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Rideci Farias. Haroldo Paranhos.

Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc.


CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D.

NOTAS DE AULAS DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES

2º SEMESTRE DE 2019

PROFESSORES:

RIDECI FARIAS

HAROLDO PARANHOS

BRASÍLIA / DF

JULHO / 2019

Engenharia de Fundações – 2º Semestre de 2019 1


Rideci Farias. Haroldo Paranhos.
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SUMÁRIO

1.0. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS


SONDAGENS .................................................................................................................... 13
1.1. SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO ....................................................... 13
1.1.1. Perfuração acima do nível d’água ................................................................................ 13
1.1.2. Determinação do nível d’água ..................................................................................... 13
1.1.3. Perfuração abaixo do nível d’água ............................................................................... 13
1.1.4. Amostragem de solos ................................................................................................... 14
1.1.5. Funcionamento do Sistema de Lavagem ..................................................................... 17
1.1.6. Resistência à penetração - SPT .................................................................................... 17
1.1.7. Apresentação dos resultados ........................................................................................ 19
1.1.8. Programação de sondagens .......................................................................................... 19
1.1.9. Principais Vantagens da Sondagem SPT ..................................................................... 19
1.2. Sondagem de Penetração Estática – “Cone Penetration Test” (CPT) - NBR 12069 .......... 24
1.2.1. Relação entre os resultados do CPT e SPT .................................................................. 28
1.3. Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundações de
Edifícios (Número e Locação das Sondagens) .............................................................................. 29
1.4. Critérios de Paralisação da Sondagem SPT (Item 6.4 da NBR 6484:2001) ....................... 30
1.5. Sondagem Rotativa (SR) ..................................................................................................... 31
1.5.1. RQD (Rock Quality Designation) ou Índice de Qualidade da Rocha.......................... 34
1.5.2. Percentagem de Recuperação....................................................................................... 35
2.0. TIPOS DE FUNDAÇÕES ........................................................................................ 37
2.1. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL (RASA OU DIRETA) ........................................................ 37
2.1.1. Sapata ........................................................................................................................... 38
2.1.1.1. Sapata isolada ....................................................................................................... 40
2.1.1.2. Sapata associada ................................................................................................... 40
2.1.1.3. Sapata corrida ....................................................................................................... 41
2.1.1.4. Sapata em divisa (Sapata excêntrica) / Sapata alavancada ................................... 42
2.1.2. Bloco ............................................................................................................................ 44
2.1.3. Radier ........................................................................................................................... 45
2.2. FUNDAÇÃO PROFUNDA ................................................................................................ 49
2.2.1. Estaca ........................................................................................................................... 49
2.2.1.1. Estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto ................................................ 49
2.2.1.2. Estaca de reação (mega ou prensada) ................................................................... 50
2.2.1.3. Estaca de concreto moldada “in loco” .................................................................. 51
2.2.1.4. Estaca mista .......................................................................................................... 67

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2.2.1.5. Estaca metálica ou de aço ..................................................................................... 67


2.2.2. Tubulão ........................................................................................................................ 68
2.2.2.1. Tubulão a céu aberto ............................................................................................. 68
2.2.2.2. Tubulão a ar comprimido...................................................................................... 69
3.0. CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÕES .............. 71
3.1. PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES E CRITÉRIOS A SEREM CONSIDERADOS
NAS ANÁLISES PARA A ESCOLHA DA FUNDAÇÃO .......................................................... 71
3.1.1. Fundação rasa ............................................................................................................... 71
3.1.1.1. Métodos para Estimativa de Tensões Admissíveis ............................................... 71
3.1.1.2. Resistência à Penetração em Sondagens SPT ....................................................... 72
3.1.2. Fundações profundas.................................................................................................... 73
4.0. DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES ............................................................. 75
4.1. DIMENSIONAMENTO DE BLOCOS DE FUNDAÇÃO ................................................. 75
4.2. DIMENSIONAMENTO DE SAPATA ISOLADA ............................................................ 78
5.0. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS ......................... 87
5.1. MÉTODO DAS BIELAS .................................................................................................... 87
5.1.1. Sapatas isoladas............................................................................................................ 87
5.1.1.1. Cálculo do volume de concreto de uma sapata isolada ........................................ 88
6.0. DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES .................................................................. 92
6.1. TUBULÕES A CÉU ABERTO .......................................................................................... 92
6.2. FASES DE EXECUÇÃO DE TUBULÃO A CÉU ABERTO............................................ 93
7.0. CARGA ADMISSÍVEL DE ESTACAS ................................................................... 108
8.0. DIMENSIONAMENTO DE ESTACAS ................................................................... 110
8.1. CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS ................................................................ 110
8.2. DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO DA ESTACA ....................................................... 114
9.0. BLOCOS DE COROAMENTO DE ESTACAS E TUBULÕES ............................... 121
9.1. BLOCO PARA UMA ESTACA ....................................................................................... 121
9.2. BLOCO SOBRE DUAS ESTACAS ................................................................................. 126
9.3. BLOCO SOBRE TRÊS ESTACAS .................................................................................. 131
9.4. BLOCO SOBRE QUATRO ESTACAS ........................................................................... 135
9.5. BLOCO SOBRE MAIS DE QUATRO ESTACAS .......................................................... 138
10.0. PROVAS DE CARGA (TESTE DE CARGA) ...................................................... 143
10.1. PROVA DE CARGA DIRETA SOBRE TERRENO DE FUNDAÇÃO (ABNT NBR
6489: 1984) .................................................................................................................................. 143
10.2. PROVA DE CARGA ESTÁTICA (ABNT NBR 12131:2006) .................................... 144
10.3. PROVA DE CARGA COM CARREGAMENTO DINÂMICO (ABNT NBR
13208:2007) ................................................................................................................................. 148
10.4. QUANTIDADE DE PROVAS DE CARGA ESTÁTICA EM ESTACAS .................. 151

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10.5. QUANTIDADE DE PROVAS DE CARGA COM CARREGAMENTO DINÂMICO


152
10.6. CONTROLE DE CRAVAÇÃO DE ESTACAS (NEGA, REPIQUE ELÁSTICO E
DIAGRAMA DE CRAVAÇÃO)................................................................................................. 152
10.6.1. Nega........................................................................................................................ 152
10.6.1.1. Cálculo da nega .................................................................................................. 153
10.6.2. Repique................................................................................................................... 153
10.6.3. Diagrama de cravação ............................................................................................ 153
10.7. CAPACIDADE DE CARGA ........................................................................................ 155
10.7.1. Fundações Rasas (Sapatas) ..................................................................................... 155
10.7.1.1. Realização de Prova de Carga Sobre Placa ........................................................ 155
11.0. TESTE DE INTEGRIDADE ESTRUTURAL DE ESTACA (PILE INTEGRITY TEST)
- PIT 158
11.1. PROCESSO EXECUTIVO / FUNCIONAMENTO ..................................................... 158
11.2. LIMITAÇOES / CUIDADOS NA EXECUÇÃO DO PIT ............................................ 159
11.3. RECOMENDAÇÕES NA EXECUÇÃO DO PIT ........................................................ 159
12.0. LISTA DE EXERCÍCIOS ..................................................................................... 160

LISTA DE FOTOS

Foto 1.1 – Trépano de lavagem (http://www.contenco.com.br). ....................................................... 14


Foto 1.2 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Fechado. ....... 15
Foto 1.3 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Aberto. .......... 15
Foto 1.4 – Execução de sondagem. Avanço por lavagem. ................................................................ 20
Foto 1.5 – Execução de sondagem SPT. ............................................................................................ 20
Foto 1.6 – Material da lavagem do furo de sondagem. ...................................................................... 21
Foto 1.7 – Limpeza do furo de sondagem com o balde. .................................................................... 21
Foto 1.8 - Limpeza do furo de sondagem com o balde. ..................................................................... 21
Foto 1.9 – Material da lavagem retirado do furo de sondagem. ........................................................ 21
Foto 1.10 – Solo recuperado no amostrador da sondagem. ............................................................... 21
Foto 1.11 – Solo recuperado no amostrador da sondagem. ............................................................... 21
Foto 1.12 – Cone instrumentado para CPT (CPTU = Piezocone = CPT + poro-pressão). ................ 27
Foto 1.13 – Cone instrumentado para CPT (CPTU = Piezocone = CPT + poro-pressão). ................ 27
Foto 1.14 – Ponteira cônica do cone CPT. ......................................................................................... 27
Foto 1.15 – Caminhão dotado para execução de ensaio CPT (CPTU = Piezocone = CPT + poro-
pressão). ............................................................................................................................................. 27
Foto 1.16 – Maquinário em esteira dotado para execução de ensaio CPT (CPTU = Piezocone = CPT
+ poro-pressão). ................................................................................................................................. 27
Foto 1.17 – Coroa com pastilha de vídia. .......................................................................................... 31

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Foto 1.18 – Barrilete. ......................................................................................................................... 31


Foto 1.19 – Caixa com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. ................................................ 32
Foto 1.20 – Caixas com testemunhos obtidos em sondagem rotativa. .............................................. 32
Foto 1.21 – Sonda rotativa motorizada e Bomba de água (Fabricante Maquesonda). ...................... 33
Foto 1.22 – Sonda rotativa motorizada (Fabricante Sondeq)............................................................. 33
Foto 2.1 – Área a ser escavada para execução de sapata. .................................................................. 38
Foto 2.2 – Montagem da forma para a execução de sapata. .............................................................. 38
Foto 2.3 – Montagem da forma para a execução de sapata. .............................................................. 38
Foto 2.4 – Montagem da forma para a execução de sapata. .............................................................. 38
Foto 2.5 – Montagem da forma para a execução de sapata. .............................................................. 38
Foto 2.6 – Bomba para a concretagem da sapata. .............................................................................. 38
Foto 2.7 – Execução de sapata. .......................................................................................................... 39
Foto 2.8 – Sapata concretada. ............................................................................................................ 39
Foto 2.9 – Sapata concretada. ............................................................................................................ 39
Foto 2.10 – Sapata já executada. ........................................................................................................ 39
Foto 2.11 – Radier armado. ................................................................................................................ 47
Foto 2.12 – Radier armado. ................................................................................................................ 47
Foto 2.13 – Radier armado. ................................................................................................................ 47
Foto 2.14 – Radier armado. ................................................................................................................ 47
Foto 2.15 – Radier armado. ................................................................................................................ 47
Foto 2.16 – Radier protendido. .......................................................................................................... 47
Foto 2.17 – Fotos relativas a radier protendido. ................................................................................ 48
Foto 2.18 – Estaca pré-moldada circular de concreto. ....................................................................... 49
Foto 2.19 – Estaca pré-moldada de concreto. Estacas quadradas e circular vazada. ......................... 49
Foto 2.20 – Bate-estaca de gravidade (convencional). ...................................................................... 49
Foto 2.21 – Bate-estaca hidráulico. .................................................................................................... 49
Foto 2.22 – Fuste circular para estaca mega. ..................................................................................... 50
Foto 2.23 – Fuste hexagonal para estaca mega. ................................................................................. 50
Foto 2.24 – Fuste circular, execução e ilustração para estaca mega. ................................................. 50
Foto 2.25 – Estaca mega executada em concreto............................................................................... 50
Foto 2.26 – Estaca mega executada em concreto............................................................................... 50
Foto 2.27 – Execução de estaca-raiz em rocha. Obra Ponte Estaiadas – São Paulo/SP. ................... 53
Foto 2.28 – Execução de estaca-raiz. ................................................................................................. 53
Foto 2.29 – Cortina de estaca-raiz. São Paulo. .................................................................................. 53
Foto 2.30 – Estaca-raiz em local com pé-direito reduzido – Edifício Núncio Malzoni, Santos/SP. . 53
Foto 2.31 – Estaca-raiz com utilização de martelo de fundo. Jurubatuba/SP. ................................... 53
Foto 2.32 – Martelo de fundo utilizado em rocha. ............................................................................. 53

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Foto 2.33 – Perfuratriz montada sobre caminhão. ............................................................................. 55


Foto 2.34 – Perfuratriz montada sobre esteira. .................................................................................. 55
Foto 2.35 – Perfuração com trado mecânico...................................................................................... 56
Foto 2.36 – Perfuração com trado mecânico...................................................................................... 56
Foto 2.37 – Esquema básico de execução da estaca Strauss. ............................................................. 56
Foto 2.38 – Esquema básico de execução da estaca Strauss. ............................................................. 56
Foto 2.39 – Execução da estaca Strauss. ............................................................................................ 56
Foto 2.40 – Execução da estaca Strauss. ............................................................................................ 56
Foto 2.41 – Execução da estaca Strauss. ............................................................................................ 57
Foto 2.42 – Execução da estaca Strauss. ............................................................................................ 57
Foto 2.43 – Equipamento para execução de parede diafragma e estaca barrete, montado em
guindaste Bucyrus (Geyer)................................................................................................................. 58
Foto 2.44 – Clam Shell hidráulico (Brasfond). .................................................................................. 58
Foto 2.45 – Equipamento para estaca Franki. .................................................................................... 61
Foto 2.46 – Equipamento para estaca Franki. .................................................................................... 61
Foto 2.47 – Pilão Franki. .................................................................................................................... 61
Foto 2.48 – Pilão Franki. .................................................................................................................... 61
Foto 2.49 – Camisas metálicas Franki. .............................................................................................. 62
Foto 2.50 – Brita da bucha. ................................................................................................................ 62
Foto 2.51 – Concretagem da estaca Franki. ....................................................................................... 62
Foto 2.52 – Cravação da camisa metálica. ......................................................................................... 62
Foto 2.53 – Concreto da estaca Franki. .............................................................................................. 62
Foto 2.54 – Concretagem da estaca Franki. ....................................................................................... 62
Foto 2.55 – Concretagem da estaca Franki. ....................................................................................... 63
Foto 2.56 – Concretagem da estaca franki. ........................................................................................ 63
Foto 2.57 – Concretagem da estaca franki. ........................................................................................ 63
Foto 2.58 – Extração da camisa. ........................................................................................................ 63
Foto 2.59 – Concreto da estaca Franki. .............................................................................................. 63
Foto 2.60 – Concretagem da estaca Franki. ....................................................................................... 63
Foto 2.61 – Hélice contínua (Modelo EM 1000/32, CZM). .............................................................. 64
Foto 2.62 – Hélice contínua (Modelo EM 800/30, CZM). ................................................................ 64
Foto 2.63 – Equipamento para hélice contínua de deslocamento monitorada. .................................. 66
Foto 2.64 – Equipamento para hélice contínua de deslocamento monitorada. .................................. 66
Foto 2.65 – Processo básico de execução da estaca hélice contínua de deslocamento. ..................... 66
Foto 2.66 – Estaca trado vazado segmentado. ................................................................................... 67
Foto 2.67 – Estaca trado vazado segmentado. ................................................................................... 67
Foto 2.68 – Estaca trado vazado segmentado. ................................................................................... 67

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Foto 2.69 – Estaca trado vazado segmentado. ................................................................................... 67


Foto 2.70 – Cravação de perfil metálico. ........................................................................................... 68
Foto 2.71 – Cravação de perfil metálico. ........................................................................................... 68
Foto 2.72 – Escavação de fuste para tubulão. .................................................................................... 68
Foto 2.73 – Sarilho para retirada de material do tubulão a céu aberto. ............................................. 68
Foto 2.74 – Alargamento de base de tubulão a céu aberto. ............................................................... 69
Foto 2.75 – Ferragem para tubulão. ................................................................................................... 69
Foto 2.76 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................ 70
Foto 2.77 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................ 70
Foto 2.78 – Tubulão a ar comprimido................................................................................................ 70
Foto 2.79 – Concretagem do tubulão a ar comprimido...................................................................... 70
Foto 9.1 – Exemplo de 2 estacas para receberem o bloco de coroamento. ...................................... 130
Foto 9.2 – Exemplo de Bloco de coroamento para 2 estacas. .......................................................... 130
Foto 9.3 – Execução para bloco de coroamento de 3 estacas (Rossi Bizerris). ............................... 134
Foto 9.4 – Execução para bloco de coroamento de 3 estacas (Rossi Bizerris). ............................... 134
Foto 9.5 – Execução para bloco de coroamento de 3 estacas (Rossi Bizerris). ............................... 134
Foto 9.6 – Bloco de coroamento de 3 estacas. ................................................................................. 134
Foto 9.7 – Execução para bloco de coroamento para 4 estacas. ...................................................... 137
Foto 9.8 – Execução para bloco de coroamento para 4 estacas. ...................................................... 137
Foto 9.9 – Execução para bloco de coroamento para 4 estacas. ...................................................... 137
Foto 9.10 – Preparo de 4 estacas para receber o bloco de coroamento............................................ 137
Foto 10.1 – Teste da nega. ............................................................................................................... 152
Foto 10.2 – Teste da nega. .............................................................................................................. 152
Foto 10.3 – Teste da nega. .............................................................................................................. 152
Foto 11.1 – Execução do teste de integridade da estaca (Foto da internet). .................................... 159
Foto 11.2 – Execução do teste de integridade da estaca (Foto da internet). .................................... 159
Foto 11.3 – Execução do teste de integridade da estaca (Foto da internet). .................................... 159
Foto 11.4 – Execução do teste de integridade da estaca (Foto da internet). .................................... 159

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - Estados de compacidade e de consistência dos solos (NBR 6484 / 2001). ................... 18
Tabela 1.2 – Valores sugeridos de k (Danzinger e Velloso, 1986, 1995). ......................................... 28
Tabela 1.3 – Número mínimo de furos de sondagens. ....................................................................... 29
Tabela 1.4 – Diâmetros mais comuns de furos e testemunhos. ......................................................... 32
Tabela 1.5 – Qualidade do maciço rochoso pelo RQD. ..................................................................... 34
Tabela 1.6 – Tipo de rocha em função da recuperação. ..................................................................... 35

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Tabela 6.1 – Estacas moldadas “in loco”: parâmetros para dimensionamento (Norma ABNT NBR
6122:2010). ........................................................................................................................................ 96
Tabela 6.2 – Aço CA 50: Características de massa e seção. .............................................................. 97
Tabela 6.3 – Aço CA 60: Características de massa e seção. .............................................................. 97
Tabela 7.1 – Estacas pré-moldadas de concreto (Velloso  Lopes, 1996). .................................... 108
Tabela 7.2 – Estacas de madeira (Velloso  Lopes, 1996). ............................................................ 108
Tabela 7.3 – Estacas de aço (Velloso  Lopes, 1996). ................................................................... 109
Tabela 7.4 – Estacas escavadas. ....................................................................................................... 109
Tabela 7.5 – Outros tipos de estacas. ............................................................................................... 110
Tabela 8.1 – Valores de C em função do tipo de solo (Décourt e Quaresma, 1978). ...................... 112
Tabela 8.2 – Valores de C em função do tipo de solo para estacas escavadas com lama bentonítica
(Décourt, 1986). ............................................................................................................................... 112
Tabela 8.3 – Valores de coeficientes . ........................................................................................... 113
Tabela 8.4 – Valores de coeficientes . ........................................................................................... 114
Tabela 10.1 – Quantidade de provas de carga. ................................................................................ 151

LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Trépano de lavagem (NBR 6484 / 2001)....................................................................... 14
Figura 1.2 - Dimensões do corpo do amostrador tipo raymond de 50,8 mm (NBR 6.484 / 2001). ... 14
Figura 1.3 – Esquema de perfuração por percussão e amostragem. .................................................. 16
Figura 1.4 – Funcionamento do sistema de lavagem. ........................................................................ 17
Figura 1.5 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. não encontrado. ............ 22
Figura 1.6 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. encontrado. ................... 23
Figura 1.7 – Ensaio CPT (a) princípio de funcionamento e (b) vista de um equipamento
(desenvolvido pela COPPE / UFRJ com a GROM – Automação e Sensores) .................................. 24
Figura 1.8 – Penetrômetros para CPT (a) Delft, (b) Begemann, (c) cone elétrico (FUGRO, tipo
subtração) e (d) piezocone (COPPE / UFRJ, modelo 2), estando indicados: (1) luva de atrito; (2)
anel de vedação de solo; (3) anel de vedação de água; (4) célula de carga total; (5) célula de carga
de ponta; (8) transdutor (medidor) de poro-pressão; (9) elemento poroso. ....................................... 25
Figura 1.9 – Ponteira mecânica (Begemann) com luva de atrito lateral (dimensões em mm). ......... 25
Figura 1.10 – Resumo de execução da sondagem CPT (Pini). .......................................................... 26
Figura 1.11 – Perfil típico de um ensaio CPTu. ................................................................................. 26
Figura 1.12 – Esquemático da execução do ensaio CPT. .................................................................. 27
Figura 1.13 – Sugestão de locação de furos de sondagem para edificações. ..................................... 30
Figura 1.14 – Exemplo de determinação do RQD (Rock Quality Designation)................................ 35
Figura 1.15 – Laudo de uma sondagem mista (SPT + Rotativa). ...................................................... 36
Figura 2.1 – Principais tipos de fundações. ....................................................................................... 37
Figura 2.2 – Ligação entre sapatas pela cinta (viga baldrame). Figura da internet. .......................... 39

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Figura 2.3 – Esquema de uma sapata isolada..................................................................................... 40


Figura 2.4 – Perspectiva de uma sapata isolada. ................................................................................ 40
Figura 2.5 – Perspectiva de uma sapata associada. ............................................................................ 41
Figura 2.6 – Esquema de uma sapata corrida..................................................................................... 41
Figura 2.7 – Perspectiva de uma sapata corrida. ................................................................................ 42
Figura 2.8 – Sapata em divisa. ........................................................................................................... 42
Figura 2.9 – Perspectiva de uma sapata alavancada. ......................................................................... 43
Figura 2.10 – Sapata como viga de equilíbrio. .................................................................................. 43
Figura 2.11 – Sapata com viga alavanca. ........................................................................................... 44
Figura 2.12 – Sapata com viga alavanca. ........................................................................................... 44
Figura 2.13 – Esquema de blocos de fundação. ................................................................................. 45
Figura 2.14 – Perspectiva de bloco de fundação sem escalonamento. .............................................. 45
Figura 2.15 – Esquema de radier de fundação. .................................................................................. 46
Figura 2.16 – Perspectiva de um radier.............................................................................................. 46
Figura 2.17 – Fases de execução de estaca-raiz. ................................................................................ 51
Figura 2.18 (a) - (j) – Fases de execução de estaca-raiz. ................................................................... 52
Figura 2.19 – Micro estaca. Perfuração, instalação e injeção. ........................................................... 55
Figura 2.20 – Detalhe do obturador de injeção. ................................................................................. 55
Figura 2.21 – Sequência executiva de parede-diafragma e estaca barrete moldada in loco
(Brasfond). ......................................................................................................................................... 58
Figura 2.22 – Processo básico da estaca Franki. ................................................................................ 60
Figura 2.23 – Processo básico de execução da estaca hélice contínua. ............................................ 64
Figura 2.24 – Detalhe do elemento de perfuração. ............................................................................ 65
Figura 2.25 – Processo básico de execução de tubulão a ar comprimido (Pine). .............................. 69
Figura 3.1 – Estimativa de N médio. ................................................................................................. 73
Figura 4.1 – Esquema de blocos de fundações. ................................................................................. 75
Figura 4.2 – Gráfico para retirada do ângulo . ................................................................................ 75
Figura 4.3 – Esquema de uma sapata isolada..................................................................................... 78
Figura 4.4 – Resposta do Exercício 4.2. ............................................................................................ 80
Figura 4.5 – Resposta do Exercício 5.3. ............................................................................................ 82
Figura 4.6 – Pilar em L. ..................................................................................................................... 83
Figura 4.7 – Resposta do Exercício 4.4. ............................................................................................ 84
Figura 4.8 – Pilar em C. ..................................................................................................................... 85
Figura 4.9 – Resposta do Exercício 4.5. ............................................................................................ 86
Figura 5.1 – Caminhamento da carga do pilar em direção à base da sapata. ..................................... 87
Figura 5.2 – Detalhe de sapata isolada. .............................................................................................. 87
Figura 5.3 – Resposta do exercício 5.1. ............................................................................................. 91

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Figura 6.1 – Perspectiva e corte longitudinal de um tubulão. ............................................................ 92


Figura 6.2 – Tubulões com base circular e falsa elipse. .................................................................... 93
Figura 6.3 – Fases de execução do tubulão a céu aberto. .................................................................. 93
Figura 6.4 – Cálculo do volume da base do tubulão falsa elipse. ...................................................... 95
Figura 8.1 – Laudo de sondagem SPT. ............................................................................................ 117
Figura 9.1 – Distribuição de tensões no bloco para uma estaca. ..................................................... 122
Figura 9.2 – Exemplo de disposição da ferragem no bloco para uma estaca. ................................. 122
Figura 9.3 – Dimensões do bloco..................................................................................................... 124
Figura 9.4 – Disposição das armaduras no bloco............................................................................. 125
Figura 9.5 – Exemplo de configuração para bloco com duas estacas. ............................................. 126
Figura 9.6 – Exemplo de distribuição de estacas em torno do centro de carga do pilar para blocos
padronizados. ................................................................................................................................... 141
Figura 10.1 - Curva tensão x recalque de ensaio de placa em argila (Vargas, 1951). ..................... 143
Figura 10.2 - Curva tensão x recalque de ensaio de placa em areia (Macacari, 2001). ................... 143
Figura 10.3 – Esquema básico de prova de carga direta sobre terreno de fundação (Profa. Deyse
Macêdo). .......................................................................................................................................... 144
Figura 10.4 – Prova de carga direta em placa sobre o terreno de fundação. .................................... 144
Figura 10.5 – Prova de carga direta em placa sobre o terreno de fundação. .................................... 144
Figura 10.6 – Prova de carga direta em placa sobre o terreno de fundação. .................................... 144
Figura 10.7 – Prova de carga direta em placa sobre o terreno de fundação. .................................... 144
Figura 10.8 – Macaco hidráulico para 100 toneladas. ..................................................................... 145
Figura 10.9 – Macaco hidráulico para 800 toneladas. ..................................................................... 145
Figura 10.10 – Bomba manual para acionamento de cilindro hidráulico. ....................................... 145
Figura 10.11 – Bomba motorizada e macaco hidráulico. ................................................................ 145
Figura 10.12 – Instalação de extensômetro para medidas de deslocamentos. ................................. 146
Figura 10.13 – Macaco hidráulico e extensômetros para medidas de deslocamentos. .................... 146
Figura 10.14 – Macaco hidráulico e extensômetros para medidas de deslocamentos. .................... 146
Figura 10.15 – Prova de carga estática. ........................................................................................... 146
Figura 10.16 – Sistema de prova de carga para 6.000 toneladas. .................................................... 146
Figura 10.17 – Montagem de prova de carga à compressão. ........................................................... 146
Figura 10.18 – Montagem de prova de carga à compressão com reação em tirantes de cordoalha. 147
Figura 10.19 – Montagem de prova de carga à compressão com reação em estacas. ..................... 147
Figura 10.20 – Macaco hidráulico e acessórios para prova de carga (http://anson.com.br). ........... 148
Figura 10.21 – Perfuração da estaca para instalação de sensores (geodactha.com.br). ................... 149
Figura 10.22 – Estaca perfurada para instalação de sensores (geodactha.com.br). ......................... 149
Figura 10.23 – Estaca com sensores instalados (geodactha.com.br). .............................................. 149
Figura 10.24 – Detalhe dos sensores (geodactha.com.br)................................................................ 149

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Figura 10.25 – Sistema de aquisição de dados (geodactha.com.br). ............................................... 150


Figura 10.26 – Sistema de aquisição de dados durante a execução do ensaio (geodactha.com.br). 150
Figura 10.27 – Estaca preparada para execução do ensaio (concredol.com.br). ............................. 150
Figura 10.28 – Detalhe dos sensores (dynamistechne.com). .......................................................... 150
Figura 10.29 – Execução do ensaio (dynamistechne.com). ............................................................ 150
Figura 10.30 – Execução do ensaio (indaiatubafacil.com.br). ........................................................ 150
Figura 10.31 - (a) Medida simples da nega. (b) Medida da nega e do repique (Velloso e Lopes,
2002). ............................................................................................................................................... 153
Figura 10.32 - Planilha preenchida em campo e representação gráfica do diagrama de cravação
(Vieira, 2006). .................................................................................................................................. 154
Figura 10.33 – Curva pressão x recalque em prova de carga sobre placa. ...................................... 155
Figura 11.1 – Estaca íntegra, redução de seção, estaca quebrada e alargamento de seção. ............. 158

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APRESENTAÇÃO

Estas Notas de Aulas foram organizadas para alunos de graduação em Engenharia Civil na
disciplina Engenharia de Fundações com o objetivo de familiarizar os futuros Engenheiros com as
fundações mais comumente utilizadas no Brasil. Este material pode também ser utilizado por
qualquer Faculdade, desde que seja para fins educacionais, sem consulta prévia aos autores.
O material que serviu de base para a elaboração deste material foi, dentre outros:
a) Experiências dos professores Rideci Farias e Haroldo Paranhos na Área Geotécnica;
b) Normas ABNT/ NBR; Normas ASTM; Normas DNIT; etc.;
c) Livros, apostilas, notas de aulas, entre outros materiais diversos, tais como dos professores:
Yopanan C. P. Rebello; Márcio M. Fabrício; João A. Rossignolo.
d) “Sites” diversos consultados na “Internet”, tais como:
http://www.radierprotendido.com.br/;
http://www.estacasipr.com.br/produtos.php;
http://www.benaton.com.br/html/estacas-benaton.htm;
http://www.perfurac.com.br/reforcos-fundacoes-mega.htm;
http://www.solotrat.com.br/;
http://www.fundesp.com.br;
http://www.brasfond.com.br;
http://www.fxsondagens.com.br;
http://www.tecgeo.com.br/;
http://www.engeconfundacoes.com.br;
http://www.franki.com.br;
http://www.geofix.com.br;
http://www.solossantini.com.br;
http://www.geone2010.com.br/download/Palestra_GeoNE_2010.pdf;
http://www.acharimoveis.com/blog_imobiliario/?m=201103;
http://www.dicionariogeotecnico.com.br.

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1.0. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS


SONDAGENS
Para os projetos de engenharia, deve ser feito um reconhecimento dos solos envolvidos para sua
identificação, avaliação de seu estado e, eventualmente, para amostragem visando à realização de
ensaios especiais. Amostragem em taludes, abertura de poços e perfurações no subsolo são os
procedimentos empregados com este propósito.

1.1. SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO


O método mais comum de reconhecimento do subsolo é a Sondagem de Simples Reconhecimento,
que é objeto de uma norma Brasileira, a NBR – 6484. A sondagem consiste essencialmente em dois
tipos de operação: perfuração e amostragem.

1.1.1. Perfuração acima do nível d’água


A perfuração do terreno é iniciada com trado tipo cavadeira, com 10 cm de diâmetro. Repetidas
operações vão aprofundando o furo e o material recolhido vai sendo classificado quanto a sua
composição. O esforço requerido para penetração do trado dá uma primeira indicação de
consistência ou compacidade do solo, mas uma melhor informação sobre este aspecto será obtida
com a amostragem (relatada adiante) que costuma ser feita de metro em metro de perfuração, ou
sempre que ocorre mudança de material.
Atingida certa profundidade, introduz-se um tubo de revestimento, com duas e meia polegadas de
diâmetro, que é cravado com o martelo que será também usado para a amostragem. Por dentro desse
tubo, a penetração progride com o trado espiral.

1.1.2. Determinação do nível d’água


A perfuração com o trado é mantida até ser atingido o nível d’água, ou seja, até que se perceba o
surgimento de água no interior da perfuração ou no tubo de revestimento. Quando isto ocorre,
registra-se a cota do nível d’água e interrompe-se a operação, aguardando-se para determinar se o
nível se mantém na cota atingida ou se ele se eleva no tubo de revestimento. Se isto ocorrer, é
indicação de que a água estava sob pressão. Aguarda-se o nível d’água ficar em equilíbrio e
registra-se a nova cota. A diferença entre esta e a cota em que foi encontrada a água indica a pressão
a que está submetido o lençol.
Níveis d’água sob pressão são bastante comuns, principalmente em camadas de areias recobertas
por argilas que são muitos menos permeáveis. A informação referente à pressão do lençol é bastante
importante, pois estas pressões interferem, por exemplo, na estabilidade de escavações que se façam
neste solo.
Algumas vezes, ocorre mais do que um lençol d’água. São lençóis suspensos em camadas argilosas.
Cada um destes lençóis deve ser detectado e registrado. A data em que foi determinado o lençol
também deve ser anotada, pois o nível d’água, geralmente varia durante o ano.

1.1.3. Perfuração abaixo do nível d’água


Depois de atingido o nível d’água, a perfuração pode prosseguir com a técnica de circulação de
água, também conhecida como percussão e lavagem. Uma bomba d’água motorizada injeta água na
extremidade inferior do furo, através de uma haste de menor diâmetro, por dentro do tubo de
revestimento. Na extremidade deste, existe um trépano com ponta afiada e com dois orifícios pelos
quais a água sai com pressão (Figura 1.1 e Foto 1.1).
A haste interna é repetidamente levantada e deixada cair de cerca de 30 cm. A sua queda é
acompanhada de um movimento de rotação imprimido manualmente pelo operador. Estas ações
provocam o destorroamento do solo no fundo da perfuração. Simultaneamente, a água injetada

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pelos orifícios do trépano ajuda a desagregação e, ao retornar à superfície, pelo espaço entre a haste
interna e o tubo de revestimento, transporta as partículas do solo que foram desagregadas.

Figura 1.1 – Trépano de lavagem (NBR 6484 / Foto 1.1 – Trépano de lavagem
2001). (http://www.contenco.com.br).

De metro em metro, ou sempre que se detectar alteração do solo pelos detritos carreados pela água
de circulação, a operação é suspensa e realiza-se uma amostragem. O material em suspensão trazido
pela lavagem não permite boa classificação do solo, mas mudanças acentuadas do tipo de solo são
detectáveis. A perfuração por lavagem é mais rápida do que pelo trado. Ela é geralmente empregada
abaixo do nível d’água porque acima dele estaria alterando a umidade do solo e, conseqüentemente,
as condições de amostragem.

1.1.4. Amostragem de solos


Para a amostragem, utiliza-se um amostrador padrão, que é constituído de um tubo com 50,8 mm
(duas polegadas) de diâmetro externo e 34,9 mm de diâmetro interno, com a extremidade cortante
biselada. A outra extremidade, que é fixada à haste que a leva até o fundo da perfuração, deve ter
dois orifícios laterais para saída de água e ar, e uma válvula constituída por uma esfera de aço. A
Figura 1.2 e Foto 1.2 e 1.3 ilustram o amostrador.

Figura 1.2 - Dimensões do corpo do amostrador tipo raymond de 50,8 mm (NBR 6.484 / 2001).

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Foto 1.2 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Fechado.

Foto 1.3 - Amostrador-padrão de parede grossa “Raymond” (NBR 6.484 / 2001) – Aberto.

O amostrador é conectado à haste e apoiado no fundo da perfuração. A seguir, é cravado pela ação
de uma massa de ferro fundido (chamada martelo) de 65 kg. Para a cravação, o martelo é elevado a
uma altura de 75 cm e deixado cair livremente. O alteamento do martelo é feito manualmente ou
por meio de equipamento mecânico, através de uma corda flexível ou cabo de aço que passa por
uma roldana existente na parte superior do tripé. A cravação do amostrador no solo é obtida por
quedas sucessivas do martelo, até a penetração de 45 cm. Ver Figura 1.3.

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Roldana

Tripé

Altura de queda = 75 cm
Peso de 65 kg
Corda ou cabo de aço

Sarilho

Operação Manual
ou Mecânica
Ressalto

Haste

Furo de 2 1/2"
Amostrador Padrão

Figura 1.3 – Esquema de perfuração por percussão e amostragem.


A mostra colhida é submetida a exame táctil-visual e suas características principais são anotadas.
Estas amostras são, então, guardadas em recipientes impermeáveis para análises posteriores.

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1.1.5. Funcionamento do Sistema de Lavagem

Roldana

Tripé

Haste Metálica

Trépano

Figura 1.4 – Funcionamento do sistema de lavagem.

1.1.6. Resistência à penetração - SPT


Ainda que o exame da mostra possa fornecer uma indicação da consistência ou compacidade do
solo, geralmente a informação referente ao estado do solo é considerada com base na resistência que
ele oferece à penetração do amostrador.
Durante a amostragem, são anotados os números de golpes do martelo necessários para cravar cada
trecho de 15 cm do amostrador. Desprezam-se os dados referentes ao primeiro trecho de 15 cm e
define-se resistência à penetração como sendo o número de golpes necessários para cravar 30 cm do
amostrador, após aqueles primeiros 15 cm.
A resistência à penetração é também referida como o número N do SPT ou, simplesmente, como
SPT do solo, sendo o SPT as iniciais de “Standard Penetration Test”.
Quando o solo é tão fraco que a aplicação do primeiro golpe do martelo leva a uma penetração
superior a 45 cm, o resultado da cravação deve ser expresso pela relação deste golpe com a
respectiva penetração. Por exemplo, 1/58.
Em função da resistência à penetração, o estado do solo é classificado pela compacidade, quando
areia ou silte arenoso, ou pela consistência, quando argila ou silte argiloso. Estas classificações são
apresentadas na Tabela 1.1, de acordo com a norma NBR 6484/2001 e com a proposta original de
Terzaghi. As diferenças decorrem do fato da energia de cravação do amostrador ser diferente no
Brasil e nos Estados Unidos, em virtude, principalmente, da maneira diferente como o martelo é
acionado.

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Tabela 1.1 - Estados de compacidade e de consistência dos solos (NBR 6484 / 2001).

Observação 1.1: Como forma de resumo, tem-se que a sondagem a percussão SPT é um
procedimento geotécnico de campo, capaz de amostrar o subsolo. Quando associada ao ensaio de
penetração dinâmica (SPT), mede a resistência do solo ao amostrador ao longo da profundidade
perfurada, e por correlação pode-se estimar a resistência do solo, de forma que ao se realizar uma
sondagem pretende-se conhecer principalmente:
a) o tipo de solo atravessado pela retirada de uma amostra deformada, a cada metro perfurado;
b) a resistência (N) oferecida pelo solo à cravação do amostrador padrão, a cada metro perfurado;
c) a posição do nível ou dos níveis d’água, quando encontrados durante a perfuração.
Observação 1.2: São muitas as maneiras de se relacionar os números do SPT, obtidos na sondagem
à percussão, com a resistência do solo. Uma maneira bastante rápida de se correlacionar esses
valores é usando a fórmula empírica a seguir:

 adm  N  1 (kgf/cm2)
Onde:
 adm é a tensão admissível à compressão do solo, também denominada “taxa do solo”; e,
N é o número de golpes para cravar os últimos 30 cm, ou SPT.

Como exemplo, ao se ter o valor do SPT igual a 10 (N = 10), tem-se para a tensão admissível:

 adm  N  1   adm  10  1
 adm  (3,16  1)kgf / cm 2   adm  2,16kgf / cm 2 ou  adm  21,6ton / m 2

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Observação 1.3: Outra forma bastante utilizada é dividir o valor do SPT por 3; 4 ou 5, dependendo
se o solo for areia, silte ou argila, respectivamente, e assim tem-se a resistência do solo em kgf/cm2.

1.1.7. Apresentação dos resultados


Os resultados são apresentados em perfis do subsolo, como se mostra nas Figura 1.5 e 1.6, onde são
apresentadas as descrições de cada solo encontrado, as cotas correspondentes a cada camada, a
posição do nível d’água (ou níveis d’água) a sua eventual pressão, a data em que foi determinado o
nível d’água e os valores da resistência à penetração do amostrador. Quando não ocorre penetração
de todo o amostrador, registra-se o SPT em forma de fração (por exemplo, 30/14, indicando que
para 30 golpes houve penetração de 14 cm).
Sondagens feitas com proximidade (por exemplo, a cada 20 m) permitem o traçado de seções do
subsolo, que ligam as cotas de materiais semelhantes na hipótese de que as camadas sejam
contínuas.

1.1.8. Programação de sondagens


A programação das sondagens, número, disposição e profundidade dos furos dependem do
conhecimento prévio que se tenha da geologia local, do solo e da obra específica para a qual se está
fazendo prospecção. Recomendações sobre a programação de sondagens são feitas na norma NBR
8036/1983.
Observação 1.4: Recomenda-se também, além das Normas NBR 6484/2001 e 8036/1983, a leitura
das Normas NBR 6122/2010; NBR 9603/1986 e NBR 13441/1995.
As Fotos 4.4 a 1.11 mostram execução de sondagens e as Figuras 1.5 e 1.6 mostram boletins
resultantes da investigação.

1.1.9. Principais Vantagens da Sondagem SPT


a) Custo relativamente baixo;
b) Facilidade de execução e possibilidade de trabalho em locais de difícil acesso;
c) Permite descrever o subsolo em profundidade e a coleta de amostras;
d) Fornece um índice de resistência à penetração correlacionável com a compacidade ou a
consistência dos solos;
e) Possibilita determinação do nível freático (com ressalvas).

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Foto 1.4 – Execução de sondagem. Avanço por lavagem.

Foto 1.5 – Execução de sondagem SPT.

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Foto 1.6 – Material da lavagem do furo de Foto 1.7 – Limpeza do furo de sondagem com
sondagem. o balde.

Foto 1.8 - Limpeza do furo de sondagem com Foto 1.9 – Material da lavagem retirado do
o balde. furo de sondagem.

Foto 1.10 – Solo recuperado no amostrador da Foto 1.11 – Solo recuperado no amostrador da
sondagem. sondagem.

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Folha n.° 01
Altitude Latitude
SPT- 01 Longitude
Nível do terreno
Nível d'água (m) / Data da observacão
Inicial:
Final:

CLIENTE:
LOCAL:

ESCALA: DATA INÍCIO: 4/8/2011 DATA TÉRMINO: 4/8/2011 SONDADOR: Elias

PENETRAÇÃO GRÁFICO
NÍVEL DO LENÇOL

SIMBOLOGIA
ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO
30cm INICIAIS

PROFUNDIDADE (m)
30cm FINAIS
FREÁTICO

(SPT)
30cm INICIAIS CLASSIFICAÇÃO DAS CAMADAS
30cm FINAIS
NÚMERO DE GOLPES
5 10 15 20 25 30 35 40 45
Consistência/
Glanulometria Cor W% Compacidade

Camada Superficial - Argila siltosa vermelha


1
8 5 pouco
Argila siltosa vermelha úmida Mole
2 arenosa
2 2 pouco
Argila siltosa vermelha úmida Muito mole
3 arenosa
2 2 pouco
Argila siltosa vermelha úmida Muito mole
4 arenosa
2 2 pouco
Argila siltosa vermelha úmida Muito mole
5 arenosa
2 2 pouco
NA não encontrado no dia 5/8/2011

Argila siltosa vermelha úmida Muito mole


6 arenosa
2 2 pouco
Argila siltosa vermelha úmida Muito mole
7 arenosa
2 2 pouco
Argila siltosa vermelha úmida Muito mole
8 arenosa
2 2 pouco
Argila siltosa vermelha úmida Muito mole
9 arenosa
2 2 pouco pouco
Argila vermelha úmida Muito mole
10 siltosa arenosa
2 2 pouco pouco
Argila vermelha úmida Muito mole
11 siltosa arenosa
2 2 pouco pouco
Argila vermelha úmida Muito mole
12 siltosa arenosa
3 4 pouco pouco com pedregulho de
Argila vermelha úmida Mole
13 siltosa arenosa fino a médio
4 4 pouco pouco
Argila vermelha úmida Mole
14 siltosa arenosa
4 7 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
15 siltosa arenosa
10 16 pouco pouco
Argila vermelha úmida Rija(o)
16 siltosa arenosa
21 38 vermelha à
Areia variegada
úmida Compacta(o)
17
41 48 Muito
vermelha à
Areia variegada
úmida Compacta(o)
18
54 58 vermelha à Muito
Areia variegada
úmida Compacta(o)
19
Limite da sondagem = 18,45m (58 golpes / 30 cm) Areia vermelha à
20 variegada, úmida, muito compacta.

21

22

23

24

25

26

27

28

29

Amostrador: Ø Externo = 50,8 mm e Ø Interno = 34,9 mm Revestimento: Ø Interno = 2 1/2"

MÉTODO DE AVANÇO

TC - Trado Concha Haroldo Paranhos, MSc. Rideci Farias, DSc.


TH - Trado Helicoidal Engenheiro Civil e Geotécnico Engenheiro Civil e Geotécnico
CA - Circulação de Água CREA 9649/D DF CREA 9736/D PA Referência: P251-08

Figura 1.5 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. não encontrado.

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Folha n.° 01
Altitude Latitude
SPT- 02 Longitude
Nível do terreno
Nível d'água (m) / Data da observacão
Inicial: -13,50m
Final: -13,70m

CLIENTE:
LOCAL:
ESCALA: DATA INÍCIO: 23/1/2009 DATA TÉRMINO: 23/1/2009 SONDADOR: Hildeman

PENETRAÇÃO GRÁFICO

PROFUNDIDADE (m)
NÍVEL DO LENÇOL

SIMBOLOGIA
ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO
30cm INICIAIS
30cm FINAIS
FREÁTICO

(SPT)
30cm INICIAIS CLASSIFICAÇÃO DAS CAMADAS
30cm FINAIS
NÚMERO DE GOLPES
5 10 15 20 25 30 35 40 45
Consistência/
Glanulometria Cor W% Compacidade

Camada Superficial - Argila vermelha, pouco siltosa, pouco arenosa.


1
TC

4 4 pouco pouco
Argila vermelha úmida Mole
2 siltosa arenoso
4 4 pouco pouco
Argila vermelha úmida Mole
NA encontrado a 13,70m da "boca" do furo em 24/01/2009

3 siltosa arenosa
4 4 pouco pouco
Argila vermelha úmida Mole
4 siltosa arenosa
4 4 pouco pouco
Argila vermelha úmida Mole
5 siltosa arenosa
5 6 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
6 siltosa arenosa
6 6 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
7 siltosa arenosa
6 7 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
8 siltosa arenosa
7 7 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
9 siltosa arenosa
6 7 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
10 siltosa arenosa
7 7 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
11 siltosa arenosa
6 6 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
12 siltosa arenosa
7 7 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
13 siltosa arenosa
7 8 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
14 siltosa arenosa
8 8 pouco pouco
Argila vermelha úmida Média(o)
15 siltosa arenosa
25 25 pouco
Silte argiloso variegado úmido Dura(o)
16 arenoso
26 28 pouco
Silte argiloso variegado úmido Dura(o)
17 arenoso
40 52 pouco
Silte argiloso variegado úmido Dura(o)
18 arenoso

Limite da sondagem = 17,45 m (52 golpes / 30 cm)


19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

Amostrador: Ø Externo = 50,8 mm e Ø Interno = 34,9 mm Revestimento: Ø Interno = 2 1/2"

MÉTODO DE AVANÇO

TC - Trado Concha Haroldo Paranhos, MSc. Rideci Farias, DSc.


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CA - Circulação de Água CREA 9649/D DF CREA 9736/D PA Referência: P251-08

Figura 1.6 - Perfil de uma sondagem realizada em Brasília/DF com N. A. encontrado.

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1.2. Sondagem de Penetração Estática – “Cone Penetration Test” (CPT) - NBR 12069
Esta sondagem recebe também o nome de sondagem com cone holandês, por ter sido criada, na
década de trinta, no Laboratório de Mecânica dos Solos de Delf, na Holanda. O equipamento
utilizado consta de hastes emendáveis que apresentam em sua ponta um cone com ângulo de 60º e
uma área de 10 cm2. A penetração do cone é contínua, a uma velocidade de 2 cm/s. O esforço
necessário para a penetração do cone no solo é registrado continuamente. Os valores registrados
medem tanto a resistência de ponta (qc) como o atrito lateral.
A grande vantagem deste tipo de sondagem, em relação à de percussão, é que os resultados são
apresentados ao longo de toda a profundidade da sondagem, ininterruptamente, ao contrário da
percussão que mede o número de golpes em 30 cm de cada metro.
Os resultados obtidos na sondagem com cone recebem o nome de CPT (“Cone Penetration Test”).
Nos equipamentos mais modernos, o cone é elétrico, permitindo que os resultados sejam registrados
em um gráfico simultaneamente à realização da sondagem.
Um dos problemas apresentados por este tipo de sondagem é a possibilidade de desvio do cone
durante a penetração no solo. Por isso, a Norma Brasileira recomenda o uso de inclinômetro,
aparelho que mede ângulos, para profundidades acima de 25 metros. Experiências têm mostrado
que não são obtidos resultados satisfatórios quando a sondagem é realizada em argilas muito moles.
No Brasil, essa modalidade de sondagem ainda não é muito comum, mas vem se desenvolvendo
bastante e não é de duvidar que, em um futuro próximo, substitua a sondagem à percussão.
As Figuras 1.7 a 1.11 mostram o ensaio e tipos de penetrômetros. Já as Fotos 1.12 a 1.16 mostram o
cone, bem como a montagem para execução do ensaio.

Figura 1.7 – Ensaio CPT (a) princípio de funcionamento e (b) vista de um equipamento
(desenvolvido pela COPPE / UFRJ com a GROM – Automação e Sensores)

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Figura 1.8 – Penetrômetros para CPT (a) Delft, (b) Begemann, (c) cone elétrico (FUGRO, tipo
subtração) e (d) piezocone (COPPE / UFRJ, modelo 2), estando indicados: (1) luva de atrito; (2)
anel de vedação de solo; (3) anel de vedação de água; (4) célula de carga total; (5) célula de carga
de ponta; (8) transdutor (medidor) de poro-pressão; (9) elemento poroso.

Figura 1.9 – Ponteira mecânica (Begemann) com luva de atrito lateral (dimensões em mm).

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Figura 1.10 – Resumo de execução da sondagem CPT (Pini).

A Figura 1.11 mostra um perfil típico do ensaio CPTu.

Figura 1.11 – Perfil típico de um ensaio CPTu.

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Figura 1.12 – Esquemático da execução do Foto 1.12 – Cone instrumentado para CPT
ensaio CPT. (CPTU = Piezocone = CPT + poro-pressão).

Foto 1.13 – Cone instrumentado para CPT Foto 1.14 – Ponteira cônica do cone CPT.
(CPTU = Piezocone = CPT + poro-pressão).

Foto 1.15 – Caminhão dotado para execução de Foto 1.16 – Maquinário em esteira dotado para
ensaio CPT (CPTU = Piezocone = CPT + poro- execução de ensaio CPT (CPTU = Piezocone =
pressão). CPT + poro-pressão).

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1.2.1. Relação entre os resultados do CPT e SPT


Na sondagem, se a opção for pelo CPT, deve-se fazer a conversão para o SPT, para se determinar a
resistência do solo usando as fórmulas e tabelas usuais.
A Tabela 1.2, proposta por Danzinger e Velloso, fornece os valores de k que relaciona o número de
golpes do SPT à resistência de ponta (qc) fornecida pela sondagem CPT.
Para se fazer a transposição dos valores de qc para N, usa-se a seguinte relação:
qc
N
k
Observar que para entrar nessa relação o valor de qc deverá ser expresso em MPa (Mega Pascal).

Tabela 1.2 – Valores sugeridos de k (Danzinger e Velloso, 1986, 1995).


Tipo de Solo Valores Sugeridos de k (qc = K.N, k em
MPa/golpe/30 cm)
Areia 0,60
Areia siltosa, areia argilosa, areia com argila 0,53
e silteargila arenosa
Silte, silte arenoso, 0,48
Silte com areia e argila, argila com silte e 0,38
Silteareia
argiloso 0,30
Argila, argila siltosa 0,25

Exercício 1.1 – Seja qc = 2 MPa o valor da resistência de ponta dada pela sondagem CPT e o solo,
um silte argiloso. Determine o valor do SPT.
qc 2MPa
Solução: N  N N  6,7 N6
k 0,30MPa
Observação 1.5: Caso se deseje determinar a taxa do solo diretamente dos valores de qc, pode-se
usar a relação a seguir:
qc
 adm  (MPa), no caso de fundações diretas em argila
10
qc
 adm  (MPa), no caso de fundações diretas em areias
15
Observação 1.6: Lembrar que 1MPa = 10 kgf/cm2.

Exercício 1.2 – Determine a taxa do solo diretamente dos valores de qc, considerando:
a) Fundações diretas em argila:
qc 2MPa
Solução: N  N N  0,2MPa N  2kgf / cm 2
k 10
b) Fundações diretas em areias:
qc 2MPa
Solução: N  N N  0,13MPa N  1,3kgf / cm2
k 15

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Observação 1.7: Para solos coesivos como argilas, a partir do conhecimento da taxa do solo, pode-
se conhecer, além da resistência, o valor da coesão. A coesão e o ângulo de atrito interno do solo
servem para a determinação dos empuxos sobre muros de arrimo. O valor da coesão corresponde à
metade da taxa do solo:
 adm
C
2

1.3. Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundações de


Edifícios (Número e Locação das Sondagens)
O procedimento está explícito na norma NBR 8036/1983: Programação de sondagens de simples
reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Também é importante citar a norma NBR
6484/2001: Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio, como
referência do método de ensaio.
De uma forma geral, o número de sondagens e sua localização em planta dependem do tipo da
estrutura, de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de
sondagens deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das
camadas do subsolo do local em estudo.
O item 4.1.1.2 da NBR 8036/1986 diz que As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada
200 m2 de área da projeção em planta do edifício, até 1200 m2 de área. Entre 1200 m2 e 2400 m2
deve-se fazer uma sondagem para cada 400 m2 que excederem de 1200 m2. Acima de 2400 m2 o
número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em
quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser:
a) dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m2;
b) três para área entre 200 m2 e 400 m2.

O item 4.1.1.3 diz que Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios,
como nos estudos de viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser fixado de
forma que a distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três sondagens.
Observação 1.8: Para uma residência de pequeno porte recomenda-se que a locação dos furos de
sondagem se dê em função da localização/concentração das cargas estruturais de maior magnitude
obtidas no projeto estrutural (exemplo: caixa de escada, caixa d’água, grandes vãos, etc).

Tabela 1.3 – Número mínimo de furos de sondagens.


Área (m2) Nº de Furos
< 200 2
200 – 400 3
400 – 600 3
600 – 800 4
800 – 1000 5
1000 – 1200 6
1200 – 1600 7
1600 – 2000 8
2000 – 2400 9
> 2400 A critério do projetista

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10m 10m 20m 20m 20m 20m

20m

30m 30m

40m
30m

40m

Figura 1.13 – Sugestão de locação de furos de sondagem para edificações.


Observação 1.9: Recomenda-se cobrir toda a área carregada. Em termos práticos recomenda-se
também que a distância entre furos não seja superior a 30 metros.
Observação 1.10: Em termos de profundidade recomenda-se que as sondagens devam ser levadas
até a profundidade onde o solo não seja mais significativamente solicitado pelas cargas estruturais,
fixando-se como critério aquela profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devida às
cargas estruturais aplicadas, for menor do que 10% da pressão geostática efetiva. Importante
observar também os critérios de paralisação, para o SPT, de acordo com o especificado pela norma
NBR 6484 / 2001.

1.4. Critérios de Paralisação da Sondagem SPT (Item 6.4 da NBR 6484:2001)


Em termos de paralisação da sondagem SPT a Norma NBR 6484:2001, apresenta:

“6.4 Critérios de paralisação


6.4.1 O processo de perfuração por circulação de água, associado aos ensaios penetrométricos,
deve ser utilizado até onde se obtiver, nesses ensaios, uma das seguintes condições:
a) quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15 cm iniciais do
amostrador-padrão;
b) quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm iniciais do
amostrador-padrão; e
c) quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 45 cm do amostrador-
padrão.
6.4.2 Dependendo do tipo de obra, das cargas a serem transmitidas às fundações e da natureza do
subsolo, admite-se a paralisação da sondagem em solos de menor resistência à penetração do que
aquela discriminada em 6.4.1, desde que haja uma justificativa geotécnica ou solicitação do
cliente.
6.4.3 Quando forem atingidas as condições descritas em 6.3.12 c) e após a retirada da composição
com o amostrador, deve em seguida ser executado o ensaio de avanço da perfuração por
circulação de água.
6.4.3.1 O ensaio de avanço da perfuração por circulação de água consiste no emprego do
procedimento descrito em 6.2.5.
6.4.3.2 O ensaio deve ter duração de 30 min, devendo-se anotar os avanços do trépano obtidos em
cada período de 10 min.
6.4.3.3 A sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço da perfuração por
circulação de água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de 10 min ou

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quando, após a realização de quatro ensaios consecutivos, não for alcançada a profundidade de
execução do SPT.
Quando da ocorrência destes casos, constar no relatório a designação de impenetrabilidade ao
trépano de lavagem.
6.4.4 Caso haja necessidade técnica de continuar a investigação do subsolo até profundidades
superiores àquelas limitadas em 6.4.1, o processo de perfuração por trépano e circulação de água
deve prosseguir até que sejam atingidas as condições expressas em 6.4.3.3, devendo, então, a
seguir ser substituído pelo método de perfuração rotativa.
6.4.5 Caso ocorra a situação descrita em 6.3.12 c), antes da profundidade estimada para
atendimento do projeto, a sondagem deve ser deslocada, no mínimo duas vezes para posições
diametralmente opostas, a 2 m da sondagem inicial, ou conforme orientação do cliente ou seu
preposto.”

1.5. Sondagem Rotativa (SR)


A sondagem rotativa é um tipo de investigação feita com um tubo, denominado barrilhete, dotado
de uma peça cortante, feita com um material de alta dureza (coroa) em uma ponta, que perfura o
terreno através de um movimento de rotação. Geralmente o barrilete é constituído de uma camisa
livre em seu interior para preservar o testemunho do terreno. Para rochas brandas utiliza-se coroa
com pastilhas de vídia. Para rochas de média e alta dureza emprega-se coroa com diamante
industrial, na forma de pequenos grãos incrustados ou grânulos disseminados numa matriz, formada
pela mistura de vários metais, submetidos à sintetização.
Existem barriletes e coras de várias dimensões para permitir a execução das perfurações em série
telescópica. Com isso é possível manter protegido, com revestimento, parte da parede do furo,
constituído por material que pode desmoronar, enquanto a perfuração prossegue com um diâmetro
menor.
As Fotos 1.17 e 1.18, a seguir, apresentam a coroa com pastilha de vídia e barrilete, e as Fotos 1.19
e 1.20 mostram testemunhos obtidos em sondagens rotativas.

Foto 1.17 – Coroa com pastilha de vídia.

Foto 1.18 – Barrilete.

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Foto 1.19 – Caixa com testemunhos obtidos em sondagem rotativa.

Foto 1.20 – Caixas com testemunhos obtidos em sondagem rotativa.

A série de diâmetros padronizados é denominada com as letras EW, AW, BW, NW, HW, etc. a
primeira letra corresponde ao diâmetro do furo e a segunda (W) indica rosca padronizada da
composição de perfuração. Os diâmetros mais comuns de furos e testemunhos estão indicados na
Tabela 1.4.

Tabela 1.4 – Diâmetros mais comuns de furos e testemunhos.


DIÂMETRO DO DIÂMETRO DO
DENOMINAÇÃO
FURO (mm) TESTEMUNHO (mm)
EW 37,71 21,46
AW 48,00 30,10
BW 59,94 42,04
NW 75,69 54,73
HW 99,23 76,20

O equipamento básico para sondagem rotativa consta de uma sonda motorizada, bomba de água,
hastes, barriletes e coroas, apresentadas nas Fotos 1.21 e 1.22.

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Foto 1.21 – Sonda rotativa motorizada e Bomba de água (Fabricante Maquesonda).

Foto 1.22 – Sonda rotativa motorizada (Fabricante Sondeq).

As sondas geralmente imprimem o avanço da perfuração pressionando o hasteamento rotatório com


macacos hidráulicos.
A operação da sondagem rotativa se faz por ciclos sucessivos de corte e retirada dos testemunhos do
interior do barrilete, procedimento este denominado manobra. O avanço em cada manobra depende
basicamente da qualidade do material que está sendo perfurado. Quando a rocha é de boa qualidade,
o comprimento de testemunho obtido em cada manobra pode ser quase igual ao comprimento do
barrilete (2 a 5 m). Entretanto, quando ocorre perda ou destruição de material, em terrenos de difícil
amostragem, o comprimento de cada manobra deve ser diminuído, até o mínimo necessário.
Para que o maciço rochoso seja bem representado pelo testemunho, recomenda-se que em cada
manobra o comprimento da amostra não seja inferior a 95% do avanço.
Intervalos localizados com baixa recuperação, dentro de um conjunto de boas amostras, podem ter

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origem em uma porção excepcionalmente ruim do maciço ou em algum problema no


funcionamento do barrilete. Os trechos com baixa recuperação devido à deficiência de operação do
equipamento devem ser indicados na caixa de testemunho e no boletim de sondagem. Nas
perfurações em rochas calcárias e efusivas basálticas ocorrem, por vezes, cavidades com água ou
lama, onde o avanço da sonda se faz sem qualquer resistência e também devem ser indicadas.
Enfim, todos os fatos ocorridos durante a execução de uma sondagem devem ser criteriosamente
registrados para que os resultados da investigação possam ser corretamente interpretados.
Os testemunhos obtidos nas sondagens devem ser guardados em caixas de madeira ou de plástico
com tampa. Eles devem ser dispostos na seqüência exata de sua posição no furo, da esquerda para a
direita e de cima para baixo, tal como a escrita de um texto.
Quando, no local da sondagem rotativa, existe uma cobertura de material terroso, acima do maciço
rochoso, o procedimento rotativo tem inicio a partir da profundidade em que a resistência do
material atinge 50 golpes para 30 cm no ensaio SPT. Neste caso, a sondagem também é denominada
sondagem mista e a sigla utilizada é SM.
Após o término da sondagem, alguns projetos exigem a realização de ensaios especiais, tais como
permeabilidade com a sonda hidráulica multiteste – SHIM, obtenção das direções das estruturas
geológicas por meio de obturadores de impressão, ensaios geotécnicos de crosshole e tomografia,
etc.
Os furos das sondagens rotativas, a menos de quando não aproveitados como piezômetros, devem
ser totalmente preenchidos com calda de areia e cimento após sua conclusão, pois, deixados abertos,
podem promover a interligação de aqüíferos confinados, alterando as condições hidrogeotécnicas
locais. Em várias obras de barragens em basalto e túneis sob rios, furos de investigações, deixados
abertos, apresentaram grandes vazões nas escavações.

1.5.1. RQD (Rock Quality Designation) ou Índice de Qualidade da Rocha


O RQD foi criado em 1967, por DU Deere. É obtido considerando-se, para o comprimento do
testemunho, apenas os fragmentos com 10 cm ou mais. Assim, os pequenos fragmentos, devido à
alta fragmentação da rocha, são desprezados. Esta determinação é geralmente utilizada para
barriletes duplos com diâmetros maiores que 76 mm. Conforme o Resultado do RQD pode-se
classificar o maciço rochoso pela Tabela 1.5.

Comprimento de fragmentos recuperados (igual ou maiores que 10 cm)


RQD (%)  x100
Comprimento total da manobra

Tabela 1.5 – Qualidade do maciço rochoso pelo RQD.


RQD (%) Qualidade do Maciço Rochoso
0 – 25 Muito fraco
25 - 50 Fraco
50 – 75 Regular
75 – 90 Bom
90 - 100 Excelente

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1.5.2. Percentagem de Recuperação


É obtida dividindo-se o comprimento total dos testemunhos pelo comprimento total da manobra. A
Tabela 1.6 mostra o tipo rocha em função da Recuperação.

Comprimento total dos testemunhos


R(%)  x100
Comprimento total da manobra

Observação 1.11 – Este resultado é muitas da vezes mais em função da qualidade da sondagem do
que da qualidade da rocha.

Tabela 1.6 – Tipo de rocha em função da recuperação.


Tipo de Rocha R (%)
Boa qualidade > 80
Medianamente alterada 80 – 50
Muito alterada < 50

A seguir, na Figura 1.14, mostra-se um exemplo para a determinação do RQD e a percentagem de


recuperação.

Testemunho Recuperado (cm) Recuperação Modificada (cm)


150 cm

Recuperação =
129 86
= 86% RQD = = 57%
150 150

Figura 1.14 – Exemplo de determinação do RQD (Rock Quality Designation).


A Figura 1.15 mostra um laudo de uma sondagem mista (SPT + rotativa).

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Figura 1.15 – Laudo de uma sondagem mista (SPT + Rotativa).

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2.0. TIPOS DE FUNDAÇÕES


Tem-se que a fundação é o elemento estrutural que transfere ao terreno as cargas que são aplicadas
à estrutura, ou seja, é o elemento de transição entre a estrutura e o solo.
Dessa forma, há dois grupos definidos segundo a forma de transmissão das cargas ao solo que são
as fundações superficiais, também denominadas de rasas ou diretas, e as profundas. Dentro desses
dois grandes grupos, têm-se as subdivisões, conforme mostra a Figura 2.1.

1.1.1. Isolada
1.1.2. Associada
1.1. Sapata
1.1.3. Corrida
1.1.4. Sapata alavancada / Sapata de divisa (Sapata excêntrica)

1.0. Superficial (Rasa ou Direta)


1.2. Bloco

1.3.1. Simples
1.3. Radier 1.3.2. Armado
1.3.3. Protendido

2.1.1. Pré-moldada ou pré-fabricada de concreto


2.1.2. Estaca de reação (mega ou prensada)
Principais Tipos de Fundações
2.1.3. Concreto moldada "in loco"
2.1.3.1. Raiz
2.1.3.2. Escavada com injeção ou microestaca
2.1.3.3. Escavada mecanicamente
2.1.3.4. Strauss
2.1. Estaca 2.1.3.5. Escavada com fluido estabilizante
2.1.3.6. Franki
2.0 Profunda
2.1.3.7. Hélice contínua monitorada
2.1.3.8. Hélice de deslocamento monitorada
2.1.3.9. Trado vazado segmentado
2.1.4. Estaca mista (madeira, aço, concreto pré-moldado etc.)
2.1.5. Metálica ou de aço
2.1.6. Madeira

2.2.1. A céu aberto


2.2. Tubulão
2.2.2. A ar comprimido

Figura 2.1 – Principais tipos de fundações.

2.1. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL (RASA OU DIRETA)


É o elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a
base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é
inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. A carga é transmitida ao solo por pressões na
base da fundação.
Costuma-se utilizar esse tipo de fundação quando o solo, nas primeiras camadas, tenha resistência
suficiente para suportar as cargas atuantes.
De forma prática, em pequenas edificações, é comum considerar-se técnica e economicamente
adequado o uso de fundação direta quando o SPT for igual ou maior que 8 (oito) e a profundidade
de escavação de 2 (dois) metros. O primeiro limite indica a resistência mínima necessária para o uso
de fundação direta, e o limite de profundidade está relacionado ao custo da escavação de reaterro
necessário para a execução da fundação, acima do qual o uso da fundação direta se torna
antieconômico. Entretanto, é importante ressaltar que se está falando de situações corriqueiras e que
há particularidades que podem divergir do descrito.
Deve-se também atentar que os critérios descritos são válidos quando o SPT aumentar para as
camadas mais profundas, ou se mantiver, ao longo da profundidade. Se houver mudança brusca,
para valores inferiores do SPT, deve-se verificar a influência das tensões nas camadas mais
profundas.

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2.1.1. Sapata
É o elemento de fundação superficial, de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões
de tração nele resultantes sejam resistidas pelo emprego de armadura especialmente disposta para
esse fim. As Fotos 2.1 a 2.10 mostram a execução de sapatas.

Foto 2.1 – Área a ser escavada para execução Foto 2.2 – Montagem da forma para a
de sapata. execução de sapata.

Foto 2.3 – Montagem da forma para a Foto 2.4 – Montagem da forma para a
execução de sapata. execução de sapata.

Foto 2.5 – Montagem da forma para a Foto 2.6 – Bomba para a concretagem da
execução de sapata. sapata.

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Foto 2.7 – Execução de sapata. Foto 2.8 – Sapata concretada.

Foto 2.9 – Sapata concretada. Foto 2.10 – Sapata já executada.

Figura 2.2 – Ligação entre sapatas pela cinta (viga baldrame). Figura da internet.

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2.1.1.1. Sapata isolada


Transmite para o terreno cargas pontuais ou concentradas, como as cargas de pilares e as reações de
vigas na fundação (vigas baldrames). As Figuras 2.2 e 2.3 mostram sapatas isoladas.

Rodapé (mínimo de 10 cm de espessura).

Figura 2.3 – Esquema de uma sapata isolada.

Figura 2.4 – Perspectiva de uma sapata isolada.

2.1.1.2. Sapata associada


É a sapata comum a mais de um pilar.

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Viga de rigidez (V. R.)

Figura 2.5 – Perspectiva de uma sapata associada.

2.1.1.3. Sapata corrida


É a sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo
alinhamento. As Figuras 2.6 e 2.7 mostram vistas de sapatas corridas.

Alvenaria (ou concreto)

Concreto

Ferragem

Regularização concreto não estrutural. Espessura mínima de 5 cm.

Figura 2.6 – Esquema de uma sapata corrida.

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Parede de alvenaria (ou concreto)

Figura 2.7 – Perspectiva de uma sapata corrida.

2.1.1.4. Sapata em divisa (Sapata excêntrica) / Sapata alavancada


Bastante utilizada quando o pilar se encontra faceando a divisa da construção, seja com terreno
vizinho ou com área pública, pois, tem-se que não se pode avançar com a fundação além da divisa.
Dessa forma, pode-se utilizar, em fundação direta, a sapata excêntrica ou a viga alavancada.
Quando a carga do pilar se encontra fora do centro de gravidade da sapata, esta é denominada
sapata excêntrica. Essa situação provoca uma distribuição não uniforme de tensões no solo e
também a ocorrência de momento fletor no pilar, ocasionando alterações no seu comportamento.
Divisa
e ( = excentricidade)

CG da sapata
B


Solução não permitida (avanço à vizinhança)

s (máx) <  s

Figura 2.8 – Sapata em divisa.

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Figura 2.9 – Perspectiva de uma sapata alavancada.

Figura 2.10 – Sapata como viga de equilíbrio.

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Viga alavanca
e

Divisa

Figura 2.11 – Sapata com viga alavanca.

Divisa

P2

S2

Eixo da viga alavanca

P1

CG da sapata Viga alavanca

S1

Divisa

Figura 2.12 – Sapata com viga alavanca.

2.1.2. Bloco
É o elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração
nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura.

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a) Bloco escalonado. b) Bloco sem escalonamento.

Figura 2.13 – Esquema de blocos de fundação.

Figura 2.14 – Perspectiva de bloco de fundação sem escalonamento.

2.1.3. Radier
É o elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos os pilares de uma estrutura,
distribuindo os carregamentos.
Comumente a utilização de sapatas corridas é adequada economicamente enquanto sua área em
relação à da edificação não ultrapasse 50%. Caso contrário, é mais vantajoso reunir todas as sapatas
num só elemento de fundação denominado radier (Figuras 2.15 e 2.16). Este é executado em
concreto armado, uma vez que, além de esforços de compressão, devem resistir a momentos
provenientes dos pilares diferencialmente carregados, e ocasionalmente a pressões do lençol
freático (necessidade de armadura negativa). O fato de o radier ser uma peça inteiriça pode lhe
conferir uma alta rigidez, o que muitas vezes evita grandes recalques diferenciais (BRITO,1987).
Outra vantagem é que a sua execução cria uma plataforma de trabalho para os serviços posteriores;
porém, em contrapartida, impõe a execução precoce de todos os serviços enterrados na área do
radier (instalações sanitárias, etc.).

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P1 P2 P2

Pilar

Radier

Figura 2.15 – Esquema de radier de fundação.

Pilar

Radier

Figura 2.16 – Perspectiva de um radier.

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Foto 2.11 – Radier armado. Foto 2.12 – Radier armado.

Foto 2.13 – Radier armado. Foto 2.14 – Radier armado.

Foto 2.15 – Radier armado. Foto 2.16 – Radier protendido.

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Foto 2.17 – Fotos relativas a radier protendido.

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2.2. FUNDAÇÃO PROFUNDA


É o elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou
por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta
ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no
mínimo 3,0 m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões.

2.2.1. Estaca
É o elemento de fundação profunda executado linearmente por equipamentos ou ferramentas, sem
que, em qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas. Os materiais empregados poder
ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco ou pela combinação dos
anteriores.

2.2.1.1. Estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto


Estaca constituída de segmentos de concreto pré-moldado ou pré-fabricado e introduzida no terreno
por golpes de martelo de gravidade, de explosão, hidráulico ou martelo vibratório. Para fins
exclusivamente geotécnicos não há distinção entre estacas pré-moldadas e pré-fabricadas, sendo,
comumente, denominadas de pré-moldadas.

Foto 2.18 – Estaca pré-moldada circular de Foto 2.19 – Estaca pré-moldada de concreto.
concreto. Estacas quadradas e circular vazada.

Foto 2.20 – Bate-estaca de gravidade Foto 2.21 – Bate-estaca hidráulico.


(convencional).

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2.2.1.2. Estaca de reação (mega ou prensada)


Estaca introduzida no terreno por meio de macaco hidráulico reagindo contra uma estrutura já
existente ou criada especificamente para esta finalidade.

Foto 2.22 – Fuste circular para estaca mega. Foto 2.23 – Fuste hexagonal para estaca mega.

Foto 2.24 – Fuste circular, execução e ilustração para estaca mega.

Foto 2.25 – Estaca mega executada em Foto 2.26 – Estaca mega executada em
concreto. concreto.

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2.2.1.3. Estaca de concreto moldada “in loco”


Estaca executada preenchendo-se, com concreto ou argamassa, perfurações previamente executadas
no terreno.

2.2.1.3.1. Estaca raiz


Estaca armada e preenchida com argamassa de cimento e areia, moldada in loco executada através
de perfuração rotativa ou rotopercussiva, revestida integralmente, no trecho em solo, por um
conjunto de tubos metálicos recuperáveis.

2.2.1.3.1.1 Principais aplicações


a) Reforço de fundações;
b) Fundação de difícil execução pelos métodos tradicionais quer pela ocorrência de matacões no
subsolo, quer pela exigüidade de espaço em superfície e pé direito reduzido;
c) Reforço de cais de atracação;
d) Fundação de bases de equipamentos em unidades industriais em operação;
e) Fundações em pontes;
f) Paredes de contenção para proteção de escavações nas imediatas vizinhanças de construções
existentes (estacas justapostas);
g) Contenção de taludes;
h) Proteção para escavação de galerias de metrôs em centros habitados;
i) Fundações de máquinas sujeitas à vibração;
j) Ancoragem de muros de arrimo e paredes diafragma;
k) Tirante-raiz;
l) Fundações de cambotas de túneis em fases construtivas.

2.2.1.3.1.2 Principais características


a) Alta capacidade de carga com recalques bastante reduzidos;
b) Possibilidade de execução em áreas restritas e alturas limitadas com perturbação mínima do
ambiente circundante;
c) Executável em diversos tipos de terrenos e em direções especiais, com utilização quer a
compressão, quer a tração.

2.2.1.3.1.3 Método executivo

Figura 2.17 – Fases de execução de estaca-raiz.

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(b) (c)
(a)

(d) (e) (f)

(g) (h) (i)

(j)

Figura 2.18 (a) - (j) – Fases de execução de estaca-raiz.

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Foto 2.27 – Execução de estaca-raiz em rocha. Foto 2.28 – Execução de estaca-raiz.


Obra Ponte Estaiadas – São Paulo/SP.

Foto 2.29 – Cortina de estaca-raiz. São Paulo. Foto 2.30 – Estaca-raiz em local com pé-direito
reduzido – Edifício Núncio Malzoni, Santos/SP.

Foto 2.31 – Estaca-raiz com utilização de Foto 2.32 – Martelo de fundo utilizado em
martelo de fundo. Jurubatuba/SP. rocha.

a) Perfuração: Executada em direção vertical ou inclinada, mediante o uso de rotação ou


rotopercussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido, e pode, por meio de
ferramentas especiais, atravessar terrenos de qualquer natureza, inclusive alvenarias, concreto
armado, rochas ou matacões.

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a.1) Perfuração em Solo: Executada por rotação com revestimento contínuo do furo e com auxílio
de um fluido em circulação (geralmente água). O revestimento de perfuração possui na base uma
ferramenta (coroa), dotadas de pastilhas de metal duro, de diâmetro ligeiramente superior ao do
revestimento. Os detritos resultantes da perfuração são trazidos à superfície pelo fluido em
circulação através do interstício anelar que se forma entre o tubo e o terreno.
Isto determina que o diâmetro acabado da estaca seja sempre maior que o diâmetro nominal do
instrumento de perfuração.
À medida que se prossegue a perfuração, o revestimento metálico penetra no terreno e os vários
segmentos são ligados entre si por juntas rosqueadas.
a.2) Perfuração em Rocha: Ao atingir a rocha, e havendo a necessidade de penetrá-la, esta
perfuração é feita normalmente utilizando martelo de fundo a roto-percussão até a cota de projeto.
b) Armadura: Completada a perfuração com revestimento total do furo, é colocada a armadura
necessária ao longo da estaca, procedendo-se a concretagem do fuste com a correspondente retirada
do tubo de revestimento;
c) Concretagem: A concretagem é executada de baixo para cima, pela introdução do tubo de
concretagem no interior do tubo de perfuração. Através deste tubo é lançada a argamassa de
cimento.
A concretagem de baixo para cima garante que a água (ou lama de perfuração) seja deslocada para
fora e seja substituída pela própria argamassa. Durante esta operação o furo permanece sempre
revestido e a operação se realiza com o máximo de segurança.
Uma vez que o tubo de perfuração esteja preenchido de argamassa, procede-se a extração da coluna
de perfuração com ferramenta adequada, ao mesmo tempo em que se aplica ar comprimido, nos
casos em que as características do terreno assim o exigirem.
Com este procedimento, além de se aumentar substancialmente o valor do atrito lateral, garante-se
também a integridade do fuste, permitindo que se considere a resistência da argamassa no
dimensionamento estrutural da estaca, conseguindo-se, deste modo, uma sensível redução na
armadura e, conseqüentemente, no custo final da estaca.
Dentre os vários tipos de estaca injetada, com e sem pressão mantida, podemos afirmar que a estaca
raiz apresenta a menor relação custo/carga, além de facilmente permitir o controle de qualidade
realizado através de provas de carga.

2.2.1.3.2. Estaca escavada com injeção ou microestaca


Estaca moldada in loco, armada, executada através de perfuração rotativa ou roto-percussiva e
injetada com calda de cimento por meio de um tubo com válvulas (manchete).
Fazer desenho esquemático da micro estaca.

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Figura 2.19 – Micro estaca. Perfuração, instalação e Figura 2.20 – Detalhe do obturador de
injeção. injeção.

2.2.1.3.3. Estaca escavada mecanicamente (broca mecanizada)


Estaca executada por perfuração do solo através de trado mecânico, sem emprego de revestimento
ou fluido estabilizante. Um caso particular da estaca escavada mecanicamente é a estaca broca
executada, usualmente, por perfuração com trado manual.

Foto 2.33 – Perfuratriz montada sobre Foto 2.34 – Perfuratriz montada sobre esteira.
caminhão.

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Foto 2.35 – Perfuração com trado mecânico. Foto 2.36 – Perfuração com trado mecânico.

2.2.1.3.4. Estaca Strauss


Estaca executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira e revestimento total com camisa
metálica, realizando-se o lançamento do concreto e retirada gradativa do revestimento com
simultâneo apiloamento do concreto.

Foto 2.37 – Esquema básico de execução da Foto 2.38 – Esquema básico de execução da
estaca Strauss. estaca Strauss.

Foto 2.39 – Execução da estaca Strauss. Foto 2.40 – Execução da estaca Strauss.

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Foto 2.41 – Execução da estaca Strauss. Foto 2.42 – Execução da estaca Strauss.

2.2.1.3.4.1 Principais características


a) A estaca Strauss é um equipamento leve e econômico;
b) Baixas trepidações e vibrações em prédios vizinhos;
c) Facilidade de locomoção dentro da obra;
d) Possibilidade de verificar, durante a perfuração, a presença de corpos estranhos ou matações no
solo, permitindo a mudança de locação da concretagem.
Após a conclusão da perfuração, é feita a completa remoção de resíduos através de uma sonda. Em
seguida, lança-se água no interior da tubulação para a limpeza dos tubos e do soquete, que é
posicionado acima do tubo. Em seguida, o concreto, previamente preparado, é lançado no interior
dos tubos através do funil, em quantidade suficiente para a produção de uma coluna com,
aproximadamente, 1,00 m de diâmetro.
Sem sacar a tubulação, apiloa-se o concreto com o soquete, formando uma espécie de bulbo, pela
expulsão do concreto.
Para execução do fuste, o concreto é lançado dentro do tubo. À medida que é apiloado, o tubo vai
sendo retirado com o uso do guincho.

2.2.1.3.5. Estaca escavada com fluido estabilizante


Estaca moldada in loco, sendo a estabilidade da parede da perfuração assegurada pelo uso de fluido
estabilizante ou água quando tiver revestimento metálico. Recebe a denominação de estaca
escavada quando a perfuração é feita por uma caçamba acoplada a uma perfuratriz, e estaca barrete
quando a seção for retangular e escavada com utilização de clam-shell.

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Figura 2.21 – Sequência executiva de parede-diafragma e estaca barrete moldada in loco


(Brasfond).

Foto 2.43 – Equipamento para execução de Foto 2.44 – Clam Shell hidráulico
parede diafragma e estaca barrete, montado (Brasfond).
em guindaste Bucyrus (Geyer).

2.2.1.3.6. Estaca Franki


Estaca moldada in loco executada pela cravação, por meio de sucessivos golpes de um pilão, de um
tubo de ponta fechada por uma bucha seca constituída de pedra e areia, previamente firmada na
extremidade inferior do tubo por atrito. Esta estaca possui base alargada e é integralmente armada.

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A cravação do tubo Franki no solo provoca um deslocamento das partículas. Com isto diminui o
índice de vazios do solo, aumentando sua resistência e absorção de cargas.
A elevada energia proporcionada pelo processo FRANKI ao injetar o material de compactação
(pedra + areia), provoca uma forte compactação no solo aumentando ainda mais a resistência do
mesmo.
A compactação é realizada em profundidade e visa melhorar as condições existentes no solo.
Conferindo à estaca um acréscimo na resistência da base e na resistência do fuste, por conseguinte,
aumentando a capacidade de carga da estaca e diminuindo o seu comprimento.

2.2.1.3.6.1 Principais características


As estacas Franki são executadas pela cravação de um tubo por meio de sucessivos
golpes de um pilão em uma bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo. Atingida a
cota de apoio, procede-se à expulsão da bucha, execução de base alargada, instalação da armadura e
execução do fuste de concreto apiloado com a simultânea
retirada do revestimento.
A execução da estaca pode apresentar alternativas executivas em relação aos
procedimentos da estaca padrão como, por exemplo: perfuração interna (denominado
“cravação à tração”), fuste pré-moldado; fuste encamisado com tubo metálico perdido;
fuste executado com concreto plástico vibrado ou sem execução de base alargada.

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Figura 2.22 – Processo básico da estaca Franki.

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Foto 2.45 – Equipamento para estaca Franki. Foto 2.46 – Equipamento para estaca Franki.

Foto 2.47 – Pilão Franki. Foto 2.48 – Pilão Franki.

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Foto 2.49 – Camisas metálicas Franki. Foto 2.50 – Brita da bucha.

Foto 2.51 – Concretagem da estaca Franki. Foto 2.52 – Cravação da camisa metálica.

Foto 2.53 – Concreto da estaca Franki.


Foto 2.54 – Concretagem da estaca Franki.

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Foto 2.55 – Concretagem da estaca Franki. Foto 2.56 – Concretagem da estaca franki.

Foto 2.58 – Extração da camisa.


Foto 2.57 – Concretagem da estaca franki.

Foto 2.59 – Concreto da estaca Franki. Foto 2.60 – Concretagem da estaca Franki.

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2.2.1.3.7. Estaca hélice contínua monitorada


Estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução, por rotação, de um trado
helicoidal contínuo no terreno e injeção de concreto pela própria haste central do trado
simultaneamente com a sua retirada, sendo que a armadura é introduzida após a concretagem da
estaca.

Foto 2.61 – Hélice contínua (Modelo EM Foto 2.62 – Hélice contínua (Modelo EM
1000/32, CZM). 800/30, CZM).

Figura 2.23 – Processo básico de execução da estaca hélice contínua.

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2.2.1.3.8. Estaca hélice de deslocamento monitorada (estaca ômega)


Estaca de concreto moldada in loco que consiste na introdução de um trado apropriado no terreno,
por rotação, sem que haja retirada de material, o que ocasiona um deslocamento do solo junto ao
fuste e à ponta. A injeção de concreto é feita pelo interior do tubo central em torno do qual estão
colocadas as aletas do trado simultaneamente à sua retirada por rotação.

2.2.1.3.8.1 Processo executivo


a) Perfuração
A perfuração é feita por rotação, da haste penetrando no terreno através de deslocamento lateral do
solo. O trado é constituído de tal maneira que a parte inferior do trado promove o corte do terreno e
a parte superior empurra o solo lateralmente. Em camadas mais resistentes pode ser necessária a
utilização de “pull down” para auxilio na perfuração.
b) Concretagem
Atingida a profundidade do projeto, que sempre é calculada previamente por processos estáticos,
inicia-se a concretagem. A concretagem é iniciada com a subida simultânea da haste com o trado
girando e o bombeamento do concreto. À medida que a ferramenta de perfuração sobe; o concreto é
bombeado através da tubulação interna da haste. O processo de giro lento faz com que o trado
pressione o terreno contra o solo sem ocorrência de transporte de solo.
A concretagem pode ser levada até a cota de arrasamento ou até o nível do terreno, dependendo se a
armadura é colocada antes da concretagem ou à posteriori. Os controles de concretagem são
monitorados eletronicamente semelhantes às estacas hélice contínua.
c) Instalação da Armação
A armação nas estacas hélice com deslocamento pode ser feita antes da concretagem através da
colocação de um feixe de armação no tubo central. A armação também pode ser colocada após o
término da concretagem, como normalmente executada nas estacas hélice contínua tradicionais.
Este tipo de estacas tem vantagens de comprimir o solo melhorando o atrito lateral, elimina retirada
de terra, permite colocação de armação em praticamente toda extensão de estaca, embora com
diâmetro reduzido.

Figura 2.24 – Detalhe do elemento de perfuração.

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Foto 2.63 – Equipamento para hélice contínua Foto 2.64 – Equipamento para hélice
de deslocamento monitorada. contínua de deslocamento monitorada.

Foto 2.65 – Processo básico de execução da estaca hélice contínua de deslocamento.

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2.2.1.3.9. Estaca trado vazado segmentado


Estaca moldada in loco executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado
helicoidal constituído por segmentos de pequeno comprimento (aproximadamente 10 m)
rosqueados e injeção de concreto pela própria haste central do trado simultaneamente à sua retirada.

Foto 2.66 – Estaca trado vazado segmentado. Foto 2.67 – Estaca trado vazado segmentado.

Foto 2.68 – Estaca trado vazado segmentado.

Foto 2.69 – Estaca trado vazado segmentado.

2.2.1.4. Estaca mista


Estaca constituída por dois segmentos de materiais diferentes (madeira, aço, concreto pré-moldado,
concreto moldado in loco etc.).

2.2.1.5. Estaca metálica ou de aço


Estaca cravada, constituída de elemento estrutural produzido industrialmente, podendo ser de perfis
laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos com ou
sem costura e trilhos.

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Foto 2.70 – Cravação de perfil metálico. Foto 2.71 – Cravação de perfil metálico.

2.2.2. Tubulão
É o elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo menos na sua etapa final, há
descida de pessoas, que se faz necessária para executar o alargamento de base ou pelo menos a
limpeza do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas
preponderantemente pela ponta.

2.2.2.1. Tubulão a céu aberto


Este tipo de fundação é empregado acima do lençol freático, ou mesmo abaixo dele, nos casos em
que o solo se mantenha estável sem risco de desmoronamento e seja possível controlar a água do
interior do tubulão, respeitando-se as Normas de segurança, em particular conforme a Portaria 3.214
do Ministério do Trabalho e Emprego – NR 18.

Foto 2.72 – Escavação de fuste para tubulão. Foto 2.73 – Sarilho para retirada de material do
tubulão a céu aberto.

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Foto 2.74 – Alargamento de base de tubulão a Foto 2.75 – Ferragem para tubulão.
céu aberto.

2.2.2.2. Tubulão a ar comprimido


Este tipo de solução é empregado sempre que se pretende executar tubulões abaixo do nível d’água
em solos que não atendam à condições J. 2. A escavação do fuste destes tubulões é sempre realizada
com auxílio de revestimento que pode ser de concreto ou de aço (perdido ou recuperado).

Figura 2.25 – Processo básico de execução de tubulão a ar comprimido (Pine).


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Foto 2.76 – Tubulão a ar comprimido. Foto 2.77 – Tubulão a ar comprimido.

Foto 2.78 – Tubulão a ar comprimido. Foto 2.79 – Concretagem do tubulão a ar


comprimido.

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3.0. CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÕES


A escolha de uma fundação para uma determinada construção só deve ser feita após constatar que a
mesma satisfaz as condições técnicas e econômicas da obra em apreço. Para tanto, devem ser
conhecidos, ao mínimo, os seguintes elementos:
a) sondagem da área em que vai se construir (tipo do solo, nível d’água, etc.);
b) grandeza das cargas a serem transmitidas à fundação;
c) topografia da área (levantamento topográfico planialtimétrico; dados sobre taludes e encostas no
terreno ou que possam atingir o terreno);
d) arquitetura da edificação com vistas a verificar cotas, subsolos, etc.;
e) proximidade dos edifícios limítrofes, bem como o tipo de fundação e estado desses edifícios
limítrofes;
f) limitação dos tipos de fundação existentes no mercado (disponibilidade de equipamentos, mão de
obra etc.);
A escolha é por eliminação dentre os tipos de fundações existentes e também que satisfaçam técnica
e economicamente ao caso em questão. O ponto de partida é o conhecimento da sondagem,
geralmente SPT, em que se pode optar pela fundação direta ou profunda.
É importante lembrar que, de forma geral, a fundação direta é mais econômica para N maior ou
igual a 8 e profundidade não superior a 2,0 metros. Caso contrário, é mais indicado o uso de
fundação profunda.

3.1. PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES E CRITÉRIOS A SEREM CONSIDERADOS


NAS ANÁLISES PARA A ESCOLHA DA FUNDAÇÃO
A seguir são apresentadas as considerações mínimas para a escolha do tipo de fundações.

3.1.1. Fundação rasa


É o primeiro tipo de fundação a ser pesquisada. A ordem de grandeza da taxa admissível será vista
nos Métodos para Estimativa de Tensões Admissíveis (Item 3.1.1.1).
Em princípio, este tipo de fundação costuma ser vantajoso quando a área ocupada pela fundação
abranger, no máximo, de 50% a 70%, da área disponível.
De uma maneira geral, este tipo de fundação não deve ser utilizado nos seguintes casos:
a) aterro não compactado;
b) solos orgânicos;
c) argila mole;
d) areia fofa a muito fofa;
e) existência de água onde o rebaixamento do lençol não se justificar economicamente.

3.1.1.1. Métodos para Estimativa de Tensões Admissíveis


Em Geotecnia a tensão admissível pode ser estimada segundo os métodos teóricos, semi-empíricos,
provas de carga sobre placa e empíricos, conforme a seguir:
a) Métodos Teóricos
Consistem na aplicação de uma fórmula de capacidade de carga para estimativa da tensão de
ruptura do solo de apoio, f, à qual se aplicaria um coeficiente de segurança, F, para obtenção da
tensão admissível:

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adm = f / F

adm = Tensão admissível do solo;


f = Tensão de ruptura do solo de apoio;
F = Coeficiente de segurança.
F seria variável de acordo com o problema, mas em geral não inferior a 3.

A seguir, com base na tensão adm estimada, proceder-se-ia a uma análise de recalques com vistas a
saber se esse critério estaria satisfeito ou não. Caso negativo, o processo seria reiniciado para outros
valores de adm.
Além da imprecisão inerente às fórmulas de capacidade de carga, a aplicação dessa metodologia
esbarra em dificuldades de ordem prática na avaliação da resistência ao cisalhamento dos solos
envolvidos, bastando citar como exemplos os casos de sapatas apoiadas em areias ou solos residuais
submersos ou não.
b) Métodos Semi-Empíricos
Seriam aqueles em que as propriedades dos solos seriam estimadas com base em correlações, para
em seguida serem aplicadas fórmulas teóricas, adaptadas ou não.
A estimativa de parâmetros (resistência e compressibilidade) seria feita com base na resistência à
penetração medida em sondagem, N (SPT), ou na resistência de ponta dos ensaios de penetração
estática do cone, qc.
No caso de fundações diretas, torna-se preferível estimar o valor de adm diretamente de N ou de qc,
sem necessidade de intercalar-se uma correlação entre esses índices e as propriedades dos solos. É
fácil verificar que o engenheiro, especialista ou não, entende melhor o significado de uma argila
com N = 15.
c) Prova de Carga Sobre Placa
A prova de carga sobre placa se constitui na realidade de um ensaio em modelo reduzido de uma
sapata. Ela nasceu antes das conceituações da Mecânica dos Solos, aplicada empiricamente na
tentativa de obtenção de informações sobre o comportamento tensão x deformação de um
determinado solo de fundação.
d) Métodos Empíricos (Apóiam-se em experiências vividas)
As primeiras recomendações para estimativa da tensão aparecem na forma de tabelas, em geral
constantes de códigos de obras de grandes cidades (Terzaghi e Peck, 1948) ou normas como a DIN,
por exemplo.
No Brasil, um exemplo é dado por Vargas (1955) no qual se tem o tipo de material (solos e rochas)
com uma resistência correspondente.

3.1.1.2. Resistência à Penetração em Sondagens SPT


É o método mais usado na prática. Chamando-se de N, o valor da resistência à penetração (SPT)
média medida com o amostrador Raymond-Terzaghi, pode-se estimar a tensão admissível como
sendo:
adm = 0,2 . N (kgf/cm2)

Válida para qualquer solo natural no intervalo 5 ≤ N ≤ 20.

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13  16  11
N médio   13
B 3
SPT 13
N. A.

Areia Fina a Média Cinza 16 1,5 . B adm = 0,2 x N = 0,2 x 13

11
adm = 2,6 kgf / cm2
14

8 a (lado maior)
Argila Siltosa Variegada

b (lado menor)
6

20
Areia Variegada Amarela
40

Figura 3.1 – Estimativa de N médio.

Costuma-se utilizar também:

 adm  N  1 (kgf/cm2)
Onde:
 adm é a tensão admissível à compressão do solo, também denominada “taxa do solo”; e, N é o
número de golpes para cravar os últimos 30 cm, ou SPT.

Como exemplo, ao se ter o valor do SPT igual a 10 (N = 10), tem-se para a tensão admissível:

 adm  N  1   adm  10  1
 adm  (3,16  1)kgf / cm 2   adm  2,16kgf / cm 2 ou  adm  21,6ton / m 2
Observação 3.1: Outra forma bastante utilizada é dividir o valor do SPT por 3; 4 ou 5, dependendo
se o solo for areia, silte ou argila, respectivamente, e assim tem-se a resistência do solo em kgf/cm2.

3.1.2. Fundações profundas


A fundação profunda (estacas e tubulões) é adotada quando a fundação direta não for aconselhada.
De forma geral quando o número de golpes da sondagem (SPT) maior ou igual a 8 estiver a
profundidades superiores a 2,0 metros.
As estacas - elementos estruturais esbeltos - são inseridas no solo por cravação ou perfuração e têm
a finalidade de transmitir cargas ao solo, seja pela resistência sob sua extremidade inferior
(resistência de ponta), seja pela resistência ao longo do fuste (atrito lateral) ou pela combinação das
duas. Em termos de material as estacas geralmente são:
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a) madeira;
b) aço ou metálicas;
c) concreto.

Os tubulões são constituídos de fuste, normalmente circular, adotando-se 70 cm como diâmetro


mínimo com vistas a permitir a entrada e saída de operários para limpeza do fundo e (ou) abertura e
limpeza da base alargada. Costuma-se desprezar o atrito lateral, trabalhando-se essencialmente com
a carga da base do tubulão.

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4.0. DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES


A seguir são apresentados os dimensionamentos de fundações superficiais, rasas ou diretas (sapata,
bloco e radier) e profundas (estacas e tubulões).

4.1. DIMENSIONAMENTO DE BLOCOS DE FUNDAÇÃO


Os blocos são elementos de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões
de tração neles resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura.

a0 a0

a a

Pilar

a  a0
h .tg
2
 
5 cm (concreto magro)
a) b)

Figura 4.1 – Esquema de blocos de fundações.

O valor do ângulo  é tirado do gráfico da Figura 4.2 (com  ≥ 60º), entrando-se com a relação s /
t , em que s ( = adm ) é a tensão aplicada ao solo pelo bloco [(carga do pilar + peso próprio do
bloco) ÷ área da base] e t é a tensão admissível à tração do concreto, cujo valor é da ordem de
f ck /25 a f ck /10 , não sendo conveniente usar valores maiores que 0,8 MPa.

Figura 4.2 – Gráfico para retirada do ângulo .

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Exercício 4.1: Dimensionar um bloco de fundação confeccionado com concreto f ck = 20 MPa, para
suportar uma carga de 1.700,00 kN aplicada por um pilar de 35 cm x 60 cm e apoiado num solo
com adm = 0,4 MPa. Desprezar o peso próprio do bloco.
Solução:

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Resposta do Exercício 4.1:

Adotando-se quatro escalonamentos, tem-se:

3 x 20
27,5

210 cm
35
27,5
3 x 20

3 x 18 21 60 21 3 x 18

210 cm

41 cm
155 cm

38 cm

38 cm

38 cm

Lastro com 5 cm de concreto magro

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4.2. DIMENSIONAMENTO DE SAPATA ISOLADA


As sapatas são elementos de fundações executadas em concreto armado, de altura reduzida em
relação às dimensões da base e que se caracterizam por trabalhar a flexão. A área da sapata é
dimensionada em função da carga aplicada (carga de pilares ou de apoio de vigas baldrames) e a
resistência do solo (taxa). A Figura 5.3 apresenta um esquema de uma sapata isolada.

2,5 cm

2,5 cm

a a0 d d
C

≥3

1
d d'
h2
T h1
Lastro de concreto magro de 5,0 cm

b0 h1  20 cm

Figura 4.3 – Esquema de uma sapata isolada.

Para o cálculo tem-se:


P
Aa xb
 adm
Onde:
A = área da sapata;
a = lado maior;
b = lado menor;
P = carga proveniente do pilar;
 adm = tensão admissível do solo.
Observação: Na grande maioria dos casos o peso próprio da sapata é pouco significativo e sua
utilização está dentro das imprecisões da estimativa da tensão admissível do solo.

Conhecida a área “A”, a escolha do par de valores “a”e “b”, para o caso de sapatas isoladas, deve
ser feita de modo que:
1) O centro de gravidade da sapata deve coincidir com o centro de carga do pilar;
2) A sapata não deverá ter nenhuma dimensão menor que 60 cm;

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3) Sempre que possível, a relação entre os lados “a” e “b” deverá ser menor, ou no máximo, igual a
2,5;
4) Sempre que possível, os valores “a” e “b” devem ser escolhidos de modo que os balanços da
sapata “d”, em relação às faces do pilar sejam iguais nas duas direções.

Em conseqüência ao Item 4, a forma da sapata fica condicionada à forma do pilar, quando não
existam limitações de espaço, podendo ser distinguidos três casos:

1º Caso: Pilar de seção transversal quadrada (ou circular)


Neste caso, quando não existe limitação de espaço, a sapata mais indicada deverá ter em planta
seção quadrada, cujo lado será:
P
a
 adm

Exercício 4.2: Dimensionar uma sapata para um pilar de 30 cm x 30 cm e carga de 150,00 tf, sendo
a taxa admissível do solo igual a 3,0 kgf/cm2.
Solução:
Observação: Tratando-se de um pilar de seção quadrada, a sapata mais econômica terá a forma
quadrada.

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2,5 2,5

30,0

2,5
225,0 cm

30,0

2,5

225,0 cm

Figura 4.4 – Resposta do Exercício 4.2.

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2º Caso: Pilar de seção transversal retangular


Neste caso, quando não existe limitação de espaço, pode-se escrever:
P
a xb
s

2,5 cm

2,5 cm
a a0 d d

b0

a - a 0  2d  5cm
 a - b  a 0  b0
b - b 0  2d  5cm

Exercício 4.3: Dimensionar uma sapata para um pilar de seção 30 cm x 100 cm, com carga de
300,00 tf, para um  adm = 3 kgf/cm2.
Solução:

Observação: A sapata mais econômica será retangular com balanços iguais.

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2,5 cm 2,5 cm
100 cm

2,5 cm
285 cm

30 cm
2,5 cm

355 cm

Figura 4.5 – Resposta do Exercício 5.3.

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3º Caso: Pilar de seção transversal em forma de L, Z, U etc.


Este caso recai facilmente no caso anterior ao se substituir o pilar real por outro fictício de forma
retangular circunscrito ao mesmo e que tenha seu centro de gravidade coincidente com o centro de
carga do pilar em questão.
É importante frisar que, para se obter um projeto econômico, deve ser feito o maior número possível
de sapatas isoladas. Só no caso em que a proximidade entre dois pilares é tal que, ao se tentar fazer
sapatas isoladas, estas se superponham, devendo-se lançar mão de uma sapata associada ou de uma
viga de fundação.

Exercício 4.4: Projetar uma sapata para o pilar indicado a seguir, com carga de 300,00 tf e taxa do
solo  adm = 3 kgf/cm2.

25 cm

120 cm

35 cm 65 cm

Figura 4.6 – Pilar em L.

Solução:

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30 cm 2,5 cm
167,5 cm
89,5

335 cm

58,0
89,5

C.C. = C.G.
167,5 cm

2,5 cm

150 cm 150 cm

300 cm

a = 335 cm ; b = 300 cm
Figura 4.7 – Resposta do Exercício 4.4.

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Exercício 4.5: Projetar uma sapata para os pilares abaixo, sendo  adm = 3 kgf/cm2.

PA 15 cm PA = 40 tf

PB = 60 tf

PC = 80 tf
40 cm
PB

PC 15 cm

15 cm 25 cm

y
Figura 4.8 – Pilar em C.
Solução:

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26,5 26,5
132,5

2,5
43,5

41,0
C. C.
265 cm
43,5

132,5

16 cm 2,5

115 cm 115 cm

230 cm

Figura 4.9 – Resposta do Exercício 4.5.

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5.0. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

5.1. MÉTODO DAS BIELAS


O método ou teoria das bielas surgiu após numerosos ensaios realizados por Lebelle (1936), e se
aplica às sapatas rígidas, corridas ou isoladas. A carga é transferida do pilar para a base da sapata
por meio de bielas de concreto comprimido, que induzem tensões de tração na base da sapata
(Figura 6.1), que devem ser resistidas por armadura.

Figura 5.1 – Caminhamento da carga do pilar em direção à base da sapata.

5.1.1. Sapatas isoladas

2,5 cm

2,5 cm

a a0 d d
C

≥3

1
d d'
h2
T h1
Lastro de concreto magro de 5,0 cm

b0 h1  20 cm

Figura 5.2 – Detalhe de sapata isolada.

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a  a
 0

 4
 b  b0
d' 
 4
 P f
1,44. em que  a  0,85. ck
 a 1,96

P ( a  a0 ) P(b  b0 )
Tx  Ty 
8.d '
8.d '

1,61.Tx
Asx  (armadura paralela ao lado " a" )
f yk

1,61.Ty
Asy  (armadura paralela ao lado " b" )
f yk
Observação 5.1: As sapatas, em geral, têm uma rigidez elevada. Na prática de projeto de edifícios,
geralmente se adota uma altura para as sapatas (considerando que a distância entre o eixo da
armação e o fundo da sapata é de 5 cm). Pode-se também verificar para h2 a seguinte relação:
C
h2   5cm
2

Ou também:

h2  0,3 * lado maior da sapata

5.1.1.1. Cálculo do volume de concreto de uma sapata isolada


O volume de concreto de uma sapara isolada é calculado a partir da soma do volume do tronco de
pirâmide (parte superior da sapata) com o volume da base da sapata. A fórmula geral do volume de
concreto de uma sapata isolada é dada por:

(h2  h1 )
Vs  .(a.b  a0 .b0  a.b.a0 .b0 )  (a.b.h1 )
3

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Exercício 5.1: Considere uma sapata quadrada com 2,30 m de lado, que serve de apoio a um pilar,
também quadrado, com lado 0,45 m e carga de 100,00 tf. Adotar aço CA 50 com bitola de 12,5 mm,
e f ck = 20 MPa.
Pede-se para apresentar o que segue:
01) Área de aço na direção “x”;
02) Área de aço na direção “y”;
03) Número de barras de aço na direção “x”;
04) Número de barras de aço na direção “y”;
05) Comprimento da ferragem na direção “x”;
06) Comprimento da ferragem na direção “y”;
07) Espaçamento entre barras de aço na direção “x”;
08) Espaçamento entre barras de aço na direção “y”;
09) Detalhe da sapata “corte” na direção “x”;
10) Detalhe da sapata “corte” na direção “y”;
11) Volume de concreto da sapata;
12) Orçamento de aço e concreto consumidos na sapata.

Observação 5.2 – Considerar a maior dimensão da sapata como sendo a direção “x”.

Solução:

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Ferragem do pilar

55 cm

25 cm
Lastro de concreto magro de 5,0 cm

Figura 5.3 – Resposta do exercício 5.1.


Observação 5.3: Apresentar solução semelhante ao Exercício 5.1 para os Exercícios 4.2 a 4.5.

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6.0. DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

6.1. TUBULÕES A CÉU ABERTO


Os tubulões a céu aberto são elementos estruturais de fundação constituídos concretando-se um
poço aberto no terreno, geralmente dotado de uma base alargada (Figura 6.1). Este tipo de tubulão é
executado acima do nível da água natural ou rebaixado, ou, em casos especiais, em terrenos
saturados onde seja possível bombear a água sem risco de desmoronamentos. No caso de existir
apenas carga vertical, este tipo de tubulões não é armado, colocando-se apenas uma ferragem de
topo para ligação com o bloco de coroamento ou de capeamento.
Observação 6.1: Não se deve confundir bloco de capeamento ou coroamento com blocos de
fundação, definidos anteriormente. Os blocos de capeamento são os construídos sobre estacas ou
tubulões, sendo os mesmos armados de modo a poder transmitir a carga dos pilares para as estacas
ou os tubulões.

Ferragem de espera do bloco

N. T. (Nível do terreno)

C. A. (Cota de arrasamento)
Fuste

Estribo
Ht
Base

Cota da base (C. B.)


20 cm

Rodapé

a) Perspectiva b) Corte longitudinal

Figura 6.1 – Perspectiva e corte longitudinal de um tubulão.

Nota 1: É conveniente utilizar H ≤ 1,80 metros (Item 8.2.2.6.1 da ABNT NBR 6122:2010, Pág. 28).

O fuste, normalmente, é de seção circular (Figuras 6.2 (a) e (b)), adotando-se 70 cm como diâmetro
mínimo (para permitir a entrada e saída de operários), porém a projeção da base poderá ser circular
(Figura 6.2.a) ou em forma de falsa elipse (Figura 6.2.b). Neste caso, a relação a/b deverá ser menor
ou igual a 2,5.

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Figura 6.2 – Tubulões com base circular e falsa elipse.

6.2. FASES DE EXECUÇÃO DE TUBULÃO A CÉU ABERTO


1) Escavação mecanizada ou manual do fuste;
2) Alargamento da base e limpeza (geralmente manual);
3) Colocação da armadura e concretagem;
4) Tubulão finalizado.

1 2

3 4

Figura 6.3 – Fases de execução do tubulão a céu aberto.

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A área da base do tubulão é calculada da maneira análoga a exposta para fundações rasas, visto que
tanto o peso próprio do tubulão quanto o atrito lateral entre o fuste e o terreno são desprezados.
Assim, a área da base será:

P
Ab 
s
Se a base tiver seção circular, como está indicado na Figura 7.2.a, o diâmetro da mesma será dado
por:

 .D 2 P 4.P
 D 
4 s  . s

Se a base tiver seção de uma falsa elipse, como indica a Figura 7.2.b, deve-se ter:

 .b 2 P
 b.x 
4 s

Escolhido b (ou x) pode-se calcular x (ou b).


A área do fuste é calculada analogamente a um pilar cuja seção de ferro seja nula:

 f .P  0,85. A f . fck /  c

Em que:  f  1,4  c  1,8


 f  Coeficiente de majoração das ações características ou fator de majoração das ações;
 c  Coeficiente de minoração da resistência à compressão de projeto do concreto.
fck  Tensão de compressão característica do concreto.
A fórmula acima pode ser escrita de maneira simplificada:

P
Af 
c

0,85. fck
Em que  c  , que para o caso de concretos com fck  13,5 MPa, obtém-se  c = 5 MPa.
 f . c
Para o valor do ângulo “  ” indicado na Figura 7.1b, no caso de tubulões a céu aberto, adota-se  =
60º. Assim, o valor de H será:
D 
H tg 60º  H  0,866.( D   ) ou 0,866.(a   ) quando a base for falsa elipse.
2
O valor de H deverá ser no máximo 1,8 m, a não ser que sejam tomados cuidados especiais para
garantir a estabilidade do solo. No presente trabalho, será adotado H   m.
O volume para base circular pode ser calculado, de maneira aproximada, como sendo a soma do
volume de um cilindro com 20 cm de altura e um “tronco” de cone com altura (H – 20 cm), ou seja:

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H  0,2
V  0,2. Ab  .( Ab  A f  Ab . A f )
3

Em que V será obtido em metros cúbicos (m3), entrando-se com Ab (área da base) e A f (área do
fuste) em metros quadrados (m2).

O volume para a base falsa elipse pode ser calculado conforme a seguir:
 .h
V1  .( R 2  r 2  R.r )
3

x.h
V2  .( R  r )
2

V3  ( .R 2  2.R.x).h0

VTotal  V1  V2  V3

H  h  h0
Onde h0 = altura do rodapé do tubulão

Figura 6.4 – Cálculo do volume da base do tubulão falsa elipse.

Em termos de armadura a Norma ABNT NBR 6122:2010 recomenda que se utilize a Tabela a
seguir que também é válida para estacas.

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Tabela 6.1 – Estacas moldadas “in loco”: parâmetros para dimensionamento (Norma ABNT NBR
6122:2010).

a  Neste tipo de estaca o comprimento da armadura é limitado devido ao processo executivo.


b  Neste tipo de estaca o diâmetro a ser considerado no dimensionamento é o diâmetro externo do
revestimento.
c  No caso destas estacas, deve-se observar que quando for utilizado aço com resistência até 500
MPa e a porcentagem de aço for ≤ 6% da seção da estaca, a estaca deve ser dimensionada como
pilar de concreto armado. Quando for utilizado aço com resistência  500 MPa ou a porcentagem
de aço for  6% da seção real, toda carga deve ser resistida pelo aço. Esta limitação está relacionada
com a garantia de preenchimento pleno do furo com argamassa ou calda de cimento.
d  O fck máximo de projeto desta Tabela é aquele que deve ser empregado no dimensionamento
estrutural da peça.

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Tabela 6.2 – Aço CA 50: Características de massa e seção.


CA 50 (CARACTERÍSTICAS DE MASSA E SEÇÃO)
Bitola Massa Nominal Seção Nominal
( mm ) ( kg / m ) ( mm2 ) ( cm2 )
6,3 0,245 31,17 0,31
8,0 0,395 50,27 0,50
10,0 0,617 78,54 0,79
12,5 0,963 122,72 1,23
16,0 1,578 201,06 2,01
20,0 2,466 314,16 3,14
25,0 3,853 490,87 4,91
32,0 6,313 804,25 8,04
40,0 9,865 1256,64 12,57
Resistência característica de escoamento (fy) = 500 Mpa.

Tabela 6.3 – Aço CA 60: Características de massa e seção.


CA 60 (CARACTERÍSTICAS DE MASSA E SEÇÃO)
Bitola Massa Nominal Seção Nominal
( mm ) (kg / m) ( mm2 ) ( cm2 )
3,4 0,071 9,08 0,09
4,2 0,109 13,85 0,14
5,0 0,154 19,63 0,20
6,0 0,222 28,27 0,28
7,0 0,302 38,48 0,38
8,0 0,395 50,27 0,50
9,5 0,556 70,88 0,71
Resistência característica de escoamento (fy) = 600 Mpa.

Observação 6.2 – Consumo de arame recozido: 10g de arame recozido / Kg de ferro estrutural.

Exercício 6.1: Dados os pilares abaixo, projetar a fundação em tubulão a céu aberto com taxa no
solo igual a 6,0 kgf/cm2 (0,6 MPa.), fornecendo os seguintes resultados:
a) Diâmetro da base;
b) Diâmetro do fuste;
c) Altura da base;
d) Volume da base;
e) Volume total de concreto considerando a altura total do tubulão de 6,0 metros;
f) Ferragem;
g) Orçamento de aço e concreto consumidos no tubulão.

P1A = 700 kN
P1B = 1000 kN

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Exercício 6.2: Projetar um tubulão a céu aberto para o pilar abaixo com taxa no solo de 6 kgf/cm 2
(= 0,6 MPa.), fornecendo os seguintes resultados:
a) Diâmetro da base;
b) Diâmetro do fuste;
c) Altura da base;
d) Volume da base;
e) Volume total de concreto considerando a altura total do tubulão de 6,0 metros;
f) Ferragem;
g) Orçamento de aço e concreto consumidos no tubulão.

62,5 cm

P = 120 toneladas
(30 cm x 30 cm)

Divisa

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 = 70 cm

x = 65 cm
x
b = 125 cm

H = 105 cm

Solução Exercício 6.2 -

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Exercício 6.3: Com os dados abaixo, projetar a fundação em tubulão a céu aberto dos pilares P1 e
P2. Taxa admissível do solo de 5 kgf/cm2 ( = 0,5 MPa), fornecendo os seguintes resultados:
a) Diâmetros das bases;
b) Diâmetros dos fustes;
c) Alturas das bases;
d) Volumes das bases;
e) Volume total de concreto considerando a altura total de cada tubulão de 6,0 metros;
f) Ferragem;
g) Orçamento de aço e concreto consumidos nos tubulões.

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10 cm

 = 70 cm  = 75 cm

x = 110 cm x = 125 cm

b = 160 cm b = 160 cm

H = 175 cm H = 180 cm

Solução Exercício 6.3 -

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Exercício 6.4: Projetar a fundação em tubulão a céu aberto para o pilar abaixo. Taxa admissível do
solo de 5 kgf/cm2 ( = 0,5 MPa), fornecendo os seguintes resultados:
a) Diâmetros das bases;
b) Diâmetros dos fustes;
c) Alturas das bases;
d) Volumes das bases;
e) Volume total de concreto considerando a altura total de cada tubulão de 6,0 metros;
f) Ferragem;
g) Orçamento de aço e concreto consumidos nos tubulões.

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10 cm

 = 70 cm

x = 105 cm

b = 125 cm

H = 140 cm

67,5 cm 67,5 cm

Solução Exercício 6.4 -

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Exercício 6.5: Dimensionar os tubulões a céu aberto dos pilares P1 e P2 indicados abaixo para uma
taxa de 5 kgf/cm2 ( = 0,5 MPa), fornecendo os seguintes resultados:
a) Diâmetros das bases;
b) Diâmetros dos fustes;
c) Alturas das bases;
d) Volumes das bases;
e) Volume total de concreto considerando a altura total de cada tubulão de 6,0 metros;
f) Ferragem;
g) Orçamento de aço e concreto consumidos nos tubulões.

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150 cm

75 cm 75 cm

 = 85 cm
V. E.
D = 260 cm

H = 155 cm
 = 110 cm
97,5
x = 195 cm
195 cm x
b = 150 cm

97,5 H = 200 cm

Solução Exercício 6.5 -

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7.0. CARGA ADMISSÍVEL DE ESTACAS


A determinação da carga admissível de estacas compreende dois aspectos:
a) Estrutural: segurança à ruína do elemento estrutural;
b) Geotécnico:
b.1) segurança à ruptura ao cisalhamento do solo (capacidade de carga);
b.2) recalques aceitáveis.

a) Estrutural: A seguir são apresentados os tipos mais comuns de estacas e suas respectivas cargas
nominais usuais (cargas admissíveis considerando apenas o aspecto estrutural), em função da seção
transversal do fuste e da tensão média do fuste ().
Tabela 7.1 – Estacas pré-moldadas de concreto (Velloso  Lopes, 1996).

Tabela 7.2 – Estacas de madeira (Velloso  Lopes, 1996).

Observação: Os valores da tabela são apenas uma ordem de grandeza, pois a carga nominal depende
do tipo de madeira.

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Tabela 7.3 – Estacas de aço (Velloso  Lopes, 1996).

Tabela 7.4 – Estacas escavadas.

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Tabela 7.5 – Outros tipos de estacas.

b) Geotécnico:
b.1) Capacidade de carga f (perfil do solo): fórmulas teóricas; métodos semi-empíricos; prova de
carga estática; prova de carga com carregamento dinâmico.
b.2) Recalques admissíveis.

8.0. DIMENSIONAMENTO DE ESTACAS

8.1. CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS


As cargas admissíveis das estacas apresentadas são em função do diâmetro e são cargas máximas
possíveis em função da resistência do corpo da estaca. Porém, essas cargas nem sempre refletem os
valores realmente possíveis de serem transmitidos ao solo. Como se sabe, a transferência de carga
ao solo se dá pelo atrito lateral e o solo, e a reação devida à ponta da estaca, depende, portanto, além
do diâmetro, do comprimento da estaca e do tipo de solo atravessado por ela.
As fórmulas teóricas para determinação da capacidade das estacas são de difícil utilização, já que
exigem o conhecimento de parâmetros muitas vezes complicados de serem obtidos com precisão.
Por isso, apresenta-se um processo mais simples, proposto pelos pesquisadores Décourt e Quaresma
e que é bastante utilizado. Além desse, há diversos métodos utilizados no Brasil como a seguir:
a) Método de Meyerhof; b) Método de Pedro Paulo Costa Velloso;
c) Método de Aoki-Velloso; d) Método de Alberto Henriques Teixeira;
e) Método de Urbano Rodrigues Alonso.

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Observação 8.1: Em dimensionamento de fundações, recomenda-se que se proceda a diversos


métodos, pelo menos cinco, a fim de verificar as variações na capacidade de carga das estacas com
vistas à tomada de decisão ao método a ser adotado.
Observação 8.2: Recomenda-se que se dê atenção especial ao método desenvolvido para os solos da
região em que a obra será implantada.
O Método de Décourt-Quaresma se baseia no conhecimento do SPT do solo apresentado na
sondagem à percussão.
A capacidade da estaca é dada pela seguinte relação:

Qc  β . q s . A  .   α . q p . A p
Onde:
Q c = capacidade de carga da estaca;
q s = resistência ao atrito;
A  = área lateral da estaca;
 = comprimento da estaca;
q p = resistência de ponta;

A p = área da ponta da estaca;

α e β são coeficientes que dependem do tipo de estaca e do solo (Tabelas 8.3 e 8.4).
A área da ponta da estaca (Ap) é considerada em função da área de projeção da ponta da estaca e
não efetivamente da área da seção transversal da ponta da estaca, ou seja:

A parcela qs, devida ao atrito lateral é calculada da seguinte forma:

Nm
qs   1 (tf/m2 )
3

Em que Nm é a média dos pontos SPT ao longo do comprimento ℓ considerado para a estaca, por
exemplo para uma estaca de 5,0 metros, tem-se:

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Profundidade (m) Valores do SPT


Nm 
N
 1 2

2 6
(2  6  12  8  15) ℓ = 5,0 m
Nm  3 12
5
4 8

N m  8,6 5 15

6 18
Portanto,
7 25

8,6 8 28
qs   1  3,87 tf/m 2
3
9 35

10 32

A resistência de ponta é dada pela seguinte relação:

q p  C . N (tf/m2 )
Em que “C” é um coeficiente que depende das características do solo e “N” é o SPT na ponta da
estaca. Costuma-se utilizar para “N” a média de três valores, o da ponta, o imediatamente anterior e
o imediatamente posterior.
Tabela 8.1 – Valores de C em função do tipo de solo (Décourt e Quaresma, 1978).
Tipo de Solo C (tf/m2)
Argila 12
Siltes argilosos 20
Silte arenoso 25
Areia 40

Tabela 8.2 – Valores de C em função do tipo de solo para estacas escavadas com lama bentonítica
(Décourt, 1986).
Tipo de Solo C (tf/m2)
Argilas 10
Siltes argilosos (alteração de rocha) 12
Siltes arenosos (alteração de rocha) 14
Areias 20

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Pode ocorrer que abaixo da ponta da estaca exista um solo cuja resistência, indicada pelo SPT, seja
inferior à do solo em que esteja assentada a ponta. Neste caso, deve-se considerar a influência das
camadas menos resistentes a uma profundidade da ordem de 10 vezes o diâmetro da estaca. O valor
de “N” será a média dos valores obtidos nessa profundidade.

Profundidade (m) Valores do SPT

1 2

2 2

3 5

4 6

5 10

Estaca diâmetro de 30 cm 6 12
( = 30 cm)
7 15

8 18
(Silte arenoso)
9 10
ℓ = 10 x 
10 8
ℓ = 10 x 30 cm = 3,0 m
11 20

12 28

(18  10  8  20)
N  14 C = 25 (silte arenoso)
4

q p  C . N (tf/m2 ) q p  25 .14  350 (tf/m2 )

Os coeficientes de  e , que dependem do tipo de estaca e do solo, são apresentados nas Tabelas
8.3 e 8.4.

Tabela 8.3 – Valores de coeficientes .

Tipo de Estaca
Tipo de Solo Escavada
Escavada Hélice Micro Pré-
com Lama Raiz
em Geral Contínua Estacas Moldadas
Bentonítica
Argilas 0,85 0,85 0,30 0,85 1,00 1,00

Solos 0,60 0,60 0,30 0,60 1,00 1,00


intermediários
Areia 0,50 0,50 0,30 0,50 1,00 1,00

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Tabela 8.4 – Valores de coeficientes .

Tipo de Estaca
Tipo de Solo Escavada
Escavada Hélice Micro Pré-
com Lama Raiz
em Geral Contínua Estacas Moldadas
Bentonítica
Argilas 0,80 0,90 1,00 1,50 3,00 1,00

Solos 0,65 0,75 1,00 1,50 3,00 1,00


intermediários
Areia 0,50 0,60 1,00 1,50 3,00 1,00

Observação 8.3: Em relação a coeficientes de segurança para a carga admissível das estacas, sugere-
se:
a) Para resistência lateral: Fs = 1,3;
b) Para resistência de ponta: Fp = 4,0.
Dessa forma, a carga admissível das estacas será dada por:

β . qs . A .  α . q p . A p
Qadm  
1,3 4,0
8.2. DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO DA ESTACA
As estacas em geral são dimensionadas como pilares sujeitos à compressão simples,
desconsiderando os efeitos de flambagem.
Pode-se prescindir desse dimensionamento, usando as capacidades máximas admitidas para cada
tipo de estaca em função das dimensões de sua seção transversal.
Caso se queira calcular a armação usa-se a seguinte relação:

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Exercício 8.1 – Determinar a capacidade de carga e a carga admissível da estaca, nas condições
apresentadas na figura, considerando as seguintes possibilidades: estaca broca sem revestimento,
estaca Strauss e hélice contínua.

Profundidade (m) Valores do SPT

1 2

2 3 Argila siltosa

3 8

4 15

5 10 Argila silto-arenosa

Estaca diâmetro de 30 cm 6 18
( = 30 cm)
7 25

8 22
Silte arenoso
9 28

10 35

11 38

12 40

Solução:
1.0) Adotando-se o Método de Décourt-Quaresma, tem-se:

Qc  β . qs . A .   α . q p . Ap
2.0) Resistência ao atrito
Nm
qs   1 (tf/m2 )
3
(2  3  8  15  10  18)
Nm  N m  9,3 Adota-se N m  9
6

9
qs   1  4 tf/m2
3

3.0) Resistência de ponta

q p  C . N (tf/m2 )
N = 18 (SPT da ponta da estaca)
C = 12 tf/m2 (Tabela 9.1)

q p  12 .18 (tf/m2 ) q p  216 tf/m2


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4.0) Área lateral da estaca


A   .D.1,0m   .0,30m.1,0m  0,94 m 2

5.0) Área da ponta da estaca


 .D 2  .(0,30) 2
Ap    0,07 m 2
4 4

6.0) Comprimento da estaca


ℓ = 6,0 m

7.0) Capacidade de carga e carga admissível para estaca broca e estaca Strauss (escavada em geral)
α  0,85 (argila)
β  0,80 (argila)

Qc  β . q s . A  .   α . q p . A p
Qc  0,80 . 4 . 0,94 . 6  0,85 . 216 . 0,07
Qc  18,10  12,98 Qc  31,07 tf
18,10 12,98
Q adm   tf Qadm  13,92 + 3,24 Qadm  17,16 tf
1,3 4

8.0) Capacidade de carga e carga admissível para hélice contínua


α  0,30 (argila)
β  1,00 (argila)
Qc  β . q s . A  .   α . q p . A p

Qc  1,00 . 4 . 0,94 . 6  0,30 . 216 . 0,07

Qc  22,62  4,58 Qc  27,2 tf


22,62 4,58
Q adm   tf Qadm  17,40 + 1,15 Qadm  18,55 tf
1,3 4

Conclui-se, dos cálculos acima, que a estaca hélice contínua desenvolve melhor o efeito de atrito,
portanto esse tipo de estaca é mais eficiente para comprimentos maiores e maiores diâmetros.
Exercício 8.2 – Determinar / Dimensionar a capacidade de carga e a carga admissível de uma estaca
hélice contínua para um pilar 15cm x 30 cm e carga de 40t, para o solo mostrado no laudo de
sondagem SPT da Figura 8.1. Determinar também o volume de concreto; ferragem; e, orçamento de
aço e concreto consumidos, em seguida proceder aos devidos detalhamento da estaca para
execução.

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RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO

GRAU DE FRATURAMENTO
BARRILETE - SPT

GRAU DE ALTERAÇÃO

GRAU DE COERÊNCIA
ENSAIO
DIÂMETRO DO FURO

PERFIL GEOLÓGICO
TORQUE

PROFUNDIDADE
PENETRO- ÍNDICE DE
REVESTIMENTO Kgf.m 30 cm FINAIS

NÍVEL D'ÁGUA

MANOBRAS
MÉTRICO QUALIDADE DA 30 cm INICIAIS

COTAS (m)
(GOLPES/CM) ROCHA
DESCRIÇÃO DO MATERIAL
&
COMPACIDADE
& & SOLOS ARENOSOS
4 8 18 40

P. COMP.

COMP.

COMP.

MUITO
COMP.
FOFA

MED.
% DE M R H R.Q.D.
RECUPERAÇÃO

20 40 60 80 10 20 30 40

-1,00 1 1 2
15 15 15
-2,00 1 1 3
15 15 15
-3,00 1 2 2
-3.20
15 15 15
-4,00 2 3 6
15 15 15
-5,00 2 3 4
15 15 15
-6,00 2 3 5
15 15 15
-7,00 2 4 4
15 15 15
-8,00 4 5 4
Argila siltosa, pouco arenosa, vermelha, úmida. 15 15 15
-9,00 4 5 5
15 15 15
-10,00 5 5 6
15 15 15
-11,00 5 5 5
15 15 15
-12,00 5 5 7
15 15 15
-13,00 6 7 7
15 15 15
-14,00 6 6 6
15 15 15
-15,00 7 8 8
15 15 15
-16,00 9 10 11
16,45
15 15 15
-17,00 10 10 12
15 15 15
-18,00
Silte argiloso, pouco arenoso, variegado. 15 18 23
15 15 15
-19,00 24 24 33
19,45
15 15 15
N. A. Encontrado a 3,20 metros da "boca do furo".
-20,00

.
COTA (m ):
MÉDIA
M. MOLE

GRAU DE ALTERAÇÃO GRAU DE FRATURAMENTO GRAU DE COERÊNCIA


DURA
MOLE

RIJA

A1 - ROCHA SÃ F1 = POUCO FRATURADA (< 1 frat/m) C1 = MUITO COERENTE COORDENADAS:


A2 - POUCO ALTERADA F2 = FRATURADA (1 a 5 frat/m) C2 = COERENTE N:
A3 - MEDIANAMENTE ALTERADA F3 = MUITO FRATURADA (6 a 10 frat/m) C3 = MEDIANAMENTE COERENTE
A4 - MUITO OU EXTREMAMENTE ALTERADA F4 = EXTREMAMENTE FRATRUADA (11 a 20 frat/m) C4 = INCOERENTE E:
2 5 10 19
A5 - TOTALMENTE ALTERADA F5 = FRAGMENTADA (> 20 frat/m) C5 = FRIÁVEL INCLINAÇÃO: CONSISTÊNCIA
RUMO: SOLOS ARGILOSOS

CLIENTE:

LOCAL:
Águas Claras Tel: (61) 3456 - 0250
ESCALA: DES. N° DATA: REL.: N° INÍCIO: TÉRMINO: Rua Manacá, Lote 02 , Bloco B email: reforsolo@gmail.com
Lojas 11,12 e 13, Cep 71.900-500
sem escala 17/04/2014 P3309_14 09/04/2014 09/04/2014

DES.: RESP. TÉCNICO: VERIFICADO: APROVADO:

Rideci Engº. Rideci Farias / Haroldo Paranhos


SONDAGEM SPT 02 01 / 01

Figura 8.1 – Laudo de sondagem SPT.

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Solução:

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9.0. BLOCOS DE COROAMENTO DE ESTACAS E TUBULÕES


Blocos de coroamento são estruturas de volume usadas para transmitir às estacas e aos tubulões as
cargas de fundação, podendo ser considerados rígidos ou flexíveis por critério análogo ao definido
para sapatas.

9.1. BLOCO PARA UMA ESTACA


Neste tipo de bloco, a carga do pilar é praticamente transmitida diretamente à estaca. No entanto,
nesta transmissão são aplicadas ao bloco esforços de tração e de compressão que exigem o uso de
armação.

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Pilar

P σ Compressão

Obs.: É muito comum se adotar d = 1,0 a 1,2. φ Estaca


CORTE

σ σ

d
Bloco de Tração Tração
Coroamento
10 cm

σ Compressão
Estaca
a = d + 10 = (φ Estaca + 20 cm) a (φ Estaca + 30 cm)
R

φ Estaca σ Tração

PLANTA

σ Tração σ Tração
a

σ Tração

Figura 9.1 – Distribuição de tensões no bloco para uma estaca.

Estribo Horizontal (Azul)

Estribo Vertical (Preto) Estribo Vertical (Laranja)

Figura 9.2 – Exemplo de disposição da ferragem no bloco para uma estaca.

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As forças de tração serão absorvidas por estribos horizontais e a de compressão por estribos
verticais, podendo ser dispostos em diagonal. A tensão de tração é uma parcela da tensão de
compressão.

 T  0,25 .  C
A tensão de compressão é dada pela relação:

P P
C  Logo, tem-se:  T  0,25 .
a.a a2

A força de tração é igual à tensão de tração multiplicada pela área lateral do bloco (a x d).

T   T . Área T   T . (a . d)
Logo, tem-se:
P P
T  0,25 . . (a . d) T  0, 25 . .d
a2 a
A área de armação necessária (estribos horizontais) é dada por:

T
Aeh 
T aço

Onde:

Aeh  As = Área da armação horizontal;


 T   adm = Tensão admissível do aço (costuma-se adotar o fyd);
aço

P
0,25 . .d
Aeh  As  a
(Para o valor de "P" adotar o valor majorado "Nd = 1,4.P")
f yd
1,4.P
0,25 . .d
Aeh  As  a
f yd
Onde:
a) fyd = Resistência ao escoamento do aço (Resistência de cálculo de escoamento do aço = fyk /
γs);
b) fyk = Resistência à tração do aço: CA 50 = 50 kgf/mm2 = 5.000 kgf/cm2 (~ 500 MPa);
c) γs = Coeficiente de ponderação da resistência do aço (Coeficiente de minoração do aço);
d) fyd = fyk / 1,15.
e) Para o concreto do bloco, recomenda-se utilizar fck ao mínimo do concreto estrutural.

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Exercício 9.1: Calcular as armações do bloco de coroamento para uma carga de 30 tf


e uma estaca de ϕ = 30 cm.
Solução:
1.0) Dimensões do bloco

15
50
60

30

60
10

15
15 30 15 15 30 15

60

Figura 9.3 – Dimensões do bloco.

02) Armação de tração (Estribos horizontais: Aeh = As)


1,4.P
0,25 . .d
Aeh  As  a
f yd
1,4 x 30.000 kgf
0,25 . . 50 cm
A eh  A s  60 cm
5.000 kgf/cm 2 A eh  A s  2,01 cm 2
( )
1,15

Adotando-se o aço ϕ 6.3 mm (A1ϕ = 0,31 cm2)


Número de barras = 2,01 cm2/ (2 x 0,31 cm2) = 3,23 barras → 4 barras.
Observação 9.1: dividiu-se por 2 porque cada estribo tem duas armações (duas faces do bloco).

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Observação 9.2: É comum se adotar para os estribos verticais, nas duas direções do bloco, áreas
iguais à armadura principal As (estribos horizontais).

03) Espaçamento entre estribos


Comprimento do bloco - recobrimento ( 2 x 5cm)
eV 
Número de estribos - 1
60 - 2 x5
eV  → e  17 cm
4 -1

Comprimento do bloco - recobrimento ( 1 x 5cm)


eH 
Número de estribos - 1
50 - 5
eH  → e  15 cm .
4 -1

Estribo vertical
Estribo vertical

15
50
60

30

60
10

15

15 30 15 15 30 15

60
Estribo horizontal

Figura 9.4 – Disposição das armaduras no bloco.

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9.2. BLOCO SOBRE DUAS ESTACAS


No cálculo da armação do bloco para duas estacas, em razão da rigidez, utiliza-se o método de
bielas e tirantes. Nesse processo, considera-se a existência de uma treliça interna submetida a forças
de tração e de compressão. A força de tração é absorvida pela armação e a de compressão pelo
próprio concreto.

P
Observação: Costuma-se adotar o valor mínimo para "d" igua a 1,5.Φ.

15
d + 10 cm

ϕ + 30
d

ϕ
10

15
15 ϕ ϕ 15 15 ϕ/2 3ϕ ϕ/2 15

30 + 4 ϕ
R R

x x

P
Altura teórica da
treliça = 0,85 d

T
X

Figura 9.5 – Exemplo de configuração para bloco com duas estacas.

Para efeito da determinação da força "T", a reação "R" na estaca será considerada a força nominal
da estaca e não a que realmente ocorre em função da carga "P".

Para o equilíbrio da treliça, tem-se: F H  0;  FV  0;  M  0

R. X T
Tem-se então: T  e C
0,85.d cos 

A armação principal (armação de tração) será dada pela seguinte relação:


T R. X R. X
As  As  As 
 T aço 0,85.d .2900 2465.d

 Taço  Tensão Admissível do Aço (p/ CA 50, pode - se considerar 2.900 kgf/cm 2 )
A compressão no concreto deverá ser verificada tanto junto ao pilar como junto à estaca.

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P
Área do Pilar

Ab = Área de compressão da biela

Ab
Ab
d + 10 cm

d
α α

10
A

15 ϕ ϕ 15 Ab = A . Sen α

Área da Estaca
R R

x x

Verifica-se qual a menor área, se a do pilar ou a da estaca. Essa área será usada para a área "Ab" da
biela.
A tensão de compressão na biela será:

C T R. X
C   → C 
Ab A.sen . cos  0,85.d . A.sen . cos 

A tensão de compressão tem que ser inferior ao limite de compressão do concreto (  Adm ).
 Adm  0,85. fck  C   Adm

Deverá ser, por último, verificada a tensão de cisalhamento:


R
  1,5.  0,18. fck
a.d

A armação para estribos é calculada para todo o comprimento do bloco igual a:

Aestribo  0,3. As (Armação mínima)

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Exercício 9.2 - Dimensionar as armações para o bloco a seguir:


Dimensões do Pilar: 30 cm x 30 cm

Concreto: fck 20 MPa

P = 50 tf Diâmetro de Cada Estaca: 30 cm

R R

Solução:
01) Dimensões do bloco:

Observação: Costuma-se adotar o valor mínimo para "d" igua a 1,5.Φ.

15
d + 10 cm

ϕ + 30
d

ϕ
10

15
15 ϕ ϕ 15 15 ϕ/2 3ϕ ϕ/2 15

30 + 4 ϕ
R R

x x

P
15
45 → 50
55 → 60

30

60
10

15

15 30 30 15 15 15 90 15 15

150
R R

x = 45 cm x = 45 cm

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02) Armação principal (As)

15
71

50
55
60

30

60
α

10

15
45

15 30 30 15 15 15 90 15 15

150
R R

Cos α = (45/71) = 0,63


x = 45 cm x = 45 cm
Sen α = (55/71) = 0,77

Observação: Alguns calculistas costumam majorar a carga do pilar, assim tem-se:


50.000 kfg x 1,4 = 70.000 kgf (35.000 kgf para cada estaca)

R. X 35.000 x 45
As  → As  → As  11,62 cm 2
2.465 xd 2.465 x55

Adotando-se o aço ϕ 16.0 mm (A1ϕ = 2,01 cm2)


Número de barras = (11,62 cm2/ 2,01 cm2) = 5,78 barras → 6 barras.

03) Verificação da tensão de compressão:


R. X
C 
0,85.d . A.sen . cos 

APilar = 30 x 30 = 900 cm2 AEstaca = 706,86 cm2


35.000 x 45
C  →  C  106,97kgf / cm 2
0,85 x50 x706,86 x0,77 x0,63

A tensão de compressão tem que ser inferior ao limite de compressão do concreto.

 Adm  0,85. fck  0,85x200kgf / cm 2 →  Adm  0,85. fck  170kgf / cm 2

 C   Adm → 106,97 kgf/cm2 ≤ 170 kgf/cm2 Ok!

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04) Armação dos estribos verticais:

Aestribo  0,3. As → Aestribo  0,3x11,62 cm 2 → Aestribo  3,49 cm 2


Adotando-se o aço ϕ 6.3 mm (A1ϕ = 0,31 cm2)
Número de barras = 3,49 cm2/ (2 x 0,31 cm2) = 5,59 barras → 6 barras.
Observação: dividiu-se por 2 porque cada estribo tem duas armações (duas faces do bloco).

4.1) Espaçamento entre estribos verticais


Comprimento do bloco - recobrimento ( 2 x 5cm)
e
Número de estribos - 1
60 - 2 x5
e1  → e  10 cm
6 -1
150 - 2 x5
e2  → e  28 cm Adota-se espaçamento máximo de 20 cm.
6 -1

05) Armação dos estribos horizontais (Armadura de pele):


d

s  3 (de vigas na NBR 6118/2014 - Item 18.3.5, pág. 150)
20 cm

d = Altura útil; s ≥ 8 cm (recomendação prática).

Observação 9.3: Em termos práticos, costuma-se adotar para os estribos horizontais:


1 1 1
A s'  . As (por face) → A s'  .11,62 → A s'  .11,62
8 8 8
A s'  1,45 cm 2 → Adotando-se o aço ϕ 6.3 mm (A1ϕ = 0,31 cm2)
Número de barras = 4,66 barras → 5 barras.

Foto 9.1 – Exemplo de 2 estacas para receberem Foto 9.2 – Exemplo de Bloco de coroamento
o bloco de coroamento. para 2 estacas.

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9.3. BLOCO SOBRE TRÊS ESTACAS


O processo de cálculo da armação desse tipo de bloco é o mesmo usado para o bloco de duas
estacas com o método de bielas e tirantes.
Nos blocos de três estacas, as armações podem ser distribuídas das estacas para o centro de
gravidade dos blocos ou paralelas aos lados do bloco.

Armação Paralela aos Lados do Bloco Armação p/ o CG do Bloco

01) Armação dirigida para o CG do bloco

P
d + 10 cm

α
CG
CG
10

x
≥3ϕ
15 ϕ ϕ 15

CORTE A-A'
R R

x x
A'

Aplicam-se todas as relações deduzidas para o bloco de duas estacas.


R. X
As 
2.465 xd

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Em virtude das dimensões do bloco, podem ser dispensadas as verificações de tensões de


compressão e cisalhamento, resumindo-se o cálculo à área da armação principal.
02) Armação paralela aos lados

CG

T
X T' T''

Observa-se pela figura que as forças de tração paralelas aos lados do bloco são menores que a
calculada em relação ao CG do bloco. Para facilitar o cálculo e a favor da segurança, pode-se adotar
a mesma armação calculada pela relação vista anteriormente.

Exercício 9.3 - Dimensionar as armações para o bloco a seguir, considerando com três estacas de 30
cm de diâmetro cada:

P = 85 tf
d + 10 cm

α
CG
CG
10

x
≥3ϕ
15 ϕ ϕ 15

CORTE A-A'
R R

x x
A'

Solução:
01) Dimensões do bloco:

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P = 85 tf

CORTE A-A'
30 tf 30 tf

1,5*30 + 10 cm

60
α
CG
CG

10
X = 51,96
~ 55 ≥ 3 x 30 = 90 cm
15 30 30 15

30 tf

R = 30 tf R = 30 tf

x = 25,98 x = 51,96
A'

Adotando-se 3 estacas para 30 tf cada, sendo o diâmetro de cada estaca igual 30 cm.

02) Armação principal (As)

R. X 30.000 x 55
As  → As  → As  11,16 cm 2
2.465 xd 2.465x 60

Adotando-se o aço ϕ 16.0 mm (A1ϕ = 2,01 cm2)


Número de barras = (11,16 cm2/ 2,01 cm2) = 5,55 barras → 6 barras.

Para fixar as armações principais na posição, deve-se prever um anel superior e um inferior de ϕ
12.5 mm.
Observação 9.4: Adicionar armadura de pele no sistema acima.

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OU

ϕ 12.5 mm

Foto 9.3 – Execução para bloco de coroamento Foto 9.4 – Execução para bloco de coroamento
de 3 estacas (Rossi Bizerris). de 3 estacas (Rossi Bizerris).

Foto 9.5 – Execução para bloco de coroamento


de 3 estacas (Rossi Bizerris).
Foto 9.6 – Bloco de coroamento de 3 estacas.

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9.4. BLOCO SOBRE QUATRO ESTACAS


Neste caso também é possível se adotar dois posicionamentos, sendo armações dirigidas para o
"CG" ou paralelas aos lados do bloco.
As trações no primeiro caso, como já mostrado, são maiores que no segundo caso. Aqui também,
para facilitar o cálculo e a favor da segurança, adota-se a armação calculada no primeiro caso.

A
y

15 P

ϕ/2
X

CG

d + 10 cm

d=X
4 ϕ + 30 3ϕ
α
CG

10
y ϕ ϕ y
ϕ/2

15 CORTE A-A'
R R

15 ϕ/2 3ϕ ϕ/2 15
A'
x x
4 ϕ + 30

R. X
As 
2.465 xd

Observação 9.5: São dispensadas, também, as verificações das tensões de compressão e


cisalhamento.

Exercício 9.4 - Dimensionar as armações para o bloco a seguir, considerando com quatro estacas de
30 cm de diâmetro cada:

A
y

15 P = 120 tf

ϕ/2
X

CG
d + 10 cm

d=X

4 ϕ + 30 3ϕ
α
CG
10

y ϕ ϕ y
ϕ/2

15 CORTE A-A'
R R

15 ϕ/2 3ϕ ϕ/2 15
A'
x x
4 ϕ + 30

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Solução:

01) Dimensões do bloco: x  (45) 2  (45) 2 → x  63,64 cm → x  65 cm

A
y

15 P = 120 tf

15
X = 65

d = X = 65
CG

75 cm
150 90
α
CG

10
y 30 30 y
15

15 CORTE A-A'
R R

15 15 90 15 15
A'
x = 65 x = 65
150

Adotando-se 4 estacas para 30 tf cada, sendo o diâmetro de cada estaca igual 30 cm.
02) Armação principal (As)
R. X 30.000 x 65
As  → As  → As  12,17 cm 2
2.465 xd 2.465x 65

Adotando-se o aço ϕ 16.0 mm (A1ϕ = 2,01 cm2)


Número de barras = (12,17 cm2/ 2,01 cm2) = 6,05 barras → 7 barras.

Pode-se, no caso de bloco sobre quatro estacas, adotar uma armação em malha. Neste caso, a
armação necessária de 12,17 cm2 é distribuída ao longo de toda a largura do bloco.
Para o caso em questão, adotando-se a bitola de ϕ 12.5 mm (A1 ϕ = 1,23 cm2), o número de barras é:
Número de barras = (12,17 cm2/ 1,23 cm2) = 9,92 barras → 10 barras.

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Para o espaçamento, tem-se:


Comprimento do bloco - recobrimento ( 2 x 5cm) 150 - 2 x5
e e1  → e  15 cm
Número de barras - 1 10 - 1

10 ϕ 12.5 c/15
150

140
5

5 5
Recobrimento da Armadura
140

150

10 ϕ 12.5 c/ 15

Observação 9.6: Adicionar armadura de pele no sistema acima.

Foto 9.7 – Execução para bloco de coroamento Foto 9.8 – Execução para bloco de coroamento
para 4 estacas. para 4 estacas.

Foto 9.9 – Execução para bloco de coroamento Foto 9.10 – Preparo de 4 estacas para receber o
para 4 estacas. bloco de coroamento.

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9.5. BLOCO SOBRE MAIS DE QUATRO ESTACAS


Neste caso, as armações serão sempre em malha e calculadas para duas direções independentes.
Por exemplo:

Y (Eixo do CG)
A'
ϕ/2 15
Y

CG

X (Eixo do CG)

Z
Y

15 ϕ/2

15 ϕ/2 3ϕ 3ϕ ϕ/2 15

X X
A

P
d + 10 cm

CG
α
10

ϕ ϕ ϕ

R R R

Z Z

A armação é calculada pela seguinte relação:


n1 x R x X
Na direção "X": A SX 
2.465 x d
n2 x R x Y
Na direção Y: A SY 
2.465 x d
Onde: n1 e n2 é o número de estacas agrupadas às distâncias "X" e "Y" do CG.

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Exercício 9.5 - Dimensionar as armações para o bloco a seguir, considerando com seis estacas de 30
cm de diâmetro cada:

Y (Eixo do CG)
P = 150 tf
ϕ/2 15
Y

CG

d + 10 cm

d
X

Z CG α

10
Y

ϕ ϕ ϕ
15 ϕ/2

R R R

15 ϕ/2 3ϕ 3ϕ ϕ/2 15

X X Z Z

Solução:
01) Dimensões do bloco:

Y (Eixo do CG)
P = 150 tf
15 15

= 150 tf / 6 = 25 tf → 30 tf
Y = 45

CG
d + 10 cm

100
X
150

90

Z CG α
Y = 45

10
ϕ ϕ ϕ
15 15

R R R

15 15 90 90 15 15

30 X = 90 X = 90 30 Z = 100 Z = 100

240

Convém adotar a altura do bloco igual à distância da estaca mais afastada do "CG" do bloco.

Z  (X)2  (Y )2 → Z  (90)2  (45)2 → Z  100,62 cm → Z  100 cm

02) Armação na direção "X"


n1 x R x X 2 x 30.000 x 90
A SX  → A SX  → A SX  21,91 cm
2
2.465 x d 2.465 x 100

Adotando-se o aço ϕ 12.5 mm (A1ϕ = 1,23 cm2)


Número de barras = (21,91 cm2/ 1,23 cm2) = 17,85 barras → 18 barras.
Para o espaçamento, tem-se:

Comprimento do bloco - recobrimento ( 2 x 5cm) 150 - 2 x5


e e1  → e  8 cm
Número de barras - 1 18 - 1
03) Armação na direção "Y"

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n2 x R x Y 3 x 30.000 x 45
A SY  → A SX  → ASX  16,43 cm
2
2.465 x d 2.465 x 100

Adotando-se o aço ϕ 12.5 mm (A1ϕ = 1,23 cm2)


Número de barras = (16,43 cm2/ 1,23 cm2) = 13,39 barras → 14 barras.
Para o espaçamento, tem-se:

Comprimento do bloco - recobrimento ( 2 x 5cm) 240 - 2 x5


e e1  → e  18 cm
Número de barras - 1 14- 1

14 ϕ 12.5 c/ 18
150

CG

240
Ferragem de porta estribo

18 ϕ 12.5 c/ 8

Ferragem de porta estribo


100
110

10

15 30 30 30 15

30 90 90 30

240

Observação 9.7: Adicionar armadura de pele no sistema acima.

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2,5 ϕ ≥ 60 cm para estacas pré-moldadas;


Observações: 01) d = menor distância entre eixos de estacas; 02) ϕ = diâmetro da estaca; 03) d =
3,0 ϕ ≥ 60 cm para estacas moldadas "in loco".

Para Duas Estacas Para Três Estacas


15 cm
d d
d d
15 cm
CG

h/3 CG
CG
d/2 d/2
d/2 d/2 d 3
h
2.h/3 2
φ = Diâmetro da estaca

Para Quatro Estacas

d d d

d/2
CG CG

d/2
d/2 d/2

d/2 d/2

Para Cinco Estacas

d/2 d/2 d 2 d/2 d/2

d d 2
CG
d 3
3h/5 2 h 
d 3 2
CG h 
2 d 2 CG
2h/5
2

d 3
h 
d d 2
d 2 d 2
2 2

Para Seis Estacas

d d

d/2
CG

d/2

Figura 9.6 – Exemplo de distribuição de estacas em torno do centro de carga do pilar para blocos
padronizados.

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Para Sete Estacas

d d/2 d/2 d
d/2 d/2 d/2 d/2

CG 3h/7
d 3 h
h 
2
4h/7 CG

2h

d 2
CG 2

d 2
2

d 2 d 2 d 2 d 2
2 2 2 2

Para Oito Estacas

d d d d/2 d/2 d/2 d/2

d/2
d 3
CG
h 
2
d/2 CG

d 3
h 
2
d/2 d/2

Figura 9.6 – Exemplo de distribuição de estacas em torno do centro de carga do pilar para blocos
padronizados. (Continuação)

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10.0. PROVAS DE CARGA (TESTE DE CARGA)


A execução de Provas de Carga atende aos requisitos de qualidade e conhecimento dos elementos
de fundação nos mais variados tipos de solo.
Pela NBR 6122/2010 (Projeto e Execução de Fundações), a obrigatoriedade de execução das
mesmas se faz necessário em grande número de obras.
A Prova de Carga é um ensaio com principal objetivo de determinar a capacidade de carga do
elemento de fundação de uma obra. A Prova de Carga pode ser com Carregamento Estático,
Carregamento Dinâmico, ou de Integridade. A seguir são apresentados os métodos de Provas de
Carga Direta sobre o terreno de fundação, a Prova de Carga Estática, e a Prova de Carga com
Carregamento Dinâmico.

10.1. PROVA DE CARGA DIRETA SOBRE TERRENO DE FUNDAÇÃO (ABNT NBR


6489: 1984)
O ensaio de placa, é um processo que visa fornecer, por via direta, as resistências e características
de deformação do terreno a uma determinada profundidade sob a aplicação de determinados
carregamentos. O ensaio é realizado pelo carregamento de uma placa contra o terreno, por meio de
macacos reagindo contra um sistema de reação (cargueiras, conjunto de tirantes, estacas submetidas
à tração). No ensaio são registrados as cargas aplicadas x recalques do solo.
A cota da superfície de carga deverá sempre ser a mesma que a das eventuais bases das sapatas da
futura fundação. A placa para aplicação das cargas ao solo deverá ser rígida, e terá uma área não
inferior a 0,5 m2 (geralmente a placa é circular, rígida e de aço, com diâmetro de 0,80 m).
Da prova de carga, obtém-se a curva tensão x recalque conforme mostrado na Figura 10.1 e Figura
10.2 retiradas do livro dos professores Cintra, Aoki e Albiero,
Na Figura 10.1, identifica-se uma ruptura nítida para uma tensão próxima de 160 kPa, ou seja, σr =
160 kPa, enquanto que na Figura 10.2 as tensões são crescentes com os recalques, exigindo um
critério para definição da ruptura, entendida como ruptura convencional, como o de Terzagui
(1942), por exemplo, que considera a tensão correspondente ao ponto a partir do qual o trecho final
da curva se transforma em linha reta não vertical, o que resulta em σr = 144 kPa, que foi
arredondado para σr = 140 kPa.

Figura 10.1 - Curva tensão x recalque de ensaio Figura 10.2 - Curva tensão x recalque de ensaio
de placa em argila (Vargas, 1951). de placa em areia (Macacari, 2001).

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Figura 10.3 – Esquema básico de prova de carga direta sobre terreno de fundação (Profa. Deyse
Macêdo).

Figura 10.4 – Prova de carga direta em placa Figura 10.5 – Prova de carga direta em placa
sobre o terreno de fundação. sobre o terreno de fundação.

Figura 10.6 – Prova de carga direta em placa Figura 10.7 – Prova de carga direta em placa
sobre o terreno de fundação. sobre o terreno de fundação.

10.2. PROVA DE CARGA ESTÁTICA (ABNT NBR 12131:2006)


A Prova de Carga Estática é a técnica mais tradicional de ensaio para a determinação da capacidade
de carga de estacas. Este ensaio consiste, basicamente, em aplicar esforços estáticos crescentes à
estaca e registrar os deslocamentos correspondentes. Os esforços aplicados podem ser axiais, de
tração ou de compressão, ou transversais.

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O dispositivo de aplicação de carga é constituído por um ou mais macacos hidráulicos alimentados


por bombas elétricas ou manuais, atuando contra um sistema de reação estável, comumente com o
uso de vigas metálicas e ancoragens embutidas no terreno.
Recomenda-se que o macaco ou macacos utilizados devem ter capacidade ao menos 20% maior que
o máximo carregamento previsto para o ensaio e curso de êmbolo compatível com os
deslocamentos máximos esperados entre o topo da estaca e o sistema de reação, sendo no mínimo
igual a 10% do diâmetro da estaca.
A análise dos dados obtidos em campo traz informações importantes, tais como, curva carga x
deslocamento, capacidade de carga da estaca, recalque associado à carga de trabalho, parcelas de
resistência de ponta e atrito lateral, coeficiente de segurança do estaqueamento.
A prova de carga executada no inicio da obra e que tiver resultado satisfatório, atendendo todas as
previsões de projeto, poderá, se necessário, ser adequado para trabalhar dentro dos novos limites de
segurança de 1,6 a carga admissível.

Figura 10.8 – Macaco hidráulico para 100 Figura 10.9 – Macaco hidráulico para 800
toneladas. toneladas.

Figura 10.10 – Bomba manual para Figura 10.11 – Bomba motorizada e macaco
acionamento de cilindro hidráulico. hidráulico.

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Figura 10.12 – Instalação de extensômetro para Figura 10.13 – Macaco hidráulico e


medidas de deslocamentos. extensômetros para medidas de deslocamentos.
(http://www.morettiengenharia.com.br). http://qualicontecnologia.com.br

Figura 10.14 – Macaco hidráulico e Figura 10.15 – Prova de carga estática.


extensômetros para medidas de deslocamentos.
http:// http://geoprova.com.br.
http://qualicontecnologia.com.br

Figura 10.16 – Sistema de prova de carga para Figura 10.17 – Montagem de prova de carga à
6.000 toneladas. compressão.

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Figura 10.18 – Montagem de prova de carga à compressão com reação em tirantes de cordoalha.

Figura 10.19 – Montagem de prova de carga à compressão com reação em estacas.

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Figura 10.20 – Macaco hidráulico e acessórios para prova de carga (http://anson.com.br).

10.3. PROVA DE CARGA COM CARREGAMENTO DINÂMICO (ABNT NBR 13208:2007)


A Prova de "Carga Dinâmica", também conhecida por Ensaio de Carregamento Dinâmico (ECD),
consiste na aplicação de um carregamento no topo da estaca por meio de um martelo ou dispositivo
similar, para determinar especificamente a capacidade de carga. Este difere das tradicionais provas
de carga estáticas pelo fato do carregamento ser aplicado dinamicamente, por meio de golpes de um
sistema de percussão adequado.
A medição é feita pela instalação de sensores no fuste da estaca, em uma seção situada, pelo menos,
duas vezes o diâmetro abaixo do topo da mesma. Estes sensores são conectados a um sistema de
condicionamento e aquisição de dados, também conhecido como PDA (Pile Driving Analyzer),
onde, além da visualização em tempo real das medições, é feito o armazenamento dos dados das
medições.

Comumente são usados dois tipos de sensores:


a) Sensor de deformação: este sensor gera uma tensão proporcional à deformação sofrida pelo
material da estaca durante o golpe. Para a obtenção da evolução da força em relação ao tempo, o
sinal destes sensores é multiplicado pelo módulo de elasticidade do material da estaca e pela área da
seção na região dos sensores. Por isso, esses sensores também são chamados de sensores de força.
b) Acelerômetro: este sensor gera uma tensão proporcional à aceleração das partículas da estaca. O
sinal de cada um dos acelerômetros é integrado para a obtenção da evolução da velocidade de
deslocamento da partícula com o tempo. Por isso, esses sensores também são chamados de sensores
de velocidade.

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As principais informações obtidas do processamento dos dados coletados pelo sistema de medição
são:
a) Carga mobilizada na interface solo-estaca;
b) Integridade estrutural;
c) Tensões dinâmicas máximas compressivas e de tração;
d) Deslocamento máximo (DMX);
e) Máxima energia transferida (EMX).

Por meio dessa prática, é possível estimar a capacidade de carga e a integridade da estaca, o que,
além de poder evitar problemas futuros, pode gerar a otimização do custo geral da obra.
Esse tipo de ensaio pode ser utilizado em quase todo o tipo de estaca. A norma ABNT NBR
6122:2010 exige Prova de Carga Dinâmica para a determinação da real carga de ruptura de estacas.
A prova de carga estática também pode ser substituída, por ensaios dinâmicos na proporção de
cinco ensaios dinâmicos para cada prova de carga estática, respeitando os critérios estabelecidos em
projeto e conforme norma técnica brasileira de fundações (Consultar Norma Brasileira 6122: 2010
/Tabela 6).

Figura 10.21 – Perfuração da estaca para Figura 10.22 – Estaca perfurada para instalação
instalação de sensores (geodactha.com.br). de sensores (geodactha.com.br).

Figura 10.23 – Estaca com sensores instalados Figura 10.24 – Detalhe dos sensores
(geodactha.com.br). (geodactha.com.br).

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Figura 10.25 – Sistema de aquisição de dados Figura 10.26 – Sistema de aquisição de dados
(geodactha.com.br). durante a execução do ensaio
(geodactha.com.br).

Figura 10.27 – Estaca preparada para execução Figura 10.28 – Detalhe dos sensores
do ensaio (concredol.com.br). (dynamistechne.com).

Figura 10.29 – Execução do ensaio Figura 10.30 – Execução do ensaio


(dynamistechne.com). (indaiatubafacil.com.br).

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10.4. QUANTIDADE DE PROVAS DE CARGA ESTÁTICA EM ESTACAS


É obrigatória a execução de provas de carga estática em obras que tiveram um número de estacas
superior ao valor especificado na coluna (B) da Tabela 6 da ABNT NBR 6122:2010, sempre no
início da obra. Quando o número total de estacas for superior ao valor da coluna (B) da Tabela 6,
deve ser executado um número de provas de carga igual a no mínimo 1 % da quantidade total de
estacas, arredondando-se sempre para mais. Incluem-se nesse 1 % as provas de carga executadas
conforme 6.2.1.2.2.
É necessária a execução de prova de carga, qualquer que seja o número de estacas da obra, se elas
forem empregadas para tensões médias (em termos de valores admissíveis) superiores aos indicados
na coluna (A) da Tabela 6.
Tabela 10.1 – Quantidade de provas de carga.

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10.5. QUANTIDADE DE PROVAS DE CARGA COM CARREGAMENTO DINÂMICO


Para comprovação de desempenho as provas de carga estáticas podem ser substituídas por ensaios
dinâmicos na proporção de cinco ensaios dinâmicos para cada prova de carga estática em obras que
tenham um número de estacas entre os valores da coluna B (Tabela 6 da NBR 6122:2010) e duas
vezes esse valor. Acima deste número de estaca será obrigatória pelo menos uma prova de carga
estática, conforme ABNT NBR 12131.

10.6. CONTROLE DE CRAVAÇÃO DE ESTACAS (NEGA, REPIQUE ELÁSTICO E


DIAGRAMA DE CRAVAÇÃO)
Nas obras de fundações em estacas cravadas, os diferentes comprimentos finais das estacas podem
refletir a variabilidade natural do terreno, e variam de acordo com o critério de paralisação da
cravação, normalmente subsidiado em medidas de nega e repique elástico. Nesse contexto, a nega e
o repique elástico são medidas que podem ser utilizadas no controle tradicional de cravação de
estacas.

10.6.1. Nega
Medida de penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe de martelo ou
pilão, sempre relacionada com a energia de cravação. Dada a sua pequena grandeza, em geral é
medida para uma série de dez golpes. Corresponde ao deslocamento plástico do solo medido no
topo da estaca.

Foto 10.1 – Teste da nega.

Foto 10.2 – Teste da nega. Foto 10.3 – Teste da nega.

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10.6.1.1. Cálculo da nega


Há vários métodos para o cálculo da nega. A seguir, o cálculo por meio da fórmula de Brix.

10.6.2. Repique
Parcela elástica do deslocamento máximo de uma estaca decorrente da aplicação de um golpe do
martelo ou pilão.

Figura 10.31 - (a) Medida simples da nega. (b) Medida da nega e do repique (Velloso e Lopes,
2002).

Observação 10.1: A NBR 6122: 2010 recomenda que as leituras de nega e repique sejam feitas em
todas as estacas, atendendo às condições de segurança.

10.6.3. Diagrama de cravação


O diagrama de cravação é a representação do registro do número de golpes do martelo necessário
para cravar um dado comprimento de estaca. Este número possui uma relação direta com a nega,
pois pela divisão do comprimento escolhido com o número de golpes do martelo se obtém a nega
(média daquele comprimento). A Figura 3.31 mostra em exemplo do registro e o diagrama de
cravação de uma estaca metálica.

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Figura 10.32 - Planilha preenchida em campo e representação gráfica do diagrama de cravação


(Vieira, 2006).

Observação 10.2: A NBR 6122: 2010, recomenda que de seja elaborado o diagrama de cravação
para 100% das estacas cravadas.

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10.7. CAPACIDADE DE CARGA

10.7.1. Fundações Rasas (Sapatas)

10.7.1.1. Realização de Prova de Carga Sobre Placa


Na maioria dos casos, a curva pressão x recalque pode ser representada entre os dois casos extremos
indicados na Figura 10.33. Os solos que apresentam curva de ruptura geral, isto é, com uma tensão
bem definida (  R ), são solos resistentes (argilas rijas ou areias compactas). Ao contrário, os solos
que apresentam curva de ruptura local, isto é, não há uma definição do valor da tensão de ruptura,
são solos de baixa resistência (argilas moles ou areias fofas).

Figura 10.33 – Curva pressão x recalque em prova de carga sobre placa.

A ordem de grandeza de tensão admissível do solo, com base no resultado de uma prova de carga
(desprezando-se o efeito de tamanho da sapata), é obtida da seguinte maneira:

R
a) Solos com predominância de ruptura geral:  adm 
2

 25

b) Solos com predominância de ruptura local:  adm   2
 10

Em que  25 é a tensão correspondente a um recalque de 25 mm (ruptura convencional) e  10 é a


tensão correspondente a um recalque de 10 mm (limitação de recalque).

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Exercício 10.1: Considere as informações abaixo sobre o resultado do ensaio de prova de carga para
um futuro projeto de fundações.
− Solo com predominância de ruptura local.
− Resultado da prova de carga sobre placa a seguir.

A tensão admissível de uma fundação direta, desprezando o seu tamanho é, em MPa,

A) 1,90
B) 0,70
C) 1,40
D) 0,30
E) 0,60

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Exercício 10.2: Estimar a tensão admissível de uma fundação direta a partir do resultado de uma
prova de carga sobre placa, cujo resultado está apresentado na figura a seguir. Desprezar o efeito do
tamanho da fundação.

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11.0. TESTE DE INTEGRIDADE ESTRUTURAL DE ESTACA (PILE INTEGRITY TEST)


- PIT
É um teste que busca principalmente identificar as condições das estacas de concreto. O PIT detecta
falhas na concretagem de estacas (pré-moldadas e moldadas “in loco”) e de tubulões. O teste pode
também ser utilizado para detectar o comprimento dessas estacas de concreto ou de tubulões.
O PIT é um teste de baixo custo para verificar as condições das estacas de concreto que por sua
rapidez de execução interfere muito pouco na rotina da obra.
O equipamento é fabricado pela PDI americana e é composto de dois sensores, um de aceleração e
outro de força do martelo.

11.1. PROCESSO EXECUTIVO / FUNCIONAMENTO


O teste consiste na colocação de um acelerômetro de alta sensibilidade no topo da estaca. Em
seguida aplicam-se golpes com um martelo de mão. Os golpes geram ondas de tensão que trafegam
ao longo da estaca e sofrem reflexões ao encontrar qualquer variação nas características do material
(peso específico, módulo de elasticidade ou área de seção). Essas reflexões causam variações na
aceleração medida pelo sensor. É feito um registro da evolução desta aceleração com o tempo.
Como a onda trafega com uma velocidade fixa, conhecendo-se a velocidade da propagação da onda
e o tempo transcorrido entre a aplicação do golpe e a chegada da reflexão correspondente à variação
de características, pode-se determinar a exata localização dessa variação.

De forma resumida, tem-se:


a) Impacto do martelo (de nylon) causam pequeno stress no topo da estaca;
b) As ondas viajam ao longo do fuste;
c) Os ecos sônicos que retornam são registrados e analisados;

Os resultados avaliam:
a) A área da seção transversal da estaca;
b) Integridade da estaca;
c) Continuidade da estaca (estaca íntegra, redução e alargamento de seção, estaca quebrada);

Figura 11.1 – Estaca íntegra, redução de seção, estaca quebrada e alargamento de seção.

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11.2. LIMITAÇOES / CUIDADOS NA EXECUÇÃO DO PIT


a) Não informa a capacidade de carga da estaca;
b) Necessita de profissional capacitado;
c) O topo da estaca deve estar limpo e plano para fixação do sensor e aplicação dos golpes;
d) O topo da estaca deve estar seco.

11.3. RECOMENDAÇÕES NA EXECUÇÃO DO PIT


a) O topo da estaca deve estar na cota de arrasamento;
b) O concreto deve estar em sua resistência nominal e são;
c) Não nivelar o topo da estaca com argamassa;
d) Nivelar o topo da estaca com disco de desbaste de concreto.

Foto 11.1 – Execução do teste de integridade da Foto 11.2 – Execução do teste de integridade
estaca (Foto da internet). da estaca (Foto da internet).

Foto 11.3 – Execução do teste de integridade da Foto 11.4 – Execução do teste de integridade
estaca (Foto da internet). da estaca (Foto da internet).

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12.0. LISTA DE EXERCÍCIOS


Esta lista de exercícios é constituída de questões oriundas de diversos concursos sob a coordenação
da ESAF, do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (CESPE) da
Universidade de Brasília, etc. Concursos, tais como: TCU; Câmara dos Deputados; Instituto
Nacional do Câncer; INMETRO; Município de Ipojuca; Ministério do Planejamento; Polícia
Federal; TJDFT, DNIT, dentre outros.

As sondagens são de fundamental importância para o projeto e para a execução de obras civis. As
sondagens de terrenos podem ser de vários tipos, e a escolha da mais adequada ocorrerá em função
do tipo de material existente no terreno a ser sondado. Nesse contexto, julgue os itens a seguir, em
Certo (C) e Errado (E).
1. ( ) Por meio da sondagem à percussão tipo SPT (standard penetration test), é possível determinar
o tipo de solo atravessado pelo amostrador padrão, a resistência (N) oferecida pelo solo à cravação
do amostrador e a posição do nível de água ou níveis de água, se encontrada água durante a
perfuração.
2. ( ) O índice de resistência à penetração, ou SPT, de um solo em uma sondagem à percussão é
igual ao número de golpes de um peso padrão, que cai de uma altura padronizada sobre o conjunto
de hastes, necessários para a cravação de 45 cm do amostrador.
3. ( ) SPT fornecem o número de golpes de um peso-padrão, caindo de uma altura específica,
necessários para a cravação de 45 cm do amostrador.
4. ( ) SPT fornecem um índice de resistência do solo que pode ser utilizado em estimativas de
capacidade de carga de fundações.
5. ( ) rotativas são utilizadas para a amostragem de argilas e siltes saturados moles.
6. ( ) a trado são indicadas para a caracterização de areias saturadas.
7. ( ) por percussão permitem a obtenção de amostras indeformadas de solo.
8. ( ) durante a elaboração do projeto de drenagem deve-se verificar a necessidade da implantação
de drenagem subterrânea, sobretudo nas áreas de corte da rodovia, observando-se, no estudo
geotécnico, o relatório de sondagem para estes trechos, com destaque para o nível do lençol freático
e o tipo de solo.

A definição do índice SPT (Standart Penetration Test) utilizado na escolha da taxa de resistência
das camadas do terreno para uma fundação é:
9. ( ) o somatório do número de golpes dados para o amostrador vencer os primeiros 20 cm de cada
metro de cravação.
10. ( ) o somatório do número de golpes dados nos últimos 10 cm de penetração para cada metro de
cravação.
11. ( ) o somatório do número de golpes para vencer os 2º e 3º trechos de 15 cm de cada metro
vencido pelo amostrador.
12. ( ) o total do número de golpes dividido pela profundidade atingida em cada metro de cravação.
13. ( ) a razão do número de golpes de cada metro de cravação pelo total do número de golpes
dados na cravação.

O SPT utilizado para sondagem é um teste:


14. ( ) de penetração executado com um peso de 100 kg, com altura de queda de 1 m.
15. ( ) de penetração executado com um peso de 65 kg, com altura de queda de 75 cm.
16. ( ) para analisar o tipo de solo.
17. ( ) para avaliar a densidade do solo.
Em um relatório de sondagens de reconhecimento não é fornecido:

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18. ( ) a cota da boca do furo.


19. ( ) o valor da pressão de terras no topo de cada camada atravessada.
20. ( ) a indicação dos diversos níveis d’água encontrados.
21. ( ) as diversas camadas atravessadas com suas respectivas descrições.
22. ( ) a localização do furo.
Os métodos de prospecção do subsolo para fins geotécnicos classificam-se em métodos indiretos,
semidiretos e diretos. Após a análise da figura a seguir, conclui-se que se trata de um equipamento
que:

23. ( ) realiza prospecção indireta do subsolo.


24. ( ) realiza sondagem à percussão, com circulação de água.
25. ( ) é utilizado para retirar amostras indeformadas.
26. ( ) é empregado apenas em locais de fácil acesso, devido às dificuldades de instalação dos seus
componentes.
27. ( ) não permite a determinação da profundidade de equilíbrio do lençol freático.

(TCU / CESPE/UnB) Considerando que as fundações são os primeiros elementos estruturais


executados em uma obra de edificação, e que os possíveis erros de dimensionamento e execução
desses elementos afetam consideravelmente a qualidade da construção, julgue os itens que se
seguem.
28. ( ) Em fundações diretas, se as condições do terreno o permitirem, a fiscalização poderá
aprovar a execução da concretagem sem a utilização de fôrmas laterais.
29. ( ) Se uma estaca recalca mais que o solo que a envolve, diz-se que foi gerado atrito lateral
positivo entre a estaca e o solo.
30. ( ) Por motivo de segurança, durante a execução de tubulões, a fiscalização não deve
inspecionar o fundo da escava antes da concretagem.

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(Câmara dos Deputados / CESPE / UnB) Fundações podem ser definidas como o conjunto de
elementos, localizados abaixo do solo, responsáveis por suportar com segurança as cargas
provenientes da edificação e transmiti-las ao solo. Com base nessa informação, julgue os itens a
seguir, relativos a projetos de fundações.
31. ( ) Os principais tipos de fundações profundas incluem as estacas, os radiers e os tubulões.
32. ( ) Em obras de pequeno porte, como as edificações térreas, os ensaios geotécnicos são
dispensáveis, podendo a avaliação das características do substrato ser realizada, com segurança,
mediante inspeção visual.
33. ( ) A capacidade de carga de estacas isoladas é definida por meio das tensões normais geradas
ao nível de sua ponta, desprezado o atrito lateral.
34. ( ) As fundações são convencionalmente classificadas em dois grandes grupos: fundações
superficiais, também denominadas diretas, e fundações profundas.
35. ( ) Em uma fundação de estaca de concreto, utiliza-se caneca ou capacete de metal na ponta da
estaca para aliviar a tensão da martelada aplicada sobre essa ponta, evitando-se, assim, que a estaca
bata diretamente no concreto e seja fissurada.

(Instituto Nacional do Câncer / CESPE / UnB) Quanto às estruturas utilizadas na construção civil,
julgue o item a seguir.
36. ( ) A estaca tipo Strauss é utilizada em terrenos acima do nível da água, podendo ser executada
em qualquer profundidade com a utilização de bate-estacas.

(Município de Ipojuca / CESPE /UnB) As características de segurança estrutural de uma edificação


começam por uma fundação adequadamente dimensionada e executada. De posse dos resultados da
sondagem e do levantamento topográfico, o engenheiro poderá encontrar a alternativa mais
adequada e eficiente. Acerca dessa etapa da construção, julgue os itens que se seguem.
37. ( ) As fundações podem ser classificadas em diretas ou rasas, quando apoiadas diretamente no
solo; como indiretas ou profundas, quando incluem estacas e exigem a perfuração do solo; ou em
intermediárias, quando o solo firme encontra-se a até 3 m de profundidade.
38. ( ) A fundação do tipo sapata corrida apóia-se diretamente no solo, a fim de distribuir sua carga
por uma área maior. Esse tipo de fundação é indicado para solos de consistência irregular e
resistência variável.
39. ( ) Na construção de uma sapata corrida com embasamento em alvenaria, o primeiro passo,
após a escavação das valas, é a colocação das armaduras para concretagem de um lastro de concreto
magro, com espessura de 5 cm a 10 cm, no fundo das valas.
40. ( ) Em solos argilosos, deve-se utilizar fundações profundas — as estacas ou os tubulões — que
transmitem as cargas ao terreno pela base (estrato de apoio firme no solo) e pela sua superfície
lateral.
41. ( ) O tubulão a céu aberto é o tipo mais elementar de tubulão, que resulta de um poço
perfurado, manual ou mecanicamente, a céu aberto. A concretagem é feita lançando-se o concreto
da superfície (diretamente do caminhão betoneira, em caso de utilização do concreto usinado) em
camadas que serão adensadas com um vibrador de imersão.
42. ( ) As fundações dos tipos estacas-raiz e microestacas são utilizadas para a execução de
fundações perfuradas e moldadas in loco, também denominadas estacas escavadas injetadas.
43. ( ) A fundação do tipo flutuante é aquela sobreposta a camadas de solo pouco resistente,
convenientemente compactado.
44. ( ) Para solos com camadas fracas (pouco resistentes) sobrejacentes a uma camada resistente,
em que serão dispostas estruturas pesadas rígidas, recomenda-se o uso de estacas de ponta, tubulões
ou radier profundo.

Com relação ao projeto de estruturas de concreto e de fundações, julgue o próximo item.


45. ( ) Sapatas, blocos e radiers são considerados fundações diretas ou superficiais.

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51 - (FEMPERJ / VALEC, 2012) O Elemento de fundação superficial que recebe parte dos pilares
de uma obra, pilares esses não alinhados, é conhecido como:
(A) grelha; (B) sapata; (C) viga de fundação; (D) sapata associada; (E) radier.

53 – (FEMPERJ / VALEC, 2012) Observe, na figura abaixo, o esquema de execução de um tipo de


fundação profunda.

Esse tipo de fundação é conhecida como estaca:


(A) Strauss; (B) Broca; (C) Franki; (D) Raiz; (E) Hélice contínua.

(ESAF, DNIT / 2012) Utilize a figura abaixo para responder às questões 7 e 8.


PERFIL INDIVIDUAL DE SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO À PERCUSSÃO
(S.P.T.)

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07 – (ESAF, DNIT / 2012) Considerando os resultados da sondagem à percussão apresentados na


figura, a profundidade do NSPT é superior a 20 a partir de:

a) 6,0 m. b) 7,0 m. c) 7,5 m. d) 8,0 m. e) 9,0 m.

08 – (ESAF, DNIT / 2012) Existem métodos empíricos para estimar a tensão admissível a partir de
ensaios de campo como a sondagem à percussão e o ensaio de cone. Um dos métodos propostos
estima a tensão admissível, em MPa, como sendo o produto do NSPTmédio por 0,02. Em que o
NSPTmédio é a média aritmética dos NSPT da região localizada entre a cota de apoio da sapata e o
término do bulbo de pressões, considerado aproximadamente 1,5 vezes a menor dimensão da
sapata.
Para a construção de uma residência com carga máxima nos pilares de 20 toneladas, a ser executada
no terreno onde foi realizada a sondagem apresentada anteriormente, foram dimensionadas sapatas
com dimensões (2,0 x 1,0) m, assentes na profundidade mostrada na fi gura anterior.
Considerando essa situação, analise as afirmativas.

I. A profundidade estimada para o bulbo de pressão das sapatas será de 5,0 m.


II. A tensão admissível estimada em função do NSPT será de 0,4 kgf/cm2.
III. As dimensões das sapatas estão adequadas à tensão admissível estimada para o solo.
IV. Observa-se a presença do nível d’água a 3,5 m do RN, o que difi cultaria o assentamento das
sapatas em profundidades maiores.
É correto o que se afirma em

a) I. b) II. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV.

09 – (ESAF, DNIT / 2012) Tomando como referência o desenho esquemático de um terreno onde
serão construídas as projeções destacadas e suas respectivas áreas, o número mínimo de furos de
sondagem de simples reconhecimento, considerando a fase de planejamento do empreendimento,
será de

a) 11. b) 17. c) 18. d) 19. e) 20.

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10 – (ESAF, DNIT / 2012) A figura abaixo mostra o esquema do equipamento utilizado para os
ensaios de CPT (Cone Penetration Test) e CPTU (Piezocone Penetration Test), que nos últimos
anos vem se destacando como importante ferramenta para prospecção geotécnica.
De acordo com os princípios desses ensaios, é correto afirmar que:

a) a cravação é realizada de forma dinâmica, medindo-se a força necessária para cravar a ponta
cônica.
b) os resultados obtidos podem ser usados para estimar a resistência ao cisalhamento e o coeficiente
de adensamento horizontal do solo.
c) no CPT são realizadas medidas de resistência de ponta e de atrito lateral, além do monitoramento
das pressões neutras geradas durante a cravação.
d) o registro da resistência à penetração, da mesma forma que no ensaio de SPT, é realizado a cada
metro de profundidade.
e) esse ensaio é mais indicado para argilas compactas e rígidas graças a sua elevada capacidade de
carga.

32- (ESAF, DNIT / 2012) A figura abaixo representa um tipo de fundação superficial denominada:
a) sapata corrida.
b) radier.
c) sapata distorcida.
d) sapata associada
e) viga alavanca.

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37 - (CESGRANRIO, TRANSPETRO / 2012) A sondagem SPT tem como produto final a


elaboração de um Relatório de Sondagem.
O quadro a seguir é o exemplo de um Relatório de Sondagem.

Após a análise desse Relatório, constata-se que


(A) a camada de areia média e grossa que se inicia acerca de 2,0 metros de profundidade encontra-
se com a compacidade fofa.
(B) a classificação da consistência da camada que se inicia acerca de 4,5 metros de profundidade
condiz com o resultado de SPT encontrado.
(C) a elaboração de um perfil longitudinal do subsolo não pode ser realizada por esse tipo de
prospecção.
(D) não é possível avaliar a resistência à penetração estática dos materiais, a partir dos resultados
dessa sondagem.
(E) não é possível identificar a posição do lençol freático.

49 - (CESGRANRIO, TRANSPETRO / 2012) O emprego de estacas raiz é indicado e, em especial,


para locais com restrição de pé direito ou com dificuldade de acesso para equipamentos de grande
porte.
Essa estaca é do tipo

(A) cravada (B) metálica (C) escavada (D) prensada (E) pré-moldada

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29 - (CESGRANRIO, PETROBRAS / 2012) Nos procedimentos executivos das estacas pré-


moldadas de concreto, é permitido o aproveitamento das sobras de estacas, resultantes da diferença
entre a estaca efetivamente levantada e a arrasada.
Uma das exigências da NBR 6122:2010 (Projeto e execução de fundações) para esse
aproveitamento refere-se ao comprimento da sobra, que, em metros, deve ser de, no mínimo,

(A) 1,0 (B) 1,5 (C) 2,0 (D) 2,5 (E) 3,0

34 - (CESGRANRIO, PETROBRAS / 2012) De acordo com a NBR 6122:2010 (Projeto e execução


de fundações), para especificar o material em obras onde serão executadas estacas raiz, deve-se
considerar que seu preenchimento é feito com
(A) concreto, com brita 2, no máximo
(B) concreto, com brita 3, no máximo
(C) concreto, com brita 4, no máximo
(D) argamassa de cimento, areia e brita 1 e/ou 2
(E) argamassa de cimento, areia e/ou pedrisco

37 - (CESGRANRIO, PROMINP / 2012) Em projetos de fundações, a principal aplicação do ensaio


de piezocone, ou ensaio de penetração de cone com medidas de poropressões do solo, é a estimativa
da capacidade de carga de estacas e de fundações diretas.
Esse ensaio
(A) consiste em se aplicar pressão atrás de uma membrana metálica instalada no cone e medir a
pressão relativa a um deslocamento de 1 mm, possibilitando a estimativa do módulo dilatométrico.
(B) permite a estimativa da estratigrafia, através de ábacos de classificação do solo, a partir das
grandezas medidas no ensaio e dos valores de tensão total do solo, em uma determinada
profundidade.
(C) é utilizado também para coletar amostras deformadas de solo para posterior realização de
ensaios de laboratório e para a obtenção dos parâmetros de resistência.
(D) é realizado, com a rotação do cone, a uma velocidade padrão definida em norma, possibilitando
a estimativa da resistência do solo de fundação.
(E) é executado a partir da cravação de um cone, cuja célula de pressão, quando pressurizada,
provoca um estado de expansão cilíndrica do solo no entorno da mesma.

38 - (CESGRANRIO, PROMINP / 2012) Segundo a NBR 6122:2010, a estaca é um “elemento de


fundação profunda, executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em
qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas.”
Uma estaca frequentemente utilizada em projetos de fundação no Brasil é a denominada Franki, que
é uma estaca
(A) moldada in loco (B) pré-moldada cravada (C) de aço ou metálica
(D) do tipo tubulão (E) do tipo hélice contínua monitorada
40 - (CESGRANRIO, PROMINP / 2012) O atrito negativo é um fenômeno que ocorre

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Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc.
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D.

(A) no caso de o solo do entorno da fundação estar em processo de adensamento, e o atrito lateral
ser considerado negativo, ou seja, quando o solo recalca mais que a estaca ou o tubulão.
(B) quando há um esforço de empuxo vertical hidrostático atuante sobre a estaca, causando redução
do atrito.
(C) quando o atrito entre a sapata e o solo subjacente deve ser considerado no cálculo de capacidade
de carga da sapata.
(D) em fundações diretas, quando há o recalque de camadas de argilas subjacentes a essas
fundações.
(E) durante a cravação de estacas de grande diâmetro, quando é executada em solos arenosos
saturados.

19 - (CESGRANRIO, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL / 2012) Em uma obra, serão cravadas 200
estacas pré-moldadas de concreto.
De acordo com a NBR 6122:2010 (Projeto e execução de fundações), será necessário elaborar o
diagrama de cravação
(A) de 100 estacas, no mínimo (B) de 120 estacas, no mínimo
(C) de 150 estacas, no mínimo (D) de 180 estacas, no mínimo
(E) das 200 estacas

49 - (CESGRANRIO, BR DISTRIBUIDORA / 2011) Em um determinado projeto de fundação, há


um elemento estrutural que está recebendo cargas de dois pilares e transmitindo-as centradas às
fundações.
Trata-se de uma
(A) viga de equilíbrio (B) viga de levantamento (C) viga de repique
(D) cinta de levantamento (E) cinta de reação

(ESAF, ENGENHEIRO MINISTÉRIO DA FAZENDA / 2013)


6 - Em relação às fundações, assinale a opção incorreta.
a) Em planta, as sapatas isoladas não devem ter dimensões inferiores a 0,60 m.
b) É obrigatório o uso de lastro de concreto magro com espessura não inferior a 5 cm para execução
do bloco de coroamento. A estaca deve ficar no mínimo 5 cm acima do lastro.
c) O topo da estaca, acima da cota de arrasamento, deve ser demolido. A seção resultante deve ser
plana e perpendicular ao eixo da estaca.
d) A cravação do tubo da estaca hélice contínua monitorada não deve causar vibrações que
comprometam as fundações circunvizinhas, portanto, a energia de cravação fica limitada a 40 kN.
e) O concreto a ser utilizado nos tubulões a céu aberto deve ter fck ≥ 20 MPa, aos 28 dias.

(ESAF, ENGENHEIRO MINISTÉRIO DA FAZENDA / 2013)


17- Os recalques de fundações, admissíveis ou aqueles não admissíveis, dependem da capacidade
de carga e deformabilidade do solo que, por sua vez, dependem de diversos fatores, entre eles: tipo
e estado do solo; disposição do lençol freático; intensidade da carga; tipo de fundação (direta ou

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profunda); cota de apoio da fundação; interferência de fundações vizinhas. Assinale a opção


incorreta.
a) Areia nos vários estados de consistência ou argilas nos vários estados de compacidade, sob ação
de cargas externas, se deformam, em maior ou menor proporção.
b) Para solos permeáveis como as areias, a consolidação e, portanto, os recalques acontecem em
períodos de tempo relativamente curtos, após serem solicitados; para solos menos permeáveis,
como as argilas, a consolidação é lenta, ao longo de vários anos.
c) Se o solo for uma argila dura ou uma areia compacta, os recalques decorrem essencialmente de
deformações por mudança de forma, função da carga atuante e do módulo de deformação do solo.
d) Nos solos fofos e moles, os recalques provêm basicamente da sua redução de volume, pois a
água presente no bulbo de tensões das fundações tenderá a percolar para regiões sujeitas a pressões
menores.
e) Para fundações diretas, a presença de vegetação nas proximidades da obra (retirada ou deposição
de água no solo) também poderá exercer importante influência sobre os recalques.

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