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CONCEITOS BÁSICOS

Ambiência racial: Para compreendermos o termo, se faz necessário desmembrá-lo:


Ambiência é entendida como um espaço arquitetonicamente organizado e animado
que constitui um meio físico e, ao mesmo tempo, meio estético ou psicológico,
especialmente preparado para o exercício de atividades humanas. Racial é um adjetivo
relativo à raça, sendo essa um grupo de pessoas que se distinguem de outras
coletividades por suas características socioculturais (língua, religião, história, tradições,
etc.). Por tanto, Ambiência racial trata-se de um meio físico, estético ou psicológico,
no qual podem ser identificadas referências às características socioculturais de um ou
mais grupos raciais.

Cor: Cor é um fenômeno físico e o termo melhor utilizado para definição cromática de
qualquer matéria, do que propriamente para distinção de pessoas, embora seja
empregado para definição de pigmentação epidérmica dos seres humanos. Muitas
vezes, a palavra é utilizada em nossa língua (encontra-se plenamente enraizada em
nosso cotidiano) como sinônimo de raça, por vezes até como forma de eufemismo.

Discriminação: É a conduta (pode ser de ação ou omissão) que viola direitos das
pessoas com base em critérios injustificados e injustos tais como: a raça, o sexo, a
idade, a opção religiosa, a sexual e outras.

Educação antirracista: A Educação Antirracista é uma variedade de estratégias


organizacionais, curriculares e pedagógicas com o objetivo de promover a igualdade
racial e para eliminar formas de discriminação e opressão, tanto individual como
institucional. Essas reformas envolvem uma avaliação tanto do currículo oculto como
do currículo formal.

Etnia: Refere-se a um grupo de pessoas que compartilham algumas heranças históricas


e /ou características culturais ou linguísticas. Um grupo étnico pode ou não apresentar
características físicas comuns. Podemos considerar que a discriminação é em última
análise a materialização do racismo, do preconceito e do estereótipo.

Preconceito: É uma ideia que fazemos de uma pessoa, grupo de indivíduos ou povo,
que ainda não conhecemos. É o tipo do sentimento ou opinião que não possui
fundamento racional. Preconceitos estão enraizados em todas as culturas, são difíceis
de serem eliminados porque as pessoas são sempre mais inclinadas a ficarem com
suas próprias ideias mesmo que, sejam ideias falsas. O preconceito serve para justificar
o injustificável, ou seja, o tratamento desigual e a discriminação que são dirigidos a
indivíduos ou grupos.
Preconceito racial: Conceito negativo prévio com relação a uma determinada raça.

Raça: Durante muito tempo, raça foi encarada apenas como um conceito biológico,
defendido pelas teorias racistas no século XIX. Atualmente, é assumido como um
conceito social e político que permite compreender as desigualdades entre os seres
humanos e as discriminações geradas contra determinadas pessoas ou grupos em
função da cor da pele, do cabelo, de outras características físicas ou da origem regional
ou cultural.

Racismo: Essa palavra serve para designar um comportamento hostil e de menosprezo


em relação a pessoas de grupos humanos cujas características intelectuais ou morais
são consideradas “inferiores”, por outros grupos que se consideram “superiores”, e
sendo diretamente relacionadas a características “raciais”, ou seja, físicas ou
biológicas. Acredita-se que tal conceito surgiu no âmbito da sociedade ocidental no
século XVIII, quando esta procurava pretensas bases científicas para explicar as
diferenças entre os seres humanos e justificar a dominação do branco europeu sobre
os povos de outros continentes durante a expansão colonial. Durante o século XIX e
até meados do século XX, o racismo fixou-se como uma doutrina e, como tal foi
amplamente difundido pelos meios científicos. Infelizmente, o mundo teve que assistir
a perseguição e ao massacre de judeus e ciganos, pelos nazistas, durante a 2ª Guerra
Mundial, antes que o racismo fosse universalmente repudiado. Entretanto, sabemos
que, especialmente em relação aos negros, ele o racismo não desapareceu, apenas
ficou dissimulado no cotidiano, silencioso e sem rosto, mas se afirmando na
intimidade, mas presente, em todos os espaços sociais, quando menos se espera,
particularmente na escola e no mercado de trabalho. E o mais interessante é que,
como dizia o sociólogo Florestan Fernandes, o brasileiro parece ter “preconceito
contra ter preconceito”. Ninguém (ou poucos) se admite racistas, mas quando
interrogados, afirmam que existe sim, racismo no Brasil. Um racismo que parece estar
sempre “no outro” e não nele.

*Conceitos retirados do livro: Indicadores da qualidade na educação: relações raciais na escola/Ação Educativa,
Unicef, SEPPIR, MEC (Denise Carreira e Ana Lúcia Silva Souza) - São Paulo: Ação Educativa, 2013, 1ºedição

**Conceito de cor retirado do artigo: Preconceito racial contra o negro à luz da Lei nº 7.716/89 - crimes resultantes
de preconceito de raça e cor: http://jus.com.br/artigos/29420/preconceito-racial-contra-o-negro-a-luz-da-lei-n-7-
716-89-crimes-resultantes-de-preconceito-de-raca-e-cor#ixzz3VIxq37OM

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