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1) Resumo da Parashá
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Capítulo 3 - Pecado e Punição
Após serem tentados pela serpente, o homem e a mulher comem do fruto
proibido, e recebem várias punições, dentre elas a expulsão do jardim do Eden.
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2) Fontes Importantes
http://qol-hatora.org/misterios-do-tanakh/segredos-eden-principio/
b) Ao contrário do que muitos pensam, a criação pode não ter sido ex-
nihilo. (E pode também indicar uma evolução):
http://qol-hatora.org/misterios-do-tanakh/segredos-eden-o-ato-da-criacao-parte-
ii/
http://qol-hatora.org/misterios-do-tanakh/segredos-do-eden-destruicao-e-
desolacao/
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d) A serpente no Eden representa a própria inclinação do homem ao mal, e
procura corrigir antigos mitos politeístas:
http://qol-hatora.org/misterios-do-tanakh/segredos-do-eden-o-misterio-da-
serpente/
3) O Propósito
Embora haja curiosidades fascinantes nesta parashá, não se pode perder o foco
do objetivo principal:
…Gênesis 1 não deve ser visto como um relato literal e cronológico da criação,
que de qualquer forma não teria valor prático para o homem. Deve, ao contrário,
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ser entendido em sentido metafórico ilustrando discernimentos básicos acerca do
Eterno, do homem e do mundo. Como uma declaração de doutrina revestida em
simbolismo narrativo, quaisquer inconsistências literárias que possam existir
entre ele e os capítulos seguintes não têm qualquer consequência.”” (Genesis
Chapter 1 - R. Moshe Shamah)
4) A Estrutura Literária
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passagem final trinta e cinco palavras. As três atestações de שּׁבִיעִי
ֶ יוֹם ַהsão, cada
um, parte de um grupamento de sete palavras.
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Ou seja, há um simbolismo aqui representado de que o mundo foi criado em
absoluta e total perfeição, contendo todos os recursos dos quais a humanidade
precisa para exercer sua missão.
5) As Duas Criações
a) Estilo Literário
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b) Relatos Complementares
A visão de que os capítulos são complementares, dando detalhes diferentes para
situações distintas. As diferenças são harmonizadas buscando o meio-termo (ex:
a primeira narrativa é cronológica, a segunda fala em ordem de importância).
Ex: R. Breuer e R. Soleveitchik
c) Criações Diferentes
A visão de que os capítulos se referem a eventos diferentes. Gn. 1 se refere ao
evento geral da criação do mundo, bem anterior ao evento de Gn. 2, quando é
criado o jardim do Eden e a linhagem de Adam (Adão). Ex: Hoil Moshe e R.
Nissani.
d) Tradições Distintas
A visão mais moderna é a de que os capítulos se referem a diferentes tradições
criacionistas, ambas importantes aos israelitas, e ambas ajustadas à visão
monoteísta da Torá. Ex: Comentário da New JPS - Study Bible
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Narrativa de Gn. 1 Narrativa Gn. 2
Foco no cosmos Foco no ser humano
O Eterno é chamado primordialmente O Eterno é chamado primordialmente
de 'Elohim’ de ‘YHWH Elohim'
O Eterno aparece distante O Eterno é bem presente
O Eterno fala, e a criação se forma O próprio Eterno molda
Verbos: bará (criar) e `assá (fazer) Verbo: yassar (moldar)
O homem é criado por último O homem é criado primeiro
O homem é criado à imagem e O homem é formado a partir do pó da
semelhança do Eterno terra
Homem e mulher são criados juntos A mulher é criada depois do homem
A missão do homem é se multiplicar A missão do homem é cuidar do jardim
do Eden
Toda a terra é criada de maneira O jardim do Eden é um lugar especial
indistinta.
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Narrativa de Gn. 1 Narrativa Gn. 2
Ordem da criação: 1) Água, 2) Ordem da criação: 1) Homem, 2)
Vegetação, 3) Animais, 4) Homem e Vegetação, 3) Água, 4) Mulher, 5)
Mulher Animais
O mundo é criado em 7 dias O mundo é criado em 1 dia
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5) Imagem, Semelhança, e a Boa Criação
Não é à toa que o Eterno diz ‘Façamos’, numa referência aos seus mal’akhim
(‘anjos’), isto é, aos seus agentes, às próprias forças da natureza.
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“… a humanidade ter sido feita ‘à imagem do Eterno’ é uma expressão que
implica a faculdade do pensamento racional, o livre arbítrio e o valor infinito. O
Eterno os abençoou e os revestiu com potencial para realizações prodigiosas. Ele
lhes disse: ‘preenchei a terra, sujeitai-a e governai sobre’ suas criaturas…
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6) A Luz, Antes do Sol
Repare que na primeira parte da criação, a Torá se ocupa de falar da criação dos
ambientes. Na segunda parte, de maneira análoga e seguindo a mesma ordem,
fala daquilo que procede do ambiente. Exceto no que diz respeito à luz.
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Qualquer semita na antiguidade teria notado essa inversão, e ela é proposital.
Nenhum semita era tolo de não saber que a luz vem dos astros. O objetivo era
justamente mostrar que o propósito da luz foi criado pelo Eterno primeiro, e que
os astros vieram depois.
Ou seja, os astros cumprem a função apontada pelo Eterno, e não são divindades
em si próprios.
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7) A Rejeição de Qayin
c) Interpretação de Qayin
Esta é uma leitura de Ralbag: Na realidade, a Torá faria alusão não à realidade
dos fatos, mas à percepção de Qayin. Por ter perdido sua colheita (que é
dependente de chuva), Qayin teria interpretado como uma rejeição do Eterno.
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8) O Assassinato de Hebhel
A Torá não diz se Qayin matou Hebhel intencionalmente, ou se teve com ele
uma discussão que escalou para a violência.
Outros entendem que foi resultado de uma briga que escapou ao controle.
Exemplos: Radak, R. Yitzchak Arama, Netziv, R. Hoffmann
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Qayin reclama que sua punição é pesada demais (Gn. 4:13,14). Os da primeira
interpretação afirmam que isso ocorreu porque Qayin não fora instruído sobre o
assassinato ser pecado, e por isso sua punição foi menos severa.
“E Qayin disse a Hebhel seu irmão: Vinde, vamos nós dois sair ao campo. E
sucedeu que quando tinham saído para dentro do campo, Qayin respondeu e
disse a Habhel: Percebo que o mundo foi criado em bondade, mas não é
governando segundo o fruto de boas obras, pois há acepção de pessoas no juízo;
por isso é que tua oferta foi aceita e minha não foi aceita com boa vontade.
E por causa dessas palavras eles contenderam sobre a face do campo; e Qayin se
levantou contra Hebhel seu irmão, e lançou uma pedra em sua testa, e o matou.”
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9) O Discurso de Lemekh
Nessa visão, haveria uma ponte entre o que fazia a semente de Qayin (Caim) e
os eventos em Gn. 6, que levaram ao dilúvio
c) A pergunta é retórica
Segundo essa visão, Lemekh não teria matado ninguém, mas sim faz uma
pergunta retórica para defender sua inocência, possivelmente devido ao medo de
suas esposas de que seus filhos poderiam ser mortos por serem a sétima geração
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a partir de Qayin, porque o Eterno diz que Qayin seria punido sete vezes. Outros
vêem outras razões para as acusações infundadas.
Exemplos: Rashi, Sa'adia Gaon, R. Yosef Bekhor Shor, Ramban, Ralbag e o
Midrash Rabá
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