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INSTITUTO SUPERIOR DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

MULTIPLEXADOR

TRABALHO DE FIM DE CURSO DE BACHARELATO EM ENGENHARIA DE


TELECOMUNICAÇÕES

AUTOR: ANA DE FÁTIMA FALCÃO - 169


ANTÓNIO JOSÉ DOMINGOS - 270

LUANDA, 2018
INSTITUTO SUPERIOR DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

MULTIPLEXADOR

TRABALHO DE FIM DE CURSO DE BACHARELATO EM ENGENHARIA DE


TELECOMUNICAÇÕES

AUTOR: ANA DE FÁTIMA FALCÃO - 169


ANTÓNIO JOSÉ DOMINGOS - 270

ORIENTADOR: ENGº ERLANDER TIAGO

LUANDA, 2018
Dedicatória

Dedicamos este trabalho aos nossos queridos Pais;

Manuel Pedro António

José Joao Domingos

Madalena Manuel Pedro

ii
Agradecimentos

Os nossos agradecimentos vão para Deus

Ao nosso orientador – Eng. Erlander Tiago

Aos nossos Professores: Eng. Rildo Francisco;

Eng. Milton Alves e;

Eng. Rogério Machado.

iii
Resumo
O presente trabalho tem como tema Multiplexador (mux) tem como objectivo estudar
e aplicar o mux para interligar duas salas de uma empresa, reduzindo o custo de cabos
que seriam necessários, caso ligasse-os sem o uso do mesmo. O trabalho contém três
capítulos, onde o primeiro fala dos sistemas de numeração, das portas lógicas,
etc, terminando com o desenvolvimento dos codificadores/decodificadores. No capítulo 2
é desenvolvido o tema em questão, com tanta expressividade de modo a facilitar
o entendimento do projecto desenvolvido no capítulo 3. Nesse capítulo, isto
é, no capítulo 3, foi simulado uma amostra do sistema sugerido para a interligação
das salas de máquinas e de manutenção e controlo da empresa. Por fim, vem
a conclusão e uma recomendação que se vê necessário ter em conta no acto
da implementação do projecto.

Palavras-chaves: Multiplexador, cabos, portas lógicas, codificadores/decodificadores


e projecto.

iv
Abstract
The present work with the them Multiplexer (mux) has as purpose to study and apply the
mux to interconnect two rooms of a company, reducing the cost of cables that would be
necessary if they were connected without the use of the mux. The work contains three
chapters, where the first talks about numbering systems, logic gates, etc., ending with the
development of encoders/ decoders. In Chapter 2 the topic in question is developed with
such expressiveness as to facilitate the understanding of the project developed in chapter
3. In that chapter, that is, in chapter 3, a simulation of the suggested system for the
interconnection of engine rooms and maintenance and control of the company. Finally,
the conclusion comes from a recommendation that needs to be taken into account when
implementing the project.

Keywords: Multiplexer, cables, logic gates, encoders / decoders and project.

v
Índice
Dedicatória ......................................................................................................................... ii

Agradecimentos ................................................................................................................ iii

Resumo ............................................................................................................................. iv

Abstract .............................................................................................................................. v

Lista de Abreviaturas e Símbolos ....................................................................................... x

A/D- Conversor analógico-digital ........................................................................................ x

Introdução ......................................................................................................................... 1

Situação Problemática ...................................................................................................... 2

Problema de Investigação ................................................................................................. 2

Campo de Acção ............................................................................................................... 2

Objecto de Estudo ............................................................................................................. 2

Objectivos do Trabalho ..................................................................................................... 3

Resumo de Cada Capítulo ................................................................................................ 4

Capítulo I: Fundamentação Teórica .................................................................................. 7

1.1. Conceitos Introdutórios ............................................................................................ 7

1.1.1. Representação Numéricas ................................................................................... 7

vi
1.2. Sistemas Digitais e Analógicos................................................................................ 8

1.2.1. Algumas Limitações das Técnicas Digitais .......................................................... 9

1.2.2. Sistema de Numeração Digital ........................................................................... 10

1.3. Circuitos Lógicos ................................................................................................... 11

1.3.1. Transmissão Paralela e Serial ........................................................................... 12

1.4. Conversões de Um Sistema Para Outro ............................................................... 14

1.5. Portas Lógicas e Álgebra Booleana ...................................................................... 14

1.5.1. Elementos Lógicos Básicos ............................................................................... 14

1.5.2. Função Lógica NOT (não, inversora) ................................................................. 15

1.5.3. Função Lógica Or (Ou)....................................................................................... 17

1.5.4. Função Lógica AND (E) ..................................................................................... 18

1.6. Codificadores/ Decodificadores ............................................................................. 20

1.6.1. Decodificadores ................................................................................................. 20

1.6.2. Decodificador BCD para sete segmentos .......................................................... 21

1.6.3. Codificadores ..................................................................................................... 22

Capitulo II: Explicação do Tema ...................................................................................... 24

2.1 Multiplexadores (MUX) .......................................................................................... 24

2.1.1. Multiplexador Básico de duas entradas.............................................................. 25

2.1.2. Multiplexador de 4 entradas ............................................................................... 26

2.1.3. Multiplexador de 8 entradas (CI 74LS151) ......................................................... 28

2.1.4. Expansão de Multiplexadores ............................................................................ 30

2.1.4. Aplicações de Multiplexadores ........................................................................... 32

2.1.5. Roteamento de Dados ....................................................................................... 33

2.1.6. Conversão Paralelo-Série .................................................................................. 34

2.1.7. Sequenciamento de Operações ......................................................................... 35

2.1.8. Geração de funções Lógicas .............................................................................. 36

Capitulo III: Discussão do Tema...................................................................................... 39

vii
3.1. MUX de oito canais ............................................................................................... 39

3.2. Análise por Software de Simulação (ISIS PROTEUS) .......................................... 39

Conclusão ....................................................................................................................... 42

Recomendação ............................................................................................................... 43

Referências Bibliográficas ............................................................................................... 44

Índice de Figuras
Figura 1.1:Diagrama de bloco de conversão ---------------------------------------------------------- 9
Figura 1. 2:Valores posicionais do sistema de numeração binária. ---------------------------- 11
Figura 1. 3:Mostra que um circuito digital responde a um nível binário(0 ou 1), e não ao
valor exacto de tensão de entrada. ---------------------------------------------------------------- 11
Figura 1. 4:Mostra como ocorre uma transmissão paralela. ------------------------------------- 13
Figura 1. 5:Mostra como é feita a transmissão serial. --------------------------------------------- 13
Figura 1. 6:Mostra o Símbolo da porta NOT. --------------------------------------------------------- 16
Figura 1. 7:Circuito exemplificando a porta NOT. --------------------------------------------------- 16
Figura 1. 8:Mostra o símbolo da porta OR. ----------------------------------------------------------- 17
Figura 1. 9:Circuito que exemplifica o funcionamento da porta OR. --------------------------- 18
Figura 1. 10: Mostra o símbolo da porta AND de duas entradas. ------------------------------- 19
Figura 1. 11:Circuito que descreve o funcionamento da porta AND de duas portas. ------ 19
Figura 1. 12: Decodificador com quatro saída apartir de dois bits de endereços. ---------- 21
Figura 1. 13:Decodificador BCD de 7 segmento acionando um display de 7 segmento a
LED de anodo comum. ------------------------------------------------------------------------------- 22
Figura 1. 14:Símbolo Lógico para um codificador de decimal para BCD --------------------- 23
Figura 2. 1: Diagrama funcional de um multiplexador (MUX) digital--------------------------- 24

Figura 2. 2: Multiplexador de duas entradas---------------------------------------------------------- 26


Figura 2. 3: Símbolo lógico de um multiplexador de 4 bits---------------------------------------- 26

viii
Figura 2. 4: Diagrama lógico para de um mux de 4 entradas ------------------------------------ 28
Figura 2. 5: Diagrama de pinos e símbolo lógico para o CI 74LS151 ------------------------- 29
Figura 2. 6: Diagrama lógico de multiplexador ------------------------------------------------------ 29
Figura 2. 7: MUX de 16 entradas realizado á custa de Mux de 4 entradas ------------------ 31
Figura 2. 8: Esquema eléctrico de um Mux de 32 entradas, a partir de um mux de 4
entradas --------------------------------------------------------------------------------------------------- 32
Figura 2. 9: Sistema para mostrar o valor de dois contadores BCD, um de cada vez ---- 33
Figura 2. 10: Conversor paralelo-série ----------------------------------------------------------------- 34
Figura 2. 11: Sequenciador de controle de sete passos ------------------------------------------ 36
Figura 2. 12: Multiplexador utilizado para implementar uma função lógico descrita pela
tabela de verdade -------------------------------------------------------------------------------------- 37
Figura 3. 1:Ilustração da habilitação do comando IN H do MUX no ISIS PROTEUS.---- 40

Figura 3. 2Ilustração da desabilitação do comando IN H do MUX no ISIS PROTEUS. - 41


Figura 3. 3:Ilustração da habilitação de todas as entradas no ISIS PROTEUS. ------------ 41

Índice de Tabelas
Tabela 1. 1: Tabela de Verdade da função Not. ----------------------------------------------------- 16
Tabela 1. 2:Tabela de Verdade da porta OR. -------------------------------------------------------- 17
Tabela 1. 3:Mostra a Tabela de Verdade da porta OR de três entradas. --------------------- 18
Tabela 1. 4: Tabela de Verdade da porta AND. ----------------------------------------------------- 20
Tabela 1. 5:Tabela de Verdade do decodificador de quatro saída e dois bits de endere-21
Tabela 1. 6:Tabela de verdade do codificador. ------------------------------------------------------ 23
Tabela 2. 1: Tabela de entrada de um mux de 4 entradas ------------------------------------27

Tabela 2. 2: Tabela de verdade do diagrama lógico do multiplexador da figura 2.6 ------- 30


Tabela 2. 3: Tabela de verdade que descreveu a função Z -------------------------------------- 37
Tabela 3. 1: Tabela verdade de um mux de oito canais.----------------------------------------- 39

Tabela 3. 2:Tabela de Verdade do multiplexado de oito entradas. ----------------------------- 40

ix
Lista de Abreviaturas e Símbolos
A/D- Conversor analógico-digital

CI- Circuito integrado

𝐷𝑖 - Entradas de dados

D/A- Conversor digital-analógico

E- Enable (entrada de habilitação)

𝐼𝑖 - Entradas de dados

LBS- Bit menos significativo

Mux- Multiplexador

𝑆𝑖 - Entradas de selecção

𝑣0 - Nível de saída

𝑣𝑖 - Nível de entrada

𝑉𝑐𝑐 - Fonte de tensão de corrente contínua

Z- Saída de dados

x
xi
Introdução
O campo da electrónica actualmente se divide em diversas áreas de actuação como
as áreas da electrónica, de telecomunicações e aeroespaciais, por exemplo. Contudo,
podemos ainda dividir a electrónica em duas grandes ideias que certamente quase todos
estudantes da área já ouviram falar (Exsto, 2008):
 Electrónica analógica;
 Electrónica digital.
A electrónica analógica envolve grandezas com valores contínuos e a electrónica digital
envolve grandezas com valores discretos (Thomas Floyd, 2007).
O termo digital é derivado da forma com que os computadores realizam operações,
contando dígitos. Durante muitos anos, as aplicações da electrónica digital ficaram
confinadas aos sistemas computacionais. Hoje em dia, a tecnologia digital é aplicada
em diversas áreas além da área computacional. Aplicações como televisão, sistemas
de comunicação, radar, sistemas de navegação e direcionamento, sistemas militares,
instrumentação médica, controle de processos industriais e equipamentos electrónicos
de consumo usam técnicas digitais. Ao longo dos anos a tecnologia digital tem
progredido desde os circuitos com válvulas, passando pelos circuitos com transístores
discretos, até os circuitos integrados complexos, alguns dos quais contêm milhões
de transístores (Thomas Floyd, 2007).
Dentro deste desenvolvimento da electrónica digital e atendendo a necessidade de envio
de diversos dados (sinais eléctricos) proveniente de diversas fontes sem gastar muitos
recursos, surgi o multiplexador. O multiplexador realiza a técnica de multiplexação,
que é o processo de transmissão de vários sinais usando uma única linha
de comunicação. Multiplexar é enviar um certo número de canais através do mesmo
meio de transmissão. Este trabalho desenvolve este assunto, desde os conceitos mais
básicos como portas lógicas, até algumas aplicações, terminando com a solução
do problema apresentado abaixo, usando o multiplexador.

1
Situação Problemática
Em uma empresa industrial existe uma sala de máquinas na qual estão instalados
4 bombas. Cada um dos motores das bombas é dotado de um termóstato, o qual fecha
um contacto caso a temperatura no meio do enrolamento do seu estator atinja o valor
de 95ºC. Distante cerca de 200 metros da sala de máquinas, encontra-se a sala
de comandos e monitoração, na qual deseja-se instalar um pequeno painel monitor com
quatro indicadores luminosos que representem os estados dos termóstatos dos motores.
Em virtude da grande distância, o custo dos cabos para a transmissão dos sinais entre
a sala de máquinas e a sala de comandos e monitorição é muito relevante. Assim,
sugere-se que se faça uso de um sistema que propicie a economia de fios do cabo.

Problema de Investigação
Como estabelecer a comunicação entre a sala de máquinas à sala de comandos
e monitoração sem o uso excessivos de cabos de dados?

Campo de Acção
Sistemas digitais.

Objecto de Estudo
Sistema de interligação da sala de máquinas à sala de comandos e monitoração
que permite a redução de custos com os cabos de dados a serem utilizados.

2
Objectivos do Trabalho
Objectivo Geral

Projectar um circuito electrónico usando o multiplexador, que permite a comunicação


entre a sala de máquinas e a sala de comando e monitoração que reduz ao máximo os
custos com os cabos de dados.

Objectivos Específicos

 Apresentar os conceitos principais em torno dos multiplexadores;


 Definir multiplexador, seu funcionamento e algumas aplicações;
 Descrever os passos da concepção do sistema de interligação.

3
Resumo de Cada Capítulo
Capítulo I: Fundamentação Teórica
1.1.1.Sistema de Numeração Digital

Muitos sistemas de numeração são usados na tecnologia digital. Os mais destacados


são o decimal, binário, octal e o hexadecimal. O sistema de numeração decimal
e naturalmente o sistema familiar para todos, uma vez que é uma ferramenta que
utilizamos todos dias.

Sistemas de Numeração Decimal

Este sistema é composto de dez algarismos ou símbolos. Estes símbolos


são 0.1,2,3,4,5,6,7,8 e 9. Utilizando estes símbolos como dígitos de um número,
podemos expressar qualquer quantidade. O sistema decimal é também chamado
de sistema de base 10 porque possui dez dígitos e evoluiu naturalmente do facto de que
as pessoas têm dez dedos. De facto a palavra “dígito” é derivada da palavra latina para
designar dedos.

Sistemas de Numeração Binário

Infelizmente o sistema decimal não presta para ser implementados satisfatoriamente


em sistemas digitais. Pois é bastante difícil projectar um equipamento electrónico
que possa trabalhar com 10 níveis diferentes de tensão. Por outro lado é muito fácil
implementar circuitos electrónicos simples e preciso que operem somente com dois
níveis de tensão. Por esta razão, quase todo sistema digital usa o sistema de numeração
binário (base 2) como sistema de numeração básico para suas operações. No sistema
binário existem apenas dois símbolos ou valores possíveis para todos os dígitos 0 e 1.
Ainda assim, este sistema de base 2 pode ser usado para representar qualquer valor
que possa ser representado no sistema decimal ou qualquer outro sistema. O sistema
binário também é um sistema de valor posicional, onde cada dígito binário possui
o seu próprio valor ou peso expresso como uma potência de base 2 (Thomas L.Floyd,
2007). A figura abaixo ilustra esta situação.

4
1.2.Portas Lógicas e Álgebra Booleana
Circuitos digitais (lógicos) operam de modo binário onde cada tensão de saída
ou entrada tem o valor 0 ou 1. As designações 0 e 1 representam intervalos de tensão
predefinidos. Esta característica dos circuitos digitais nos permite utilizar a álgebra
booleana, como ferramenta de análise e projecto de circuitos digitais. A álgebra
de booleana é uma ferramenta matemática relativamente simples que nos permite
descrever a relação entre a(s) saída(s) de um circuito lógico e suas entradas através
de uma equação (expressão booleana). Neste trabalho falaremos dos circuitos lógicos
mais elementar, as portas lógicas que são os blocos fundamentais a partir dos quais
todos os outros circuitos lógicos e sistemas digitais são construídos (Thomas L.Floyd,
2007).

1.6.Codificadores/ Decodificadores
As informações que os circuitos lógicos produzem está na forma binária ou em outras
formas que não são compreendidas facilmente pelo usuário, ou ainda que não possam
ser utilizada pelos circuitos seguintes do equipamento. Isso Implica na necessidade
de se ter circuitos que processam informação codificada de modo a transformá-la
em outra que possam ser usada por dispositivos ou circuitos.

Podemos ter, por exemplo, a necessidade de apresentar um valor numérico na forma


decimal apartir de um valor binário ou produzir um pulso em um determinado endereço
numa memória a partir de uma informação binária deste endereço. Nas aplicações
digitais encontramos diversos tipos de decodificadores, que serão visto agora
(Exto,2008).

Capitulo II: Explicação do Tema

2.1.Multiplexadores (MUX)
Depois de vermos os conceitos mais simples da lógica binária, suas portas lógicas
básicas e seus principais equacionamentos, estamos prontos para estudar a utilização
prática da electrónica digital. Isto consiste na implementação destes componentes
lógicos para executarem acções que proporcionem utilidade prática. (Exsto; 2008)
Os circuitos combinatórios são os responsáveis pelas operações lógicas e aritméticas
dentro de um sistema digital. Então além das operações lógicas e aritméticas como
5
adição, subtracção complementação, etc. Existem outras funções necessárias para
a realização de conexões entre os diversos operadores. Dentre essas funções está
a multiplexação. Os elementos que realizam essa última operação são denominados
multiplexadores. A seguir, veremos como tais circuitos são constituídos. (Exsto; 2008)
Um multiplexador (MUX) é um dispositivo que permite que informações digitais
de diversas fontes sejam encaminhadas para uma única linha para serem transmitidas
nessa linha para um destino comum. Um multiplexador básico tem várias linhas
de entrada de dados e uma única linha de saída. Ele também possui entradas
de selecção de dados, as quais permitem que os dados digitais de quaisquer entradas
sejam comutados para a linha de saída. Os multiplexadores também são conhecidos
como selectores de dados (Thomas Floyd; 2007).

2.14.Aplicações de Multiplexadores

Circuitos multiplexadores encontram números diversos aplicações em sistemas digitais


de todos os tipos. Estas aplicações incluem selecção de dados, sequenciamento
de operações, conversões paralelo-série, geração de formas de onda e de funções
lógicas. (Ronald J. Tocci; 2000).

Capitulo III: Discussão do Tema


No projecto em questão, um multiplexador é usado para interligar as duas salas,
já referenciado na problemática do trabalho. Para tal um multiplexador de 4 entradas
seria necessário para a validação do projecto. Tendo em conta a variedade de MUX
existentes no mercado, optou-se para a validação do projecto a utilização de um MUX
de 8 entradas, pensando numa necessidade de se expandir futuramente o número
de máquinas na sala de máquinas. Para tal, fez-se a simulação do respectivo MUX,
através do simulador ISIS PROTEUS.

6
Capítulo I: Fundamentação Teórica

1.1. Conceitos Introdutórios

No mundo actual, o termo digital tornou-se parte do nosso vocabulário no dia-a-dia por
causa da maneira profunda pela qual os circuitos e as técnicas digitais tornaram-se
amplamente utilizados em quase todas as áreas de nossas vidas, como: computadores,
automação, robôs, medicina, transporte, entretenimento, exploração de espaço, etc. Em
função deste trabalho estará prestes a começar uma excitante jornada, na qual
descobrirás os princípios fundamentais, os conceitos e as operações que são comuns
a todos os sistemas digitais, desde a mais simples chaves liga-desliga até o mais
complexo computador. Com este trabalho pode-se adquirir um conhecimento básico
quanto a funcionalidade de sistemas digitais e deverá estar apto a aplicar este
conhecimento na análise e manutenção de alguns sistemas básico digitais
(Ronald J.Tocci,2000)

1.1.1. Representação Numérica

Em quase todos os ramos como na ciência, tecnologia, nos negócios e na verdade


em todos os campos, estamos constantemente ligados com quantidades. Na verdade
quantidade são medidas, monitoradas, gravadas, manipuladas aritmeticamente,
observadas, ou de alguma forma utilizadas na maioria dos sistemas físicos.

É importante acrescentar que ao lidarmos com várias quantidades sejamos capazes


de representar seus valores de modos eficiente e exacto. Portanto existem basicamente
duas formas de representar o valor numérico de quantidade que são: forma analógica
e forma digital (Ronald J.Tocci, 2000).

Representação na Forma Analógica

Quando está a se representar a forma analógica é importante saber que o valor


da quantidade é proporcional ao valor de uma tensão ou corrente, ou ainda de uma
medida de movimento.

7
Quantidades representadas na forma analógica tais como tensão, corrente, velocidade,
etc. possuem uma característica importante ou seja elas podem variar em um
determinado intervalo contínuo de valores.

Representação na Forma Digital

As quantidades são representadas não por outras quantidades proporcionais, mas por
símbolos chamados dígitos.

Em outras palavras, esta forma de representação digital das horas do dia varia
em passos discretos, quando comparada com a representação fornecida por um relógio
analógico, em que as mudanças no mostrador ocorrem de modo contínuo
(Ronald J. Tocci, 2000).

1.2. Sistemas Digitais e Analógicos

Como fala-se de dois sistemas vamos primeiramente conhecer o sistema digital e depois
o analógico.

Sistema Digitais

Como sendo uma combinação de dispositivo projectados para lidar com informações
lógicas ou com quantidades físicas representadas de forma digital, isto é, estas
quantidades só podem assumir valores discretos.

Estes dispositivos são geralmente electrónicos, mas também podem ser mecânicos,
magnéticos ou pneumático.

Dentre os sistemas digitais os mais comuns podemos destacar computadores,


calculadora digital, equipamentos de áudio e vídeo digital e os sistemas telefônicos – o
maior sistema digital no mundo (Ronaldo J. Tocci, 2000).

Sistema Analógicos

Um sistema analógico contém dispositivos que podem manipular quantidades físicas


que são representadas de forma analógica. Em um sistema analógico, as quantidades
físicas podem variar sobre um intervalo contínuo de valores. Amplitude do sinal de saída
de um receptor de rádio pode ter qualquer valor entre zero e o limite máximo, então este
exemplo é típico para um sistema analógico (Ronald J. Tocci, 2000).
8
1.2.1. Algumas Limitações das Técnicas Digitais

Quando utilizamos técnicas digitais percebe-se que existe apenas uma única
desvantagem.

De um modo geral sabemos que o mundo real é quase totalmente analógico, a maioria
das quantidades físicas é originalmente analógica e elas são frequentemente
as entradas e saídas monitoradas, operadas e controladas por um sistema. Dentre estes
casos podemos encontrar: temperatura, pressão, posição, velocidade, nível de líquidos,
vazão etc. A figura abaixo ilustra esta situação (Ronald J. Tocci, 2000)

Para tirar proveito das técnicas digitais quando estivermos lidando com entradas
e saídas analógicas, deve-se obedecer três passos:

1- Converter as entradas analógicas para a forma digital.


2- Processar a informação digital.
3- Converter as saídas digitais de volta à forma analógica.

Figura 1.1:Diagrama de bloco de conversão

Fonte: Ronald J.Tocci, 2000

A figura acima, mostra um diagrama em bloco de um sistema típico de controlo


de temperatura.

Como se pode ver no diagrama, a temperatura é medida por um dispositivo analógico


e o valor medido é então convertido para uma representação na forma digital por um
conversor analógico/digital (A/D). Esta é, então, processada por um circuito digital. A
saída digital é então convertida de volta à forma analógica por um conversor

9
digital/analógico (D/A). Esta saída analógica é fornecida como entrada a um controlador
que realiza algum tipo de acção para ajustar a temperatura (Ronald J. Tocci,2000).

1.2.2. Sistema de Numeração Digital

Muitos sistemas de numeração são usados na tecnologia digital. Os mais destacados


são o decimal, binário, octal e o hexadecimal. O sistema de numeração decimal
é naturalmente o sistema familiar para todos, uma vez que é uma ferramenta que
utilizamos todos dias.

Sistemas de Numeração Decimal

Este sistema é composto de dez algarismo ou símbolos. Estes símbolos são


0.1,2,3,4,5,6,7,8 e 9. Utilizando estes símbolos como dígitos de um número, podemos
expressar qualquer quantidade. O sistema decimal é também chamado de sistema
de base 10 porque possui dez dígitos e evoluiu naturalmente do facto de que as pessoas
têm dez dedos. De facto a palavra “dígito” é derivada da palavra latina para designar
dedos.

Sistemas de Numeração Binário

Infelizmente o sistema decimal não presta para ser implementados satisfatoriamente


em sistemas digitais. Pois é bastante difícil projectar um equipamento electrónico
que possa trabalhar com 10 níveis diferentes de tensão. Por outro lado é muito fácil
implementar circuitos electrónicos simples e preciso que operem somente com dois
níveis de tensão. Por esta razão, quase todo sistema digital usa o sistema de numeração
binário (base 2) como sistema de numeração básico para suas operações. No sistema
binário existem apenas dois símbolos ou valores possíveis para todos os dígitos 0 e 1.
Ainda assim, este sistema de base 2 pode ser usado para representar qualquer valor
que possa ser representado no sistema decimal ou qualquer outro sistema. O sistema
binário também é um sistema de valor posicional, onde cada dígito binário possui
o seu próprio valor ou peso expresso como uma potência de base 2 (Thomas L.Floyd,
2007). A figura abaixo ilustra esta situação.

10
Figura 1. 2:Valores posicionais do sistema de numeração binária.

Fonte:Ronald J.Tocci,2000

1.3. Circuitos Lógicos

Circuitos lógicos são projectado para produzir tensões de saídas que estejam dentro
dos intervalos determinados para os binários 0 e 1, como os definidos na figura abaixo.

Figura 1. 3:Mostra que um circuito digital responde a um nível binário(0 ou 1), e não ao valor exacto de tensão de
entrada.

Fonte: Ronald J.Tocci, 2000

Da mesma maneira, circuitos digitais são projectados para responder, de modo


previsível, as tensões de entradas que estejam dentro dos intervalos definidos para
0 e 1.Isto significa que um circuito digital responderá do mesmo modo a todas
as tensões de entradas que estiverem dentro do intervalo permitido para o 0: de maneira

11
semelhante, ele não distinguirá entre tensões de entrada que estejam dentro do intervalo
permitido para 1. A figura acima representa um típico circuito digital, com entrada 𝑣𝑖
e saída 𝑣𝑜 mostramos a saída. Correspondente a dois sinais de entradas diferentes.
Observe que 𝑣𝑜 é o mesmo em ambos os casos, porque embora as duas formas
de onda de entrada possuam diferentes valores de tensão, elas possuem o mesmo valor
binário.

A maneira pela qual um circuito digital responde uma entrada é chamada de lógica
do circuito.

Cada tipo de circuito digital obedece a um conjunto de regras lógicas. Por esta razão,
circuitos digitais também são chamados de circuitos lógicos.

Quase todos os circuitos digitais existentes nos sistemas digitais modernos são circuitos
integrados (CI). A grande variedade de CIs lógicos disponível tornou possível
a construção de sistemas digitais complexos menores e mais confiáveis do que aqueles
construido com circuitos lógicos discretos. Existem diversas tecnologias de fabricação
utilizadas para produzir CIs digitais, e as mais comuns são: TTL, CMOS, NMOS, etc
(Thomas L.Floyd,2007).

1.3.1. Transmissão Paralela e Serial

Uma das operações mais comuns que ocorrem em sistemas digitais é a transmissão
de informação de um ponto para outro. A informação pode ser transmitida através
de uma distância tão pequena quanto alguns centímetros, numa mesma placa
de circuito, ou tão grande quando uma distância de muitos quilómetros quando
um operador num terminal de computador, está se comunicando com um computador
em outra cidade. A informação que é transmitida está na forma binária e é geralmente
representada por tensões nas saídas de um circuito emissor, que são conectadas
nas entradas de um circuito receptor. A figura abaixo ilustra os dois métodos básicos
para a transmissão de informação digital o paralelo e o serial (Ronald J. Tocci,2000).

12
Figura 1. 4:Mostra como ocorre uma transmissão paralela.

Fonte: Ronald J.Tocci,2000

Figura 1. 5:Mostra como é feita a transmissão serial.

Fonte: Ronald J.Tocci, 2000

13
1.4. Conversões de Um Sistema Para Outro

Binário-Decimal

Conforme já explicado acima, o sistema de numeração binário é um sistema posicional


em que cada dígito binário (bit) tem um certo peso de acordo com a sua posição relativa
ao LBS (bit menos significativo). Qualquer número binário pode ser obtido o seu
equivalente decimal simplesmente somando-se os pesos das várias posições que
contiverem 1 no número binário.

Decimal-Binário

Existem duas formas de converter um número decimal inteiro para a representação


equivalente no sistema de numeração binário. O número decimal é simplesmente
representado como uma soma de potência de base 2, e então 1 e 0 são escritos
nas posições de bits apropriado (Ronald J. Tocci, 2000).

1.5. Portas Lógicas e Álgebra Booleana

Circuitos digitais (lógicos) operam de modo binário onde cada tensão de saída
ou entrada tem o valor 0 ou 1. As designações 0 e 1 representam intervalos de tensão
predefinidos. Esta característica dos circuitos digitais nos permite utilizar a álgebra
booleana, como ferramenta de análise e projecto de circuitos digitais. A álgebra
de booleana é uma ferramenta matemática relativamente simples que nos permite
descrever a relação entre a(s) saída(s) de um circuito lógico e suas entradas através
de uma equação (expressão booleana). Neste trabalho falaremos dos circuitos lógicos
mais elementar, as portas lógicas que são os blocos fundamentais a partir dos quais
todos os outros circuitos lógicos e sistemas digitais são construídos
(Thomas L.Floyd, 2007).

1.5.1. Elementos Lógicos Básicos

Nós diariamente executamos diversas acções que dependem da lógica, por exemplo,
decisões como, Se eu ficar rico eu compro um barco. Então, temos uma condição,
pois só acontecerá a compra do barco se ele ficar rico, caso não fique não acontecerá
a compra do barco. Visto isto, sabe-se que executamos diariamente operação lógicas,

14
sendo as mais comuns as que envolvem números, ou seja, quantidades que podem
variar ou variáveis, representando uma soma como: S=A+B (Thomas L.Floyd, 2007).

Podemos ver que o valor da variável S será dependente dos valores que A e B
assumirão. Então, podemos dizer que as variáveis A e B são independentes e que S
é dependente dos valores de A e B. Porém existe operações mais simples que a soma,
e que são simplesmente implantadas considerando a álgebra booleana (Exto, 2008).

É interessante observar que com um pequeno número de operações lógicas podemos


alcançar a uma infinidade de operações mais complexas, como as utilizadas nos PCs
actuais e que, repetidas em grande quantidades ou levadas a um grau de complexidade
muito grande, nos fazem até acreditar que a máquina tenha algum nível de inteligência.
Isso na realidade é a associação de vários circuitos simples levando ao um
comportamento complexo de muitos circuitos digitais.

Estes circuitos simples são denominados blocos lógicos ou, mais comummente, portas
lógicas que são compostos de uma ou mais entradas e uma ou mais saídas. O resultado
proveniente da(s) entrada(s)é executado pelo circuito lógico gerando uma saída depende
da(s) entradas. Em outras palavras, a resposta que cada circuito lógico dá para uma
determinada entrada ou entradas depende da regra booleana que este circuito segue.
Com isso, vemos que para chegamos a entender como um computador funciona,
com sua alta capacidade de resolução de problemas, temos que começar entendendo
como ele faz as operações elementares usando as portas lógicas e quais são essas
portas (Exto, 2008).

Por este motivo, depois de analisarmos o funcionamento das operações lógicas vamos
associá-las a álgebra de boole.

1.5.2. Função Lógica NOT (não, inversora)

Esta função é a mais básica de todas as funções lógicas que possam ver, ela pode ser
também nomeada como NOT, através da nomenclatura inglesa da função da porta. Sua
função é negar uma afirmação, ou seja, como na álgebra de boole só existe duas
respostas possíveis para uma pergunta, esta função inverte a resposta, fazendo uma
afirmação verdadeira ficar falsa e vice-versa. O circuito lógico que realiza esta função
é denominado inversor (Exto, 2008).

15
Figura 1. 6:Mostra o Símbolo da porta NOT.

Fonte:Apostila de electrónica digital da Exto,2008

Analisando o comportamento deste circuito lógico inversor, vemos que quando a saída
é verdadeira, a entrada é falsa, ou que apresenta o nível zero, quando a entrada
é um e vice-versa. Podemos associar a ele uma tabela que será muito útil para
representar esta função lógica e esta tabela será usada para todos os outros circuitos
lógicos posteriores para estudarmos melhor o seu funcionamento (Exto, 2008).

Tabela 1. 1: Tabela de Verdade da função Not.

Entrada Saída
0 1
1 0

Esta tabela mostra o que ocorre com a saída da função quando colocamos na entrada
todas as combinações possíveis de níveis lógicos. Dizemos que se trata de uma tabela
de verdade. O símbolo adoptado para representar esta função está na figura 1. Este
circuito lógico pode ter o seu funcionamento demonstrado através de um circuito
electrónico simples e de rápida compreensão (Exto, 2008).

Figura 1. 7:Circuito exemplificando a porta NOT.

Fonte: Apostila de eletrônica digital da EXTO, 2008

Neste circuito temos uma lâmpada que, acesa, indica o nível 1 na saída e apagada,
indica o nível 0. Quando a chave estiver na posição A, a chave estará fechada

16
(nível um), mas a lâmpada estará apagada (nível 0), pois o fluxo de corrente não
passará pela lâmpada, mas pelo curto provocado pela chave. Contudo, quando a chave
estiver aberta, ou seja, na posição B (nível 0) o fluxo de corrente passará todo pela
lâmpada fazendo com que ela acenda. Esta maneira de simular funções lógicas com
lâmpadas indicando a saída e chave indicando entrada, é bastante interessante pela
facilidade com que vemos o funcionamento do circuito lógico (Exto, 2008).

1.5.3. Função Lógica Or (Ou)

Em circuitos digitais, uma porta OR é um circuito que possui duas ou mais entradas
e cuja saída é igual a combinação das entradas através da função lógica OR. A figura
abaixo mostra o símbolo para uma porta OR de duas entradas. As entradas A e B são
níveis lógicos de tensão, e a saída S é o nível de tensão cujo valor é o resultado
da função OR sobre as entradas A e B, isto é S=A+B. Em outras palavras, a porta
or funciona de tal modo que sua saída será ALTA (nível 1) se A ou B ou ambas forem
iguais a 1. A saída da porta OR será BAIXA (nível lógico 0) apenas se todas as entradas
forem iguais a 0. Esta mesma ideia pode ser estendida para um número maior
de entradas (Ronald J.Tocci, 2000).

Figura 1. 8:Mostra o símbolo da porta OR.

Fonte: Apostila de electrónica digital da EXTO,2008

Tabela 1. 2:Tabela de Verdade da porta OR.

A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1

17
Para o caso de três entradas temos o seguinte circuito e a seguinte tabela.

Figura 1. 9:Circuito que exemplifica o funcionamento da porta OR.

Fonte: Apostila de electrónica digital da EXTO, 2008

Tabela 1. 3:Mostra a Tabela de Verdade da porta OR de três entradas.

A B C S
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 1
0 1 1 1
1 0 0 1
1 0 1 1
1 0 1
1 1 1 1

Através da análise do circuito acima consegue-se construir a tabela de verdade sem


nenhum problema, consegue-se observar com clareza que a lâmpada estará apagada
quando todas as entradas estiverem em nível lógico baixo (nível zero) e acesa quando
pelo menos uma das entradas estiver com nível lógico ALTO (nível um).

1.5.4. Função Lógica AND (E)

Uma porta AND é uma das portas básicas que pode ser combinada para formar qualquer
função lógica. Uma porta AND pode ter duas ou mais entradas e realizar uma operação
conhecida como multiplicação lógica. Uma porta AND produz uma saída de nível ALTO
apenas quando todas as entradas forem nível ALTO. Quando qualquer uma das
18
entradas for nível BAIXO, a saída será nível BAIXO. Portanto, o propósito básico
da porta AND é determinar quando certas condições são simultaneamente verdadeiras,
conforme indicado pelos níveis ALTO em todas as entradas e para produzir um nível
ALTO na saída para indicar que todas essas condições são verdadeiras: As entradas
da porta AND de 2 entradas (Thomas L.Floyd, 2007).

Figura 1. 10: Mostra o símbolo da porta AND de duas entradas.

Fonte: Apostila de electrónica digital da EXTO, 2008

Em função da porta lógica AND de duas entradas podemos analisar como o seu
funcionamento é descrito através de um circuito discreto. A figura abaixo ilustra este
circuito.

Figura 1. 11:Circuito que descreve o funcionamento da porta AND de duas portas.

Fonte: Apostila de electrónica digital da EXTO,2008

19
Tabela 1. 4: Tabela de Verdade da porta AND.

A B C
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1

1.6. Codificadores/ Decodificadores

As informações que os circuitos lógicos produzem está na forma binária ou em outras


formas que não são compreendidas facilmente pelo usuário, ou ainda que não possam
ser utilizada pelos circuitos seguintes do equipamento. Isso Implica na necessidade
de se ter circuitos que processam informação codificada de modo a transformá-la
em outra que possam ser usada por dispositivos ou circuitos.

Podemos ter, por exemplo, a necessidade de apresentar um valor numérico na forma


decimal apartir de um valor binário ou produzir um pulso em um determinado endereço
numa memória a partir de uma informação binária deste endereço. Nas aplicações
digitais encontramos diversos tipos de decodificadores, que serão vistos agora
(Exto,2008).

1.6.1. Decodificadores

Um decodificador é um circuito digital que detecta a presença de uma combinação


específica de bits (código) em suas entradas indicando a presença desse código através
de um nível de saída especificado. Em sua forma geral um codificador tem n linhas
de entradas para manipular 𝑛 bits e de uma a 2𝑛 linhas de saída para indicar a presença
de uma ou mais combinações de 𝑛bits. Os princípios básicos podem ser estendido para
outros tipos de decodificadores (Thomas L.Floyd, 2007).

O circuito que aqui temos decodificam um sinal 𝑛 dígitos para uma de 2𝑛 saída. Com
isso, para dois dígitos ou linhas de entradas, temo 2x2 linhas de saída. Para três linhas
de entrada, temos 2x2x2 linhas de saída ou 8, assim por diante. Agora para
compreender como este tipo de decodificador funciona, vamos pegar sua configuração
mais simples com duas linhas de entradas e quatro de saída, usando quatro portas
NÃO-E e inversores (NÃO). Este circuito acciona apenas uma das saídas a partir das
quatro combinações possíveis do sinal de entrada (Exto, 2008).

20
Figura 1. 12: Decodificador com quatro saída apartir de dois bits de endereços.

Fonte:Apostila de eletrônica digital da EXTO,2008.

Tabela 1. 5:Tabela de Verdade do decodificador de quatro saída e dois bits de endereço.

A B 𝑺𝟏 𝑺𝟐 𝑺𝟑 𝑺𝟒
0 0 0 1 1 1
0 1 1 0 1 1
1 0 1 1 0 1
1 1 1 1 1 0

Entretanto, o ideal é que observe o funcionamento de cada porta lógica e suas


combinações, pois isso facilitará a compreensão de funcionamento do circuito como
um todo.

Nunca devemos esquecer de como são formados os componentes integrados


que usamos para que não fiquemos dependentes de uma só implementação. Aplicação
possível para este circuito pode ser facilmente imaginadas como por exemplo,
um circuito em que um contador binário é ligado a um destes decodificadores de modo
a fazer o accionamento sequencial de lâmpadas. Para determinar a velocidade com
que as lâmpadas acendem, é só modificar o tempo de clock. Através da modificação
do circuito oscilador (Exto, 2008).

1.6.2. Decodificador BCD para sete segmentos

A maioria dos equipamentos digitais tem algum meio para mostrar as informações num
formato, que pode ser prontamente compreendido pelo usuário ou operador.

21
Estas informações frequentemente são dados numéricos, mas também podem ser
alfanuméricos (número e letras). Um dos métodos mais simples e populares para
apresentação de dígitos numéricos usa uma configuração de 7 segmentos para formar
os caracteres decimais de 0 à 9 e algumas vezes os caracteres hexadecimas de A até F
(Ronald J.Tocci, 2000).

Figura 1. 13:Decodificador BCD de 7 segmento acionando um display de 7 segmento a LED de anodo comum.

Fonte: RONALD J.TOCCI, 2000

1.6.3. Codificadores

Um codificador é um circuito lógico que realiza essencialmente a função inversa


do decodificador. Um decodificador aceita um nível activo em uma de suas entradas
representando um dígito, tal como um dígito decimal ou octal, e o converte em uma
saída codificada, tal como binário ou BCD. Codificador também podem ser
implementados, para codificar vários símbolos e caracteres ou números para uma forma
codificada é denominado codificação (Thomas L.Floyd, 2007).

22
Figura 1. 14:Símbolo Lógico para um codificador de decimal para BCD

Fonte: THOMAS L. FLOYD,2007

Tabela 1. 6:Tabela de verdade do codificador.

Dígito C.BCD
Decimal
𝑨𝟑 𝑨𝟐 𝑨𝟏 𝑨𝟎
0 0 0 0 0
1 0 0 0 1
2 0 0 1 0
3 0 0 1 1
4 0 1 0 0
5 0 1 0 1
6 0 1 1 0
7 0 1 1 1
8 1 0 0 0
9 1 0 0 1

23
Capitulo II: Explicação do Tema

2.1 Multiplexadores (MUX)

Depois de vermos os conceitos mais simples da lógica binária, suas portas lógicas
básicas e seus principais equacionamentos, estamos prontos para estudar a utilização
prática da electrónica digital. Isto consiste na implementação destes componentes
lógicos para executarem acções que proporcionem utilidade prática. (Exsto; 2008)
Os circuitos combinatórios são os responsáveis pelas operações lógicas e aritméticas
dentro de um sistema digital. Então além das operações lógicas e aritméticas como
adição, subtracção, complementação, etc. Existem outras funções necessárias para
a realização de conexões entre os diversos operadores. Dentre essas funções está
a multiplexação. Os elementos que realizam essa última operação são denominados
multiplexadores. A seguir, veremos como tais circuitos são constituídos. (Exsto; 2008)
Um multiplexador (MUX) é um dispositivo que permite que informações digitais
de diversas fontes sejam encaminhadas para uma única linha para serem transmitidas
nessa linha para um destino comum. Um multiplexador básico tem várias linhas
de entrada de dados e uma única linha de saída. Ele também possui entradas
de selecção de dados, as quais permitem que os dados digitais de quaisquer entradas
sejam comutados para a linha de saída. Os multiplexadores também são conhecidos
como selectores de dados. (Thomas Floyd; 2007)

Figura 2. 1: Diagrama funcional de um multiplexador (MUX) digital

Fonte: Ronald J. Tocci; 2000

24
Um multiplexador tem, portanto, 2𝑛 entradas de dados das quais selecciona uma,
e entrada de controlo ou de selecção que permitem escolher a entrada de dados que,
em cada momento, vê encaminhado o nível de tensão nela aplicado para a saída
de dados do multiplexador (Carlos Sêrro, IST- 2005).

As entradas e saídas são desenhadas como setas mais largas em vez de linhas, isto
indica que elas podem, na verdade, representar mais do que uma linha de sinal.
(Ronald J. Tocci; 2000)

O multiplexador actua como uma chave digital controlada de várias posições, onde
o código digital aplicado nas entradas de selecção controla qual entrada de dados será
chaveada para saída. Por exemplo, a saída Z será igual a entrada de dados 𝐼0 para um
determinado código de selecção; Z será igual a 𝐼1 para um outro determinado código
de selecção; e assim por diante. Em outras palavras, um multiplexador selecciona
1 entre N dados de entrada e transmite o dado seleccionado para um único canal
de saída. Isto é chamado de multiplexação (Ronald J. Tocci; 2000).

2.1.1. Multiplexador Básico de duas entradas


A figura 2.2 representa o circuito lógico para um multiplexador de duas entradas,
com as entradas de dados 𝐼0 e 𝐼1 , e uma entrada de seleção S. O nível lógico aplicado
na entrada S determina qual das portas AND é habilitada, de modo que seu dado passe
pela porta OR para a saída Z. Analisando de outra maneira, a expressão booleana
(Ronald J. Tocci; 2007).

𝑍 = 𝐼0 . 𝑆 − + 𝐼1 𝑆 (2.1)

25
Figura 2. 2: Multiplexador de duas entradas

Fonte: Ronald J. Tocci

Com S=0 esta expressão se torna

𝑍 = 𝐼0 . 1 + 𝐼1 . 0 → 𝑍 = 𝐼0 A porta 2 habilitada.

Que indica que 𝑍 será idêntica ao sinal de entrada 𝐼0 , que pode ser um nível lógico
variante no tempo. Com S=1, a expressão se torna.

𝑍 = 𝐼0 . 0 + 𝐼1 . 1 → 𝑍 = 𝐼1 A porta 1 habilitada.

2.1.2. Multiplexador de 4 entradas


A figura abaixo mostra o símbolo lógico de um multiplexador (MUX) de 4 bits. Observe
que existe duas linhas de selecção de dados porque com dois bits de selecção, qualquer
uma das quatro linhas de dados pode ser seleccionada (Thomas Floyd).

Figura 2. 3: Símbolo lógico de um multiplexador de 4 bits

Fonte: Thomas Floyd, 2007

Na Figura 2.2 os pinos 𝑆1, 𝑆0 são as entradas de selecção e os 𝐷0 , 𝐷1 , 𝐷2 e 𝐷3 são


as entradas de dados e Y é a saída. Um código de 2 bits nas entradas de selecção
de dados (S) permite que o dado na entrada seleccionada passe para a saída de dados.
Se um binário 0 (𝑆1 = 0 e 𝑆0 = 0) for aplicado nas linhas de selecção de dados, o dado
na entrada D0 aparece na linha de saída de dados. Se um binário 1 (𝑆1 = 0 e 𝑆0 = 1)
for aplicado nas linhas de selecção de dados, o dado na entrada D1 aparece na linha
de saída de dados. Se um binário 2 (𝑆1 = 1 e 𝑆0 = 0) for aplicado, o dado na entrada D2
aparece na linha de saída de dados. Se um binário 3 (𝑆1 = 1 e 𝑆0 = 1) for aplicado, o dado

26
na entrada D3 é comutado para a linha de saída de dados. A Tabela 2.1 mostra
um resumo dessa operação (Thomas Floyd;2007).

Tabela 2. 1: Tabela de entrada de um mux de 4 entradas

Entradas de selecção de dados Entradas seleccionadas


𝑺𝟏 𝑺𝟎
0 0 𝐷0
0 1 𝐷1
1 0 𝐷2
1 1 𝐷3

Agora vamos pensar no circuito lógico necessário para realizar essa operação
de multiplexação.

A saída de dados é igual ao estado da entrada seleccionada. Portanto, podemos deduzir


uma expressão para a saída em termos da entrada de dados e das entradas
de selecção.
A saída de dados é igual a 𝐷0 apenas se 𝑆1 = 0 e 𝑆0 = 0: 𝐷0 𝑆 −1 𝑆 − 0
A saída de dados é igual a 𝐷1 apenas se 𝑆1 = 0 e 𝑆0 = 1: 𝐷1 𝑆 −1 𝑆0
A saída de dados é igual a 𝐷2 apenas se 𝑆1 = 1 e 𝑆0 = 0: 𝐷2 𝑆1 𝑆 − 0
A saída de dados é igual a 𝐷3 apenas se 𝑆1 = 1 e 𝑆0 = 1: 𝐷3 𝑆1 𝑆0

Quando esses termos são relacionados por uma operação OR, a expressão total para
a saída de dados é :

𝑌 = 𝐷0 𝑆 −1 𝑆 − 0 + 𝐷1 𝑆 −1 𝑆0 + 𝐷2 𝑆1 𝑆 − 0 + 𝐷3 𝑆1 𝑆0 (2.2)

A implementação dessa equação requer quatro portas AND de três entradas, uma porta
OR de 4 entradas dois inversores para gerar o complemento de 𝑆1 e 𝑆0 conforme
podemos observar na figura 2.4. Como os dados podem ser seleccionadas a partir
de qualquer uma das linhas de entradas, esse circuito também é denominado de selector
de dados. (Thomas Floyd; 2007).

27
Figura 2. 4: Diagrama lógico para de um mux de 4 entradas

Fonte: Thomas Floyd; 2007

2.1.3. Multiplexador de 8 entradas (CI 74LS151)


O CI 74LS151 tem oito entradas de dados (𝐷0 –𝐷7 ) e, portanto, três entradas de selecção
de dados, ou endereço, (𝑆0 – 𝑆2 ). Três bits são necessários para seleccionar qualquer
uma das oito entradas de dados (2 = 8). Um nível BAIXO na entrada de habilitação
permite que a entrada de dados seleccionada passe para a saída. Observe que a saída
de dados e o seu complemento estão disponíveis. A Figura 2.4 – (a) mostra o diagrama
de pinos e a parte (b) mostra o símbolo lógico. Nesse caso não existe um bloco
de controle comum porque existe apenas um multiplexador a ser controlado,
e não quatro como no CI 74HC157. A indicação G07 dentro do símbolo lógico representa
a relação AND entre as entradas de selecção de dados e cada uma das entradas
de dados (de 0 a 7).

28
(a) Diagrama de pinos (b) Símbolo lógico
Figura 2. 5: Diagrama de pinos e símbolo lógico para o CI 74LS151

Fonte: Thomas Floyd; 2007

Figura 2. 6: Diagrama lógico de multiplexador

Fonte: Ronald J. Tocci; 2000

29
Tabela 2. 2: Tabela de verdade do diagrama lógico do multiplexador da figura 2.6

Entradas Saídas
𝑬− 𝑺𝟐 𝑺𝟏 𝑺𝟎 𝒁− 𝒁
1 X X X 1 0
0 0 0 0 𝐼0 − 𝐼0
0 0 0 1 𝐼1 − 𝐼1
0 0 1 0 𝐼2 − 𝐼2
0 0 1 1 𝐼3 − 𝐼3
0 1 0 0 𝐼4 − 𝐼4
0 1 0 1 𝐼5 − 𝐼5
0 1 1 0 𝐼6 − 𝐼6
0 1 1 1 𝐼7 − 𝐼7

A figura acima mostra um diagrama lógico para o multiplexador de oito entradas 74151
(74LS151, 74HC151) onde 1 representa nível alto e o 0 representa nível baixo. Este
multiplexador tem uma entrada de habilitação 𝐸 − e fornece tanto a saída normal quanto
a saída invertida. Quando 𝐸 − = 0 as entradas de seleção 𝑆2 𝑆1 𝑆0 selecionarão uma das
entradas de dados de (𝐼0 𝑎 𝐼7 ) para passar a saída Z. Se 𝐸 − = 1 o Mux está inibido
de modo que Z=0 não importando o código de selecção (Ronald J. Tocci; 2000).

2.1.4. Expansão de Multiplexadores


Os números de entradas em cada CI são limitados e pode-se existir a necessidade
de uso de uma quantidade de canais de entrada maior, pode-se associar Muxs em uma
única saída. A expansão de multiplexadores pode ser feita de duas formas básicas.
(Guilherme Arroz e Carlos Sêrro; IST 2005)

- Uso de camadas sucessivas de multiplexadores, numa estrutura em árvore. Na figura


2.7 ilustra-se a construção de um multiplexador com 16 entradas de dados,
a partir de multiplexadores de 4 entradas de dados.

De notar que, em particular, a designação dadas as entradas IN0 a IN15, cuja


numeração é em função dos pesos relativos dos multiplexadores. Por exemplo,
o multiplexador superior é o que corresponde as entradas com índices de menor peso
(0 a 3), dado que multiplexador vem seleccionado com (SEL3,SEL2) = (L,L); o segundo
multiplexador corresponde as entradas com índices imediatamente superiores (4 a 7),
porque este multiplexador vem seleccionado (SEL3,SEL2) = (L,H); reparar que SEL3
tem mais peso do que SEL2. (Guilherme Arroz e Carlos Sêrro ; IST 2005)
30
Figura 2. 7: MUX de 16 entradas realizado á custa de Mux de 4 entradas

Fonte: Guilherme Arroz e Carlos Sêrro ( IST, 2005 )

Utilização de um descodificador auxiliar e de uma porta OR. Na figura 2.8 ilustra-se este
tipo de solução para um multiplexador funcionalmente idêntico ao anterior, embora com
o dobro das entradas de dados e, naturalmente mais uma entrada de selecção.
(Guilherme Arroz e Carlos Sêrro; IST 2005)

De notar, agora, que o multiplexador U1 é o que corresponde as entradas com índices


de menor peso (0 a 7), dado que ele contribui com a única entrada activa (a L) do OR
quando o seu Enable está activo, isto é, quando (SEL4,SEL3) = (L,L); da mesma forma,
o multiplexador U2 corresponde as entradas com índices imediatamente superiores
(8 a 15) porque ele contribui com a única entrada activa do OR quando seu Enable está

31
activo, isto é quando (SEL4,SEL3)=(L,H) –reparar que SEL4 tem mais peso que SEL3;
etc . (Guilherme Arroz e Carlos Sêrro ; IST 2005)

Figura 2. 8: Esquema eléctrico de um Mux de 32 entradas, a partir de um mux de 4 entradas

Fonte: Guilherme Arroz e Carlos Sêrro (IST;2005)

2.1.4. Aplicações de Multiplexadores

Circuitos multiplexadores encontram números diversos aplicações em sistema digitais


de todos os tipos. Estas aplicações incluem selecção de dados, sequenciamento
de operações, conversões paralelo-série, geração de formas de onda e de funções
lógicas. (Ronald J. Tocci; 2000).

32
2.1.5. Roteamento de Dados
Multiplexadores podem rotear dados de diversas fontes para um destino. Uma aplicação
típica utiliza multiplexadores 74LS157 para seleccionar e mostrar o conteúdo
de um entre dois contadores BCD usando apenas um único conjunto de decodificador
ou driver e display a LEDs. A organização do circuito é mostrada na figura 2.9.
(Ronald J. Tocci; 2000)

Figura 2. 9: Sistema para mostrar o valor de dois contadores BCD, um de cada vez

Fonte: Ronald J. Tocci; 2000.

O propósito da técnica de multiplexação, da maneira como é usada aqui é compartilhar


os circuitos decodificadores/drivers e displays para cada contador. Isto acarreta uma
diminuição do número de conexões a serem realizadas, especialmente quando mais
33
estágios BCD forem adicionados para cada contador. Ainda mais importante, esta
diminuição significativa de consumo, pois decodificadores/drivers e displays a LEDs
absorvem, relativamente, grandes quantidades de correntes da fonte Vcc.
(Ronald J.Tocci).

2.1.6. Conversão Paralelo-Série


Muitos sistemas digitais processam os dados binários na forma paralela (todos os bits
simultaneamente) porque é mais rápido. Entretanto, quando os dados devem ser
transmitidos por distâncias relativamente longa, o esquema paralelo não é desejável,
pois necessita de um grande número de linhas de transmissão. Por esta razão, dados
binários ou informações na forma paralela são frequentemente convertidos para
os formatos serial antes de serem transmitidos para um destino remoto. Um método para
realizar esta conversão paralelo-série utiliza um multiplexador como mostra a figura 2.10.

Figura 2. 10: Conversor paralelo-série

Fonte: Ronald J. Tocci;2000

Os dados são apresentados na forma paralela nas saídas do registrador X e colocado


no multiplexador de oito entradas. Um contador de três bits (módulo 8) é usado para
fornecer os bits do código de selecção 𝑆2 , 𝑆1, 𝑆0 de modo que ele cicla desde de 000 até
111, conforme os pulsos de clock vão sendo aplicados. Desta maneira a saída, a saída
34
do multiplexador será 𝑋0 durante o primeiro período de clock 𝑋1 durante o segundo
período e assim por diante.

2.1.7. Sequenciamento de Operações

A figura abaixo utiliza um multiplexador de oito entradas como parte de um sequenciador


de controle de sete passos, onde cada passo actua numa porção do processo físico que
está sendo controlado. O circuito também usa um decodificador de 3 para 8 linhas
e um contador binário de módulo 8.

1º Inicialmente o contador é resetado para o estado 000. As saídas do contador são


levadas para as entradas do decodificador. Assim, as saídas do decodificador ö = 0
e todas as outras estão em 1, de modo que todas as entradas dos Atuadores
do processo estão em baixo. 2º O pulso de inicio começa com a operação
de sequenciamento resetando, o flip-flop para alto, levando o contador para o estado
001.Isto faz com que a saída do decodificador vá para baixo, activando assim o actuador
1, que é o primeiro passo no processo. 3º Algum tempo depois, a saída do sensor 1 vai
para Alto indicando que o primeiro passo completo. 4º A transição de 𝑍 − para baixo
é levado ao clk do flip- flop. Esta transição negativa avança o contador para o estado
010. 5º A saída do decodificador 2 agora vai para baixo activando o actuador 2,
que é o segundo passo do processo. 6º Quando o segundo passo do processo
é concluído, a saída do sensor 2 vai para alto produzindo um nível baixo em 𝑍 −
e avançando o contador para 001. 7º Esta mesma acção é repetida para cada um dos
outros passos. Quando o sétimo passo é concluído, a saída do sensor 7 vai para Alto,
fazendo o contador ir de 111para 000, onde permanece até que um outro pulso de inicio
recomece a sequência.

35
Figura 2. 11: Sequenciador de controle de sete passos

Fonte: Ronald Tocci; 2000

2.1.8. Geração de funções Lógicas


Multiplexadores podem ser usados para implementar funções lógicas directamente
a partir da tabela de verdade, sem necessidade de simplificação. Quando um
multiplexador é usado para este propósito, as entradas de selecção são utilizadas como

36
variáveis lógicas, e cada entrada de dados é conectada permanente em alto ou baixo,
conforme for necessário para satisfazer a tabela de verdade.(Ronald J. Tocci; 2000)

Figura 2. 12: Multiplexador utilizado para implementar uma função lógico descrita pela tabela de verdade

Fonte: Ronald J. Tocci; 2000

Tabela 2. 3: Tabela de verdade que descreveu a função Z

A B C Z
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 1
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1

É fácil perceber que qualquer tabela-verdade de três variáveis pode ser implementada
com este multiplexador de oito entradas. Este método de implementação frequentemente
é mais eficiente do que usar portas lógicas separadas (Ronald J. Tocci; 2000).

𝑍 = 𝐴𝐵 − 𝐶 − + 𝐴− 𝐵𝐶 − + 𝐴𝐵𝐶 (2.3)

37
Ela não pode ser simplificada nem algebricamente nem pelo mapa de Karnaugh,
e portanto a implementação com portas lógicas necessita de três inversores e quatro
portas NAND, perfazendo um total de dois CIs. Existe um método ainda mais eficiente
para usar multiplexadores na implementação de funções lógicas. Este método permite
ao projectista usar um multiplexador com três entradas de selecção para implementar
uma função lógica de quatro variáveis (Ronald J. Tocci; 2000).

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Capítulo III: Discussão do Tema
No projecto em questão, um multiplexador é usado para interligar as duas salas,
já referenciado na problemática do trabalho. Para tal um multiplexador de 4 entrada seria
necessário para a validação do projecto. Tendo em conta a variedade de MUX existentes
no mercado, optou-se para a validação do projecto a utilização de um MUX
de 8 entradas, pensando numa necessidade de se expandir futuramente o número
de máquinas na sala de máquinas. Para tal, fez-se a simulação do respectivo MUX,
através do simulador ISIS PROTEUS.

3.1. MUX de oito canais

Um Mux de oito canais ou entradas é um Mux que conta com três variáveis de selecção:
n = 2m = 23 = 8. A selecção de entradas não depende do nível lógico e desta forma
na coluna de saída em vez de serem representados os valores lógicos são apresentadas
as variáveis de entrada.

Tabela 3. 1: Tabela verdade de um mux de oito canais.

A B C X
0 0 0 X0
0 0 1 X1
0 1 0 X2
0 1 1 X3
1 0 0 X4
1 0 1 X5
1 1 0 X6
1 1 1 X7

3.2. Análise por Software de Simulação (ISIS PROTEUS)


As figuras abaixo mostram a simulação do multiplexador de oito entradas através
do simulador ISIS PROTEUS. Este multiplexador (U1) tem uma entrada de habilitação
IN H e fornece tanto a saída normal quanto a saída invertida. Quando IN H = 0,
as entradas de selecção A,B,C seleccionarão uma das entradas de dados (de X0 a X7)
para passar para a saída X. Quando IN H = 1, o multiplexador está inibido, de modo
que X = 0, não importando o código de selecção de entrada. A tabela de verdade ilustra
as diversas combinações de entrada para se obter na saída os respectivos valores

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correspondente. Um display de sete segmentos é colocado na saída do multiplexador,
juntamente com os respectivos resistor de 330 ohm para limitar a corrente que alimenta
os leds que compõem o display, para ajudar na visualização dos canais habilitados.

Tabela 3. 2:Tabela de Verdade do multiplexado de oito entradas.

Fonte: www.google.com.br

Figura 3. 1:Ilustração da habilitação do comando IN H do MUX no ISIS PROTEUS.

Fonte: Próprio Autor.

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Figura 3. 2Ilustração da desabilitação do comando IN H do MUX no ISIS PROTEUS.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 3. 3:Ilustração da habilitação de todas as entradas no ISIS PROTEUS.

Fonte: Próprio Autor.

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Conclusão

De acordo com os resultados obtidos através da simulação, conclui-se que, circuitos


multiplexadores possuem várias entradas, um controle e uma única saída, permitindo
que o usuário mostre na saída o valor de qualquer das variáveis de entrada dependendo
do valor que introduzir no controle.

O multiplexador é um circuito que tem como propósito ligar a sua única saída a uma das
n entradas possíveis. Notou-se também que a selecção é feita através de um conjunto
de selectores, ou seja, linhas de controlo.

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Recomendação

Para a visualização na saída das respectivas entradas, no circuito simulado,


recomenda-se a utilização de um display de sete segmentos ânodo comum, juntamente
com resistores de 330 ohm, conectados a saída X, do multiplexador (U1).

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Referências Bibliográficas
[1] Wikipédia, “Multiplexador”.http://pt.wikipedia.org/wiki/Multiplexador.

[2] Exsto Tecnologia. “Apostila de Eletrônica Digital”, Santa Rita de Sapucai, 2007.

[3] Floyd, Thomas L. “Sistemas digitais: fundamentos e aplicações ”, 9. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2007.

[4] Tocci, Ronald J.; Widmer, Neal S. “Sistemas Digitais Principios e Aplicações”, 7. edi.
Rio de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e Cientificos, 2000.

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