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Tecnologia Metalúrgica

Sociedade Universitária Redentor


Faculdade Redentor
Curso de Graduação em Engenharia Mecânica

Capítulo 1 – Aço Carbono

Profº: Anderson Flores


Tecnologia Metalúrgica

Ementa:
Capítulo 1 – Aço Carbono

Aço Carbono. Tratamentos térmicos e efeitos dos elementos de


liga. Transformação eutetóide. Classificação dos tratamentos térmicos:
puramente térmicos, termoquímicos e termomecânicos. Austenitização.
Diagramas Tempo – transformação – temperatura. Têmpera. Transformação
martensítica. Tensões residuais. Revenido. Austêmpera. Martêmpera ou
têmpera interrompida. Recozimento: Alívio de tensões, recozimento integral,
esferoidização ou coalescimento subcrítico, recozimento isotérmico.
Normalização. Cementação com substâncias sólidas, líquidas e gasosas.
Cianetação. Nitretação. Carbonitretação Sistema SAE e AISI de
classificação dos aços. Efeitos dos elementos de liga nos aços: manganês,
silício, alumínio, boro, tungstênio, cromo, níquel, cobalto. Aços de liga
especial e seu emprego: aços rápidos, aços ao cromo, níquel, molibidênio;
aço cromo, tungstênio e silício; aços manganês – siliciosos, aços
indeformáveis de baixos teores de manganês, aços ao manganês, Soderfor
43, aço rápido 10% de cobalto.

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Bibliografia
Capítulo 1 – Aço Carbono

Bibliografia Básica:
VLACK, Lawrence H.; “Princípio de Ciência e Tecnologia dos
Materiais”; 4ª edição; Editora Campus; 2003;

CHIAVERINI, Vicente; Tecnologia Mecânica, Vol. I, II e III, São Paulo,


Ed. McGraw-Hill, 1986;

Bibliografia Complementar:
Callister, William D. Ciência e Engenharia de Materiais (Uma
Introdução). Rio de Janeiro: Ed Livro Técnico, 2002.

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Avaliação:
Capítulo 1 – Aço Carbono

Avaliação:

A avaliação será dividida em duas provas individuais e


presenciais, denominadas V1 e V2, de mesmo peso totalizando 20
pontos.

V1 V2 V3

Data 08/04/15 03/06/15 24/06/15

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História
Capítulo 1 – Aço Carbono
A fabricação de ferro teve início na Anatólia, cerca de 2000 a.C. tendo
sido a Idade do Ferro plenamente estabelecida por volta de 1000 a.C.. Neste
período a tecnologia da fabricação do ferro espalhou-se pelo mundo.

Em, aproximadamente, 500 a.C., chegou às fronteiras orientais da


Europa e por volta de 400 a.C. chegou à China. Os minérios de ferro eram
encontrados em abundância na natureza, assim como o carvão. Atualmente a
maior quantidade de matéria prima para produção de aço é a sucata proveniente
dos resíduos de fabricação industrial.

A forma de produção era em pequenos fornos na forma de torrões ou


pedaços sólidos, denominados tarugos. Estes, em seguida, eram forjados a
quente na forma de barras de ferro trabalhado, possuindo maleabilidade,
contendo, entretanto pedaços de escória e carvão. O teor de carbono dos
primeiros aços fabricados variava de 0,07% até 0,8% sendo este último
considerado um aço de verdade. Os egípcios por volta de 900 a.C. já dominavam
processos relativos a tratamentos térmicos nos aços para fabricação de espadas
e facas.
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História
Capítulo 1 – Aço Carbono

Quando o teor de carbono supera 0,3% o material torna-se


muito duro e frágil caso seja temperado (resfriado bruscamente
em água) de uma temperatura acima de 850°C a 900°C, eles
utilizavam o tratamento denominado revenido que consiste em
diminuir a fragilidade minimizando-a por reaquecimento do aço a
uma temperatura entre 350°C e 500°C.

Já os chineses produziam aços tratados termicamente por


volta de 200 a.C. e os japoneses aprenderam a arte da produção
de artefatos em metal dos chineses, embora tenham ajudado a
espalhar o conhecimento da tecnologia da fabricação de aços,
aumentando muito a produção de ferro trabalhado no mundo
romano.

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Definição
Capítulo 1 – Aço Carbono

Os aços são ligas metálicas de ferro e carbono, com percentagens


deste último variáveis entre 0,008 e 2,11%. Distinguem-se dos ferros fundidos,
que também são ligas de ferro e carbono, mas com teor de carbono entre
2,06% e 6,67%.

A diferença fundamental entre ambos é que os aços, pela sua


ductibilidade, são facilmente deformáveis por forja, laminação e extrusão,
enquanto que peças em ferros fundidos são fabricadas pelo processo de
fundição. Portanto, saber analisar o diagrama Fe-C é de suma importância.

Acima de 2% de carbono, encontram-se os chamados Ferros


Fundidos, geralmente divididos em cinzento e nodular.

De um lado temos os aços doces usados em aplicações que exigem


estampagem profunda, como pára-lamas de automóveis e portas de
geladeiras. De outro lado temos os aços duros e tenazes, usados na
fabricação de engrenagens e esteiras para tratores.
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Aço Carbono

Capítulo 1 – Aço Carbono

Apesar da intensa competição que vem sofrendo há várias


décadas, o aço tem conseguido manter-se como o material com
maior número de aplicações no mundo atual, em virtude de sua
grande versatilidade. Adicionalmente, o leque de propriedades
exibido pelos diversos tipos de aços é conseguido por meio de
simples variações de composição ou por meio do processamento
térmico ou mecânico.

A produção atual dos EUA supera a casa de 120.000.000 t


por ano.

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Principais impurezas provenientes do


processo de fabricação
Capítulo 1 – Aço Carbono

No aço comum o teor de impurezas (elementos além do


Ferro e do Carbono) estará sempre abaixo dos 2%. Acima dos 2
até 5% de outros elementos já pode considerado aço de baixa-liga,
acima de 5% é considerado de alta-liga. O Enxofre e o Fósforo são
elementos prejudicais ao aço pois acabam por intervir nas suas
propriedades físicas deixando o aço quebradiço. Dependendo das
exigências cobradas, o controle sobre as impurezas pode ser
menos rigoroso ou então podem pedir o uso de um antisulfurante
como o magnésio e outros elementos de liga benéficos.

•Si, Mn, P, S, Al (formam geralmente inclusões não-metálicas);

•Elementos fragilizantes.

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Capítulo 1 – Aço Carbono

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Capítulo 1 – Aço Carbono

As suas propriedades dependem da


porcentagem de carbono, do tratamento térmico e
da % de deformação plástica. Não podemos
esquecer também dos elementos de liga, que
podem ser adicionados para conferir ao aços
propriedades especiais.
Os aços-carbono são materiais por
excelência para construção mecânica.

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Vantagens e limitações dos


aços ao carbono
Capítulo 1 – Aço Carbono

Os aços carbono
podem ser usados
satisfatoriamente em
muitas aplicações, nas
quais os requisitos, em
termos de resistência
mecânica e de outros
parâmetros importantes
em engenharia não
sejam muito exigentes.

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Vantagens e limitações dos


aços ao carbono
Capítulo 1 – Aço Carbono

Apesar da intensa competição que vem sofrendo há


várias décadas, o aço tem conseguido manter-se com o
material com maior número de aplicações no mundo atual, em
virtude de sua grande versatilidade. Deve-se também ao seu
leque de propriedade exibida pelos diversos tipos de aços é
conseguido por meio de simples variações de composição ou
por meio do processamento térmico ou mecânico.

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Aços ligados
Capítulo 1 – Aço Carbono

Adicionam-se elementos de liga aos aços


para obter propriedades e características
particulares que não são possíveis de outra forma:

• Melhoria de propriedades mecânicas a


baixas ou altas temperaturas;

• Melhoria da temperabilidade;

• Maior maquinabilidade, resistência ao


desgaste, à fadiga etc;

• Melhoria de resistência à corrosão e


oxidação.

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Aços ligados
Capítulo 1 – Aço Carbono

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Classificação dos Aços


Capítulo 1 – Aço Carbono

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Classificação dos Aços


Capítulo 1 – Aço Carbono

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Classificação dos Aços


Capítulo 1 – Aço Carbono

Os aços podem também ser classificados da seguinte


forma:
 Extra-doce: %C < 0,15%;

 Doce: 0,15<%C<0,30;

 Meio-doce: 0,30<%C<0,40;

 Meio-duro: 0,40<%C<0,60;

 Duro: 0,60<%C<0,70;

 Extra-duro: 0,70<%C<1,20.
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Propriedades dos aços carbono


Capítulo 1 – Aço Carbono

 A resistência aumenta com o teor de Carbono;

 A ductilidade diminui com o teor de Carbono;

 São aços de relativa baixa dureza;

 Oxidam-se facilmente;

 Suas propriedades deterioram-se a baixas e altas


temperaturas;

 São os mais usados e de mais baixo custo.

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Polimorfismo ou Alotropia
Capítulo 1 – Aço Carbono

Existem na natureza elementos que têm a


propriedade de poderem apresentar-se em diferentes
formas cristalinas. A esta propriedade chama-se alotropia.
O elemento em que ela é mais evidente é o carbono que
pode apresentar-se sob a forma de carvão, grafite e
diamante. O ferro puro pode apresenta-se também, em três
variedades alotrópicas, cujos campos de existência
dependem da temperatura a que se encontra o elemento.

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Polimorfismo ou Alotropia
Capítulo 1 – Aço Carbono

 Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma


estrutura cristalina dependendo da temperatura e
pressão. Esse fenômeno é conhecido como
polimorfismo.

 Geralmente as transformações polimorficas são


acompanhadas de mudanças na densidade e
mudanças de outras propriedades físicas.

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Polimorfismo ou Alotropia
Capítulo 1 – Aço Carbono
Na temperatura ambiente, o
Ferro têm estrutura ccc, número
de coordenação 8, fator de
empacotamento de 0,68 e um
raio atômico de 1,241Å.

A 910°C, o Ferro passa


para estrutura cfc, número de
coordenação 12, fator de
empacotamento de 0,74 e um
raio atômico de 1,292Å.

A 1390°C o ferro passa


novamente para ccc.

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Polimorfismo ou Alotropia
Capítulo 1 – Aço Carbono

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Polimorfismo ou Alotropia
Capítulo 1 – Aço Carbono

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Polimorfismo ou Alotropia
Capítulo 1 – Aço Carbono

FASE α
 Existe até 883ºC
 Apresenta estrutura hexagonal compacta
 É mole
FASE β
 Existe a partir de 883ºC
 Apresenta estrutura ccc
 É dura

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Exemplo de Materiais que exibem polimorfismo


Capítulo 1 – Aço Carbono

Ferro

Titânio

Carbono (grafite e diamente)

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Polimorfismo ou Alotropia
Capítulo 1 – Aço Carbono
• CCC

Fator de empacotamento atômico: 0,68

(68%do volume da célula é ocupado por átomos)

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Polimorfismo ou Alotropia
Capítulo 1 – Aço Carbono

• CFC - Fator de empacotamento atômico: 0,74

(74% do volume da célula é ocupado por átomos)

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Alotropia do Ferro Resumo:


Capítulo 1 – Aço Carbono

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Propriedades dos aços baixo carbono


Capítulo 1 – Aço Carbono

AÇO BAIXO CARBONO < 0,35% C

• Estrutura é usualmente ferrítica e perlítica;

• São fáceis de conformar e soldar;

• São aços de baixa dureza e alta ductilidade.

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Propriedades dos aços baixo carbono


Capítulo 1 – Aço Carbono

Entre as suas aplicações típicas estão as chapas


automobilística, perfis estruturais e placas utilizadas na
fabricação de tubos, construção civil, pontes e latas de folhas-
de-flandres.

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Propriedades dos aços médio carbono


Capítulo 1 – Aço Carbono

AÇO MÉDIO CARBONO 0,3-0,6% C;

São aços de boa temperabilidade em água;

Apresentam a melhor combinação de tenacidade e ductilidade e resistência


mecânica e dureza;

São os aços mais comuns, tendo inúmeras aplicações em construção : rodas e


equipamentos ferroviários, engrenagens, virabrequins e outras peças de máquinas que
necessitam de elevadas resistências mecânica e ao desgaste.

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Propriedades dos aços alto carbono


Capítulo 1 – Aço Carbono

AÇO ALTO CARBONO > 0,6% C;

Apresentam baixa conformabilidade e tenacidade;

Apresentam alta dureza e elevada resistência ao desgaste;

Quando temperados são frágeis.

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Aço Carbono
Capítulo 1 – Aço Carbono

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Soluções Sólidas
Capítulo 1 – Aço Carbono

Solução sólida é um sólido constituído por dois ou mais


elementos dispersos atomicamente numa única fase.

Geralmente existem 2 tipos de soluções sólidas:

(A)Substitucionais;

(B)Intersticiais.

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Soluções Sólidas
Capítulo 1 – Aço Carbono

•Soluções Sólidas Substitucionais


Os átomos de impureza estão localizados em posições
normalmente ocupadas pelos átomos do cristal matriz.

Características:

-Substituem os átomos do cristal matriz;

-São chamados de impurezas substitucionais. Profº: Anderson Flores


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Soluções Sólidas
Capítulo 1 – Aço Carbono
• Soluções Sólidas Intersticiais

Os átomos de impureza estão localizados nos interstícios da


estrutura cristalina da matriz.

Características:

-São chamados impurezas intersticiais;

- Estas impurezas normalmente tem um pequeno tamanho


quando comparadas aos átomos da matriz. Profº: Anderson Flores
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Soluções Sólidas
Capítulo 1 – Aço Carbono

Uma Solução Sólida é um dos mecanismos de


endurecimento que podemos utilizar.

Quanto maior a concentração de um soluto, e


quanto maior é a deformação introduzida por este
soluto, maior e o seu efeito endurecedor.

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