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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

DELVANY FERREIRA GOMES


DECIO JUNIO DEPOLLO CANEDO
JOELBER JUNIOR DA SILVA
HERONILTON FERNANDES DA SILVA

REÚSO DA ÁGUA NA LAVAGEM DOS FILTROS DA ESTAÇÃO DE


TRATAMENTO DE ÁGUA DA EMPRESA CENIBRA

IPATINGA, MG
2015
2

DELVANY FERREIRA GOMES


DECIO JUNIO DEPOLLO CANEDO
JOELBER JUNIOR DA SILVA
HERONILTON FERNANDES DA SILVA

REÚSO DA ÁGUA NA LAVAGEM DOS FILTROS DA ESTAÇÃO DE


TRATAMENTO DE ÁGUA DA EMPRESA CENIBRA

Trabalho apresentado à disciplina de


Trabalho de Conclusão do Curso de
Graduação em Engenharia Civil da
Faculdade Única de Ipatinga
Orientador : Daniel Martins

IPATINGA, MG
2015
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AGRADECIMENTO

Agradeço à Deus, aos meus colegas, aos meus professores e a minha família por
terem ajudado na construção desse trabalho.
Agradeço ao Professor Orientador Daniel Martins pela paciente e dedicada
orientação, pela competência e amizade.
“Se a própria natureza faz da água um recurso renovável,
quando esta é reciclada através de sistemas naturais por
diversas vezes, por que o homem, que se beneficia deste
recurso, não pode se dedicar ao melhor aproveitamento
seja através da economia, limpeza ou do reuso planejado?”

R. Bernardis
6

Sumário

1. Introdução ..................................................................................................................... 17

2. Objetivo.......................................................................................................................... 20

2.1. Objetivo geral ......................................................................................................... 20

2.2. Objetivo específico .................................................................................................. 20

3. Justificativa .................................................................................................................... 21

4. Revisão Bibliográfica ..................................................................................................... 22

4.1. Água ........................................................................................................................ 22

4.2. Definições de reúso ................................................................................................. 22

4.3. Constituição Normativa .......................................................................................... 25

4.4. Processo de fabricação de celulose...................................................................................25


4.5. Características e funcionamento das ETA’s .......................................................... 27

4.5.1. Etapas do tratamento da água no sistema de abastecimento ................................ 27

4.5.1.1 Captação ................................................................................................................. 27

4.5.1.2.Coagulação/floculação ............................................................................................ 28

4.5.1.3.Decantação ou sedimentação .................................................................................. 29

4.5.1.4.Filtração .................................................................................................................. 30

4.5.1.5.Desinfecção e Fluoretação ...................................................................................... 31

4.5.1.6.Reservatório ............................................................................................................ 32

4.6. Estação de tratamento de água – ETA Cenibra .................................................... 33

4.6.1. Caixa de areia. ........................................................................................................ 36

4.6.2. Câmara de mistura rápida ..................................................................................... 37

4.6.3. Câmara de mistura lenta ........................................................................................ 39

4.6.4. Decantador .............................................................................................................. 40

4.6.5. Filtros ...................................................................................................................... 43

4.7. Geração de resíduos nos filtros .............................................................................. 45


4.8. Geração de resíduos da ETA Cenibra ................................................................... 47

4.9. Métodos de lavagens de filtros ............................................................................... 47

4.10. Clarificação da água de lavagem dos filtros .......................................................... 48

4.11. Lavagem dos filtros ETA CENIBRA ..................................................................... 49

4.12. Métodos de reúso em filtros biológicos. ................................................................. 50

4.13. Método de utilização do reuso da CENIBRA. ....................................................... 51

4.14. Custos de utilização da ETA. ................................................................................. 52

5. Metodologia ................................................................................................................... 54

6. Conclusão. ...................................................................................................................... 54

Referências bibliográficas .................................................................................................. 57


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Lista de Figuras

Figura 1 - Capitação no Rio Doce........................................................................................ 25


Figura 2 - Captação de água bruta – Rio Doce ...................................................................... 28
Figura 3 - Chegada da água bruta e dosagem da cal .............................................................. 29
Figura 4 – Calha Parshall - aplicação de Al2(SO4)3 ............................................................... 29
Figura 5 - Série de floculadores com impulsores rotativos de eixo vertical e decantadores
próximos aos Floculadores. .................................................................................................. 30
Figura 6 - Filtro da CENIBRA ............................................................................................. 31
Figura 7 - Esquema de tratamento e distribuição de água...................................................... 31
Figura 8 - Reservatório ......................................................................................................... 32
Figura 9 – Reservatório da Cenibra ...................................................................................... 32
Figura 10 – Fluxograma de etapas de processo da ETA CENIBRA. ...................................... 33
Figura 11 – Equipamento destinado a remover areia e argila ................................................ 34
Figura 12 – Medição nos cachimbos de entrada da água para o fosso de captação. ............... 34
Figura 13 - Bombas de Capitação do Fosso do Rio Doce para transferência ......................... 35
Figura 14 - Adutoras de Transferências para ETA ................................................................ 35
Figura 15 - Caixa de areia .................................................................................................... 36
Figura 16 - Repouso para decantação da areia e lama ........................................................... 37
Figura 17 - Saída da caixa de areia, passagem de água ......................................................... 37
Figura 18 - Câmara de mistura rápida ................................................................................... 38
Figura 19 - Entrada/ (agitador em manutenção) .................................................................... 38
Figura 20 - Entrada/ (agitador em manutenção e limpeza) .................................................... 39
Figura 21 - Agitador operando ............................................................................................. 40
Figura 23 - Entrada do decantador parede furada para quebra velocidade ............................. 41
Figuraa 24 - Fundo do decantador. ....................................................................................... 42
Figura 25 - Saída do decantador. .......................................................................................... 42
Figura 26 - Sifão para alimentação dos filtros (entrada) ........................................................ 43
Figura 27 - Área dos 16 filtros.............................................................................................. 44
Figura 28 - Tubulações de maior diâmetro. .......................................................................... 44
Figura 29 - Filtros em lavagem (fim de lavagem ) ................................................................ 45
Figura 30 - Carvão para repor em manutenção dos filtros. .................................................... 45
Figura 31 – Clarificação da Água ......................................................................................... 48
Figura 32 - Reservatório da ETA CENIBRA ........................................................................ 49
Figura 33 - Limpeza dos filtros ............................................................................................ 50
10

Lista de Tabelas

Tabela 1: Condição Operacional dos Filtros – ETA Guaíra/SP..............50


Tabela 2: Planilha de Custos.................................................................53
Lista de Abreviaturas e Siglas

ALAF - Água de Lavagem de Filtros


ANA – Agência Nacional das Águas
CAESB - Companhia de Abastecimento, Esgoto e Saneamento de Brasília
DBO - Demanda Biológica de Oxigênio
DQO - Demanda Química de Oxigênio
DQO - Demanda Química de Oxigênio
ETA - Estação de Tratamento de Água
ETE - Estação de Tratamento de Esgoto
FEAM - Fundação Estadual de Meio Ambiente
M. S. - Ministério da Saúde
PH - Potencial de Hidrogênio
SABESP - Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SRAL - Sistema de Recuperação da Água de Lavagem
Resumo

A água é um bem de consumo fundamental para sobrevivência humana, tendo em


vista esta temática, faz-se necessário o estudo do seu reúso. As indústrias de Papel e Celulose
estão buscando minimizar os impactos ambientais cada vez mais. Em algumas regiões
brasileiras como o nordeste e sudeste os problemas relacionados ao uso, reúso e tratamentos
de água estão crescentes nas grandes e médias cidades. Através de atividades econômicas
crescentes e grau de urbanização cada vez maior exigidas por uma globalização inserida neste
contexto econômico e social, torna-se evidente cada vez mais o uso racional da água pelas
indústrias e cidades. Assim, será preciso investir em pesquisa e desenvolvimento tecnológico
e na implantação de sistemas de tratamento avançado de efluentes, em sistemas de
conservação, em redução de perdas e no reuso da água. A Cenibra, fornecedora de celulose do
mercado de eucalipto, na atualidade possui um alto consumo de água, no processo de
produção de papel e celulose. Em decorrência dessa problemática é de fundamental
importância o desenvolvimento deste estudo. Este trabalho tem como objetivo estudar o
processo de consumo de água da fábrica, devido às perdas de água da estação de tratamento
de água na lavagem de filtros, e mostrar que as perdas de água podem ser reduzidas pelo
processo de reuso de água.

Palavras-chave: Água. Reúso. Lavagem. Filtro. Consumo.


Abstract

The water is a fundamental human consumption for survival, considering this


subject, it is necessary to study their reuse. The pulp and paper industries are seeking to
minimize the environmental impact even more. In some Brazilian regions like the northeast
and southeast problems related to the use, reuse and water treatment are increasing in medium
and large cities. Through increasing economic activities and degree of urbanization increasing
required by globalization inserted in this economic and social context, more and more it
becomes evident the rational use of water by industries and cities. So, we need to invest in
research and technological development and deployment of advanced wastewater treatment
systems conservation systems, reducing losses and reuse of water. Cenibra, pulp supplier of
eucalyptus market, currently has a high water consumption in pulp and paper production
process. As a result of this problem is of fundamental importance the development of this
study. This work aims to study the process of manufacture of water consumption due to loss
of water from the water treatment plant in the filter washing, and show that water losses can
be reduced by water reuse process.

Keywords: Water. Reuse. Wash. Filter. Consumer.


17

1. Introdução

A água é um patrimônio da humanidade, um elemento vital para todos os


ecossistemas e sociedades humanas, devendo ser compartilhada com as gerações atuais e
futuras que habitam as bacias hidrográficas e suas fronteiras. Existe uma crescente
preocupação em preservar este bem natural, afinal, água com boa qualidade e suficiência gera
riquezas, desenvolvimento e propicia vida saudável (SILVA et al, 2003).
Ainda segundo Silva et al, (2003), grande parte das doenças existentes hoje no
mundo são causada pelos serviços deficientes de saneamento básico, evidenciando a
importância do tratamento da água e sua distribuição universal. Além disso, é necessário
eliminar a idéia de que a água é um bem infinito e que a renovação natural e o volume desses
recursos por si só têm a capacidade de autodepuração, onde, na medida em que as populações
e as atividades econômicas crescem, muitos países estão atingindo rapidamente condições de
escassez de água ou se defrontando com limites para o desenvolvimento econômico.
De acordo com Olic, (2003) a viabilidade de uma inserção competente do Brasil no
disputado cenário da irreversível economia globalizada implica na conscientização da
indústria quanto a uma substancial mudança nos processos de transformação, pela
incorporação de práticas de produção mais limpa. No que se refere ao uso racional da água
nas plantas industriais, será preciso investir, em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, na
implantação de sistemas de tratamento avançado de efluentes, em sistemas de conservação,
em redução de perdas e no reuso da água. Isto levará a significativos ganhos ambientais,
sociais e econômicos.
Verifica-se que a concentração de indústrias ocorre justamente em regiões que
apresentam elevado grau de urbanização, o que implica na necessidade das empresas
buscarem reduzir o consumo de água, novas fontes de abastecimento e implantar sistemas
fechados de utilização da água, tendo em vista à reciclagem do que até então era inutilizado,
ampliando assim, o seu reaproveitamento para fins produtivos. Desta forma, poderá haver
uma minimização dos conflitos pelo uso da água (OLIC, 2003).
O uso de alternativas tecnológicas para reciclagem e reuso de efluentes industriais e
urbanos poderá reduzir os custos de produção nos setores, além de promover a recuperação,
preservação e conservação dos recursos hídricos e dos ecossistemas urbanos (CORDEIRO,
2001).
18

De acordo com Ferreira Filho e Alem Sobrinho (1998), o tratamento de água teve
origem na Escócia, com a construção do primeiro filtro lento. A filtração rápida iniciou-se no
Brasil em 1980 com a instalação pioneira no mundo, na cidade de Campos, o abastecimento
público do Rio de Janeiro.
Os sistemas de tratamento de água para consumo público com captação superficial,
na sua maioria, utilizam as ETA’s convencionais ou de ciclo completo com o emprego da
coagulação química. No processo de coagulação dessas estações são empregados produtos
químicos a base de sais de ferro ou de alumínio para retirada das impurezas presentes na água
bruta. Através de seus processos subsequentes de floculação, decantação e filtração, resultam
a água para distribuição e os rejeitos chamados de lodos que ficam retidos, principalmente,
nos decantadores e filtros (FONTANA, 2004).

As estações de tratamento de água (ETA’s) representam uma necessidade básica


visto que têm a finalidade de produzir água potável proporcionando, desta forma,
melhores condições de saúde e higiene à população, porém no processo de
tratamento da água também ocorre um elevado consumo de água na limpeza e
lavagem de decantadores e filtros. Sob esta ótica, o consumo, muitas vezes
excessivo, de água na limpeza das ETA’s, aliado ao problema de sua escassez e à
necessidade de preservação dos recursos ambientais, resulta também em uma
estratégia de redução dos desperdícios no processo, mediante aumento direto de sua
eficiência e, quando viável, da recuperação da água de lavagem para o próprio
abastecimento ou para outros usos qualitativamente menos restritivos das águas
recuperadas (MENEZES et al, 2005, p. 192).

A capitação racional da água dos rios pode ser definida como técnicas que
proporcionam a eficiência do seu uso. Conservar água significa atuar de maneira sustentável
na demanda e na oferta da mesma. Ampliar a eficiência do seu uso representa uma produção
consciente de forma positiva para o mercado moderno, de forma direta, aumentando a
disponibilidade para os demais usuários, flexibilizando os suprimentos existentes para outros
fins, bem como atendendo ao crescimento populacional, à implantação de novas indústrias e à
preservação do meio ambiente (HESPANHOL, 1999).
Neste sentido, deve-se considerar o reuso direto planejado das águas como parte de
uma atividade mais abrangente que é o uso racional ou eficiente da mesma, o qual
compreende também o controle de perdas e desperdícios e a minimização da produção de
efluentes e do consumo de água propriamente dito (HESPANHOL, 1999).
A Cenibra (Papel e Celulose Nipo Brasileira), empresa fundada em 1973,
fornecedora de celulose de mercado de eucalipto, pelas características do seu projeto original,
que visava a produção de fibras branqueadas, está instalada em uma área razoavelmente
convencional para indústrias desta natureza, ou seja, próximo de um corpo d’água, o rio Doce.
19

Desde então, a matriz de fornecimento de água é totalmente baseada em abastecimento pela


água captada do rio Doce por meio de grandes bombas que a transferem da adutora até a
estação de tratamento (CENIBRA, 2008).
Ao longo dos anos, com aumento da capacidade produtiva, a empresa apenas se
fortaleceu nos últimos sete anos e implantou um novo projeto que modernizou os seus
processos produtivos, aperfeiçoando sua produção que hoje supera 1.200.000 toneladas anuais
(CENIBRA, 2008).
Hoje, a Cenibra passa por um desafio crucial que é relacionado à legislação
ambiental. A empresa paga pelo consumo de água captada e descartada com medições em
volume captado e volume devolvido ao rio, porém antes da água ser devolvida ao rio ainda é
feita análise de DQO, DBO, temperatura, PH, oxigênio dissolvido, condutividade e metais
pesados (Ex.: Alumínio).
Com as secas e poluição das nascentes, o rio Doce esta passando por uma das secas
que há uma década não passava. Para contornar esta situação foi rebaixada a sucção das
bombas de captação em aproximadamente 1,5 metros retirando partes do módulo de acordo
com o nível do rio e é realizado dragagem da zona de captação onde se retira areia e argilas
que são movidos pela correnteza das águas do rio. Um dos grandes objetivos da empresa hoje
é reduzir sua captação de água na fábrica, uma situação que requer um grande trabalho de
estudos e muitos projetos, uma vez que uma empresa do ramo de celulose consome muita
água no seu processo de produção (CENIBRA, 2008).
20

2. Objetivo

2.1. Objetivo geral

O trabalho tem como objetivo mostrar a importância do reúso de água na preservação


dos recursos hídricos com a redução do volume de captação de água.

2.2. Objetivo específico

• Analisar o consumo de água da Fabrica;


• Mostrar meios de reúso da água utilizada na lavagem dos filtros;
• Reduzir custos com a captação e
• Diminuir o impacto causado ao Meio Ambiente.
21

3. Justificativa

Aprimorar os conhecimentos sobre o reúso da água em atividades industriais,


devido ao grande consumo e as perdas em seus processos. Pois, a água é essencial para a
sobrevivência humana e o seu uso deve ser racional, levando a expressivos ganhos
econômicos, sociais e ambientais.
22

4. Revisão Bibliográfica

4.1. Água.

A água é a substância mais abundante na Terra e o estoque natural de água existente


no planeta é da ordem de 1.386 milhões de km3 . A água doce corresponde a uma fração
mínima do capital hídrico mundial, sendo que cerca de 97,5% da água do mundo corresponde
à massa líquida dos oceanos, mares e lagos salgados, sendo, portanto, imprópria para o
consumo humano. Apenas 2,5% restantes correspondem às águas doces, desse total 90% estão
nos mananciais subterrâneos e apenas 10% estão na superfície. Do total de água disponível
para o consumo mundial, cerca de 70% são utilizadas na agricultura. A indústria é
responsável por apenas 22%, ficando os restantes 8% para uso doméstico (TOLEDO, 2004).
A água é um recurso renovável pelo meio do ciclo hidrológico. É limpa e segura,
quando reciclada por sistema natural, sendo deteriorada a níveis diferentes de poluição por
meio da atividade antrópica. Entretanto uma vez poluída, a água pode ser recuperada e
reusada para fins diversos (CROOK, 1993).
O objetivo específico da qualidade da água utilizada para o reúso estabelecerão os
níveis de tratamento recomendados, os critérios de segurança a serem adotados, os custos de
capital, de operação e de manutenção associados, evidentemente, de características, condições
e fatores locais, tais como decisão política, esquemas institucionais e disponibilidade
(HESPANHOL e PROST, 1994).
Através de toda a problemática envolvendo os recursos hídricos, BERNARDIS
(2002) ainda faz o seguinte questionamento: “Se a própria natureza faz da água um recurso
renovável, quando esta é reciclada através de sistemas naturais por diversas vezes, por que o
homem, que se beneficia deste recurso, não pode se dedicar ao seu melhor aproveitamento
seja através da economia, limpeza ou do reuso planejado?”.
Existem muitas possibilidades de reúso de água no Brasil para atendimento de
grande variedade de usos benéficos, os mais significativos são as formas de reúso na área
urbana, o reúso industrial, o reúso de lavagens de filtros de ETA’s, o reúso de efluentes de
ETE’s retornando com a água ao seu ciclo e tratando o lodo biológico (HESPANHOL e
PROST, 1994).
Segundo SANTOS (2002), a aplicação de mecanismos de gestão que incentivem o
uso mais racional da água poderia reverter os problemas dos recursos hídricos, ou seja,
23

incentivar a todos aqueles que usam a água de forma ineficiente a pagar pelo seu uso ou
desistir e transferir a água para usos de valor maior, entre eles, inclusive, os usos ambientais.

4.2. Definições de reúso

Segundo PERES (2003), “a racionalização do uso da água significa a adoção, em um


primeiro momento, de iniciativas para eliminar os desperdícios e de estudos para verificar a
viabilidade do reúso interno da água”. A conservação de água através do uso mais eficiente
pode diminuir a necessidade da retirada de água da superfície ou do subsolo para suprir as
necessidades das indústrias ou das comunidades, ou seja, o uso eficiente da água significa a
redução de seu consumo e utilização (USEPA, 2005b).
O artigo 2º da Resolução nº 54 de 28 de novembro de 2005, do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos – CNRH possui as seguintes definições:
I - água residuária: esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações, indústrias,
agroindústrias e agropecuária, tratadas ou não;
II - reúso de água: utilização de água residuária;
III - água de reúso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões exigidos para sua
utilização nas modalidades pretendidas;
IV - reúso direto de água: uso planejado de água de reúso, conduzida ao local de utilização,
sem lançamento ou diluição prévia em corpos hídricos superficiais ou subterrâneos;
V - produtor de água de reúso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
produz água de reúso;
VI - distribuidor de água de reúso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
distribui água de reúso; e
VII - usuário de água de reúso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
utiliza água de reúso.

Segundo GONÇALVES e HESPANHOL (2004), o termo ‘uso eficiente da água’


pode ser definido como qualquer ação que:
• Reduz a quantidade de água extraída das fontes de suprimento;
• Reduz o consumo de água;
• Reduz o desperdício de água;
• Reduz as perdas de água;
• Aumenta a eficiência no uso da água;
• Aumenta a reciclagem e o reúso da água
• Evita a poluição.
24

Para MIERZWA e HESPANHOL (2005), a prática de reúso é um instrumento para a


preservação dos recursos naturais e controle da poluição ambiental, mas deve estar vinculada
a outras medidas que busquem a racionalização do uso da água e demais recursos naturais.

4.3. Constituição normativa

O reúso está relacionado com o gerenciamento de recursos hídricos, com a proteção


à saúde pública e meio ambiente e com o saneamento ambiental. Para a sua prática é
necessário conhecer as bases legais e assim definir a forma correta de fazê-lo. Sendo assim, o
reúso pode ser um instrumento para liberação dos recursos hídricos de melhor qualidade para
fins mais nobres, utilizando efluentes e protegendo a saúde pública e o meio ambiente.
Atualmente estão sendo tomadas algumas medidas em nível governamental a
respeito dos recursos hídricos e entre elas está a Política Nacional dos Recursos Hídricos. Para
DUTRA e ANTUNES, a promulgação da lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 constitui um
marco para o setor de recursos hídricos no Brasil. Além de instituir a Política Nacional dos
Recursos Hídricos, foi criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e, a
partir de seus fundamentos, diretrizes e instrumentos, a gestão de recursos hídricos vem
avançando de forma bastante rápida em todo país. Em 2000, foi publicada a Lei nº 9.084, que
criou a Agência Nacional de Água – ANA, entidade federal responsável pela implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos e, desde então, muito se tem feito em gestão de
águas no Brasil.
A legislação brasileira acerca do uso da água começou a se desenvolver na década de
30, com a edição em 1934 do Código de Águas. O Código de Águas, em vigor, e em
conformidade com a Carta Magna de 1988 e a Lei 9.433/97, que estabelece a Política
Nacional de Recursos Hídricos (POMPEU, 2007).
Conforme Granzieira (1993) juridicamente no Brasil o tratamento das águas, até o
começo da constituição Federal de 1988, sempre levou em consideração que a água seria
como um bem inesgotável, podendo ser passível de utilização abundante e sem preocupações
de por ser farta. Esse pensamento ressalva o uso de vários recursos do nosso ambiente até
meados do século XX, pois não havia limites para a Terra.
Com a escassez dos recursos hídricos, no Brasil atribuiu-se mudanças no regime das
águas, tornando às públicas assim, dando ênfase à conservação dos cursos d’águas e na
preservação de sua quantidade. O código de águas foi considerado modificado em 1989, onde
previa a proteção de matas na aproximação de nascentes e ou correntes em meio rural ou
25

urbano, e qualquer interferência sobre os recursos hídricos onde poderia haver algum tipo de
agressão. O principal foco da legislação, portanto previa apenas princípios para a utilização
dos recursos hídricos, portanto ainda não havia a preocupação e nem princípios de critérios
para a reutilização da água (SETTI, 1995).
A preocupação específica com cautela jurídica do reúso de água já utilizada para
algum fim, passa uma falsa impressão de que para o legislador brasileiro enxergar como
problema secundário o descarte de água utilizada, como esgoto doméstico ou efluente
industrial. Sendo que a própria legislação em vigor da gestão de recursos hídricos cria
condições jurídicas e econômicas para a hipótese de reúso de água de forma a realizar um
controle racional e ambiental. Em outras palavras, poderia ser expresso que se reúso não
tivesse um significado definido, seria correto atribuir ao mesmo como uso racional
(MEIRELLES, 1984).

4.4. Processo de fabricação de celulose

O processo de fabricação da celulose da Cenibra possui uma importante necessidade


do uso da água. Após a captação no Rio Doce, a água passa por vários tratamentos até estar
adequada para ser utilizada nas áreas de fabricação da celulose (CENIBRA, 2008). A figura 1
mostra a capitação de água no Rio Doce.

Figura 1 - Capitação no Rio Doce


Fonte: Rio Doce, leste de MG (2014)
26

Toda água tratada na estação de tratamento de água – ETA é enviado por gravidade
pra um reservatório de onde é dividida para as áreas consumidoras da fábrica através de
bombas.
De acordo com Ali e Sreekrishnan (2001), a indústria de papel e celulose é
considerada a sexta maior poluidora no mundo, liberando uma variedade de resíduos sólidos,
gases variados e efluentes líquidos contaminados no meio ambiente.
O início do processo de fabricação da celulose, a madeira chega em toras de
tamanhos variáveis, de acordo com o picador e ainda com casca. As toras são lavadas com
efluente proveniente do sistema de secagem da celulose para evitar a condução de materiais
indesejáveis (contaminação) para o processo. Após a lavagem as toras são enviadas para o
descascamento através de tambores rotativos, é separada a casca que servirá como
combustível nas caldeiras, à biomassa, e as toras seguem para o processo de picagem,
retornando em pequenos cavacos permitindo o cozimento químico (CENIBRA, 2008).
O cozimento químico dos cavacos acontece em um vaso sobre pressão onde é
adicionado vapor e soda, a sua alimentação é continua na parte superior com cavaco e soda e
descarregando continuamente pelo fundo a pasta já cozida de celulose, é separada a massa do
efluente gerado. O efluente segue o processo para uma planta de evaporação onde será
reaproveitado às cargas inorgânicas e orgânicas (FROEHLICH, 1987).
A pasta de celulose ainda marrom escura e com pedaços de madeira é descarregada
para as etapas posteriores de lavagem sendo a primeira etapa com a própria soda seguida
posteriormente para a lavagem com água industrial quente proveniente das evaporações. Essa
lavagem da celulose facilitará posterior branqueamento reduzindo o consumo de alvejantes e
principalmente tornando o efluente mais limpo. Ao final do branqueamento, estará bastante
diluída em água, daí a necessidade de depurá-la para retirar as impurezas como areia, feixes
de madeira não branqueada, resinas e outros, e secá-la para transporte (RABELO, 2006).
A água nas caldeiras além do tratamento convencional recebido na ETA ainda passa
por um tratamento chamado de desmineralização, que consiste na retirada total dos íons
presentes na água, esta água já totalmente desmineralizada é alimentada nas caldeiras que tem
como objetivo a geração de vapor para movimentar os turbo geradores (BUCKMAN, 1997).
Posteriormente é enviado para torres de resfriamento onde são retornadas para o
condensador. Nas turbinas a água tem como finalidade a troca térmica no condensador, que,
parte desta água é reposta devido às perdas de evaporação do sistema (BUCKMAN, 1979).
27

4.5. Características e funcionamento das ETA’s

4.5.1. Etapas do tratamento da água no sistema de abastecimento

A água bruta que é captada de rios, lagos é direcionada a uma ETA (Estação de
Tratamento de Água), dos quais é encaminhada a processo sem seqüência de tratamento da
água para a garantia da qualidade de seu uso e assim eliminando germes nocivos a saúde e
purificando a água a padrões mínimos de potabilidade (MANUAL DE VIGILÂNCIA
AMBIENTAL E INSTRUÇÕES DECOLETA PARA ENSAIOS LABORATORIAIS, 2004).

As principais etapas do tratamento são:

- captação;

- coagulação/floculação;

- decantação ou sedimentação;

- filtração;

- desinfecção e fluoretação e

- reservatório.

4.5.1.1. Captação

Segundo da Silva et al (2001) a captação é a primeira unidade do sistema de


abastecimento de água, sendo assim todas as unidades subsequentes dependem inteiramente
do seu constante funcionamento. A escolha do manancial é de muita responsabilidade e
importância pois deve ser analisado o volume, capacidade para atender à demanda, e possuir
uma boa qualidade. A figura 2 mostra a captação que é realizada através de bombas a vácuo e
de alta pressão que sugam a água bruta dos mananciais para as adutoras até as etapas iniciais
de tratamento.
28

Figura 2 - Captação de água bruta – Rio Doce


Fonte: Cenibra, 2008.

4.5.1.2. Coagulação/floculação

A água bruta da ETA recebe o coagulante (sulfato de alumínio) responsável pela


correção do pH. O coagulante propicia a formação de flocos decantadores provenientes da
sujeira presente na água bruta. A coagulação faz, então, a retirada das impurezas que flutuam
na água devido ao (sulfato de alumínio), tornando a água ácida é necessário o acréscimo de
cal para neutralizá-la. A floculação é iniciada e assim a água é agitada para a aglomeração de
partículas em suspensão (FONTANA, 2004). As figura 3 e 4 mostram as etapas de
coagulação e floculação:
29

Figura 3 - Chegada da água bruta e dosagem da cal


Fonte: Fontana, 2004.

Figura 4 – Calha Parshall - aplicação de Al2(SO4)3


Fonte: Fontana, 2004.

4.5.1.3. Decantação ou sedimentação

A água floculada entra nos decantadores através de cortinas de distribuição que


monitoram sua velocidade à montante. A decantação faz com que os flocos que se originaram
na etapa anterior, já mais pesados que a água, depositem-se no fundo do decantador formando
uma camada de lodo, que periodicamente é retirada através de lavagens, fazendo a separação
30

da água e da camada de lodo (CORDEIRO, 2001). A figura 5 exibe uma série de floculadores
com impulsores rotativos de eixo vertical e decantadores próximos aos Floculadores.

Figura 5 - Série de floculadores com impulsores rotativos de eixo vertical e


decantadores próximos aos Floculadores.
Fonte: Anápolis/GO,2014.

4.5.1.4. Filtração

A água proveniente da decantação vai para os filtros onde as pequenas partículas e


germes que não tenham sido removidos ainda possam ser removidos com maior eficiência. Os
filtros são constituídos por uma camada de areia filtrante e outra de pedregulhos e ou carvão
com tamanhos variáveis funcionando como outra camada de suporte, onde a água passa antes
de chegar a um reservatório. Os filtros são lavados diariamente para remoção das partículas
retidas na camada de filtração, através da inversão do fluxo da água. Assim, o pH da água é
corrigido (CORDEIRO, 2001). A figura 6 mostra o filtro da CENIBRA que recebe a água
derivada da decantação:
31

Figura 6 - Filtro da CENIBRA


Fonte: Cenibra, 2008.

4.5.1.5. Desinfecção e Fluoretação

Após a filtração da água, a desinfecção se realiza pela adição do cloro que elimina os
germes nocivos anteriores do tratamento de água, mau cheiro, gosto desagradável e coloração
anormal, mantendo-se o teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/l. Além de ser
acrescentado na chegada da água na estação (pré-cloração), o cloro é colocado também na
água decantada e na água filtrada. Após este ultimo, todas as regiões adicionam flúor a água
para prevenção de microorganismos a saúde bucal dos municípios (FONTANA, 2004). A
figura 7 apresenta um esquema de tratamento e distribuição de água:

Figura 7 - Esquema de tratamento e distribuição de água


Fonte: LEME e MERLI, 2000.
32

4.5.1.6. Reservatório

Após a filtração e desinfecção a água já tratada é levada por meio de uma bomba
elevatória através de adutoras a um reservatório, depois é encaminhada à rede de distribuição
de água até chegar à população ou a uma empresa de porte (SABESP, 1983). As figuras 8 e 9
apresentam reservatórios que são utilizados para o armazenamento e distribuição da água:

FIGURA 8 - Reservatório
Fonte: ISSAC e LUVIZOTTO (2002)

Figura 9 – Reservatório da Cenibra


Fonte: Cenibra, 2015.
33

4.6. Estação de tratamento de água – ETA Cenibra

A ETA da Cenibra teve suas atividades iniciadas em 1977 e não passou por nenhuma
reforma significativa em sua estrutura. A estação é do tipo convencional, com capacidade
nominal de 9600 m³/h de água tratada, estando esta limitada a 8006 m³/h pela outorga, e
produzindo atualmente uma vazão de 6.355 m³/h de água industrial. Esta água é utilizada
pelas duas fábricas (água industrial) ou para consumo humano (água potável) (CENIBRA,
2008). A figura 10 mostra um fluxograma das etapas do processo da ETA da CENIBRA,

Figura 10 – Fluxograma de etapas de processo da ETA CENIBRA.


Fonte: Cenibra, 2008.

As figuras 11 e 12 mostram o equipamento destinado a remoção de areia e argila, e a


medição nos cachimbos de entrada da água para o fosso de captação, respectivamente.
34

Figura 11 – Equipamento destinado a remover areia e argila


Fonte: Cenibra, 2008.

Figura 12 – Medição nos cachimbos de entrada da água para o fosso de captação.


Fonte: Cenibra, 2008.

A água é captada no rio Doce por seis bombas centrífugas de eixo vertical com
capacidade nominal de 2400m³/h. A ETA é alimentada por uma adutora (tubulação de aço
carbono de 1.35m de diâmetro) que através de um coletor de aço carbono de 1 m de diâmetro
distribui uniformemente o fluxo para as caixas de areia. Na adutora está instalada instrumento
primário de medição de vazão tipo placa de orifício, que envia um sinal elétrico para o painel
35

de operação para ser convertido em unidade de vazão (CENIBRA, 2008). A figura 13 mostra
as bombas de capitação do fosso do Rio Doce; A figura 14 apresenta as adutoras de
transferências para a ETA:

Figura 13 - Bombas de Capitação do Fosso do Rio Doce para transferência


Fonte: Cenibra, 2008.

Figura 14 - Adutoras de Transferências para ETA


Fonte: Cenibra, 2008.
36

4.6.1. Caixa de areia.

O processo é composto por quatro caixas de areia de formas retangulares, nestas


caixas inicia-se o processo de remoção de sólidos suspensos da água e a deposição da
lama/areia. Estas caixas são projetadas para uma velocidade de escoamento de 1,4 cm/s e
tempo de retenção de 1,42 horas na vazão de projeto (CENIBRA, 2008). A figura 15 mostra
essas caixas de areia:

Figura 15 - Caixa de areia


Fonte: Cenibra, 2008.

As caixas de areia possuem um sistema de descarga de lodo/areia, constituído de


uma válvula e uma haste para facilitar o acionamento da válvula a partir do piso superior das
caixas (passadiços). Esta operação é efetuada uma vez por turno ou mais, dependendo da
turbidez da água bruta. Na outra extremidade das caixas, temos outra cortina perfurada, que
evita que detritos grosseiros suspensos na água, migrem para o próximo estágio de tratamento
de água. Após estas cortinas perfuradas temos os aplicadores de produtos químicos,
alcalinizantes e coagulantes iniciando o processo químico do tratamento de água (JORDÃO,
1995). A figura 16 mostra o repouso para a decantação da areia e da lama; E a figura 17 a
saída da caixa de areia, passagem da água:
37

Figura 16 - Repouso para decantação da areia e lama


Fonte: Cenibra, 2008

Figura 17 - Saída da caixa de areia, passagem de água


Fonte: Cenibra, 2008.

4.6.2. Câmara de mistura rápida

A água das caixas de areia é direcionada à câmara de mistura rápida, através de uma
tubulação de aço carbono de 1,0m de diâmetro, nesta câmara, um agitador rápido de 10cv
fornece a energia mecânica necessária para a manutenção do gradiente de velocidade. Esta
câmara de 130 m² de volume permite promover a dispersão do coagulante em um tempo de
38

retenção de aproximadamente 3,5 minutos (CENIBRA, 2008). Na figura 18 pode-se observar


a câmara de mistura rápida da CENIBRA; E na figura 19, o agitador que se encontra em
manutenção:

Figura 18 - Câmara de mistura rápida


Fonte: Cenibra, 2008.

Figura 19 - Entrada/ (agitador em manutenção)


Fonte: Cenibra, 2008.
39

4.6.3. Câmara de mistura lenta

Na etapa seguinte a água coagulada verte para uma antecâmara de 210 m³, onde não
há agitação mecânica. A água coagulando chega até a câmara de floculação através de 3
passagens inferiores de 2,0 m² de área cada uma de forma retangular. Após a antecâmara,
temos o floculador onde estão os 9 agitadores de mistura lenta dispostos em 3 baterias
transversais onde cada bateria tem 3 floculadores com mesma rotação. Os floculadores são
acionados por um sistema/motor com 2,0 cv de potencia e rotação variável, cujas velocidades
variam de 6,0 a 3,0 RPM por bateria de floculadores (CENIBRA, 2008).
A câmara de floculação, segundo MULLER, 1999, permite um tempo de retenção de
30 minutos. É composta também por paredes de concreto que permitem a instalação de
chicanas defletoras para possibilitar um tempo maior de retenção, com melhorias na eficiência
da floculação. A água floculada verte então para outra câmara por passagens superiores, onde
haverá uma redução do gradiente de velocidade e agitação da massa líquida. Esta câmara
permite um tempo de retenção de 5 minutos. Imediatamente após esta câmara está disposta
uma cortina para distribuição da água floculada no interior do decantador.
A figura 20 mostra a entrada e o agitador em manutenção e limpeza; A figura 21
mostra o agitador operado:

Figura 20 - Entrada/ (agitador em manutenção e limpeza)


Fonte: Cenibra, 2008.
40

Figura 21 - Agitador operando


Fonte: Cenibra, 2008.

4.6.4. Decantador

O processo físico de remoção de turbidez se inicia no decantador. Os flocos


formados na etapa anterior têm densidade ligeiramente maior que da água, o que permite com
que os mesmos sedimentem no fundo (VIANNA, 2002). A figura 22 apresenta o decantador
operado:

Figura - 22 Decantador operando


Fonte: Cenibra, 2008.
41

Os Decantadores são divididos em bacias com os cantos arredondados, afunilando no


centro, com a profundidade nos cantos menores do que a profundidade no centro. Esta
disposição permite que os raspadores encaminhem o lodo para o centro da bacia do
decantador. O lodo é empurrado para a caixa de descarga de lodo através de uma tubulação. A
operação de descarga é executada aproximadamente três vezes por dia, dependendo do grau
de turbidez da água (RICHTER, 2001). A figura 23 mostra a entrada do decantador com
parede furada para quebrar a velocidade; E a figura 24, o fundo do decantador (limpeza e
manutenção no raspador de lodo), o centro é onde sai o lodo:

Figura 23 - Entrada do decantador parede furada para quebra velocidade


Fonte: Cenibra, 2008
42

Figuraa 24 - Fundo do decantador.


Fonte: Cenibra, 2008.

No final da região de decantação, tem-se uma cortina perfurada de distribuição, que


dá acesso a uma câmara de tempo específico de detenção de acordo com o volume tratado.
Constituída por diversas canaletas de seção transversal, que coleta a água superficial, atuando
como um dispositivo de retenção de possíveis partículas que não decantaram. A água
decantada é direcionada aos filtros através de uma tubulação (VIANNA, 2002). A figura 25
mostra a saída do decantador, suas canaletas de retenção de flutuantes:

Figura 25 - Saída do decantador.


Fonte: Cenibra, 2008.
43

4.6.5. Filtros

Nesta unidade a água é filtrada nos dezesseis leitos filtrantes que constituem quatro
baterias de filtração, sendo: 01 bateria composta por dois filtros destinados à filtração
exclusivamente de água decantada para abastecimento do sistema de distribuição de água
potável; 01 bateria composta por seis filtros, que filtram a água recuperada da fábrica e a água
decantada; 02 baterias compostas por quatro filtros, que filtram simultaneamente a água
recuperada da fabrica e água decantada (CENIBRA, 2008). A figura 26 apresenta a entrada do
sifão para alimentação dos filtros; A figura 27 mostra os 16 filtros; E a figura 28 são as
tubulações de maior diâmetro (sifão de drenagem dos filtros quando está em lavagem):

Figura 26 - Sifão para alimentação dos filtros (entrada)


Fonte: Cenibra, 2008.
44

Figura 27 - Área dos 16 filtros


Fonte: Cenibra, 2008

Figura 28 - Tubulações de maior diâmetro.


Fonte: Cenibra, 2008.

Conforme (SABESP, 1983), a água decantada ao entrar no filtro é distribuída através


de calha sobre o meio filtrante, passando por camadas de 50 cm de carvão mineral antracito,
20 cm de areia e 30 cm de camada suporte (brita, pedra), o fundo dos filtros é composto por
blocos cerâmicos tipo Leopold, tendo o método de operação dos filtros como taxa declinante,
de modo que a vazão da filtração seja maior quando estiver limpo e irá diminuindo com a
45

perda de carga. Após isso a água é encaminha aos reservatórios. A figura 29 mostra os filtros
em lavagem; A figura 30 é o carvão para repor em manutenção dos filtros:

Figura 29 - Filtros em lavagem (fim de lavagem )


Fonte: Cenibra, 2008.

Figura 30 - Carvão para repor em manutenção dos filtros.


Fonte: CENIBRA, 2008.

4.7. Geração de resíduos nos filtros

Segundo Leme e Merli (2000), o sistema usado para a lavagem de filtros utiliza ar
seguido de lavagem com água, sendo lavado um filtro de cada vez. A lavagem tem velocidade
de 0,70 m/min., que equivale a uma taxa de 1008 m³/m².dia. Para exemplificar, em uma
46

duração de 5 min., por filtro lavado seria gerado um volume de 107,5 m³, considerou-se então
um volume gerado por lavagem de 200 m³ em um tempo de 4 min., contudo, o valor de 120
m³ de água para um volume consumido por cada lavagem de filtro está mais próximo do valor
de consumo medido pelo departamento de água. Para dez lavagens diárias corresponderia,
neste caso, um volume total de 1200 m³, como admitido no projeto dimensionado das
unidades que fazem parte da ETA.
Assim é perceptível o alto volume de gasto de água e perdas com as lavagens de
filtros das ETA’s na ordem de 1200m³ de água por dia.
Issac e Luvizotto (2002) sugeriram que o quanto maior for à concentração dos
sólidos em água bruta e a dosagem do coagulante, haverá menor concentração de sólidos no
clarificado e assim será maior a quantidade de resíduos sólidos gerados. Coagulantes que tem
como base, sais de alumínio possuem resultado em resíduos menos concentrados que os
obtidos em base de sais de ferro.
Os rejeitos provenientes da água da lavagem dos filtros podem ser tratados junto com
os resíduos de decantadores ou flotadores, sendo que a água livre (fase líquida) pode ser
afluente às unidades de coagulação ou de floculação, retornando ao início do tratamento de
água. As recuperações da água livre e da água proveniente da lavagem de filtros dependem da
eficiência de remoção de sólidos e da qualidade microbiológica da água, principalmente na
filtração que é uma operação de pré-concentração dos microrganismos e sólidos, a
recirculação deve ser feita sem prejudicar os processos de tratamento na ETA
(WIECHETECK, 2002).
Avaliar e gerenciar as unidades de tratamento em uma ETA podem ser úteis na
minimização de água utilizada para a limpeza das unidades. Adotar sistemas mais eficientes e
garantir economia de água na lavagem dos decantadores e dos filtros devem ser estudadas nos
projetos de ETA’s. Os decantadores laminares, por exemplo, possuem um baixo consumo de
água durante sua lavagem. Algum tipo de pré-tratamento pode ser uma alternativa viável, para
reduzir as perdas na lavagem de filtros. Recuperação da água de lavagem de filtros: a
recirculação de água de lavagem de filtros pode trazer benefícios aos processos de tratamento
em uma ETA, como a redução no consumo de coagulante. No Brasil já existem ETA’s que
realizam com sucesso, o reaproveitamento de 100% da água utilizada em lavagem de filtros,
como é o caso da ETA do Guaraú e Alto da Boa Vista, ambas em São Paulo. Os benefícios
auferidos no reaproveitamento de água na lavagem dos filtros destas ETA’s representa cerca
de 880 L/s, o que permite o abastecimento de aproximadamente 300.000 habitantes, segundo
(FERREIRA e ALÉM, 1998).
47

4.8. Geração de resíduos da ETA Cenibra

A ETA Cenibra possui uma geração de resíduos que totaliza 460 Kg/h e que somente
na limpeza de seus 16 filtros gera um total de resíduos de 104 Kg/h. (CENIBRA, 2008)

4.9. Métodos de lavagens de filtros

Os métodos principais de lavagem dos meios filtrantes podem ser classificados em


quatro grandes categorias: a) lavagem exclusivamente com água; b) lavagem com água e
sistema de lavagem superficial com auxiliar; c) lavagem com ar unicamente seguido de água;
d) lavagem com ar e água, simultaneamente.
Segundo Filho e Rita (2002), são utilizados dois diferentes modos para recuperação
da água de lavagem sendo a primeira delas à imposição, por motivos de ordem sanitária, da
reciclagem da água de lavagem com menor teor de microrganismos e sólidos possível, em que
seja necessária a separação de parte dos sólidos presentes na água de lavagem antes do seu
retorno, devido à fragilidade do floco formado pelo hidróxido de alumínio ou férrico, a
operação do sistema de recuperação de água é feita preferencialmente em batelada, pois a
ocorrência de correntes de velocidades no interior do tanque de separação pode fazer com que
haja ressuspensão dos flocos sedimentados, retornado-os para a fase líquida. Outra
preocupação importante relativa à recirculação de águas diz respeito à possibilidade, ainda
que pequena, do aumento da concentração de organismos patogênicos, tais como cistos de
protozoários (por exemplo, giárdia SP, vírus e bactérias.) quando associados às águas
afluentes aos filtros oriundos de decantadores ou de unidades de coagulação-floculação.
É importante ressaltar que se deve retornar à água de lavagem na proporção de 10% a
no máximo 15% da vazão da água bruta afluente a ETA de modo que não haja nenhum
prejuízo na dosagem de coagulante, processo de coagulação-floculação e assim causar uma
sobrecarga hidráulica nas unidades de tratamento. Existe no Brasil três ETA’s que possuem a
recuperação integral das águas de lavagem, são elas as do Guaraú e Alto da Boa Vista, ambas
operadas pela SABESP, e a do Rio Descoberto, operada pela CAESB. Assim, o
reaproveitamento da água de lavagem dos filtros das três ETA’s é significativo, representando
cerca de 880 L/s nas operadas pela SABESP e de 170 L/s para a da CAESB, suficientes para
abastecer aproximadamente 450.000 habitantes com um per capta de 200 L/hab/dia. É
evidente que quanto melhor forem às condições do pré-tratamento da água bruta, mais o
processo de filtração será eficiente, e mais longas serão as carreiras de filtração e, sendo mais
48

longas, o sistema de recuperação de água de lavagem poderá ser otimizado mais facilmente
visando seu reaproveitamento integral (FILHO e RITA, 2002).
Um grande beneficio que deve ser destacado por experiências de reúso relatadas
anteriormente, é que além de evitar o descarte inadequado do efluente na natureza e também o
desperdício de água, ainda se justifica pelo fato de promover a redução do consumo de
coagulante através da recirculação da água utilizada na retro-lavagem dos filtros (FERREIRA
e LAJE, 1999).

4.10. Clarificação da água de lavagem dos filtros

Figura 31 – Clarificação da Água


Fonte: LUVIZOTTO, 2002.

Segundo Issac e Luvizotto (2002), foram realizados ensaios de clarificação na ETA


de Capim Fino por flotação e por sedimentação do referido despejo líquido, revelando que
tanto a flotação quanto a sedimentação ofereceram excelentes resultados de clarificação,
desde que sejam escolhidos os melhores polímeros (tipo) e otimizada as condições de
coagulação/floculação (dosagem de polímero e tempo de floculação). Nos dois processos
investigados, a água clarificada apresentou características que possibilitariam a sua
recirculação para o início da ETA, com ligeira vantagem para a flotação (melhor remoção de
cor, turbidez, sólido suspensos e DQO).
Os filtros implantados são do tipo rápido por gravidade com taxa e nível constantes,
constituindo três unidades de filtração. A taxa média de filtração é de 143,00 m3/m2.dia. O
49

leito filtrante é constituído de camadas de areia. A lavagem é realizada com água tratada, no
sentido contra-fluxo com auxílio de ar comprimido. O tempo de lavagem, duração da carreira
de filtração e volume de água utilizada na lavagem (ALAF) são variáveis e são apresentados
conforme TABELA 1 e apresentado por (BORBA et al, 2004).

TABELA 1. Condição operacional dos filtros – ETA GUAÍRA/SP.


Unidade Tempo de Carreira de filtração Volume (m3)
lavagem
(min)
FILTRO 1 8 72 142
FILTRO 2 9 48 160
FILTRO 3 10 48 178
Fonte: Borba et al, 2004

A figura 32 apresenta o reservatório da ETA da CENIBRA:

Figura 32 - Reservatório da ETA CENIBRA


Fonte: Cenibra, 2008.

4.11. Lavagem dos filtros ETA CENIBRA

Os problemas oriundos das lavagens inadequadas dos meios filtrantes quanto à


qualidade do efluente que é produzido por unidade de filtração após sua lavagem, como
também aqueles crônicos que podem resultar da ineficiência do processo de lavagem
utilizado, têm sido bem documentados na literatura atual. Por isso, a ineficiência de um
50

sistema de lavagem não somente compromete o processo de tratamento de água como


também pode solicitar um maior volume de água para lavagem, que sem dúvidas, pode trazer
prejuízos consideráveis no que diz respeito ao reaproveitamento da água consumida na
lavagem dos filtros (FILHO et al 2002). A figura 33 mostra a limpeza dos filtros:

Figura 33 - Limpeza dos filtros


Fonte: Cenibra, 2008.

4.12. Métodos de reúso em filtros biológicos.

Conforme Mancuso (1988), filtro biológico é uma estrutura de concreto que contém
no seu interior um enchimento de pedras ou de plásticos, no qual esses materiais servem como
leito para o esgoto ser aspergido. O esgoto escoa pelo leito formando grandes populações
biológicas que se acumula sobre as pedras do filtro sob forma de uma fina camada de lodo,
nesse interior vive os microrganismos aeróbios, que alimentam de matérias orgânicas presente
no efluente. Esses microrganismos ao morrem se soltam das pedras e são retiradas no
decantador que normalmente vem após essa unidade.
O projeto dos filtros biológicos se da através do intuito de recircular o efluente,
sendo assim reduzir a formação de odores, não permitindo a secagem do leito por diminuição
da vazão afluente e o não desenvolvimento de moscas (MARTINS NETO, 2011).
Segundo ao autor Mancuso (2003), existem três métodos de recirculação, sendo eles:
• Sistema Do tipo Biofiltro: Promove a recirculação do efluente direcionando do filtro
para a entrada do decantador primário, foi desenvolvido pela Companhia Dorr Oliver;
51

• Sistema do tipo Filtro Accelo: Promove a recirculação do efluente direcionando do


filtro para a entrada primária da ETA, desenvolvido pela Companhia Infilco;
• Sistema do tipo AeroFiltro: o efluente recircula do decantador secundário para o
afluente do filtro.

Para ETA’s de ciclo completo, o reaproveitamento da água de lavagem reduz as


perdas e a dosagem do coagulante, sendo uma opção recircular a água proveniente da lavagem
de filtros a partir da montante do ponto de aplicação do sulfato de alumínio da estação
(BERNARDO, 2002).
De acordo com Barbosa e Araújo (2000), para se estabelecer os níveis de tratamentos
recomendados, as condições de segurança a serem adotadas, os custos de capital, manutenção
e operacional associados; não se esquecendo das condições técnicas, ambientais e econômicas
do local onde se deseja implantar o reuso do efluente, precisasse necessariamente da
qualidade da água bruta e os objetivos do reuso da água de lavagem dos filtros.

4.13. Método de utilização do reúso da CENIBRA.

O efluente descartado da lavagem dos filtros atualmente é devolvido a rio Doce, com
as exigências da FEAM e a escassez de água torna-se fundamental o investimento no reúso da
água capitada pela indústria isso de modo geral desde água de selagem de bombas, trocadores
de calor do condensador das maquinas de ar condicionado das salas elétricas, trocadores de
calor do sistema de lubrificação e o principal em que o consumo de água é exorbitante a
lavagem dos filtros. Em uma lavagem de um dos dezesseis filtros da ETA da CENIBRA se
consome um equivalente a 1000m³ por lavagem, e é comum a lavagem de 12 filtros em um
período de 24 horas podendo ainda chegar a dezoito lavagens nesse mesmo tempo isso
dependendo da turbidez da água (CENIBRA, 2008).
Para uma melhor eficiência da filtragem e uma menor contaminação dos filtros,
existe um padrão de qualidade da água do qual os efeitos naturais tornam mais difíceis de ser
alcançado, atualmente na ultima década com as grandes estiagens e as grandes tempestades
repentinas o nível de turbidez varia bruscamente, assim os efeitos de coagulação e de
decantação ficam com menor eficiência passando mais contaminantes para a etapa seguinte
que é Filtração (FILHO e SANTA, 2002).
52

4.14. Custos de utilização da ETA.

A Tabela 2 é uma planilha de custos das operações da ETA da Cenibra:

TABELA 2 - Planilha de custos


Media
Água mensal Valor por m³ Custo total por h Custo total anual
6
m³/h captado 6300 R$ 0,14 R$ 882,00 R$ 7.726.320,00
2
m³/h recirculada 2700 R$ 0,04 R$ 108,00 R$ 946.080,00
1
m³/h total descartado na ETA 1600 R$ 0,12 R$ 192,00 R$ 1.681.920,00
1
m³/h descartado filtros da ETA 1000 R$ 0,14 R$ 140,00 R$ 1.226.400,00
m³/h descartado em forma de vapor na 2
fabrica. 25 R$ 1,35 R$ 33,75 R$ 295.650,00
m³/h descartado outros pontos da fabrica
(água de selagem, potável, resfriamento, 2
linha de incêndio e outras) 258 R$ 0,16 R$ 41,28 R$ 361.612,00
Fonte: Cenibra, 2008.

• Valor total de água usado para produzir uma tonelada de celulose = 52m³
• Produção media total anual da Fabrica = 1.200.000 tsa (Tonelada Seca ao Ar).
• Volume médio total anual de água usada na Fabrica = 78.900.000 m³
• Volume médio total de água captada do Rio doce = 55.200.000 m³
• Volume médio total de água à ser recuperada dos Filtros = 8.200.000 m³
aproximadamente 15% do volume captado.

Segundo o relato de Borba et al,(2004) se mostra evidente o caráter econômico


financeiro. Foi-se realizado um estudo na ETA do Rio Descoberto no Distrito Federal em que
se calcularam o custo para a implantação do (SRAL) com valores em torno de R$
2.200.000,00 (dois milhões e duzentos mil reais). Ainda assim este valor representou o
percentual aproximadamente de 11% (onze por cento) do custo total das obras referentes à
ampliação da ETA, sendo assim comprova que representa uma instalação onerosa.
No entanto, segundo Borba et al (2004) a CAESB, que está presente na ETA do rio
Descoberto, atualmente trata uma vazão média de 3,4 m³/s em que se recupera cerca de 170
l/s, ou seja, exatamente 5%, que se é suficiente para abastecer uma população de cerca de
73.000 habitantes com per capta de 200 l/hab./dia. O investimento aparenta ter ótimo retorno,
não considerando os custos operacionais e sendo assim adotando um valor estimado de R$
53

0,25 por metro cúbico. O investimento realizado na implantação do SRAL será recuperado em
aproximadamente 20 meses. Por outro lado, esta sendo considerado apenas o fator de
economia da energia elétrica utilizado para recalque de água bruta a partir do ponto de
captação ate à entrada da ETA, a previsão de retorno é dentro de um prazo de quatro a cinco
anos.
54

5. Metodologia

a) Levantamento bibliográfico - Identificação das fontes de informações (livros,


artigos técnicos, trabalhos acadêmicos, leis, normas, resoluções, relatórios...);

b) Consulta a especialistas;

c) Coleta de dados e/ou informações;

d) Análise dos dados obtidos.

A seleção de artigos foi feita com base em pesquisa bibliográfica realizada na base
de dados da Biblioteca Virtual, artigos científicos, dissertações, manuais, e apostilas com os
descritores captação da água da estação de tratamento de água e lavagem dos filtros da ETA e
também reúso de água. As produções científicas encontradas foram refinadas com artigos em
texto completo, idioma português e inglês.
As informações coletadas na ETA também fazem parte do processo metodológico do
trabalho, pois descreve e cita os processos utilizados na empresa Cenibra e sua viabilidade
econômica, e mostrará a caracterização da ETA, condições operacionais, produtos químicos
utilizados e métodos de limpeza nos decantadores e na lavagem dos filtros.
A coleta de dados foi efetuada nos seguintes períodos: ocorreu no primeiro período
dos dias 2 de setembro 2014 a 20 de setembro de 2014, onde foram selecionados artigos e
materiais a respeito da metodologia sobre captação de águas da ETAS. O período seguinte
transcorreu no dia 20 de outubro do mesmo ano até 30 de outubro de 2014, objetivando a
construção da discussão através de vinte artigos que abordavam a etapas de captação de água
da ETAS e as lavagens dos filtros das mesmas e outras literaturas que completam o tema o
qual estavam disponíveis na Biblioteca Virtual do Scielo e manuais, apostilas e livros. O
período final se dividiu em visitas técnicas na ETA Cenibra, acompanhada pelo engenheiro
químico Felipe Crystelli, para demonstrar o processo químico e físico da operação da mesma
e o descarte da água de lavagem dos filtros.
a- 16/03/2015 – Objetivo – Estudar meios de reutilização.
b- 22/05/2015 – Objetivo – Aprender mais sobre os equipamentos de uma ETA,
aproveitando uma das linhas paradas.
55

c- 31/05/2015 – Objetivo – Visita na captação, acompanhar medições de


profundidade do rio próximo a captação, limpeza nas grades do poço,
levantamento de dados e inspeção nas bombas e motores.
d- 20/06/2015 – Objetivo – Visita realizada para sanar duvidas e estudar
aplicabilidade correta do reúso da água das lavagens dos filtros e
acompanhamento da manutenção dos Filtros 03 e 04.
E por fim no mês de junho de 2015 a discussão dos custos operacionais e perdas de
água, volumes de água descartada e volume de água relançado na captação da ETA.
No estudo realizado foi identificado que o melhor método encontrado com maior
eficiência e aproveitamento dos químicos já adicionados na água foi o método do Sistema do
tipo ACCELO, do qual vai recircular o efluente dos filtros que seria descartado para o Rio
doce entrando na caixa de areia onde é o inicio de tratamento da água da CENIBRA. Essa
dosagem acontecerá de forma controlada por bombas com controlador de vazão por meio de
inversor de frequência em paralelo com um de fluxostato (CENIBRA, 2008).
56

6. Conclusão.

O uso eficiente da água, abrangendo a componente de reúso, conduz ao alcance de


outros objetivos intangíveis, tais como, a melhoria da imagem da indústria através da
otimização dos recursos com a redução dos impactos ambientais negativos contribuindo,
assim, para a sustentabilidade de uma atividade (LOBO, 2004).
No estudo realizado foi identificado que o melhor método encontrado com maior
eficiência e aproveitamento dos químicos já adicionados na água foi o método do Sistema do
tipo ACCELO, do qual vai recircular o efluente dos filtros que seria descartado para o Rio
doce entrando na caixa de areia onde é o inicio de tratamento da água da CENIBRA. Essa
dosagem acontecerá de forma controlada por bombas com controlador de vazão por meio de
inversor de frequência em paralelo com um de fluxostato (CENIBRA, 2008).
A água é um recurso hídrico vital para a humanidade do qual necessita de
preservação ambiental contínua realizada pelos Órgãos Públicos e sociedade civil sendo
assim, deve-se utilizar a água de forma racional e mostrar a devida importância de sua
reutilização e a diminuição dos impactos ambientais.
Conclui-se que nos estudos relatados anteriormente, um sistema de reúso é
efetivamente viável para uma indústria do seguimento de papel e celulose, principalmente
quando se trata de cumprimento de normas e economia financeira mesmo que o investimento
inicial não seja atraente. Contudo, vem-se observando que os estudos de reúso de água em
ambos os seguimentos industriais ou habitacionais tornam cada vez mais grandiosos e
mostram que podemos reciclar e preservar um dos recursos mais valiosos que temos na terra.
57

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