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segunda-feira, 20 de Novembro de 2017

Direito Administrativo

20 de Novembro- Ato Administrativo


Reserva, muitas vezes, os orgãos da administração sentiam-se inibidos a praticar um
ato discricionário. Ao praticar um ato favorável, este já não poderia ser revogado caso a
administração daqui a 3 anos se arrepender da decisão tomada. Para estas situações
arranjou-se uma solução: incluir uma cláusula acessória que dá o direito a
administração de revogar aquele ato, uma revogação de reserva. Art. 167º/Nº2
Revogação de atos administrativos (diz-se revogar pois defende o interesse público).

I. Fundamentação de um ato administrativo: devem ser sempre fundamentados total


ou parcialmente todos os atos administrados de acordo com o artigo 151º e 152º. A
administração tem o dever de fundamentar a decisão, explicar ao particular o
porque de estar a decidir contrariamente. Alínea a) e c), servem para explicar não
apenas ao particular do porque da administração estar a decidir contra este, mas
também porque é exigível a explicação para a comunidade. Sempre que se esteja a
mudar o sentido de um ato anterior, convém explicar e esclarecer ao particular e
também a comunidade do porque dessa mudança de posição por parte da
administração. Ou seja, o ato administrativo necessita de ser fundamentado sempre
que:

A. Haja um ato contrário ao particular;

B. Haja uma mudança de sentido face a um ato anterior, contrária á pratica


habitual.

II. Artigo 152º/Nº2

III. Ato administrativo deverá sempre passar por 2 fases obrigatoriamente, a decisão e
fundamentação. Identificar os actos, identificar o direito aplicável, e aplicar estes
factos ao direito, as leis. Pode o particular não concordar, mas o dever de
fundamentação foi esclarecido, se este não concorda ou não ficou convencido é
problema dele. Este pode apenas invocar a falta de fundamentação, não devo
começar a afirmar que o indeferimento viola a lei, apenas que a decisão não esta
fundamentada, e se o ato voltar com a mesma decisão mas desta vez
fundamentado,

IV. Arranque, instrução, audiência previa, decisão, notificação

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Notificação:
Fazer chegar ao particular a decisão tomada, o ato administrativo. Previstos no artigo
114º, os atos administrativos devem ser notificados aos destinatários, deve ser
notificado um ato administrativo que seja favorável ou desfavorável. Tem o dever de
decisão e o dever de notificação. Número 2, “texto integral e ato administrativo”, tem
que se incluir todo o ato administrativo, não apenas uma parte deste: decisão,
fundamentação, assinatura, data, remissão ao artigo 151º Efeitos do ato administrativo.
Artigos 165º a 169º (ler em casa).
Atos inválidos são anuláveis- regra geral
Exceções- atos inválidos que são anuláveis mas que não são tão graves- irregularidade
dos atos (subalterno esquece de mencionar que esta a tua em função da delegação de
poderes; ato que foi tomado sem audiência prévia). Anulabilidade e nulidade do ato, a
principal diferença é o prazo destes: a anulação destrói o ato retroativamente, 3 meses
para o particular e 1 ano para o Ministério Público (administração e tribunais).
• Quando os dois orgãos partilham as mesmas atribuições, a incompetência será
relativa e a consequência é a anulação (art. 163º/Nº1). Quando os dois orgãos não
partilham as mesmas atribuições então é mais grave e a consequência é a
nulidade(art. 161º/Nº2/B)
• Usurpação de poderes só ocorre com a separação de poderes, por exemplo, quando
um orgão partilha atos que não fazem parte sequer dos poderes que lhe pertencem,
ex: juiz decide um ato administrativo, tribunal decidir um ato administrativo. Não é
comum nos casos do professor e acontece com muito pouca frequência, quase
nunca. Não utilizar este argumento.
• Deliberações tomadas com a inexistência de quórum, alínea h do mesmo artigo, tem a
consequência da invalidada em forma de nulidade.
Regime de nulidade: Artigo 162º, invocável a todo o tempo por qualquer interessado,
ser reconhecida por qualquer autoridade, quer a pedido do particular ou oficiosamente
te.
Nº3- válvula de escape.

27 de Novembro:
Aula de substituição quinta das 13:00 até 15:45.

Declaração de nulidade afirma que aqueles atos não produziam efeitos jurídicos nem no
presente nem no futuro. Nulidade reflete os vícios mais graves, e pode ser declarada
muitos anos depois. Se existe um ato nulo que se tem mantido válido durante muito
tempo, deverá considerar-se assim devido a situação de facto que tem ocorrido ao
longo do tempo (regra geral 10 anos 162º, porém esta nunca se aplica).

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Art. 162º: é uma situação de facto que se criou no decorrer do tempo, mesmo apesar da
falta de suporte jurídico, deverá ser mantida segundo a boa-fé. É uma situação
excepcional, presente no nº3.

Revogação e Anulação de atos administrativos:


A revogação é o ato administrativo que determina a cessação dos efeitos de outro ato,
por razões de mérito, conveniência ou oportunidade.
A anulação administrativa é o ato administrativo que determina a destruição dos efeitos
de outro ato, com fundamento em invalidade.

Art. 165º fala-nos do conceito de revogação (questão de mérito)e anulação (questões


de validade).

Art. 166º fala-nos das exceções de revogação e anulação.


a) atos nulos (não faz sentido revisar ou anular algo que já foi previamente
anulado ou que sofreu uma nulidade)
b) e c) atos anulados contenciosamente e com retroactividade (não faz sentido
revogar algo

Art. 167º Revogação de atos administrativos.


• Não podem ser revogados certos atos previstos no nº1;
• Regra geral os atos administrativos não podem ser revogados pois em princípio são
válidos e de acordo com o direito, e se a adm. aprovou estes então tem que perdurar
no tempo. Porém existem certas excepções explanadas nas alíneas do nº2.
• Muitas das vezes os particulares dão consentimento para a revogação de certo ato
pois muitas das vezes segue-se um ato ainda mais benéfico para este (exemplo dos
alunos que tem licença para explorar um bar na faculdade durante 5 anos no relvado;
a administração decide revogar esta e concebe por outro lado, uma outra licença
revogando o ato anterior, com ainda mais benefícios, por exemplo, conceder a
exploração de um bar no campus de economia em vez do de direito e ainda no novo
campus em Carcavelos);
• Com fundamento em reserva de revogação (ver nos apontamentos de aula passada)
• Alínea c) quando um licença deixa de ser benéfica para o interesse público devido a
alteração de circunstâncias, por exemplo, alteração do presidente da câmara
municipal ou alteração do ponto de vista perante aquele ato. (exemplo da praça do
marques, quando a área era aproveitada para estacionamento e o novo presidente da
câmara percebeu que era bastante incómodo e que estragava a paisagem, para além
de gerar poucas receitas, poderia aproveitar aquela área para restaurantes ou
aproveitamento turístico) ocorreu assim uma alteração objetiva das circunstâncias de
facto. Quando um contrato deixa de ser vantajoso para o interesse público.

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• Superveniência de conhecimentos técnicos e científicos ou alteração objetiva das
circunstâncias de facto são conceitos muito vagos e indeterminados pois podem
aplicar-se a várias situações.
• Ver Nº4 (situações de poluição que perturbam o ecossistemas, na altura não estavam
presentes certos conhecimentos científicos por isso foi concebida aquela licença);
• Nº5 (os particulares deverão ser indemnizados pelos danos sofridos, por exemplo, se
a situação do nº4 leva a uma desvantagem económica-situação dos barcos que o
particular não consegue vender pois ninguém compra- a administração deverá
indemnizar este com o preço dos barcos).
• O interesse público deverá sobrepor-se ao interesse privado. Deve existir a
socialização de custos, se o interesse público beneficia todos então deve ser
distribuído por todos. §
• Nº6- é necessário que os beneficiários desconhecessem as desvantagens da
aplicação daquela ato administrativo. Por exemplo, em 2010 não se sabia que era
prejudicial para o ambiente a exploração de barcos naquela região, e apenas se
releva em 2017 mediante a descoberta de conhecimentos científicos com a evolução
da tecnologia e criação de novos equipamentos mais avançados. Obviamente o
beneficiário estava de boa-fé pois desconhecia tal facto, e merece ser indemnizado.
Art. 168º Apenas fala de anulação de atos administrativos;

Art. 169º Quem pode revogar ou anular um ato administrativo; Aqui junta-se revogação
e anulação, contrariamente ao art. 167º e 168º que fala de cada um individualmente.
Na perspetiva da revogação (Nº2)
• Acto pode ser reclamado (autor do ato) ou recorrer/recurso (orgão diferente do autor
do ato, como por exemplo, a tutela, o delegante ou subdelegante, superintendência ou
orgão colegial). Competência para revogar apenas no Nº2, pode revogar o ato o autor
ou superior hierárquico do subalterno
• Nº4- Revogação. Pelo orgão delegante ou sub-delegante pois estão acima na cadeia
de delegação de poderes (verificar cadeia no caderno de apontamentos). Quem pode
revogar é aquele que esta acima na cadeia ou mesmo o próprio que praticou o ato. Se
a delegação acabou o ato já não pode ser revogado. Nº1 do artigo 169º os atos
podem ser revogados por iniciativa do orgão competente, o Ministro tem poder de
revogar um ato praticado sobre aquela matéria. Superintendência é o poder de dar
indicações, de emitir diretrizes. Poder de tutela é o poder de revogar, a tutela
revogatória permite revogar e a tutela anularia permite anular. Não se fala aqui da
superintendência. Também pode ser revogado pela tutela revogatória se esta existir.
• Atos administrativos inválidos praticados por orgão incompetente podem ser objecto
de anulação. Nº6 só pode ser aplicado para a anulação e não para a revogação
segundo o professor.

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Na perspetiva da anulação (Nº3):
• Pode anular o ato o orgão que o praticou (o seu autor), e o seu superior hierárquico.
• Nº4 comum para revogação e anulação, pode ser delegante ou subdelegante, o
delegado ou subdelegado. No caso da tutela, se houver tutela anulatória pode anular,
se não existir esta não pode anular;
• Nº6 anulação de atos administrativos praticados por orgão incompetente (o problema
será saber quem é competente e quem não o é). Apesar do Nº6 não resolver, resolve-
se no Nº3 que afirma que o próprio também pode anular o seu ato se achar este
incompetente.
Art. 173º para além de revogar e anular, também são substituídos por um ato
considerado “melhor” para o interesse público.
Ver em casa prazos para a anulação. Não existem prazos para a revogação pois em
principio são benéficos para o particular.

30 de Novembro:

Revogação e anulação:
Art.165º e seguintes (nomeadamente 167º, 168º e 169º). Faltou ver o art. 168º e rever o
art. 169º.

- Art.168º, no caso da anulação se o caso for inválido, o particular não tem nenhum
direito na sua esfera jurídica. No caso dos ato administrativos inválidos em que o
critério da sua invalidade … O particular esta convencido que esta a actuar de acordo
com a lei. Vem complicar a matéria dos prazos.

- Nº1 Regra geral: Os atos administrativos podem ser objecto de anulação adm.
Presumimos que são atos inválidos, se fossem causa de interesse público seriam
apenas revogados (Art. 163º). Primeiro prazo: 6 meses da data em que se
aperceba da invalidade desse ato. Segundo prazo: e a quanto tempo este ato foi
praticado? São 5 anos a contar. Apenas poderá invalidar este ato desde que não
tenham decorridos 5 anos a contar da respetiva emissão. Ao mesmo tempo terá de
invalidar o ato no prazo de 5 anos, e no prazo de 6 meses, terá de ter em conta os
dois prazos. O erro cessa quando a pessoa se apercebe deste.

- Nº2 Exceção: Os atos constitutivos de direitos não são inválidos, se tem direitos
então é válido (um ato que cria direito, que constitui direito).Este número para o
professor não faz sentido pois se é um ato constitutivo de direito então não pode
ser objeto de qualquer anulação. Usa-se aqui a expressão “ato constitutivo de
direito” apenas para assegurar a segurança dos cidadãos, bem-estar.. Ou seja, se
é constitutivo de direitos não pode ser invalida, não pode ser anulada. Porém,
existem excepções e esta é uma delas, quando a adm. se engana e o ato que

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autorizou afinal não pode ser executado. Não pode ter um intervalo grande de
tempo para não criar expectativa ma esfera jurídica do particular (apenas no prazo
de1 ano), se passar mais tempo do que o previsto, este ato já não pode ser
anulado, sana-se o v/cio.

Estes prazos referem-se a iniciativa por parte da administração, uma anulação oficiosa.
Atos “constitutivos de direito” deverá usar-se sempre com aspas pois se são
constitutivos de direitos não podem ser anulados. Logo, afinal não são “constitutivos de
direitos”, estamos perante um inequívoco, a adm. Apercebeu-se que não são atos de
direitos mas sim atos inválidos.
- Nº5 Exceção (aplicação mais limitada). Perante um ato administrativo, o particular
tem 3 meses para pedir ao tribunal que anule este, e passado estes 3 meses não
pode nem recorrer ao tribunal nem pedir recurso hierárquico à administração.

- Nº6 Exceção (aplicação mais limitada)

Recursos:

I. Hierárquico;

II. Tutelar;

III. Delegante/subdelegante;

IV. Orgão colegial;

V. Superveniência.

Seja reclamação ou recurso cabe impugnação administrativa, porém os prazos mudam.


Reclamação são 15 dias, e recurso seria 3 meses. Prazo para se dirigir ao tribunal será
de 1 ano. Se estivermos perante o incumprimento do dever de decidir, o particular tem o
prazo de 1 ano para impugnar ao tribunal. O prazo para o recurso do tribunal e recurso
administrativo é o mesmo, será de 3 meses. Se não houver ato administrativo, terá 1
ano para reclamação.

Para um ato administrativo, o particular não tem de escolher nenhum dos recursos

4 de Dezembro:
Recursos (continuação):
- Perante um ato adm. o particular pode reagir (impugnar, por motivos de ilegalidade)
perante a administração e os tribunais. Não existe necessidade de agir primeiro
perante a administração para passar depois aos tribunais. Claramente não fará
sentido recorrer aos tribunais se achar que se trata de um questão de mérito.

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- Pode impugnar num orgão diferente daquele que praticou (recurso). Reclamação
serão 15 dias (orgão que elaborou o ato administrativo). Recurso (superior
hierárquico) mesmo prazo da impugnação judicial, 3 meses (ou seja, para a
impugnação administrativa também serão 3 meses).
- Omissão do ato administrativo: Solicitação do ato pretendido- Reclamação (orgão
que praticou) e Recurso (superior hierárquico) prazo de 1 ano para ambos. Art. 187º
(quanto a omissão).

O recurso hierárquico deverá ser dirigido ao mais elevado superior hierárquico


(ministro). Porém, este por sua vez pode delegar esta competência de decidir um
recurso ao seu inferior hierárquico, pode delegar esta competência. Neste caso, o
particular deverá dirigir-se a este (por ex, diretor-geral) sobre o qual recaiu a capacidade
e competência de decidir. Indeferimento tácito-recurso tutelar (ministro tem que ter
poder de tutela substitutiva)

Recurso: as reclamações não são muito usadas pois o orgão que praticou o ato
normalmente não gosta de admitir que cometeu um erro.

Transformação de recurso numa reclamação quando o pedido é enviado ao orgão


praticou (este elabora uma resposta ao recurso que apenas é assinada pelo ministro
sem tomar qualquer decisão). O ministro deve apenas ter em conta a opinião do orgão
para decidir o recurso.

Art. 152º/c: reclamações e recursos devem ser sempre fundamentados. Apenas está
previsto o dever de fundamentação, não o dever de audiência prévia. Art. 197º/Nº2

1ª Hipótese: Se for o próprio (aquele que apresentou um requerimento) a recorrer a


administração, este pede a anulação e o deferimento do requerimento. Não me basta a
anulação, também quero a substituição por um ato favorável, o deferimento expresso.

2ª Hipótese: O conceito de interessado não é apenas o que apresentou o requerimento,


também pode ser um terceiro que recorre e considera aquela decisão inválida,
prejudicando este. Pede um recurso com o interesse apenas de anular a licença. Ou
seja, devemos ter sempre em conta quem realizar a impugnação, pois os interesses
divergem.

Recursos Administrativos Especiais:


- Só existem nos casos expressamente previstos na lei, apenas pode ser exercido
quando a lei prevê, Art. 199º/Nº1. Existem na alínea A/Nº1,Alínea B/Nº1, Alínea C/
Nº1, e no Nº2 deste mesmo artigo 199º.

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VI. Diferentes tipos de recursos administrativos especiais:

A. Pode-se recorrer para o orgão da mesma pessoa coletiva que exerça poderes de
supervisão. Recurso dentro da pessoa coletiva em que existe dois orgãos que
não têm relação hierárquica. Se tivessem hierarquia seria recurso hierárquico.
RELAÇÃO DELEGANTE/DELEGADO

B. Orgão colegial com vários membros e com um presidente do orgão colegial. O


presidente da câmera de Lisboa é presidente individualmente e presidente em
conjunto com o orgão. O presidente não tem nenhum superior hierárquico , não
poderia haver recurso hierárquico. Pode no entanto existir recurso para a câmera
municipal pois este faz parte deste orgão colegial. Art. 199º/al. B Nº1. RECURSO
PARA ORGÃO COLEGIAL

C. Aquilo que motiva é o poder de tutela e não o poder de superintendência.


Recurso para orgão de outra pessoa colectiva que tenha poder de tutela. Art.
199º/al. C Nº1. CASOS DE TUTELA

Nº2: seria preferível revogar este do que a alínea A deste mesmo artigo. Relação
delegante/delegado. Se for o subdelegado que praticou o ato, o recurso é para o
subdelegante. Contrariamente ao recurso hierárquico (que se recorre para o superior
hierárquico mais elevado), no recurso administrativo especial no âmbito da delegação
de competências recorre-se para o orgão mais próximo. Retiramos isso do facto da lei
utilizar a expressa “recurso para o delegante ou subdelegante”. Explicitação da alínea A.

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