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AULA 5

ANÁLISE DE CUSTOS

Prof. Alexandre Ercoli Moreira


CONVERSA INICIAL

Olá! Estamos entrando na reta final da nossa disciplina de Análise de


Custos.
Começamos apresentando muitos conceitos importantíssimos para o
entendimento da matéria, os quais você poderá utilizar na empresa em que
trabalha ou na sua própria empresa, caso seja um empresário.
Entendemos como são classificados os custos, os sistemas de custeios e
suas diversas aplicações. Detalhamos os custos de produção e falamos sobre a
importância de uma boa classificação de custos e seu benefício na tomada de
decisão nos negócios.
Nesta aula 5 entraremos em uma análise mais estratégica da tomada de
decisão. Falaremos sobre análises de resultado da empresa quando chegarmos
ao tema ponto de equilíbrio. Entenderemos que um bom resultado financeiro que
a empresa venha a ter passará por uma boa formação de preço, pois impactará
não só no resultado, como também na concorrência de mercado. Veremos
também como a empresa se posiciona no mercado no que diz respeito ao seu
preço de venda.
Todos os conteúdos estudados estão ligados à obtenção de bons
resultados em uma unidade de negócio, afinal, relembrando, as empresas são
feitas para dar lucros aos seus proprietários e gerar riqueza.
Quando tratarmos de departamentalização, falaremos um pouquinho sobre
estruturação de unidades de negócios, que também é importante para a gestão
de uma empresa.

CONTEXTUALIZANDO

A empresa do André, nosso empresário que possui uma pequena indústria,


está passando por uma evolução enorme no que diz respeito ao acúmulo de
conhecimento e profissionalização.
Antes de começar a disciplina de Análise de Custos, André tinha poucas
informações de análise de resultados partindo da formação de seus custos. A sua
empresa está inserida em um mercado extremamente competitivo, e qualquer
ponto percentual que se ganha com uma boa gestão de custos e otimização de
resultado é importante no final da conta do seu balanço. As margens de lucro do

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ramo em que a empresa do André atua são justas e o mercado cada vez mais
acirrado.
Ser competente na gestão é primordial para a sobrevivência da empresa.
Por isso, conhecê-la sob todos os aspectos e entender o seu processo produtivo
por um olhar da gestão de custos faz com que as tomadas de decisão sejam mais
precisas.
Com a aula de hoje André poderá analisar o quanto sua empresa terá que
produzir e vender para que ele não tenha prejuízo, assim como o ponto em que
ele começa a ter lucro. Essa análise é importante para que possa fazer o
planejamento estratégico.
André aprenderá também a utilizar os custos para a formação do seu preço
de venda, que irá torná-lo mais competitivo, e saberá como a sua área comercial
pode trabalhar possíveis descontos para o fechamento de um negócio, por
exemplo.

TEMA 1 – DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Departamentalização é a unidade mínima de trabalho em que a


contabilidade pode apropriar custos. Ela pode ser representada por pessoas e
máquinas.
A denominação “unidade mínima” vem do pressuposto de que em cada
setor há uma pessoa responsável, sendo possível controle pela contabilidade de
custos.
O principal motivo para que se faça departamentalização é a grande
incidência de custos indiretos (depreciação, manutenção, energia elétrica) no
processo produtivo, ligados a equipamentos e máquinas. Sendo assim, a
departamentalização auxilia a direcionar esses custos indiretos aos setores
corretos por processo de rateio.
Departamento é uma unidade operacional composta por um conjunto de
pessoas e máquinas que apresentam características semelhantes e desenvolvem
atividades homogêneas dentro de um mesmo setor. A separação em vários
departamentos não é aplicada somente ao ramo industrial, mas a empresas de
diversos segmentos. Veja exemplos no quadro a seguir:

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Indústria Administrativos Comerciais
Usinagem Recursos humanos Vendas
Montagem Contabilidade Marketing
Controle de qualidade Financeiro Logística

1.1 Departamento de serviços

Também denominado departamento auxiliar ou não produtivo,


normalmente seus custos não são apropriados ao produto, e sim à operação ou
ao setor que se beneficia do serviço; não estão diretamente ligados ao processo
produtivo, mas auxiliam as demais áreas.
Alguns exemplos de departamentos de serviços são os setores de
qualidade, suprimentos, estocagem, manutenção etc.

1.2 Departamento de produção

Tem seus custos alocados ao produto. Os departamentos produtivos são


responsáveis pela confecção do produto, sendo, portanto, partes integrantes do
processo produtivo.
Alguns exemplos de departamentos de produção são os setores de pintura,
montagem, usinagem, fabricação etc. Veja a seguir a estrutura que indica a
gerência de produção.

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Veja a seguir a divisão da gerência de produção em departamento
produtivo e departamento de serviço ou auxiliar.

1.3 Centro de custos


Centro de custos é a unidade mínima de acumulação de custos indiretos,
presente em todos os departamentos – apesar de não ser uma regra para todas
as empresas.
Algumas empresas apresentam departamentos responsáveis por dois
centros de custos, pois em um deles são lançados custos indiretos comuns a
várias áreas. Outra situação são centros de custos não vinculados a nenhum setor
específico, sendo apenas administrados pelo setor administrativo ou de
suprimentos – lembrando que o mais comum é haver um centro de custo por
departamento.

TEMA 2 – PONTO DE EQUILÍBRIO

Ponto de equilíbrio corresponde ao exato momento quando a receita


gerada pelas vendas dos produtos fabricados se iguala aos custos totais. É o que
conhecemos em uma linguagem coloquial como zero a zero, ou seja, quando a
empresa não tem lucro nem prejuízo.
Na visão de uma empresa pequena, onde a fonte de financiamento é o
próprio bolso do empresário, é o momento quando o empresário não tira dinheiro
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do bolso para pagar as contas e nem recebe lucro gerado pela operação da
empresa. É o ponto de estabilidade.
É utilizado para determinar o volume mínimo de receita, gerada pela venda,
necessário para cobrir os custos.
Já o ponto de ruptura (break-even point) nasce da conjunção dos custos e
despesas totais com as receitas totais.
Acima desse volume de venda, ou seja, acima do ponto de equilíbrio, a
empresa já começa a gerar lucro. E abaixo desse volume mínimo a empresa ainda
está no prejuízo, pois sua capacidade de gerar receita não é suficiente para cobrir
seus custos.

O gráfico ilustra o comportamento do ponto de equilíbrio, onde o volume de


venda V se iguala à geração de custos S. Ou seja, V = S, sendo S a soma de
custos fixos + custos variáveis.
Para encontrarmos a quantidade mínima a ser vendida para atingir o ponto
de equilíbrio, podemos utilizar a seguinte equação:
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐹𝑖𝑥𝑜
Quantidade no ponto de equilíbrio = (𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡.𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎)−(𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙)

Como o valor do preço de venda menos os custos e despesas variáveis é


igual à margem de contribuição, então podemos reescrever a equação da
seguinte forma:
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐹𝑖𝑥𝑜
Quantidade no ponto de equilíbrio = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜

Exemplo: supondo que uma empresa tenha um produto cujo preço de


venda unitário seja de R$ 0,60, com custo variável unitário de R$ 0,50 e custos
fixos de R$ 6.000. Qual o ponto de equilíbrio?
Relembrando, ponto de equilíbrio: receita = custos fixos + custos
variáveis. Sendo assim, para encontrar a quantidade mínima a ser vendida
devemos considerar:

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Quantidade a ser vendida x R$ 0,60 = R$ 6.000 + quantidade a ser vendida
x R$ 0,50
Quantidade a ser vendida x (0,60 – 0,50) = 6.000
Quantidade a ser vendida = 6.000 / (0,60 – 0,50)
Quantidade a ser vendida = 60.000 unidades ou
Ponto de equilíbrio = 60.000 unidades vendidas

Algumas limitações podem ser identificadas na análise do ponto de


equilíbrio.
Uma delas é que, quando analisamos o ponto de equilíbrio, consideramos
um comportamento retilíneo tanto da receita como dos custos e despesas, mas
sabemos que normalmente isso não acontece dessa forma. O custo variável não
tem um comportamento proporcional ao aumento da produção; essa relação não
é exata. E os custos fixos não têm exatamente o mesmo valor todos os meses;
sofrem algumas variações.
Outro ponto é que as análises primárias são feitas levando em
consideração um único produto, o que raramente acontece em uma empresa. É
natural que se analise o volume total de venda de um portfólio completo que a
empresa pode apresentar, comparando com os custos fixos e variáveis desse
mesmo portfólio.

TEMA 3 – FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Toda empresa que fabrica algo ou presta serviços tem como objetivo fazer
a venda desse produto ou serviço. O mercado, para que possa reconhecê-lo como
aceitável para compra ou não, precisa identificar um preço.
A formação de preço no mercado atual está cada vez mais difícil, por conta
de uma concorrência acirrada, grande quantidade de produtos substitutos,
entradas constantes de novas tecnologias, interferências governamentais, entre
outros fatores.
Por mais que a empresa adote um sistema de custeio adequado para o seu
modelo de negócio (a fim de que a gestão de custos proporcione análises
operacionais complexas) e que cálculos de margens de retorno de investimentos
sejam feitos para atender os interessados da companhia, ainda assim o fator
mercado é uma variável que interfere na formação de preço de venda.

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Estamos passando por grandes avanços tecnológicos, e, em
consequência, a rápida obsolescência, as interferências do governo no mercado,
a mudança de gostos dos consumidores e a concorrência cada vez mais
capacitada e acirrada dificultam na formação do preço de venda.
Mesmo com todas essas mudanças, ainda há empreendedores que
utilizam o custo somente como base formadora do seu preço, ignorando o fator
mercado na formação do preço de venda, o que faz com que surjam os primeiros
problemas para a precificação.
Adotando somente o custo, esbarramos nos diversos métodos de custeio
que temos e seus diferentes conceitos, havendo ainda a questão da forma como
os recursos foram adquiridos para a confecção do produto, pois ele pode ter sido
adquirido com o pagamento de valor à vista, com algum desconto, e, na próxima
aquisição, o valor de recompra não será o mesmo. Ou, ainda, a compra foi feita a
prazo e um índice qualquer foi adotado para a correção dessa compra, o que
também distorce seu valor original.
Independente do modelo de mensuração utilizado para a formação do
custo, o preço é calculado por uma simples equação:
P=C+L
Onde,
P = Preço
C = Custo
L = Lucro
Em cima desse conceito, surge outro paradigma que vivemos atualmente:
a força do mercado, representada pelos consumidores, que passaram a ser os
sinalizadores dos preços. É o consumidor quem influencia o preço da mercadoria
ofertada, o valor para determinado nível de atendimento e entrega de um serviço,
ou determinada qualidade do produto que está propenso a adquirir.
O papel das empresas nesse cenário é verificar a viabilidade de se ofertar
o produto ou serviço ao nível de preço que o mercado está disposto a pagar; se o
que lhe sobrará na relação lucro custo irá atender às suas necessidades e
expectativas.
Nesse sistema, os custos deixam de ser a base formadora do preço,
passando a representar o valor que a empresa pode despender para fabricar o
produto ou entregar um serviço. Com essa relação, a empresa tem dois
interessados que precisam ser atendidos:

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1 – o consumidor, que, como vimos, determina o preço;
2 – os proprietários das empresas, que detêm o lucro que querem obter com o
seu negócio.
Nesse novo cenário, vemos a equação de formação de preço um pouco
diferente:
P–L=C
Temos o custo sendo determinado pela diferença entre o preço a ser pago
pelo consumidor e o lucro esperado pelo empresário, sobrando para a empresa a
responsabilidade de gerir seus custos de forma com que atenda a essa equação.

Custo-meta

Com base nas informações passadas anteriormente, vimos que a empresa


não determina o preço de venda, e sim o mercado. Cabe a ela calcular o custo do
seu produto para que possa atender à margem de lucro esperada e conseguir
vender ao preço exigido pelo mercado, isto é, o preço que os consumidores estão
dispostos a pagar. Para isso a empresa deve utilizar a equação P – L = C (preço
– lucro = custo), certificando-se de que o custo não ultrapasse o limite que respeita
o preço de mercado e o lucro desejado.
Por exemplo, uma empresa tem um produto cujo preço que o mercado está
disposto a pagar é de R$ 200, e a margem de lucro desejada pelos empresários
é de 20%. Então, a empresa deve alcançar o seguinte custo:
Preço de mercado = R$ 200,00
(–) Lucro definido pelos proprietários = R$ 40,00
(=) Custo máximo = R$ 160,00

Esse custo a ser atingido é denominado custo-meta ou custo-alvo e deve


ser definido na fase de projeto, antes de o produto entrar em processo de
produção.
Caso na fase de projetos não se alcance os números desejados, a equipe
responsável pelo projeto deve recalcular os custos e analisar substituição de
matérias-primas (sem que afete a qualidade do produto), implantação de melhoria
contínua, eliminação de desperdícios no processo produtivo, entre outras
soluções possíveis.

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TEMA 4 – REFLEXÃO SOBRE FORMAÇÃO DE PREÇO

Há várias formas de se estabelecer preço de venda a um produto, sendo


as mais conhecidas e utilizadas aquelas orientadas pela teoria econômica, pelo
mercado e pelos custos.
A primeira, orientada pela teoria econômica, obedece a relação
oferta/demanda e demanda/preço, que reza que, em determinado nível de preço
praticado, existe uma demanda condizente disposta a pagar pelo produto. E, na
medida em que esse preço flutua, há um nível de demanda diferente. Via de regra,
quanto maior o preço, menor será a demanda, ou seja, a procura por esse produto.
À medida que cai o valor desse produto, a demanda aumenta, fazendo com que
haja uma relação inversa entre preço e demanda. É natural que essa flutuação de
preços encontre um ponto de equilíbrio que alcance uma demanda, e uma oferta
que satisfaça empresa e mercado.
Os preços orientados pelo mercado levam em consideração valores
praticados pelos concorrentes. Nessa situação, a empresa é uma seguidora do
mercado. Esse modelo de precificação vale para produtos que não tenham ou
tenham pouca diferenciação e que apresentam um número considerável de
produtos substitutos.
No modelo de estabelecimento de preços orientado pelos custos, leva-se
em consideração o mínimo necessário para cobrir as despesas e os custos,
somando-se a um lucro mínimo estabelecido pelos empresários. Essa abordagem
não considera a relação preço e demanda, nem os preços praticados pela
concorrência. Imagina-se que o mercado vai aceitar o preço praticado pela
empresa.
O certo é que nenhuma das abordagens apresentadas deve ser vista de
forma isolada, pois o risco de uma precificação errada e do insucesso de vendas
do produto em questão é muito grande. O que podemos garantir é que a
importância da precificação é tão relevante que as análises dos custos não podem
ser deixadas em segundo plano.

Lucro X margem de contribuição

É comum ouvirmos que lucro e margem contribuição são a mesma coisa,


mas, na verdade, trata-se de conceitos diferentes, por mais que ambos
apresentem ganhos proporcionados pelo produto ou pela linha de produtos da
empresa.
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As diferenças entre os dois conceitos se apesentam desta forma:

 Lucro: diferença entre a receita líquida de venda menos os custos e


despesas. No DRE (demonstrativo de resultado do exercício), é
classificado em três níveis:
o Bruto: diferença entre a receita líquida de venda menos os custos,
lembrando que a receita líquida não considera os impostos. Se
formos pensar em um único produto, é a relação entre o preço de
venda (não considerando os impostos) menos o custo de produção;
o Operacional: diferença entre o lucro bruto menos as despesas
operacionais (despesas da área de vendas e administrativas);
o Líquido: é a última linha do balanço da empresa, o que sobra para
o empresário;
 Margem de contribuição: diferença entre a venda líquida e os custos
variáveis e despesas variáveis. É o quanto o produto contribui para cobrir
os custos e despesas fixas. Quando essa cobertura ocorrer, o que sobrar
é a contribuição de lucro para empresa.

Vamos fazer um comparativo prático para que fiquem mais claras essas
definições. Consideremos uma empresa que produz um produto Beta e apresenta
dois volumes de produção para o mesmo produto Beta.

Custos Produção 1.000 und Produção 1.250 und


Total Unitário Total Unitário
Custo fixo R$ 20.000 R$ 20 R$ 20.000 R$ 16
Custo variáv. R$ 30.000 R$ 30 R$ 37.500 R$ 30
Custo Total R$ 50.000 R$ 50 R$ 57.500 R$ 46
Fonte: Megliorini

O que podemos observar analisando a tabela é que o custo unitário total


passa de R$ 50 para R$ 46 quando a produção passa de 1.000 para 1.250. Isso
ocorre porque o custo fixo não se altera, ou seja, a minha estrutura de custo fixo
comporta esse aumento de produção com o mesmo valor.
Agora, para fazermos a comparação entre o lucro e a margem de
contribuição, temos que imaginar que esse produto é vendido por R$ 100 por
unidade (considerando valor de venda líquida).
Com isso, temos:

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Lucro bruto
1.000 und. 1.250 und.
Preço de venda líquida und (sem imposto) R$ 100 R$ 100
Custo unitário R$ 50 R$ 46
Lucro bruto R$ 50 R$ 54

Margem de contribuição
1.000 und. 1.250 und.
Preço de venda líquida und (sem imposto) R$ 100 R$ 100
Custo variável unitário R$ 30 R$ 30
Margem de contribuição R$ 70 R$ 70

Comparando as tabelas podemos afirmar que o lucro bruto é maior quando


aumenta a produção. Isso ocorre porque o aumento da produção diminui
marginalmente o custo fixo sobre o produto, afinal, não há variação no custo fixo
com o aumento da produção. Já a margem de contribuição é a mesma, pois, como
a relação é feita com o custo variável, ele não tem alteração com o aumento do
volume de produção.

TEMA 5 – MARK UP

Mark up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a


formação de preço de venda. Esse índice é tal que cobre os impostos e taxas
aplicadas sobre as vendas, as despesas administrativas fixas, as despesas de
vendas fixas, os custos indiretos fixos de fabricação e o lucro (Cogan, 2013).
Geralmente é apresentado em forma de índice ou percentual.
O preço de venda pode ser calculado da seguinte forma:
Preço de venda = custo / mark up
ou
Preço de venda = custo x mark up
Essas duas fórmulas são devido à forma de apresentação do mark up.

Mark up para o preço de venda à vista

Para o cálculo do mark up é necessário definir o quanto de despesas


administrativas e despesas de vendas correspondem do total. Essa informação
pode ser conseguida no DRE (demonstrativo de resultado do exercício). Também

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é necessário definir o quanto de margem de lucro a empresa espera obter com a
operação e as alíquotas de impostos aplicados na operação e no produto.
Vamos a um exemplo:
Receita de Venda 100%
ICMS 18%
PIS 0,65%
Cofins 3%
Comissões sobre vendas 2%
Total de impostos e taxas 23,65%

Despesas de vendas 5%
Despesas administrativas 7%
Lucro antes do imposto de renda 20%
Total de margem de lucro bruto 32%
Total de impostos, taxas e margem = 55,65%

Lembrando que são informações criadas para exemplificarmos, a não ser


as alíquotas de impostos (ICMS, PIS, Cofins), que são taxas reais aplicadas sobre
a venda.
Para encontrarmos o mark up divisor fazemos a seguinte equação:
(100%-55,65%) / 100% = 0,4435
E para encontrarmos o mark up multiplicador fazemos a seguinte
equação:
(1% / 0,4435) = 2,254

Definição de preço de venda

Aproveitando as mesmas informações do exemplo em que calculamos o


lucro bruto, vamos considerar o custo unitário R$ 50 para o produto Beta. E o
método de custeio que utilizaremos para esse exemplo é o por absorção.
Cálculo com o mark up divisor:
Preço = custo / mark up
Preço = R$ 50 / 0,4434
Preço = R$ 112,74

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Cálculo com o mark up multiplicador:
Preço = custo x mark up
Preço = R$ 50 x 2,254
Preço = R$ 112,74
Esses preços que encontramos são considerados preços à vista. Para
calcularmos o preço de uma venda a prazo, precisamos colocar o custo financeiro
sobre o preço de venda à vista.

FINALIZANDO

Assim finalizamos mais uma aula.


E o nosso empresário André? Agora ele utiliza todo o conhecimento sobre
análise de custos para formar o preço dos seus produtos com maior assertividade,
comparando as situações de mercado e, assim, solucionando o problema de sua
empresa.
Outra coisa importantíssima para os negócios do André que ele aprendeu
nesta aula foi a quantidade mínima que deve produzir e, consequentemente,
vender, para chegar ao ponto de equilíbrio de seu negócio. Informações ricas que
darão mais embasamento à gestão de André.

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REFERÊNCIAS

MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Person Prentice


Hall, 2007.

COGAN, Samuel. Custos e formação de preços: análise e prática. 1. ed. São


Paulo: Atlas, 2013.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

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