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1. Conceito
É o ramo do direito que tem por objeto as normas, as instituições jurídicas e os
princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinando os sujeitos
e instituições destinadas à proteção desse trabalho em sua estrutura e atividade.
Visa assegurar ao trabalhador melhores condições de trabalho e sociais, por meio
de medidas de proteção (normas jurídicas protetivas) tendo em vista o trabalhador, em
razão de sua inferioridade econômica, ser o lado mais fraco na relação trabalhista.
2. Natureza e autonomia
O direito do trabalho é um ramo do direito privado, pois está ligado a
regulamentação das relações individuais e coletivas de trabalho do setor privado. Ainda
que se reconheça a existência de regras de direito público e privado dentro do direito do
trabalho, há uma preponderÂncia de regras privadas ante as regras de direito público.
As relações entre os servidores públicos são reguladas pelo direito administrativo
com suas leis de natureza estatutária. Porém, admite-se a contratação de empregados
públicos (agentes públicos vinculados à administração por relação de emprego contratual,
regida pela CLT) no âmbito da administração federal direta, autárquica e fundacional.
Características:
- a CLT não é código, pois não veio estabelecer direito novo, e sim reunir as leis
esparsas existentes anteriormente;
- foram acrescidos alguns novos institutos criados pelos juristas que a elaboraram;
- atualmente a CLT é tida pela doutrina como obsoleta e desatualizada, requerendo
urgentes modificações.
3. Negociações coletivas
O direito do trabalho reconhece o chamado princípio da autonomia coletiva, onde
os trabalhadores, empregadores e suas entidades representativas podem elaborar
normas jurídicas que o estado reconhece como legítimas.
Essas normas surgem das negociações coletivas, que são um procedimento
desenvolvido entre os sindicatos de trabalhadores e patrões. Ao final das negociações,
formaliza-se um documento escrito que pode ser denominado: acordo coletivo de
trabalho, se a negociação se operou no Âmbito de uma empresa; convenção coletiva de
trabalho, se abrangeu uma categoria; contrato coletivo de trabalho, se o âmbito for
nacional ou interprofissional.
Porém, existindo lei proibitiva, as convenções e acordos coletivos não poderão
contrariar-lhe o sentido.
4. Acordo coletivo
São pactos celebrados entre uma ou mais de uma empresa e sindicato da
categoria profissional a respeito das condições de trabalho no âmbito da empresa ou
empresas.
O sindicato dos trabalhadores exerce o monopólio da negociação coletiva, mesmo
se a parte patronal consistir de uma só empresa, negociando diretamente.
Em quaisquer negociações coletivas é obrigatória a representação dos
trabalhadores pelo seu respectivo sindicato. No caso de acordos coletivos, as empresas
podem negociar diretamente com o sindicato dos trabalhadores, não sendo obrigatória à
presença do sindicato patronal.
7. Contratos coletivos
São pactos firmados pelas cúpulas sindicais fixando normas e condições de
trabalho nos seus respectivos âmbitos de atuação. O contrato coletivo é a negociação de
âmbito nacional ou interprofissional, que dá as regras básicas para os demais pactos
coletivos. Porém, a CLT restringiu a legitimação para a negociação coletiva aos
sindicatos, nas suas respectivas bases territoriais.
A outorga de competÊncia para negociação coletiva às entidades de maior grau
(federação e confederação) só ocorre se a categoria não for organizada em sindicato.
8. Regulamento de empresa
É um conjunto de regras fixadas pelo empregador sobre as relações de trabalho,
organização da atividade, conduta e disciplina intera e vantagens. Depende somente da
adesão do trabalhador, sem qualquer exigência legal por parte do estado. Características:
- facultativo;
- unilateral: elaborado pelo empregador e imposto ou empregado;
- não depende de homologação;
- privado;
- não têm eficácia as normas contrárias às leis e instrumentos normativos.
É composta por:
- Conferência geral: é o órgão de deliberação, onde são elaboradas as
convenções e recomendações, e é composta por representantes dos
estados-membros;
- Conselho de administração: exerce função executiva, composto por
representantes de empregados, empregadores e do Governo, oriundos de
países de maior importância industrial;
- Repartição internacional do trabalho: é a secretaria da OIT, documentando
e registrando as atividades.
10.2. No espaço
- Princípio da territorialidade: no território nacional, a mesma lei brasileira
disciplinará os contratos de trabalho tanto de brasileiros quanto de estrangeiros,
embora existam leis que disciplinem situações específicas em relação aos
estrangeiros. Portanto, o princípio não é absoluto. As questões entre brasileiros em
empresas brasileiras no estrangeiro são tratadas pela justiça do trabalho do Brasil.