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CURSO DE PSICOLOGIA

FISIOLOGIA APLICADA À PSICOLOGIA

FISIOLOGIA DO SISTEMA MUSCULAR

Prof. Me. DANIEL GRIJÓ CAVALCANTE


INTRODUÇÃO

✓ Os músculos são estruturas ativas do movimento

✓ São dotados da capacidade de contrair-se e de relaxar-se, e, em consequência,


transmitem os seus movimentos aos ossos sobre os quais se inserem, os quais
formam o sistema passivo do aparelho locomotor.

✓ O movimento de todo o corpo ou de algumas das suas partes (cabeça, pescoço,


tronco e extremidades) deve-se aos músculos.

✓ De músculos estão, ainda, dotados os órgãos que podem produzir certos


movimentos (coração, estômago, intestino, bexiga etc.)
Classificação dos músculos

✓ Os músculos são responsáveis por uma série de funções dentre elas, citam-se:

✓ Movimentos do esqueleto

✓ Alterações no aporte de sangue para todas as partes do corpo

✓ Transporte de ingesta através do trato intestinal

✓ Geração de calor para o aquecimento do corpo

✓ Circulação do sangue.
Propriedades fisiológicas do músculo

✓ Contrabilidade
• Capacidade de se encurtar

✓ Excitabilidade (ou Irritabilidade)


• Capacidade de receber e responder a um estímulo

✓ Extensibilidade
• Capacidade de se estirar

✓ Elasticidade
• Capacidade de retornar a sua forma original após contração ou estiramento
Classificação dos músculos
Diferenças histológicas
Músculo liso

✓ Apresenta esse nome devido à ausência de estrias visíveis e apresenta-se de


forma involuntária

✓ As células individuas lisas têm forma de fuso e o núcleo está localizado ao centro.
Seu tamanho varia muito, dependendo de sua origem

✓ Estando localizadas na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos


sanguíneos e aparelho excretor, já que estes requerem movimentos de natureza
automática.

✓ O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso
autônomo.
Músculo liso

✓ Tais fibras não se inserem no osso, mas atuam como paredes de órgãos ocos

✓ Em volta dos tubos, em geral, há duas capas, uma interna circular e uma externa
longitudinal

✓ A musculatura circular constringe o tubo a longitudinal encurta o tubo e tende a


ampliar a luz

✓ No tubo digestivo, o esforço conjunto da musculatura circular e da longitudinal


impulsiona o conteúdo do tubo produzindo ondas de constrição chamadas
movimentos peristálticos
Tipos de músculo liso

✓ Multiunitário: cada fibra se comporta como uma


unidade independente, comportamento semelhante
ao músculo esquelético. Não se contraem
espontaneamente. A estimulação nervosa autônoma é
que desencadeia sua contração.
Tipos de músculo liso
Tipos de músculo liso

✓ Unitários simples: as células se comportam de modo semelhante ao músculo


cardíaco, como se fossem uma estrutura única

✓ O impulso se transmite de célula a célula. Pode-se dizer que o músculo, em sua


totalidade, funciona como uma unidade

✓ Ex: músculo intestinal, do útero, ureter etc.


Músculo cardíaco

✓ Este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados, é
somente encontrada nesse órgão e é controlada pelo sistema nervoso autônomo
de modo que o músculo cardíaco carece de controle voluntário, sendo assim
inervado pelo sistema nervoso vegetativo

✓ Apresenta-se com estrias visualizadas ao exame microscópico caracterizadas por


bandas claras e escuras intercaladas

✓ As células são alongadas, ramificadas e com contornos irregulares em suas


junções com outras células. Apresentando um disco intercalado na área de
junção entre as células
Músculo estriado esquelético

✓ Este é inervado pelo SNC e, como se encontra em parte sob controle consciente,
chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem
os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto

✓ Uma fibra muscular ordinária mede aproximadamente 2,5cm de comprimento e


sua largura é menor de um décimo de milímetro. As fibras musculares se
agrupam em feixes

✓ Cada músculo se compõe de muitos feixes de fibras musculares. Sendo que esse
músculo é avermelhado e de contração brusca, e constitui o tecido mais
abundante do organismo, representando de 40% a 45% do peso corporal total.
Músculo estriado esquelético

❑ Apresenta-se com três tipos de fibras musculares:


✓ Vermelha ou escura (apresentam mais mioglobina e mitocôndrias que as
brancas)
✓ Branca ou pálida
✓ Intermediária
✓ Todos os músculos são, provavelmente, uma mistura dos três tipos de fibras,
porém em alguns prevalece mais a presença de um tipo em detrimento dos
demais
✓ Entretanto, observa-se que as fibras vermelhas normalmente contraem-se mais
lentamente e levam mais tempo para chegar à fadiga do que as brancas
Músculo estriado esquelético

❑ São descritos de acordo com o tipo de movimento que efetuam


✓ Flexores: localizados sobre o lado do membro onde a articulação se dobra
diminuindo o ângulo entre os ossos adjacentes
✓ Extensores: localizados sobre o lado em que a articulação se dobra aumentando
o ângulo entre os ossos adjacentes.
✓ Adutores: os músculos tracionam o membro em direção ao plano mediano
✓ Abdutores: os músculos tracionam o membro em direção oposta ao plano
mediano
✓ Esfíncteres: arranjos circulares de músculos que constringem as aberturas
corpóreas
Componentes do músculo esquelético

✓ A unidade de organização histológica do músculo esquelético é a fibra muscular,


uma célula larga e cilíndrica, multinucleada e visível em microscopia de luz

✓ Grupos de fibras musculares agrupam-se formando fascículos (visíveis à vista


desarmada) que, finalmente, se associam para formar os diferentes tipos de
músculos

❑Cada fibra muscular isolada, cada


fascículo e cada músculo no seu
conjunto, estão revestidos por
tecido conjuntivo.
Componentes do músculo esquelético
A fibra muscular

✓ O próprio músculo inteiro está envolvido por uma capa de tecido conjuntivo - o
epimísio

✓ Alguns tabiques de colágeno penetram desde o epimísio até ao interior do


músculo, formando bainhas que rodeiam todos e cada um dos fascículos - o
perimísio

✓ Por sua vez, existe um retículo extremamente delicado que reveste cada fibra
muscular - o endomísio
Importante...

✓ O tecido conjuntivo serve para reunir as unidades contráteis, os grupos de


unidades, para integrar a sua ação e permitir, ainda, um certo grau de liberdade
de movimentos entre elas

✓ Deste modo, ainda que as fibras se encontrem extremamente compactadas,


cada uma é relativamente independente das restantes e cada fascículo pode
movimentar-se independentemente dos vizinhos
A fibra muscular

✓ O diâmetro das fibras pode variar entre 10 e 100 µm (ou até mais), consoante à
espécie e o músculo particular examinado, podendo mesmo apresentar variações
consideráveis dentro de um mesmo músculo

✓ A maior parte do interior da fibra muscular está ocupada por miofibrilas de 1 a 2m


de diâmetro. Cada fibra pode conter, desde várias centenas, até muitos milhares
de miofibrilas. Onde, cada miofibrila apresenta cerca de 1.500 filamentos de
miosina e 3.000 de actina, dispostos lado a lado
A fibra muscular

✓ Durante o crescimento verifica-se um


aumento gradual do diâmetro nas fibras
musculares. No entanto, esse aumento
pode ainda ser estimulado por
solicitação muscular intensa, fenômeno
designado por hipertrofia de uso

✓ De modo inverso, as fibras podem


adelgaçar-se em músculos imobilizados,
fenômeno designado de atrofia por
desuso
Miofibrila

✓ Em cortes longitudinais pode ser observada a estriação transversal tão


característica das miofibrilas

✓ Esta é devida à presença de actina e miosina, as duas principais proteínas


contráteis do músculo

✓ A banda I (isotrópica) apresenta-se mais clara porque a


luz polarizada atravessa facilmente os finos filamentos
de actina que a constituem

✓ A banda A (anisotrópica), apresenta-se mais escura por


ser composta por actina e espessos filamentos de
miosina, o que dificulta a passagem da luz
Miofibrila

✓ O comprimento relativo das bandas varia em acordo com o músculo examinado se


encontre em posição de repouso, contração, ou estiramento passivo. De modo que:

✓ O comprimento da banda A permanece constante em todas as fases de contração

✓ A banda I é maior no músculo estirado, menor na posição de repouso e


extremamente curta no músculo contraído
O sarcômero

✓ É a unidade funcional e estrutural a que se referem todos os fenômenos


morfológicos do ciclo contrátil

✓ É o segmento compreendido entre duas linhas Z consecutivas, incluindo uma banda


A e a metade de duas bandas I contíguas

✓ Ocupando a região central da banda A, pode ainda observar-se uma zona mais
clara, denominada banda H, que se apresenta constituída por filamentos de
miosina

✓ Localizada no meio da banda A, pode ser ainda observada uma linha escura
delgada, a linha M
O sarcômero
Sarcolema

✓ Cada fibra muscular está revestida por uma membrana delicada tradicionalmente
designada por sarcolema

✓ Estudos relativamente recentes com microscopia eletrônica demonstraram que esta


película, visível com microscópio de luz, não é um componente único, sendo
formada por:
• Plasmalema da fibra
• Revestimento externo glicoproteico
• Uma delicada rede de fibras reticulares associadas

✓ No entanto, em linguagem comum a palavra sarcolema designa o plasmalema da


fibra muscular.
Sarcoplasma

✓ Corresponde ao citoplasma dos outros tipos de células

✓ É o conteúdo do sarcolema quando se excluem os núcleos. É constituído por uma


matriz citoplasmática típica, as organelas e inclusões comuns e também pelas
miofibrilas tão peculiares do músculo

✓ As organelas sarcoplasmáticas mais comuns não se diferenciam estruturalmente


das encontradas noutros tipos celulares.
Características moleculares dos filamentos contráteis

✓ Os componentes contráteis básicos da fibra muscular são quatro proteínas


agregadas em dois componentes multimoleculares, o filamento grosso de miosina
e os finos filamentos de actina

✓ A tropomiosina e a troponina são as outras duas proteínas

✓ Nenhuma proteína, por si só, apresenta propriedades contráteis

✓ No entanto, in vitro, a miosina e a actina sob certas condições, podem formar uma
proteína complexa - a actomiosina – que apresenta propriedades contráteis
Filamento de miosina

✓ Composto por cerca de 300 moléculas de miosina

✓ A molécula individual de miosina (cerca de 50% da proteína muscular) é constituída


por seis cadeias polipeptídicas, com duas cadeias pesadas e quatro cadeias leves

✓ As duas cadeias pesadas formam uma dupla hélice, em que cada cadeia se
apresenta com uma das extremidades enrolada, formando conjuntamente duas
massas de proteína globular - as cabeças da miosina
Filamento de miosina

✓ Deste modo, existem duas cabeças livres, lado a lado, numa das extremidades da
dupla hélice da molécula de miosina
✓ As cabeças são o local responsável pela atividade enzimática da molécula de
miosina e pela afinidade com a actina. Elas projetam-se para fora na direção dos
filamentos de actina e são os únicos elos de ligação, estruturais e mecânicos, entre
os filamentos grossos e finos.
✓ Os locais com afinidade pelas outras moléculas adjacentes de miosina, encontram-se
na sua cauda, que é composta pela porção restante em dupla hélice das duas
cadeias pesadas de miosina
✓ Assim, as caudas das moléculas de miosina agrupam-se formando o corpo do
filamento de miosina, enquanto as cabeças se projetam exteriormente
Filamento de miosina
Filamento de actina

✓ As outras três proteínas envolvidas na contração muscular encontram-se todas


incorporadas no filamento fino

✓ Assim, o filamento de actina é também um filamento complexo, composto por três


partes distintas: actina, tropomiosina e troponina

✓ Na totalidade, o filamento fino é constituído por cerca de 300 a 400 pequenas


moléculas de actina G, e por aproximadamente 40 a 60 de tropomiosina e
troponina.

✓ A troponina e a tropomiosina são conhecidas como proteínas reguladoras


Filamento de actina
Tropomiosina

✓ O filamento de actina contém também duas fitas adicionais de proteína que são
polímeros de moléculas de tropomiosina

✓ Observa-se que cada fita de tropomiosina está fracamente ligada a uma de actina F

✓ Estas moléculas correm ao longo dos dois sulcos da dupla hélice de actina, de tal
forma que cada molécula de tropomiosina está em contato direto com sete
monômeros de actina

✓ Assim, no estado de repouso, encobre os locais ativos da actina de modo a que não
ocorra a interação actomiosínica e consequentemente a contração muscular.
Troponina
✓ Fixado aproximadamente a dois terços de distância ao longo de cada molécula de
tropomiosina, existe um complexo de três moléculas protéicas globulares,
denominado troponina
✓ Uma dessas proteínas globulares tem grande afinidade pela actina (troponina I),
outra pela tropomiosina (troponinaT) e a terceira pelos íons cálcio (troponina C)
✓ Observa-se que este complexo fixa a tropomiosina à actina, no entanto, a sua exata
orientação relativamente ao filamento fino ainda não foi esclarecida
✓ Sabe-se, contudo, que na presença de uma molécula de tropomiosina a troponina
pode regular a atividade de cerca de sete monômeros de actina
✓ Assim, a troponina funciona como um interruptor, "ligando" ou "desligando“ o
filamento de actina. A grande afinidade da troponina pelos íons cálcio parece iniciar
o processo de contração
Interação da actina e miosina

✓ O modo através do qual os estímulos nervosos desencadeiam o movimento


muscular é normalmente conhecido como processo de excitação-contração

✓ Este processo pressupõe toda uma série de acontecimentos através dos quais os
potenciais de ação dos neurônios motores desencadeiam a interação entre a actina
e a miosina

✓ Convém salientar, que muitos detalhes da função muscular não estão esclarecidos,
mas existem várias hipóteses que procuram explicar esses mecanismos

✓ Existe um consenso generalizado quanto à hipótese das alterações de comprimento


do músculo estriado ser fundamentalmente devida aos movimentos de deslize
entre os filamentos de actina e miosina
Mecanismo de deslize dos miofilamentos

✓ Durante o deslize, as filas dos filamentos finos deslocar-se-iam para o interior dos
filamentos grossos

✓ Assim, quando o músculo encurta, o comprimento dos filamentos permanece


constante. Portanto, o comprimento da banda A também permanece inalterável,
mas a banda I encurta, podendo mesmo, eventualmente, desaparecer

✓ Como os filamentos de actina estão ligados às linhas Z, o sarcômero diminuiria de


comprimento

✓ Durante uma contração isométrica (não provoca alterações no comprimento), o


comprimento das bandas A e I permanece constante, no entanto, o estiramento
muscular aumenta a banda I.
Mecanismo de deslize dos miofilamentos

✓ A teoria do deslize dos miofilamentos foi largamente desenvolvida por Huxley, que
considera que as cabeças das pontes transversas dos filamentos de miosina
interagem com os filamentos de actina para provocar encurtamento muscular, onde
o movimento ocorre devido a uma interação em cremalheira, ou em forma de
remada, entre as duas proteínas contráteis

✓ Assim, em qualquer momento, cerca de metade das pontes transversas estarão


sempre ligadas à actina(locais ativos) produzindo força, embora essa porcentagem
varie em função das necessidades funcionais

✓ Atualmente, a bioquímica da contração muscular está relativamente bem


compreendida, contudo, o mecanismo preciso através do qual a energia química
leva ao encurtamento é ainda objeto de alguma controvérsia e ativa investigação.
Repouso

✓ As hastes de tropomiosina se localizam junto ao bordo do sulco do filamento fino


de actina. Nesta posição poderão bloquear, direta ou indiretamente, os locais ativos
da actina que de outro modo reagiriam com as pontes transversas

✓ Quando a fibra se encontra em repouso (potencial de membrana), as hastes de


tropomiosina encontram-se em posição de bloqueio, encobrindo os locais ativos da
actina, impedindo assim a interação actina-miosina

✓ Com esta organização das proteínas contráteis em filamentos separados de actina e


miosina, a resistência à extensibilidade passiva é muito modesta.
Repouso

✓ No estado de repouso, a miosina encontra-se ativada à custa da energia


proveniente da hidrólise prévia do ATP

✓ Deste modo, será precisamente essa energia acumulada nas cabeças de miosina
que, posteriormente, promoverão movimento de deslize dos miofilamentos, isto
mal o cálcio seja libertado do retículo sarcoplasmático e desencadeie a contração
Excitação

✓ Quando o impulso nervoso que percorre o neurônio motor e atinge a junção


neuromuscular, ocorre a libertação de cerca de 300 vesículas de acetilcolina (ACH)
para a fenda sináptica
✓ O período de tempo extremamente curto (cerca de 1 mseg.) em que a ACH
permanece em contato com a membrana da fibra muscular, é suficiente para a
excitar
✓ Isto ocorre por aumento da permeabilidade de canais iônicos da membrana
muscular (abertura dos portões de ACH) aos íons positivos existentes na fenda
sináptica
✓ Com efeito, a ACH liga-se a locais específicos (receptores nicotínicos) na membrana
da célula muscular, induzindo uma alteração conformacional na superfície destes
canais, o que resulta na abertura do portão durante cerca de 1 mseg.
Excitação

✓ No entanto, embora os canais iônicos possuam um diâmetro suficientemente largo


para permitir o movimento de todos os íons positivos importantes (sódio, potássio
e cálcio), apenas os íons sódio fluem e despolarizam a membrana da célula
muscular
✓ Paralelamente, ocorre uma propagação para o interior da célula desse potencial de
ação através do sistema
✓ Este potencial de ação provocará uma libertação de íons de cálcio pelas cisternas
terminais do RE para o sarcoplasma que banha as miofibrilas(em repouso o
sarcoplasma apresenta-se praticamente livre de íons cálcio)
✓ Estes íons ligam-se à troponina no filamento de actina(dois íons cálcio ligam-se a
locais reguladores específicos da troponina C)
Contração

✓ A ligação do cálcio à troponina provoca uma alteração conformacional no complexo


troponina-tropomiosina-actina, removendo a inibição mecânica que impedia a
interação entre a actina e a cabeça da miosina
✓ Com a ligação do cálcio à troponina, os cordões de tropomiosina são deslocados
desde a periferia até ao centro do sulco dos filamentos de actina, permitindo assim
a interação entre a actina e a miosina; os monômeros de actina são assim libertados
da influência inibidora inicial do complexo troponina-tropomiosina

✓ A ligação do cálcio à troponina C desloca as hastes de tropomiosina da sua posição


de bloqueio, permitindo a interação entre a actina e a miosina.
Contração

✓ As cabeças ativadas das pontes transversas das moléculas de miosina movem-se


perpendicularmente para fora, desde o eixo do filamento grosso até ao filamento
de actina, ligando-se ao locais ativos das moléculas de actina ao seu alcance, num
ângulo de 90°
✓ As cabeças sofrem então uma alteração conformacional, de tal maneira que as
pontes transversas modificam o seu ângulo em relação ao eixo do filamento grosso,
de 90ºpara 45º
✓ Esta inclinação súbita das cabeças de miosina, resultante de alterações do seu
estado conformacional, é designada por força de deslocamento e só é possível
graças à libertação da energia previamente armazenada na miosina
✓ Só durante este movimento das pontes transversas é que o ADP e o Pi são
finalmente libertados da miosina.
Contração

✓ Durante o movimento das pontes transversas a miosina está fortemente ligada à


actina

✓ Esta forte ligação tem de ser quebrada de forma a permitir que a ponte transversa
possa voltar a ligar-se a um novo monômero de actina de forma a reiniciar o ciclo

✓ Essa ligação entre a actina e a miosina é quebrada quando o ATP se liga de novo à
miosina

✓ Após essa separação, o ATP que se ligou à miosina é hidrolisado e a energia livre
resultante dessa hidrólise é transferida para a miosina, voltando assim a ativar a
miosina, passo fundamental para que se reinicie o ciclo das pontes transversas.
Contração
Contração
Contração
Contração
Contração
Contração
Contração
IMPORTANTE!!
Relaxamento

✓ O ciclo das pontes transversas continuará a processar-se enquanto o cálcio se


mantiver ligado à troponina C, desta forma mantendo expostos os locais ativos da
actina e permitindo a interação actomiosínica
✓ O relaxamento da fibra só ocorrerá quando cessarem os impulsos do neurônio
motor e, consequentemente, a liberação de acetilcolina na placa motora. Então o
íon cálcio libertar-se-á da troponina e será transportado ativamente através da
membrana de volta às cisternas do Retículo Sarcoplasmático (consumo de 1 ATP
para cada 2 íons cálcio transportados)
✓ A tropomiosina modificará de novo a sua posição relativamente às subunidades de
actina, inibindo a interação entre a actina e as pontes transversas

✓ Por sua vez, as pontes transversas retornarão à sua conformação original


Relaxamento

✓ Aproximadamente 1 mseg após a libertação de ACH pelo axônio terminal, grande


parte já se difundiu para fora da fenda sináptica, não atuando na membrana da
fibra muscular, enquanto toda o restante é virtualmente destruído pela enzima
acetilcolinesterase

✓ Assim, a rápida remoção da ACH impede a reexcitação da fibra após ter recuperado
do primeiro potencial de ação

✓ A posterior estimulação da fibra muscular só ocorrerá se continuar-se a verificar a


descarga do neurônio motor e a consequente liberação de ACH que reiniciará o
processo de excitação-contração.
O papel do sistema sarcotubular na liberação dos íons de cálcio

✓ A fibra muscular esquelética apresenta um diâmetro tão grande, que os potenciais


de ação que se espalham ao longo da sua superfície dificilmente se propagariam
para o seu interior

✓ No entanto, para que a contração ocorra normalmente, essas correntes elétricas


têm de atingir mesmo as cisternas das miofibrilas mais profundas

✓ Esse efeito é obtido através da transmissão dos potenciais de ação ao longo dos
túbulos T, que penetram até ao interior da fibra, provocando a libertação de íons
cálcio pelo retículo sarcoplasmático e desencadeando assim a contração muscular
O papel do sistema sarcotubular na liberação dos íons de cálcio

✓ O Retículo Sarcoplasmático armazena íons cálcio em concentrações muito elevadas


✓ Quando um potencial de ação percorre os túbulos T, ocorre uma passagem do fluxo
de corrente através das cisternas do Retículo Sarcoplasmático (a nível da tríade)
✓ As cisternas projetam pés de junção que rodeiam o túbulo T, provavelmente para
facilitar a passagem do fluxo
✓ Este estímulo desencadeia uma rápida liberação de íons pelas cisternas,
presumivelmente pela abertura de canais de cálcio, muito embora o verdadeiro
mecanismo seja ainda desconhecido
✓ Os íons cálcio, assim liberados pelas cisternas do Retículo Sarcoplasmático,
aumentam a sua concentração no sarcoplasma que banha as miofibrilas e
desencadeiam a contração muscular
O papel do sistema sarcotubular na liberação dos íons de cálcio

✓ Enquanto estes fenômenos se processarem a contração continuará a ocorrer, no


entanto, existe um bombeamento ativo contínuo de cálcio pelas paredes do
Retículo Sarcoplasmático que transporta ativamente este íon de volta às cisternas
terminais

✓ Devido a este mecanismo de bomba, o Retículo Sarcoplasmático pode apresentar


concentrações deste íon cerca de 10.000 vezes superiores às do sarcoplasma

✓ Assim, é possível uma transferência massiva de cálcio para o Retículo


Sarcoplasmático provocando a sua total depleção no sarcoplasma miofibrilar

✓ Deste modo, exceto imediatamente após um potencial de ação, são mantidos em


níveis extremamente baixos as concentrações sarcoplasmáticas de cálcio
O papel do sistema sarcotubular na liberação dos íons de cálcio
A contração muscular
✓ A maquinaria contrátil da fibra muscular está formada por cadeias protéicas que se
deslizam para encurtar a fibra muscular
✓ Entre elas há a miosina e a actina, que constituem os filamentos grossos e finos,
respectivamente. Quando um impulso chega através de uma fibra nervosa, o
músculo se contrai.
✓ Quando uma fibra muscular se contrai, se encurta e alarga. Seu comprimento
diminui a 2/3 ou à metade
✓ Deduz-se que a amplitude do movimento depende do comprimento das fibras
musculares
✓ O período de recuperação do músculo esquelético é tão curto que o músculo pode
responder a um segundo estímulo quando ainda perdura a contração
correspondente ao primeiro
✓ A superposição provoca um efeito de esgotamento superior ao normal.
Tipo de contração

✓ O termo contração refere-se à ativação da capacidade de gerar força pelo complexo


actomiosínico das fibras esqueléticas e à concomitante iniciação do ciclo de
movimentos.

✓ Contração não implica, necessariamente, encurtamento muscular

✓ O comprimento do músculo tanto pode diminuir, como permanecer inalterável, ou


mesmo aumentar durante a referida contração, dependendo isso da relação que se
vai estabelecer entre a grandeza da carga externa a ultrapassar e a quantidade de
força que o(s) músculo(s) recrutado(s) consegue(m) gerar.
Tipo de contração

✓ Quando o músculo desenvolve força, se a


carga externa aplicada ao músculo é idêntica
à quantidade de força que este desenvolve,
então não ocorrerá alteração do
comprimento muscular (não há aproximação
entre as inserções musculares). Este tipo de
contração é denominada de isométrica ou
estática
Tipo de contração

✓ Já se a força externa é inferior à força


produzida pelo músculo, então observa-se
uma contração de encurtamento designada
por concêntrica ou miométrica

✓ Se a força externa for superior à força


desenvolvida pelo músculo, então ocorrerá
uma contração de alongamento designada
por excêntrica ou pliométrica

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