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Betão Armado I: Cap IV - Estado Limite Último de Torção

4.1 Introdução .............................................................................................................................90


4.2 Comportamento de uma Peça de Betão Armado Sujeita à Torção ......................................91
4.2.1 Secção não Fendilhada .................................................................................................91
4.2.1.1 Tensões em secções cheias..................................................................................91
4.2.1.2 Tensões em secções de paredes finas..................................................................92
4.2.2 Secção fendilhada .........................................................................................................92
4.2.3 Modelo de treliça com θ variável ...................................................................................92
4.2.3.1 Compressão...........................................................................................................93
4.2.3.2 Esforço nas armaduras transversais......................................................................93
4.2.3.3 Esforço nas armaduras longitudinais .....................................................................93
4.3 Verificação da Segurança .....................................................................................................95
4.3.1 De acordo com REBAP .................................................................................................95
4.3.1.1 Verificação do Betão comprimido ..........................................................................95
4.3.1.2 Valor de Cálculo do Momento Torsor Resistente ..................................................95
4.3.1.3 Disposições construtivas........................................................................................97
4.3.1.4 Acção conjunta Torção, Flexão e Esforço Transverso ..........................................98
4.3.2 De acordo com o EC2 .................................................................................................100
4.3.2.1 Introdução ............................................................................................................100
4.3.2.2 Dimensionamento ................................................................................................101
4.3.2.3 Disposições construtivas......................................................................................104

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4.1 Introdução
A Torção surge normalmente associada a outros esforços: Momento Flector e Esforço
Transverso.

Uma peça trabalha à torção e flexão


quando as solicitações e as reacções não
passam pelo seu Centro de Torção (CT).
Qualquer força, F, que não passe pelo
CT produz um Momento Torsor: T = F × d Figura 4. 1 - Momento Torsor

Existem dois tipos de Torção:


- Torção de Equilíbrio (solicitação principal);

- Torção de compatibilidade (solicitação secundária).

No primeiro caso o equilíbrio da peça depende da existência do esforço torsor e no


segundo caso é uma solicitação que surge para compatibilizar deformações.

A C E I
AEI e BFJ pórticos paralelos

Viga CD - Torção de
compatibilidade
G
Viga GH - Torção de
B D F J equilibrio

Figura 4. 2 - Tipos de Torção

Devido à fissuração das vigas AE e BF a rigidez de torção das vigas decresce muito mais
rapidamente que a rigidez de flexão da viga CD, permitindo que esta rode livremente
sobre os apoios comportando-se como uma viga simplesmente apoiada. È possível obter

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uma distribuição equilibrada de esforços sem considerar a existência de um momento


torsor.
No caso da viga GH (consola) esta submete a viga FJ à torção. Esta torção provoca
grandes rotações que não podem ser desprezadas. Neste caso é necessário considerar a
resistência à torção para se verificar o equilíbrio.

A torção de equilíbrio interessa considerar no dimensionamento aos Estados Limites


Últimos e a torção de compatibilidade aos Estados Limites de Utilização.

- Torção de equilíbrio – Estados Limites Últimos


- Torção de compatibilidade – Estados Limites Utilização

4.2 Comportamento de uma Peça de Betão Armado Sujeita à Torção


4.2.1 Secção não Fendilhada

4.2.1.1 Tensões em secções cheias

Considerando uma peça com secção constante e desprezando a contribuição das


armaduras a tensão tangencial devida à torção é dada pela seguinte expressão:
T
τt = (4.1)
wt

em que:
T - Momento torsor

wt - Momento de inércia à torção

e a rotação da peça entre duas secções é dada pela seguinte expressão:


T ⋅l
θt = (4.2)
G⋅J

em que:
l - Comprimento entre secções

GJ - Rigidez à torção
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4.2.1.2 Tensões em secções de paredes finas

Ao longo da parede desenvolve-se uma


força constante:
df = τ × e × dx
O momento em relação a CT:

dx
e
dT = df × z = τ × e × dx × z = τ × e × dA0

T = ∫ dT = τ × e × 2 × A0
z
T
τ= Equação Bredt-Leduc (4.3)
2 × A0 × e Figura 4. 3 - Momento Torsor - Estado I

4.2.2 Secção fendilhada


A rigidez de torção de uma peça de betão
armado fissurado pode ser estabelecida
por um modelo de treliça. Considera-se e

que após a fissuração só parte da peça


do
resiste ao esforço Torçor (parte a h

tracejado – secção oca eficaz).


bo
A força ao longo das paredes vale b

F = τ ⋅ e = T /(2 ⋅ A0 ) ; A0 = b0 ⋅ h0 (4.4) Figura 4. 4 - Momento Torsor- Estado II

4.2.3 Modelo de treliça com θ variável


θ

Figura 4. 5 - Modelo de Treliça

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4.2.3.1 Compressão

TSd
σc = (4.5)
2 ⋅ Aef ⋅ hef ⋅ cos θ ⋅ senθ

em que:
TSd – valor de cálculo do momento torsor

Aef - Área limitada pela linha média da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na
secção real.

θ – inclinação das bielas comprimidas;

hef –espessura da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na secção real.

4.2.3.2 Esforço nas armaduras transversais

Ast TSd
= (4.6)
s 2 ⋅ Aef ⋅ cot θ ⋅ f yd

em que:
Ast – área de cada ramo de estribo;

s – espaçamento da armadura transversal;

Aef - Área limitada pela linha média da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na
secção real.

fyd – valor da tensão de cedência das armaduras;

4.2.3.3 Esforço nas armaduras longitudinais

TSd ⋅ cot θ ⋅ uef


Asl = (4.7)
2 ⋅ Aef ⋅ f yd

em que:
Asl – Área da armadura longitudinal de torção.

uef – perímetro da linha média da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na secção
real.

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4.3.1.4.1 Acção conjunta Torção, Flexão e Esforço transverso

Quando a torção aparece associada ao esforço transverso e à flexão, há que ter em


conta o seu efeito conjunto.

a) Torção e Esforço Transverso


hm

bm

Figura 4. 6 - Acção Conjunta esforço transverso e torção

⎧ ⎛ Asw ⎞
min

⎪ se Vsd < Vcd → ⎜ ⎟


V T 1 ⎪ ⎝ s ⎠
Q1 = + ⋅ = Vsd → ⎨
2 2 bm ⎪se Vsd > Vcd → Asw = Vsd − Vcd
⎪ s 0,9 ⋅ d ⋅ f syd

⎧ ⎛ Asw ⎞
min

⎪ se Vsd < Vcd → ⎜ ⎟


T 1 ⎪ ⎝ s ⎠
Q3 = ⋅ = Vsd → ⎨
2 hm ⎪se Vsd > Vcd → Asw = Vsd − Vcd
⎪ s 0,9 ⋅ d ⋅ f syd

b) Torção e flexão

T 1
Q1T = ⋅
2 bm

T 1
Q2T = ⋅
2 hm

Asl Q1T + Q2T


=
4 2 ⋅ f syd
Figura 4. 7 - Torção mais flexão

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4.3 Verificação da Segurança


4.3.1 De acordo com REBAP

A determinação do esforço resistente de torção deve ser efectuado considerando um


modelo de treliça formado por bielas de betão comprimidas e por armaduras traccionadas,
transversais e longitudinais, situadas na periferia da peça.

4.3.1.1 Verificação do Betão comprimido

TRd = 2 ⋅τ 2 ⋅ hef ⋅ Aef com τ 2 = 0,3 ⋅ f cd (4.8)

em que:
hef – espessura da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na secção real;

Aef - Área limitada pela linha média da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na
secção real.

4.3.1.2 Valor de Cálculo do Momento Torsor Resistente

TRd = Tcd + Ttd (4.9)

TRd = Tld (4.10)

em que:
Tcd - Termo corrector da treliça;

Ttd - Esforço torsor resistido pelas armaduras transversais;

Tld - Esforço torsor resistido pelas armaduras longitudinais;

O termo Tcd é dado por:

Tcd = 2 ⋅ τ 1 ⋅ hef ⋅ Aef (4.11)

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em que:
τ1 - Tensão cujo valor é definido no quadro vi (art. 53);

hef - espessura da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na secção real;

Aef - Área limitada pela linha média da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na
secção real.

Figura 4. 8 - Aef e hef

O termo Ttd é dado por:

Ast
Ttd = 2 ⋅ Aef ⋅ ⋅ f syd (4.12)
s
em que:
Ast - Área da secção da cinta que constitui a armadura transversal de torção;

s - espaçamento da armadura transversal;

Aef - Área limitada pela linha média da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na
secção real.

O termo Tld é dado por:

Asl
Tld = 2 ⋅ Aef ⋅ ⋅ f syd (4.13)
uef

em que:
Ast - Área total das secções dos varões que constitui a armadura longitudinal de torção;

uef - Perímetro da linha média da secção oca eficaz.

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4.3.1.3 Disposições construtivas

4.3.1.3.1 Armaduras Transversais (art. 95 do REBAP)

A armadura transversal deve ser constituída por cintas fechadas por meio de emendas
determinadas segundo o art. 84 do REBAP.
lb ,0 = α 2 ⋅ lb , net

Figura 4. 9 - Amarração dos estribos

⎧1
⎪ 8 ⋅ uef

Espaçamento máximo smax ≤ ⎨30cm
⎪12φ (recomendado)
⎪ l

4.3.1.3.2 Armaduras Longitudinais

Os varões da armadura longitudinal devem ter afastamentos inferiores a 35 cm e deve


existir um varão em cada vértice do contorno.
<350mm

Figura 4. 10 - Armaduras longitudinais

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4.3.1.4 Efeito combinado das acções

4.3.1.4.1 Torção e Flexão (artigo 56)

As armaduras longitudinais de flexão (traccionadas) e as armaduras longitudinais de


torção obtidas da verificação de cada um dos estados limites últimos devem ser
adicionadas:

Asl = As , flexão + As ,torção (4.14)

Para a determinação dos esforços resistentes devem considerar-se separadamente cada


um dos esforços.

Asf → M rd e As ,torção → Tld

4.3.1.4.2 Torção e Esforço Transverso (artigo 56)

As armaduras de esforço transverso e as armaduras transversais de torção devem ser


adicionadas.

4.3.1.4.2.1 Verificação do Betão comprimido

⎛ τV ⎞
VRd = τ 2 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ bw ⋅ d ; (4.15)
⎝τV + τT ⎠

⎛ τT ⎞
TRd = 2τ 2 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ hef ⋅ Aef (4.16)
⎝τV + τT ⎠

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4.3.1.4.2.2 Valor de Vcd e Tcd

Na determinação dos valores dos esforços resistentes deverá ter-se em conta a redução
resultante da combinação de esforços.

τ τ τ τ τ +τ τ −τ

τ τ

Figura 4. 11 - Torção associada a Esforço Transverso

● τV + τ T ≤ τ1

⎛ τV ⎞
Vcd = τ 1 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ bw ⋅ d (4.17)
⎝τV + τT ⎠

⎛ τT ⎞
Tcd = 2τ 1 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ hef ⋅ Aef (4.18)
⎝τV + τT ⎠

Vsd Tsd
com τv = e τT =
bw ⋅ d 2 ⋅ hef ⋅ Aef

● τV + τ T ≥ τ1

Vcd = τ 1 ⋅ bw ⋅ d (4.19)

Tcd = 0 (4.20)

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4.3.2 De acordo com o EC2

4.3.2.1 Introdução

P (1) - Quando o equilíbrio estático da estrutura depende da resistência á torção dos


elementos, é necessário considerar a torção nos estados limites últimos e nos estados limites
de utilização.

P (2) - No caso da torção ser de compatibilidade será suficiente colocar armaduras


longitudinais e transversais mínimas.

P (3) - A capacidade resistente à torção das secções pode ser calculada considerando uma
secção de parede fina, na qual o equilíbrio é satisfeito através de um fluxo de tensões
tangenciais. As secções rectangulares devem ser modeladas como secções de paredes finas.
No caso de secções em T devem ser consideradas separadamente cada um dos elementos, e
a resistência à torção calculada como o somatório da capacidade individual de cada um. A
distribuição do momento torsor pelos elementos da secção deverá ser proporcional à rigidez
à torção na secção não fendilhada. Para secções ocas, a parede da secção oca eficaz não
pode ser superior à espessura real da parede. Cada elemento da secção deve ser
dimensionado separadamente.

P (4) - A armadura de torção deve ser constituída por estribos fechados combinados com
varões longitudinais distribuídos na periferia do elemento. Nos cantos é obrigatória a
presença de varões.

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4.3.2.2 Dimensionamento

⎧ Asw
⎪⎪ 2 Ak f ywd cot θ
s
TEd ≤ ⎨ ≤ TRd ,max
⎪ 2 Ak Asl f yld 1
⎪⎩ uk cot θ

em que:

perímetro uk
linha
área A k média
perímetro u
área A TSd
Ak
Armadura
longitudinal

Figura 4. 12 - Secção oca eficaz

4.3.2.2.1 Verificação do betão comprimido

TRd ,max = 2 Ak tef ,iνα cw f cd sin θ cos θ (4.21)

em que:
tef,i – espessura da parede da secção oca eficaz, fictícia, contida na secção real:

⎧tef ,i ≤ A / u

⎨ φl
⎪tef ,i ≥ 2(rec + est + )
⎩ 2
em que:

u – perímetro do contorno exterior;

A – área total da secção transversal definida pelo contorno exterior (incluindo áreas ocas);

Ak – área delimitada pela linha média das paredes finas da secção (incluindo áreas ocas);

θ - ângulo entre as bielas de compressão e o eixo da peça 1 ≤ cot θ ≤ 2,5

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4.3.2.2.2 Armaduras
a) Armaduras transversais

Asw
TEd = 2 Ak f ywd cot θ (4.22)
s

em que:
Asw - área da secção transversal dos varões utilizados como estribos;

s – espaçamento dos estribos

Ak – área delimitada pela linha média das paredes finas da secção (incluindo áreas ocas);

fywd – valor de cálculo da tensão de cedência dos estribos;

θ - ângulo das bielas comprimidas com o eixo da peça 1 ≤ cot θ ≤ 2,5 .

b) Armaduras Longitudinais

Ak 1
TEd = 2 Asl f yld (4.23)
uk cot θ

em que:
Asl – área da armadura longitudinal;

Ak – área delimitada pela linha média das paredes finas da secção (incluindo áreas ocas);

uk – perímetro da área Ak;

fyld – valor de cálculo da tensão de cedência da armadura longitudinal Asl;

θ – ângulo das bielas comprimidas com o eixo da peça 1 ≤ cot gθ ≤ 2,5 .

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4.3.2.2.3 Efeitos combinados de acções (Método simplificado)


a) Torção combinada com flexão e/ou com esforço normal

A armadura longitudinal de flexão e de torção deve ser determinada separadamente, com


as seguintes regras:
- Nas zonas traccionada por flexão, as armaduras longitudinais de torção devem ser
adicionadas às armaduras de flexão;

- Na zona comprimida por flexão devem ser subtraídas.

Figura 4. 13 - Torção associada com flexão

b) Torção combinada com esforço transverso

A verificação da segurança ao esmagamento das bielas comprimidas fictícias de betão far-


-se-á de acordo com a seguinte condição:

⎛ TEd ⎞ ⎛ VEd ⎞
⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ ≤ 1 (4.24)
⎝ TRd ,max ⎠ ⎝ VRd ,max ⎠

em que:
TRd,max – valor máximo do momento torçor resistente (expressão 4.21);

VRd,max – valor máximo do esforço transverso resistente relativo a uma biela inclinada de um
ângulo θ, segundo a expressão (6.9) ou (6.14) em 6.2.3 (ver EC 2);

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O dimensionamento dos estribos será efectuado em separado para a torção e para o


esforço transverso, adicionando depois as armaduras assim obtidas. O ângulo θ das bielas
equivalentes de betão é o mesmo para a torção e para o esforço transverso.

Para secções rectangulares cheias só será necessário armadura mínima, no caso de se


verificarem ambas as condições:

⎛ TEd ⎞ ⎛ VEd ⎞
⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ ≤ 1 (4.25)
⎝ TRd , c ⎠ ⎝ VRd , c ⎠
com
TRd ,c = 2 Ak tef ,i f ctd (4.26)

e VRd,c definido pela expressão (6.2) em 6.2.2 (ver EC 2)

4.3.2.3 Disposições construtivas

- Armadura mínima (clausula 5.4.2.2)

Asw 1
ρw = ⋅ (4.27)
s bw ⋅ senα

- Espaçamento da armadura transversal (clausula 5.4.2.3 e 4.3.2.2 (7))

- Se VSd ≤ 1 / 5 ⋅ VRd 2 smax = 0,8d ≤ 350mm

- Se 1 / 5 ⋅ VRd 2 ≤ VSd ≤ 2 / 3 ⋅ VRd 2 s max = 0 , 6 d ≤ 350 mm

- Se VSd ≥ 2 / 3 ⋅ VRd 2 smax = 0,3d ≤ 200mm

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- Espaçamento da armadura longitudinal (clausula 5.4.2.3)

Deve ser colocado um varão em cada canto da peça, ou dos seus elementos, e os
restantes distribuídos pelo perímetro dos estribos com um espaçamento:

⎧350mm
smx ⎨
⎩u k / 8

<350mm

Figura 4. 14 - Armaduras longitudinais e amarração da armadura transversal

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Exemplo

Considere a viga simplesmente apoiada representada na figura e que os apoios impedem


a rotação da viga segundo o seu eixo.
Dimensione as armaduras transversais de acordo com o REBAP e o EC2 e as armaduras
longitudinais de acordo com o REBAP.

0.10 Dados
psd=40 kN/m
Materiais:C25/30 e A400

0.50
d=0,45 m
6.00
0.30 Considere estribos verticais

Resolução
1. Esforços

p sd=40 kN/m

VSd ,mx = psd ⋅ l / 2 = 40 ⋅ 6 / 2 = 120kN


0.50

6.00
0.30

DEV (kN)

120
(+)

(-)
p sd ⋅ L2 40 ⋅ 6 2
120 M Sd ,mx = = = 180kNm
8 8
DMF (kNm)

(+)

180 TSd = p sd ⋅ e ⋅ l / 2 = 40 ⋅ 0,1 ⋅ 6 / 2 = 12kN


DMT (kNm)
(+) 12
12 (-)

2. Cálculo de def, hef, uef, Aef


2.1 REBAP

d ef = b − 2 ⋅ (c + φest + φl / 2) = 30 − 2 ⋅ (3 + 0,8 + 2 / 2) ≈ 20cm


hef

hef = d ef / 6 = 3,33cm
def
0.40
0.50

uef = 2 ⋅ b0 + 2 ⋅ h0 = 2 ⋅ 20 + 2 ⋅ 40 = 120cm = 1,2m

Aef = b0 ⋅ h0 = 20 ⋅ 40 = 800cm 2 = 0,08m 2


0.05
0.20
0.30
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2.2 EC2

A 1500
2c ≤ t ≤ → 2 ⋅ (3 + 0,8) ≤ t ≤ → 7,6cm ≤ t ≤ 9,38cm
t
u 160
Nota: c é o recobrimento às armaduras longitudinais.
Ak 0.40
0.50
u k = 2 ⋅ b0 + 2 ⋅ h0 = 2 ⋅ 20 + 2 ⋅ 40 = 120cm = 1,2m

Ak = b0 ⋅ h0 = 20 ⋅ 40 = 800cm 2 = 0,08m 2
0.05
0.20 A = b ⋅ h = 30 ⋅ 50 = 1500cm 2 ; u = 2b + 2h = 160cm
0.30

2. Armaduras longitudinais

De acordo com o artigo 56 do REBAP, em secções sujeitas simultaneamente a torção


circular e a flexão, a determinação das armaduras deve ser efectuada separadamente e
serem adicionadas.

2.1 Armaduras de flexão


2.1.1 Dimensionamento
M Sd 180
M Sd = 180kNm → μ = = = 0,178 → w = 0,203
b ⋅ d ⋅ f cd 0,3 ⋅ 0,45 2 ⋅ 16,7 E 3
2

f cd 16,7
As1 = w ⋅ b ⋅ d ⋅ = 0,203 ⋅ 30 ⋅ 45 ⋅ = 13,15cm 2 → 5φ 20
f syd 348

2.1.2 Verificações

As ,min = ρ min ⋅ bt ⋅ d / 100 = 0,15 ⋅ 3 ⋅ 4,5 = 2,03cm 2

As ,máx = 4% ⋅ Ab = 0,04 ⋅ 30 ⋅ 40 = 48cm 2

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2.2 Armaduras de Torção (artº 55)


2.2.1 Dimensionamento

TSd ⋅ uef 12 ⋅ 1,2


TSd = 12kNm → Asl = = = 2,59cm 2 → 6φ10
2 Aef ⋅ f syd 2 ⋅ 0,08 ⋅ 34,8

2.2.2 Verificações

O REBAP não impõe uma armadura longitudinal mínima para a torção.

2.3 Efeitos combinados das acções (artº 56)

De acordo com o artigo 95 os varões da armadura longitudinal de torção devem ser


dispostos ao longo do contorno interior das cintas com um espaçamento máximo de 35 cm,
e deve ser colocado um varão em cada canto. Assim no caso da secção em estudo deverá
ser colocada uma armadura ao longo de h0.

⎛b h ⎞
As1 = Aslflexão + Asltorção / u1 = 13,15 + 2,59 ⋅ ⎜ 0 + 2 / 3 ⋅ 0 ⎟ = 14,15cm 2 → 5φ 20
⎜u uef ⎟
⎝ ef ⎠

⎛b h ⎞
As 2 = Asltorção / u 2 = 2,59 ⋅ ⎜ 0 + 2 / 3 ⋅ 0 ⎟ = 1,00cm 2 → 2φ12
⎜u uef ⎟
⎝ ef ⎠

⎛ h ⎞
Asl , face = Asltorção / u3 = 2,59 ⋅ ⎜ 2 / 3 ⋅ 0 ⎟ = 0,59cm 2 → 2φ10
⎜ uef ⎟
⎝ ⎠

A s2

u2
0.50

u3 A face

u1

A s1

0.30

uef = u1+ u2+ u3

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3. Armaduras Transversais
3.1 REBAP
3.1.1 Efeitos combinados das acções (artº 56)
No caso de secções sujeitas a torção circular associada a esforço transverso as armaduras
devem ser dimensionadas separadamente, de acordo com os artigos 55 e 53
respectivamente, e serem adicionadas. Para a determinação do termo Vcd e para a
verificação da tensão de compressão nas bielas fictícias devem ser respeitadas as regras do
artigo 56.

a) Termo Vcd

⎧ VSd 120
⎪τ V = b ⋅ d = 30 ⋅ 45 = 0,89MPa

→ 0,89 + 2,27 ≥ τ 1 = 0,65MPa
w

⎪τ T = TSd 12
= = 2,27 MPa
⎪⎩ 2 ⋅ hef ⋅ Aef 2 ⋅ 0,33 ⋅ 8,0

Vcd = τ 1 ⋅ bw ⋅ d = 750 ⋅ 0,3 ⋅ 0,45 = 101,3kN

Tcd = 0

b) verificação da compressão no betão


O valor de cálculo do esforço transverso resistente e do momento torçor devem ser limitados
aos seguintes valores:

⎛ τV ⎞ ⎛ 0,89 ⎞
VSd ≤ VRd = τ 2 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ bw ⋅ d = 5000 ⋅ ⎜ ⎟ ⋅ 0,3 ⋅ 0,45 = 190,1kN verifica
⎝τV + τT ⎠ ⎝ 0,89 + 2,27 ⎠

⎛ τT ⎞ ⎛ 2,27 ⎞
TSd ≤ TRd = 2 ⋅ τ 2 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ hef ⋅ Aef = 2 ⋅ 5000 ⋅ ⎜ ⎟ ⋅ 0,033 ⋅ 0,08 = 19kN verifica
⎝τV + τT ⎠ ⎝ 0,89 + 2, 27 ⎠

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3.1.2 Armaduras de esforço transverso (artº 53)

VRd = Vcd + Vwd

Asw Vwd 18,7


Vwd = VSd − Vcd = 120 − 101,3 = 18,7 kN → = = = 1,33cm 2 / m
s 0,9 ⋅ d ⋅ f syd 0,9 ⋅ 0,45 ⋅ 34,8

3.1.3 Armaduras transversais de torção (artº 55)

TRd = Tcd + Ttd

Asw Ttd 12
Ttd = TSd − Tcd = 12 − 0 = 12kN → = = = 2,16cm 2 / m
s 2 ⋅ Aef ⋅ f syd 2 ⋅ 0,08 ⋅ 34,8

Nota: a armadura transversal de torção Ast / s = 2,16cm / m é igual à armadura longitudinal


2

por metro Asl / u ef = 2,59 / 1,2 = 2,16cm 2 / m se as bielas tiverem uma inclinação θ igual a

45º.

3.1.4 Verificações

⎧( Asw / s )min = 0,1 ⋅ 30 = 3cm 2 / m


esforço transverso (art. 94º) ⎨
⎩smáx = 25cm

⎧30cm
⎪u
⎪ ef
momento torçor (art. 95º) smáx ≤ min ⎨ = 15cm
⎪ 8
⎪⎩12 ⋅ φl = 12 ⋅ 1,2 = 14,4cm

3.1.5 Armadura transversal total (art. 56º)

As Asw Ast 1,33 ⎛A ⎞ A


= + = + 2,16 = 2,83cm 2 / m > ⎜ sw ⎟ → s = 2,83cm 2 / m → φ 8af 15
s s s 2 ⎝ s ⎠ min s
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3.2 EC 2 (Método Simplificado (clausula 4.3.3.2.2))


3.2.1 Torção combinada com esforço transverso

3.2.1.1 Verificação da compressão no betão (θ=45º)

2 2
⎡ TSd ⎤ ⎡ VSd ⎤
2 2
⎡ 12 ⎤ ⎡ 120 ⎤
⎢ ⎥ +⎢ ⎥ ≤1→ ⎢ ⎥ +⎢ ⎥ = 0,128 ≤ 1 verifica
⎣ TRd 1 ⎦ ⎣VRd 2 ⎦ ⎣ 40,9 ⎦ ⎣ 583,3 ⎦

TRd 1 = 2 ⋅ν ⋅ f cd ⋅ t ⋅ Ak / (cot θ + tan θ ) = 2 ⋅ 0,403 ⋅ 16,7 E 3 ⋅ 0,076 ⋅ 0,08 / (1 + 1) = 40,9kNm

⎛ f ck ⎞ ⎛ 25 ⎞
ν = 0,7 ⋅ ⎜ 0,7 − ⎟ = 0,7 ⋅ ⎜ 0,7 − ⎟ = 0,403 ≥ 0,35
⎝ 200 ⎠ ⎝ 200 ⎠

VRd 2 = ν ⋅ f cd ⋅ 0,9d ⋅ bw /(cot gθ + tgθ ) = 0,575 ⋅ 16,7 E 3 ⋅ 0,9 ⋅ 0,45 ⋅ 0,30 /(1 + 1) = 583,3kN

⎛ f ck ⎞ ⎛ 25 ⎞
ν = ⎜ 0,7 − ⎟ = ⎜ 0,7 − ⎟ = 0,575 ≥ 0,50
⎝ 200 ⎠ ⎝ 200 ⎠

Nota: O ângulo θ das bielas equivalentes é o mesmo para o cálculo da torção e do esforço
transverso.

3.2.1.2 Dimensionamento
3.2.1.2.1 Esforço transverso (clausula 4.3.2.4.3)
3.2.1.2.1.1 Armaduras (clausula)

[ ]
VRd 1 = Vcd = τ Rd ⋅ k ⋅ (1,2 + 40 ρ l ) + 0,15 ⋅ σ cp ⋅ bw ⋅ d

⎛ 15,71 ⎞
VRd 1 = 0,3E 3 ⋅ 1 ⋅ ⎜1,2 + 40 ⋅ ⎟ ⋅ 0,30 ⋅ 0,45 = 67,5kN ≤ VSd
⎝ 30 ⋅ 45 ⎠

VRd 3 = Vcd + Vwd

Asw Vwd 52,5


Vwd = VSd − Vcd = 120 − 67,5 = 97,7 kN → = = = 3,73cm 2 / m
s 0,9 ⋅ d ⋅ f syd 0,9 ⋅ 0,45 ⋅ 34,8

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3.2.1.2.1.2 Verificações (clausula 5.4.2.2)

⎛ Asw ⎞
⎜ ⎟ = ρ w ⋅ bw ⋅ senα = 0,13 ⋅ 30 = 3,9cm / m
2

⎝ s ⎠ min

⎧0,6 ⋅ d = 0,6 ⋅ 450 = 270mm


smx ≤ min ⎨ → para 1 / 5 ⋅ VRd 2 ≤ VSd ≤ 2 / 3 ⋅ VRd 2
⎩300mm

3.2.1.2.2 Momento torsor (clausula 4.3.3.1)


3.2.1.2.2.1 Armaduras (clausula)

Asw TRd 2 12
= = = 2,16cm 2 / m
s 2 ⋅ Ak ⋅ f ywd ⋅ cot θ 2 ⋅ 0,08 ⋅ 34,8 ⋅ 1

3.2.1.2.2.2 Verificações (clausula 5.4.2.3)

⎛ Asw ⎞
⎜ ⎟ = ρ w ⋅ bw ⋅ senα = 0,13 ⋅ 30 = 3,9cm / m
2

⎝ s ⎠ min

⎧0,6 ⋅ d = 0,6 ⋅ 450 = 270mm



smáx ≤ min ⎨300mm → para 1 / 5 ⋅ VRd 2 ≤ VSd ≤ 2 / 3 ⋅ VRd 2
⎪u / 8 = 150mm
⎩ k

3.2.1.2.3 Armadura transversal total (clausula 4.3.3.2.2)

Asw ⎛ Asw ⎞ ⎛A ⎞ 3,73 ⎛A ⎞


=⎜ ⎟ + ⎜ sw ⎟ = + 2,16 = 4,03cm 2 / m > ⎜ sw ⎟ → φ 8af 12,5
s ⎝ s ⎠V ⎝ s ⎠ T 2 ⎝ s ⎠ min

No caso deste exemplo foi adoptada, para a verificação da segurança pelo EC2, uma
inclinação das bielas a 45º. Podias-se ter considerado um valor de θ no intervalo
0,4 ≤ cot θ ≤ 2,5 . Foi também adoptado o menor valor de t possível t = 7,6cm , mas o EC2
permite a utilização de um valor no intervalo A / u ≤ t ≤ 2c .

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Exemplo

Considere a viga simplesmente apoiada representada na figura e que os apoios impedem


a rotação da viga segundo o seu eixo.
Dimensione as armaduras transversais de acordo com o REBAP e o EC2 e as armaduras
longitudinais de acordo com o REBAP.

0.10 Dados
psd=40 kN/m
Materiais:C25/30 e A400

0.50
d=0,45 m
6.00
0.30 Considere estribos verticais

Resolução
1. Esforços

p sd=40 kN/m

VSd ,mx = psd ⋅ l / 2 = 40 ⋅ 6 / 2 = 120kN


0.50

6.00
0.30

DEV (kN)

120
(+)

(-)
p sd ⋅ L2 40 ⋅ 6 2
120 M Sd ,mx = = = 180kNm
8 8
DMF (kNm)

(+)

180 TSd = p sd ⋅ e ⋅ l / 2 = 40 ⋅ 0,1 ⋅ 6 / 2 = 12kN


DMT (kNm)
(+) 12
12 (-)

2. Cálculo de def, hef, uef, Aef


2.1 REBAP

d ef = b − 2 ⋅ (c + φest + φl / 2) = 30 − 2 ⋅ (3 + 0,8 + 2 / 2) ≈ 20cm


hef

hef = d ef / 6 = 3,33cm
def
0.40
0.50

uef = 2 ⋅ b0 + 2 ⋅ h0 = 2 ⋅ 20 + 2 ⋅ 40 = 120cm = 1,2m

Aef = b0 ⋅ h0 = 20 ⋅ 40 = 800cm 2 = 0,08m 2


0.05
0.20
0.30
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2.2 EC2

t Nota: c é o recobrimento às armaduras longitudinais.

Ak 0.40 u k = 2 ⋅ b0 + 2 ⋅ h0 = 2 ⋅ 20,4 + 2 ⋅ 40,4 = 1216cm


0.50

Ak = b0 ⋅ h0 = 20,4 ⋅ 40,4 = 824cm 2

A = b ⋅ h = 30 ⋅ 50 = 1500cm 2 ; u = 2b + 2h = 160cm
0.05
0.20
0.30

A 1500
2c ≤ t ef ≤ → 2 ⋅ (3 + 0,8 + 1) ≤ t ef ≤ → 9,6cm ≤ t ef ≤ 9,375cm
u 160

2. Armaduras longitudinais

De acordo com o artigo 56 do REBAP, em secções sujeitas simultaneamente a torção


circular e a flexão, a determinação das armaduras deve ser efectuada separadamente e
serem adicionadas.

2.1 Armaduras de flexão


2.1.1 Dimensionamento
M Sd 180
M Sd = 180kNm → μ = = = 0,178 → w = 0,203
b ⋅ d ⋅ f cd 0,3 ⋅ 0,45 2 ⋅ 16,7 E 3
2

f cd 16,7
As1 = w ⋅ b ⋅ d ⋅ = 0,203 ⋅ 30 ⋅ 45 ⋅ = 13,15cm 2 → 5φ 20
f syd 348

2.1.2 Verificações

As ,min = ρ min ⋅ bt ⋅ d / 100 = 0,15 ⋅ 3 ⋅ 4,5 = 2,03cm 2

As ,máx = 4% ⋅ Ab = 0,04 ⋅ 30 ⋅ 40 = 48cm 2

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2.2 Armaduras de Torção (artº 55)


2.2.1 Dimensionamento

TSd ⋅ uef 12 ⋅ 1,2


TSd = 12kNm → Asl = = = 2,59cm 2 → 6φ10
2 Aef ⋅ f syd 2 ⋅ 0,08 ⋅ 34,8

2.2.2 Verificações

O REBAP não impõe uma armadura longitudinal mínima para a torção.

2.3 Efeitos combinados das acções (artº 56)

De acordo com o artigo 95 os varões da armadura longitudinal de torção devem ser


dispostos ao longo do contorno interior das cintas com um espaçamento máximo de 35 cm,
e deve ser colocado um varão em cada canto. Assim no caso da secção em estudo deverá
ser colocada uma armadura ao longo de h0.

⎛b h ⎞
As1 = Aslflexão + Asltorção / u1 = 13,15 + 2,59 ⋅ ⎜ 0 + 2 / 3 ⋅ 0 ⎟ = 14,15cm 2 → 5φ 20
⎜u uef ⎟
⎝ ef ⎠

⎛b h ⎞
As 2 = Asltorção / u 2 = 2,59 ⋅ ⎜ 0 + 2 / 3 ⋅ 0 ⎟ = 1,00cm 2 → 2φ12
⎜u uef ⎟
⎝ ef ⎠

⎛ h ⎞
Asl , face = Asltorção / u3 = 2,59 ⋅ ⎜ 2 / 3 ⋅ 0 ⎟ = 0,59cm 2 → 2φ10
⎜ uef ⎟
⎝ ⎠

A s2

u2
0.50

u3 A face

u1

A s1

0.30

uef = u1+ u2+ u3

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3. Armaduras Transversais
3.1 REBAP
3.1.1 Efeitos combinados das acções (artº 56)
No caso de secções sujeitas a torção circular associada a esforço transverso as armaduras
devem ser dimensionadas separadamente, de acordo com os artigos 55 e 53
respectivamente, e serem adicionadas. Para a determinação do termo Vcd e para a
verificação da tensão de compressão nas bielas fictícias devem ser respeitadas as regras do
artigo 56.

a) Termo Vcd

⎧ VSd 120
⎪τ V = b ⋅ d = 30 ⋅ 45 = 0,89MPa

→ 0,89 + 2,27 ≥ τ 1 = 0,65MPa
w

⎪τ T = TSd 12
= = 2,27 MPa
⎪⎩ 2 ⋅ hef ⋅ Aef 2 ⋅ 0,33 ⋅ 8,0

Vcd = τ 1 ⋅ bw ⋅ d = 750 ⋅ 0,3 ⋅ 0,45 = 101,3kN

Tcd = 0

b) verificação da compressão no betão


O valor de cálculo do esforço transverso resistente e do momento torçor devem ser limitados
aos seguintes valores:

⎛ τV ⎞ ⎛ 0,89 ⎞
VSd ≤ VRd = τ 2 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ bw ⋅ d = 5000 ⋅ ⎜ ⎟ ⋅ 0,3 ⋅ 0,45 = 190,1kN verifica
⎝ τV + τT ⎠ ⎝ 0,89 + 2,27 ⎠

⎛ τT ⎞ ⎛ 2,27 ⎞
TSd ≤ TRd = 2 ⋅ τ 2 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ hef ⋅ Aef = 2 ⋅ 5000 ⋅ ⎜ ⎟ ⋅ 0,033 ⋅ 0,08 = 19kN verifica
⎝τV + τT ⎠ ⎝ 0,89 + 2, 27 ⎠

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3.1.2 Armaduras de esforço transverso (artº 53)

VRd = Vcd + Vwd

Asw Vwd 18,7


Vwd = VSd − Vcd = 120 − 101,3 = 18,7 kN → = = = 1,33cm 2 / m
s 0,9 ⋅ d ⋅ f syd 0,9 ⋅ 0,45 ⋅ 34,8

3.1.3 Armaduras transversais de torção (artº 55)

TRd = Tcd + Ttd

Asw Ttd 12
Ttd = TSd − Tcd = 12 − 0 = 12kN → = = = 2,16cm 2 / m
s 2 ⋅ Aef ⋅ f syd 2 ⋅ 0,08 ⋅ 34,8

Nota: a armadura transversal de torção Ast / s = 2,16cm / m é igual à armadura longitudinal


2

por metro Asl / u ef = 2,59 / 1,2 = 2,16cm 2 / m se as bielas tiverem uma inclinação θ igual a

45º.

3.1.4 Verificações

⎧( Asw / s )min = 0,1 ⋅ 30 = 3cm 2 / m


esforço transverso (art. 94º) ⎨
⎩smáx = 25cm

⎧30cm
⎪u
⎪ ef
momento torçor (art. 95º) smáx ≤ min ⎨ = 15cm
⎪ 8
⎪⎩12 ⋅ φl = 12 ⋅ 1,2 = 14,4cm

3.1.5 Armadura transversal total (art. 56º)

As Asw Ast 1,33 ⎛A ⎞ A


= + = + 2,16 = 2,83cm 2 / m > ⎜ sw ⎟ → s = 2,83cm 2 / m → φ 8af 15
s s s 2 ⎝ s ⎠ min s
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3.2 EC 2 (Método Simplificado (clausula 6.3.2)


3.2.1 Torção combinada com esforço transverso

3.2.1.1 Verificação da compressão no betão (θ=45º)

⎡ TEd ⎤ ⎡ VEd ⎤
⎢ ⎥+⎢ ⎥ ≤1
⎢⎣ TRd ,máx ⎥⎦ ⎢⎣VRd ,máx ⎥⎦

⎡ 12 ⎤ ⎡ 120 ⎤
⎢ 72,1⎥ + ⎢ 547,8 ⎥ = 0,385 ≤ 1 verifica
⎣ ⎦ ⎣ ⎦

T Rd , máx = 2 ⋅ν ⋅ α cw ⋅ f cd ⋅ Ak ⋅ t ef ⋅ sin θ ⋅ cos θ

= 2 ⋅ 0,54 ⋅ 1,0 ⋅ 16,7 E 3 ⋅ 0,0824 ⋅ 0,096. sin 45 ⋅ cos 45 = 71,3kN

⎛ f ck ⎞ ⎛ 25 ⎞
ν = 0,6 ⋅ ⎜1 − ⎟ = 0,6 ⋅ ⎜1 − ⎟ = 0,54
⎝ 250 ⎠ ⎝ 250 ⎠

VRd ,máx = α cw ⋅ν 1 ⋅ f cd ⋅ 0,9d ⋅ bw /(cot gθ + tgθ )

= 1,0 ⋅ 0,54 ⋅ 16,7 E 3 ⋅ 0,9 ⋅ 0,45 ⋅ 0,30 /(1 + 1) = 547,8kN

Nota: O ângulo θ das bielas equivalentes é o mesmo para o cálculo da torção e do esforço
transverso.

3.2.1.2 Dimensionamento
3.2.1.2.1 Esforço transverso (clausula 6.2.3)
3.2.1.2.1.1 Armaduras

[
VRd ,c = C rd ,c ⋅ k ⋅ (100 ⋅ ρ l ⋅ f ck )
1/ 3
]
+ k1 ⋅ σ cp ⋅ bw ⋅ d

200 200
k =1+ ≤ 2,0 → 1 + = 1,667 ≤ 2,0
d 450

Asl 15,71
ρl = ≤ 0,02 → = 0,0116 ≤ 0,02
bw ⋅ d 30 ⋅ 45

k1 = 0,15

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σ cp = 0

0.18 0.18
Crd ,c = = = 0,12
γc 1,5

⎡ ⎤
então, VRd ,c = ⎢0,12 ⋅ 1,667 ⋅ (100 ⋅ 0,0116 ⋅ 25)3 + 0,15 ⋅ 0⎥ ⋅ 0,3 ⋅ 0,45 = 82,97kN
1

⎣ ⎦

Vrd ,c ≥ (Vmin + k1 ⋅ σ cp ) ⋅ bw ⋅ d

Vmin = 0,035 ⋅ k 3 / 2 ⋅ f ck = 0,035 ⋅1,6673 / 2 ⋅ 251 / 2 = 376,7kN


1/ 2

Vrd ,c ≥ (376,7 + k1 ⋅ 0) ⋅ 0,3 ⋅ 0,45 = 50,85kN , Verifica

Como Vsd = 120kN ≥ Vrd ,c = 82,97kN , é necessário colocar armadura específica

VRd = VRd ,s

VRd ,máx = α cw ⋅ν 1 ⋅ f cd ⋅ 0,9d ⋅ bw /(cot gθ + tgθ )

VRd ,máx = 1,0 ⋅ 0,54 ⋅ 16.67 E 3 ⋅ 0,9 ⋅ 0,45 ⋅ 0,3 /(cot g 45 + tg 45) = 546,86kN

⎛A ⎞ A Vsd 120
VRd ,s = ⎜ sw ⎟ ⋅ z ⋅ f ywd ⋅ cot g 45 → sw = = = 8,52cm 2 / m
⎝ s ⎠ s 0,9 ⋅ d ⋅ f syd 0,9 ⋅ 0,45 ⋅ 34,8

3.2.1.2.1.2 Verificações (clausula 9.2.2)

⎛ Asw ⎞
⎜ ⎟ = ρ w ⋅ bw ⋅ senα = 0,001 ⋅ 0,30 = 3,0cm / m
2

⎝ s ⎠ min

f ck 25
ρ w,min = 0,08 ⋅ = 0,08 ⋅ = 0,001
f yk 400

sl ,máx = 0,75 ⋅ d ⋅ (1 + cot gα ) = 0,75 ⋅ 0.45 ⋅ (1 + cot g 90) = 0,34m

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3.2.1.2.2 Momento torsor (clausula 6.3)


3.2.1.2.2.1 Armaduras (clausula 6.3.2)
• Pelas armaduras transversais

VEd = τ t ⋅ t ef ⋅ z

VEd T
= Ed
z 2 ⋅ Ak

⎛ Asw ⎞ VEd TEd 12


⎜ ⎟ = = = = 2,09cm 2 / m
⎝ s ⎠T z ⋅ f ywd ⋅ cot θ 2 ⋅ Ak ⋅ f ywd ⋅ cot θ 2 ⋅ 0,0824 ⋅ 34,8 ⋅ 1,0

• Pelas armaduras longitudinais

Tsd ⋅ u k ⋅ cot gθ 12 ⋅ 1,216 ⋅ 1,0


Asl = = = 2,54cm 2
2 ⋅ Ak ⋅ f ywd 2 ⋅ 0,0824 ⋅ 34,8

3.2.1.2.2.2 Verificações (clausula 9.2.3)

⎛ Asw ⎞
⎜ ⎟ = ρ w ⋅ bw ⋅ senα = 0,001 ⋅ 0,30 = 3,0cm / m
2

⎝ s ⎠ min

f ck 25
ρ w,min = 0,08 ⋅ = 0,08 ⋅ = 0,001
f yk 400

⎧0,75 ⋅ d ⋅ (1 + cot gα ) = 340mm


⎪u / 8 = 1216 / 8 = 152mm

smáx ≤ min ⎨ k
⎪350mm
⎪⎩b = 300mm(b ≤ h)

3.2.1.2.3 Armadura transversal total

Asw ⎛ Asw ⎞ ⎛A ⎞ 8,52 ⎛A ⎞


=⎜ ⎟ + ⎜ sw ⎟ = + 2,09 = 6,35cm 2 / m > ⎜ sw ⎟ → φ10af 12,5cm
s ⎝ s ⎠V ⎝ s ⎠ T 2 ⎝ s ⎠ min

No caso deste exemplo foi adoptada, para a verificação da segurança pelo EC2, uma
inclinação das bielas a 45º. Podias-se ter considerado um valor de θ no intervalo
1,0 ≤ cot θ ≤ 2,5 .

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