IGREJA ANGLICANA DAS AMÉRICAS
ALICERCE 2
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“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram
o adorem em espírito e em verdade”.
(João 4.24)
Introdução
“Deus” significa: “Um que é adorado”. A existência de
Deus é um postulado fundamental das Escrituras
Sagradas, que começam admitindo-a: “No princípio
Deus criou os céus e a terra” (Gênesis 1.1). E por to-
das as suas páginas, vemos a evidência da Presença
divina. A razão de estudarmos sobre Deus não é para
provar que ele existe, mas para conhecer seu modo
de agir e o quanto ele se interessa por nós, seus fi-
lhos. Há muitas ideias errôneas sobre a existência de
Deus. Examinemos resumidamente algumas:
(a) Ateísmo. Nega, pura e simplesmente, a existência
de Deus, com argumentos recheados de lógica
humana. Os diferentes comportamentos físicos e
psíquicos seriam apenas movimentos da matéria;
não há um Deus a quem prestar contas.
(b) Agnosticismo (“não saber”). O agnóstico crê so-
mente naquilo que ele pode ver ou tocar. Assim
sendo, se Deus existe, não se pode saber, uma vez
que as alegadas provas de sua existência estão fora
do domínio das coisas materiais, ficando a mente finita
do homem sem acesso ao Deus infinito.
(c) Deísmo. Admite a existência de Deus, mas nega
sua revelação e manifestação à humanidade;
duvida-se, até, que ele tenha de fato participado da
criação do universo. Deus seria uma força impessoal,
que não se comunica com os seres humanos.
(d) Politeísmo. Afirma ser o universo governado por
muitas forças espirituais, por vários deuses. No
panteão das religiões politeístas, existem muitos
milhares de deuses. Alguém chegou a afirmar que
existe pelo menos um deus para cada ser humano.
(e) Panteísmo. Ensina que Deus é o universo, que
Deus é tudo e tudo é Deus, confundindo a a criação
com o Criador e negando a distinção entre o Infinito e
o finito.
1. Explicações racionais sobre a existência de Deus
(a) O argumento ontológico. Anselmo (1033-1109),
teólogo e filósofo italiano, arcebispo de Cantuária, afir-
mava que a não existência de Deus é inconcebível. O
homem tem em si a ideia de um ser absolutamente
perfeito; portanto, esse ser deve existir. Este argumento
admite que há na mente humana um conhecimento
intuitivo acerca da existência de Deus.
OS ALICERCES DA VIDA
• DEUS
(b) O argumento cosmológico. Tudo o que existe no
universo tem uma causa primária. Immanuel Kant
(1724-1804), filósofo alemão, afirmava que se tudo o
que existe tem uma razão de ser, isto se deve a Deus,
que é o ponto de origem. Portanto, deve haver um
Agente único que equilibra e harmoniza em si mesmo
todas as coisas.
(c) O argumento moral. Afirma que o reconhecimento
de um bem supremo e o anseio do homem por uma
moral superior, indicam a existência de um Deus que
pode converter esse ideal em realidade.
(d) O argumento histórico. Entre todos os povos da
terra, em todos os tempos, existe o fenômeno da
religião, que é parte essencial da natureza humana.
Isto só pode ser explicado admitindo-se a existência
de um Ser superior que originou tal fenômeno.
2. Deus é revelado na natureza
(a) Salmo 19.1: “Os céus declaram a glória de Deus e
o firmamento anuncia a obra das suas mãos”.
(b) Em Romanos 1.18-32, está registrado que os que
rejeitam o testemunho da natureza a respeito de Deus,
foram entregues a “... paixões infames” (vers. 26), ou
seja, a "um sentimento perverso" (vers. 28), que
conduz a práticas abomináveis (cf. Apocalipse 22.11).
Tais homens, trocaram a glória do Deus imortal por
imagens de homens e animais (vers. 23) e trocaram a
verdade de Deus pela mentira, adorando e servindo a
coisas e seres criados em lugar do Criador (vers. 25).
3. Deus é revelado aos homens
(a) Abraão – Gênesis 17.1 (El-Shadday, Deus Todo-
poderoso)
(b) Jacó – Gênesis 35.11 (El-Shadday, Deus Todo-
poderoso)
(c) Moisés – Êxodo 6.2-3 (JHVH – “Jeová” ou “Javé”,
“Eu sou o que sou”)
4. Deus tem um nome
O nome de Deus, revelado nas Escrituras é JHVH.
Esse nome é uma das mais fortes evidências da perso-
nalidade de Deus e aparece composto em diversos
textos, expressando a natureza de Deus:
(a) Jeová-Jiré – Eu sou a provisão, Gênesis 22.13-14
(b) Jeová-Nissi – Eu sou a bandeira, Êxodo 17.15
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OS ALICERCES DA VIDA

(c) Jeová-Rafá – Eu sou o que sara, Êxodo 15.26 1 João 3.20

(d) Jeová-Shalom – Eu sou a paz, Juízes 6.24 (e) Onipresença – Deus está em todos os lugares ao
(e) Jeová-Raá – Eu sou o pastor, Salmo 23.1 mesmo tempo, Jeremias 23.24
(f) Jeová-Tsidikenu – Eu sou a justiça, Jeremias 23.6 (f) Santidade – Deus é completamente puro, sem
(g) Jeová-Elion – Eu sou Altíssimo, Salmo 97.9 falha alguma, Levítico 19.2
(h) Jeová-Mikadiskim – Eu sou a santificação, Êxodo (g) Justiça – Deus é completamente imparcial, Deute-
31.13 ronômio 32.4
(i) Jeová-Oseias (Jesus) – Eu sou a salvação, Mateus (h) Fidelidade – Deus é totalmente digno de confian-
1.21 ça, 2 Timóteo 2.13
(i) Veracidade – Deus fala sempre a verdade, Núme-
5. As perfeições (atributos) de Deus ros 23.19
(a) Eternidade – Deus não é limitado pelo tempo, (j) Misericórdia – Deus “põe o coração” na miséria
Gênesis 21.33 alheia, Lamentações 3.22
(b) Imutabilidade – Deus não é influenciado pelas (k) Benevolência – Deus pratica sempre o bem,
circunstâncias, Malaquias 3.6; Tiago1.17 Salmo 145.9
(c) Onipotência – Deus pode todas as coisas, Gênesis (l) Amor – Deus sempre se doa absoluta e incondicio-
17.1 nalmente, 1 João 4.8
(d) Onisciência – Deus conhece todas as coisas,

“Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu
quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós
há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele”.
(1 Coríntios 8.5-6)