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Aluna do Doutorado, no Programa de Pós-Graduação em Letras-Lingüística da Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Professora de Lingüística da Universidade Tiradentes (UNIT – SE).
ANAIS DA XX JORNADA – GELNE – JOÃO PESSOA-PB 1720
propriamente dita e pode ser exemplificada através da dicotomia saussuriana langue versus
parole. Essa dicotomia, entretanto, provocou a exclusão da fala do campo dos estudos
lingüísticos, uma vez que Ferdinand Saussure colocava a língua como objeto de estudo da
Lingüística (o estudo da língua pela língua). Nesse contexto, era impossível haver uma
discussão acerca do sujeito. Também havia uma exclusão do contexto de realização da
língua, ou seja, das condições de produção. Para ele, a fala era algo individual e, portanto,
uma noção não pertinente lingüisticamente; enquanto que língua era algo abstrato e ideal a
constituir um sistema sígnico sincrônico e homogêneo, desenvolvido no nível fonético,
fonológico, morfológico. Chomsky, por sua vez, na década de 50 do século XX,
contrariando os ideais behavioristas de Bloomfield, postula que há uma faculdade de
linguagem inata. Estuda a competência versus desempenho e afirma que a sintaxe é mais
importante que a semântica, uma vez que aquela é capaz de gerar estrutura. Com isso,
inaugura os postulados da Gramática Gerativa, os quais foram amplamente estudados
durante essa época. Entretanto, questiona-se o fato de como se trabalhar o nível sintático
sem levar em conta o aspecto semântico. E, durante a crise dos estudos acerca da
linguagem, mais ou menos na década de 60 do século XX, questionam-se os aspectos
semânticos, pois não há como se estudar o sistema sem observar o sentido, como explicar o
sentido figurado, como desvendar as dificuldades de tradução.
Por conta disso, alguns estudiosos passam a buscar uma maior compreensão de
linguagem, que esteja distante do ideal de língua como sendo um sistema ideologicamente
neutro, da dicotomia saussuriana. É nesse contexto que surge o discurso, operando a ligação
necessária entre o nível propriamente lingüístico e o extralingüístico. Surge, então, a
terceira perspectiva de estudos da linguagem. Nesta, a palavra é tida como muitas maneiras
de significar. Nesse sentido, assume o centro dos estudos a Análise do Discurso. Esta não
trata da língua, não trata da Gramática, apesar de importarem para o estudo; trata do
Discurso que, por sua vez, significa palavra em movimento, prática de linguagem.
Com o estudo do discurso, observa-se o homem falando, e procura-se compreender
a língua fazendo sentido, enquanto trabalho simbólico. E o discurso consiste em utilização
da língua por um sujeito em certas condições de produção; é o lugar em que se pode
observar a relação língua e ideologia, compreendendo-se como a língua produz sentidos por
/ para sujeitos. Os estudos discursivos não separam forma e conteúdo, pois, para tais
estudos, a língua não só é percebida como uma estrutura, mas sobretudo como um
acontecimento. Assim, soma-se a estrutura ao acontecimento, resultando na forma material
vista como acontecimento do significante (língua) em um sujeito afetado pela história.
Segundo Orlandi (2002, p. 19), para a Análise do Discurso:
Além disso, o discurso não corresponde à noção de fala. Aquele tem a sua
regularidade, tem seu funcionamento, o qual é possível apreender se não há oposição entre
o social e o histórico, entre o sistema e a realização; o subjetivo e o objetivo; o processo e o
produto. E a língua é condição de possibilidade do discurso.
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Segundo Orlandi (2002), toda leitura precisa de um artefato teórico que se efetue.
“A leitura mostra-se como não transparente, articulando-se em dispositivos teóricos” (2002,
p. 25). Nesse sentido, a Análise do Discurso se diferencia da Hermenêutica, pois visa fazer
compreender como os objetos simbólicos produzem sentido, analisando os próprios gestos
de interpretação. Isso significa que a AD não estaciona na interpretação, mas trabalha seus
limites, seus mecanismos, como parte do processo de significação. Assim, não procura um
sentido verdadeiro através de uma chave de interpretação, entretanto, há um método, há
construção de dispositivo teórico. Tal dispositivo tem que colocar o dito em relação ao não-
dito, observando-se o que o sujeito diz em um lugar com o que é dito em outro lugar. Por
conta disso, devem se levar em conta a ideologia e o inconsciente, descrevendo-se a relação
do sujeito com a memória. Então, não há uma verdade oculta atrás do texto, há gestos de
interpretação que o constituem e que o analista, com seu dispositivo deve ser capaz de
compreender.
Nessa perspectiva, a compreensão vai além da interpretação. Para esta, o sentido é
construído pensando-se o co-texto (as outras frases do texto) e o contexto imediato. Quando
se interpreta, já se está preso em um sentido. Enquanto que naquela procura-se saber como
um objeto simbólico (enunciado, texto, pintura) produz sentido; como as interpretações
funcionam. A compreensão procura a explicitação dos processos de significação presentes
no texto e permitem que se possam “escutar” outros sentidos que ali estão, compreendendo
como eles se constituem.
Como a AD tem como objeto o discurso (e este, como mencionado anteriormente,
consiste em utilização da língua por um sujeito em certas condições de produção, é o lugar
em que se pode observar a relação língua e ideologia, compreendendo como a língua
produz sentidos por e para sujeitos), ela visa à compreensão de como o objeto simbólico
produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos. Isso porque:
“os sentidos não estão só nas palavras, nos textos, mas na relação com a exterioridade, nas
condições em que eles são produzidos e que não dependem só das intenções dos sujeitos”.
(ORLANDI, 2002, p. 30)
Ao discurso, como dito, interessam também as condições de produção. Estas dizem
respeito aos sujeitos e à situação; à memória, que também faz parte da produção do
discurso; às circunstâncias da enunciação, isto é, o contexto imediato, em sentido amplo, o
contexto histórico, ideológico. Resumindo, tais condições funcionam de acordo com certos
fatores, o que se chama de relação de sentidos, pois não há discurso que não se relacione
com outros, não há começo absoluto nem ponto final para o discurso: um dizer tem relação
com outros dizeres realizados, imaginados e possíveis. “As condições de produção
implicam o que é material (a língua sujeita a equívoco e a historicidade), o que é
institucional (a formação social, em sua ordem) e o mecanismo imaginário”. (ORLANDI,
2002, p. 40)
No que se refere à memória, esta tem suas características quando pensada em
relação ao discurso. Assim, surge a noção de interdiscurso, de intradiscurso e de memória
discursiva. O interdiscurso corresponde àquilo que se fala antes, em outro lugar,
independentemente, e esquecido. O intradiscurso, àquilo que se diz naquele momento dado,
em condições dadas. E, finalmente, a memória discursiva corresponde ao saber discursivo
que torna possível todo dizer e que o retoma sob forma de preconstruído, o já-dito que está
na base do dizível, sustentando cada tomada da palavra.
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Orlandi, citando Courtine, afirma que este idealiza um gráfico para explicar acerca
das definições de interdiscurso e de intradiscurso. O primeiro corresponde, neste gráfico,
ao eixo vertical, em que se encontram todos os dizeres já ditos, e esquecidos; o conjunto
representa o dizível. Enquanto que, no eixo horizontal, encontra-se o intradiscurso, que
consiste no eixo da formulação, ou o que se está falando naquele momento, em condições
dadas. Entretanto, tal formulação é determinada pela relação que se estabelece com o
interdiscurso. Nesse sentido, o dizer se encontra na confluência dos dois eixos: o da
memória (constituição) e o da atualidade (formulação). E é nesse jogo que se tiram os
sentidos. Estes, por sua vez, realizam-se no ser, pois “são determinados pela maneira como
nos inscrevemos na língua e na história e é por isso que significam e não pela nossa
vontade”. (ORLANDI, 2002, p. 30)
Quanto à formação discursiva, esta está relacionada à formação ideológica, uma vez
que aquela se define de acordo com esta. Isso significa que, de acordo com uma situação
sócio-histórica dada, define-se o que pode ser dito. Nessa perspectiva, as formações
discursivas são também conceituadas como regionalizações do interdiscurso, configurações
específicas dos discursos em suas relações. É também através da noção de formação
discursiva que se podem compreender, no funcionamento discursivo, os diferentes sentidos.
Então, quando, durante a campanha presidencial (2002 – 2003), os candidatos Lula (PT) e
Serra (PSDB) falavam sobre educação, saúde, desemprego, estas palavras não significavam
para ambos a mesma coisa, haja vista cada um deles pertencerem a formações discursivas
diferenciadas. Enquanto que para Lula, educação tem a ver com construção de sujeitos, de
cidadãos; para Serra, a qualidade do ensino passa por conteúdos elaborados, prédios
exuberantes (segundo publicidade do governo). Saúde para o primeiro tem a ver com
prevenção; para o segundo, tecnologia, e assim por diante.
através dos Aparelhos Ideológicos do Estado. Dentre tais Aparelhos, a Mídia consiste no
principal e a tecnologia vem acentuar o papel desta. Nessa perspectiva, o sujeito nasce na
ideologia, logo, é assujeitado na ideologia.
Diante desse contexto de assujeitamento, questiona-se acerca da existência das
revoluções ocorridas no mundo, pois se o sujeito é assujeitado na ideologia, não as faria.
No sentido discursivo, surge uma outra perspectiva de ideologia e de sujeito. Para a Análise
do Discurso, a ideologia é condição para a constituição do sujeito e dos sentidos.
Segundo Orlandi (2002, p. 46), “[...] a ideologia não é ocultação mas função da
relação necessária entre linguagem e mundo. Linguagem e mundo se refletem no sentido da
refração, do efeito imaginário de um sobre o outro”.
E acrescenta (2002 p. 48):
2
Correspondência recebida, por e-mail, no dia 11/11/02 às 12:47:30, com o título da evolução. Site ignorado.
3
Datas acrescentadas pela pesquisadora.
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portanto, de fracasso, por conta de mais uma eleição perdida. Mais uma vez desautoriza a
candidatura, por deixar perpassar a idéia de insistência.
“Lulinha sapiens” → denominação irônica, aponta para a só então constituição do
candidato enquanto espécie humana. E o próprio sufixo –inho apresenta uma ambigüidade,
haja vista poder significar: o lado de menosprezo, conotando um homem menor; ironia;
aproximação, intimidade (segundo os jornais, mais “light”) com as elites do país. As
vestimentas são representativas das elites: gravata, sapato social; garrafa de “vinho caro”4
nas mãos. Tudo isso corrobora a imagem de aproximação desse candidato com as elites
sociais. Ademais, a cor vermelha, representação do PT, só se encontra na estrela - no peito -
e na gravata, conotando também um distanciamento do candidato das ideologias partidárias
radicais. Por conta disso, tal imagem aponta para a última fase de evolução da “espécie
Lula”, quando chega a “Presidentum est”. Essa fase é caracteristicamente figurativizada
desde uma possível “progressão das vestimentas” até o “V” / “L” da vitória. Além disso,
essa fase é representada pelo “Homem ereto”!
Essa charge revela ainda uma carga ideológica implícita: só pode ser presidente
aquele que passa por um estágio “evolutivo” ou que faz parte das elites sociais; o pobre,
analfabeto, pode ser comparado ao “homem-macaco”, ou seja, ainda quadrúpede, uma vez
que o estágio “Lula primatus” representa esse homem advindo desse contexto.
Além disso, as cores significam um expediente de argumentação. Nesse sentido, há
um esvaziamento do candidato Lula, pois, à medida que “evoluía”, tornava-se fútil. Isso
porque a cor vermelha que, no quadro, representa os dois primeiros estágios, simboliza uma
cor ativista; enquanto que a terceira, a laranja (3º estágio, respectivamente) a cor dos
indecisos. A amarela, por sua vez, conota a sensação do vazio. E, finalmente, o preto
representa, para a nossa sociedade, tanto o requinte, a sofisticação, quanto o luto. Essa cor
está presente também no título do texto.
Quanto aos instrumentos utilizados pelo “homi”, vão de ferramentas para
encanador, remetendo ao fato de ele ter sido torneiro mecânico, passando pelo alto-falante,
enquanto grevista; charuto na boca, na fase de “indecisão”; garrafa de vinho, elitização do
candidato; até a faixa presidencial.
Isso só pode ser percebido na medida em que, diante de um texto, remete-se a um
discurso, explicitando-o nas regularidades, nas formações discursivas, pois: “o que nos
interessa não são as marcas em si mas o seu funcionamento que procuramos descrever e
compreender”. (ORLANDI, 2002, p. 65)
Nesse contexto, a charge consiste em uma representação discriminadora da história
da ascensão do candidato Lula à Presidência da República, principalmente, no que diz
respeito às suas origens humildes, apontando, então, para a impossibilidade de as massas
ascenderem. No entanto, nem todos apreendem tal discriminação exatamente por ela estar
circunscrita às informações implícitas, como anteriormente mencionado, mas, como faz
parte do gênero piada, vai provocar o riso, mesmo nos mais ingênuos.
4
Fato ocorrido entre os dois candidatos à presidência, quando Serra criticou Lula por estar bebendo um vinho
caro (R$: 200,00 a garrafa). Este respondeu que o pobre também sabia saborear os bons vinhos.
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http://www2.uol.com.br/veja/23/10/02/sumario.html. Acessado em 28/11/02
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Informações retiradas a partir da resenha do livro “Uma Revolução Perdida – A História do Socialismo
Soviético”, de Daniel Aarão Filho, feita pelo aluno, Francisco Sá Barreto dos Santos, do curso de História
Contemporânea II, para a Profa. Dra. Suzana Cavani, Universidade Federal de Pernambuco, maio de 2002.
Material não publicado (mimeo)
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criatividade, pois retoma o mesmo e antigo discurso do medo, do “Bicho Papão”, ou seja, é
a mesma novela contada muitas e muitas vezes, com muitas variações.
Essa leitura só pôde ser feita, acionando-se a história e, com conhecimento de tais
fatos, pôde-se construir uma compreensão da representação simbólica daquilo que se
pretendia uma “inocente” capa de revista.
Trabalhou-se, nesse sentido, a materialidade histórica da linguagem, e o texto
consiste na unidade de análise e constitui essa materialidade, como unidade de sentido em
relação à situação.
Uma semana após as eleições, dia 04/11/02, a revista Época veiculou em sua capa a
fotografia de Lula, agora o presidente historicamente mais votado pelo povo. Tal pintura,
lado a lado com um mendigo, revela a comparação entre Lula e esse mendigo. As
fisionomias dos dois também demonstram as intenções de comparação entre ambos.
Somada a isso, manchete da revista: “Lula: um sonho popular”, em que o nome “Lula” se
encontra grafado em letras vermelhas, identidade petista; e o “Um sonho Popular”, em
letras brancas, que culturalmente é a cor da paz. Logo, a população, nesse instante estaria
representada por um sentimento de paz, de esperança. Abaixo, em letras menores, uma
outra manchete corrobora tal argumentação, afirmando: “O país não mudou. Mas há uma
nova esperança nas ruas”. É importante observar ainda a construção adversativa desse
período, uma vez que a segunda oração, a coordenada sindética, introduzida pela conjunção
mas é a que possui um maior peso argumentativo, por consistir em destruição do 1º
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http://revistaepoca.globo.com/Epoca/o,6993.Esp/88-1654,00.html. Acessado em 28/11/02.
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argumento. Isso significa que, discursivamente, a oração “Mas há uma nova esperança nas
ruas” é mais significativa que a primeira, “O país não mudou”.
Nesse contexto, a capa da revista perpassa o ideal de fé, de esperança do povo
brasileiro, no sentido de haver ascensão social. No entanto, retomando-se a charge
analisada neste trabalho, reitera-se a idéia de “evolução da espécie”, perpassada em ambas
as figuras: a de evolução e a de Lula, antes mendigo, agora presidente. Nesse contexto, há
uma ambigüidade textual, no sentido de desvalorização e valorização simultaneamente,
pois aquele que antes era torneiro, passa a presidente; aquele que antes era mendigo, passa
a presidente. Questionam-se, então, as expectativas acerca desse presidente que era
torneiro, era um homem do povo, um mendigo.
Tal remissão foi feita, uma vez que se sabe que o objeto empírico é inesgotável, pois
um discurso se estabelece na relação com um discurso anterior e aponta para outro. É o
jogo entre o interdiscurso (o já-dito e esquecido) e o intradiscurso (a formulação). Nesse
sentido, mais uma vez, a mídia instaura a incerteza na mente das pessoas, através de textos
que veiculam ideais burgueses de sociedade, de povo, de política.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No contexto das eleições pode haver uma comparação / contraste entre o que foi
veiculado pela Mídia, no sentido de se constituir uma contrapropaganda, e o resultado das
urnas, depois concretização das eleições. Apesar de um discurso antigo de medo e terror
contra os ideais socialistas terem vindo à tona, o povo insistiu em optar por mudanças e,
leiam-se, mudanças radicais. Mesmo tido como “Lulinha light”, pode-se inferir que a
ideologia partidária defendida pelo candidato é a do PT, cujas idéias são voltadas para o
socialismo, o humanismo, enfim. Isso significa dizer que, embora tenha havido toda uma
inculcação das idéias de direita, o povo votou contra os ideais desse Estado.
Nessa perspectiva, o povo brasileiro se constituiu, talvez pela primeira vez na
História, sujeito nas eleições, isto é, a partir do seu lugar, enquanto povo, disse o que disse,
em dadas situações. Conseguiu, então, produzir sentido a partir da ideologia, mesmo que
essa tenha sido de direita. Assim não houve assujeitamento, ao contrário, o povo se
constituiu como tal e produziu uma revolução no Brasil: a primeira ascensão de um homem
do povo, esquerdista. Ele pôde, dessa vez, efetuar o jogo entre eixos da memória
(constituição) e da atualidade (formulação), e produziu o sentido, desmascarando a velha
ideologia de direita. E, como afirma a AD, a ideologia é condição para constituição do
sujeito e dos sentidos.
Fez-se essa leitura a partir dos “corpora” escolhidos e do contexto eleitoral. Nesse
sentido, tentou-se proceder a uma análise o menos subjetiva possível, explicitando-se,
assim, o modo de produção de sentidos do objeto em observação. Sabe-se, no entanto, que
a subjetividade faz parte do ser e, portanto, admite-se a possibilidade de tal existência.
Concorda-se, então, com a afirmação de Orlandi (2002, p.70) com a qual se finaliza
este trabalho: “Compreender como um texto funciona, como ele produz sentidos, é
compreendê-lo enquanto objeto lingüístico-histórico, é explicitar como ele realiza a
discursividade que o constitui”.
ANAIS DA XX JORNADA – GELNE – JOÃO PESSOA-PB 1731
REFERÊNCIAS