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Estava sentado e lia um diário com confissões que não eram suas. Não mais.
Lia uma passagem que narrava sobre o momento em que chegara ao banco de praça, onde
agora estava, e encontrara o diário, um velho diário que muito se assemelhava ao caderno que
pretendia comprar numa papelaria perto de sua casa quando, mais tarde, se encaminhasse para o
repouso, o diário que agora lia narrava tudo o que acontecera até que ele o lê-se.
Um diário de vaticínios. Foi a conclusão que chegou após ler as poucas páginas que
antecediam a passagem que lera inicialmente. Nestas o autor escreveu num estilo intimista e de
forma não muito objetiva alguns acontecimentos que levaram o leitor a identificar-se com o redator
de uma forma tal que só poderiam haver duas explicações:
a) Aquele que escreveu o conhecia intimamente e agora queria pregar-lhe algum
tipo de brincadeira de mal-gosto e controlar-lhe o comportamento afim de
provar alguma premissa;
b) O autor do diário era ele mesmo e por isso deixara o diário ali sobre o banco
da Place de la Concorde de fronte a Chámps Élisée Avenue onde costumava
*
Marcos Cristiano Dos Reis é formado em teologia pela Escola Superior de Teologia (EST) Intellectus Fidei e
graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás.