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USP desenvolve técnica ultrarrápida para produzir

biodiesel
Nilbberth Silva - 17/08/2009

Biodiesel em 30 minutos

Pesquisadores da USP desenvolveram uma técnica para transformar em biodiesel


óleos vegetais já danificados pelo processo de fritura e a borra de soja, um resíduo
da indústria de óleo alimentício.

A técnica reduz o tempo da reação química de 24 horas para 30 minutos e barateia


o processo. O segredo foi usar um catalisador diferente na reação, feito com os
metais cobre e vanádio.

Como é produzido o biodiesel

Para produzir biodiesel é necessário que haja a reação do óleo vegetal puro com
álcool. "Mas a reação só acontece se houver um catalisador no recipiente. Essa
substância é o cupido que junta o óleo com álcool e transforma-o em biodiesel e
glicerina", compara Miguel Dabdoub, químico e professor da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) em cujo laboratório a técnica foi
desenvolvida. "Depois da reação, é possível recuperar o catalisador"

Contudo, o catalisador utilizado comumente no Brasil é a soda cáustica, que não


funciona muito bem para transformar óleos de fritura, óleos não-refinados em
biodiesel. Esses tipos de óleo contém diferentes percentuais de ácidos graxos, que
reagem com a soda e viram sabão. A outra porcentagem vira biodiesel. A borra de
soja é o ácido graxo extraído de óleos vegetais e por isso também não pode ser
transformada em biodiesel. A reação comum demora um dia inteiro para acontecer.

"Sabão não se utiliza em ônibus e caminhões", destaca Dabdoub. "Imagine uma


fábrica média, que produza cerca de 100 milhões de litros de biodiesel por ano, com
óleo residual de cozinha com 7% de ácidos graxos. Há uma perda de cerca de 7
milhões de litros, que viram sabão. Como o governo paga cerca de R$ 2,30 por litro
de biodiesel atualmente, essa empresa teria R$ 16 milhões jogados fora todo ano.
Esse dinheiro é suficiente para pagar a mudança de tecnologia".

Catalisador de vanádio e cobre

Os pesquisadores do Laboratório de Tecnologias Limpas (LADETEL), chefiados por


Dabdoub, passaram dois anos tentando descobrir uma maneira de tornar esse
processo mais barato, eficiente e rápido. Eles fizeram dezenas de reações no
laboratório para descobrir os catalisadores, pressão, temperatura, proporções dos
reagentes e concentração de álcool ideais para que a reação acontecesse.

A conclusão da pesquisa foi que a melhor maneira de produzir biodiesel a partir de


óleo jogado fora é com um catalisador feito com os metais vanádio e cobre. "Ele
não se dissolve no óleo e por isso pode ser recuperado facilmente no final da
reação", explica Márcia Rampim, uma das pesquisadoras envolvidas no projeto . A
nova reação também é muito eficiente. "Com 1 litro de óleo de cozinha, produzimos
1 litro de biodiesel e 100 ml de glicerina".

Biodiesel mais barato e menos danos ao meio ambiente

"No Brasil consome-se cerca de 19 litros per capita de óleo por ano, segundo a
Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (ABIOVE)", calcula
Dabdoub."Se considerarmos que 12 litros desse óleo não sejam absorvidos pelos
alimentos, que é uma estimativa muito conservadora, são cerca de 7 litros de óleo
por pessoa sendo jogados pela pia, indo pelo esgoto, impermeabilizando leitos de
rios e contaminando lençóis freáticos e fontes de água, todo ano. Esse óleo e os
resíduos da indústria de soja poderiam ser coletados e transformados em biodiesel.
Muitas indústrias de alto porte poderiam ser movimentadas no Brasil somente com
base no óleo residual. Diminuiríamos o uso de combustíveis derivados de petróleo e
carvão mineral, que causam o efeito estufa".

Também ficaria mais barato produzir biodiesel, por que as industrias economizariam
na matéria-prima. "Em vez de pagar cerca de R$ 2.080 por tonelada de óleo
vegetal refinado, que é o preço dado pelas comercializadoras, poderei pagar cerca
de R$ 550,00 por tonelada de óleo residual, que é o custo da coleta", garante o
professor. "E as indústrias ainda poderiam economizar com os custos de remoção
da borra de soja. Em 2007, segundo a ABIOVE, a indústria produziu 300 milhões de
litros de borra de soja. Uma parte mínima é aproveitada."

Óleo de cozinha é usado para desenvolvimento de


biodiesel
Por Luiz Felipe Campos, da Ascom/UFPE
 
Afinada com o movimento pela preservação ambiental, a Universidade Federal de Pernambuco
desenvolve pesquisas ecologicamente corretas para desenvolver tecnologias limpas e
sustentáveis. É o caso do trabalho liderado pelo professor José Geraldo Pacheco Filho, do
Departamento de Engenharia Química, ligado ao Centro de Tecnologia e Geociências (CTG),
que consiste em transformar o óleo de fritura, usado domesticamente e em restaurantes, em
biodiesel pronto para ser utilizado como combustível.
 
A pesquisa está sendo desenvolvida no Laboratório de Tecnologias Limpas, em parceria com o
Laboratório de Combustíveis, sob a liderança do professor Luiz Stragevitch, e o de Catálise e
Absorção, da professora Celmy Barbosa. Todos são vinculados ao Departamento de Engenharia
Química da UFPE. “O biodiesel que a gente desenvolve aqui já é produzido em larga escala, já é
usado por várias fábricas no Brasil”, afirma o pesquisador.
 
O processo de transformação do óleo de cozinha em biodiesel compreende várias etapas
químicas. Primeiro filtra-se o óleo de fritura, para remover materiais sólidos. Depois, o óleo é
secado para que seja removida a água nele contida. Então é procedida uma reação com etanol
seco, utilizando hidróxido de sódio ou potássio como catalisador. Em seguida, esse biodiesel
tem que ser separado das glicerinas que se formam. Antes que esteja pronto para uso, o
biodiesel é purificado e secado, posteriormente. Cada litro de óleo de fritura produz,
aproximadamente, um litro de biodiesel.
 
“O ideal é que num futuro próximo nós possamos montar uma unidade piloto que aproveite os
óleos residuais do local. O ideal é que cada cidade tenha pequenas plantas pilotos que possam
aproveitar os óleos residuais locais para fazer o biodiesel sem gastar muito com transporte”,
explica o professor. A pesquisa está concentrada no Departamento de Engenharia Química,
mas uma unidade piloto está sendo desenvolvida com previsão para começar a operar ainda
este mês.
 
De acordo com o professor, em sua trajetória desde o uso doméstico, passando por esgotos e
encanamentos até um copo d’água final, seja o mar ou algum rio, um litro de óleo de fritura
pode contaminar até um milhão de litros d’água. “É muito importante que as pessoas
armazenem todo resíduo oleoso em garrafas pet. E então se pode doar na Celpe, no Bompreço
ou para catadores. O ideal seria que as pessoas fizessem sua ação fundamental para não causar
impacto ambiental”, argumenta José Geraldo Pacheco.

COMBUSTÍVEL - Além do óleo de cozinha como fonte para produção de biodiesel, a pesquisa
ainda engloba o uso de matérias primas de elevado grau de acidez para a produção do
combustível. É o caso do sebo bovino, e dos óleos de pinhão manso, oiticica e de fritura muito
degradados. Nesse caso, o processo de transformação do óleo em combustível difere do
anterior pelo uso não convencional dos catalisadores, que usualmente são os hidróxidos de
sódio ou de potássio. “Desenvolvemos catalisadores heterogêneos para produção de biodiesel.
Além do mais, o impacto ambiental é menor, já que catalisadores homogêneos geram resíduos
e os heterogêneos, não”, explica o pesquisador.
 
José Geraldo faz questão de enfatizar os financiadores da pesquisa: “Esse projeto do óleo de
oiticica está sendo feito em conjunto com o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste
(Cetene) e com o Instituto de Pesquisas Agronômicas (IPA). Com relação ao pinhão manso,
também temos o apoio do Cetene. Esses projetos tem apoio da Finepe, do CNPq e do Banco do
Nordeste do Brasil (BNB)”. Também as empresas Brasbiocombustiveis e Fertibom dão suporte
ao trabalho desenvolvido.
 
NOVIDADES – O professor destaca três novidades básicas levantadas pela pesquisa. “A primeira
novidade dessa pesquisa é processamento de matérias primas ácidas para a produção de
biodiesel, que não é um processo convencional. A segunda é o desenvolvimento de um reator
contínuo, que é um minipiloto que estamos construindo. Também fazemos uso de técnicas de
análise química rápidas com infravermelho para acompanhar o processo em tempo real”,
conclui.
 
Mais informações

Professor José Geraldo Pacheco Filho


geraldo.ufpe@gmail.com

Catadores em SP instalam usina de biodiesel para


reciclar óleo de cozinha e gordura animal
por Dayane — última modificação Aug 03, 2009 09:51 AM

tags: Reciclagem

A cooperativa de catadores de materiais recicláveis, Coopere Centro, inaugurou uma


mini usina de produção de biodiesel, possibilitando a ser a primeira cooperativa do país
a transformar óleo de cozinha em biodiesel.

Cooperada apresenta mini-usina de biodiesel na sua sede em SP

"A reciclagem de óleo vai ser mais uma alternativa de ganho para os cooperados e para
o meio ambiente", afirmou a coordenadora social da Coopere, Olinda Pedro da Silva.

Cerca de 100 pessoas acompanharam a inauguração que utiliza tecnologia desenvolvida


nos Estados Unidos. O novo equipamento foi doado à cooperativa por uma empresa que
não quis ser identificada. O aparelho vale R$ 25 mil reais, informaram oficiais da
cooperativa.

A Coopere, localizada na zona central da capital paulista, é uma das 11 cooperativas que
ainda mantém convênio com a Prefeitura de São Paulo no programa de coleta seletiva.
Segundo a coordenadora, eles recolhem cerca de 800 litros de óleo usado por mês.

No entanto, eles vendiam o resíduo para terceiros.

Com a mini usina, os cooperados produzirão o biodiesel para abastecer até 50% das
necessidades dos veículos utilizados dentro central de triagem da cooperativa e para
transportar o material.
O ganho da cooperativa será na redução de despesas, pois para fabricar um litro de
biodiesel custa R$0,50, comparado ao preço médio do litro do diesel que é R$ 2,15.
Para cada litro de biodiesel produzido, são gerados 200 militros de glicerina.

Segundo Sérgio Luis Longo, também coordenador da cooperativa, o recolhimento de


óleo ganhou mais um estímulo.

"Agora vamos levar ainda mais a sério o recolhimento de óleo, porque temos vamos
transformá-lo em combustível", disse.

Longo afirmou que a cooperativa pretende elaborar uma campanha para conscientizar
os moradores e comerciantes da região a doarem, além dos materiais recicláveis, o óleo
usado.

Segundo Sergio Arditti, o empresário da empresa Planeta Biodiesel que trouxe a


tecnologia americana para o Brasil, a cooperativa poderá produzir até 450 litros de
biodiesel se funcionar em três turnos diários, já que a mini usina tem capacidade de
produzir 150 litros a cada oito horas.

FÓRMULA SECRETA

O processo para a fabricação de biodiesel por meio da mini usina parece ser simples.

Em um dos tambores de polietileno de alta densidade, são colocados os 150 litros de


óleo, que pode ser de soja, mamona, girassol, dendê, amendoim e até de vísceras de
frango, tilapia ou sebo animal, entre outros, desde que não sejam misturados.

O óleo é aquecido e misturado com metanol e hidróxido de potássio.

A composição da mistura não foi revelada durante a apresentação por fazer parte da
fórmula que acompanha a mini usina.

Após a mistura dos três ingredientes, há um período entre quatro e seis horas para a
decantação, para a separação da glicerina obtida com a mistura e o biodiesel.

O produto passa por uma lavagem com água, e após a lavagem e a retirada da água, já
pode ir direto para o tanque do veículo que utiliza diesel como combustível.

Segundo Arditti, o recomendável é que o biodiesel seja misturado ao diesel aos poucos,
iniciando-se com 30% de biodiesel, podendo chegar até a 80%.

"A máquina tem que acostumar, mas eu já uso 100% de biodiesel em minhas duas
caminhonetes", afirmou.

Arditti pretende agora oferecer a usina para outras entidades e empresas.


30/08/2005 - 15h41
Ecologistas propõem óleo de cozinha usado como
combustível
Por Glenn ChapmanSAN FRANCISCO, Ago 30 (AFP) - Indignados com os preços
absurdos do petróleo, um grupo de ecologistas da Califórnia vem chamando atenção e
está relançando a "revolução do biodiesel" nos Estados Unidos, a terra prometida dos
automóveis, propondo o óleo de cozinha usada para fritura como combustível.

Há alguns meses, o "Oasis", um pequeno posto de gasolina da progressista cidade de


Berkeley, reduto da oposição à guerra do Vietnã nos anos 60, atrai cada vez mais
motoristas com carros movidos a diesel interessados em experimentar a interessante e
econômica proposta para aumentar a potência dos motores de seus automóveis.

Inaugurado no final de 2003, o "Oasis" é o único posto de abastecimento em um raio de


70 km que possui o "biodiesel", um combustível 100% natural porque é obtido a partir
de óleo de cozinha usado para fritura e que, comprovadamente, é capaz de fazer
funcionar a maioria dos carros a diesel.

Nos Estados Unidos, o diesel é muito pouco comum para os carros particulares e custa
cerca de 8% mais caro que o combustível sem chumbo de melhor qualidade, o que é
diametralmente oposto à situação geral na Europa.

Portanto, o público potencial interessado no biodiesel é reduzido. No entanto, isto não


impediu que o número de adeptos desse combustível alternativo triplicasse desde os
primeiros meses de funcionamento do posto, de acordo com uma de suas co-fundadoras,
Jennifer Radtke.

O estabelecimento tem uma pista por onde passa apenas um carro, com uma única
bomba e uma pequena oficina. Em uma das paredes, o posto exibe uma cópia da
Declaração da Independência dos Estados Unidos (1776), em cima de um autógrafo do
cantor de country Willie Nelson, lembrança de quando o artista passou pelo local.

"As pessoas descobrem que estamos aqui e que podem comprar combustível. Depois
vão comprar um carro a diesel", disse Radtke. "Muitas pessoas não querem acabar com
seu dinheiro comprando petróleo ou apoiando a guerra no Iraque", conta a proprietária
do posto.

"Se não podemos controlar o destino dos impostos que pagamos ao governo, pelo
menos podemos evitar apoiar a indústria petroleira", afirma Justin Weber, uma das
clientes do estabelecimento. "No queremos depender do petróleo (...) temos que pensar
no futuro", continua, apontando para os filhos pequenos.

Para montar uma refinaria doméstica, é preciso ter uma garagem espaçosa para a
instalação de um equipamento que custa cerca de 500 dólares, segundo Radtke. Depois,
basta dar uma volta pelos restaurantes do bairro à procura de óleo usado.

O óleo, depois de filtrado, deve ser misturado com um pouco de metano e outros
ingredientes que lhe darão as mesmas propriedades físicas da gasolina. Assim, o
biocombustível estará pronto para ser colocado no tanque do carro.

O melhor desta receita é, sem dúvida, o resultado da combustão: em vez do cheiro de


gasolina queimada o cliente sentirá o cheiro da fritura, de "pipoca, por exemplo", mas
isso vai depender do óleo escolhido.

Mas, cuidado!: "É preciso escolher um bom óleo, não vale o óleo de lanchonetes de fast
food como o McDonald's", adverte Radtke.

http://cienciatube.blogspot.com/2008/08/biodiesel-feito-em-casa-com-leo-de.html

http://journeytoforever.org/biodiesel_mike.html

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