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4 - REVESTIMENTOS DE PAREDES
2.4 - REVESTIMENTOS DE PAREDES
Exigências de pureza do ar
Exigências de conforto acústico
Exigências de conforto visual o Exigências de planeza
o Exigências de verticalidade
o Exigências de rectidão das arestas
o Exigências de regularidade e perfeição da superfície
o Exigências de homogeneidade de enodoamento pela poeira
o Exigências de homogeneidade de cor e brilho
Exigências de conforto táctil o Exigências contra a aspereza dos paramentos
o Exigências contra a pegajosidade dos paramentos
o Exigências de secura dos paramentos
Exigências de higiene o Exigências contra a fixação de poeiras ou de
microrganismos
o Exigências de resistência à limpeza
Exigências de adaptação à o Exigências de resistência a acções de choque e atrito
o Exigências de resistência à acção da água
utilização normal
o Exigências de aderência ao suporte
o Exigências de resistência à formação de nódoas de
produtos químicos ou domésticos
o Exigências de resistência ao enodoamento pela poeira
o Exigências de resistência à suspensão de cargas
Exigências de durabilidade o Exigências de resistência aos agentes climáticos
o Exigências de resistência aos produtos químicos do ar
o Exigências de resistência à erosão provocada pelas
partículas sólidas em suspensão no ar
o Exigências de resistência à fixação e ao desenvolvimento
de bolores
Exigências de facilidade de limpeza
Exigências de aptidão para o
armazenamento
Exigências de economia
2.4.2 – CLASSIFICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE PAREDES
pode ser elaborada de acordo com diferentes critérios, como por exemplo, segundo o
A descrição geral dos diferentes tipos de revestimentos irá ser feita de acordo
com a classificação apresentada anteriormente, ou seja segundo as funções que estão aptos
PAREDES
materiais cerâmicos, etc., apresentam pequena espessura e têm forma e dimensões faciais
diversas.
mecanicamente ao suporte enquanto que no segundo caso serão fixados ao suporte por
existente deve dispor na sua base de dispositivos que garantam a evacuação da água
passaremos a ter uma caixa-de-ar entre o suporte e o próprio revestimento onde poderá
ser introduzido um material de isolamento térmico que nunca deverá preencher totalmente
este espaço de ar, de forma a mantermos sempre uma lâmina de ar ventilada entre o
revestimento e o isolamento para evitar condensações. Esta caixa-de-ar deve dispor na sua
base de dispositivos que garantam a evacuação da água infiltrada. Este sistema torna
faciais também designados de soletos ou escamas (maior dimensão facial não ultrapassa 1m
e relação entre as dimensões é menor que 3), elementos em forma de réguas ou lâminas
(menor dimensão facial menor que 0,30) e elementos de grandes dimensões faciais (menor
madeira, constituída por varas verticais e ripas horizontais, actualmente assistimos muitas
vezes à substituição da madeira por perfis metálicos. As juntas horizontais são quase
Podem ser concebidas para aplicação com junta horizontal ou vertical, tendo a
evoluído, mais recentemente para perfis metálicos. Os revestimentos mais antigos eram de
NATURAL
Este tipo de revestimento será alvo de uma descrição mais pormenorizada pois
quartzitos), sendo os mais correntes os granitos e os calcários. As juntas são de topo, não-
estanques o que faz com que este tipo de revestimento só possa ser considerado de
de isolamento térmico (entre o isolamento e o revestimento deve ser sempre deixada uma
Este sistema constitui uma solução antiga mas sempre actual e podem bastante
umas nas outras através das juntas horizontais) ou não resistentes (são mantidas
suspensas ou apoiadas por gatos ou agrafos). A espessura das placas é condicionada pela
No caso de placas resistentes a espessura não deve ser inferior a 27mm para
pedras obtidas por clivagem, 20mm para placas talhadas. Para as placas resistentes a
todas montadas umas sobre as outras de acordo com o procedimento de execução de uma
de fixação deve ter em conta alguns factores como: natureza e estado do suporte,
com altura inferior a 28m, placas com área inferior a 1m2 a distância entre o suporte e
tardoz das placas entre 20 e 50mm (20 porque será o mínimo para uma caixa de ar
ventilada e 50mm pois acima deste valor torna-se difícil executar pontos de argamassa).
revestimentos de pedra
Processo de fixação
Blocos de betão de
inertes correntes ou (3) não (3) não SIM (4)
leves
Blocos de betão celular não não (5) não SIM SIM
autoclavado
Pedra natural SIM não SIM não SIM SIM
argamassa
secção circular envolvidos em argamassa (pontos). A fixação dos agrafos ao suporte pode
Os agrafos podem ser de cobre, latão ou aço inoxidável. Em cada pedra serão
topos verticais (figura 1) e horizontais de cada pedra, se não for possível usar os topos os
agrafos podem ser inseridos no tardoz da pedra (figura 2). Nos topos horizontais
Figura 1 – Agrafos aplicados nos topos verticais das placas de pedra [1]
Os agrafos de uma mesma placa devem ficar todos ligados a um mesmo tipo de
O furo para proceder à chumbagem do agrafo deverá ter pelo menos 60mm de
diâmetro do furo deverá ser de cerca de 40mm. Os pontos de argamassa são necessários a
um correcto funcionamento dos agrafos, são as zonas de encosto das placas e devem
preencher completamente os furos dos chumbadores transbordando mesmo para fora dos
próprios furos. Os furos das placas para fixação dos agrafos devem ser feitos em fábrica,
superior em 5mm ao comprimento de penetração do fio. A inserção dos agrafos nos furos
deve ser feita após estes terem sido preenchidos com calda de argamassa.
perfis metálicos das mais diversas configurações e podem ser de aço inoxidável, latão,
bronze ou cobre. Maior parte dos gatos ficam invisíveis depois de colocadas as placas
(figura 5).
suporte tem que ser feita apenas nas zonas resistentes. Na caixa de ar entre o
apenas parte da caixa de ar (deverá sempre existir uma caixa de ar entre o revestimento e
inoxidável, ligas de alumínio ou de outros metais desde que protegidos contra a corrosão
chumbados com argamassa ou fixada mecanicamente. Por outro lado a fixação das placas à
[1]
INDEPENDENTES
processo de fixação à parede terá que garantir a formação de uma caixa-de-ar entre a
caixa-de-ar desde que não preencha totalmente a caixa-de-ar. A fixação à parede é feita
por intermédio de uma estrutura de madeira ou metálica. A armadura metálica, que deve
comportar uma folha de papel na sua face interior para reter o revestimento no momento
em que é aplicado, é fixada à estrutura com agrafos. Estes revestimentos não devem ser
durabilidade pode estar condicionada pela eventual entrada de água através de alguma
DE FIBRA DE VIDRO
possível evolução da largura das fissuras. São produtos misturados em fábrica e que
conferem o acabamento final da parede. Após a aplicação de demãos cruzadas com escova
ou com trincha
quantidade de água que atinge o suporte, para que, o conjunto parede-revestimento, este
preparadas em obra, utilizando-se, em geral, areia da região onde se situa a obra. São
constituídos por duas ou três camadas: crespido (se necessário), camada de base (uma ou
duas camadas) e camada de acabamento. Estes revestimentos são constituídos por mais do
que uma camada pois com uma camada única não conseguimos garantir simultaneamente
argamassa com elevada tendência para fissuração de retracção. Por outro lado se
reduzirmos o teor em ligante para diminuir a retracção obtemos uma argamassa muito
que necessitamos. Para além desta questão das propriedades que necessitamos de conferir
ao revestimento existe ainda outra razão para estes revestimentos possuam várias
forma a que constituem uma barreira que se oponha eficazmente à entrada de água, e essa
espessura não pode ser conseguida com uma única camada pois qualquer fissura que se
formasse nessa camada iria atingir, à superfície uma grande amplitude e atingiriam, quase
sempre, o suporte (figura 8). Pelo contrário se a mesma espessura for conseguida com a
outras é muito pequena, possibilitando que, além de uma menor abertura das fissuras
Figura 8 – Desenvolvimento das fissuras em revestimentos com camada única e com três
camadas [1]
secagem inicial que será restringida pela aderência ao suporte. Ir-se-ão desenvolver dois
largura, afastadas entre si e atingirão o suporte. Por outro lado se o revestimento menos
rico em ligante terá uma fraca resistência mecânica e as tensões instaladas nunca atingem
valores elevados pois dá-se a ocorrência de fissuração. Estas serão finas, pouco afastadas
entre si e como as tensões instaladas serão inferiores à aderência não atingirão o suporte.
Figura 9 – Fissuração de revestimentos com baixo teor em ligantes e com alto teor em
ligantes [1]
O que se passa entre o revestimento e suporte passa-se também entre as diversas camadas
de revestimento o que faz com que cada camada de revestimento deve ser mais “fraca” do
que a anterior, para que não a deteriore por retracção e para que seja cada vez menor a
A) Crespido
Deve ser fortemente doseada em cimento (para garantir uma boa aderência) e bastante
cimento). Deve apresentar um acabamento irregular (com uma espessura entre 3 e 5mm),
para melhor garantir a aderência da camada seguinte. Devido à sua forte dosagem em
cimento e a sua irregularidade esta camada não tem qualquer contribuição para a
Esta camada tem como principais funções garantir a verticalidade, planeza e regularidade
superficial da parede (será após a execução desta camada que se deverão verificar os
seguinte (esta aderência poderá ser garantida posteriormente à sua aplicação, por
Para ser impermeável deverá ser homogénea, compacta e não fissurável (com pouca
cimento, cal apagada e areia e sua espessura deverão ser entre os 10 e os 15mm e nunca
inferior a 8mm. Poderá ser necessário, em certos casos aplicar mais do que uma camada
(pois cada camada não deverá ser superior a 15mm), nesse caso as diversas camadas
C) Camada de acabamento
Esta é a camada mais exterior e tem fundamentalmente funções decorativas. Visto que é a
camada mais exterior constitui a primeira barreira à penetração de água, devendo assim
também contribuir para a impermeabilização da parede. Esta camada, como não poderá
fissurar terá que ter um teor de ligante relativamente baixo e deverá ter um alto teor de
Esta camada de acabamento vai determinar o acabamento final da parede, podendo a sua
acabamento está condicionada pelas características das outras camadas, pelo próprio
Devido à “regra do teor de ligante decrescente” não será possível aplicar como camada de
acabamento uma camada muito rica em teor de ligante (como por exemplo a acabamento
escocês), pois implicariam camadas de base fortemente doseadas em ligante que levariam à
exemplo, a sujidade da poluição torna-se muito mais visível em acabamentos com alguma
rugosidade do que em acabamentos muitos lisos, mas por outro lado estes últimos não
preferenciais.
processos:
água com ligante ou da própria argamassa nos poros ou na rugosidade do suporte. Depende
aplicação.
ligante devemos garantir que este, enquanto fresco, tenha um bom poder de retenção da
água, que a camada de revestimento não seja muito delgada, que o suporte não seja
O revestimento deve ser compatível com o suporte dos pontos de vista geométrico,
mecânicas do suporte devem ser compatíveis com as do revestimento, para que não ocorra
Quanto à aplicação em obra dos revestimentos existem também alguns pontos importantes
a ter em conta. O primeiro aspecto a ter em conta é que o suporte deve estar
importante que não haja uma absorção prematura da água da argamassa, e para que isso não
condições climáticas ambientes na altura da aplicação, devemos ter em conta que não
devemos proceder à sua aplicação quando este a chover, quando a temperatura ambiente é
muito elevada, quando há vento forte e seco, quando a temperatura do suporte é muito
aos raios solares. É conveniente manter os paramentos húmidos durante os primeiros dias,
para não corrermos o risco de termos uma secagem demasiado rápida do revestimento. É
devemos aplicar, previamente, ao longo da junção dos diferentes materiais, uma tira de
armadura metálica protegida contra a corrosão. Esta tira deverá cobrir a junta em causa e
prolongar-se cerca de 15cm para cada um dos lados da junção. Devemos também proceder à
colocação de papel de construção entre o suporte e a tira metálica, impedindo-se assim que,
nessa zona o revestimento adira ao suporte, ou seja estabelecemos uma “ponte” na zona da
junção dos diferentes materiais (figura 11). Com este procedimento estaremos a prevenir o
aparecimento de uma fissura ao longo da junção, devida a movimentos diferenciais do
• Utilização, em cada obra, dos inertes da região, sem uma análise prévia dos
mesmos;
para cada uma das camadas de revestimento e tendo em conta as características dos
suportes onde se irão aplicar. São portanto misturas que permitem a manutenção das
abandono das argamassas bastardas em favor das cimentícias e ainda com a inadequada
fábrica, que em obra apenas necessitam da adição de água, mas que ao contrário das
anteriores são concebidas para a execução de revestimentos numa única camada, tentando-
esta questão com a introdução de adjuvantes adequados e pela técnica da aplicação que
desempenhos térmicos;
transmissão térmica pela a envolvente opaca tem que ser muito reduzida, a primeira
hipótese perde o interesse pois não conseguimos resolver o problema das pontes térmicas.
construção semelhantes aos tradicionais mas melhorados do ponto de vista térmico (por
exemplo blocos de betão autoclavado), é mais vantajosa do que a primeira mas pode
Por estes motivos indicados a terceira hipótese, de isolamento pelo exterior é a que tem
durabilidade;
melhoria do aspecto;
• Pode ser executado sem interferir com a ocupação interior dos espaços;
grandes grupos: com e sem caixa-de-ar ventilada entre o revestimento e o isolante. Esta
sub-divisão é importante pois vai determinar o tipo de isolamento que devemos colocar, pois
irá desempenhar diferentes papéis. Quando estamos a falar de sistemas com caixa-de-ar,
tipo de material que além de ter características de isolamento térmico terá também que
Esta divisão induz ainda algumas mas significativas diferenças nos dois sistemas:
sistemas sem lâmina de ar essa fixação tem que ser contínua, pois o isolamento
lo.
os revestimentos e o suporte, mas tendo o cuidado de deixar sempre uma lâmina de ar com
Apenas serão abordar com mais detalhe os sistemas sem lâmina de ar, pois são os que mais
SOBRE ISOLANTE
• Isolamento em placas;
rede metálica.
Figura 13 – Sistemas de isolamento térmico por revestimento espesso sobre isolante [1]
Por se tratar de revestimentos não-tradicionais estes sistemas devem ser alvo de
condições de utilização.
14)
revestimentos hidráulicos a este material seja um pouco deficientes. Para melhorar esta
aderência as placas de isolamento devem possuir ranhuras. As juntas das placas podem ser
possuem elevada tendência para a fissuração, mas dão uma boa contribuição para a
SOBRE ISOLANTE
predomina o ligante orgânico, armado com uma rede flexível (normalmente fibra de
vidro).
orgânico.
Por serem sistemas não-tradicionais tem que ser sempre objecto de homologação e sói
serão considerados de isolamento térmico se a resistência térmica global não for inferior a
0,5 m2ºC/W.A fixação do isolamento ao suporte é feita por colagem sendo desaconselhável
for necessário conferir maior resistência mecânica ao revestimento (que por natureza é
baixa) podemos colocar uma segunda armadura nesta camada de base. A espessura total do
O isolante mais utilizado e mais adequado é o poliestireno expandido pois é um bom isolante
térmico com um baixo módulo de elasticidade o que faz com que tenha baixas variações
isolante a aplicar deverá ter boa coesão, módulo de elasticidade baixo, boa estabilidade
1,20m. Apenas devem ser aplicadas em obra placas com mais de um mês e meio a dois meses
de fabrico, para que já se tenha dado toda a retracção inicial que se verifica.
em dispersão aquosa com cargas minerais e com cimento, permitindo assim que seja
semelhante, deve ter uma espessura final de 2 a 5mm e deve assegurar maior parte das
A armadura é constituída por uma rede flexível de fibra de vidro de malha quadrado com
revestimento na zona das juntas do isolamento. A fibra de vidro tem pouca resistência à
humidade e é atacada por alcalis, o que faz com que estas tenham que chegar à obra já
solução. Mesmo com este tratamento superficial as armaduras quando expostas à humidade
ser bem protegidas da água, e que irá implicar um bom recobrimento das mesmas e a não
existência de fissuração. A cor superficial não deve ser escura (a não ser em zonas sempre
temperatura superficial.
Este tipo de revestimentos pode ser aplicado sobre paredes de betão ou de alvenaria,
novas ou já em uso. Pode também ser utilizado para revestir superfícies horizontais, em
A execução deste tipo de revestimento não deve ser iniciada sem que se dê a secagem
prévia do suporte para evitar a passagem da água de construção do suporte para o isolante,
ou seja deve decorrer pelo menos um mês entre a execução do suporte e a aplicação do
revestimento. Se se tratar de suporte em betão este prazo deve ser dilatado para 45 dias.
temperatura ambiente deve estar entre os 5 e os 30ºC. A aplicação não deve ser feita sob
Quando se trata de remodelações, ou seja suportes antigos devemos começar por colmatar
preparatórios:
as superfícies.
necessário.
devem ser aplicados quando estas exigências já tiverem sido garantidas pelas outras
seja a sua função, para a protecção global que o revestimento deve conferir à parede, quer