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Universidade do Minho

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica


Teoria de Projecto Mecânico
Ano lectivo 2008/2009

Metodologias do
Projecto Mecânico

Trabalho elaborado por:

Nº 50168, Marco Freitas

Escola de Engenharia, Guimarães, 20 de Maio de 2009

1
Resumo

Neste trabalho será feita uma abordagem aos métodos utilizados de se fazer projecto na
Engenharia Mecânica. O trabalho recai essencialmente sobre o processo do projecto mecânico, o
planeamento, a ergonomia e a segurança, fazendo também referência a aspectos como os custos, a
flexibilidade de um projecto, a sua qualidade e os seus prazos de entrega.
Acerca do processo é tentado essencialmente numerar, apresentar, e desenvolver a, as fases de
projecto. Podemos dizer que as principais fases são, a análise do problema, a concepção ou projecto
conceptual, a avaliação e selecção de uma solução final e o detalhe.
No que diz respeito ao planeamento faz-se uma abordagem á gestão de projectos incidindo
sobre o planeamento como gestão. Do planeamento faz parte uma fixação de objectivos, um
estabelecimento de objectivos e uma definição de estratégias. Nesta fase é objecto de estudo o custo a
qualidade o tempo da execução, os recursos humanos e os recursos técnicos. A partir do planeamento
entramos numa fazes do projecto correspondente á execução do mesmo.
Na ergonomia refere-se quais os factores a ter em conta em projecto, são descritos os seus
objectos de estudo, os seus objectivos principais, que podem ser descritos pela respectiva ordem de
importância, como a segurança do utilizador, a facilidade em usar ou manusear o produto em causa, o
conforto, a satisfação e o bem-estar do operador durante a sua utilização e por fim mas também
bastante importante para qualquer empresa um bom rendimento do produto. Nesta fase de estudo da
ergonomia e também feita uma pequena abordagem á antropometria, que como lá pode ser estudado
diz respeito a uma ciência que estuda os valores métricos globais e parcelares do corpo humano, das
suas inter-relações e ainda da amplitude dos seus movimentos.
No que diz respeito á segurança o trabalho refere-se como deve ser posto em pratica este factor
no projecto, na previsão de problemas e não actuando directamente sobre o produto e quais os
procedimentos a ter em consideração para resolução desse problema.

I
Índice

1. Introdução.................................................................................................................................... - 1 -
2. O processo (Design process) ....................................................................................................... - 2 -
3. Planeamento do projecto ............................................................................................................. - 3 -
4. Estratégias e objectivos de produção ........................................................................................... - 5 -
5. Ergonomia ................................................................................................................................... - 5 -
5.2. Antropometria ..................................................................................................................... - 6 -
6. Segurança .................................................................................................................................... - 6 -
6.1. Reconhecimento .................................................................................................................. - 7 -
6.2. Avaliação ............................................................................................................................. - 7 -
6.3. Controlo ............................................................................................................................... - 7 -
7. Conclusão .................................................................................................................................... - 8 -
8. Bibliografia.................................................................................................................................. - 9 -
Anexo A .................................................................................................................................... - 10 -
Anexo B..................................................................................................................................... - 13 -

II
1. Introdução
Um projecto é aquele que no inicio consegue fazer um bom reconhecimento das necessidades,
isto constituí um dos actos mais criativos, uma vez que as necessidades estão descritas ou apresentadas
de uma forma muito vaga, muitas vezes sobre a forma de um sentimento ou pressentimento de que
algo não está bem. Normalmente as necessidades não são evidentes. Mas é a partir destas necessidades
que surge o problema apresentado que deve ser resolvido através do projecto, é a partir destas
necessidades que se define o que se quer. Estas podem ser ideias de carácter interno, ideias que partem
da empresa para a empresa ou ideias de carácter externo, onde a ideia parte de um cliente e é exposta
na empresa para possível projecto de produção.
Para uma boa introdução deste tema será importante fazer uma pequena introdução/explicação
do termo projecto, que pode ser descrito como um esforço temporário empreendido para criar um
produto, serviço ou resultado exclusivo.
Para explicar o projecto é importante enunciar as suas possíveis características.
Um projecto é temporário, isto significa que todos os projectos possuem um inicio e um final
definidos. Este final só é alcançado quando os objectivos deste projecto forem compridos, ou então
quando se torna num projecto onde não se encontra mais sentido em continuar ou em que os
objectivos se tornaram de modo a não poderem ser atingidos, desta forma este projecto ser encerrado
sem o comprimento dos objectivos inicialmente atribuídos. O facto de ter um carácter de temporário
não lhe está implícita uma curta duração, mas sim é um projecto que tem uma duração limitada. Mas
esta não se aplica aos produtos produzidos por este projecto, pois a maior parte dos projectos são
realizados para criar um resultado (produto) duradouro. Um projecto também contem características
relativas aos produtos, serviços ou resultados, pois um projecto cria entregas exclusivas. Logo cria um
produto ou objecto produzido, quantificável e que pode ser um item final ou um item componente.
Cria uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios que dão suporte à produção ou
à distribuição. E também pode criar um resultado, como resultados finais ou documentos. Temos que
ter em conta a característica da elaboração progressiva, é uma característica de projectos que integra os
conceitos de temporário e de exclusivo. Esta característica significa um desenvolvimento por etapas. A
elaboração progressiva das especificações de um projecto
Dentro de um processo de um projecto e estratégia de produção podemos encontrar variáveis
internas intrínsecas a cada empresa, como os recursos internos presentes actualmente na empresa e que
podem ser utilizados nesta nova produção, como recursos tecnológicos, recursos em termos de
capacidade da empresa e recursos relativamente á mão-de-obra entre outros. Outro tipo de variáveis
internas são os processos, destes depende a qualidade e a possibilidade de construção do produto,
processos tecnológicos, processos burocráticos e processos de organização. Também pode ser definido
como variável interna os valores e a cultura de cada empresa.
Uma característica muito importante dentro de um desenvolvimento de um projecto, no
desenvolvimento de um produto é uma boa comunicação entre os elementos de uma equipa. Este
aspecto é crucial e essencial para um bom e controlado, projecto e isso estará representado no produto
final. Uma equipa que comunica bem vai normalmente criar melhores produtos e de uma forma mais
rápida.
Pode parecer fácil, mas de facto uma boa e melhor forma de comunicação no desenvolvimento
de um produto requer decisões cuidadas e bem pensadas sobre as tarefas a desenvolver, sobre as
ferramentas que vão usar e a informação que vão ter de partilhar entre eles.
Os gestores de engenharia devem perceber e compreender como esses elementos e esses
factores devem entrar no grande plano e assim orquestrar todos os esforços dos vários elementos de
uma maneira produtiva, de forma a obter os produtos com o maior sucesso.
A partir deste bom trabalho de equipa tornasse um factor importante na dinâmica da
organização (Empresa) conseguir transportar a vontade do cliente externo e a sua presença para junto
de cada elemento da empresa, através de uma cadeia de colaboradores empenhados no mesmo
objectivo que é o da satisfação e criação de valor para o cliente externo. Pois deverá ser o objectivo de
todo e qualquer “fornecedor” a satisfação do cliente através de uma boa prestação de serviços.

-1-
2. O processo (Design
Design process)
process
O processo (design process)) pode ser definido como a actividade sistemática a desenvolver
desde a identificação de um mercado onde exista uma necessidade até à venda do produto. O design de
um produto é uma actividade decisiva no sucesso do mesmo. Ao contrário do que muitas vezes sse
pensa, design não se refere apenas a geometria ou aspecto de um objecto. A sua utilização é muito
mais do que isso sendo possível identificar fases diferenciadas dentro deste conceito. No design de um
produto é necessário utilizar princípios científicos, informação técnica, imaginação (criatividade),
máxima economia e eficiência. Além disso aspectos relacionados com o custo, a aparência estética, a
interface com o ser humano e o ambiente são considerados elementos fundamentais. Podem ser
identificadas quatro
tro fases principais:
1. Análise do problema
2. Concepção ou projecto conceptual
3. Avaliação e selecção de uma solução final
4. Detalhe
Contudo existem fluxogramas que pormenorizam estas fases e levam a uma concepção de
produto muito mais detalhada e com sucesso desse produto (Figura 1):
1. Através do fluxograma verifica-sese que um produto
Necessidade sendo o resultado de um processo produtivo parte sempre de uma
necessidade. Por conseguinte, pode exprimir-sese necessidade como
o motivo que impele para o produto. É nesta fase que se define a
Análise do finalidade e o que o produto pode oferecer. O projectista deve
problema
definir bem os seguintes pontos: necessidade fundamental; situar
bem o problema; expressar a necessidade. Esta é uma fase crucial
Definição do
problema
no sucesso de um produto pois é aqui
qui que se faz a orientação deste
para o mercado.
Feedback

O grande fracasso so da maior parte dos produtos é a falta de


Projecto
conceptual
orientação destes para o mercado (figura 2).

Selecçao da
solução final

Avaliação da
solução final

Detalhe

Desenho...

Figura 1 – Fluxograma de processo

Figura 2 – Fluxograma interface cliente/empresa


A necessidadede nem sempre parte do cliente à empresa mas também pode partir da própria através de
marketing. Marketing define quais as melhores características de um produto através de pesquisa para
que este satisfaça as necessidades.
O design process é cada vez mais uma actividade complexa exigindo que este seja efectuado em
equipa. Na fase em que é preciso usar a criatividade dos elementos envolvidos no processo existem
técnicas para que esta seja aproveitada com maior exaustão. Uma das técnicas é chamada
brainstorming.. Consiste em efectuar reuniões com os elementos em que cada um expõe a sua ideia e
esta pode ser aproveitada pelo grupo e alvo de melhoramentos. Os elementos que efectuem o
brainstorming devem ser de carácter mais diverso. Não devem ser incluídos incluídos apenas os de
conhecimento tecnológico superior. Alem disso a reunião não deve ser hierarquizada dando a
possibilidade de todos fazerem parte com a mesma importância.

-2-
2. Na fase de concepção e feita uma síntese do problema e gerada amplas soluções. É a
fase onde existe uma maior demanda por parte do projectista e onde existe mais espaço para melhorias
marcantes. É necessário usar engenharia, conhecimento prático, métodos de produção e aspectos
comerciais e reunir estes de forma organizada. É nesta fase que são tomadas as decisões mais
importantes.
3. Nesta fase as soluções são trabalhadas de forma mais pormenorizada e, se houver mais
de uma solução e feita uma escolha final. O produto final e geralmente um conjunto de desenhos que
descrevem tudo o que se pretende produzir. Deve existir uma grande quantidade de informação a partir
desta fase para o desenho conceptual.
4. A fase de detalhe é a ultima fase, em que algumas decisões são tomadas. A precisão
desta fase deve ser muito boa, caso contrário, acarretará custos ou até mesmo o fracasso da produção.
Depois disto inicia-se o ciclo de vida do
produto desde a sua exposição para venda até ao
desaparecimento no mercado. Quando um
produto inovador é introduzido, o mercado ainda
é reduzido e limitado e o custo ainda elevado.
Contudo, após essa fase, é possível verificar um
crescimento nas vendas. O estado do produto
pode ser descrito em quatro fases principais:
introdução, crescimento, maturação e declínio
(curva do ciclo de vida – Figura 3)
Figura 3 – Ciclo de vida de um produto
3. Planeamento do projecto
O projecto, em engenharia, é um conjunto de actividades que ao fim de um determinado tempo
produzem um produto que pode ser comercializado. Este conjunto de actividades (Figura 4) deve ser
planeado e gerido de tal forma a que o produto satisfaça o objectivo inicialmente estabelecido.

Objectivo

Tempo Recursos
humanos
Planeamento
Custo - Fixação de Recursos
objectivos técnicos
- Estabelecimento
Qualidade de recursos
- Definição da
estratégia
Execução
Controlo
- Imputação de
- Medição de recursos
resultados versus
objectivos - Gestão da
execução
- Relatórios
- Coordenação de
- Resolução de esforços
problemas
Motivação

Produto final

Figura 4 - Fluxograma da gestão de projecto [2]


-3-
Estabelecido o objectivo, existe um conjunto de tarefas a elaborar que devem estar ligadas entre si. O
planeamento é uma das partes mais importantes deste grupo, mas contudo sem as restantes partes o
produto não se poderá realizar. Note-se que um bom planeamento é “meio caminho andado” para a
obtenção de um bom produto. No entanto, este é muito afectado por factores externos como tempo,
custo, qualidade, recursos humanos e técnicos. O grupo de factores tempo - custo - qualidade é, dos
factores externos, aqueles que mais influenciam o planeamento do projecto assim bem como o
produto.
De entre os 3 grupos na figura 4 (planeamento, controlo e execução) não podemos dizer que a
gestão de um projecto se resume a organizar estas três actividades. Existem também outras duas, que
não são de menos importância. Assim, podemos dizer que a gestão de um projecto divide-se em 5
etapas:
• Iniciação;
• Planeamento;
• Execução;
• Controlo;
• Encerramento;
No âmbito deste trabalho debruçar-nos-emos apenas sobre o planeamento, visto ser a etapa de
maior complexidade e de maior importância.
O planeamento é uma etapa do projecto que é muito iterativa com todas as outras, e é uma
actividade dinâmica, isto é, pode sofrer várias alterações desde o início ate ao fim de vida do projecto.
O planeamento de um projecto, segundo o PMBoK deve consistir em:
• Definir o âmbito;
• Criar a WBS (Work Breakdown Structure);
• Estimar recursos;
• Estimar duração de actividades;
• Estimar custos;
• Definir equipa;
• Criar orçamento;
• Sequenciar actividades;
• Criar cronograma;
• Criar plano de qualidade;
• Criar plano de comunicações;
• Criar plano de aquisições de contractos.
A criação de o WBS não é mais que a divisão das tarefas em entregas previstas, como se mostra
na figura A1.
Contudo existem outros métodos de executar o planeamento. Um dos métodos é recorrendo ao
método da Rede Pert, que consiste numa listagem das actividades para uma posterior construção da
rede, conforme se verifica na figura A2. Após definidas estas duas fases é necessário definir o
caminho crítico, que não é mais que aquele pela qual todas as outras etapas necessitam de “esperar”
para se concluir o projecto.
Existe ainda outra forma de planear, que no caso de projectos mais simples se torna a mais
eficaz. Esse método é a elaboração do mapa de Gant. Pode-se observar em anexo na figura A3, um
exemplo desse tipo de distribuição de tarefas.
Ao planear, o gestor de projecto deve ter em atenção alguns parâmetros bastante importantes
antes de iniciar o planeamento. Este deve antecipar os problemas e propor soluções, caso estes
aconteçam. È inevitável que durante um projecto imprevistos aconteçam, pelo que estes devem ser
previstos e pensados.
Para se poder planear, o projecto deve ser divido em etapas e tarefas, que devem ser bem
definidas em termos temporais e de recursos necessários para a sua execução. Para uma maior rapidez
de execução do projecto poder-se-á também criar actividades paralelas e diminuir as dependências
entre actividades. È nesta fase que os métodos de planear acima referidos são importantes. È através
da sua utilização que se consegue controlar estes aspectos a que um bom planeamento deve obedecer,
e reconhecer possíveis problemas existentes na listagem das etapas.

-4-
4. Estratégias e objectivos de produção
As estratégias de produção estão intimamente dependentes das prioridades definidas pela
empresa, que constituem a sua estratégia global, de modo a reforçá-la sem desperdiçar recursos. Os
objectivos de uma empresa podem ser explicitados em função de valores da empresa, de processo, de
recursos internos, do processo cognitivo e do contexto. Estando isto definido, é manifestado através de
atitudes características, referentes às orientações dominantes como o mercado, os produtos e a
tecnologia (Anexo B), e às prioridades competitivas como o custo, a qualidade, o prazo de entrega e a
flexibilidade.
É muito difícil para uma empresa conseguir apresentar um bom desempenho em todas as
propriedades competitivas possíveis apresentadas no desenvolvimento de um projecto, como o custo, o
prazo de entrega, a qualidade, a flexibilidade. Pois desta maneira é importante a uma empresa
estabelecer prioridades, que tem sido ao longo do tempo o custo. Mas é possível criar uma
hierarquização diferente dependendo assim dentro de outros os aspectos do negocio relativamente á
procura e a uma maior exigência pelos clientes.
Para se poder competir em qualquer campo, é necessário saber e conhecer as suas componentes,
o mesmo acontece no custo, esta preocupação é necessária, diferenciando custo de valor acrescentado.
Neste sentido os principais componentes de custo que interessa agregar e analisar para melhor
competir são os custos adquiridos pelas matérias-primas, pelos materiais e pela energia despendida,
vamos também encontrar custos de mão-de-obra, custos relativamente a encargos gerais como fabrico
e administrativos, encargos de distribuição e vendas e encargos financeiros, bem como os custos das
amortizações.
Se a prioridade competitiva de uma empresa se baseia no custo, este factor deve merecer toda a
atenção, quer na análise da sua evolução temporal, quer na análise da sua posição face à concorrência.
Relativamente á qualidade podemos dizer que esta é entendida como a conformidade dos
produtos ou serviços face às necessidades expressas pelos clientes, e assenta fundamentalmente no
princípio de que a qualidade é a capacidade de produzir bem-estar, de acordo com as necessidades dos
clientes que configuram nas especificações, tem de ser necessário um certo grau de excelência. Esta
vertente constitui um factor de competitividade decisivo, sem este mesmo comprimento todas as
outras propriedades competitivas podem estar comprometidas
Podemos definir o prazo de entrega como sendo a capacidade de responder em tempo com o
produto ou o serviço às necessidades do mercado, neste caso as necessidades do consumidor.

5. Ergonomia
Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e
ambiente, e aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos
problemas surgidos desse relacionamento. Os objectos de estudo da ergonomia são:
• O Homem;
• A máquina;
• O ambiente;
• A informação;
• A consequência do trabalho.
Ergonomia constitui umas das disciplinas auxiliares e indispensáveis da metodologia do design,
tendo por objectivo adaptar as condições de trabalho (e, actualmente, também se aplica aos
instrumentos de lazer, carácter cultural, transporte e até de repouso, por se considerar que, por fazerem
parte do universo humano, estes se vão repercutir no trabalho) durante a manipulação de objectos,
instrumentos, ferramentas ou máquinas às capacidades fisiológicas e psíquicas do homem de modo a
conseguirem-se os melhores resultados desse trabalho sem que corram riscos de saúde e tornando
mínimo o desgaste biológico, constituindo como tal um processo de racionalização do esforço do
Homem no seu trabalho. No fundo, a ergonomia pretende optimizar a relação entre o Homem e o meio
e utilização de objectos, reduzindo as dificuldades e aumentando a eficácia, de modo a dar uma
resposta satisfatória aos requisitos de uso (comodidade, manuseabilidade, segurança, variedade de
aplicação, manutenção e facilidade de limpeza, reparação, ruído limitado, duração, respeito pelas
normas de segurança vigentes, etc.). A ergonomia tem como objectivo:
• A segurança do utilizador, que nunca deverá ser sacrificada em favor de outros parâmetros;
-5-
• A facilidade de uso (seja uso com ou sem manuseamento do objecto);
• O conforto, satisfação e bem-estar do trabalhador;
• E, por fim, o bom rendimento da produção.
Questões a serem observadas pela Ergonomia:
Visão:
 Qualidades Fundamentais da Visão: acuidade (ou nitidez, que aumenta com luz
monocromática), grau de adaptação, rapidez na identificação e sensibilidade de contraste.
 Luz/Iluminação: um projecto de iluminação pode destinar-se a várias áreas, desde a doméstica
até aos meios de transporte, ao escritórios, aos ambientes de lazer, às lojas, às fabricas, etc.,
dependendo essencialmente do tipo de fonte, a tecnologia, a temperatura da luz, o objecto de
iluminação, a área de iluminação, a distância da fonte em relação ao objecto, a adequação do
contraste luminoso, entre outros.
 Cor: influi na luminosidade do local do trabalho, para além de favorecer o ambiente, o asseio e a
segurança;
Audição:
 Som e audição, o comprimento de ondas sonoras e os limites da capacidade auditiva, som, ruído
e poluição sonora dos ambientes.
 Factores de análise no ruído: possibilidade de adaptação, de cansaço auditivo e de lesão
acústica;
 Controlo do Som: deve-se insonorizar as fontes de ruído (tratamento acústico isolador das
superfícies) ou proteger directamente os ouvidos, através de tampões ou bolas.
5.2. Antropometria
A antropometria, enquanto ciência auxiliar fundamental da ergonomia, ocupa-se do estudo dos
valores métricos globais (Figura A4) e parcelares do corpo humano, das suas inter-relações e ainda da
amplitude dos movimentos. No fundo, a antropometria procura estabelecer os valores anatómicos
básicos dos quais o designer se servirá de acordo com a situação problemática, sendo que, todavia, os
dados fornecidos pela antropometria não devem ser “copiados” e sim adaptados.
Como já se sabe, os objectos industriais são feitos em série (podem ir desde dois exemplares até ao
muitos milhões destes) e não contemplam as características anatómicas e ergonómicas individuais de
cada pessoa. Assim, é necessário proceder a estudos rigorosos, baseados sobretudo em médias
estatísticas sobre medições e avaliações feitas em muitos elementos da população ou em sistemas de
amostragem, que, ao dividir a população em grupos-tipo, estabelecem os valores médios relativos a
cada um desses grupos.
Os dados antropométricos, quando aplicados no campo da ergonomia, são indispensáveis à
determinação da:
• Localização e ordenamento dos dispositivos de informação, como mostradores de medição e
controlo, fontes de iluminação, sinalização, etc.;
• Localização e ordenamento dos dispositivos de controlo (cabos, alavancas, puxadores, volantes,
pedais), tendo em conta: os movimentos (amplitudes), o final de cada tarefa de trabalho, o esforço
a ser despendido de forma a que seja seguro e equilibrado na distribuição de peso, a fim de
proporcionar bem-estar no decorrer da tarefa e diminuindo riscos de saúde, etc.;
• Dimensionamento dos postos de trabalho de acordo com os princípios de economia de
movimentos.

6. Segurança
As características funcionais, operacionais, de montagem, sustentação e outras, do objecto tem
um papel fundamental contra os riscos e acidentes eventuais que possam envolver o usuário. Sendo
assim, a segurança tem um papel importante na confiança que o utilizador irá ter no produto.
Um dos grandes problemas no projecto de um novo produto não é identificar os problemas
associados ao produto, mas sim encontrar soluções viáveis para esse mesmo problema. A segurança
depende do tipo e da natureza do objecto.

-6-
De forma a resolver este tipo de questões, é pertinente seguir uma estratégia de segurança no
desenvolvimento de um projecto de engenharia, que é conhecido por R-E-C (“Recognition-
Evaluation-Control” – Figura 5).

Avaliação Controlo
Reconhecimento (R)
(E) (C)

Figura 5 – Estratégia R-E-C [2]

6.1. Reconhecimento
Nesta etapa de reconhecimento é realizada a identificação do perigo. Um analista necessita de
ser conhecedor e sabedor da forma como estes perigos podem levar a perdas. Para além disto, terá de
ter uma boa capacidade de observação, porque podem ocorrer situações de excepção para normas
aceitáveis para uns, mas que para outros poderão ser vistas de forma inaceitável.
Todos os sentidos do analista devem estar envolvidos na identificação dos perigos, mas a visão
é a principal. Mesmo assim o reconhecimento pode não ocorrer a menos que o tempo de observação
seja suficiente. Inspecções de segurança são uma forma de reconhecimento de problemas. Muitos dos
perigos são derivados da ocorrência de trocas de energia. Compreender este conceito pelo analista
também é essencial, já que um descontrolo destas situações podem causar avultados danos humanos
e/ou materiais.

6.2.Avaliação
Depois do reconhecimento do problema, o segundo passo consiste na avaliação do risco. A
avaliação consiste em determinar o risco e obter uma decisão final sobre a influência do risco no
projecto de um produto. A análise de perigos usa modelos de previsão, que são baseados em análises
de dados sobre acidentes passados. Estes dados são constantemente actualizados à medida que novos
riscos surgem.

6.3.Controlo
Terminada a fase de reconhecimento e sua análise, procede-se ao controlo. O controlo envolve a
detecção e correcção de alterações adversas de modo a que um sistema execute como se pretende.
Pode ser feito antes, durante ou depois (de forma a poder-se obter melhores resultados num próximo
projecto) de algum projecto.
A segurança em engenharia deve apresentar uma hierarquia de controlo de riscos:
1. Eliminação do perigo;
2. Design total (efectuar um design que diminua o risco ao mínimo);
3. Controlo de uma design com falta de segurança e a falta de técnicas de tolerância;
4. Conter os perigos (limitar os danos possíveis – barreiras, isolamento);
5. Endurecer o sistema contra danos;
6. Fornecer dispositivos de segurança;
7. Treinar pessoal para se adaptarem aos procedimentos;
8. Preocupação e alarmes;
9. Não fazer nada se o risco for residual.
Um múltiplo controlo é melhor que um único controlo. Se esta estratégia não for seguida de forma
eficaz, poderão surgir aspectos do projecto mal resolvidos que induzem ao erro humano em relação ao
comportamento de uso e/ou operacionalidade do objecto.

-7-
7. Conclusão
Com a resolução deste trabalho que tem por tema a metodologia do projecto mecânico entendi o
enquadramento das várias fases do projecto no âmbito das suas disciplinas projectuais, assim como as
estratégias e os objectivos na produção, do relacionamento entre aspectos muito importantes como o
custo, a qualidade, os prazos de entrega e a flexibilidade, que devem ser conjugados e se possível
levados a um ponto máximo para assim apresentar um bom produto com um custo acessível e mesmo
assim uma qualidade elevado ou ate de excelência de maneira a cumprir os prazos definidos e deste
modo ser chamativo e conseguir encontrar e se estabelecer no mercado de uma maneira forte e eficaz.
Dentro das fases do projecto também não pode ser esquecido os aspectos de segurança, extremamente
importantes hoje em dia, pois os produtos devem ter características que respondem as normas
aprovadas pelos respectivos órgãos, e essas têm de ser cumpridas para que o produto possa sair para o
mercado.
Numa primeira fase de um projecto é importante estabelecer com pormenor quais os objectivos
do cliente (cliente externo ou cliente interno), as características base exigidas pelo projecto e com que
limitações estamos dispostos a trabalhar que nos podem afectar. A partir destas informações temos que
conseguir arranjar um conjunto de soluções que respondam aos objectivos estabelecidos, e com
soluções devemos proceder a execução de listar com as vantagens e inconvenientes (restrições) do
projecto e quais as razoes para tais soluções, só a partir deste ponto, é que poderemos ver e saber se
vai ou não ser vantajoso para a empresa e para o cliente a continuação deste projecto e ai tomar as
devidas decisões.
Na próxima etapa a empresa passa para o projecto em si, estando já definido tudo o que se
pretende e tendo já presente as suas funcionalidades, as suas restrições e as tecnologias que lhe são
associadas, a empresa será capaz de caracterizar a máquina em todos os seus aspectos e domínios,
tamanhos, aspecto etc., e aqui deve ser feito um conjunto de análises como os de fiabilidade do
projecto e da máquina, como análises de garantia de qualidade do projecto. E assim quando e feito o
tratamento das características da máquina é preciso ter em atenção e garantir que são respeitadas as
normas existente, as normas do cliente e uma serie de revisões sucessivas, recorrendo a especialistas
sempre que necessário.
A tecnologia é efectiva na medida que o homem pode operar e manter às máquinas por ele
projectadas. Um projecto bem desenvolvido tira vantagens das capacidades humanas, considera as
limitações e amplifica os resultados do sistema. Se isto não for conseguido, a performance do sistema
é reduzida e o propósito para o qual o equipamento foi desenvolvido além de não atingido pode-se
tornar perigoso, pois pode provocar acidentes por stress ou incapacidades do seu operador. Esta
consideração é significativa devido ao desenvolvimento de sistemas altamente complexos que puxam
a capacidade do homem cada vez mais próxima dos seus limites.

-8-
8. Bibliografia

Project Management Institute, “Guia PMBoK”, 3ª ediçao, 2004.

Cross, Nigel; “Engineering Design Methods”; John Wiley &Sons, 1990.

Roldao, Victor Sequeira; “PLANEAMENTO E PROGRAMÇAO DA PRODUÇAO”; Monitor-


Projecçoes e edições, Lda, Julho de 1995, 1ªEdiçao.

Covan, James, “Safety Engineering”, John Wiley &Sons, 1995.

PMBook, 3ªa Edição, Versão Portuguesa, PMI organization, 2004.

Webgrafia
http://w3.ualg.pt/~rnascimento/aulasES/aula13.ppt - Último acesso, em 15-05-2009

http://www.josematias.pt/TemasTecnodid/MetodProjTecnologico.pdf - Último acesso, em 05-05-


2009

http://deed.ryerson.ca/DesignScience/ - Último acesso, em 17-05-2009

http://www.celuloseonline.com.br/imagembank/Docs/DocBank/er/er086.pdf - Último acesso, em 19-


05-2009

Referências bibliográficas
[1] PMBook, 3ªa Edição, Versão Portuguesa, PMI organization, 2004.

[2] Covan, James, “Safety Engineering”, John Wiley &Sons, 1995.

-9-
Anexo A

- 10 -
Figura A1 - WBS de um projecto [1]

14/7/99 15 days
15 days
M1 T3
8 days T9
T1 5 days 4/8/99 25/8/99
25/7/99
T6 M4 M6
4/7/99 M3
start 20 days 7 days
15 days
T7 T11
T2

25/7/99 10 days 11/8/99 5/9/99


10 days
M2 M7 M8
T4 T5 15 days
T10 10 days
18/7/99
T12
M5
25 days
T8 Finish
19/9/99

Figura A2 - Rede de Pert de um projecto [1]

- 11 -
4/7 1 1/7 18/7 25/7 1/8 8/8 15/8 22/8 29/8 5/9 12/9 19/9
Start
T4
T1
T2
M1
T7
T3
M5
T8
M3
M2
T6
T5
M4
T9
M7
T10
M6
T1 1
M8
T12
Finish

Figura A3
A - Mapa de Gant de um projecto [1]

Figura A4 - Principais variáveis usadas em medidas antropométricas


antropométricas estáticas do corpo

- 12 -
Anexo B

- 13 -
Ligação ao cliente

A forma de ligação ao cliente pois através desta originam diferentes tempos de ciclo na
obtenção do produto, que são menores no caso do fabrico para stock e maiores no caso da engenharia
por encomenda.

Tabela B1 – Formas de ligação ao cliente

Engenharia por encomenda – o cliente fornece especificações, e a empresa concebe,


aprovisiona, fabrica, monta e entrega.

Fabrico por encomenda – A empresa no seguimento da encomenda pelo cliente aprovisiona,


fabrica, monta e entrega.

Montagem por encomenda – A empresa produz um número básico de modelos e fornece um


catálogo com uma variedade grande de opções a partir daí. A montagem só é realizada quando chega a
encomenda.

Fabrico para stock – Os produtos são produzidos para stock e fornecidos quando solicitado.

Objectivos de produção, orientações dominantes

De modo a responderem de forma efectiva a grupos de consumidores e a partir dai efectuarem


decisões referentes a produtos, materiais e tecnologias, algumas empresas apresentam como
preocupação dominante o mercado, criando assim um mercado alvo. Estas diferem das empresas que
apresentam uma orientação dominante relativamente ao produto ou as matérias-primas apresentadas,
desenvolvendo utilizações para esses produtos e assim esperando destes ganhar um mercado alvo.
Ainda assim também temos empresas que se deixam dominar pelas tecnologias e assim partindo destas
oferecer produtos adequados e capazes de satisfazer os mercados.

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