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Suponha que queremos determinar o limite do quociente de duas funções f (x) e g(x) quando
x → a, isto é, que queremos calcular o limite
f (x)
lim
x→a g(x)
f (x)
lim =0
x→a g(x)
Mas o que acontece se quisermos calcular o limite quando x → a do quociente se uma das
seguintes situações ocorrer?
• lim f (x) = 0 e lim g(x) = 0.
x→a x→a
Nesse caso, o limite pode ou não existir e o chamamos de forma indeterminada do tipo 00 se
a primeira situação ocorrer ou de forma indeterminada do tipo ∞
∞
se ocorrer alguma das outras
quatro situações.
1
Por exemplo, os limites
x2 − x sin x cos x ln x
lim , lim , limπ , lim
x→1 x2 − 1 x→0 x x→ 2 x − π2 x→1 x − 1
f (x) f 0 (x)
lim = lim 0
x→a g(x) x→a g (x)
Observação 1. A regra de L'Hôpital também vale para calcular limites laterais ou para calcular
limites quando x→∞ ou x → −∞ dadas as hipóteses corretas:
• Se f (x) e g(x) são duas funções contínuas e diferenciáveis em uma vizinhança à direita
f (x) f 0 (x)
de a∈R e se g 0 (x) 6= 0 nessa vizinhança, então lim+ = lim+ 0
x→a g(x) x→a g (x)
• Se f (x) e g(x) são duas funções contínuas e diferenciáveis em uma vizinhança à esquerda
0 f (x) f 0 (x)
de a∈R e se g (x) 6= 0 nessa vizinhança, então lim = lim− 0
x→a− g(x) x→a g (x)
• Se f (x) e g(x) são duas funções contínuas e diferenciáveis à partir de um certo a∈R e
f (x) f 0 (x)
g 0 (x) 6= 0 em (a, +∞), então lim = lim 0
x→∞ g(x) x→∞ g (x)
• Se f (x) e g(x) são duas funções contínuas e diferenciáveis até um certo a∈R e g 0 (x) 6= 0
0
f (x) f (x)
em (−∞, a), então lim = lim 0
x→−∞ g(x) x→−∞ g (x)
ln x
Exemplo 1. Calcule lim .
x→1 x − 1
0
Observamos inicialmente que o limite é uma forma indeterminada do tipo
0
. Como ln x e
d
x−1 são contínuas e diferenciáveis próximo de 1 e como
dx
(x − 1) = 1 6= 0 para todo x ∈ R,
então podemos usar a regra de L'ôpital. Temos que
ln x 1/x 1
lim = lim = lim = 1
x→1 x − 1 x→1 1 x→1 x
ex
Exemplo 2. Calcule lim .
x→+∞ x2
∞
Como lim ex = +∞ e lim x2 = +∞, então temos uma forma indeterminada do tipo
∞
.
x→+∞ x→+∞
x d 2
Além disso, como as funções e e x2 são contínuas e diferenciáveis em R e como
dx
x = 2x 6= 0
para todo x 6= 0, então podemos utilizar a regra de L'Hôpital. Temos que
ex ex
lim = lim
x→+∞ x2 x→+∞ 2x
2
∞
que continua sendo uma forma indeterminada do tipo
∞
. Como as funções ex e 2x são contínuas
d
e diferenciáveis em R e como
dx
2x = 2 6= 0 para todo x ∈ R, então podemos utilizar a regra de
ex ex ex
lim = lim = lim = +∞
x→+∞ x2 x→+∞ 2x x→+∞ 2
ln x
Exemplo 3. Calcule lim+ .
x→0 1/x
∞ 1
Observamos inicialmente que esta é uma forma indeterminada do tipo
∞
. Como
x
e ln x
d 1
são contínuas e deriváveis em (0, ∞) e
dx x
= − x12 6= 0 para todo x 6= 0, então podemos utilizar
ln x 1/x
lim+ = lim+ = lim −x = 0
x→0 1/x x→0 −1/x2 x→0+
x2
Exemplo 4. Calcule lim .
x→−∞ e−x
∞
Observamos inicialmente que esta é uma forma indeterminada do tipo
∞
. Como as funções x2
−x d 2
e e são contínuas e deriváveis em R e como
dx
x = 2x 6= 0 para todo x 6= 0, então podemos
x2 2x
lim −x
= lim − −x
x→−∞ e x→−∞ e
∞
que continua sendo uma forma indeterminada do tipo . Aplicando a regra de L'Hôpital
∞
novamente:
x2 2x 2
lim = lim − −x = lim −x = lim 2ex = 0
x→−∞ e−x x→−∞ e x→−∞ e x→−∞
Observe que a regra de L'ôpital também nos ajuda a calcular derivadas de produtos de
funções f (x) · g(x) para os quais o limite de uma das funções é 0 e o limite da outra é +∞ ou
−∞. De fato, para isso precisamos apenas reescrever o produto como sendo
f (x) g(x)
1 ou 1
g(x) f (x)
Temos que
ln x
x ln x = 1
x
Como
1
x
e ln x são contínuas e deriváveis em (0, ∞), d 1
dx x
= −x−2 6= 0 para todo x 6= 0 e
1
lim+ = +∞ e lim ln x = −∞
x→0 x x→0+
1
ln x x
lim+ x ln x = lim+ 1 = lim+ = lim+ −x = 0
x→0 x→0
x
x→0 − x12 x→0
3
Exemplo 6.
lim x2 ex
x→−∞
Temos que
x2
x2 ex =
e−x
Como x2 e e−x são contínuas e deriváveis em (−∞, 0), d 2
dx
x = 2x 6= 0 para todo x 6= 0 e
2 x x2 2x
lim x e = lim −x = lim − −x
x→−∞ x→−∞ e x→−∞ e
Aplicando a regra de L'Hôpital novamente:
2x 2
lim x2 ex = lim − −x
= lim −x = lim 2ex = 0
x→−∞ x→−∞ e x→−∞ e x→−∞