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MP-SP
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RODADA 3
COMENTÁRIOS
#SouOuse
#AquiéMP
#TôDentro
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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DIREITO PENAL
PROF. MURIEL VASCONCELOS
01 – QUESTÃO:
a) O estupro (art. 213 do CP) é considerado um tipo penal misto alternativo. Com efeito, se
o agente, no mesmo contexto fático, pratica conjunção carnal e outro ato libidinoso contra
uma só vítima, pratica um só crime do art. 213 do CP.
b) Nos crimes sexuais contra vulnerável, a certidão de nascimento não é o único meio idôneo
para se comprovar a idade da vítima, podendo o juiz valer-se de outros elementos.
c) A prática de sexo ou ato libidinoso com menor de 14 anos é considerada crime de estupro
de vulnerável, independente de ter havido consentimento.
d) Não é aplicável o princípio da adequação social ao crime de casa de prostituição.
e) A conduta de filmar um casal mantendo relações sexuais em uma praça pode caracterizar
o crime de registro não autorizado da intimidade sexual.
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
Como ensina Rogério Sanches (2016), após o advento da Lei n. 12.015/09, o crime de
estupro passou a ser de conduta múltipla ou de conteúdo variado. Ou seja, praticando o agente
mais de um núcleo, dentro do mesmo contexto fático, não desnatura a unidade do crime.
Na mesma senda, o STJ entende que o estupro (art. 213 do CP), com redação dada
pela Lei n. 12.015/09, é tipo penal misto alternativo. Logo, se o agente, no mesmo contexto fá-
tico, pratica conjunção carnal e outro ato libidinoso contra apenas uma vítima, pratica um só
crime de estupro.
Ademais, o STJ assentou que, malgrado seja um tipo penal misto alternativo, na 1ª
fase da dosimetria da pena, o magistrado deverá aumentar a pena-base considerando que a
vítima foi obrigada a realizar dois atos sexuais diferentes. (AgRg no REsp 1262650/RS, Rel. Min.
Regina Helena Costa, 5ª Turma, j. em 05/08/2014); (HC 212.305-DF, Rel. Min. Marilza Maynard
(Des. Conv. TJ/SE), 6ª Turma, j. em 24/4/2014).
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Cumpre frisar que, para Cleber Masson (2015), no art. 213, caput, do Código Penal há
somente um núcleo: “constranger”. Este verbo se relaciona aos aros de “ter conjunção carnal” e
“praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Se existe um único núcleo, o
tipo penal é simples, e não misto. Todavia, trata-se de entendimento minoritário, a ser levanta-
do apenas em provas discursivas ou orais.
Para o STJ (AgRg no AREsp 12.700-AC), é possível verificação etária, crimes sexuais
contra vulnerável, a partir de outros elementos de prova presentes nos autos. Para a Corte, a
certidão de nascimento não é o único meio idôneo para se comprovar a idade da vítima, poden-
do o juiz valer-se de outros elementos.
No caso julgado, o STJ entendeu que, apesar de não ter a certidão de nascimento da
vítima, a sua idade poderia ser provada por meio das informações presentes no laudo pericial,
das declarações das testemunhas, da compleição física da vítima e das declarações do próprio
acusado.
Alternativa B correta.
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considerar estupro a relação consentida entre namorados. Todavia, a “exceção de Romeu e
Julieta” não é aceita pela jurisprudência.
Segundo o princípio da adequação social, ainda que uma conduta seja formalmente
e materialmente típica, não poderá ser considerada típica, caso ela seja socialmente adequada.
O crime pune aquele que grava ou fotografa uma cena de nudez, ato sexual ou
libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes.
Para que o crime esteja caracterizado, a cena registrada deve ter sido praticada em
caráter íntimo e privado. Com efeito, se o agente filma um casal mantendo relações sexuais em
uma praia, por exemplo, não configura o crime.
Desta feita, a cena deve ter sido praticada em caráter íntimo e privado, ou seja, num
ambiente não acessível ao público.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
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02 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa A.
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Com efeito, se o acusado vier a cometer novo crime, será considerado reincidente.
Ademais, continuará com a obrigação de indenizar a vítima como efeito da condenação.
Alternativa B incorreta.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
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03 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Ocorre o concurso de crimes quando o agente, mediante uma ou mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes. São espécies: concurso formal, concurso material e
crime continuado.
Trata-se de uma ficção jurídica para fins de política criminal. O juiz, ao invés de apli-
car as penas correspondentes aos vários crimes praticados em continuidade, por ficção jurídi-
ca, para fins da pena, considera como se um só crime fosse praticado pelo agente, majorando
a sua pena.
Nessa senda, o Código Penal adotou a teoria da ficção jurídica, ou seja, é constituído
por uma pluralidade de crimes, mas, por ficção legal, é tratado como delito único no momento
da aplicação da pena.
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Alternativa B: No concurso formal impróprio (imperfeito), há desígnios autônomos
em relação a cada um dos crimes, ou seja, é aquele em que o agente, mediante uma só ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, decorrentes de desígnios autônomos.
Alternativa B correta.
Segundo o STJ (HC 305.233/SP), a exacerbação da pena deverá se nortear por critérios
objetivos (número de infrações praticadas) e subjetivos (culpabilidade, antecedentes, conduta
social, personalidade do agente, motivos e circunstâncias do crime).
Se a soma das penas é mais benéfica ao réu, o sistema da exasperação deve ser
substituído pelo da cumulação (sistema do cúmulo material benéfico). Ou seja, não poderá a
pena exceder a que seria cabível pela regra do concurso material do Código Penal.
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A alternativa E está incorreta.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
04 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Segundo o art. 7º, II, “b”, do Código Penal, ficam sujeitos à lei brasileira,
embora cometidos no estrangeiro, os crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou
a reprimir.
Para aplicação da lei brasileira, é preciso que se observem algumas condições: a) en-
trar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c)
estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter
sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter ai cumprido a pena; e) não ter sido o agente
perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei
mais favorável.
Desta feita, para os crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a repri-
mir, é preciso observar as condições supracitadas.
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Alternativa A está incorreta.
Alternativa B: Lei penal temporária é aquela que tem um prazo de validade, isto é,
tem uma vigência predeterminada no tempo Ex.: art. 36 da Lei 12663/12 (copa de 2014):
Art. 36. Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia
31 de dezembro de 2014.
A Lei penal excepcional é aquela que vigora somente numa situação de anormalida-
de. Com efeito, quando o estado de emergência cessar, também cessará a lei. Todavia, continua
a ser aplicada aos fatos ocorridos durante a sua vigência.
Alternativa B incorreta.
Sobre o assunto, existem diversas correntes. Para Nelson Hungria, não é possível a
combinação de leis, já que o juiz estará exercendo papel de legislador, usurpando a separação
de Poderes.
Já para José Frederico Marques, seria sim possível a combinação de leis, já que não
haveria criação de nova lei, mas apenas interpretação do juiz, dentro dos parâmetros que a lei
fornece. De outro lado, assim agindo, o juiz estaria obedecendo com fidelidade aos preceitos
constitucionais, já que se estaria beneficiando o réu.
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O STF, porém, não tem admitido tal raciocínio, eis que vem entendendo que a
combinação de leis poderia caracterizar verdadeira violação do princípio da separação dos
poderes. É o que restou consignado no julgamento do HC 81.459. Para a Corte, a aplicação do
princípio da retroatividade, isto é, da novatio legis in mellius, não autoriza a combinação de leis,
vedada pelo ordenamento jurídico pátrio. Desta forma, não é possível a conjugação de partes
mais benéficas de diferentes normas, para criar-se uma terceira lei, ainda que beneficie o réu,
sob pena de violação aos princípios da legalidade e da separação de poderes
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A alternativa E está incorreta.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
05 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
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A medida de segurança é uma espécie de sanção penal. É a forma com que o Estado
reage contra a violação da norma proibitiva por agente não imputável.
Trata-se de mais uma sanção penal, ao lado da pena, utilizada pelo Estado na resposta
à violação da norma penal, pressupondo agente não imputável ou semi-imputável.
Alternativa A: Verificado mediante perícia médica que o agente não mais apresenta
sinais de periculosidade, o juiz concederá a desinternação, ou a liberação, que será sempre
condicional, restabelecendo a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano,
pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.
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Destarte, a desinternação ou liberação será sempre condicional.
Alternativa B incorreta.
Alternativa C: O semi-imputável (CP, art. 26, parágrafo único) que pratica um crime
é submetido ao sistema vicariante ou unitário, ou seja, a medida de segurança não é aplicada
cumulativamente com a pena privativa de liberdade).
Até 1984, vigorava o sistema do duplo binário, segundo o qual poderia ser aplicada
uma pena e uma medida de segurança. Poderia haver a aplicação conjunta. Então, o agente
cumpria em primeiro lugar a medida de segurança e depois cumpriria a pena. Se a pena e a
medida de segurança são duas espécies de sanção penal, há aqui uma dupla punição (bis in
idem). Para um fato criminoso praticado, o agente recebia pena e medida de segurança, o que
está errado.
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Alternativa E: A medida de segurança, por ter caráter de sanção penal, poderá ter
extinta a sua punibilidade. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem
subsiste a que tenha sido imposta. Portanto, poderá haver a prescrição da pretensão punitiva
assim como a prescrição da pretensão executória.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
06 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Em caso analisado pelo STJ, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de uma
pessoa que foi presa portando uma granada de gás lacrimogêneo e uma granada de gás de
pimenta. No entendimento do Parquet, tais objetos configurariam artefato explosivo, amoldan-
do-se ao dispositivo supracitado.
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Todavia, para o STJ (REsp 1627028/SP), a conduta de portar granada de gás lacrimo-
gêneo ou granada de gás de pimenta não se subsome (amolda) ao delito previsto no art. 16,
parágrafo único, III, da Lei nº 10.826/2003. Isso porque elas não se enquadram no conceito de
artefatos explosivos. Para ser considerado artefato explosivo, é necessário que ele seja capaz de
gerar alguma destruição.
Alternativa B: De acordo com recente entendimento do STJ (AgRg nos EDcl no AREsp
1122758/MG), os tipos penais dos arts. 12 e 16 da Lei n. 10.826/03 tutelam bens jurídicos diver-
sos e, por tal razão, deve ser aplicado o concurso formal quando apreendidas armas ou muni-
ções de uso permitido e de uso restrito no mesmo contexto fático.
Alternativa B correta.
Cumpre frisar que, uma vez realizada perícia técnica, constatando a absoluta ineficácia
da arma apreendida, resta descaracterizado o delito, diante da ausência de ofensividade da
conduta. Desta feita, ausente a exposição de qualquer risco do bem jurídico tutelado pela
norma, é de rigor o reconhecimento da atipicidade penal da conduta.
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Para a Corte, não há dolo do agente que procede ao registro e, depois de expirado
o prazo, é apanhado com a arma nessa circunstância. Trata-se de uma irregularidade
administrativa.
Alternativa E: É pacífico no STJ (AgRg nos EAREsp 260.556/SC) e STF (HC 95073/MS)
que posse a ou o porte de arma de fogo configura crime mesmo que ela esteja desmuniciada.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
07 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa A.
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O perdão judicial, diferentemente do perdão do ofendido, não precisa ser aceito pelo
infrator para produzir seus efeitos. A sentença que concede o perdão judicial é declaratória da
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
Alternativa B: Segundo o art. 122 do CP, é crime a conduta de induzir ou instigar al-
guém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça.
O suicídio não é crime (ou sua tentativa), mas a conduta do terceiro que auxilia outra
pessoa a se matar (material ou moralmente) é tipificada no Código Penal.
Alternativa B correta.
O sujeito ativo do crime deve ser a genitora, visto que é indispensável que seja mulher
que está sob a influência do estado puerperal.
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Alternativa D: Aborto é a interrupção da gravidez, da qual resulta a morte do produto
da concepção.
Como dispõe o art. 121, §7º, do CP, a pena imposta ao feminicídio será aumentada se,
no momento do crime, a vítima (mulher) estava grávida ou havia apenas 3 meses que ela tinha
tido filho(a).
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
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08 – QUESTÃO:
a) No delito putativo por erro de tipo, o agente possui consciência e vontade de cometer o
delito, todavia, em face do erro acerca dos elementos da figura típica, pratica uma conduta
atípica.
b) No erro de tipo acidental, a falsa percepção da realidade recai sobre as circunstâncias
periféricas da figura típica.
c) Segundo a teoria limitada da culpabilidade, o erro sobre os pressupostos fáticos de uma
causa de justificação constitui um erro de tipo permissivo.
d) No caso de erro sobre a pessoa, serão consideradas as condições ou qualidades pessoais
da vítima real.
e) Erro de tipo essencial é aquele que recai sobre os elementos constitutivos do tipo penal ou
sobre as circunstâncias.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
Dessa forma, o erro de tipo trata de erro ou ignorância que recai sobre as elementares,
circunstâncias ou quaisquer dados que se agregam a determinado tipo penal.
O erro de tipo pode ser dividido em duas espécies: o erro de tipo essencial e o erro de
tipo acidental. O primeiro recai sobre os dados principais do tipo penal, já o segundo, sobre os
dados periféricos.
Alternativa A: Delito putativo por erro de tipo acontece quando o sujeito imagina
realiza um fato típico, mas, na verdade, o fato é atípico. O crime só existe na cabeça do agente.
Ex.: Pedro sai com uma menina, pensando que ela tem 12 anos de idade, o que confi-
guraria um estupro de vulnerável. No entanto, após a apuração, verifica-se que ela tem 16 anos
de idade. Apesar de ele ter pensado que seria um estupro de vulnerável, o fato é atípico.
Como destaca Rogério Sanches (2016), o delito putativo por erro de tipo não passa
de um crime impossível por absoluta impropriedade do objeto material.
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Alternativa A está correta.
Alternativa B: O erro de tipo acidental é o erro que recai sobre dados periféricos do
tipo penal. Neste caso, há um intento criminoso manifesto, devendo ser dividido em: a) erro
sobre o objeto (error in objecto); b) erro quanto à pessoa (error in persona); c) erro na execução;
d) resultado diverso do pretendido (aberratio criminis ou aberratio delicti); e) erro sobre o nexo
causal.
No erro sobre o objeto, o agente confunde o objeto material (coisa) visado no crime,
atingindo outro diferente do desejado. A doutrina considera que deve ser levado em considera-
ção o objeto material efetivamente atingido. Por essa razão, é possível inclusive aplicar o prin-
cípio da insignificância, a depender do objeto material e do crime.
No erro quanto à pessoa, o agente confunde a pessoa que queria atingir com pessoa
diversa. Há uma vítima virtual, pessoa que o agente queria atingir, e vítima real, pessoa efetiva-
mente atingida. Nesse caso, não se consideram as condições da vítima atingida e sim da que se
queria atingir.
O erro na execução ocorre quando, por acidente ou erro, no uso dos meios de execu-
ção, o agente atinge pessoa diversa da pretendida, embora corretamente representada. Segun-
do o art. 73, quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, em vez de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atingir pessoa diversa, responderá como se tivesse pra-
ticado o crime contra aquela (vítima virtual), atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a
regra do concurso formal (art. 70 do CP) – homicídio doloso consumado (vítima virtual) e lesão
corporal culposa (vítima pretendida).
Por fim, no erro sobre o nexo causal, trata-se do equívoco em relação ao meio de exe-
cução do crime, que acaba por determinar o resultado almejado pelo agente. Ex.: Pedro atira
em João e, supondo que este já estava morto, resolve jogá-lo em um rio, causando a sua morte
por afogamento. Nesse caso, Pedro responderá por homicídio doloso consumado, uma vez que
o erro do curso causal é irrelevante.
Alternativa B correta.
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Alternativa C: A teoria limitada da culpabilidade, que é a prevalente, estabelece que,
no caso em que a descriminante putativa se dá em razão dos pressupostos fáticos, há erro de
tipo.
Isso porque, se ele for inevitável, excluirá o dolo e a culpa, apesar de a lei dizer que
o agente é isento de pena, eis que esta é apenas uma consequência. Se o agente não age com
dolo ou com culpa, não pode ser penalizado.
Com efeito, se o erro recair sobre uma situação fática, será erro de tipo, que passa a
ser denominado erro de tipo permissivo.
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- GABARITO DA QUESTÃO: D.
09 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
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Dessa forma, não é possível legítima defesa contra legítima defesa (recíproca), pois
não é possível que duas pessoas ajam uma contra outra em legítima defesa. Para que haja legí-
tima defesa, uma das agressões deve ser injusta. Porém, se duas legítimas defesas são idôneas,
não há agressão injusta, não havendo fundamento para a legítima defesa.
Com efeito, o sujeito procede com excesso, escapando aos limites da proporcionali-
dade exigidos pela norma penal, fazendo-o, porém, em razão de erro escusável ou invencível,
visto que qualquer pessoa, em situação idêntica, agiria da mesma forma.
Alternativa B correta.
Por outro lado, no estado de necessidade agressivo, a reação pode derivar de uma
situação de perigo ocasionada pela natureza ou ainda do ser humano que, para salvaguardar
direito seu ou de outrem, acaba lesando bem jurídico daquele que em nada contribuiu para a
situação de perigo.
Alternativa B incorreta.
Em outra senda, para a teoria unitária, adotada pelo nosso Código Penal, todo estado
de necessidade é justificante, ou seja, tem a finalidade de eliminar a ilicitude do fato típico
praticado pelo agente. Para essa teoria, não importa se o bem protegido pelo agente é de valor
superior ou igual àquele que está sofrendo a ofensa, uma vez que em ambas as situações o fato
será tratado sob a ótica das causas excludentes da ilicitude.
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Alternativa E: Não é possível legítima defesa contra estado de necessidade, pois
quem age em estado de necessidade não pratica agressão injusta (ilícita).
Dessa forma, se dois náufragos se agridem pelo colete salva-vidas, ocorre estado de
necessidade x estado de necessidade, pois nenhuma das agressões é injusta.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
10 – QUESTÃO:
Sobre a dosimetria da pena, marque a alternativa que está de acordo o entendimento dos
tribunais superiores:
a) Condenações anteriores transitadas em julgado podem ser utilizadas como conduta social
desfavorável.
b) É possível a compensação entre institutos de fases distintas da dosimetria da pena.
c) O conhecimento da ilicitude pelo agente é suficiente para exasperar a pena-base.
d) A ausência de motivos para a prática do delito constitui fundamento apto para a majoração
da pena.
e) Se a confissão foi parcial e o juiz a considerou no momento da condenação, o magistrado
deverá fazer incidir a atenuante na fase da dosimetria da pena.
- RESPOSTA: Alternativa E.
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julgador avança na dosimetria, sua liberdade diminui. Tanto assim que o Código proclama, no
caput dos arts. 61 (agravantes genéricas) e 65 (atenuantes genéricas), que tais circunstâncias
são de aplicação obrigatória. Deve-se lembrar que uma agravante ou atenuante deixará de ser
aplicada quando constituir o crime ou figurar como elementar, qualificadora, privilégio, causa
de aumento ou redução de pena (sob pena de produzir-se bis in idem).
Por fim, o juiz, na terceira fase, faz incidir as causas de aumento e diminuição e,
com isto, estabelecer a pena definitiva. Somente nessa fase a pena poderá ser fixada abaixo
do mínimo ou acima do máximo abstratamente cominado ao delito. As causas de aumento
ou diminuição da pena encontram-se tanto na Parte Geral (causas gerais) quanto na Parte
Especial (causas especiais).
Para o STF (RHC 130132) e STJ (HC 475436/PE), os antecedentes sociais do réu não se
confundem com os seus antecedentes criminais. São circunstâncias distintas, com regramen-
tos próprios. Assim, não se mostra correto o magistrado utilizar as condenações anteriores tran-
sitadas em julgado como “conduta social desfavorável”.
Alternativa B incorreta.
Alternativa C: O STJ (REsp 1474053/AL) entende que o fato de o agente ter agido
“com plena consciência” não justifica a exasperação da pena-base, porquanto a potencial
consciência da ilicitude diz respeito à culpabilidade em sentido estrito, assim definida como
elemento integrante da estrutura do crime, em sua concepção tripartida, e não à culpabilidade
em sentido lato, a qual se refere à maior ou à menor reprovabilidade do agente pela conduta
delituosa praticada.
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Destarte, o conhecimento da ilicitude pelo agente não é suficiente para exasperar
a pena-base, tendo em vista que tal conhecimento constitui elemento da culpabilidade em
sentido estrito, sendo parte integrante da estrutura do crime.
Nessa senda, o STJ (AgRg no REsp 1500747/TO) assenta que a ausência de motivos para
a prática do delito não constitui fundamento apto para a majoração da pena, sendo necessária
a indicação de um fato concreto que justifique a consideração da circunstância desfavorável.
Nesse caso, o STJ (HC 217683/SP) entende que se a confissão, ainda que parcial,
serviu de suporte para a condenação, ela deverá ser utilizada como atenuante (art. 65, III, “d”,
do CP) no momento de dosimetria da pena.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
11 – QUESTÃO:
a) A desistência voluntária ocorre nos casos em que o agente, após a execução, mas antes da
consumação do crime, desiste de prosseguir na execução do crime.
b) Na desistência voluntária, basta que a conduta seja voluntária.
c) Prevalece que a desistência voluntária e o arrependimento eficaz são causas de exclusão
da culpabilidade.
d) O arrependimento eficaz é considerado causa de diminuição de pena.
e) No arrependimento eficaz, o agente abandona a execução do crime quando ainda lhe
sobrava, do ponto de vista objetivo, uma margem de ação.
- RESPOSTA: Alternativa B.
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- PONTO DO EDITAL: A) Parte Geral - Desistência voluntária e arrependimento posterior.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa B: Como destaca Rogério Greco (2017), impõe a lei penal que a desistên-
cia seja voluntária, mas não espontânea. Isso quer dizer que não importa se a ideia de desistir
no prosseguimento da execução criminosa partiu do agente, ou se foi ele induzido a isso por cir-
cunstâncias externas que, se deixadas de lado, não o impediriam de consumar a infração penal.
Nessa senda, a desistência voluntária não precisa ser espontânea, devendo apenas
ser voluntária. Isto é, não precisa que a ideia parta do agente.
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Por fim, uma terceira corrente, defendida por Fragoso, Damásio e Rogério Greco,
entende que os institutos são causas de exclusão da tipicidade. Para os autores, a tentativa
de um crime é punida em razão da norma de extensão (art. 14, II). Na hipótese do art. 15, essa
norma de extensão está sendo afastada, de sorte que também estará afastada a tipicidade
da tentativa. Ou seja, não haverá adequação típica indireta ou mediata. No Brasil, trata-se da
posição dominante na jurisprudência e a mais aceita nas provas de concurso público.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
12 – QUESTÃO:
a) A perempção incide somente sobre as ações penais privadas, desde que exclusiva ou
personalíssima.
b) A anistia se dá por meio de lei aprovada pelo Congresso Nacional. Cessam os efeitos penais,
mas permanecem os efeitos civis da sentença.
c) A graça é concedida pelo Presidente da República, excluindo o crime e fazendo desaparecer
suas consequências penais.
d) O prazo para oferecimento da queixa-crime e da representação é de 6 (seis) meses, a contar
do dia em que a vítima tomou conhecimento de quem foi o autor do fato criminoso.
e) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos
outros, a agravação da pena resultante da conexão.
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- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Segundo Rogério Sanches (2016), na anistia o Estado, por meio de lei penal, devi-
damente discutida no Congresso Nacional e sancionada pelo executivo federal, por razões de
clemência, política, social etc., esquece um fato criminoso, apagando seus efeitos penais (prin-
cipais e secundários).
A graça tem como efeito extinguir a pena (efeito principal da condenação). Todavia,
diferente do afirmado na alternativa, os efeitos secundários (penais e extrapenais) da sentença
penal condenatória irrecorrível permanecem.
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A alternativa C está incorreta.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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13 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
Sistema do probation of first offender act: é o adotado no âmbito dos juizados es-
peciais criminais, quando a pena fixada não ultrapassa um ano. Estabelece que haverá a sus-
pensão da ação penal, inclusive antes de se reconhecer a responsabilidade penal do réu. Há a
imposição de determinadas condições, as quais, não sendo cumpridas, gerará a retomada do
processo. É adotado para a suspensão condicional do processo. A suspensão é condicional, eis
que o sujeito fica submetido a determinadas condições. Não cumprindo as condições, é possí-
vel a retomada do processo (e não do julgamento), no qual já foi oferecida a denúncia e recebi-
da pelo magistrado anteriormente.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Sistema franco-belga: é o sistema adotado no Código Penal. O sujeito é condenado e
imposta uma pena privativa de liberdade, sendo que, em momento posterior, haverá a suspen-
são da pena, fixando o juiz certas condições, às quais o condenado deve se submeter. Caso não
as observe, poderá cumprir a pena privativa de liberdade. Desta feita, ordenamento brasileiro
adota o sistema franco-belga para a suspensão condicional da pena.
Por outro lado, poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra
condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção,
a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. No caso de revogação facultativa, o juiz
também poderá optar: a) pela revogação; b) por nova advertência; c) por prorrogar o período
de prova até o máximo; ou d) por exacerbar as condições impostas (neste caso, fixa outras
condições). Trata-se da revogação facultativa.
Nessa senda, se, no curso do prazo, o beneficiário, frustra, embora solvente, a exe-
cução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano, haverá a
revogação obrigatória do sursis.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Nessa senda, a Súmula 499 dispõe que:
Destarte, a pena de multa anteriormente imposta não impede que seja concedida a
suspensão.
Desta feita, não basta que seja imposta pena privativa de liberdade.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
14 – QUESTÃO:
Considerando o entendimento do STJ com relação aos crimes contra a administração pública,
assinale a alternativa correta:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Segundo Guilherme Nucci (2013), cargo é o posto criado por lei na estrutura hierár-
quica da Administração Pública, com denominação e padrão de vencimentos próprios, ocupa-
do por servidor com vínculo estatutário (ex.: cargo de delegado de polícia, de oficial de justiça,
de auditor da receita etc.).
No caso do depositário judicial, o STJ (HC 402949-SP) entendeu que a conduta do de-
positário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime de peculato, pois não
é funcionário público e não ocupa cargo público. Para a Corte, o depositário judicial não ocupa
cargo criado por lei, não recebe vencimento nem tem vínculo estatutário. Ademais, não ocupa
emprego público nem função pública. Trata-se, na verdade, de um auxiliar do juízo que fica com
o encargo de cuidar de bem litigioso.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
A corrupção passiva, por sua vez, está prevista no art. 317, dispondo que constitui
crime a conduta de solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem.
Para o STJ (EDv nos EREsp 1196136-RO), no exame das circunstâncias judiciais envol-
vendo a prática dos crimes de concussão e corrupção passiva, a ganância, cobiça e a intenção
de obter lucro fácil constituem elementares dos delitos, não podendo, assim, serem utilizadas
novamente na apreciação das circunstâncias judiciais para justificar a elevação da pena-base.
Nessa senda, o STJ (REsp 1745410-SP) decidiu que a expressão “ato de ofício” no
crime de corrupção passiva figura apenas na majorante do art. 317, § 1º, do CP e na modalidade
privilegiada do § 2º do mesmo dispositivo, o que reforça a ideia de que o caput do art. 317 do
CP não exige ato de ofício.
Para o STJ (RHC 33.133/SC), embora não sejam servidores públicos propriamente
ditos, pois não são membros da Defensoria Pública, os advogados dativos, nomeados para
exercer a defesa de acusado necessitado nos locais onde o referido órgão não se encontra
instituído, são considerados funcionários públicos para fins penais, nos termos do art. 327
do Código Penal, razão pela qual tendo, na qualidade de advogado dativo, exigido, para si,
vantagem indevida da vítima, impossível considerar sua conduta atípica.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Desta feita, o advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público,
atua de forma remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da Justiça Pública,
enquadra-se no conceito de funcionário público para fins penais.
Nessa senda, o STJ editou a Súmula 599, assentando que o princípio da insignificância
é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública.
Cumpre frisar que, para o STF, a prática de crime contra a Administração Pública,
por si só, não inviabiliza a aplicação do princípio da insignificância, devendo haver uma análise
do caso concreto para se examinar se incide ou não o referido postulado. Como a alternativa
refere-se ao entendimento do STJ, a alternativa deve ser considerada incorreta.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
15 – QUESTÃO:
Em relação à lei n° 9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, são circunstâncias que
sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a
infração, exceto:
- RESPOSTA: Alternativa D.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
- COMENTÁRIOS:
O CTB, em seu art. 291, caput, prevê a aplicação subsidiária, aos crimes cometidos
na direção de veículo automotor, das normas gerais do Código Penal e do Código de Processo
Penal, bem como da Lei n. 9.099/95, no que couber. O §1º trata da aplicabilidade, ao CTB, das
medidas despenalizadoras previstas nos arts. 74 (composição civil dos danos), 76 (transação
penal), com as ressalvas contidas nos incisos, caso em que deverá ser instaurado o Inquérito
Policial (§2º).
O art. 298, do CTB, prevê que são circunstâncias que sempre agravam as penalidades
dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração: a) com dano potencial para
duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; b) utilizando o
veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; c) sem possuir Permissão para Dirigir ou
Carteira de Habilitação; d) com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo; d) quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com
o transporte de passageiros ou de carga; e) utilizando veículo em que tenham sido adulterados
equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de
acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; f) sobre faixa
de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos cri-
mes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo.
Segundo Paulo Baltazar (2018), o ato de conduzir veículo com permissão ou habili-
tação de categoria diversa, gerando perigo de dano, caracteriza, por si só, o crime do art. 309,
e, portanto, a agravante em tela não se aplica a ele. Em relação aos demais delitos do Código, a
regra tem aplicação.
Alternativa B: Conforme previsão do art. 298, VI, do CTB, utilizar veículo em que te-
nham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu
funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabri-
cante, é considerada circunstância agravante.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos cri-
mes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos
ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento
de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do
fabricante.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos cri-
mes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas.
Essa agravante só se faz presente quando não é o autor da infração quem falsificou ou
adulterou a placa. Se foi o indivíduo que alterou ou falsificou a placa, há o crime de trânsito em
concurso material com o crime do art. 311 do CP (adulteração de sinal identificador de veículo
automotor).
Alternativa E: Cometer a infração com dano potencial para 2 ou mais pessoas ou com
grande risco de grave dano patrimonial a terceiros é considerada circunstância agravante.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos cri-
mes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de
grave dano patrimonial a terceiros.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
16 – QUESTÃO:
a) É possível a substituição da prisão preventiva pela domiciliar quando a mulher presa for
reincidente.
b) O excesso de prazo para conclusão do Inquérito Policial de investigado preso
preventivamente, excesso este não respaldado pelas circunstâncias do caso concreto,
autoriza a revogação da prisão, sem prejuízo da continuidade da persecução criminal.
c) A prisão preventiva é cabível para os crimes punidos com pena privativa de liberdade
máxima superior a 4 (quatro) anos.
d) Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
assistente, ou por representação da autoridade policial.
e) Os atos infracionais praticados não servem como antecedentes penais para se aferir
se existe risco à garantia da ordem pública com a liberdade do acusado, requisito para a
decretação da prisão preventiva.
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: O CPP não afasta a prisão domiciliar caso a mulher seja reincidente:
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe
ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída
por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a
pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.
Igualmente, o STF, no Info 801, decidiu que o simples fato de a mulher ser reincidente
não faz com que ela perca o direito à prisão domiciliar. Quando a detida for tecnicamente
reincidente, o juiz deverá decidir de acordo com as circunstâncias do caso concreto, mas sempre
tendo por norte os princípios e as regras acima enunciadas, observando, ademais, a diretriz de
excepcionalidade da prisão.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
Alternativa B: Como é cediço, uma das características do Inquérito Policial é
a temporariedade (tem prazo certo para finalizar). Quanto às consequências relativas à
inobservância desse prazo para a conclusão do inquérito policial, entende-se que, no caso
de investigado solto, o prazo é impróprio, pois sua inobservância não produz qualquer
consequência. Já no caso do investigado preso, eventual atraso de poucos dias não gera
qualquer ilegalidade. Mas, se restar caracterizado um excesso abusivo, não respaldado pelas
circunstâncias do caso concreto (complexidade das investigações e pluralidade de investigados),
impõe-se o relaxamento da prisão, sem prejuízo da persecução criminal.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação
da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença
transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art.
64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Alternativa D: De acordo com o art. 311 do CPP, caberá a prisão preventiva decretada
pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, o que permite concluir, a contrario sensu, que
referida medida cautelar não poderá ser decretada de ofício na fase investigatória. Portanto,
alternativa se tornou errada por ter retirado a expressão “se no curso da ação penal”.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
Apesar disso, a prática de atos infracionais anteriores serve para justificar a decretação
ou manutenção da prisão preventiva como garantia da ordem pública, considerando que
indicam que a personalidade do agente é voltada à criminalidade, havendo fundado receio de
reiteração.
STJ. 5ª Turma. RHC 47.671-MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 18/12/2014 (Info 554).
STJ. 3ª Seção. RHC 63.855-MG, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
11/05/2016.
Vale ressaltar, porém, que não é qualquer ato infracional, em qualquer circunstância,
que pode ser utilizado para caracterizar a periculosidade e justificar a prisão antes da sentença.
Para tanto, foram estabelecidos alguns critérios (condições).
Para saber se o ato infracional é idôneo ou não para ser levado em consideração
no momento da decretação/manutenção da prisão preventiva, a autoridade judicial deverá
examinar três condições:
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
17 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
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C U RSO PARA A
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MP-SP
É importante ler os arts Art. 76 e 77 do CPP.
A conexão existe quando há interligação entre dois ou mais delitos, que por isso
devem ser julgados no mesmo processo. Divide-se em:
a) conexão intersubjetiva: quando dois ou mais crimes são praticados por duas ou
mais pessoas. Subdivide-se em:
b) conexão lógica, teleológica ou finalista: nela, o crime é praticado para levar vanta-
gem, criar impunidade ou ocultar outro delito.
42
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa A: Essa é a alternativa correta. O concurso formal de crimes configura
hipótese de continência por cumulação objetiva.
O CPP, ao tratar da continência no art. 77, II, faz referência aos artigos 51, § 1o, 53,
segunda parte, e 54 do Código Penal, que atualmente não se referem à concurso de crimes. Ocorre
que o CPP foi escrito há muito tempo atrás, quando a redação do CP era outra. Esses artigos,
em verdade, são os atuais art. 70, 73 segunda parte e 74 segunda parte), que correspondem ao
concurso formal de crimes, aberratio ictus ou erro na execução e aberratio delicti ou resultado
diverso do pretendido. São essas, pois, as hipóteses de continência por cumulação objetiva.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
18 – QUESTÃO:
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C U RSO PARA A
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MP-SP
d) Em poder de quaisquer peças de informação, o membro do Ministério Público poderá
encaminhar as peças para o Juizado Especial Criminal, caso a infração seja de menor potencial
ofensivo.
e) Sem prejuízo de outras providências inerentes à sua atribuição funcional e legalmente
previstas, o membro do Ministério Público, na condução das investigações, poderá
notificar testemunhas e vítimas e requisitar sua condução coercitiva, nos casos de ausência
injustificada.
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
investigações policias: serão de mera informação preliminar, apenas a
servir de base para a denúncia, devendo ser ratificados judicialmente
sob crivo do contraditório e da ampla defesa, para embasamento da
eventual condenação de alguém;
2) Teoria dos poderes implícitos: segundo essa teoria, nascida na
Suprema Corte dos EUA, no precedente Me CulloCh vs. Maryland
(1819), a Constituição, ao conceder uma atividade- fim a determinado
órgão ou instituição, culmina por, implicitamente e simultaneamente,
a ele também conceder todos os meios necessários para a consecução
daquele objetivo. Segundo o Juiz Black “tudo o que for necessário para
fazer efetiva alguma disposição constitucional, envolvendo proibição
ou restrição ou a garantia a um poder, deve ser julgado implícito e
entendido na própria disposição”.
Portanto, se a última palavra acerca de um fato criminoso cabe ao
Ministério Público, porquanto é ele o titular da ação penal pública (CF,
art. 1 29, inc. I), deve-se outorgar a ele todos os meios para firmar seu
convencimento, aí incluída a possibilidade de realizar investigações
criminais, sob pena de não se lhe garantir o meio idôneo para realizar a
persecução criminal, ao menos em relação a certos tipos de delito;
3) A Constituição Federal confere à Polícia Federal a exclusividade
do exercício das funções de Polícia Judiciária da União, mas funções
de polícia judiciária não se confundem com funções de polícia
investigativa. Por polícia investigativa compreendem-se as atribuições
ligadas à colheita de elementos informativos quanto à autoria e
materialidade das infrações penais. A expressão polícia judiciária está
relacionada às atribuições de auxiliar o Poder Judiciário, cumprindo as
ordens judiciárias relativas à execução de mandado de prisão/ busca e
apreensão, à condução coercitiva de testemunhas, etc. Apesar do teor
do art. 4° do CPP, segundo o qual a polícia judiciária tem por objeto a
apuração das infrações penais e da autoria, essa terminologia não foi
recepcionada pela Constituição Federal. Basta perceber que a própria
Constituição Federal, ao se referir às atribuições da Polícia Federal,
diferencia as funções de polícia investigativa (CF, art. 1 44, § 1 °, incisos
I e II) das funções de polícia judiciária (CF, art. 1 44, § 1 °, inciso IV), o
que também se dá quando se refere às polícias civis, às quais incumbem
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais.
Portanto, estabelecida a distinção noções de polícia judiciária e funções
de polícia investigativa, fica claro que apenas a primeira foi conferida
com exclusividade à Polícia Federal e à Polícia Civil. As atribuições
investigatórias, todavia, poderão ser exercidas por outras autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função, tal qual
dispõe o art. 4°, parágrafo único, do CPP.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
4) A possibilidade de o Ministério Público investigar pode ser extraída de
diversos dispositivos constitucionais e legais.
No âmbito da Constituição Federal, além da titularidade da ação penal
pública (art. 129, I), convém ressaltar que também se estabelece como
função institucional do Ministério Público expedir notificações nos
procedimentos administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, assim como requisitar
diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados
os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais (art. 129,
VI e VIII).
Por sua vez, a Lei Complementar no 75/93, nos arts. 7° e 8°, enumera
diversas atribuições do Ministério Público da União, destacando-se, dentre
elas, a possibilidade de instaurar inquérito civil e outros procedimentos
administrativos correlatos, requisitar diligências investigatórias e a
instauração de inquérito policial e de inquérito policial militar, podendo
acompanhá-los e apresentar provas, requisitar à autoridade competente
a instauração de procedimentos administrativos, notificar testemunhas
e requisitar sua condução coercitiva, no caso de ausência injustificada,
requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades
da Administração Pública direta ou indireta, requisitar da Administração
Pública serviços temporários de seus servidores e meios materiais
necessários para a realização de atividades específicas, requisitar
informações e documentos a entidades privadas, realizar inspeções e
diligências investigatórias, etc .
No mesmo rumo, a Lei da Ação Civil Pública (Lei n° 7 . 347 /85) prevê que
o Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito
civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar,
o qual não poderá ser inferior a 1 O (dez) dias úteis. De seu turno, o
Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que compete ao Ministério
Público instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e
determinar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos
ou infrações às normas de proteção à infância e à j uventude (Lei n° 8 .
069/90, art. 201, VII). Dispositivo semelhante a este também pode ser
encontrado no Estatuto do Idoso (Lei n° 10. 74 1 /03, art. 74).
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C U RSO PARA A
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é o procedimento investigatório criminal (PIC), o qual não exclui a
possibilidade de formalização de investigação por outros órgãos
legitimados da Administração Pública. Consiste o procedimento
investigatório criminal no instrumento de natureza administrativa
e inquisitorial, instaurado e presidido por um membro do MP, com
atribuição criminal, e terá como finalidade apurar a ocorrência de
infrações penais, de natureza pública, fornecendo elementos para
o oferecimento ou não da denúncia, estando regulamentado pela
Resolução n° 1 3 do Conselho Nacional do Ministério Público. 1 34
Esse procedimento poderá ser instaurado de oficio, por membro do
Ministério Público, no âmbito de suas atribuições criminais, ao tomar
conhecimento de infração penal, por qualquer meio, ainda que informal,
ou mediante provocação. Também poderá ser instaurado por grupo de
atuação especial composto por membros do Ministério Público. Essa
instauração deve se dar por portaria fundamentada, devidamente
registrada e autuada, com a indicação dos fatos a serem investigados e
deverá conter, sempre que possível, o nome e a qualificação do autor da
representação e a determinação das diligências iniciais.
Admitida a possibilidade de o Ministério Público presidir investigações
criminais através do procedimento investigatório criminal, é certo dizer
que, da mesma forma que se assegura ao advogado acesso aos autos do
inquérito policial, também se deve a ele assegurar o acesso aos autos
desse procedimento, sob pena de violação ao preceito do art. 5°, LXIII,
da Constituição Federal.
Dentre outras limitações, não pode o Ministério Público desrespeitar
o direito do investigado ao silêncio (nemo tenetur se detegere), nem
lhe ordenar a condução coercitiva, nem constrangê-lo a produzir
prova contra si próprio, nem lhe recusar o conhecimento das razões
motivadoras do procedimento investigatório, nem submetê-lo a medidas
suj e itas à reserva constitucional de jurisdição, nem impedi-lo de fazer-
se acompanhar de Advogado, nem impor, a este, indevidas restrições
ao regular desempenho de suas prerrogativas profissionais. 1 35 O
Ministério Público também não está autorizado a requisitar documentos
fiscais e bancários sigilosos diretamente ao Fisco e às instituições
financeiras, sob pena de violar os direitos e garantias constitucionais de
intimidade da vida privada dos cidadão s, já que tal medida somente é
válida quando precedida da devida autorização judicial.
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C U RSO PARA A
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penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a
qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado,
observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva
constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais
de que se acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei 8.906/94,
artigo 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo
da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito
– do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente
documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos membros
dessa instituição.
5) Deve ser assegurada a garantia prevista na Súmula vinculante 14 do STF (“É direito
do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”);
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C U RSO PARA A
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O procedimento investigatório criminal não é condição de procedibili-
dade ou pressuposto processual para o ajuizamento de ação penal e não
exclui a possibilidade de formalização de investigação por outros órgãos
legitimados da Administração Pública.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
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19 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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A alternativa está incorreta porque o correto seria juízo rescisório, e não rescindente.
Alternativa B: A condenação penal definitiva imposta pelo Júri também pode ser
desconstituída mediante revisão criminal, não lhe sendo oponível a cláusula constitucional da
soberania do veredicto do Conselho de Sentença. Esse é o entendimento do STJ, conforme se
vislumbra da ementa abaixo colacionada:
Ressalto que a alternativa apenas queria saber se cabe revisão criminal em face de
decisão proferida no âmbito do Tribunal do Júri, tendo em vista o princípio da soberania dos
veredictos. Ou seja, o enunciado não entrou no debate de qual juízo (rescisório ou rescindente,
ou ambos) pode ser realizado pelo órgão revisor.
Quanto ao juízo a ser feito pelo Tribunal ad quem por ocasião do julgamento da
revisão criminal, há quem entenda que ao Tribunal competente é conferida a possibilidade de
proceder ao juízo rescindente, consistente em desconstituir a sentença do Tribunal do Júri, e
juízo rescisório, consistente em substituir a decisão do júri por outra do próprio Tribunal de
segundo grau (Ada Pellegrini Grinover).
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C U RSO PARA A
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A 5ª Turma do STJ decidiu que se o Tribunal de Justiça, ao julgar uma revisão
criminal, entender que a condenação do réu foi proferida de forma contrária à evidência dos
autos, ele poderá absolver diretamente o condenado, não sendo necessário que outro júri seja
realizado (REsp 964.978/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. p/ Acórdão Min. Adilson Vieira Macabu,
Desembargador Convocado do TJ/RJ, julgado em 14/08/2012, DJe 30/08/2012).
- Acusado/ Defensor;
- Morrendo o acusado e não tendo sido a ação ainda proposta, a legitimação é trans-
ferida para o cônjuge, ascendente, descendente e irmão (art. 623, CPP);
- Morrendo o acusado e já tendo sido a ação proposta, o juiz deve providenciar a no-
meação de um curador (art. 631, CPP);
- MP possui legitimação?
1ª Corrente: Não, o MP não pode oferecer a revisão criminal, ainda que em favor do
réu, por não constar no rol dos legitimados do art. 623 do CPP (NUCCI).
O STF possui um julgado antigo afirmando que o Parquet não tem legitimidade ativa
para ingressar com pedido de revisão criminal (HC 80796-8/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Marco Auré-
lio, DJU 10/08/2001).
Há quem entenda que a Fazenda Pública não deve ser citada para se defender no
âmbito da revisão criminal, já que o Ministério Público ocuparia o polo passivo da demanda,
representanto o interesse penal do Estado e o interesse civil da Fazenda Pública (Ada Pellegrino
Grinover, Antônio Magalhães Gomes Filho e Antônio Scarance).
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C U RSO PARA A
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Todavia, segundo Renato Brasileiro, Néstor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar, o
Ministério Público não deve figurar no polo passivo da revisão criminal, pois a Constituição Fe-
deral, no seu art. 129, IX, parte final, veda a representação judicial e a consultoria jurídica de
entidades públicas por parta da instituição. Na verdade, o MP não é citado para contestar a de-
manda, atuando, na verdade, como fiscal da lei, prevendo o CPP a abertura de vista dos autos
para que se manifestar (art. 625, §5º).
Na mesma linha, segundo o art. 625, §1º, do CPP, a revisão criminal deve ser instruída
com a certidão de haver passado em julgado a sentença condenatória e com as peças necessá-
rias à comprovação dos fatos arguidos.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
20 - QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
53
:
C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa A: Prezados alunos, o Código de Processo Penal trata da possibilidade de
restituição de coisas apreendidas pelo Delegado de Polícia, quando não exista dúvida sobre o
direito do reclamante. Por tal razão, não se exige sempre a reserva de jurisdição, como afirmado
no item.
Art. 120, §º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz
remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas
em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for
pessoa idônea.
54
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa E: Incorreto, pois o pedido de restituição, quando não houver dúvida
quanto ao direito do reclamante, será feita mediante termo nos autos. Apenas quando duvidoso
esse direito ou quando as coisas forem apreendidas em poder de terceiro de boa-fé é que será
autuado em apartado.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
21 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Nos termos do art. 2 da Lei de prisão temporária, esta pode sim ser
prorrogada, em caso de extrema e comprovada necessidade.
55
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Art. 2° da lei 7960: A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face
da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministé-
rio Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período
em caso de extrema e comprovada necessidade.
Alternativa B: Esta é a alternativa correta, nos termos do Art. 2, parág 5 da Lei 7960.
Alternativa C: Incorreta, pois a lei diz que o requerimento pode ser feito pelo Ministé-
rio Público ou pelo advogado, não se referindo à autoridade policial.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de
1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
57
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
22 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
58
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
A expressão “pena mínima cominada não superior a um ano”, requisito necessário
para a concessão do sursis processual (art. 89, caput, da Lei n. 9.099/95), deve ser compreendida
de modo restrito, sendo inadmissível o favor legal na hipótese de concurso material, concurso
formal ou continuidade delitiva, em que o somatório das penas mínimas ultrapassa ao citado
limite.
Inclusive, esse tema já foi apreciado e foi firmada orientação em recurso repetitivo,
conforme se depreende da ementa abaixo transcrita:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
assinalar que o § 2º do art. 89 da Lei n. 9.099/1995 não veda a imposição
de outras condições, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal
do acusado.
4. Recurso especial representativo de controvérsia provido para,
reconhecendo a violação do art. 89, §§ 1º, 2º, 4º e 5º da Lei n. 9.099/1995,
afastar a decisão de extinção da punibilidade do recorrido, com o
prosseguimento da Ação Penal n. 0037452-56.2008.8.21.0017.
REsp 1498034/RS, Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Terceira Seção,
Julgado em 25/11/2015.
Alternativa D: alternativa incorreta, pois além dos requisitos objetivos, são necessá-
rios requisitos subjetivos para que o acusado tenha direito à transação penal.
Alternativa E: A alternativa está incorreta, pois caso o autor do fato seja imediata-
mente encaminhado ao juizado ou assuma o compromisso de a ele comparecer, nem mesmo
se imporá prisão em flagrante.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar,
como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a vítima.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
23 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
determinada por decisão judicial, não há óbice para que a autoridade
policial acesse o conteúdo armazenado no aparelho, inclusive as
conversas do whatsapp.
Para a análise e a utilização desses dados armazenados no celular não é
necessária nova autorização judicial.
A ordem de busca e apreensão determinada já é suficiente para permitir
o acesso aos dados dos aparelhos celulares apreendidos.
STJ. 5ª Turma. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
03/10/2017.
A alternativa se refere ao item III acima, de forma que ela está incorreta, pois não
há necessidade de nova autorização judicial se o celular foi apreendido por força de ordem de
busca e apreensão.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
24 – QUESTÃO:
Quem é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da infração, encontra-se em situação de:
a) Flagrante real.
b) Flagrante impróprio.
c) Flagrante Presumido.
d) Flagrante ficto.
e) Flagrante retardado.
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Espécies de flagrante:
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C U RSO PARA A
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MP-SP
b) flagrante impróprio, imperfeito, irreal ou quase flagrante (CPP, ART. 302, III):
Em se tratando de crimes contra vulneráveis, o logo após deve ser aferido a partir do
momento em que o representante legal tomar ciência do delito.
Cuidado para não confundir o flagrante impróprio com o presumido, por conta da
palavra “presumir” no conceito de flagrante impróprio.
Nesse caso, a lei não exige que haja perseguição, bastando que a pessoa seja
encontrada logo depois da prática do ilícito com coisas que traduzam um veemente indício da
autoria ou participação no crime.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
Logo, mesmo que o agente tenha sido induzido à prática do delito, porém operando-
se a consumação do ilícito, haverá crime e a prisão será considerada legal.
Nos casos de policial disfarçado que compra droga a fim de efetuar prisão em
flagrante de traficante, há de se levar em conta que quanto ao núcleo do tipo vender, resta
impossível a sua consumação, pois a venda nunca poderá ser concretizada em face da situação
em análise. Entretanto, quanto ao núcleo do tipo trazer consigo ou oferecer, não há falar em
crime impossível, restando legal a prisão em flagrante efetuada nesses termos.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
25 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: ERRADO.
Art. 201. [...] § 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem
motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade.
Alternativa B: ERRADO. A primeira parte da assertiva está correta, uma vez que o
CPP, como regra, no interrogatório, adotou o sistema presidencialista. Contudo, o conceito
de sistema presidencialista apresentado na questão está ERRADO. O sistema presidencialista
não permite que as partes façam perguntas diretamente ao acusado. Segundo esse sistema de
inquirição, as perguntas devem ser feitas ao acusado diretamente pelo juiz, não podendo as
partes fazê-las.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
O sistema presidencialista foi adotado pelo CPP, conforme dispõe o art. 188 do CPP:
“Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para
ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevan-
te.”
Art. 185.
[...]
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício
ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu
preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja
necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de
que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão,
possa fugir durante o deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por
enfermidade ou outra circunstância pessoal;
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da
vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por
videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por
videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de
antecedência.
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá
acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os
atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts.
400, 411 e 531 deste Código.
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao
réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se
realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais
telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no
presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre
este e o preso.
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de
atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos
corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério
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C U RSO PARA A
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MP-SP
Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil.
[...]
Alternativa D: ERRADO.
ART. 167 CPP: Não sendo possível o exame de corpo de delito, por
haverem desaparecidos os vestígios, a prova testemunha poderá suprir-
lhe a falta.
Veja que a prova testemunhal, nesses casos, é utilizada de forma subsidiária, quando
não for possível o exame pericial.
O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não
foi recepcionada pela Constituição Federal. Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do
investigado ou réu com o objetivo de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos. Isso porque a
CF/88 e os tratados internacionais, ao preverem o direito do investigado ao silêncio, asseguram
também a ele, como decorrência, o direito de ausência ao interrogatório. Ora, se o investigado
não é obrigado a falar no interrogatório, ele também não pode ser obrigado a comparecer ao
interrogatório. Pode-se dizer, portanto, que existe um direito de ausência do investigado ao
interrogatório. O direito de ausência, por sua vez, afasta a possibilidade de condução coercitiva.
STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e
14/6/2018 (Info 906).
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
26 – QUESTÃO:
a) O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do
acordo de colaboração.
b) Admite-se a colaboração premiada, na qual a pena pode ser reduzida até 2/3 e a pena
privativa de liberdade substituída por restritiva de direito, não tratando a legislação, de
forma expressa, do perdão judicial.
c) Em caso de acordo de colaboração premiada, o prazo para o oferecimento da denúncia pode
ser suspenso em até seis meses, não sendo hipótese de suspensão do prazo prescricional.
d) Prevista na Lei de Organização Criminosa, a ação controlada exige a autorização judicial.
e) A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais
renovações, desde que comprovada sua necessidade.
- RESPOSTA: Alternativa E.
- PONTO DO EDITAL: 22.3. Repressão aos crimes praticados por organizações criminosas.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa C:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Art. 4º.
[…]
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao
colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis
por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração,
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
Art. 8º, §1º, da Lei 12.850: Art. 53, II, Lei 11343/06
Art. 8º Consiste a ação controlada Art. 53. Em qualquer fase da
em retardar a intervenção policial persecução criminal relativa aos
ou administrativa relativa à ação crimes previstos nesta Lei, são
praticada por organização criminosa permitidos, além dos previstos em
ou a ela vinculada, desde que mantida lei, mediante autorização judicial
sob observação e acompanhamento e ouvido o Ministério Público,
para que a medida legal se concretize os seguintes procedimentos
no momento mais eficaz à formação investigatórios:
de provas e obtenção de informações. [...]
§ 1º O retardamento da intervenção II - a não-atuação policial sobre
policial ou administrativa será os portadores de drogas, seus
previamente comunicado ao juiz precursores químicos ou outros
competente que, se for o caso, produtos utilizados em sua
estabelecerá os seus limites e produção, que se encontrem no
comunicará ao Ministério Público. território brasileiro, com a finalidade
de identificar e responsabilizar maior
número de integrantes de operações
de tráfico e distribuição, sem prejuízo
da ação penal cabível.
Alternativa E:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua
necessidade.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
27 – QUESTÃO:
a) O perdão concedido a um dos querelados não aproveita aos demais, salvo disposição
expressa neste sentido.
b) O ordenamento brasileiro não admite o perdão tácito, devendo este ser sempre expresso.
c) O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
d) Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado
a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o
seu silêncio importará recusa.
e) O perdão judicial é ato unilateral.
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes
especiais.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o
querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo,
ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará
aceitação.
RENÚNCIA PERDÃO
Ato unilateral; Ato bilateral;
Obsta a formação do processo penal; Pressupõe processo em curso;
É sempre extraprocessual. Pode ser processual ou extraprocessual.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
72
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
DIREITO CIVIL
PROFA. BRUNA RIBEIRO
28 – QUESTÃO:
De acordo com a Lei de Introdução das Normas do Direito Brasileiro, não se pode afirmar:
a) Invocando a parte lei estrangeira, poderá o juiz exigir que faça prova da vigência da norma.
b) A aplicação da lei estrangeira será feita tendo em vista a disposição desta, sem considerar
qualquer remissão por ela feita a outra lei.
c) Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para
lhes celebrar o casamento e a separação consensual e o divórcio consensual, não havendo
filhos menores ou incapazes do casal.
d) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei brasileira quanto ao ônus
e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.
e) Os Governos estrangeiros não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de
desapropriação, podendo, no entanto, adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede
dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a
invoca prova do texto e da vigência.
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar
a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se
qualquer remissão por ela feita a outra lei.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
O direito brasileiro, como visto, veda a aplicação do reenvio, cabendo apenas a
aplicação da regra de direito brasileiro para determinar qual deve ser a norma de direito material
cabível.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela
lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não
admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Assim, conquanto seja verdade que é vedada a produção de provas que a lei brasileira
desconheça, por ferir o princípio da soberania nacional, é incorreto afirmar que a prova dos fatos
ocorridos no estrangeiro obedecerá a lei brasileira quanto ao ônus e aos meios de produção.
Não se trata de apenas admitir provas taxativamente previstas pela legislação pátria,
mas de vedar a produção de provas que ferem as normas do nosso ordenamento jurídico.
Exemplificativamente, caso um país considere lícita confissão obtida por meio de tortura, esta
prova não poderá ser admitida no Brasil, pois fere as normas e princípios do nosso direito.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação”. Em seguida, o parágrafo
terceiro complementa: “Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios
necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares”.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
29 – QUESTÃO:
Pode-se, em linhas gerais, conceituar-se dano moral como aquele que atinge a esfera dos
direitos da personalidade de determinado indivíduo. Acerca desta categoria jurídica, assinale
a alternativa correta:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
75
:
C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Assim, aponta Flávio Tartuce que (TARTUCE, p. 486):
É preciso, contudo, fazer uma importante ressalva. Já decidiu o STJ que tal redução
só deve ser aplicada nos casos em que a demora na propositura decorrer puramente do descaso
da parte. Em caso concreto, o Tribunal afastou a redução na hipótese em que os autores da
ação eram menores de 18 (dezoito) anos à época do evento danoso, propondo a ação tão logo
completada a maioridade (STJ. 3ª Turma. REsp 1.529.971-SP. Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 12/09/2017).
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa E: A alternativa está incorreta. A jurisprudência do STJ se consolidou no
sentido de que não é cabível a indenização por dano moral em face de violação da honra ou da
imagem de pessoa jurídica de direito público.
Em linhas gerais, entendeu a Corte que a aptidão de alguém de sofrer dano moral
passa, necessariamente, pela investigação da possibilidade de titularização de direitos
fundamentais. Ocorre que doutrina jurisprudência têm entendimento firmado no sentido
de que as pessoas jurídicas de direito público apenas possuem direitos fundamentais de
caráter processual ou relacionados à proteção constitucional da autonomia, prerrogativas ou
competência de entidade e órgãos públicos, ou seja, direitos oponíveis ao próprio estado, e não
ao particular.
Desta forma, não se pode admitir o cabimento de indenização por dano moral da
pessoa jurídica de direito público contra o particular, pois haveria uma subversão da essência
dos direitos fundamentais, uma vez que o poder público estaria se valendo de uma garantia do
cidadão contra o próprio cidadão.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
30 – QUESTÃO:
a) Em face do princípio da acessio temporis, a prescrição iniciada contra uma pessoa não
continuará a correr em face de seus sucessor, dando-se início a novo prazo prescricional.
b) A prescrição fulmina uma pretensão relativa a direitos subjetivos patrimoniais e disponíveis,
atingindo uma ação condenatória; a decadência ataca direito potestativo, atingindo uma
ação constitutiva.
c) É válida a renúncia da prescrição, expressa ou tácita, desde que feita sem prejuízo de
terceiro após a consumação.
d) Não existe dever jurídico de se restituir o pagamento voluntário de dívida prescrita, pois a
prescrição não fulmina a existência da obrigação em si.
e) A prescrição possui vertente negativa, referente à prescrição extintiva, que fulmina uma
pretensão, e positiva, referente à prescrição aquisitiva, que faz nascer um direito.
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
77
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa A: A alternativa está incorreta. O art. 196 do Código Civil dispõe que:
Alternativa C: A alternativa está correta. Dispõe o art. 191 do Código Civil que “A
renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de
terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos
do interessado, incompatíveis com a prescrição”.
Alternativa D: A alternativa está correta. O art. 882 do Código Civil dispõe que:
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita,
ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
Alternativa E: A alternativa está correta. Como visto nos comentários das alternativas
anteriores, a prescrição extintiva constitui sanção à inercia do titular do direito violado,
extinguindo a pretensão.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
ocorre com a usucapião, em que o decurso do tempo, aliado a outros requisitos, faz nascer para
o titular a aquisição do direito de propriedade.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
31 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
O Código Civil regulamenta as obrigações solidárias entre seus artigos 264 e 285.
Alternativa A: A alternativa está correta. O art. 274 do Código Civil estabelece que:
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C U RSO PARA A
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MP-SP
exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a
qualquer deles.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que
a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde
aos outros pela obrigação acrescida.
80
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Assim, cada herdeiro, neste caso, apenas será credor do montante correspondente
ao seu quinhão hereditário (se repartida por igual, o crédito de cada um corresponderia a R$
40,00, sendo certo que com a morte de Paulo cada um dos seus herdeiros passa a ser credor de
metade deste valor).
Note-se, contudo, que José e Maria continuam credores solidários do todo, isto é,
dos R$ 120,00, pois quanto a eles continua aplicável a solidariedade.
Inicialmente, deve-se atentar para o teor do Enunciado n. 350 da CJF que alerta:
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
32 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- PONTO DO EDITAL: 12. Dos Direitos Reais. Da aquisição da propriedade imóvel e móvel.
Usucapião constitucional urbana. Usucapião constitucional rural. Usucapião especial coletiva.
Usucapião administrativa. Usucapião especial indígena.
- COMENTÁRIOS:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
juízo universais, em que são convocados a integrar o polo passivo por meio de edital toda a
universalidade de eventuais interessados. Assim, ao invés de apresentar oposição, o indivíduo
poderia simplesmente apresentar sua irresignação por meio de contestação. Não há, portanto,
que se falar em intervenção de terceiros no processo da usucapião, eis que a manifestação de
qualquer terceiro interessado revelara autêntica contestação.
Com a morte, ocorre a abertura da sucessão, com a transmissão automática dos bens
aos herdeiros. Forma-se, assim, um condomínio indivisível sobre o acervo hereditário, regendo-
se o direito dos coerdeiros, quanto à posse e à propriedade dos bens integrantes da herança,
pelas normas relativas ao condomínio.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
33 – QUESTÃO:
a) Para que a venda de ascendente para descendente seja anulada é imprescindível que o
interessado comprove a ocorrência de prejuízo aos herdeiros necessários.
b) O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo
de decadência de dois anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do
comprador.
c) É imprescindível a interpelação judicial do comprador para a comprovação da mora no
caso de compra e venda com reserva de domínio.
d) A compra e venda de bem imóvel pode ser feita por meio de contato particular,
independentemente de escritura pública quando o bem tiver valor inferior a 20 salários
mínimos.
e) É inválida a venda de ascendente para descendente, sem o consentimento de filho cuja
paternidade foi reconhecida post mortem.
- RESPOSTA: Alternativa A.
- PONTO DO EDITAL: 10. Dos contratos em geral. Das várias espécies de contrato.
- COMENTÁRIOS:
Nesse sentido, relembre-se que o art. 496 do Código Civil dispõe que:
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C U RSO PARA A
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MP-SP
base apenas na presunção de prejuízo decorrente do fato de o autor da
ação anulatória ser absolutamente incapaz quando da celebração do
negócio por seus pais e irmão”.
O art. 521 do Código Civil disciplina a compra e venda com reserva de domínio:
Para a Corte, no caso de compra e venda com reserva de domínio, existem três formas
de comprovar a mora do comprador: por meio de protesto do título, por interpelação judicial ou
por notificação extrajudicial enviada pelo Cartório de Protesto de Títulos e Documentos.
Alternativa D: A alternativa está incorreta. O art. 108 do Código Civil estabelece que:
O valor, portanto, é de 30, e não 20 salários mínimos. Por oportuno, deve-se lembra
que o STJ entende que este valor deve ser contabilizado de acordo com o valor calculado pelo
Fisco, e não com o preço dado pelas partes.
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C U RSO PARA A
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Alternativa E: A alternativa está incorreta. No julgamento o REsp 1.356.431/DF o
Superior Tribunal de Justiça entendeu que:
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
34 – QUESTÃO:
a) I, III e V.
b) II, IV e V.
c) I, II, IV e V.
d) III, IV e V.
e) I, IV e V.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
Item I: O item está correto. Conforme será comentado no item “IV”, doutrina e juris-
prudência têm reconhecido o parentesco firmado na socioafetividade, isto é, na formação de
vínculos contínuos de afeto, auxílio e respeito mútuos entre dois indivíduos. A filiação socioafe-
tiva estará presente, portanto, quando não houver vínculo biológico, sendo prevista na adoção
e na inseminação artificial heteróloga. Esta última, inclusive, de acordo com o inciso I do art.
1.597 do Código Civil gera presunção de paternidade, desde que haja prévia autorização do
marido.
Item II: O item está incorreto. É permita a doação de útero no Brasil, chamada de
“gestação de substituição”, regulamentada pela Resolução n. 2.121/2015 do Conselho Federal
de Medicina. Apesar de popularmente conhecida como “barriga de aluguel”, apenas admite-se,
em nosso ordenamento jurídico, que a doação de útero ocorra a título gratuito. Ademais, nos
termos da mencionada resolução, a gestação de substituição apenas pode se dar no âmbito
de uma mesma família, limitando-se em um parentesco até o quarto (e não segundo) grau.
A doação de útero fora de uma mesma família apenas será possível mediante autorização do
Conselho Federal de Medicina.
Item III: O item está incorreto. O art. 1.600 do Código Civil dispõe que “Não basta o
adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade”. Neste
contexto, verificada a existência de causa de presunção legal de filiação, nos termos do art.
1.597 do Código Civil, não bastará a afirmação da mulher de que o marido não é o pai da criança
para elidir a presunção de paternidade. Será necessária, para afastar tal presunção, a produção
de outras provas, a exemplo do exame de DNA (TARTUCE, p. 1.378).
Item IV: O item está correto. O art. 1.593 do Código Civil estabelece que “O paren-
tesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem”. Fica claro, por-
tanto, que o parentesco, e, por consequência, a filiação, pode decorrer de vínculo biológico (ou
sanguíneo) ou ser fundada na socioafetividade, isto é, nos vínculos de afeto e mútuo auxílio,
respeito e amparo fixados entre pais e filhos, ainda que inexistente vínculo sanguíneo.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Item V: O item está correto. Fala-se em posse do estado de filho quando existe uma
relação de afeto e auxílio mútuo, firmada na voluntariedade, em que um dos indivíduos assume
o papel de filho e outro o papel de pai.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
35 – QUESTÃO:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Item I: O item está incorreto. O art. 2º do referido Diploma Legal dispõe que:
Item III: O item está incorreto. O art. 4º da Lei n. 12.318/2010 estabelece que:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Conclui-se, assim, que sendo o direito à convivência familiar indisponível, além de
ser o ato de alienação praticado em desfavor de incapaz, pode o juiz, de ofício (e não apenas
mediante requerimento), ao constatar indício da prática da alienação parental, proceder à sua
declaração nos autos, que, a partir deste momento, passarão a ter tramitação prioritária.
Item IV: O item está incorreto. O art. 7º da Lei n. 12.318/2010 estabelece que:
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
36 – QUESTÃO:
João, casado com Maria no regime da comunhão universal de bens, teve com ela três filhos,
Pedro, Marcos e Antônio. Pedro possui um filho, Felipe. Marcos tem dois filhos, Juliana e Vi-
tor. Antônio tem dois filhos, Mariana e José. João e Antônio viajavam juntos quando falece-
ram, vítima de acidente aéreo. Marcos renunciou à herança do pai.
a) Não sendo possível determinar a premoriência, José e Mariana não poderão tomar parte
na herança do avô, representando seu pai.
b) São herdeiros de João: Maria, Pedro, José e Mariana. Sendo ascendente dos herdeiros com
quem concorre, Maria terá direito a 1/3 da herança.
c) Serão chamados a suceder Pedro, Juliana, Vitor, José e Mariana, cabendo, a cada um deles,
igual parte da herança.
d) Serão chamados a suceder Pedro, José e Mariana, cabendo ao primeiro metade da heran-
ça e, a cada um dos outros dois, 1/4.
e) Maria e Pedro terão direito à herança de João, cabendo a cada um deles metade do patri-
mônio deixado pelo falecido.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- PONTO DO EDITAL: 15. Dos direitos das sucessões: Da sucessão em geral. Da sucessão legítima.
Herdeiros necessários. Do direito de acrescer entre herdeiros e legatários. Das substituições. Da
deserdação.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A alternativa está incorreta. De acordo com o art. 1.851 do Código Civil:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
O art. 1.855 complementa:
Neste sentido, o inciso I do art. 1.829 do Código Civil dispõe que “aos descendentes,
em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da
comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou
se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares”.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa C: A alternativa está incorreta. A renúncia à herança é ato jurídico
unilateral por meio do qual o herdeiro declara, de maneira expressa, que não aceita a herança.
O art. 1.806 do Código Civil estabelece que “A renúncia da herança deve constar expressamente
de instrumento público ou termo judicial”.
Lembre-se, por oportuno, que Marcos poderia representar seu pai na herança de
terceiro, pois o repúdio não se estende a outra herança, conforme estabelece o art. 1.856 do
Código Civil: “O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de
outra”.
Os filhos de Antônio, por outro lado, poderão representá-lo na herança de João, pois
a jurisprudência tem aceitado a representação nos casos de comoriência.
Assim, no caso em análise, são herdeiros Pedro, José e Mariana. Nos termos dos
artigos 1.854 e 1.855 do Código Civil, já colacionados nos comentários da alternativa “A”, os
representantes podem herdar o que herdaria o representado, se vivo fosse. Divide-se a herança
em dois, cabendo metade a Pedro e metade a Antônio, representado por seus filhos. Pedro,
portanto, terá o quinhão hereditário de 1/2 do extinto.
Por fim, nos termos do art. 1.855, José e Mariana repartirão igualmente, entre eles, o
quinhão que caberia ao seu genitor. Cada um deles, portanto, receberá 1/4 da herança.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
37 – QUESTÃO:
O ordenamento jurídico brasileiro prevê duas penais civis capazes de gerar a exclusão do
direito sucessório, a indignidade e a deserdação. A este respeito assinale a alternativa correta:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
As causas que autorizam a deserdação são previstas pelos artigos 1.962 e 1.963 do
Código Civil. Expressamente declarada a causa em testamento (art. 1.964 do Código Civil),
cabe ao herdeiro instituído ou àquele a quem aproveite a deserdação provar a veracidade da
causa alegada pelo testador, conforme dispõe o art. 1965 do Código Civil. Conclui-se, assim,
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
que a deserdação depende de confirmação por sentença, por meio da propositura de ação de
confirmação de deserdação. O direito a produção da prova acerca da causa decai em quatro
anos, a contar da data da abertura do testamento (cf. parágrafo único do art. 1.965 CC).
Entretanto, nos termos do art. 1.815 do mesmo Diploma Lega, a indignidade poderá
atingir qualquer herdeiro, e não apenas os herdeiros necessários.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
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MP-SP
38 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
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MP-SP
emenda constitucional que inaugurou o instituto no ordenamento, as súmulas desprovidas de
efeito vinculante (persuasivas) podem adquiri-lo, desde que sejam confirmadas por 2/3 dos
Ministros.
O pleno do STF não fica vinculado pelo teor da súmula, haja vista estar
constitucionalmente autorizado a revê-la ou cancelá-la quando ela não mais representar,
correta e adequadamente, a percepção jurídica que a Corte tem acerca do tema. É papel do STF,
portanto, se as mudanças sociais exigirem, adequar a súmula (revisando-a) ou mesmo cancelá-
la, se seu enunciado em algum momento se dissociar da realidade a ser normatizada.
Nesse contexto, uma das formas de renovar a discussão sobre o tema, que estava
encerrada pela edição da súmula, é exatamente o Legislador (ou, por exemplo, o Presidente
da República por meio de uma medida provisória), editar ato normativo com teor contrário ao
sedimentado pelo STF na súmula. Com isso, reaberto estará o debate que parecia já vencido.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
39 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A assertiva está correta, por isso não deve ser assinalada.
Exemplos: construtora acionada para reparar defeitos em prédio por ela construído
denuncia a lide ao engenheiro responsável (denunciação pelo réu); comprador promove ação
reivindicatória contra o possuidor do bem e, ao mesmo tempo, denuncia a lide ao vendedor,
para que este lhe responda pela evicção (denunciação pelo autor).
Alternativa B: A assertiva está correta, por isso não deve ser assinalada.
Visa à denunciação enxertar no processo uma nova lide, que vai envolver o
denunciante e o denunciado em torno do direito de garantia ou de regresso que um pretende
exercer contra o outro. Trata-se de demanda incidente, em processo já em curso, que acarreta a
ampliação subjetiva ulterior do processo. Ou seja, proposta a denunciação, o processo passará a
ter duas demandas: a principal, envolvendo autor e réu; e a incidental, envolvendo denunciante
e denunciado.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
De tal sorte, se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao
julgamento da denunciação da lide; se vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido
examinado (art. 129). Assim sendo, podemos considerar que a denunciação guarda em si uma
certa relação de prejudicialidade, já que o pleito do denunciante merecerá apreciação apenas
na hipótese de a ação principal lograr apreciação meritória e de ser decidida de forma contrária
aos interesses do denunciante. Em síntese, se o denunciante, seja autor ou réu, sair vitorioso
na demanda, a ação regressiva restará prejudicada. Sucumbindo o denunciante, a denunciação
terá seu mérito apreciado, podendo ser julgada procedente ou improcedente.
Alternativa C: Está incorreta esta alternativa, por isso deve ser assinalada. Atenção
com os prazos legais.
Quando o denunciante for o réu, a denunciação será requerida no prazo para contestar
(art. 126). A citação do denunciado deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena
de se tornar sem efeito a denunciação (art. 126, parte final, c/c o art. 131). Caso o denunciado
resida em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou, ainda, em lugar incerto, o prazo
para a citação será de dois meses. Frise-se que a demora na citação por motivos inerentes ao
mecanismo da Justiça não tem o condão de gerar qualquer prejuízo para o denunciante que
providenciou a citação dentro do prazo.
Alternativa D: Está correta esta alternativa, por isso não deve ser assinalada.
Alternativa E: Está correta esta, por isso não deve ser assinalada.
Nos termos do art. 125 do novo CPC, é admissível a denunciação da lide, promovida
por qualquer das partes:
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C U RSO PARA A
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MP-SP
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em
ação regressiva, o prejuízo do que for vencido no processo.
O novo diploma processual excluiu a hipótese prevista no art. 70, II, do CPC de
1973, qual seja a denunciação “ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de
obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o
réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada”.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
40 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
O objetivo desta questão é que o aluno atente à “lei seca”, muito cobrada pelo
MPSP.
O reexame necessário não deve ser considerado recurso, seja por lhe faltar tipicidade,
seja por não deter diversos dos requisitos básicos exigidos para caracterização dos recursos, tais
como a necessidade de fundamentação, o interesse em recorrer, a tempestividade, o preparo,
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
entre outros. Por esse motivo, entende-se que a remessa necessária tem natureza jurídica de
condição de eficácia da sentença, não se relacionando, portanto, com os recursos previstos na
legislação processual.
No anteprojeto do novo CPC uma das propostas era a extinção da remessa necessária.
Apesar de não ter havido adesão de parte da bancada legislativa, o art. 496 da nova legislação
restringiu, ainda mais, as hipóteses de aplicação do instituto.
Veja:
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito
senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução
fiscal;
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo
legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o
presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa
necessária.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o
proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior
a:
I – 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias
e fundações de direito público;
II – 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal,
as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios
que constituam capitais dos Estados;
III – 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e
respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença
estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada
no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em
manifestação, parecer ou súmula administrativa.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa A: Está correta esta alternativa. Trata-se do inciso I, do parágrafo 4º, do
art. 496.
Alternativa B: Está correta esta alternativa. Trata-se do inciso II, do parágrafo 4º, do
art. 496.
Alternativa C: Está correta esta alternativa. Trata-se do inciso III, do parágrafo 4º, do
art. 496.
Alternativa D: Está correta esta alternativa. Trata-se do inciso IV, do parágrafo 4º, do
art. 496.
Alternativa E: Está correta esta alternativa. Está correta, de acordo com os comentários
acima.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
41 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa A: Está correta esta alternativa, logo não deve ser assinalada.
Alternativa B: Está correta esta alternativa, logo não deve ser assinalada. O art. 512
admite a liquidação antecipada da sentença, ou seja, na pendência de recurso, ainda que
tenha sido recebido também no efeito suspensivo. Nesse caso, o pedido de liquidação, que
é formulado no juízo de origem e autuado em apartado, será instruído com cópias das peças
processuais pertinentes. A mera expectativa de que o provimento deferido na primeira instância
seja mantido legitima o presumido credor a agilizar a satisfação futura de sua pretensão,
mensurando, desde já, a quantia devida. É incomum que o próprio devedor requeira a liquidação
antecipada, mas o Código não faz nenhuma distinção. Se, por exemplo, é o credor que recorre
da sentença por considerar que o juiz não acolheu integralmente o seu pedido, pode o devedor
pleitear a liquidação.
Alternativa C: Está correta esta alternativa, logo não deve ser assinalada.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Qualquer que seja a forma da liquidação, o procedimento inicia-se com o pedido do
credor (ou do devedor), formulado por simples petição, à qual não se aplica o disposto no art.
319.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
O agravo de instrumento, de regra, não tem efeito suspensivo. Assim, a menos que
o relator imprima tal efeito ao recurso, a execução prescinde aguardar o julgamento do agravo
interposto contra a decisão que pôs fim à liquidação.
Alternativa E: Está correta esta alternativa, logo não deve ser assinalada.
Fato novo, para fins de liquidação, é aquele que, embora não considerado
expressamente na sentença, encontra-se albergado na generalidade do dispositivo, no contexto
do fato gerador da obrigação, tendo portanto relevância para determinação do objeto da
condenação.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
42 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
A apelação não segue a regra do sistema. Como já afirmado, não dispondo a lei de
forma diversa, prevalece a duplicidade dos efeitos da apelação. Apenas quando há disposição
expressa de lei é que não incide a suspensividade do recurso. O art. 1.012 dispõe sobre os
efeitos da apelação. O caput prevê a regra aplicável à apelação, isto é, o efeito suspensivo, nessa
modalidade de recurso, é automático. O parágrafo 1º, por outro lado, prevê as exceções, ou seja,
os casos em que a apelação é dotada somente do efeito devolutivo. Há leis extravagantes, como
a Lei nº 8.245/1991 (art. 58, V), que contemplam somente o efeito devolutivo para as apelações
nas ações ali mencionadas (ação de despejo, v.g.).
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C U RSO PARA A
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chamada teoria da causa madura, que já contava com previsão do CPC/1973, mas relacionada
apenas aos casos de extinção sem resolução do mérito.
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C U RSO PARA A
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Na sistemática do CPC/1973, o réu não precisava ser citado para responder ao recurso
(art. 296). Entretanto, de acordo com o novo CPC, a citação sempre se fará necessária, havendo
ou não juízo de retratação, mesmo que o eventual provimento da apelação se dê para cassar
a sentença e determinar o prosseguimento do feito no primeiro grau de jurisdição. Em suma:
se o juiz não se retratar e o autor apelar, a formação do contraditório é medida que se impõe.
Por outro lado, se o juiz se retratar, a audiência de conciliação/mediação, se for o caso, será
designada e o réu será citado para a ela comparecer. No caso de não haver retratação, a citação
do réu é para apresentação de contrarrazões, no prazo de 15 dias.
Segundo o art. 1.013, § 1º, serão objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal
todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas,
desde que relativas ao capítulo impugnado. Exemplo: O autor recorre de uma sentença citra
petita, que deixou de apreciar o seu pedido de multa por litigância de má-fé. O tribunal irá
apreciar e julgar, em sede de apelação, tal matéria impugnada, mesmo que ela não tenha sido
solucionada pelo juízo de primeiro grau ao proferir a sentença.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
parcial será a devolução. Essa limitação, expressa nos arts. 1.002 e 1.013, consagra o princípio
do tantum devolutum quantum appellatum.
De acordo com esse princípio, tal como o juiz, ao proferir a sentença, está jungido ao
pedido formulado na inicial, o tribunal, no exame da apelação, fica adstrito, amarrado, ao que
foi impugnado no recurso.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
43 - QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
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C U RSO PARA A
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Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos
termos da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos
arts. 660 a 663.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de adjudicação,
quando houver herdeiro único.
§ 2º Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha
ou de adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou elaborada
a carta de adjudicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás
referentes aos bens e às rendas por ele abrangidos, intimando-se o
fisco para lançamento administrativo do imposto de transmissão e de
outros tributos porventura incidentes, conforme dispuser a legislação
tributária, nos termos do § 2º do art. 662.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
pelas partes, salvo se o credor, regularmente notificado, impugnar a
estimativa, caso em que se promoverá a avaliação dos bens a serem
reservados.
Art. 664. Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a
1.000 (mil) salários-mínimos, o inventário processar-se-á na forma de
arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente
de assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas
declarações, a atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da
partilha.
§ 1º Se qualquer das partes ou o Ministério Público impugnar a estimativa,
o juiz nomeará avaliador, que oferecerá laudo em 10 (dez) dias.
§ 2º Apresentado o laudo, o juiz, em audiência que designar, deliberará
sobre a partilha, decidindo de plano todas as reclamações e mandando
pagar as dívidas não impugnadas.
§ 3º Lavrar-se-á de tudo um só termo, assinado pelo juiz, pelo
inventariante e pelas partes presentes ou por seus advogados.
§ 4º Aplicam-se a essa espécie de arrolamento, no que couber, as
disposições do art. 672, relativamente ao lançamento, ao pagamento
e à quitação da taxa judiciária e do imposto sobre a transmissão da
propriedade dos bens do espólio.
§ 5º Provada a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às
suas rendas, o juiz julgará a partilha.
Art. 664. Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a
1.000 (mil) salários-mínimos, o inventário processar-se-á na forma de
arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente
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C U RSO PARA A
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MP-SP
de assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas
declarações, a atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da
partilha.
§ 1º Se qualquer das partes ou o Ministério Público impugnar a estimativa,
o juiz nomeará avaliador, que oferecerá laudo em 10 (dez) dias.
§ 2º Apresentado o laudo, o juiz, em audiência que designar, deliberará
sobre a partilha, decidindo de plano todas as reclamações e mandando
pagar as dívidas não impugnadas.
§ 3º Lavrar-se-á de tudo um só termo, assinado pelo juiz, pelo
inventariante e pelas partes presentes ou por seus advogados.
§ 4º Aplicam-se a essa espécie de arrolamento, no que couber, as
disposições do art. 672, relativamente ao lançamento, ao pagamento
e à quitação da taxa judiciária e do imposto sobre a transmissão da
propriedade dos bens do espólio.
§ 5º Provada a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às
suas rendas, o juiz julgará a partilha.
A petição inicial deverá observar os requisitos dos arts. 319 e 320, com as peculiaridades
próprias do procedimento em estudo. Como bem salientado por Misael Montenegro Filho:
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C U RSO PARA A
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Com efeito, na petição inicial do procedimento de inventário, noticia-se a ocorrên-
cia da morte do autor da herança, a existência de bens e herdeiros e, ao final, pede-se a abertura
do procedimento com a nomeação do inventariante e a distribuição dos quinhões, pondo fim
ao estado de indivisão da universalidade de bens.
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Prestadas as primeiras declarações, o juiz determina o balanço do estabelecimento,
se o de cujus era empresário individual, ou a apuração de haveres, se era sócio de alguma
sociedade que não seja anônima (art. 620, § 1º, I).
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
44 - QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A assertiva está incorreta. O poder é uno (art. 1°, parágrafo único,
CR/1988), dividindo-se nas funções jurisdicional, legislativa e administrativa (art. 2°, CR/1988).
Assim, a jurisdição, como reflexo da manifestação de uma função do Estado, é indivisível e
todo magistrado, regularmente investido na função jurisdicional, possui jurisdição em todo o
território nacional (art. 16 do CPC/2015), entretanto, nem sempre possuirá competência.
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C U RSO PARA A
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Desse conceito, podemos extrair, como decorrentes do princípio do juiz natural, o
princípio da tipicidade e da indisponibilidade das competências.
O art. 102, I, “m”, da CR/1988 estabelece que o STF pode delegar atribuição para a
prática de atos processuais (princípio da tipicidade das competências), por outro lado, não
encontramos essa mesma previsão no art. 105, que disciplina a competência do STJ, todavia,
pela teoria das competências implícitas, não existiria motivo para não se admitir essa delegação
pelo STJ.
De igual modo, não há regra constitucional que preveja como competência do STF ou
do STJ o julgamento de embargos de declaração interpostos contra as suas decisões, embora
seja inegável que a atribuição de competência para julgar determinadas demandas embute,
implicitamente, a de julgar esse recurso.
O poder é uno (art. 1°, parágrafo único, CR/1988), dividindo-se nas funções
jurisdicional, legislativa e administrativa (art. 2°, CR/1988). Assim, a jurisdição, como reflexo da
manifestação de uma função do Estado, é indivisível e todo magistrado, regularmente investido
na função jurisdicional, possui jurisdição em todo o território nacional (art. 16 do CPC/2015),
entretanto, nem sempre possuirá competência.
Alternativa C: A assertiva está correta. As regras de competência são fixadas pela lei,
portanto, em abstrato, tornando-se necessário o estabelecimento de um marco, um referencial
concreto para que apliquemos essas regras.
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O art. 43 do CPC/2015 estabelece que, no momento do registro ou distribuição
da petição inicial devem ser observadas as normas de competência, sendo irrelevantes as
alterações no estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, sendo considerada
proposta desde o protocolo (art. 312 do CPC/2015), consagrando o princípio da perpetuação da
jurisdição (perpetuatio jurisdictions). Por esse princípio, fixada a competência, a jurisdição se
estabiliza e se perpetua, sendo irrelevante o que ocorrer posteriormente. A rigor, a perpetuação
da jurisdição não é mais do que um desdobramento do princípio do juiz natural e é salutar
porque vincula o juízo à causa que foi legitimamente proposta.
Nessa linha, por exemplo, ajuizada uma ação no domicílio do réu, portanto, no
juízo competente (art. 46 do CPC/2015), se, no dia seguinte ao ajuizamento da demanda o
réu mudou de endereço, caso seja alegada incompetência territorial, esta deve ser rejeitada,
eis que a demanda foi ajuizada no domicílio do réu no momento da distribuição, portanto,
irrelevante a modificação ocorrida posteriormente. De igual modo, se ajuizada uma demanda
por um procedimento limitado a sessenta salários mínimos e, posteriormente, ocorrer uma
alteração legislativa reduzindo-o para 20 salários mínimos, mesmo assim, a causa continuará
pelo procedimento originariamente escolhido, pois se trata de alteração de direito.
Devemos frisar que o juízo sempre tem competência para analisar a sua própria
competência, de acordo com o princípio da competência sobre a competência (chamado, pelos
alemães, de Kompetenz-Kompetenz), todo juiz tem competência para apreciar sua competência
para examinar determinada causa. Trata-se de decorrência inevitável da cláusula que outorga
ao magistrado da causa o poder de verificar a satisfação dos pressupostos processuais (art. 485,
§ 3º, do CPC/2015 e art. 8º, parágrafo único, da Lei 9.307/1996. Se a competência é um destes
pressupostos, é natural que o juiz da causa tenha o poder de decidir (ao menos em primeira
análise) sobre sua competência. Dessa forma, as questões relativas à competência do órgão
jurisdicional para apreciar certa questão devem ser levadas a ele diretamente, competindo-lhe
avaliar, em primeiro plano, a arguição promovida
116
:
C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
45 - QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício.
O art. 64, § 4º, consagra a denominada translatio iudicii que, a grosso modo, nada
mais seria do que trasladar para outro processo a relação jurídico processual que era travada
em outro foro, uma transferência de juízo, conservando os efeitos totais da relação jurídica
processual anterior, aproveitando todos os atos processual, mesmo na hipótese de uma
incompetência absoluta, o que deve ser prestigiado.
117
:
C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como
questão preliminar de contestação. (...).
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os
efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja
proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
Alternativa D: Alternativa correta, por isso não deve ser assinalada. Conflito de
competência é o conflito entre dois ou mais órgãos jurisdicionais, para julgar uma ou mais
causas, para decidir sobre a reunião ou separação de processos. O conflito pode ser positivo,
quando dois ou mais juízos reputam-se competentes (art. 66, I, do CPC/2015), ou negativo,
quando dois ou mais juízos se dão por incompetentes (art. 66, II, do CPC/2015).
Pode acontecer conflito positivo de competência sem que haja decisão expressa de
ambos os juízos afirmando sua competência sobre o outro, bastando para que se configure o
conflito a prática de atos de ambos sobre a mesma causa, como se fossem os únicos competentes
para conhecê-la, com o reconhecimento implícito da própria competência. O exemplo
rotineiramente lembrado pela doutrina é do inventário proposto por pessoas diferentes em
juízos diversos, hipótese que, em muitas vezes, nem o próprio juiz sabe da existência de outro
inventário tramitando em comarca diversa.
De igual modo, não existe conflito de competência entre órgãos que mantenham
uma relação de superioridade hierárquica, como um juízo estadual e o tribunal de justiça, pois
sempre prevalecerá a decisão do Tribunal.
118
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
O conflito tem natureza jurídica de um incidente processual sempre da competência
originária de um Tribunal, devendo ser distribuído diretamente ao Tribunal para ser designado
um relator, nos termos do respectivo regimento interno (art. 954, c/c o art. 959 do CPC/2015).
Podem suscitar o conflito as partes ou o MP, por petição, ou o juízo envolvido, por ofício (art.
953 do CPC/2015). O Ministério Público somente atuará nas hipóteses do art. 178, salvo quando
tiver a qualidade de parte por ter suscitado (art. 951, parágrafo único, do CPC/2015). Se um dos
juízos conflitantes já tiver, na causa, proferido sentença com trânsito em julgado, não haverá
conflito de competência (Enunciado 59 do STJ).
Alternativa E: Alternativa correta, por isso não deve ser assinalada. Na reiteração de
embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento
sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao
depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade
da justiça, que a recolherão ao final.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
46 – QUESTÃO:
a) Além dos defeitos da omissão, contradição e obscuridade, o novo CPC inseriu a possibilidade
do erro material para a propositura dos embargos de declaração.
b) O atual CPC prevê o contraditório sempre quando manejados embargos declaratórios.
c) Quando manifestamente protelatórios, ou seja, manifestamente inadmissíveis ou
improcedentes, deve-se impor ao embargante uma multa não superior a 5% do valor da
causa.
d) Os embargos de declaração suspendem o prazo para a interposição de recurso.
e) Os embargos de declaração não constam no rol de recursos do CPC.
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
119
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Como mencionado, além dos clássicos três defeitos, omissão, contradição e
obscuridade, foi inserida a possibilidade do erro material.
Alternativa B: Está incorreta esta alternativa. Sempre se sustentou que ter finalidade
precípua dos embargos é somente de esclarecimento da decisão proferida, portanto, em
princípio, não há necessidade de prazo para contrarrazões, entretanto, se ao suprir uma omissão,
eliminar uma contradição, esclarecer uma obscuridade ou corrigir erro material, o juiz alterar a
decisão embargada, estar-se-á atribuindo o chamado efeito infringente ou modificativo, sendo
aqui imprescindível o prévio contraditório, como se observa do § 2º do art. 1.023 do CPC/2015.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
47 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Está incorreta esta primeira alternativa, logo deve ser assinalada. Diz-
se cumulação própria quando são formulados vários pedidos, pretendendo-se o acolhimento
simultâneo de todos eles, tornando composto o objeto litigioso do processo e implicando em
uma decisão judicial em capítulos. Nessa hipótese, a rigor, haverá uma cumulação de relações
jurídicas processuais. Seu amparo legal está no art. 327 do CPC/2015.
121
:
C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Alternativa B: Está correta esta alternativa, logo não deve ser assinalada. A cumula-
ção imprópria divide-se em eventual (também denominada de subsidiária), prevista no art. 326
do CPC/2015, ou alternativa.
Alternativa C: Está correta esta alternativa, logo não deve ser assinalada. Ocorre o
concurso de ações quando a lei coloca à disposição do titular do direito subjetivo a escolha
de diversas ações ou diversas formas de solucionar a questão, nos casos dos arts. 442 e 500 do
CC/02.
Há, portanto, a propositura de uma única ação, escolhendo o autor qual a forma que
lhe convém, diferentemente do que ocorre na cumulação de pedidos ou ações.
Alternativa D: Está correta esta alternativa, logo não deve ser assinalada. É direito do
autor alterar os elementos objetivos da demanda (pedido e causa de pedir) até a citação do réu
(art. 329, I), independentemente do consentimento do réu. E até o saneamento, aditar ou alterar
o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a
possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 dias, facultado o requerimento de
prova suplementar. Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos
ou solicitar ajustes, no prazo comum de cinco dias, findo o qual a decisão se torna estável (art.
357, § 1º).
122
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Há, ainda, alguns outros artigos que analisados em conjunto fortalecem a estabiliza-
ção da demanda, como a perpetuatio jurisdictionis (art. 43), a substituição processual prevista
no art. 109, caput, a necessidade de concordância do réu para o autor desistir da demanda (art.
485, § 4º).
Alternativa E: Está correta esta alternativa, logo não deve ser assinalada. Vide
comentário acima.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
DIREITO ELEITORAL
PROFA. TALLITA SAMPAIO
48 – QUESTÃO:
De acordo com o que estabelece a CF/88 acerca dos Partidos Políticos, é correto afirmar:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
124
:
C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
A nova redação do art. 17, § 1º, da CF/88, já está em vigor, mas vedação às coligações
proporcionais se aplicará somente a partir das eleições de 2020:
Art. 17 (...)
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no §
3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda
do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filia-
ção considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidá-
rio e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Art. 17 da CF/88. (...)
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo,
3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por
cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos
em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
(...)
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no
§ 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem
perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo
essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo
partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
49 – QUESTÃO:
126
:
C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Com a nova redação do caput do art. 57-C da Lei das Eleições (Lei 9.504/97),
alterado pela Lei Nº 13.488/2017, o impulsionamento de conteúdos em redes sociais passou
a ser considerado uma exceção legal à proibição da propaganda paga na internet, desde que
cumpridos os requisitos previstos no dispositivo:
Segundo o art. 57-B, IV, b, da Lei 9.504/97, o impulsionamento não pode ser contratado
por pessoas naturais:
127
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MP-SP
§ 3o O impulsionamento de que trata o caput deste artigo deverá ser
contratado diretamente com provedor da aplicação de internet com
sede e foro no País, ou de sua filial, sucursal, escritório, estabelecimento
ou representante legalmente estabelecido no País e apenas com o fim
de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações. (Incluído
pela Lei nº 13.488, de 2017)
É permitida a propaganda eleitoral por meio de carros de som e minitrios, desde que
observado o limite sonoro de 80 decibéis medido a 7 metros de distância do veículo, apenas em
carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios, segundo a redação atual
do art. 30, § 11, da Lei nº 9.504/97:
Alternativa D: Incorreta, pois para que não configure propaganda antecipada, tais
atos têm que ocorrer em ambiente fechado.
Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder
público, ou que a ele pertençam, e nos bens de uso comum, inclusive
postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos,
passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos,
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive
pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas,
cavaletes, bonecos e assemelhados.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
50 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
129
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C U RSO PARA A
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MP-SP
No caso de duplicidade ou multiplicidade de residências, considera-se domicílio
eleitoral qualquer delas:
Além dos estrangeiros, os conscritos não podem se alistar durante o serviço militar
obrigatório:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
retará a exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio, a re-
querimento de delegado de partido ou de qualquer eleitor.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
131