sempre cia estão num patamar muito alto. haja efetivos investimentos no corpo
envolve riscos. Dessa forma, é fun- social que vai trabalhar junto a esse
ção do Estado criar políticas vol- Sobre os programas do estado programa. Não é um só ente isolado,
tadas para a proteção e o bem es- para combater a criminalidade, porque segurança pública é respon-
tar da sociedade. A respeito desse qual é a sua visão sobre eles? São sabilidade do Estado, mas também é
tema, entrevistamos o professor da eficientes, têm efeitos de médio dever de todos, então tem que ha-
Fundação João Pinheiro, Marcus e longo prazo ou apenas imedia- ver uma ação da comunidade co-
Vinícius Cruz. Além de coordenar tos? mo um todo para efetivamente atu-
o NESP (Núcleo de Pesquisas em Programas como o Fica Vivo ar naquele local. Por isso o Fica Vivo
Segurança Pública, Fundação João são muito eficientes. Ele é uma in- tem obtido êxito: vários atores im-
Pinheiro), ele trabalha com projetos tervenção nas áreas com maior índi- portantes estão trabalhando juntos
para o Estado, ministrando aulas e ce de criminalidade e, assim, há uma para resolver esse problema.
treinamento para os profissionais intervenção de vários atores sociais
da área de justiça criminal; como os importantes, como a organização
de organizações policiais, Ministé- policial, a prefeitura e o Estado. Além
rio Público, sistema prisional, entre disso, ele foca principalmente na in-
outros. Dessa forma, veja a seguir serção dos jovens dentro daque-
como é a segurança em Minas, em la comunidade e, por outro lado, há
vários de seus aspectos. uma repressão qualificada.
8 • Revista Lumina
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“Segurança pública santes, em termos de programa pra ma forma há uma maior conscien-
fazer com que essas pessoas possam tização no contexto geral da socie-
é responsabilidade se reabilitar e se reintegrar a socieda- dade.
do governo, mas é de a partir do trabalho.
Há o programa de Reintegração
Social de Egressos do Sistema Pri-
sional. Ele é realmente eficiente?
Ah, a reintegração de egres-
sos é fundamental! O problema de-
le é ainda não conseguir abarcar um
número muito grande de pessoas
oriundas do sistema prisional; mas
ele é uma das formas mais interes-
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artigo de opinião.................................................................................................................
10 • Revista Lumina
...........................................................................................................cidadão propondo lei
Você sabia que um cidadão
também pode propor uma lei?
Pois é verdade, a nossa consti- nado, a pronunciar-se por sufrágio resse específico do Município, da ci-
tuição prevê o Estado Democrático direto e secreto, sobre determina- dade ou de bairros teriam que con-
de Direito sendo que temos estam- dos assuntos de relevante interesse tar com pelo menos cinco por cento
pado no art. 1º da Constituição Fe- à soberania nacional. do referente eleitorado.
deral: “Todo poder emana do povo, A principal diferença entre es- Não é um recurso simples (e
que o exerce por meio de represen- ses dois mecânismos é que o plebis- nem poderia ser) uma vez que são
tantes eleitos ou diretamente, nos cito é convocado antes da criação necessárias várias assinaturas. A cria-
termos desta Constituição.” da norma, e é o povo, por meio do ção de leis é assunto sério e, se o
A população em geral se pre- voto, que vai aprovar ou não a ques- processo fosse simples, provavel-
ocupa apenas com o voto e a elei- tão que lhe for submetida. Já o re- mente haveria tantas as leis pro-
ção dos candidatos e, a partir daí, fi- ferendo é convocado após a edição postas que nem seria possível apli-
ca a cargo deles propor os projetos da norma, devendo o povo ratificá- car todas. Por mais que não seja do
de lei ao Legislativo para posterior la ou não. conhecimento de todos, a Iniciativa
voto e sanção presidencial se for o Por outro lado, a Iniciativa Po- Popular é um dos pontos de nossa
caso. A verdade é que boa parte da pular é diferente dos outros recur- constituição que nos faz lembrar o
população não está muito familia- sos, pois é a proposta feita pela pró- porquê de nosso governo ser con-
rizada com esse processo e muito pria população de projetos de lei, siderado democrático. Apesar da
menos com alguns dos outros re- que são encaminhadas ao Poder Le- grande maioria da população sentir
cursos democráticos. Vejamos, en- gislativo. Ou seja, a proposta de lei é que o máximo de participação que
tão, o seguinte artigo da Constitui- feita pela população e não por um possui é um voto (que às vezes nem
ção Federal: membro da Câmara dos Deputados é consciente) não significa que não
ou do Senado. tenhamos meios de participar mais
Art. 14. A soberania popular se- Vale lembrar que é necessário ativamente. ■
rá exercida pelo sufrágio universal e um número mínimo de eleitores fi- Por: Carolina da Mata
pelo voto direto e secreto, com va- xado no texto consti-
lor igual para todos, e, nos termos da tucional ou na legisla-
lei, mediante: ção. Isso significa que
I - plebiscito; uma lei proposta pe-
II - referendo; la população que te-
III - iniciativa popular. nha abrangência na-
cional deve ser assina-
O PLEBISCITO é a convoca- da por “um por cento
ção dos cidadãos que, através do do eleitorado nacio-
voto, podem aprovar ou rejeitar uma nal, distribuído pelo
questão importante para o país. Ou menos por cinco Es-
seja, é um mecanismo democrático tados, com não me-
de consulta popular, antes de a lei nos de três décimos
ser promulgada. por cento dos eleitores
Já o REFERENDO é um ins- de cada um deles”, co-
trumento de democracia direta por mo é previsto no tex-
meio do qual os cidadãos eleitores to constitucional. Em
são chamados, por meio de um de- casos mais específicos,
creto legislativo expedido pelo Se- projetos de lei de inte-
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política no cotidiano.........................................................................................................................
POLÍTICA NO COTIDIANO
Quando ouvimos a palavra “POLÍTICA”, normal- mercado; a dona de casa que administra uma família;
mente nos vem à cabeça: partidos, coligações, centros no professor que administra uma turma.
administrativos, democracia, e, infelizmente, corrupção. Fazemos política sem nem sequer perceber, e foi
É comum as pessoas associarem a política somente à para mostrar esse cotidiano tão comum da política
administração pública, à questão das eleições. Contu- que entrevistamos quatro pessoas que trabalham com
do, será que a prática política está somente nesse tipo aquilo que nem sempre é visto como política: vai des-
de situação? Certamente não. Praticamos política todos de uma jovem representante de turma ao Coordena-
os dias de nossas vidas, desde a infância à melhor ida- dor Pedagógico de uma escola, passando por um Co-
de, por mais que não notemos. A política está presente ordenador de Geografia e um síndico. Todos têm vidas
nas situações mais corriqueiras, como o filho que nego- normais, estudam, trabalham. Não trabalham na Câma-
cia com os pais um horário para voltar de uma festa; a ra dos Deputados ou Vereadores. São pessoas comuns,
consumidora que pechincha por um preço melhor no que fazem a nossa política, a cotidiana.
no. Sou eu, então, que vou à Eliane e provas dos professores, pra ver se
transmito essa mensagem. elas estão adequadas quanto ao
Eu acho que a relação disso nível da série. Eu tenho também a
com política está no fato de que po- função de fazer a ligação entre os
lítica tem muito disso, de relações professores e a direção, os coor-
humanas, de estabelecer essa co- denadores de segmentos, como a
municação entre as pessoas para Eliane, a Tânia, o professor Raggazzi,
buscar um relacionamento melhor, e também tenho a função de defi-
para buscar melhoria da situação nir livros de um ano para o outro,
delas. E é isso que eu faço, eu bus- trabalhos didáticos, averiguar o en-
co ligar esses dois setores, professor- caminhamento dentro do prazo de
aluno ou coordenação-aluno, pra provas, simulados, esse tipo de coi-
PRISCILA MARTINS, 17 anos, deixar a situação melhor, pra tentar sa.
REPRESENTANTE DE TURMA resolver problemas e evitar também Eu acho que a minha função
(2º ano A) muitos problemas.” se relaciona com política na medi-
“Aqui na escola eu tenho a fun- da em que ela é uma função que
ção de estabelecer a comunicação tem que ter um pouco de cuidado,
da turma com a coordenação, tan- né? Com o professor, eu tenho que
to transmitindo os recados da coor- ter um pouco de cuidado com rela-
denação para a turma, quanto os re- ção à sua presença na escola, e situa-
cados da turma para a coordenação. ções desse tipo. Eu acho que ela tem
Geralmente a coordenação me pe- pouca relação com a questão parti-
de para falar coisas simples, do tipo: dária, de forma nenhuma, mas sim
houve uma mudança de data para uma relação política entre as várias
entrega do trabalho X’. Aí eu informo hierarquias da escola.”
para a turma logo em seguida, pa-
ra não haver nenhuma confusão. E PAULO FRANCISCO DE OLIVEIRA,
também quando por exemplo, a tur- 45 anos, SÍNDICO
ma precisa fazer alguma reclamação, EDUARDO GONZAGA, 46 anos, “A função do síndico é cuidar
precisa comunicar alguma coisa pa- PROFESSOR COORDENADOR DE dos bens da coletividade, especifi-
ra a coordenação, se há algum pro- GEOGRAFIA camente, no caso, do prédio onde a
blema de relacionamento com um “Eu tenho entre, outras fun- gente mora, né? Olhar essa parte de
professor, ou mesmo com um alu- ções, a atribuição de observar as lixo, a melhor condição pra recolher
12 • Revista Lumina
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MARCOS RAGGAZZI, 41 anos,
PROFESSOR E COORDENADOR
PEDAGÓGICO
NOME:
Andreza Félix.
IDADE: 31 anos.
DATA DO 1º VOTO: 1998, em eleições
para presidente.
“A minha emoção de votar foi mui-
to grande, porque votei já para presi-
dente, o que foi muito significativo pra
mim como eleitora”.
R e v i s t a Lu m i n a • 13
manifesto............................................................................................................................
Em 26.140 quilômetros quadrados de floresta há olhos, mas também participa de tais crimes contra a vi-
várias espécies da fauna e flora ainda desconhecidas; da...
tantas pessoas poderiam viver e prosperar de maneira Já passou da hora de termos políticas ambientais
sustentável, respeitando a natureza e seu tempo. Contu- que funcionem, como a punição efetiva dos criminosos
do, ao invés de uma imagem tão esperançosa, o que ve- que agridem o NOSSO meio ambiente, além de incenti-
mos é o nada! vos à preservação e à vida sustentável. Basta apenas en-
Isso mesmo, o absurdo, a atrocidade de, somen- sinar a população a viver sem agredir a floresta.
te entre 2003 e 2004, esses mesmos 26.140 quilômetros
quadrados de florestas terem desaparecido! É inaceitá- Por Luiz Fernando Carneiro Rodrigues e Paula Viegas
vel uma situação tão vergonhosa! A cada ano hectares Belo Horizonte, 05 de outubro de 2010
e mais hectares da Floresta Amazônica são devastados,
transformados em pastos ou plantações de soja que, fi-
nalmente, resultam em desertos que humilham a ima-
gem e a população de nosso país!
Cada quilômetro quadrado de terra desmatado irá
compor o novo Saara, agora numa versão brasileira. Mas
o que acontece com os culpados? Nada! Ou melhor, eles
até chegam a enriquecer... E o que acontece com quem
tenta ajudar a floresta? São assassinados pelos próprios
culpados impunes, a exemplo da Irmã Dorothy Stang!
É de se causar nojo e mal estar em qualquer um!
Começamos a imaginar que o governo não só fecha os
R e v i s t a Lu m i n a • 15
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