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Florianópolis
2019
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Inclui referências.
Este trabalho foi julgado adequado como parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Elétrica e aprovado, em sua forma final, pela banca examinadora.
Banca Examinadora:
À minha família, por terem me educado de forma ímpar. À minha mãe por sua
demonstração de força e perseverança e por sempre incentivar os meus sonhos e os dos meus
irmãos. Ao meu pai, por me mostrar que a criatividade e a simplicidade são ferramentas
valiosas para solucionar problemas. Aos meus irmãos João, Luiz e Geder, pela boa influência
e companheirismo.
Aos amigos que fiz durante toda a graduação, pelo conhecimento compartilhado,
pelo apoio durante esta jornada e pela união, tanto em momentos de dificuldade como de
celebração.
Ao professor Aguinaldo, pela oportunidade, confiança e por todas as vezes que
conversamos pois aprendi muito em cada dessas conversas.
Em especial, à minha avó Wilma, pelo grande incentivo, por me mostrar que o
conhecimento é impagável e imortal. Por mostrar que a união familiar exige esforço mas é
uma benção e compensa.
"Todo jogo sem falhas é incolor"
Mikhail Tal
Resumo
A hidroeletricidade é uma fonte de energia renovável que não contribui para o aquecimento
global. Mesmo assim, a participação da água na matriz energética mundial é pouco
expressiva.
Como fonte de geração distribuída é efetivamente usada para gerar energia local em
áreas topograficamente adequadas e de considerável precipitação anual. Em microrredes,
pequenas centrais hidrelétricas (PCH) são utilizadas como microfontes locais. Entretanto,
é necessário que essas microfontes atendam as várias condições de operação da microrrede.
Este trabalho apresenta uma estratégia de controle para reconexão de uma microrrede
com uma pequena central hidrelétrica à rede principal. Para isso, um algoritmo genético é
desenvolvido para ajustar os parâmetros de controle dos sistemas desenvolvidos.
This work presents a control strategy for the reconnection of a microgrid with a small
hydropower plant to the main network. For this, a genetic algorithm is developed to adjust
the control parameters of the developed systems.
AG Algoritmo Genético
CC Controle Central
LC Controle de Carga
LiFePO4 Lítio-Ferro-Fosfato
MC Controle de Microfonte
MG Micro
NCA Níquel-Cobalto-Alumínio-Óxido
NMC Níquel-Magnésio-Cobalto-Óxido
PCC Ponto de Acoplamento Comum
g Aceleração gravitacional
G Posição do distribuidor
Kp Ganho do controlador
L Comprimento do conduto
Nt Velocidade da turbina
P Potência Ativa
Pa Pressão hidrostática
Q Vazão da água na turbina
r Estatismo transitório
R Regulação
s Variável de frequência
t Variável de tempo
T Torque
Ta Torque líquido
Te Torque eletromagnético
Tm Torque mecânico
Tw Tempo de partida
v Velocidade
X Reatância elétrica
∆x Variação posicional
γ Constante de propagação
ρ Densidade
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.2 ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2 MICRORREDES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2 MODOS DE OPERAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.1 Modo interligado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.2 Modo isolado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.3 ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE MICRORREDES . . . . . . . . 35
2.3.1 Controle descentralizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.2 Controle hierárquico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.2.1 Nível 1: controle local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.2.2 Nível 2: controle central . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.2.3 Nível 3: sistema de gerenciamento de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.4 FONTES DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.4.1 Energia solar fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.4.2 Energia eólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.4.3 Geração hidrelétrica de pequena escala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.4.4 Sistema combinado de calor e potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.4.5 Outros tipos de fontes de geração distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.4.6 Sistemas de armazenamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.4.6.1 Baterias de armazenamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.4.6.2 Bateria inercial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6 SIMULAÇÃO E RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
6.1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
6.2 O SISTEMA TESTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
6.2.1 Fluxo de potência do sistema em regime permanente . . . . . . . . . . . . 62
6.3 SIMULAÇÃO EM SIMULINK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.3.1 Gerador, turbina hidráulica e regulador e sistema de excitação . . . . . . . 63
6.3.2 Controle do erro de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
6.3.3 Controle de sincronismo e defasagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
6.4 MODELOS LINEARIZADOS DA PLANTA . . . . . . . . . . . . . . . 66
6.5 PROJETO DOS CONTROLADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.5.1 Projeto usando algoritmo genético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.5.2 Projeto usando o método PI/PID Tuner . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.5.3 Análise dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.6 SIMULAÇÃO NUMÉRICA E ANÁLISE . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
6.6.1 Simulação 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
6.6.2 Simulação 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.7 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
7.1 TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
ANEXOS 81
1 INTRODUÇÃO
A dependência da sociedade por energia elétrica aumenta a cada ano. Novos produtos
consumidores de energia elétrica aparecem com frequência e a tendência é que a sociedade
consuma cada vez mais energia. Entre 2000 e 2010, a taxa de consumo mundial de energia
elétrica subiu significativamente: 17.7%. Especula-se que essa variação ultrapassará 20%
entre 2010 e 2020 [16]. Por outro lado, a crescente busca por alternativas ao uso de
combustíveis fósseis impacta o consumidor final, que como agente do mercado de energia
elétrica, tem se reeducado ao uso eficiente de energia e também às possibilidade como
gerador de seu próprio consumo.
Com isso, fontes geradoras não convencionais podem contribuir para redução sig-
nificativa do crescimento da demanda de energia no longo prazo. Esta revolução social
abre espaço a modelos de geração distribuída que suprem cargas localmente e adaptam a
geração às necessidades da carga.
Apesar das várias vantagens proporcionadas pelos sistemas de energia convencionais,
problemas relacionados a escassez gradual de recursos fósseis, baixa eficiência energética e
poluição ambiental vêm incentivando o desenvolvimento de modelos de ’gerações distri-
buídas’. Estes modelos apresentados como parte do protocolo de Kyoto (1992) vêm sendo
extensivamente investigado pelo CIGRE e pelo CIRED desde o final dos anos noventa [24].
As definições precisas para geração distribuída variam para cada país, dependendo
dos tipos de usinas, nível de tensão de geração, etc. No entanto, o impacto deste modelo no
sistema de energia é normalmente o mesmo. De acordo com [24], alguns atributos comuns
das gerações distribuídas são universalmente aceitos como:
Entretanto, por ser uma tecnologia emergente, ainda são muitos os desafios e as
desvantagens de implementação. Além do custo, do controle legislativo e do controle de
mercado de energia, talvez o maior desafio das gerações distribuídas ainda seja técnico.
Quando se isola uma fonte da rede principal, a inércia da máquina equivalente ao sistema,
antes considerada infinita, diminui abruptamente reduzindo assim a margem de estabilidade
do sistema. Dessa forma, modelos de estudo clássicos, como por exemplo o de Heffron-
Phillips, devem ser evitados.
30 Capítulo 1. INTRODUÇÃO
2 MICRORREDES
2.1 INTRODUÇÃO
Um modelo de geração distribuída de baixa escala é a microrrede. O conceito de
microrrede pressupõe um aglomerado de cargas e pequenas fontes de geração que operam
como um único sistema controlável que fornece energia e calor para sua área local. Este
conceito fornece um novo paradigma para definir a operação de geração distribuída. Para o
usuário, a microrrede pode ser pensada como uma célula controlada do sistema de energia.
A microrrede pode ser projetada para atender às necessidades especiais dos consumidores,
por exemplo, melhorar confiabilidade, reduzir as perdas, suportar tensões locais, fornecer
maior eficiência através do uso de calor residual, corrigir quedas de tensão ou fornecer
fonte de alimentação ininterrupta [10].
As definições de microrrede pelo Departamento de Energia Norte Americano (DOE)
também destacam a importância de sua fronteira elétrica claramente definida atuando
como entidade singular e controlável em relação a rede [27].
A figura 2 foi retirada de [24], e representa uma configuração típica de microrrede.
Cargas elétricas e de calor são conectadas a microgeradores por uma linha de distribuição
de baixa tensão. As cargas, principalmente as de calor, são posicionadas próximas aos
geradores, minimizando assim as perdas durante as transmissões elétricas e de calor.
Uma microrrede pode (ou não) possuir fontes que combinam a transmissão de potência
elétrica ao calor com as cargas locais. Neste exemplo, há duas fontes que reutilizam as
diferenças de temperaturas (CHP sources) e duas que não o fazem (Non-CHP sources).
Neste exemplo, pode-se observar também 3 circuitos internos à microrrede e deno-
minados Feeders (alimentadores). Eles se distribuem pelo sistema subdividindo as cargas
e fontes da microrrede. Esses circuitos podem se diferenciar em nível de tensão ou até
mesmo em frequência por meio de transformadores ou conversores internos a microrrede.
Um barramento comum aos circuitos os conecta ao controle central (CC) e a um disjuntor
(CB4) do ponto de acoplamento comum (PCC), responsável pela desconexão e reconexão
da microrrede a rede principal. Os controles das microfontes (MC) são intermediários entre
os comandos de operação do controlador central e a microfonte associada a este MC.
O controle central (CC) é responsável pela maximização dos lucros e pela otimização
da operação da microrrede. Esse controlador utiliza sinais de preço dos mercados de
energia e pedidos do sistema de gerenciamento de distribuição (Distribution Management
System, DMS) para determinar o fluxo de potência entre a microrrede e a rede principal,
otimizando a geração interna. Além disso, o controle central também é responsável pelo
fluxo de potência em cada elemento da microrrede de forma a evitar operações em regiões
não seguras [22].
O DMS é o nível mais alto da hierarquia de controle, podendo estar interligado com
diversos CCs. Para uma operação adequada na presença de microrredes, algumas novas
funções devem ser incluídas ao DMS tradicional, utilizados nos centros de operações de
sistema de distribuição. Assim, estabelece-se uma comunicação adequada com os CCs,
além de permitir a operação autônoma de cada microrrede [22].
• Geração silenciosa.
• Impacto visual.
• Impacto sonoro.
• Impacto aviário.
• Alta confiabilidade.
• Alteração do ecossistema.
Entre as desvantagens:
• Escassez de recursos.
Além dessas, existem várias outras possíveis tecnologias de baterias utilizáveis como
sistema de armazenamento em microrredes. Destaca-se entre essas, a bateria de sal fundido,
Na-Ni-Cl (mais especificamente o tipo sódio-cloreto de níquel, Na-NiCl2), cujas pesquisas
no parque tecnológico de Itaipu se destacam nacionalmente como soluções em diversas
áreas (entre elas, a geração distribuída) [18].
3.1 INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta uma estratégia de controle para reconexão de microrredes
com predominância de geração hidrelétrica. Para isso, se faz necessário um estudo mais
específico sobre o controle primário de velocidade e o controle de excitação de uma usina
hidrelétrica.
A estabilidade operacional de um sistema de potência depende da sua habilidade
em continuamente casar a injeção elétrica das unidades geradoras com a demanda elé-
trica da carga deste sistema [9]. Neste capítulo serão abordados aspectos do controle de
velocidade/frequência e de excitação de uma usina hidrelétrica convencional.
Ta = Jγ (3.1)
d2 δ
J 2 = Tm − Te (3.3)
dt
42 Capítulo 3. GERAÇÃO HIDRELÉTRICA: CONTROLE DE VELOCIDADE E EXCITAÇÃO
d2 δ
M = Pm − Pe (3.4)
dt2
Ou:
dωs
M = Pm − Pe (3.5)
dt
Para pequenas perturbações e operando na região de equilíbrio do ponto ω̇ = 0 onde
ω = ω 0 = 2πf 0 e f 0 é a frequência da rede. De forma geral:
d∆ωs
M = ∆Pm − ∆Pe (3.6)
dt
Onde:
Pe é a potência elétrica de saída;
PL é carga a frequência nominal;
D é característica de frequência da carga.
Existem ainda outros tipos como as turbinas Michell Banki, ou Turbinas Bulbo,
entre outras.
Em uma turbina hidráulica, a vazão da água na turbina (Q) e o torque da turbina
(Tm ) são variáveis em função da altura no reservatório com relação a entrada na turbina
(H), da velocidade da turbina (N) e da posição do distribuidor (G). Assim, desconsidera-se
o fenômeno de compressão da água no conduto, o "golpe de aríete", é possível aproximar
a variação de potência mecânica da turbina pela variação de abertura do distribuidor a
partir do princípio de Pascal (∆P a = ρg(∆H)), das segunda e terceira lei de Newton, do
fato que a vazão de água na turbina é proporcional a posição do distribuidor e da altura
√
(tal que Q = K1 G H), do fato que o o torque da turbina é proporcional a vazão e a
altura (tal que Tm = K2 HQ∆Tm ) e operando sobre um ponto de equilíbrio (Q0 , H0 , G0 ):
∆Pm /Pm0 1 − Tw s
(s) = (3.9)
∆G/G0 1 + (Tw /2)s
O tempo de partida Tw é o tempo necessário para acelerar a água no conduto L até
Lv0
a velocidade v0 sob a ação da pressão H0 e da aceleração da gravidade g. (Tw = gH 0
)
∆x 1
= (3.10)
∆ω R
3.2.4.2 Servomotor
G(s) 1
= (3.11)
Ecomp 1 + T1 s
1 + τs
Gc (s) = K (3.12)
1 + ατ s
com α > 1.
3.3. SISTEMA DE CONTROLE DA EXCITAÇÃO DE UMA USINA HIDRELÉTRICA 45
1 + Tr s
Faj (s) = (3.13)
1 + (r/R)Tr s
Em [26], aproxima-se o ajuste dos parâmetros e aproximar a função transferência do
compensador com o regulador de velocidade assumindo-se que o estatismo transitório (r)
é proporcional ao tempo de partida (Tw ) e a quantidade de movimento angular (M ) e a
constante de tempo do amortecedor hidráulico (Tr ) é também proporcional a Tw :
Tw
r = 2.5 (3.14)
M
Tr = 6Tw (3.15)
4.1 INTRODUÇÃO
Em uma microrrede, a confiabilidade do sistema, expressado pela continuidade do
serviço, é possível porque a microrrede pode operar isolada da rede principal [15]. O modo
de operação isolado impõe uma série de desafios relacionados ao controle e operação das
unidades de geração. Os controles de tensão, frequência e fase são três destes desafios. A
típica baixa inércia das pequenas unidades de geração implica em elevada taxa de variação
de frequência e elevados desvios de frequência, nos casos de variações típicas e atípicas de
carga [2].
Neste capítulo serão discutidas as transições entre os modos de operação de uma
microrrede bem como os requisitos de controle de cada modo e o controle suplementar.
Além disso, será apresentado o sistema de sincronismo entre a microrrede e a rede principal
como estratégia para a reconexão.
e a demanda das cargas internas à microrrede é suprida apenas pelas fontes internas de
geração. Da mesma forma, a reconexão da microrrede ocorre com o fechamento deste mesmo
disjuntor. Entretanto, a paralelização de dois sistemas síncronos requer uma operação de
coordenadas a fim de minimizar surtos e oscilações de potência [15]. Para um processo
suave de reconexão, a diferença de tensão, frequência e fase entre as duas barras deve ser
mínima ou nula.
4.3.2.1 Tensão
4.3.2.2 Frequência
4.3.2.3 Fase
Vi Vj
Pij = sin δij (4.1)
X
54 Capítulo 4. CONTROLE SUPLEMENTAR PARA RECONEXÃO DE MICRORREDE
Vi
Qij = (Vi − Vj cos δij ) (4.2)
X
Após a supressão dos erros de tensão, frequência e fase, tem-se que Vi = Vj e δij = 0
e, portanto, não há fluxo de potência entre as barras.
Abrindo-se a malha do controle suplementar, a referência de potência ativa é definida
novamente pelo ajuste do operador e o controle primário de velocidade responsabiliza-se
pelo amortecimento da variação de potência ativa gerada.
5.1 INTRODUÇÃO
Como apresentado no capítulo anterior, três compensadores são utilizados para o
controle de sincronia de tensão, frequência e fase. Entretanto, o ajuste destes compensadores
é específico para cada projeto, sendo necessário um estudo individual do desempenho da
microrrede em questão e da PCH em questão.
Este capítulo tem como objetivo apresentar os conceitos de algoritmo genético (AG),
sua implementação no problema e uma proposta de ajuste dos parâmetros dos controladores
do sistema suplementar de reconexão baseado neste procedimento. Para isso, um algoritmo
genético será utilizado a fim de encontrar os valores ótimos dos ajustes de controladores.
2. Função objetivo
3. Função de avaliação
a) Reprodução
b) Cruzamento
c) Mutação
5. Critério de parada
56 Capítulo 5. PROJETO DE CONTROLADORES UTILIZANDO ALGORITMOS GENÉTICOS
F (x, y) = x2 + y 2 − 1 (5.1)
5.2.4.1 Reprodução
5.2.4.2 Cruzamento
5.2.4.3 Mutação
Z T
ISE = e2 (t)dt (5.3)
0
Z T
IAE = |e(t)|dt (5.4)
0
6 SIMULAÇÃO E RESULTADOS
6.1 INTRODUÇÃO
Este capítulo tem como objetivo aplicar a estratégia de controle local apresentada
anteriormente bem como utilizar a técnica de algoritmo genético para ajustar os parâmetros
dos compensadores nos controles de reconexão da microrrede.
Para isso, um sistema teste é simulado em Matlab e Simulink. Além disso, a ferramenta
interna ao Simulink, "PI/PID Tuner", é utilizada como forma de comparação dos ajustes
ótimos do Algoritmo Genético com os ajustes ótimos do próprio Simulink.
Na figura acima:
– L1 = (12.75 + 7.9j)M V A
– L2 = (1.75 + 0.04j)M V A
• B1, B2 e B3 são as barras do sistema. Destaque para B2 que representa a barra limite
da microrrede e é onde se encontra o ponto de acoplamento comum da microrrede.
B3 representa a barra limite da rede principal, no caso uma barra infinita.
senh(γx)
C(x) = (6.4)
Zc
onde x é o comprimento da linha. Assim, no caso das linhas LT1 e LT2, as equações
matriciais podem ser expressas por:
V
e =
(1 + j0.00000008115) (0.01273 + j0.352) Vr
(6.5)
Ie (0.00000000002313 + j0.00001275) (1 + j0.00000008115) Ir
6.3. SIMULAÇÃO EM SIMULINK 63
1
P If t = P + I (6.7)
s
1 Ns
P IDf t = P + I + D (6.8)
s s+N
Onde P é o parâmetro proporcional, I é o parâmetro integral, D é o parâmetro
derivativo. N é o coeficiente de filtro do PID adicionando um polo à função transferência.
N não foi utilizado como parâmetro variável neste trabalho, apenas considerou-se uma
constante N = 100 em todos os testes.
Controlador de Frequência
Parâmetros Algoritmo Genético Sintonia Simulink
Controlador PID I
P 4,075 0
I 0,96 1.173
D 0,255 0
Controlador de Fase
Parâmetros Algoritmo Genético Sintonia Simulink
Controlador PI PI
P 0,2715 0,2307
I 0,0109 0,001143
Controlador de Tensão
Parâmetros Algoritmo Genético Sintonia Simulink
Controlador PI PI
P 1,98 1,938
I 23,3 25,66
zero. À direita, como parâmetro P maior que zero e menor que 0.53092 . Dois polos em
malha fechada, representados por quadrados rosas na figura, se posicional à direita do eixo
imaginário, o que indica instabilidade pelo critério de estabilidade de Routh-Hurwitz.
6.6.1 Simulação 1
A primeira simulação foi feita para uma microrrede com uma geração hidroelé-
trica de 15MW com duas cargas, uma permanente de (12.75+7.9j)MVA, e outra, de
(1.75+0.04j)MVA que será conectada à microrrede. No início da simulação, a microrrede
está desconectada da rede principal e o sistema de reconexão está desligado. Aos 600
segundos de simulação, um degrau de carga é aplicado à microrrede. Aos 1000 segundos
de simulação, inicia-se o processo de reconexão e o controle suplementar de reconexão é
acionado. Aos 2000 segundos, o disjuntor é fechado e ocorre a reconexão com a rede prin-
cipal. Aos 2200 segundos, finaliza-se o processo de reconexão e o controle suplementar de
reconexão é desligado. Aos 3600 segundos, um novo ilhamento é provocado abruptamente.
A linha temporal da simulação é apresentada na Figura 20.
2
Há polos e zeros não visíveis na Figura 19
70 Capítulo 6. SIMULAÇÃO E RESULTADOS
De modo geral, tanto os resultados dos ajustes do algorítimo genético quanto do Select
Tuning se mostraram satisfatórios e próximos. Na Figura 21, é apresentada a potência
fornecida pela máquina a partir das condições de simulação apresentadas anteriormente.
6.6.2 Simulação 2
Nessa simulação, será possível observar as diferenças entre as respostas das plantas
com os controladores parametrizados por cada método durante um durante um degrau de
carga interno a microrrede. Figura 25, é apresentada a potência fornecida pela máquina a
partir das condições de simulação apresentadas:
6.6. SIMULAÇÃO NUMÉRICA E ANÁLISE 73
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
para apresentar resultados. Apesar disso, existe uma limitação na utilização de algoritmos
genéticos que fica mais clara com a prática do processo: os cromossomos matemáticos
são discretos, ou seja, finitos. Quando se busca parâmetros para controladores, busca-se
também a maior possibilidade de combinações. Para esse estudo, um conjunto finito de
números racionais foi selecionado como campo amostral para o algoritmo. Este campo
pode ser tão grande quanto o projetista queira, entretanto, seus elementos sempre serão
discretizados. Existem outras técnicas indicadas para a solução de problemas de controle,
uma delas é a técnica de redes neurais. Nesta técnica, a precisão da resposta é tão alta
quanto o tempo de simulação, e o campo amostral não necessariamente é finito.
O método proposto pelo Simulink, PI/PID Tuner, teve algumas dificuldades de
convergência, principalmente para os controles de frequência e de fase. Como dito anterior-
mente, trata-se de um sistema MISO e o próprio fabricante do PI/PID Tuner deixa claro
que ele pode ter dificuldades com sistemas que não sejam SISO. Entretanto, obteve-se
bons respostas a partir dos resultados deste método.
Referências
[2] B. A. Bastiani. Controle Auxiliar de Frequência para microrredes ilhadas com baixa
inércia equivalente. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2016.
[5] Energy Development and Power Generation Committee. IEEE Recommended Practice
for Excitation System Model for Power System Stability Studies. IEEE, 2005.
[6] P.W. Lehn F. Katiraei, M.R. Iravani. Micro-Grid Autonomous Operation During and
Subsequent to Islanding Process. IEEE, 2005.
[27] D. Ton. DOE Microgrids Program Overview, Power Systems Engineering Research
and Development. DOE Office of Electricity Delivery Energy Reliability, 2015.
[30] Kothare M. V. Morari M. Zheng, A. Anti-Windup Design for Internal Model Control.
International Journal of Control, 1994.
Anexos
83