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Motores Alternativos de Combustão Interna

Mini-Curso

1. Componentes
Prof. Ramón Silva
Engenheiro Mecânico – UNESP/Bauru
2. Classificação
Mestre em Engenharia Mecânica – UNESP/Guaratinguetá
3. Princípio de Funcionamento
Doutor em Engenharia Aeronáutica e Mecânica - ITA
4. Ciclo Termodinâmico e Potência Indicada
5. Potência Efetiva, Torque e Eficiências
6. Ensaios de Dinamômetro

14/11/2017 – 08:00 – UFGD – Bloco D


Componentes
Motores Alternativos de Combustão Interna - Estrutura

• Um motor de combustão interna deve possuir uma estrutura rígida o


suficiente para suportar as elevadas pressões e velocidades a que poderá
estar sujeito.

• É Constituído basicamente por três partes:

3 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• É o motor propriamente dito, onde são usinados os cilindros ou os


furos para a colocação destes;

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• Os motores arrefecidos a ar levam cilindros aletados, possuindo,


geralmente, bloco baixo permitindo que os cilindros fiquem expostos à
circulação do ar de arrefecimento.

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• Na parte inferior do bloco estão os alojamentos dos mancais centrais,


onde se apóia o eixo de manivelas (virabrequim).

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• Nos motores horizontais , de cilindros opostos, o eixo de manivelas


acha-se no centro do bloco, este, por sua vez, é composto de duas
partes justapostas, afixadas por parafusos.

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• Os pistões não trabalham em contato direto com o bloco.

• As camisas são cilindros de material mais resistentes colocadas nos


cilindros entre o bloco e o pistão.

• A utilização das camisas permite que o material do bloco não seja


desgastado.

• Ou pode oferecer menos atrito sem alterar o muito custo final.

• Em manutenção é mais barato trocar a camisa do que o bloco.

8 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• O arrefecimento das camisas é feito por um líquido, normalmente


água com anti-congelante, que contorna os cilindros.

• Se o líquido de arrefecimento estiver em contato com a camisa, essa


é chamada de camisa úmida caso não haja contato entre a camisa e
o fluido de arrefecimento a camisa é chamada de camisa seca.

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• No bloco ainda podem são instalados:

• Dutos para óleo de lubrificação,


• Mancais,
• Mancais de comando (quando o comendo
não é no cabeçote),
• Bomba de óleo,
• Filtro de óleo,
• Saída para o distribuidor,
• Apoios para alternador e compressor do ar
condicionado.

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• A configuração externa do bloco depende do tipo de arrefecimento do


motor.
Arrefecido a água – liso arrefecido a ar- aletado

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Bloco

• Na junção entre o bloco e o cabeçote está instalada a junta de


vedação com a finalidade de garantir a estanqueidade dos cilindros
bem como nos dutos de água e óleo.

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Cabeçote

• É uma espécie de tampa do motor contra a qual o pistão comprime a mistura,


no caso do ciclo Otto,ou o ar, no caso do Diesel.

• Geralmente possui furos com roscas onde são instaladas as velas de ignição
ou os bicos injetores e onde estão instaladas as válvulas de admissão e escape
com os respectivos dutos.

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Motores Alternativos de Combustão Interna - Carter

• Parte inferior do bloco, cobrindo os componentes inferiores do motor,


e onde está depositado o óleo lubrificante.

• É normalmente compartimentado para reduzir a movimentação do


óleo no seu interior.

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Sistema Pistão-
Biela-Virabrequim

• Serve para transformar a energia da combustão em energia


mecânica.

• As pressões existentes no interior do cilindro promovem um


movimento alternativo do pistão que é transformando em movimento
rotativo pela ação da biela no virabrequim.

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Sistema Pistão-
Biela-Virabrequim

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Pistão

• O pistão é o elemento do motor que recebe mais esforço.

• Sua velocidade pode chegar a 25 m/s

• Taxas de compressão em motores diesel podem chegar a valores


próximos a 15:1.

• O pistão deve garantir boa estanqueidade e dissipar o calor recebido


no processo de combustão.

• Deve se moldar perfeitamente ao cilindro a quente ou a frio.

• Deve ser leve.

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Pistão

• Como a biela trabalha parte do ciclo de maneira obliqua, o pistão é


sempre pressionado contra um dos lados do cilindro, gerando altas
pressões laterais.

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Pistão

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Pistão

Pistão motor Otto Pistão motor Diesel

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Anéis

• Para permitir sua dilatação e lubrificação, o pistão é fabricado com


diâmetro inferior ao do cilindro.

• Para garantir a estanqueidade do pistão são utilizados os anéis.

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Biela

• A função da biela é transformar o movimento alternativo do pistão em


movimento rotativo no virabrequim.

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Biela

• A biela é composta de pé, corpo, cabeça e capa.

• A conexão com o pistão é feita no pé.

• A conexão com o virabrequim é feita na cabeça.

• A capa é a parte removível da cabeça.

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Biela

• O plano de separação entre a capa e a cabeça pode ser


perpendicular ou inclinado ao eixo da biela.

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Motores Alternativos de Combustão Interna – Virabrequim

• É a peça final do mecanismo de transformação de movimento


alternativo em movimento rotativo.

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Referências

Anderson Jr, J.D., Fundamentals of Aerodynamics , (1991), Mc Graw Hill International


Editions, Second Edition.

Homero, Souza (1991) Fundamentos de Aeronáutica, Embraer, 287p, São José dos
Campos, 1991.

Menezes, Luiz Pradines de (2004), Fundamentos da Teoria de Voo, Edições


Inteligentes, São Paulo.

Raymer., D. P., Aircraft Design: A conceptual Approach, AIAA Educations Series, 1991.

Swatton, P.J., Principles of Fligth for Pilots, John Wiley and Sons, 2010

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Classificação
MACI – Classificação quanto ao sistema de alimentação de
combustível

• Carburador

• Ainda utilizado em aplicações de baixa potência e que não têm as mesmas


restrições de emissão de poluentes que as aplicações automotivas.

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MACI – Classificação quanto ao sistema de alimentação de
combustível

• Injeção Direta de Gasolina - GDI

• Injeção do combustível diretamente na câmara de combustão.

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MACI – Classificação quanto ao sistema de alimentação de
combustível

• Port Fuel Injection - PFI

• Injeção do combustível direto no coletor de admissão.

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MACI – Classificação quanto à disposição dos cilindros

• Motor em Linha

• Os cilindros são dispostos consecutivamente em um único plano.

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MACI – Classificação quanto à disposição dos cilindros

• Motor em V

• Os cilindros são dispostos em dois planos com configuração de V.

32 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Classificação quanto à disposição dos cilindros

• Motor Radial

• Os cilindros são dispostos radialmente em um ou mais planos.

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MACI – Classificação quanto à disposição dos cilindros

• Motor Rotativo de Pistões

• O bloco gira e o virabrequim fica parado.

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MACI – Classificação quanto à disposição dos cilindros

• Motor de Cilindros Contrapostos (AKA Boxer ou Flat)

• Os cilindros são dispostos horizontalmente.

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MACI – Classificação quanto à disposição dos cilindros

• Motor em W

• Os cilindros são dispostos em forma de W.

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MACI – Classificação quanto o tipo de arrefecimento

• Arrefecido a água e arrefecido a ar


Vantagem Desvantagem

Água • Mais eficiente • Complexidade


• Menor ruído
Ar • Simplicidade • Menos
eficiente
• Menos
homogênea

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MACI – Classificação quanto às válvulas

38 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Classificação quanto à alimentação de ar

• O desempenho de um motor de combustão interna está fortemente associado à


quantidade de ar admitido e retido no interior dos cilindros.

• Quanto mais ar admitido, maior será a quantidade de combustível adicionado.

• O fluxo de ar admitido é função da diferença de pressão entre o cilindro e a atmosfera


ocasionada pela descida do pistão.

• Quando somente esse gradiente de pressão é utilizado o motor é naturalmente


aspirado.

• Quando há presença de um dispositivo para aumentar a pressão no coletor de


admissão o motor é classificado como sobrealimentado.
39 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017
MACI – Classificação quanto à alimentação de ar

40 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Classificação quanto à relação entre diâmetro e
curso do pistão

• Quando o diâmetro é igual ao curso do pistão (D=s) o motor é chamado de


motor quadrado.

• Quando o diâmetro é menor que o curso (D<s) o motor é chamado de


motor subquadrado.

• Quando o diâmetro é maior que o curso (D>s) o motor é chamado de motor


superquadrado.

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Funcionamento
MACI – Ciclo Otto

• Em 1862, Beau de Rochas enunciou o ciclo de “quatro tempos” que,

primeiramente, o alemão Otto aplicara a um motor térmico, de onde surgiu

em algumas obras a designação de “Ciclo Otto”.

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MACI – Ciclo Otto - 4T

• Teoricamente, o ciclo enuncia-se da seguinte maneira: o enchimento do cilindro efetua-se com a pressão
atmosférica, pois que:

• 1-2 = Compressão adiabática;

• 2-3 = Ganho de calor a

volume constante;

• 3-4 = Expansão adiabática;

• 4-1 = Liberação de calor a

volume constante.

44 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto - 4T

• Como o ciclo teórico acontece no motor?

• PMI – PMS = Compressão adiabática;

• PMS = Ganho de calor a


volume constante;

• PMS – PMI = Expansão adiabática;

• PMI = Liberação de calor a


volume constante.

45 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto - 4T

• Quais são os quatro tempos?

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MACI – Ciclo Otto - 4T

• Admissão

• A válvula de admissão
permanece aberta

• O pistão desce do PMS em


direção ao PMI, provocando uma
queda de pressão no cilindro.

• A mistura ar/combustível é
aspirada por essa diferença de
pressão.

47 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto - 4T

• Compressão

• As válvulas de admissão e
escape permanecem fechadas.

• O pistão sobe do PMI em direção


ao PMS, provocando um
aumento de pressão no cilindro.

• A mistura ar/combustível é
comprimida dentro do cilindro.

48 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

• Ignição/Expansão

• As válvulas de admissão e
escape permanecem fechadas.

• A vela de ignição provoca a


combustão da mistura
ar/combustível.

• O pistão desce do PMS em


direção ao PMI realizando
TRABALHO.
49 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017
MACI – Ciclo Otto - 4T

• Exaustão

• A válvula de escape permanece


aberta

• O pistão sobe do PMI em direção


ao PMS.

• Os gases de combustão são


direcionados ao coletor de
escapamento.

50 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto - 4T

51 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto - 4T

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MACI – Ciclo Otto - 4T

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MACI – Ciclo Otto - 2T

Em um motor dois tempos, a conversão de energia ocorre em duas fases. A primeira fase é a de
admissão/compressão/exaustão e a segunda é a fase de potência.

54 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto - 2T

• Estes motores freqüentemente não possuem


válvulas propriamente ditas, têm duas janelas na
parede da câmara de combustão, para
comunica-la com o exterior e o cárter:

• A janela de admissão, por onde vai ser


introduzida a mistura gasosa formada pelo ar e
pelo combustível.

• A janela de transferência entre o cilindro e o


cárter.

• A janela de escape, colocada na parte superior


do cilindro e que faz a comunicação deste com o
exterior, permitindo a saída dos gases
queimados provenientes da combustão.

55 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto - 2T

• 1º Tempo

• Fase de potência (do PMS ao PMI):

• 1. A expansão dos gases empurra o pistão


em direção ao PMI realizando trabalho.

• 2. O pistão libera a janela de escape (B)

• 3. Próximo ao PMI o pistão libera a janela


de transferência (A)

• 4. O movimento do pistão pressuriza o


carter forçando a passagem de mistura
para a parte superior (C).

• 5. A nova mistura expulsa os gases de


combusão.

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MACI – Ciclo Otto - 2T

• 2º Tempo

• Fase de
admissão/compressão/exaustão
(movimento do PMI ao PMS):

• 1. o pistão obstrui as janelas e


comprime a mistura na parte
superior.

• 2. A pressão no carter diminui,


forçando a admissão de ar
atmosférico

• 3. ignição.
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MACI – Ciclo Otto – 2T

58 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto – 2T

Como o motor dois tempos realiza trabalho a cada volta, teoricamente a potência deveria ser o
dobro da potência gerada por um motor quatro tempos de características semelhantes.

Porém há ineficiência na troca de gases, os gases de exaustão misturam-se à mistura de


admissão podendo acontecer as seguintes situações:

1. Gases queimados não são totalmente exauridos, permanecendo na câmara na fase de


ignição.

2. Mistura de admissão escapa para a atmosfera sem queimar.

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MACI – Ciclo Diesel – 4T

O engenheiro Rudolf Diesel (1858-1913), em


fevereiro de 1892 publicou em Berlim um fascículo
intitulado “Teoria e construção de um motor térmico
racional” onde expunha suas idéias para a
realização prática do ciclo de Carnot. Ainda na
Alemanha, começa a construção do seu primeiro
motor em Ausburgo.

60 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Diesel – 4T

O motor desenvolvido, trabalhando a quatro tempos, possui basicamente três grandes


diferenças de um motor a gasolina:

1. O motor aspira e comprime apenas ar.

2. Um sistema de injeção dosa, distribui e pulveriza o combustível em direção dos cilindros.


O combustível inflama-se ao entrar em contato com o ar, fortemente aquecido pela
compressão.

3. A combustão ocorre em pressão constante

61 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Diesel – 4T

62 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Diesel – 2T

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MACI – 4T e 2T

64 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – 4T e 2T

65 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


Características Geométricas
MACI - Parâmetros Geométricos

• B – diâmetro do pistão

• S – curso do pistão

• O PMI é a posição na qual o


pistão está o mais afastado
possível do cabeçote

• O PMS é a posição na qual o


pistão está mais próximo dele.

67 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI - Parâmetros Geométricos

• O volume deslocado (Vdu)


quando o pistão vai do Ponto
Morto Inferior (PMI) ao Ponto
Morto Superior (PMS).

• O volume morto (Vc) é o volume


que resta no cabeçote.

• O voluma total (Vt) é a soma dos


dois

68 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Volume deslocado e Cilindrada

• O volume deslocado unitário (Vdu)

𝑉𝑑𝑢 = 𝑉𝑝𝑚𝑖 − 𝑉𝑝𝑚𝑠

𝑉𝑑𝑢 = (𝜋Τ4ሻ . 𝐵 2 . 𝑆

• Cilindrada ou volume deslocado total (Vd)


𝑉𝑑 = (𝜋Τ4ሻ . 𝐵 2 . 𝑆. 𝑁𝑐
Número de
Cilindros do
69 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017 Motor
MACI – Volume Total

• O mínimo volume do cilindro ocorre


quando o pistão está posicionado no PMS.
Esse volume é chamado de volume morto
(Vc).

• O volume total (Vt) do cilindro é a soma


entre o volume morto e o volume
deslocado

𝑉𝑡 = 𝑉𝑑𝑢 + 𝑉𝑐

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MACI – Razão de Compressão

• A razão de compressão é então definida.

𝑟𝑐 = 𝑉𝑡 Τ𝑉𝑐 = 𝑉𝑑𝑢 + 𝑉𝑐 Τ𝑉𝑐

• Motores de ciclo Otto têm taxa de


compressão na faixa de 8 a 11.

• Motores de ciclo Diesel os esses valores


variam de 12 a 24.

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MACI – Razão de Compressão

• Os valores da taxa de compressão nos


motores de ignição por centelha são
limitados pelas características do
combustível.

• Combustíveis com baixa octanagem


podem entrar em autoignição devido ao
aumento de pressão e temperatura no
curso de compressão.

72 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Razão de Compressão

• A razão de compressão aumenta a


eficiência térmica tanto dos motores de
ignição por centelha

𝜂𝑡 = 1 − 1Τ𝑟𝑐 𝑘−1

• quanto dos motores de ignição por


compressão.

𝑘−1
𝜂𝑡 = 𝑟𝑐𝑘 − 1 Τ𝑘. 𝑟𝑐 − 1 1 − 1Τ𝑟𝑐

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Ciclo Termodinâmico
MACI – Ciclo Otto

• O ciclo Otto, de ar padrão, de um motor de


quatro tempos, naturalmente aspirado e
com a válvula borboleta totalmente aberta
(WOT) é mostrado na Figura.

75 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Admissão (6-1)

• O curso de admissão se inicia quando o pistão


começa o movimento do PMS para o PMI.

• Nesse curso a válvula de admissão (VA) está


aberta e a mistura ar/combustível entra no
cilindro a pressão constante.

• A válvula de escape (VE) permanece fechada.


Essa pressão é aproximadamente igual à
atmosférica (P0) se o motor é naturalmente
aspirado e opera em WOT e
desconsiderarmos as perdas de carga
causadas no fluxo de ar da atmosfera até o
coletor de admissão.
76 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017
MACI – Ciclo Otto

Admissão (6-1)
• A válvula de escape (VE) permanece
fechada.

• A pressão é aproximadamente igual à


atmosférica (P0) se o motor é
naturalmente aspirado e opera em
WOT e desconsiderarmos as perdas
de carga causadas no fluxo de ar da
atmosfera até o coletor de admissão.

77 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Admissão (6-1)
• Em situações de carga parcial, a abertura
parcial da válvula borboleta provoca uma
queda na pressão de admissão e esta é menor
que a atmosférica.

• Se o motor é sobrealimentado, a pressão de


admissão será maior que a pressão
atmosférica.

• A temperatura do ar de admissão aumenta em


uma ordem de 25 °C a 35 °C, conforme este
passa pelo coletor de admissão.

78 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Admissão (6-1)

𝑃1 = 𝑃6 = 𝑃0

𝑤6−1 = 𝑃0 . (𝑣1 − 𝑣6 ሻ

79 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Compressão Isoentrópica (1-2)

• O segundo curso do ciclo é o de


compressão constante da mistura
ar/combustível.

• O pistão sobe do PMI em direção ao PMS,


comprimindo a mistura.

• Nesse curso tanto VA quanto VE estão


fechadas, promovendo o isolamento
hermético do cilindro.

80 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Compressão Isoentrópica (1-2)

• A análise do ciclo padrão a ar promove uma


boa aproximação, porém no ciclo real
acontece de VA não estar totalmente fechada
no começo do ciclo.

• Acontece também que a ignição não ocorrer


exatamente quando o pistão está posicionado
no PMS, e sim um pouco antes.

• Nesse curso há aumento de pressão, mas a


temperatura aumenta consideravelmente
devido ao aquecimento provocado por essa
compressão.

81 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Compressão Isoentrópica (1-2)

𝑘−1 𝑘−1 𝑘−1


𝑇2 = 𝑇1 . 𝑣1 Τ𝑣2 = 𝑇1 . 𝑉1 Τ𝑉2 = 𝑇1 . 𝑟𝑐

𝑃2 = 𝑃1 . 𝑣1 Τ𝑣2 𝑘 = 𝑃1 . 𝑉1 Τ𝑉2 𝑘 = 𝑃1 . 𝑟𝑐 𝑘

𝑞1−2 = 0
𝑃2 𝑣2 − 𝑃1 𝑣1 𝑇2 − 𝑇1
𝑤1−2 = = 𝑅. = 𝑐𝑣 . (𝑇2 − 𝑇1 ቇ
1−𝑘 1−𝑘
𝑚𝑚 = 𝑃1 . 𝑉1 Τ𝑅. 𝑇1
82 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017
MACI – Ciclo Otto

Combustão a Volume Constante (2-3)

• A adição de calor acontece a volume


constante quando o pistão está
posicionado no PMS, processo 2-3.

• Nessa análise essa adição de calor


representa o processo de combustão de
um motor real.

83 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Combustão a Volume Constante (2-3)

• Na realidade a combustão se inicia


pouco antes do PMS e acaba um pouco
depois desse.

• Procura-se com o controle de ignição


que a maior velocidade da reação de
combustão ocorra muito próxima ao
PMS.

84 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Combustão a Volume Constante (2-3)

• Durante o processo de combustão uma


grande quantidade de energia é adicionada
ao ar.

• Essa energia promove um aumento de


temperatura de maneira que no ponto 3, a
temperatura atinja o seu valor máximo.

• Esse aumento na temperatura provoca um


aumento na pressão de forma que a pressão
no ciclo é máxima também no ponto 3.

85 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Combustão a Volume Constante (2-3)

𝑣3 = 𝑣2 = 𝑣𝑝𝑚𝑠 = 𝑣𝑐
𝑄2−3 = 𝑄𝑖𝑛 = 𝑚𝑓 . 𝑄𝐻𝑉 . 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑏 = 𝑚𝑚 . 𝑐𝑣 . 𝑇3 − 𝑇2
= 𝑚𝑎 + 𝑚𝑓 . 𝑐𝑣 . (𝑇3 − 𝑇2 ൯

𝑄𝐻𝑉 . 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑏 = 𝐴𝐹 + 1 . 𝑐𝑣 . (𝑇3 − 𝑇2 ሻ

𝑞2−3 = 𝑞𝑖𝑛 = 𝑐𝑣 . (𝑇3 − 𝑇2 ሻ

𝑇3 = 𝑇𝑚𝑎𝑥 𝑃3 = 𝑃𝑚𝑎𝑥

86 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Expansão Isoentrópica (3 - 4 )

• Após a combustão, com o pistão posicionado


no PMS, tanto a pressão quanto a entalpia
são altas e então inicia-se o processo de
expansão isoentrópica.

• Ainda com VA e VE fechadas, essa pressão


empurra o cilindro em direção ao PMI,
produzindo trabalho e potência.

• Lembra-se que para que o processo real se


aproxime do isoetrópico, considera-se que
seja adiabático e que os atritos são
desprezados.
87 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017
MACI – Ciclo Otto

Expansão Isoentrópica (3 - 4 )

• Lembra-se que para que o processo real


se aproxime do isoetrópico, considera-se
que seja adiabático e que os atritos são
desprezados.

• O início curso de expansão é afetado pela


finalização da combustão e o final pela
abertura da VE que ocorre antes que o
pistão atinja o PMI

88 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Expansão Isoentrópica (3 - 4 )

𝑘−1 𝑘−1 𝑘−1


𝑇4 = 𝑇3 . 𝑣3 Τ𝑣4 = 𝑇3 . 𝑉3 Τ𝑉4 = 𝑇1 . 1/𝑟𝑐
𝑘 𝑘 𝑘
𝑃4 = 𝑃3 . 𝑣3 Τ𝑣4 = 𝑃3 . 𝑉3 Τ𝑉4 = 𝑃1 . 1/𝑟𝑐

𝑞3−4 = 0

𝑃4 𝑣4 − 𝑃3 𝑣3 𝑇4 − 𝑇3
𝑤3−4 = = 𝑅. = 𝑐𝑣 . (𝑇3 − 𝑇4 ቇ
1−𝑘 1−𝑘

89 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Exaustão por Pressão (Blowdown) (4 - 5 )

• Ao final do curso de expansão, quando pistão


se aproxima do PMI, a VE se abre permitindo a
descarga dos gases.

• Devido às limitações físicas do motor, a


expansão dos gases não ocorre totalmente e
no ponto 4 ainda há pressão no sistema.

90 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Exaustão por Pressão (Blowdown) (4 - 5 )

• Se o gás permanece pressurizado no curso de


exaustão, ocorrerá uma resistência ao
movimento do pistão em direção ao PMS.

• Assim, a abertura da VE um pouco antes do


PMI permite que a mistura de gases complete o
processo de expansão sendo expulso para o
coletor de escapamento.

91 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Exaustão por Pressão (Blowdown) (4 - 5 )

• A mistura de gases ainda possui uma quantidade de


entalpia que, ao ser expelida, limita a eficiência
térmica do motor.

• O processo é representado por uma rejeição de


calor.

• Considera-se que o processo ocorra a volume


constante. A pressão no ponto 5 é considerada a
atmosférica e a temperatura diminui entre 4 e 5
devido ao próprio processo de expansão.

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MACI – Ciclo Otto

Exaustão por Pressão (Blowdown) (4 - 5 )

𝑣4 = 𝑣5 = 𝑣𝑝𝑚𝑖 = 𝑣𝑡

𝑤4−5 = 0

𝑄4−5 = 𝑄𝑜𝑢𝑡 = 𝑚𝑚 . 𝑐𝑣 . 𝑇5 − 𝑇4 = 𝑚𝑚 . 𝑐𝑣 . 𝑇1 − 𝑇4

𝑞4−5 = 𝑞𝑜𝑢𝑡 = 𝑐𝑣 . 𝑇5 − 𝑇4 = 𝑐𝑣 . (𝑇1 − 𝑇4 ሻ

93 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Otto

Exaustão (5-6)

• A exaustão é o último processo do ciclo. O


pistão sobe, do PMI para o PMS, expelindo os
gases de combustão.

• A VE ainda permanece aberta.

• Considera-se que a exaustão ocorra a pressão


constante e de valor aproximado à da
atmosférica.

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MACI – Ciclo Otto

Exaustão (5-6)

𝑃5 = 𝑃6 = 𝑃0

𝑤6−1 = 𝑃0 . (𝑣6 − 𝑣5 ሻ = 𝑃0 . (𝑣1 − 𝑣5 ሻ

Ao terminar o ciclo de exaustão o motor terá completado duas

voltas, o pistão ainda estará no PMS, a VA se abre e a VE se

fecha, começando um novo ciclo.


95 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017
MACI – Ciclo Otto

Eficiência Térmica Indicada

𝜂𝑡 = 𝑤𝑛𝑒𝑡 Τ𝑞𝑖𝑛

= 1 − 𝑞𝑜𝑢𝑡 Τ𝑞𝑖𝑛
= 1 − 𝑐𝑣 . 𝑇4 − 𝑇1 Τ𝑐𝑣 . 𝑇3 − 𝑇2
= 1 − 𝑇4 − 𝑇1 Τ 𝑇3 − 𝑇2

𝜂𝑡,𝑜𝑡𝑡𝑜 = 1 − 1Τ 𝑟𝑐 𝑘−1

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MACI – Ciclo Otto - 4T

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MACI – Ciclo Diesel

O ciclo Diesel, de ar padrão, de um motor de quatro


tempos, naturalmente aspirado é mostrado na
Figura.

Algumas das diferenças entre os ciclos Otto e


Diesel são:
• Admissão e compressão somente de ar,
• Ignição ocorre por compressão
• Combustão acontece em pressão constante.

98 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Ciclo Diesel

• O ciclo termodinâmico é praticamente o mesmo


do ciclo Otto, porém difere no processo 2-3.

𝑄2−3 = 𝑄𝑖𝑛 = 𝑚𝑓 . 𝑄𝐻𝑉 . 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑏 = 𝑚𝑚 . 𝑐𝑝 . 𝑇3 − 𝑇2


= 𝑚𝑎 + 𝑚𝑓 . 𝑐𝑝 . (𝑇3 − 𝑇2 ൯

𝑄𝐻𝑉 . 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑏 = 𝐴𝐹 + 1 . 𝑐𝑝 . (𝑇3 − 𝑇2 ൯

𝑞2−3 = 𝑞𝑖𝑛 = 𝑐𝑝 . (𝑇3 − 𝑇2 ൯

𝑤2−3 = 𝑞2−3 = 1 − 𝑢3 − 𝑢2 = 𝑃2 . (𝑣3 − 𝑣2 ሻ

𝑇3 = 𝑇𝑚𝑎𝑥
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MACI – Ciclo Diesel

Eficiência Térmica Indicada

𝜂𝑡,𝑑𝑖𝑒𝑠𝑒𝑙 = 1 − 1Τ 𝑟𝑐 𝑘−1 . 𝛽 𝑘 − 1 Τ𝑘. β − 1

Onde β é a razão de corte do ciclo, definida como o a


variação de volume em que ocorre a combustão a pressão
constante.

𝛽 = 𝑉3 Τ𝑉2 = 𝑣3 Τ𝑣2 = 𝑇3 Τ𝑇2

100 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Trabalho Líquido Indicado

O trabalho líquido indicado é a


diferença entre o trabalho do
ciclo de expansão e o trabalho
consumido do ciclo de
compressão 𝑤𝑖 = 𝑤3−4 − 𝑤1−2

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MACI – Potência Indicada

A potência (𝑊ሻሶ é
definida como a taxa de
trabalho de um motor, e
está relacionada com o 𝑊ሶ = 𝑊. 𝑁Τ𝑛
número de rotações (N)
e com o número de
rotações por ciclo (n).

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Potência Efetiva e Eficiências
MACI – Potência Efetiva

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MACI – Eficiência de Combustão

• Sendo uma máquina térmica a produção de potência provem do


fornecimento de calor resultante da reação entre o combustível
e o oxidante em uma câmara de combustão.

• Porém o tempo disponível para que o processo de combustão


ocorra é bastante reduzido e pode acontecer que nem todas as
moléculas de combustível consigam reagir com as moléculas de
oxigênio, ou de em algum ponto a temperatura não ser
suficiente para provocar a reação de combustão.

105 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Eficiência de Combustão

• Dessa forma, uma pequena quantidade de


combustível não é queimada e é eliminada
juntamente com os gases de exaustão.

• Em motores alternativos de combustão a 𝑄ሶ 𝑖𝑛 = 𝑚ሶ 𝑓 . 𝑃𝐶𝐼. 𝜂𝑐


eficiência de combustão (ηc) é definida
para quantificar a fração de combustível
que efetivamente queima. Valores típicos
de eficiência de combustão estão entre 95
e 98%.

• Em regime constante de operação, a


potência térmica é definida em razão do
fluxo
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MACI – Potência Efetiva

A potência efetiva é a
potência real entregue
pelo motor.
𝑊ሶ 𝑏 = 𝑊ሶ 𝑖 − 𝑊ሶ 𝑓
É a potência indicada
subtraída de todas as
forças parasitas
(potência de atrito)

107 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Eficiência Mecânica

• A razão entre a potência


efetiva e a potência indicada é 𝑊ሶ 𝑏 = 𝑊ሶ 𝑖 − 𝑊ሶ 𝑓
chamada de eficiência
mecânica (ηm).

• Excluindo as cargas parasitas, a 80

eficiência mecânica (%)


eficiência mecânica de um motor 60

é da ordem de 55 a 60% em
altas velocidades de operação. 40

Então essa eficiência aumenta 20

para 85-95% quando se diminui a 0


0 3 6 9 12 15 18 21

velocidade do pistão. velocidade média do pistão (m/s)

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MACI – Eficiência Térmica

• A eficiência térmica (ηt) é


definida como a razão entre a 𝜂𝑡,𝑖 = 𝑊𝑖 Τ𝑚ሶ 𝑓 . 𝑃𝐶𝐼. 𝜂𝑐
potência e a potência téorica:

• Os motores possuem eficiência


térmica indicada da ordem de 40
a 50%.

109 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Eficiência Global

• Uma vez que a potência efetiva já mostra o


valor real, descontadas as perdas térmicas e
perdas por atrito, a eficiência global (ηg) pode 𝜂𝑔 = 𝑊𝑏 Τ𝑚ሶ 𝑓 . 𝑃𝐶𝐼. 𝜂𝑐
ser definida como a razão entre essa potência
e a quantidade de calor inserida no motor.

• Pode ser definida também como o produto 𝜂 𝑔 = 𝜂𝑡 . 𝜂 𝑚


entre a eficiência térmica e a eficiência
mecânica.

• Valores de eficiência global são da ordem de


30%.

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MACI – Eficiência Volumétrica

• A quantidade de ar admitida pelo cilindro em um ciclo é


fator determinante para aumento de desempenho e
potência.

• Idealmente a massa de ar admitida pelo cilindro é o


produto da massa específica do ar atmosférico pelo
volume deslocado pelo cilindro em um ciclo completo.

• Entretanto, devido ao curto tempo disponível para


admissão e as restrições de fluxo provocadas pelo
𝜂𝑣 = n. 𝑚ሶ 𝑎 Τ𝑁. 𝜌𝑎 . 𝑉𝑑𝑢
filtro de ar, coletor de admissão e válvulas de
admissão, a quantidade de ar que entra no cilindro é
menor que a ideal.

• Valores típicos de eficiência volumétrica para um motor


operando com a válvula borboleta totalmente aberta
estão na faixa de 75 a 90 %. Esses valores abaixam
conforme a válvula borboleta vai sendo fechada.
111 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017
Torque e Ensaios
MACI – Torque

• O torque (τ) indica a capacidade de um motor


realizar trabalho.

• É definido como uma força agindo

𝑊ሶ = 2. 𝜋. 𝑁. 𝜏
perpendicularmente a uma dada distância. As
unidades de torque são N.m ou lbf.ft.

• Torque é relacionado à potência.

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MACI – Torque

• Valores típicos de torque máximo de motores automotivos estão na


faixa de 200-300 Nm em rotações de cerca de 4000-6000 rpm.

• O ponto de torque máximo é chamado de rotação de torque


máximo de frenagem (MBT). Os motores CI geralmente têm torque
mais alto que os motores SI.

• Grandes motores normalmente têm altos valores de torque em


baixas rotações.

114 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Dinamômetros

• Os dinamômetros são os equipamentos usados para medir o


torque e a potência dos motores operando em várias faixas de
velocidade e carga.

• Esses equipamentos normalmente absorvem uma quantidade de


energia que normalmente é transformada em calor.

115 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Dinamômetros

• O tipo mais simples de dinamômetro é o


freio de Prony que absorve a energia
do motor por um freio mecânico.

• Apesar de ser extremamente simples,


esse tipo de dinamômetro não é
apropriado para medir altos níveis de
energia.

116 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017


MACI – Dinamômetros

• Dinamômetros de fluido ou
hidráulicos absorvem energia
utilizando água ou óleo bombeados
através de orifícios ou dissipados em
perdas viscosas em uma combinação
de rotor-estator.

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MACI – Dinamômetros

• Nos dinamômetros de corrente


parasita utilizam um disco preso ao
virabrequim que gira em um campo
magnético cuja força é controlada.

• O disco rotativo age como um condutor


elétrico atravessando as linhas de
campo e produzindo correntes parasitas
no disco.

• Sem circuito externo, a energia das


correntes induzidas são absorvidas pelo
disco.
118 Prof. Dr. Ramón Silva - 2017
MACI – Dinamômetros

• Mais utilizado o dinamômetro elétrico


absorve a energia produzida pelo motor
utilizando um gerador elétrico conectado
ao virabrequim.

• Além de proporcionar um meio acurado


de medida dessa energia, a variação de
carga acontece de maneira simples,
apenas variando a carga resistiva
conectada ao gerador.

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MACI – Dinamômetros

• Dinamômetros elétricos também podem


ser operados de forma reversa, de
maneira que o gerador trabalhe como
acionador do motor desligado.

• Este teste permite que as cargas de


atrito e de bombeamento de ar possam
ser medidas.

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MACI – Curvas Características

• Tanto a potência como o torque são


funções da velocidade do motor.

• Em baixas velocidades o torque


aumenta com o aumento da velocidade.

• Conforme a rotação do motor aumenta,


o torque atinge um valor máximo e inicia
uma curva decrescente.

• A diminuição no valor do torque porque


o motor não é capaz de admitir toda a
cilindrada em rotações mais altas

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MACI – Curvas Características

• A potência indicada aumenta com a rotação


enquanto a potência efetiva chega a um
ponto de máxima e diminui nas rotações
mais altas.

• Esse comportamento ocorre devido ao


aumento da potência de atrito aumentar com
o aumento da velocidade e se torna o fator
dominante nas rotações mais altas.

• Valores típicos de rotação de máxima


potência ocorrem entre 5000 e 7000 rpm.

• Essa rotação está a aproximadamente 50%


acima da rotação de torque máximo.

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