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Bases Biológicas

Colégio Técnico
São Bento
Sumário
Capítulo 1 – Biologia celular ...................................................................................... 4
1.1 Biologia celular ................................................................................................. 5
1.2 Princípios da Teoria Celular Moderna ............................................................... 5
1.3 Tipos de Células ............................................................................................... 6
1.3.1 Procariontes ............................................................................................... 6
1.3.2 Eucariontes ................................................................................................. 7
1.4 Divisão da Célula .............................................................................................. 7
1.5 Mitose ............................................................................................................... 7
1.5.1 Interfase .................................................................................................. 8
1.5.2 Etapas da Mitose ........................................................................................ 9
1.6 Meiose ............................................................................................................ 10
1.6.1 Primeira Divisão da Meiose ...................................................................... 10
1.6.2 Segunda Divisão da Meiose ..................................................................... 11
1.6.3 Prófase ..................................................................................................... 12
1.7 Membrana Plasmática .................................................................................... 13
1.7.1 Transporte ................................................................................................ 14
1.7.1.1 Transporte Passivo por Difusão .......................................................... 14
1.7.1.2 Transporte Passivo por Osmose ........................................................ 14
1.7.1.3 Difusão Facilitada ............................................................................... 15
1.7.1.4 Transporte Ativo ................................................................................. 15
1.7.1.5 Transporte das moléculas grandes ..................................................... 16
1.7.1.5.1 Fagocitose.................................................................................... 16
1.7.1.5.2 Pinocitose ..................................................................................... 17
1.8 Estrutura celular .............................................................................................. 17
1.8.1 Parede Celular .......................................................................................... 17
1.8.2 Citoplasma ................................................................................................ 18
1.8.3 Citoesqueleto ............................................................................................ 19
1.8.4 Centríolos ................................................................................................. 19
1.8.5 Ribossomos .............................................................................................. 20
1.8.6 Retículo endoplasmático ........................................................................... 20
1.8.7 Aparelho de Golgi ..................................................................................... 21

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1.8.8 Lisossomos ............................................................................................... 22
1.8.9 Respiração Celular ................................................................................... 23
1.8.9.1 Mitocôndrias ....................................................................................... 23
1.8.9.2 Respiração Aeróbia ............................................................................ 24
Síntese de ATP .............................................................................................. 24
1.8.9.2.1 Etapas da Respiração Aeróbia ..................................................... 24
Glicólise ......................................................................................................... 24
Ciclo de Krebs ................................................................................................ 25
Cadeia Respiratória ........................................................................................ 26
1.8.9.3 Respiração Anaeróbia ........................................................................ 26
Fermentação .................................................................................................. 26
1.8.10 Núcleo .................................................................................................... 26
1.9 Microbiologia ................................................................................................... 27
1.10.1 Vírus, seres vivos ou não? ...................................................................... 30
1.11 bactérias ....................................................................................................... 31
1.11.1 Estrutura celular das bactérias ................................................................ 32
1.11.2 Tipos morfológicos básicos ..................................................................... 33
1.11.3 Formação de esporos ............................................................................. 34
1.11.4 Reprodução das Bactérias .................................................................. 34
1.11.4.1 Reprodução sexuada........................................................................ 35
1.11.5 Transformação........................................................................................ 36
1.11.6 Transdução ............................................................................................. 36
1.11.7 Conjugação ............................................................................................ 37
1.11.8 Bactérias gram-positivas e gram-negativas ............................................ 37
1.11.8.1 Diferenças das bactérias gram-positivas das gram-negativas .......... 38
1.12 Sangue ......................................................................................................... 41
1.12.1 Funções .................................................................................................. 41
1.12.2 Glóbulos vermelhos e bancos ................................................................. 42
2. Referências .......................................................................................................... 44

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Capítulo 1 – Biologia celular

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1.1 Biologia celular

Também conhecida por Citologia, a Biologia Celular é a parte da biologia


responsável pelo estudo das células. Esse ramo da biologia é importante, pois as
células são utilizadas para diferenciar o que possui e o que não possui vida. Além
disso, essa estrutura é importante e fundamental para qualquer ser humano.
As células começaram a ser estudadas a partir da invenção do microscópio,
em 1950. Uma empresa que fabricava lentes, a Zacharias Janssen, conseguiu criar
esse objeto que permite a visualização de pequenos organismos, ampliando a
imagem diversas vezes. Como a célula é muito pequena, ela somente passou a ser
estudada depois dessa invenção. A empresa colocou duas lentes em um tubo.
No século XVII, Robert Hooke, avaliou um pedaço de cortiça e neles, verificou
cavidades minúsculas. Elas receberam o nome de células (derivada do latim cella
que significa lugar fechado e pequeno cômodo). O que ele observou foi a parte que
envolve a célula, a parede celular. Já em 1838, verificou-se que as células eram algo
básico em todas as plantas e, no ano seguinte, também passou a ser a unidade
básica dos animais. A partir dessas descobertas, surgiu a seguinte teoria celular:
'Todos os seres vivos são formados por células.'
Nos anos seguintes, foram sendo descobertas diversas estruturas em seu
interior e as funções desempenhadas por eles. Em 1858, um médico alemão afirmou
que as células também eram responsáveis pela hereditariedade e evolução.

1.2 Princípios da Teoria Celular Moderna

 Todos os seres vivos possuem células; porém, alguns são formados por
apenas uma célula;
 As condições vitais dos seres vivos vão depender de suas propriedades
celulares;
 Elas surgem sempre a partir de uma já existente.
As células podem ser diferenciadas através de sua morfologia, porque cada
uma delas é adaptada a sua função. Elas também podem ter sua forma influenciada
por diversos fatores. As células vegetais têm um formato anguloso graças à parede
de celulose que elas possuem e as células animais não têm uma parede celular e,
por isso, são mais curvas.

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Ao longo dos anos, o surgimento de diversas técnicas foram importantes para
que o conhecimento sobre as células crescesse. Além do microscópio, também
passaram a ser utilizadas as técnicas de fixação, coloração, centrifugação
fracionada, dentre outros.

1.3 Tipos de Células

As células são divididas em dois grupos: procarióticas e eucarióticas. O reino


Monera pertence ao grupo das células procarióticas; enquanto isso, os reinos:
Protista, Fungos, Animal e Plantas fazem parte do grupo das células eucarióticas.
Todos os seres vivos têm células que podem ser unicelulares, quando são formados
por apenas uma célula, ou pluricelulares, para os que são formados por várias
células.

1.3.1 Procariontes

Esses organismos são unicelulares e fazem parte do grupo Monera, que pode
ser exemplificado pelas bactérias. Esse tipo de célula tem o DNA que não é
envolvido por uma membrana e ele fica mergulhado no citoplasma. Esse é formado
por diversas substâncias dissolvidas em água e no citoplasma são encontrados os
ribossomos que realizam a síntese de proteínas. Esse tipo de célula é envolvida pela
membrana plasmática, que também é envolvida pela parede celular, formada por
glicídios e aminoácidos.

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1.3.2 Eucariontes

Esses organismos podem ser uni ou pluricelulares. Comparada à célula


procariótica, essas células são maiores e mais complexas. Ela possui um material
genético com DNA associado às proteínas. São envolvidas por uma membrana
nuclear e possuem um núcleo individualizado, além de diversos organismos que não
constam nas células procariontes.

1.4 Divisão da Célula

A divisão celular ajuda na reprodução dos organismos unicelulares e é muito


importante para a reprodução assexuada. As células procariontes possuem uma
divisão mais simples; porém, nas células eucariontes, devido a um número maior de
genes, a divisão é mais complicada. Isso ocorre também porque nas células
eucarióticas, a divisão serve como base para produzir células, substituir as células
antigas e para a regeneração.

1.5 Mitose

Esse processo consegue produzir células-filhas iguais à célula que lhe deu
origem. A célula-filha terá sempre a mesma quantidade e o mesmo tipo de
cromossomos que constam na célula que lhe originou. A mitose é importante para o

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crescimento, a regeneração e a formação do indivíduo. Ela é essencial para a
reprodução assexuada dos seres eucariontes e unicelulares. Esse processo pode
demorar minutos, horas ou dias. Células nervosas e musculares não se dividem
mais quando estão maduras.

1.5.1 Interfase

Essa fase ocorre quando a célula ainda não iniciou a divisão. Durante esse
período, começam os preparativos para a divisão e a interfase é subdividida em três
etapas:

 Período G1: A primeira parte ocorre antes da duplicação do DNA. A célula


aumenta e realiza o metabolismo normalmente. Acontece a duplicação do
centríolo;

 Período S: O DNA e os filamentos de cromatina são duplicados;

 Período G2: É o intervalo que ocorre entre a duplicação do DNA e o princípio


da divisão celular.

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1.5.2 Etapas da Mitose

 Prófase (pro=antes): É a preparação da célula para que ocorra a divisão.


Nessa etapa, a cromatina começa a enrolar para formar o cromossomo e os
filamentos estão duplicados e juntos pelo centrômero. Durante a prófase, o filamento
de cromatina começa a se enrolar e se tornam mais condensados. Os centríolos
migram para os polos e começa a formação dos fusos acromáticos. Os
cromossomos passam a se dirigir para a região mediana do fuso e a membrana
nuclear e o nucléolo desaparecem.

 Metáfase (meta=depois): Nessa fase, os centríolos passam a ficar em polos


opostos da célula. Onde fica localizado o centrômero, aparece o cinetócoro e cada
cromátide fica presa às fibras do fuso por ele. Nesse período, os cromossomos
formam a placa equatorial, ou seja, ficam na região central da célula.

 Anáfase (ana=para cima): Os filamentos dos fusos diminuem e as


cromátides vão para polos opostos da célula. O material genético é distribuído de
forma igual para esses polos, o que irá proporcionar que as células que serão
formadas sejam beneficiadas.

 Telófase (telo=final): Os cromossomos chegam aos polos e voltam a ter a


aparência de um filamento de cromatina. Voltam a aparecer a membrana nuclear e o
nucléolo.
O fim da mitose é atribuído ao surgimento de dois núcleos e em sua maioria,
essa divisão também realiza a divisão do citoplasma, chamada de citocinese.

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1.6 Meiose

O surgimento de uma célula-ovo se deve a união dos gametas que são


produzidos por meio da reprodução sexuada de indivíduos de sexos distintos. Essa
junção de gametas recebe o nome de fecundação. Quando há uma união dos
gametas, os cromossomos não duplicam graças a uma divisão celular denominada
meiose. Nesse procedimento, são produzidas células que tem apenas a metade do
número de cromossomos.
Nas células animais, a meiose ocorre na produção dos gametas. Nas células
vegetais, acontece durante a formação dos esporos, considerados células especiais.
Alguns processos que ocorreram durante a mitose, serão repetidos na meiose. São
eles: formação do fuso acromático, movimentação dos cromossomos e a membrana
nuclear irá desaparecer. A diferença é que na meiose, ocorrem duas divisões
celulares seguidas e os gametas que serão produzidos não são iguais
geneticamente.

1.6.1 Primeira Divisão da Meiose

 Prófase I: Nessa fase, os cromossomos homólogos ficam pareados, ou seja,


cada cromossomo que foi duplicado irá ficar encostado em seu homólogo. Isso
ocorre somente durante a meiose porque é importante que cada célula-filha tenha
um cromossomo de cada tipo. Também acontece na prófase a fragmentação da
membrana nuclear e do nucléolo.

 Metáfase I: Os cromossomos homólogos não ficam alinhados e cada um se


mantém de um lado da região mediada do fuso acromático.

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 Anáfase I: Os cromossomos homólogos vão para lados opostos porque os
fios do fuso se contraem. Diferente do que ocorre na mitose, os cromossomos que
migram são os duplos e não os simples.

 Telófase I: Os cromossomos duplicados chegam aos polos; porém, não estão


totalmente desenrolados. O citoplasma é dividido para a formação de duas células-
filhas.

Com a criação das células-filhas, termina a primeira fase da divisão da


meiose. Como há uma redução no número de cromossomos, a primeira divisão
também recebe o nome de divisão reducional. A célula-filha tem duas cópias de
cada molécula do DNA e cada uma está situada em uma cromátide.

1.6.2 Segunda Divisão da Meiose

O período entre a primeira fase e a segunda fase da divisão da meiose


recebe o nome de intercinese. No final dessa fase, o número de cromossomos não
se altera e por isso a segunda divisão da meiose também recebe o nome de divisão
equacional.

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1.6.3 Prófase

A prófase que ocorre durante a primeira divisão da meiose possui vários aspectos
que a tornam diferente das outras fases. Ela é subdividida em outras cinco fases:
 Leptóteno: Há o condensamento dos cromossomos;
 Zigoteno: Os cromossomos homólogos começam a parear e o processo
recebe o nome de sinapse;
 Paquiteno: Após o pareamento dos cromossomos homólogos, é formada
uma tétrade com quatro cromátides. Durante a prófase I, também ocorre o fenômeno
chamado permutação ou crossing-over (é a quebra das cromátides homólogas e
depois os pedaços são trocados por formas correspondentes);
 Diploteno: Os cromossomos iniciam a separação; porém, ficam grudados no
local das cromátides onde havia ocorrido as permutações. Nesses locais, aparece
uma figura no formato de X que recebe o nome de quiasma;
 Diacinese: Os cromossomos passam a condensar mais e os quiasmas se
deslocam para a extremidade. Esse processo recebe o nome de terminalização. A
permutação somente termina durante a anáfase I.

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Ao final da meiose, são produzidas quatro células com metade do número de
cromossomos que possuía a célula original e diferentes geneticamente. Já com a
mitose, ocorre a produção de duas células que são iguais geneticamente e possuem
o mesmo número de cromossomos da célula original.

1.7 Membrana Plasmática

A membrana celular faz parte de todas as células que estão vivas. É uma fina
camada formada por moléculas de lipídeos e proteínas. Essa camada fosfolipídica
foi citada pela primeira vez em 1825; porém, ela somente ganhou força com a
descoberta de Charles Overton, em 1895. Ele observou a membrana celular e
verificou que somente algumas substâncias passavam por ela.
Ela é utilizada pela célula para o transporte de substâncias importantes para o
seu metabolismo do meio exterior para o interior das células. Elas realizam o
transporte inverso ao levar para o exterior da célula as secreções indesejadas. A
membrana celular tem a capacidade de controlar o que entra e o que sai da célula. É
uma camada tão fina que somente pode ser visualizada com o uso de um
microscópio eletrônico. É caracterizada como um fluído bidimensional que possui a
capacidade de alterar sua forma.
Em 1972, cientistas fizeram o atual modelo dessa membrana, conhecido
como modelo do mosaico fluido. Nesse estudo, foi identificado que a estrutura da
membrana plasmática é formada por lipídios, proteínas e glicídios.

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1.7.1 Transporte

A membrana plasmática é responsável pelo controle de saída e entrada de


substâncias que devem entrar na célula e as que devem sair. O transporte pela
membrana pode ser feito de duas formas: transporte passivo (onde não há gasto de
energia) e o transporte ativo (quando ocorre gasto de energia).

1.7.1.1 Transporte Passivo por Difusão

As moléculas costumam sair de uma região com maior concentração para


uma outra que tenha uma concentração menor. Esse processo recebe o nome de
difusão e é responsável pela passagem do gás carbônico e do oxigênio pela
membrana. A difusão ajuda as moléculas a ficar espalhadas.

1.7.1.2 Transporte Passivo por Osmose

Toda vez que ocorrer uma diferença na concentração de duas soluções, o


solvente vai sair da solução que é menos concentrada para a mais concentrada. A
osmose é a difusão do solvente (água) com a ajuda de uma membrana
semipermeável, ou seja, aquela onde só passa o solvente. O procedimento ocorre
como se a solução que é mais concentrada estivesse atraindo água da solução
menos concentrada.

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1.7.1.3 Difusão Facilitada

Esse processo ocorre quando uma substância passa pela membrana da


célula com o auxílio das proteínas. Esse procedimento depende do tamanho da
molécula e também a capacidade de dissolver em lipídios. As moléculas que são
pequenas e lipossolúveis (oxigênio, nitrogênio e gás carbônico) conseguem
atravessar a camada lipídica sem dificuldades. A água também consegue passar
graças a sua pequena molécula. As que são maiores e não lipossolúveis (glicose e
íons), tem que passar pelas proteínas da membrana que ajudam a realizar o
processo.

1.7.1.4 Transporte Ativo

Esse transporte ocorre porque algumas substâncias se movimentam de um


local com pouca concentração para outro com maior concentração. Esse movimento
contrário à difusão e que tem um gasto de energia é denominado transporte ativo. É

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um transporte que necessita de ajuda de proteínas especiais que realizam um
trabalho com grande consumo de energia.
A energia das proteínas é obtida através das moléculas de ATP (é uma
molécula que carrega a energia que surge com a respiração). São diversos tipos de
transporte ativo, chamados também de “bombas”. As mais conhecidas são as
bombas de sódio e de potássio.

1.7.1.5 Transporte das moléculas grandes

As moléculas grandes como os polissacarídeos não passam pela membrana


celular. Portanto, a entrada dessas substâncias é feita pela endocitose e a saída é
realizada através da exocitose. A endocitose é dividida em fagocitose (fago, que
significa comer) e pinocitose (pino, que significa beber).

1.7.1.5.1 Fagocitose

A célula ingere as substâncias maiores como micro-organismos ou resíduos


celulares. Posteriormente, o citoplasma cria expansões, denominadas de
pseudópodes (falsos pés) que envolvem a substância e a colocam em uma cavidade
da célula. Nessa cavidade é feita a digestão e a absorção.

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1.7.1.5.2 Pinocitose

Esse processo é realizado principalmente pelas células eucarióticas. A célula


pega líquidos ou solutos por meio do processo de invaginação da membrana. Com
isso, são formadas pequenas vesículas.
Já o processo de exocitose também pode se chamar clasmatose. Nele, ocorre
a expulsão de produtos para fora da célula. São produtos que ficam no interior das
vesículas e que estão na superfície das membranas.

1.8 Estrutura celular

1.8.1 Parede Celular

A parede celular também é chamada de membrana celulósica ou parede


esquelética. Essa parede é composta por celulose, água e polissacarídeos. Essa
estrutura realiza a cobertura das células dos seres vivos (plantas, fungos, etc). É
formada principalmente por celulose, conhecida por membrana celulósica. A função
mais importante da parede celular é fornecer uma proteção à célula.
É um envoltório presente também em algumas bactérias, fungos e
protozoários. Ela é uma estrutura rígida, que atrapalha algumas mudanças
morfológicas dos organismos. Com a inflexibilidade da parede celular, as células não
conseguem mudar a sua forma.

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1.8.2 Citoplasma

O citoplasma compreende um grande volume dentro da célula e é composto


por uma substância viscosa que recebe o nome de hialoplasma ou citosol. O
hialoplasma contém água e moléculas de proteínas que forma uma dispersão
chamada coloide. Nele, também estão inclusos componentes como o citoesqueleto,
os centríolos, os ribossomos, o retículo endoplasmático, o aparelho de golgi, dentre
outros.

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1.8.3 Citoesqueleto

O citosol das células eucarióticas apresenta um quantidade enorme de tubos


ocos chamados de microtúbulos. Ele também é formado por proteínas, as tubulinas.
Eles possuem a capacidade de aumentar e diminuir seu tamanho. Podem-se
encontrar, também, os microfilamentos formados pela proteína actina. Os dois juntos
formam um verdadeiro esqueleto celular e são essenciais para manter a forma da
célula e suas estruturas. O citoesqueleto também é chamado de “citomusculatura”.

1.8.4 Centríolos

São cilindros que formam um ângulo reto e ficam em uma região densa do
citoplasma chamada de centro celular ou centrossomo. Cada centríolo possui
microtúbulos de proteínas que formam sua parede. Possuem a capacidade de
duplicar-se e são necessários para a formação do fuso acromático e na formação
dos cílios e flagelos.

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1.8.5 Ribossomos

Esse componente é formado por grãos de RNA e proteína. Está presente nas
células procarióticas e eucarióticas; nas procarióticas, eles ficam livres no
hialoplasma ou associado ao retículo endoplasmático rugoso. Já nas células
procariontes, cada ribossomo possui duas sub-unidades que têm tamanhos e
densidades diferentes. É nesse componente que ocorre a síntese das proteínas e é
feita com a junção de aminoácidos, sendo que esse procedimento é comandado
pelo RNA. Ele recebe a ajuda do polirribossomo para que comande os aminoácidos
da proteína em sequência.

1.8.6 Retículo endoplasmático

O retículo endoplasmático é um conjunto de canais e vesículas que se


formam com as invaginações da membrana plasmática. Quando ele tem ribossomos
que ficam em sua membrana, são denominados retículo rugoso; porém, quando não
possui os ribossomos, levam o nome de retículo endoplasmático liso.
Retículo Rugoso – Ele é responsável por facilitar a saída das substâncias
das células e possui a aparência de sacos que foram achatados. O retículo rugoso
ajuda para que elas sejam transportadas pelo citoplasma. Além disso, ele realiza o
processo de fabricação das proteínas, utilizando os ribossomos que estão em sua

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membrana. São produzidas duas formas de proteínas: as que ajudam a formar a
membrana plasmática e as que serão expulsas pela célula (como as células
glandulares e dos anticorpos). Posteriormente, essas proteínas são encaminhadas
para o complexo de golgi antes que sejam eliminadas pela célula.
Retículo Liso – Essa forma de retículo não tem ribossomos aderidos e são
parecidos com tubos retorcidos. Como não possuem os ribossomos, ele não é capaz
de sintetizar a proteína; porém, é capaz de produzir diversos lipídios (alguns
situados na membrana plasmática e nos hormônios sexuais).

1.8.7 Aparelho de Golgi

Essa estrutura tem o formato de sacos achatados e vesícula. Recebe esse nome
graças ao citologista Camilo Golgi que, em 1898, foi o primeiro a verificar essa
estrutura. Ele possui bolsas membranosas que ficam empilhadas e cada uma delas
recebe o nome de dictiossomo. Primeiro, pensou-se que essa estrutura servia
apenas para a secreção, mas depois foi verificado que ele possui mais funções. É
capaz de sintetizar alguns glicídios que podem ser utilizados para construção da
parede celulose, produção de muco e formação do glicocálix da membrana
plasmática. O aparelho de golgi também é responsável por formar uma vesícula
chamada acrossoma, que pode ser encontrado nos espermatozoides e o ajudam a
penetrar no óvulo.

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1.8.8 Lisossomos

Os lisossomos são pequenas bolsas que possuem em seu interior muitas enzimas.
Essas enzimas são chamadas de hidrolases ácidas, porque a digestão é realizada
com a quebra de alimentos utilizando enzimas e moléculas de água. Além disso, o
interior dele é um meio ácido. Os vegetais não possuem lisossomos e a digestão é
feita pelos vacúolos.
Digestão Intracelular – Quando acontece a fagocitose, a célula desenvolve
em seu interior um vacúolo que recebe o nome de fagossomo. Depois, um grupo de
lisossomos funde-se com o fagossomo e forma um vacúolo digestivo.
Autofagia – Os lisossomos realizam o trabalho de renovar componentes mais
antigos das células. Por isso, ele captura e coloca-os em um vacúolo. Nesse local,
ocorre a digestão. Com esse processo, a célula consegue manter um ciclo de
reconstrução.
Autólise – É uma forma de autodestruição da célula e ocorre quando a
membrana do lisossomo é rompida e as enzimas acabam se espalhando pelo
citoplasma, fazendo com que ocorra a destruição de células. Isso ajuda para a
destruição das células consideradas velhas. Isso pode ser exemplificado com a
cauda do girino que regride posteriormente.

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1.8.9 Respiração Celular

1.8.9.1 Mitocôndrias

São pequenos órgãos celulares que têm a forma de grãos ou bastonetes. Sua
quantidade vai depender da célula que está sendo verificada. A mitocôndria é uma
estrutura que é limitada por duas membranas parecidas com a membrana
plasmática. A membrana situada na parte interna possui dobras que levam o nome
de cristais mitocondriais. Entre os cristais, é encontrada uma solução que é
chamada de matriz mitocondrial.
Os cristais mitocondriais possuem a capacidade de elevar o número de
enzimas, mas sem alterar o tamanho da mitocôndria. Na matriz mitocondrial, pode-
se encontrar também DNA, RNA e ribossomos. Para que se possa retirar energia
das ligações químicas de uma substância, é necessário que as moléculas com
oxigênio reajam. Esse processo recebe o nome de combustão. Há uma distinção
entre combustão e respiração, pois a combustão libera muita energia em um
pequeno espaço de tempo. Já na respiração, a liberação de energia ocorre de forma
gradual.

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1.8.9.2 Respiração Aeróbia

Síntese de ATP
A energia obtida pela respiração é utilizada posteriormente e cada parte
dessa energia que é liberada, é utilizada pela molécula de adenosina
trifosfato (ATP). Ou seja, um número grande de energia, que se encontra na
molécula de glicose, transforma-se em quantidades menores de energia, que se
encontram nas moléculas de ATP. Essas, por sua vez, ficam na célula e vão sendo
utilizadas durante o metabolismo de forma a se espalhar por toda a célula.
A síntese ocorre com uma molécula de adenosina difosfato com mais um
radical fosfato que está na célula. Com a energia que é liberada pela respiração, o
fosfato se une ao ADP e forma o ATP e um fosfato cheio de energia. Quando há a
necessidade de energia para a realização de um trabalho, o ATP entrega esse
fosfato e se transforma em ADP. Quando a respiração libera energia novamente, ele
transforma-se novamente em ATP. O processo de ligar o fosfato com pouca energia
ao ADP recebe o nome de fosforilação.

1.8.9.2.1 Etapas da Respiração Aeróbia

Glicólise
Esse processo acontece no hialoplasma e se trata da quebra da glicose
(C6H12O6) em duas moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3). Quando ocorre o
processo, uma parte da energia gerada pela glicose é liberada em quatro partes que

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produzem quatro moléculas de ATP. Como são utilizadas duas moléculas de ATP
para que a glicose seja ativada, ao fim do processo sobram apenas duas. Ocorre
também a desidrogenação e são formadas duas moléculas de NAD.2H.

Ciclo de Krebs
Esse ciclo acontece na matriz da mitocôndria onde duas moléculas de ácido
pirúvico (C3H4O3) que são produzidas na glicólise, serão desidrogenadas e
descarboxiladas. Enquanto a primeira é feita pelas desidrogenases, as
descarboxilações são tiradas de moléculas de gás carbônico do ácido pirúvico e
depois são catalisadas pelas descarboxilases. Desse processo, sai uma molécula de
NAD.2H e uma de CO2. Essa cadeia que possui dois átomos de carbono,
pertencente ao grupo acetila.
No ciclo, o grupo acetila junta-se à substância coenzima A (Co A) e formam o
acetil-CoA. Ele, por sua vez, realiza uma ligação com um composto com quatro
átomos de carbono, o ácido oxalacético, que já está na matriz da mitocôndria. A
coenzima A não permanece no ciclo. Posteriormente, é formado um composto com
seis átomos de carbono, o ácido cítrico. Esse ácido sofre a desidrogenação e a
descarboxilação e resulta em substâncias intermediarias. No fim, o ácido oxalacético
regenera-se e retorna à matriz.

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Cadeia Respiratória
A cadeia respiratória ocorre na membrana interna da mitocôndria. Nela, os
átomos de hidrogênio (elétrons de hidrogênio) que foram retirados das cadeias de
carbono nas etapas anteriores, serão levados para o oxigênio por várias moléculas
secundárias. Com a junção do oxigênio com o hidrogênio, forma-se água e
moléculas de ATP. A cadeia respiratória também recebe o nome de fosforilação
oxidativa, pois a síntese de ATP necessita de um fosfato no ADP e a fosforilação
necessita da energia que vem das oxidações.

1.8.9.3 Respiração Anaeróbia

Fermentação
A fermentação faz a quebra da glicose sem a utilização do oxigênio e faz
parte da fonte de energia de alguns organismos. Eles não possuem as enzimas que
realizam o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória. Com a falta de oxigênio, uma outra
molécula terá que ser responsável por receber os átomos de hidrogênio. Ao recebê-
los, é gerado o produto final, que pode ser o álcool etílico, ácido acético, ácido
láctico, etc.
Os produtos resultantes da fermentação ficam com energia armazenada e
devido a isso, o saldo da fermentação são duas moléculas de ATP para cada
molécula de glicose.

1.8.10 Núcleo

O núcleo da célula é formado pela cromatina, nucléolos e nucleoplasma. Nas


células procariontes, o núcleo fica solto no citoplasma. Nas moléculas eucariontes, a
cromatina (material genético) é o resultado das moléculas de DNA com proteínas,
formando um conjunto de filamentos que ficam distantes do citoplasma devido a
uma membrana. A membrana recebe o nome de carioteca ou membrana nuclear e
possui diversos poros. Eles são necessários para que ocorra a troca de substâncias
entre o citoplasma e o núcleo.
Um núcleo pode ter um ou mais nucléolos. Esse é o local onde o RNA é
sintetizado e se une a proteínas que vêm do citoplasma e formam unidades

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precursoras dos ribossomos. As sub-unidades ficam no nucléolo até a divisão
celular. A maioria das células possui apenas um núcleo.

1.9 Microbiologia

Microbiologia é o ramo das ciências que estuda bactérias, fungos e vírus. É uma
das mais relevantes, dinâmicas, interessantes e atuais disciplinas em ciências
biológicas.
Os microrganismos constituem mais de 90% da biomassa e a maior
biodiversidade da Terra. Contribuem na fertilização do solo, na degradação de
detritos, beneficiam a natureza ao fixar e utilizar matéria orgânica e inorgânica. Têm
grande função na reciclagem de materiais e na detoxificação do ambiente. São
usados na produção de vinagres, bebidas alcoólicas, queijos, yogurtes, pães e
antibióticos. Apenas uma minoria destes agentes é patogênica ou danosa, causando
doenças em humanos, animais e plantas, assim como a deterioração de alimentos e
a degradação de estruturas.
Devido ao seu rápido crescimento e relativa simplicidade os microrganismos têm
sido utilizados como modelos na compreensão de fenômenos biológicos. As
inúmeras descobertas em microbiologia geram avanços no campo da pesquisa
envolvendo múltiplas áreas de aplicação, fazendo com que os microrganismos
passem a ser usados como ferramentas para intervenção no meio ambiente, na
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saúde, na indústria, etc. A utilização destes agentes na terapia gênica e na
genômica estimulou um crescente interesse na ciência, que tem revolucionado
modelos de estudos já estabelecidos e deverá alterar a relação do ser humano com
a natureza. A bioinformática é uma nova área da microbiologia que permite analisar,
a evolução destes agentes, a estrutura de suas proteínas.

1.10 Vírus

Vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos


vivos. Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles
somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle da maquinaria de
auto-reprodução celular. O termo vírus geralmente refere-se às partículas que
infectam eucariontes (organismos cujas células têm carioteca), enquanto o
termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que
infectam procariontes (bactéria).
Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido
nucleico (seja DNA ou RNA, ou os dois) sempre envolto por uma cápsula proteica
denominada capsídeo. As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para
cada tipo de vírus. O capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são
denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo
capsídeo, outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao
nucleocapsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.
Das 1.739.600 espécies de seres vivos conhecidos, os vírus representam
3.600 espécies.

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O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas
da membrana plasmática da célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais,
específicas para cada tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios.
São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá
infectar. Geralmente, o grupo de células que um tipo de vírus infecta é bastante
restrito. Existem vírus que infectam apenas bactérias, denominadas bacteriófagos,
os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que infectam as plantas
e os que infectam os animais, denominados, respectivamente, vírus de plantas e
vírus de animais.

Esquema do Vírus HIV

Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a
sua multiplicação. Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a
enzima Transcriptase reversa que faz com que o processo de Transcrição
reversa seja realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se
formar DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o
nome retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem
DNA fazem o processo de transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA)
e só depois a tradução. Estes últimos vírus são designados de adenovírus.
Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios: a falta de hialoplasma e ribossomos
impede que eles tenham metabolismo próprio. Assim, para executar o seu ciclo de
vida, o vírus precisa de um ambiente que tenha esses componentes. Esse ambiente
precisa ser o interior de uma célula que, contendo ribossomos e outras substâncias,
efetuará a síntese das proteínas dos vírus e, simultaneamente, permitirá que ocorra
a multiplicação do material genético viral.

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Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam,
podendo provocar a sua degeneração e morte. Para isso, é preciso que o vírus
inicialmente entre na célula: muitas vezes ele adere à parede da célula e "injeta" o
seu material genético ou então entra na célula por englobamento - por um processo
que lembra a fagocitose, a célula "engole" o vírus e o introduz no seu interior.

1.10.1 Vírus, seres vivos ou não?

Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula


hospedeira: eles não podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer
atividade biossintética. Eles obviamente se reproduzem, mas diferentemente de
células, que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células
filhas, os vírus replicam-se através de uma estratégia completamente diferente: eles
invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula viral;
esses componentes então interagem com o aparato metabólico da célula
hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de mais vírus.
Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser
considerados seres vivos ou não, e esse debate e primariamente um resultado de
diferentes percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a definição
de vida. Aqueles que defendem a ideia que os vírus não são vivos argumentam que
organismos vivos devem possuir características como a habilidade de importar
nutrientes e energia do ambiente, devem ter metabolismo (um conjunto de reações
químicas altamente inter-relacionadas através das quais os seres vivos constroem e
mantêm seus corpos, crescem e performam inúmeras outras tarefas, como
locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também fazem parte de uma
linhagem contínua, sendo necessariamente originados de seres semelhantes e,
através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole),
etc.
Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens
contínuas, reproduzem-se e evoluem em resposta ao ambiente, através de
variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo
próprio, por isso deveriam ser considerados "partículas infecciosas", ao invés de
seres vivos propriamente ditos. Muitos, porém, não concordam com essa
perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se,

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são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula
hospedeira, mas até aíi todos os seres vivos dependem de interações com outros
seres vivos. Outros ainda levam em consideração a presença massiva de vírus em
todos os reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão antiga como a
própria vida - sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc.
Conforme já mencionado, diferentes conceitos a respeito do que vem a ser vida
formam o cerne dessa discussão. Definir vida tem sido sempre um grande problema,
e já que qualquer definição provavelmente será evasiva ou arbitrária, dificultando
assim uma definição exata a respeito dos vírus.

1.11 bactérias

As bactérias são organismos bastante simples e pertencem, ao Reino


Monera. De acordo com a classificação mais atual em três domínios, esses
organismos estão divididos em Domínio Archaea, que engloba as arqueobactérias, e
Domínio Bactéria, que engloba os outros grupos de bactérias.

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1.11.1 Estrutura celular das bactérias

As bactérias são formadas por uma única célula (unicelulares), e podem ou


não formar colônias. Esses organismos possuem material genético disperso no
citoplasma, sendo, portanto, denominados de procariontes.
Na grande maioria das bactérias, além da membrana plasmática encontrada
em todas as células, é possível observar externamente uma parede
celular constituída, principalmente, por peptideoglicano. Essa parede celular
apresenta como principal função manter a forma das células bacterianas e garantir
proteção. Além disso, é possível perceber em algumas espécies uma cápsula
polissacarídica envolvendo a parede.
No citoplasma da célula bacteriana, é possível perceber a presença de
apenas um tipo de organela: os ribossomos. Esses ribossomos são menores que
aqueles encontrados em células eucarióticas, mas desempenham a mesma função,
que é a síntese de proteínas. Além disso, é possível perceber a presença de
grânulos ou inclusões que apresentam a função de armazenamento.
O citoplasma, por sua vez, apresenta uma região, chamada de nucleoide,
onde está localizado o cromossomo bacteriano, único e circular. Além do DNA
cromossomial, observa-se o plasmídeo, formado por uma molécula pequena de
DNA circular de duplicação independente.
Em algumas bactérias, é possível encontrar ainda estruturas de locomoção
conhecidas como flagelos, que são compostos por uma proteína denominada de
flagelina. Existem ainda estruturas mais finas e mais curtas que os flagelos
denominadas de pili e fímbria. Estes estão relacionados com a fixação das bactérias
em superfícies (fimbrias) ou ainda com a fixação no momento da reprodução (pili).

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1.11.2 Tipos morfológicos básicos

As bactérias podem receber diferentes nomes de acordo com o formato. Entre


os tipos fundamentais, podemos citar:

Bacilos: Bactérias com formato de um pequeno bastão.

Cocos: Bactérias de formato esférico.

Espirilos: Bactérias em forma de sacarrolha.

Esses diferentes tipos morfológicos podem ainda se agrupar. Os cocos, por


exemplo, podem agrupar-se de 2 a 2, formado diplococos, ou em cadeias
denominadas de estreptococos, ou ainda em cachos denominados de estafilococos.
Isso também pode ser observado nos bastonetes, que ocasionalmente formam
diplobacilos ou estreptobacilos. De uma maneira geral, os espirilos ocorrem
isolados.

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1.11.3 Formação de esporos

Algumas bactérias são capazes de formar esporos, estruturas altamente


resistentes e duráveis. Os esporos desempenham um papel de defesa, pois são
uma forma de proteção em condições desfavoráveis, como em casos de
temperaturas inadequadas

1.11.4 Reprodução das Bactérias

A reprodução das bactérias é por reprodução binária. Nesse processo de


reprodução assexuada, a bactéria duplica seu material genético e divide-se em
duas.

Alimentos estragados e doenças infecciosas são alguns exemplos nos quais a


reprodução bacteriana pode ser observada de forma negativa na vida humana,
entretanto, o fato de possuírem uma capacidade extraordinária de reprodução
permite que utilizemos as bactérias em processos benéficos como: produção de
alimentos e bebidas, obtenção de adubos e no processo de biorremediação, que
permite a limpeza menos agressiva do ambiente contaminado por agentes tóxicos.
Desta forma, compreender sobre o processo de reprodução desses
microrganismos não apenas facilita na prevenção de doenças e na conservação de
alimentos, mas nos permite saber a forma correta de utilizarmos sua ação para
melhorar nossa qualidade de vida.
As bactérias apresentam como forma de reprodução a reprodução binária,
também chamada de cissiparidade ou bipartição. Neste processo de reprodução
assexuada, a bactéria duplica seu material genético e se divide em duas, ambas

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terão a mesma quantidade de DNA e representarão as mesmas funções. Observe
na imagem abaixo o processo de divisão ocorrendo.
Só para termos uma noção do potencial reprodutivo de uma bactéria, vamos
imaginar: colocamos uma única bactéria em um local e oferecemos a ela condições
ideais de temperatura e nutrientes. Após cerca de 30 minutos, a primeira divisão
estará concluída e após esta ocorrerão várias outras, originando, em apenas 24
horas, aproximadamente milhares de bactérias, todas semelhantes àquela original.
Esse conjunto formado por bactérias de mesma origem recebe o nome de clone.
.

Repare que não existe a formação do fuso de divisão e nem de figuras clássicas e
típicas da mitose. Logo, não é mitose.

1.11.4.1 Reprodução sexuada

Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de


transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de
transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora,
produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos
recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir.
a transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras:
por transformação, transdução e por conjugação.

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1.11.5 Transformação

Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e


são incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de
bactérias mortas. Esse processo ocorre espontaneamente na natureza.
Os cientistas têm utilizado a transformação como uma técnica de Engenharia
Genética, para introduzir genes de diferentes espécies em células bacterianas.

1.11.6 Transdução

Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra


usando vírus como vetores (bactériófagos). Estes, ao se montar dentro das
bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu
de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o
transfere junto com o seu. Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a
incluir os genes de outra bactéria em seu genoma.

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1.11.7 Conjugação

Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma


bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea". isso acontece através
de microscópicos tubos proteicos, chamados pili, que as bactérias "macho"
possuem em sua superfície.
O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da
bactéria "fêmea", produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas às
células-filhas na próxima divisão celular.

1.11.8 Bactérias gram-positivas e gram-negativas

HANS CHRISTIAN GRAM, um bacteriologista dinamarquês, estudou e definiu


a técnica para corar bactérias, a coloração Gram, em 1884. Nesta ocasião,
experimentalmente, corou lâminas com esfregaços (uma espécie de “raspa”,
grosseiramente falando, de um determinado lugar do corpo ou de uma cultura que
se queira fazer a pesquisa) com violeta de genciana e percebeu que se
as bactérias existentes nestes esfregaços uma vez coradas não desbotavam com
álcool, se previamente fossem tratadas com iodo.
A coloração de Gram é um teste fácil e poderoso que permite distinguir entre
os dois principais grupos de bactérias para direcionar um diagnóstico e terapia. As
bactérias fixadas pelo calor ou, ao contrário, desidratas numa lâmina, coram com
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cristal violeta, um corante que forma um precipitado com o iodo; o corante não retido
e em excesso é removido lavando-se com um diferenciador à base de acetona ou
álcool. Um corante de contraste vermelho, a safranina, é adicionada para corar
qualquer célula descorada. Este processo leva menos de 10 minutos.
Para bactérias Gram-positivas, que se tornam um azul violeta, o corante fica
confinado numa estrutura grossa, entrecruzada e com aspecto de uma malha, a
camada de peptidoglicano que circunda a célula. As bactérias Gram-negativas
possuem uma fina camada de peptideoglicano que não retém o corante cristal
violeta: por isso a célula deve ser contratada com a safranina, tornando-se vermelha.
As bactérias que não podem ser classificadas pela coloração de Gram incluem as
micobactérias, que possuem um envoltório externo céreo e são diferenciadas com
um corante álcool-ácido-resistente, e o micoplasmas, que não possuem
peptidoglicano.

1.11.8.1 Diferenças das bactérias gram-positivas das gram-


negativas

A estrutura, os componentes e as funções da parede celular distinguem as


bactérias Gram-positivas das Gram-negativas. Os componentes da parede celular
também são únicos para as bactérias, e sua estrutura repetitivas desencadeia as
respostas imunes inatas protetoras dos seres humanos.

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As bactérias Gram-positivas possuem uma parede células grossa e de múltiplas
camadas consistindo principalmente de peptideoglicano envolvendo a membrana
citoplasmática. O peptideoglicano é um exoesqueleto em forma de malha
funcionalmente, é poroso e permite a difusão dos metabólitos para a membrana
plasmática. O peptideoglicano é essencial para a estrutura, a replicação e a
sobrevivência em condições normalmente hostis nas quais as bactérias crescem.
Durante a infecção, o peptidoglicano pode interferir na fagocitose e estimular
respostas inatas, incluindo a atividade pirogênica.
O peptideoglicano pode ser degradado pelo tratamento com lisozimas. A
lisozima degrada a espinha dorsal de glicano do peptidoglicano. Sem o
peptideoglicano, a bactéria sucumbe à grande diferença de pressão osmótica na
membrana citoplasmática e se rompe. A remoção da parede celular produz um
protoplasto que se rompe a menos que seja estabilizado osmoticamente.
A parede celular das bactérias Gram-positivas pode conter outros compostos tais
como os ácidos teicóicos (essencial para a viabilidade da célula) e lipoteicóicos (são
moléculas antígenos comuns de superfície que distinguem os sorotipos bacterianos
e promovem a agregação a outras bactérias e a receptores específicos nas
superfícies celulares dos mamíferos, importantes na virulência bacteriana) e
complexos polissacarídios.
As bactérias Gram-negativas possuem uma parede celular com uma fina
camada de peptideoglicano, e externamente à camada de peptideoglicanos está à
membrana externa, presente somente em bactérias Gram-negativas. A área externa
da membrana citoplasmática e a superfície interna da membrana externa é a
chamada de espaço periplasmático. Neste espaço existe um compartilhamento
contendo uma variedade de enzimas hidrolíticas que são importantes para a célula
na quebra de grandes moléculas para o metabolismo. Essas enzimas incluem as
proteases, fosfatases, lípases, nucleases e enzimas de degradação de carboidratos.
As espécies Gram-negativas patogênicas, muitos dos fatores líticos de virulência,
como as colagenases, hialuronidases, proteases e β-lactamases estão no espaço
periplasmático. Neste espaço contém componentes do sistema de transporte de
açúcares e outras proteínas de ligação para facilitar a obtenção de diferentes
metabólitos e outros compostos.
A membrana externa das bactérias Gram-negativas é como um firme saco de
lona em torno da bactéria. Ela é responsável de manter a estrutura bacteriana e é

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uma barreira de permeabilidade para moléculas grandes e moléculas hidrofóbicas.
Ela também confere a proteção contra condições ambientais adversas como do
sistema digestivo do hospedeiro. A membrana externa possui uma estrutura
assimétrica com duas camadas, com um folheto interno e externo. O folheto interno
contém fosfolipídios e o folheto externo é composto de uma molécula anfipática
(possui ambas as terminações hidrofóbica e hidrofílica) chamada de
lipopolissacarídio (LPS).
O LPS é também chamado de endotoxina, um poderoso estimulador de
respostas naturais e imunes. O LPS ativa as linfócitos B e induzem macrófagos,
células dendríticas e outras células para a liberação de interleucinas 1 e 6, o fator de
necrose tumoral e outros fatores. O LPS provoca febre e pode causar choque.
A reação de Shwartzman (coagulação intravascular disseminada) segue a liberação
de grandes quantidades de endotoxina na corrente sanguínea. O LPS é liberado das
bactérias para o meio e para o hospedeiro.

1.11.9 Estruturas externas

Algumas bactérias (Gram-positivas ou Gram-negativas) são envolvidas por


camadas frouxas de polissacarídios ou proteínas chamadas cápsulas. Quando são
pouco aderentes e de densidade ou espessura não uniforme, são chamadas de
camada viscosa. As cápsulas e as camadas viscosas também são chamadas
de glicocálice.
Cápsula e camadas viscosas são desnecessárias para o crescimento das
bactérias, mas são muito importantes para a sobrevivência no hospedeiro. A cápsula
é fracamente antigênica e antifagocítica e é um fator de virulência de grande
importância. A cápsula também pode agir como uma barreira para moléculas
hidrofóbicas tóxicas, tais como os detergentes, e podem promover a aderência a
outras bactérias ou aos tecidos superficiais do hospedeiro.
Algumas bactérias produzem um biofilme de polissacarídios sob certas situações
adversas, o qual estabelece uma comunidade de bactérias e a protege dos
antibióticos e das defesas do hospedeiro.
OS FLAGELOS são propulsores do tipo trança compostos por subunidades
protéicas acopladas na forma helicoidal que ficam ancoradas nas membranas das
bacterianas por estruturas chamadas de corpo basal em forma de gancho, e são

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direcionadas pelo potencial de membrana. As espécies bacterianas podem ter um
ou vários flagelos em suas superfícies, e estes podem estar ancorados em
diferentes partes da células. Os flagelos proporcionam mobilidade à bactéria,
permitindo à célula nadar (quimiotaxia) em busca de alimento e para longe dos
“venenos”.
AS FÍMBRIAS são estruturas que parecem cabelos no lado de for da
bactéria, e estão arranjadas uniformemente sobre toda a superfície da células
bacteriana. As fímbrias promovem aderência a outras bactérias ou ao hospedeiro.

1.12 Sangue

O sangue é um tecido conjuntivo líquido, produzido na medula óssea


vermelha, que flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos dos animais
vertebrados e invertebrados. O sangue é um dos três componentes do sistema
circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos sanguíneos.

1.12.1 Funções

Ele é responsável pelo transporte de substâncias (nutrientes, oxigênio, gás


carbônico e toxinas), regulação e proteção de nosso corpo.

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Ao sangue cabe também a função de transportar oxigênio para as células, e
servir de veículo para que elementos indesejáveis como gás carbônico, que deve ser
expelido pelos pulmões, e ureia, que deve ser eliminado pelos rins.
O sangue é composto por uma parte líquida, o plasma, constituído de substâncias
nutritivas e elementos residuais das reações celulares. O plasma também possui
uma parte organizada, os elementos figurados, que são os glóbulos sanguíneos e as
plaque.

1.12.2 Glóbulos vermelhos e bancos

Glóbulos Vermelhos são as hemácias(São de 5 milhões por milímetro cúbico),


células sem núcleo contendo hemoglobina, um pigmento vermelho do sangue
responsável pelo transporte de oxigênio e de gás carbônico.
Glóbulos Brancos são os leucócitos(são de 5 a 9 mil por milímetro cúbico),
verdadeiras células nucleadas, incumbidas da defesa do organismo.
Plaquetas são fragmentos citoplasmáticos de células da medula óssea,
implicadas diretamente no processo de coagulação sanguínea. São em número de
100 a 400 mil por milímetros cúbicos.

O sangue está contido num sistema fechado de canais (vasos sanguíneos),


impulsionados pelo coração. Sai do coração pelas artérias que vão se ramificando

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em arteríolas e terminando em capilares que por sua vez se continuam em vênulas e
veias, retornando ao coração.
Ao nível dos capilares o plasma é acompanhado de alguns linfócitos e
raramente hemácias ,pode extravasar para o espaço intersticial, constituindo a linfa,
que posteriormente é reabsorvida pelos capilares linfáticos passando aos vasos
linfáticos e então as veias, sendo reintegrada à circulação.

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2. Referências

ALBERT, B. et al. Biologia Molecular da Célula. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

BERNE, R. M. et al. Fisiologia. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2004.

Disponível em:
<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/biovirus.php> Acesso
em 15/02/2017 Ás 15:00h

Disponível em: <http://biologia-celular.info> Acesso em 14/02/2017 Ás 13:45h

Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/reproducao-das-


bacterias.htm> Acesso em 14/02/2017 Ás 15:20h

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. 8 ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

MURRAY, Patrick R. Microbiologia Médica. 5ª Edição. Editora: Elsevier. Rio de


Janeiro, 2006.

VERMELHO, Alane B. Práticas de Microbiologia. 1ª Edição. Editora: Guanabara


Koogan. Rio de Janeiro, 2006.

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