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Trabalho sobre Natureza do Signo Linguístico.

Professor: Gilson Ianinni – UFOP.


Por: Juliano Gustavo Ozga.

Filosofia UFSM-UFOP.

Primeiramente devemos citar os conceitos principais expostos por Ferdinand de


Saussure:

a) Signo: conceito e uma imagem acústica.

b) Significado: referente ao Conceito.

c) Significante: referente à Imagem Acústica.

A conclusão que se segue é a de que para certas pessoas “a língua é uma


nomenclatura, uma lista de têrmos que correspondem a outras coisas”, donde decorre
três críticas de Saussure:

Crítica 1- “supõe idéias completamente feitas, preexistentes às palavras”;

Crítica 2- “ela não nos diz se a palavra é de natureza vocal ou psíquica, pois arbor
pode ser considerada sob um outro aspecto”;

Crítica 3- “ela faz supor que um vínculo que une um nome a uma coisa constitui
uma operação muito simples, o que está bem longe da verdade”.

A conclusão de Saussure referente à Unidade Linguística é: “a unidade linguística é


uma coisa dupla, constituída da união de dois têrmos”. Na sequência há uma referência
ao Circuito da Fala, onde “os têrmos implicados no juízo lingüístico são ambos
psíquicos e estão unidos, em nosso cérebro, por um vínculo de associação”. A definição
usada para signo linguístico envolve um conceito e uma imagem acústica.

A Imagem Acústica é definida como uma “impressão (empreite) psíquica dêsse som
(som material), a representação que dêle nos dá o testemunho de nossos sentidos” ;é
sensorial em oposição ao termo conceito, que é mais abstrato. Assim Saussure expõe o
conceito de Caráter Psíquico de nossas imagens acústicas, definido como: “sem
movermos os lábios nem a língua, podemos falar conosco ou recitar mentalmente um
poema”.

Sobre o fonema, definido como “uma idéia de ação vocal, não pode convir senão à
palavra falada, à realização da imagem interior no discurso”. Desse modo as definições
seguintes ficam mais claras:
1- Signo Linguístico: “é uma entidade psíquica de duas faces”- Conceito e Imagem
Acústica;

2- Signo : conceito + imagem acústica;

Para elucidar as definições, Saussure usa o exemplo do signo Arbor, onde “se
chamamos..., é sòmente porque exprime o conceito “árvore”, de tal maneira que a idéia
da parte sensorial implica a do total”, ou seja, o signo refere-se ao total, o significado ao
conceito e o significante à imagem acústica da palavra.

Posteriormente fica evidente oposição significado e significante, pelo fato de que


“êstes dois têrmos têm a vantagem de assinalar a oposição que os separa, quer entre si,
quer do total de que fazem parte”.

Neste instante, irei tratar somente de uma das duas características primordiais do
signo linguístico: Arbitrariedade e Caráter Linear do Significante.

Um dos motivos da arbitrariedade do laço que une os termos significado e


significante é o fato de que “entendemos por Signo o total resultante da associação de
um significante com um significado”, ou seja, “O Signo Linguístico é arbitrário”.

Nesse caso, o Princípio da Arbitrariedade é pouco contestado, e que em certas


ocasiões é mais fácil descobrir uma verdade do que lhe assinalar o lugar que lhe cabe,
sendo que esse princípio “domina tôda a lingüística da língua”.

No entanto Saussure expõe uma observação relevante que abrange a Semiologia,


onde muita coisa mudará “quando a Semiologia estiver organizada, deverá averiguar se
os modos de expressão que se baseiam em signos inteiramente naturais - como a
pantomima – lhe pertencem de direito”. Ao mesmo tempo essa observação é uma
crítica, positiva a meu ver, à limitação de abrangência da Semiologia.

A hipótese em foco faz menção ao critério que norteia as relações linguísticas em


sociedade, onde “Todo meio de expressão aceito numa sociedade repousa em princípio
num hábito coletivo ou, o que vem a dar na mesma, na convenção”.

Assim sendo, Saussure expõe uma conclusão sobre a arbitrariedade dos signos:
“Pode-se, pois, dizer que os signos inteiramente arbitrários realizam melhor que os
outros o ideal do procedimento semiológico: eis porque a língua, o mais completo e
mais difundido sistema de expressão, é também o mais característico de todos”.

No entanto, uma característica fundamental do Símbolo é a seguinte: “O símbolo


tem como característica não ser jamais completamente arbitrário; Ele não está vazio,
existe um rudimento de vínculo natural entre o significante e o significado”, referindo-
se ao vínculo entre a coisa nomeada (significante) e sua abrangência semântica
(significado).
Assim, a segunda observação de Saussure sugere a limitação das mudanças
subjetivas na linguagem, pelo fato de que “Não deve dar a idéia de que o significado
dependa da livre escolha do que fala”.

A conclusão exposta por Saussure sobre o significado é a seguinte: “o significado é


imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual não tem nenhum laço
natural na realidade”.

Referência Bibliográfica: SAUSSURE, Ferdinand de. “CURSO DE


LINGÜÍSTICA GERAL”. Organizado por: CHARLES BALLY e ALBERT
SECHEHAYE. Ed. CULTRIX. São Paulo.

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